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Ética Pública

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Prof. Leonardo de Medeiros | Ética 
www.grancursosonline.com.br | www.livrariagrancursos.com.br |www.blog.grancursos.com.br | 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema de Ética Pública 
Revista e ampliada 
 
 
Prof. Leonardo de Medeiros 
 
 
 
 
Brasília, DF, maio de 2014 
 Prof. Leonardo de Medeiros | Ética 
www.grancursosonline.com.br | www.livrariagrancursos.com.br |www.blog.grancursos.com.br | 2 
 
Introdução 
 
A Filosofia há mais de 2.000 anos se controverte e se debate sobre questões da ética. Sem embargos, 
trata-se de tema profundamente espalhado pelos setores públicos e privados, intersubjetivo e intrasubjetivo, familiar e 
social. O presente material didático tem por escopo uma abordagem objetiva para fins de provas públicas, exortando 
os estudiosos para avançar e aprofundar o tema em momento posterior com as bibliografias pertinentes. 
 
Ética e moral são ambos o conjunto de valores que norteiam a conduta humana. Do ponto de vista 
etimológico e estilístico não há diferença. Deve-se dar tratamento distinto sob a ótica científica. Sob o prisma 
empírico, então, ética e moral não são a mesma coisa. Podemos afirmar que a ética está para a moral assim como 
hermenêutica está para a interpretação. 
 
(CESPE-UNB/CAIXA/Técnico/2006) A distinção fundamental entre ética e moral decorre de explicação 
etimológica. 
Gab. E 
 
(CESPE/INPI/2013) Ética é a parte da filosofia que estuda os fundamentos da moral e os princípios ideais da 
conduta humana. 
Gab. C 
 
Esclarecem a Profa. Dra. Maria Clara Dias, o Prof. Dr. Nelson Gonçalves Gomes e o Prof. Dr. Claudio 
Araujo Reis, em monografia sobre o tema: 
 
Os Códigos Tradicionais de Conduta e o Direito são dois planos do universo dos valores e das normas, mas há ainda 
um terceiro, que é analisado pela Filosofia. Tal plano é a Ética ou Moral, que tem a ver com valores e com normas, 
mas sob um ponto de vista peculiar: a racionalidade. A Ética abrange, pretensamente, um ou mais sistemas de 
valores e normas de conduta que sejam racional ou argumentativamente defensáveis. 
... 
Os Códigos Tradicionais de Conduta, o Direito e a Ética ou Moral são, portanto, três planos imersos no universo dos 
valores e das normas. Eles são distintos uns dos outros, sem ser estanques. Ao que parece, a vida será um valor em 
todos eles, e a norma “não mate” pertencerá também a todos. Porém, conflitos podem surgir entre tais planos, 
obrigando o indivíduo a certas escolhas. O soldado que receber ordens de executar prisioneiros inocentes poderá 
cumpri-las, consoante os regulamentos militares, que classificarão o seu comportamento como certo. Ele poderá, 
porém, recusar obediência, apelando para o princípio moral de que não se deve matar um inocente. Num tal caso, 
estará sujeito a sanções militares, mas a sua conduta será certa, sob o ponto de vista moral. 
 
A ética, numa atitude passiva se resume à máxima “não faça ao outro o que não queres que o outro faça 
a ti” e numa atitude pró-ativa “faça ao outro o que queres que o outro faça a ti”. A ética é integrada pela Deontologia 
(código de ética, deveres) e pela Diceologia (direitos). Costuma-se classificar a ética, para efeitos meramente 
didáticos, quanto ao resultado do comportamento e quanto ao aspecto histórico, da seguinte maneira: 
 
RESULTADO DO COMPORTAMENTO ASPECTO HISTÓRICO 
Ética absoluta, apriorística, explicativa, racional Ética empírica, cínica 
Ética relativa, factual, experimental: anarquista, 
utilitarista, ceticista, subjetivista 
Ética dos bens: felicidade, virtude, prazer, sabedoria 
Ética formal, do dever, da atitude 
 Ética de valores, axiologia 
 
(CESPE/AGU/Agente Administrativo/2010) A ética no serviço público envolve a responsabilidade do servidor 
público tanto por aquilo que fez quanto por aquilo que não fez, mas que deveria ter feito. 
Gab. C 
 
 Prof. Leonardo de Medeiros | Ética 
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Em síntese apertada: 
 
ÉTICA MORAL 
 grego ethos: “modo de ser” latim mos ou mores: “costume” 
ciência filosófica sobre o comportamento 
moral dos homens em sociedade, estuda 
os julgamentos do homem sobre o bem e o 
mal, o bom e o mau, visa aperfeiçoar o 
homem. 
conjunto de regras, aceitas livre e 
conscientemente, que regulam 
o comportamento individual dos homens 
entre si e entre estes e a comunidade, visa a 
estabilidade social. 
teoria prática 
princípio condutas específicas 
geral, aberta específica, fechada 
abstrata, objetiva concreta, subjetiva 
universal cultural 
permanente, eterna transitória, temporária 
reflexão ação 
juízo especulativo: dever ser, sollen; 
enunciados que são gerados em uma 
investigação a respeito da validade ou não 
dos enunciados morais. 
juízo valorativo: ser, sein; enunciados que 
dão valor a certas condutas, aprovando-as ou 
rejeitando-as) 
descritiva: como os seres humanos de uma 
determinada cultura de fato agem 
normativa: determina como os seres 
humanos deveriam agir 
filosofia moral objeto da ética 
 
(CESPE-UNB/ANATEL/Técnico/2006) A palavra "ética" é derivada do grego ethos e significa "modo de ser" ou 
"caráter" o que implica, necessariamente, um juízo de valor sobre os desvios atávicos da conduta do homem em 
sociedade. 
Gab. E 
 
(CESPE-UNB/ANATEL/Técnico/2006) A ética ocupa-se basicamente de questões subjetivas, abstratas e 
essencialmente de interesse particular do indivíduo. 
Gab. E 
 
(CESPE-UNB/CAIXA/Técnico/2006) Infere-se do texto que ética, definida como "uma ciência sobre o 
comportamento moral dos homens em sociedade", corresponde a um conceito mais abrangente e abstrato que 
o de moral. 
Gab. C 
 
(CESPE-UNB/TRE-AL/Técnico/2004) Atender plenamente ao código de ética da empresa é condição necessária e 
suficiente para que um profissional seja eficiente e eficaz. 
Gab. E 
 
(CESPE/DPU/ Agente Administrativo/2010) Ao ter conhecimento de um ato administrativo ilegal, o servidor 
público não pode omitir esse ato, ainda que contrário aos interesses da própria pessoa interessada ou da 
administração pública. 
Gab. C 
 
(CESPE/PRF/Policial/2013) O elemento ético deve estar presente na conduta de todo servidor público, que deve 
ser capaz de discernir o que é honesto e desonesto no exercício de sua função. 
Gab. C 
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Atender plenamente ao código de ética torna o profissional eficaz – “faz aquilo que dever ser feito, que 
cumpre com suas metas, que realiza o que foi proposto”. Para ser eficiente o servidor tem que apresentar algo a mais 
– “como fazer além”. Os casos omissos no código de ética devem ser julgados pelo servidor levando em 
consideração os princípios fundamentais da CR. 
 
(CESPE-UNB/TRE-AL/Técnico/2004) O comportamento profissional é influenciado pela ética e pelo aprendizado 
contínuo e pode variar de indivíduo para indivíduo. 
Gab. C 
 
(CESPE-UNB/TRE-AL/Técnico/2004) Os códigos de ética determinam o comportamento dos agrupamentos 
humanos e, por essa razão, cada profissão pode ter seu próprio código. 
Gab. C 
 
(CESPE-UNB/CAIXA/Técnico/2006) Uma ética deontológica é aquela construída sobre o princípio do dever. 
Gab. C 
 
(CESPE-UNB/FUB/Assistente/2013) Para fins de comprometimento ético, é considerado servidorpúblico 
exclusivamente aquele que presta serviços a órgãos do poder estatal mediante retribuição financeira do Estado. 
Gab. C 
 
(CONSUPLAN/Correios/Agente/2008) Em seu sentido mais amplo, a ética tem sido entendida como a ciência da 
conduta humana perante o ser e seus semelhantes. Portanto, neste sentido, a ética envolve: estudos de 
aprovação ou desaprovação da ação dos homens e a consideração de valor como equivalente de uma medição 
do que é real e voluntarioso no campo das ações virtuosas. 
Gab. C 
 
Por fim, leia-se o artigo assinado pelo Procurador Federal da AGU Bruno Cézar da Luz Pontes
1
: 
 
Finalmente, gostaria de dizer algumas palavras sobre o Decreto 1.171, de 12 de junho de 1994, que aprovou o 
Código de Ética do Servidor do Poder Executivo Federal. Como foi dito anteriormente, o comportamento ético do 
servidor público na sua vida particular só é exigível se, pela natureza do cargo, houver uma razoável exigência do 
servidor se comportar moralmente, como invariavelmente ocorre nas carreiras típicas de Estado. O que, então, 
dizer do Decreto 1.171, de 1994, que impõe o comportamento ético e moral de todo e qualquer servidor, na sua 
vida particular, independentemente da natureza do seu cargo? Quando tal Código estabelece, logo no Capítulo I 
do Anexo, algumas “Regras Deontológicas”, quer dizer que o servidor público está envolto em um sistema onde a 
moral tem forte influência no desenvolvimento da sua carreira pública. Assim, quem passa pelo serviço público 
sabe ou deveria saber que a promoção profissional e o adequado cumprimento das atribuições do cargo estão 
condicionados também pela ética e, assim, pelo comportamento particular do servidor. Veja o nobre leitor que o 
referido Decreto cria normas de conduta, conhecidas no Direito como normas materiais, porque impõem 
comportamentos. Por amor à verdade e à Constituição, não posso omitir uma opinião, neste ponto. O Decreto 
1171 é inconstitucional, na medida em que impõe regras de condutas, ferindo a Constituição. Esta Lei Máxima diz, 
no seu art. 5º, diz que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” e 
que “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Esta lei citada pelo art. 5º 
é a norma primária, não podendo ser confundido com a possibilidade de ser imposta normas de conduta pela 
norma secundária. 
 
 
 
 
 
1
 www.agu.gov.br/page/download/index/id/525850; 05/maio/2014. 
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E continua: 
 
Assim, não poderia ser imposta nenhuma norma de conduta a alguém via Decreto, que é uma norma secundária, 
porque só a norma primária tem esta capacidade constitucional. Atualmente, com a nova redação do art. 84, inciso 
VI, dada pela Emenda Constitucional n. 32, de 11 de setembro de 2001, é possível falar em Decreto Autônomo. Isto 
é: é possível falar em Decreto como norma primária, para fins de dispor sobre organização e funcionamento da 
Administração Pública Federal, quando não houver aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos, e também para extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos. Somente uma grande força de 
interpretação, que chegaria a ultrapassar os limites constitucionais do art. 84, VI, da CF/88, poderia aceitar que a 
criação de normas de conduta para servidores públicos estaria inserta na organização e funcionalmente da 
Administração Pública Federal. Apesar disto, o fato é que o Decreto Autônomo só apareceu verdadeiramente no 
ordenamento jurídico nacional em 11 de setembro de 2001, e o Decreto 1.171 é de 22 de junho de 1994, quando 
não havia no ordenamento jurídico o Decreto como norma primária. Por isso, o Decreto 1171 não impõe coerção 
quanto às normas materiais nele indicadas; impõe tão somente em relação às normas processuais, como a 
obrigação de criação de Comissão de Ética por todas as entidades e órgãos públicos federais. Diante desta 
situação, o que resta do Código de Ética do Servidor do Poder Executivo Federal, imposto pelo referido Decreto? 
Posso garantir que ele continua com o mesmo vigor que sempre teve, porque o vigor nunca foi sancionador ou 
coercitivo. O então Ministro Chefe da Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, e 
presidente da Comissão Especial criada para estudar a construção do Código de Ética, Romildo Canhim, ao expor os 
motivos para o Presidente da República da época, Itamar Franco, foi enfático, ao dizer o seguinte: 
 
“Para melhor se compreender a total separação entre o Código de Ética e a lei que institui o regime disciplinar dos 
servidores públicos, basta a evidência de que o servidor adere à lei por uma simples conformidade exterior, 
impessoal, coercitiva, imposta pelo Estado, pois a lei se impõe por si só, sem qualquer consulta prévia a cada 
destinatário, enquanto que, no atinente ao Código de Ética, a obrigatoriedade moral incluir a liberdade de escolha 
e de ação do próprio sujeito, até para discordar das normas que porventura entenda injustas e lutar por sua 
adequação aos princípios da Justiça. Sua finalidade maior é produzir na pessoa do servidor público a consciência de 
sua adesão às normas preexistentes através de um espírito crítico, o que certamente facilitará a prática do 
cumprimento dos deveres legais por parte de cada um e, em conseqüência, o resgate do respeito aos serviços 
públicos e à dignidade social de cada servidor.” 
 
Exatamente por isso, o Código de Ética cria regras deontológicas de ética, isto é, cria um sistema de princípios e 
fundamentos da moral, daí porque não se preocupa com a previsão de punição e processo disciplinar contra o 
servidor antiético, apesar de, na maioria das vezes, haver coincidência entre a conduta antiética e a necessidade de 
punição administrativa. A verdadeira intenção do Código de Ética foi estimular os órgãos e entidades públicas 
federais a promoverem o debate sobre a ética, para que ela, e as discussões que dela se extrai, permeie amiúde as 
repartições, até com naturalidade. Para o leitor ter uma idéia de como isso pode dar certo, o fato de existir esta 
confluência leitor-autor, a respeito da ética, está engajada no espírito do Código, que visa não deixar que o fogo da 
ética e da moral se apague pela falta de debate e pela falta de tempo. 
 
Em relação às punições pela vida amoral do servidor público comum fora das suas atribuições, enfatizo que tais 
punições existirão, porém de modo indireto. É o caso daquele servidor que vive tentando ser nomeado para um 
Cargo de Direção e Assessoramento Superior, mas sempre vive reclamando que só tem acesso a tais cargos quem é 
apadrinhado político. No entanto, este servidor esquece de dar três voltas dentro da própria casa, para saber se 
existe um outro motivo para que não seja nomeado, além da capacidade técnica e do apadrinhamento político. 
Quem, de boa-fé e preocupado com o interesse público, irá nomear um servidor alcoólatra para um cargo DAS? 
Quem irá nomear um servidor que já se envolveu em pedofilia? Quem irá nomear um servidor público que é 
conhecido e reconhecidamente espancador da sua esposa? Nós sabemos que muitos e muitos cargos em comissão 
são nomeados apenas pelo apadrinhamento. Existem aí duas imoralidades, que é o excesso de tais cargos e a 
forma de sua nomeação. 
 
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Malgrado,não podemos negar que muitos cargos deixam de ser ocupados por servidores públicos efetivos porque 
aquele que é suficientemente técnico, não goza de boa aceitação moral. No mundo judicial, por exemplo, muitos 
juízes passam a vida inteira tentando chegar ao Tribunal de Justiça, para alcançar a condição de desembargador. 
No entanto, ficam só na tentativa, porque os desembargadores, sabendo que o juiz ou é mulherengo, ou adora 
viver em botecos, ou que bate na mulher, impedem que o juiz, que tem todos os outros requisitos (conhecimento 
técnico e tempo na carreira), chegue ao Tribunal de Justiça. Este juiz passa a vida inteira praguejando contra o 
Tribunal de Justiça, mas esquece de dar aquelas três voltas dentro da sua própria casa. O mesmo ocorre em muitas 
outras carreiras, e não é intenção deste reles divagador, colocar a carreira da magistratura na berlinda. É só um 
exemplo. Uma outra punição indireta, porém mais eficaz, é o prejuízo em relação à promoção do servidor público 
dentro da carreira. 
 
Quer queira, quer não, a conduta antiética e imoral do servidor público fora da vida funcional acaba influenciando 
no momento da promoção, isto para qualquer categoria de servidor, seja dentro das carreiras típicas de Estado, 
seja em outra dentro dos Planos de Cargos e Salários. O art. 30 da Lei 3.780, de 12 de julho de 1960, que trata da 
Classificação de Cargos do Serviço Civil do Poder Executivo, diz que o merecimento, para fins de promoção, é a 
demonstração positiva pelo funcionário, durante a permanência na classe, de pontualidade, assiduidade, de 
capacidade, de eficiência, de espírito de colaboração e compreensão dos deveres, além da ética profissional. Tudo 
isso leva a crer que, não havendo ética e moral, seja na repartição, seja na vida particular, durante todo o período 
que esteve na classe, a promoção pode ser prejudicada. 
 
Ratificando esta idéia, o art. 6º da Lei 5.645, de 10 de dezembro de 1970, que também trata da classificação de 
cargos na União e nas autarquias federais, diz que a progressão funcional obedecerá critérios seletivos a serem 
estabelecidos pelo Poder Executivo. Por outro lado, o princípio constitucional da moralidade possibilita que a lei 
condicione a promoção funcional quando houver um comportamento ético dentro e fora das atribuições funcionais. 
Não haveria nenhuma inconstitucionalidade. Haveria, sim, dificuldade de regulamentação, que é outro assunto, 
mas não se pode perder de vista que a Constituição tem um espírito próprio a respeito da moralidade, valorizando-
a sempre que possível. Estas situações de punição indireta são exemplos clássicos das regras deontológicas da 
ética, que acabam punindo o servidor, sem que o mesmo receba qualquer punição formal ou que venha a 
responder a um processo disciplinar. O que mais interessa, meu caro leitor, é que a maior punição indireta do 
servidor que não se comporta moralmente, seja na vida particular seja na vida funcional, é a punição que vem do 
olhar do colega; é aquela punição sorrateira, que fica permeando toda a vida funcional do servidor, porque o 
mesmo não terá condições morais de dar um exemplo ou de reclamar de algo errado. A pior punição não é aquela 
que vem a galope; é sim aquela que vem a tripetrepe, escondida no olhar, nos trejeitos, no posicionamento invasivo 
do colega e no contágio malévolo de quem, à visa de todos, não pauta sua vida com moralidade e ética. 
 
Portanto, o servidor que não se comporta dentro dos padrões estabelecidos no Código de Ética, poderá até passar 
ileso a processos disciplinares. No entanto, não ficará ileso ao conceito dos colegas, da instituição e dos superiores. 
O pior de tudo é que ele não terá moral suficiente para deixar uma herança positiva para a repartição, e nem 
poderá, na vida particular, passar a imagem para a sua família, com orgulho e paixão, que é um servidor admirável 
e comprometido com a ética. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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E conclui: 
 
O servidor público que não se comporta eticamente, fazendo valer todos os princípios e normas estabelecidas no 
Decreto 1.171, portanto, perderá a oportunidade de passar pelo serviço público e deixar uma herança vívida para 
os colegas, e não há maior punição que esta... Pode acreditar! Por isso, vale a pena resumir as cinco grandes 
razões morais para as regras deontológicas do Código de Ética do Servidor do Poder Executivo Federal: 
 
a) primeira, é a obrigatoriedade do trabalho. Esta primeira razão moral deve fazer surgir a idéia de que o trabalho 
do servidor é útil à sociedade, porque o servidor respeita o que faz, sendo, por isso, assíduo e pontual, fazendo com 
que exista uma solidariedade e uma harmonia interna em cada repartição. Além do mais, esta obrigatoriedade 
impede que o servidor transfira para outra pessoa aquilo que lhe caiba, e cumpra as ordens superiores, quando 
legais, tendo um comportamento pró-ativo em relação às suas obrigações institucionais e funcionais; 
 
 b) a segunda, se refere à obrigação de receber como contraprestação somente o que é devido. Esta obrigação deve 
fazer o servidor ter consciência de que sua remuneração é custeada pelos tributos pagos pela comunidade, e que 
ele deve condicionar a sua felicidade e de seus dependentes dentro da possibilidade material que a sua 
remuneração permite. Assim, não há outro modo de se portar senão com cortesia, eficiência, boa vontade e 
cuidado perante os cidadãos. Esta obrigação evita o enriquecimento ilícito, torna compatível o patrimônio e o 
modo de vida do servidor e torna a prestação de contas algo natural. Se o servidor acredita realmente que só tem o 
direito moral de receber somente a contraprestação do que é devido, vai, de fato, pautar toda a sua vida e de seus 
familiares dentro da sua capacidade financeira. A conseqüência será a boa nova de não ser, jamais, aturdido pela 
cobiça, pela criação ilegítima de viagens para ganhar diárias, pela aproximação perigosa com interessados na 
licitação e com interessados na leniência de servidores públicos; 
 
c) a terceira refere-se à obrigatoriedade de cumprir e de fazer cumprir as regras. O princípio da legalidade, para o 
servidor público, é tão forte quanto o princípio da moralidade, porque um pode se satisfazer no outro. O servidor, 
então, deve estar atendo às normas internas (Portarias, Decretos, Instruções Normativas etc.), porque é só com a 
predisposição para cumpri-las é que o servidor se animará a afastar alguma imoralidade implícita; 
 
d) a quarta razão é a obrigação da verdade, muito bem resumida no inciso VIII do Código de Ética: “Toda pessoa 
tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria 
pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder 
corruptivo do hábito do erro, da opressão, ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana 
quanto mais a de uma Nação”. Só a verdade pode fazer com que os equívocos apareçam e sejam superados; 
 
 e) a quinta, é a obrigatoriedade de utilização dos bens públicos para fins públicos. O interesse público jamais 
poderá ser sucumbido pelo interesse particular. Isto passa desde a prioridade na utilização de um telefone, até na 
honesta e competente forma de se levar adiante uma licitação. 
 
 
 
 
 
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Em 2007, foi instituído o Sistema de Gestão da Ética (SGE) do Poder Executivo Federal com a 
finalidade de promover atividades que dispõem sobre a conduta ética no âmbito do Executivo Federal, 
competindo-lhe (art. 1º, Decreto nº 6.029/2007): 
 
1) integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a ética pública; 
 
2) contribuir para a implementação de políticas públicas tendo a transparência e o acesso à informação 
como instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da ética pública; 
 
3) promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compatibilização e interação de normas, procedimentos 
técnicos e de gestão relativos à ética pública; 
 
4) articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedimentos de incentivo e incremento ao desempenho 
institucional na gestão da ética pública do Estado brasileiro. 
 
O SGE do Poder Executivo Federal é integrado pelos seguintes comissões (art. 2º, Decreto nº 
6.029/2007): 
 
a) Comissão de Ética Pública (CEP – Decreto de 26 de maio de 1999); 
b) comissões de ética (Decreto n
o
 1.171/1994); 
c) demais comissões de ética e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal. 
 
Compete a CEP coordenar, avaliar e supervisionar o SGE do Poder Executivo Federal. Junto com o SGE e a CEP foi 
criada a REDE DE ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL, integrada pelos representantes das comissões de ética, e 
que tem o objetivo de promover a cooperação técnica e a avaliação em gestão da ética (art. 4º V, art. 9º, Decreto 
nº 6.029/2007). 
 
Os integrantes da REDE DE ÉTICA se reunirão sob a coordenação da CEP, pelo menos 01 vez por ano, em fórum 
específico, para avaliar o programa e as ações para a promoção da ética na Administração Pública (art. 9º, 
parágrafo único, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Os representantes das comissões de ética atuarão como elementos de ligação com a CEP, que 
disporá em resolução própria sobre as atividades que deverão desenvolver para o cumprimento desse objetivo 
(art. 23, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Atenção! A infração de natureza ética cometida por membro de comissão de ética será apurada pela CEP (art. 21, 
Decreto nº 6.029/2007). 
 
 É dever do titular de entidade ou órgão da Administração Pública Federal, Direta e Indireta (art. 6º, 
Decreto nº 6.029/2007): 
 
a) assegurar as condições de trabalho para que as comissões de ética cumpram suas funções, inclusive para 
que do exercício das atribuições de seus integrantes não lhes resulte qualquer prejuízo ou dano; 
b) conduzir, em seu âmbito, a avaliação da gestão da ética conforme processo coordenado pela CEP. 
 
 
 
 
 
 
 
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Compete às instâncias superiores dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, abrangendo a 
Administração Direta e Indireta (art. 8º, Decreto nº 6.029/2007): 
 
a) observar e fazer observar as normas de ética e disciplina; 
b) constituir comissão de ética; 
c) garantir os recursos humanos, materiais e financeiros para que a comissão de ética cumpra com suas 
atribuições; e 
d) atender com prioridade às solicitações da CEP. 
 
2. COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA – Decreto de 26/maio/1999 
 
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA (CEP) é órgão vinculado à Presidência da República e foi criado 
por meio de decreto do Presidente da República, em 26/maio/1999, será integrada por 07 brasileiros desde que 
preencham os seguintes requisitos (art. 3º, Decreto nº 6.029/2007): 
 
 idoneidade moral 
 reputação ilibada 
 notória experiência em Administração Pública 
 
 serão designados pelo Presidente da República 
 para mandatos de 03 anos, não coincidentes 
 permitida uma única recondução. 
 
Lembre-se! STF-v 13. A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, 
até o 3º, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de 
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função 
gratificada na Administração Pública Direta e Indireta em qualquer dos Poderes da União, Estados, DF e 
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a CR/1988. 
 
A CEP possui uma Secretaria-Executiva, vinculada à CASA CIVIL da Presidência da República, à qual 
competirá prestar o apoio técnico e administrativo à Comissão (art. 3º, § 1º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
 
Competências da CEP (art. 4º, Decreto nº 6.029/2007):
2
 
 
1) revisão das normas sobre conduta ética na Administração Pública Federal 
 
2) elaborar a instituição do CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL, no âmbito do 
Poder Executivo Federal. 
 
Compete ainda a CEP (art. 4º, art. 3º, § 2º, Decreto nº 6.029/2007): 
 
3) escolher seu Presidente, que terá o voto de qualidade nas deliberações da Comissão e aprovar o 
regimento interno; 
 
4) atuar como instância consultiva do Presidente da República e Ministros de Estado em matéria de ética 
pública; 
 
5) dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil 
do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994) 
 
2
 Atenção! O Decreto nº 6.029/2007 revogou os dispositivos do Decreto de 26/maio/1999 que dispunha sobre a composição e 
competência da CEP, instituindo novas regras. 
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6) coordenar, avaliar e supervisionar o SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA PÚBLICA (SGE) do Poder Executivo 
Federal; 
 
7) administrar a aplicação do CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL, devendo: 
 
a) submeter ao Presidente da República medidas para seu aprimoramento; 
b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas, deliberando sobre casos omissos; 
c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, condutas em desacordo com as normas nele previstas, 
quando praticadas pelas autoridades a ele submetidas; 
 
Os trabalhos da CEP devem ser desenvolvidos com celeridade e observância dos seguintes princípios 
(art. 10, Decreto nº 6.029/2007): 
 
1) proteção à honra e à imagem da pessoa investigada; 
2) proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob reserva, se este assim o desejar; 
3) independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos; 
4) contraditório e ampla defesa. 
 
Às instâncias superiores dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, abrangendo a 
Administração Direta e Indireta, compete atender com prioridade às solicitações da CEP (art. 8º, IV, Decreto nº 
6.029/2007). 
 
Atenção! Resolução nº 04, de 07 de junho de 2001 - Aprova o Regimento Interno da Comissão de Ética Pública 
 
CAPÍTULO I DA COMPETÊNCIA 
 
Art. 2º Compete à Comissão de Ética Pública (CEP): 
 
I - assegurar a observância do Código de Conduta da Alta Administração Federal, aprovado pelo Presidente da República em 
21 de agosto de 2000, pelas autoridades públicas federais por ele abrangidas; 
II - submeter ao Presidente da República sugestões de aprimoramento do Código de Conduta e resoluções de caráter 
interpretativo de suas normas; 
III - dar subsídios ao Presidente da República e aos Ministros de Estado na tomada de decisão concernente a atos de 
autoridade que possam implicar descumprimentodas normas do Código de Conduta; 
IV - apurar, de ofício ou em razão de denúncia, condutas que possam configurar violação do Código de Conduta, e, se for o 
caso, adotar as providências nele previstas; 
V - dirimir dúvidas a respeito da aplicação do Código de Conduta e deliberar sobre os casos omissos; 
VI - colaborar, quando solicitado, com órgãos e entidades da administração federal, estadual e municipal, ou dos Poderes 
Legislativo e Judiciário; e 
VII - dar ampla divulgação ao Código de Conduta. 
 
CAPÍTULO II DA COMPOSIÇÃO 
 
Art. 3º A CEP é composta por seis membros designados pelo Presidente da República, com mandato de três anos, podendo 
ser reconduzidos. 
 
§ 1º Os membros da CEP não terão remuneração e os trabalhos por eles desenvolvidos são considerados prestação de 
relevante serviço público. 
§ 2º As despesas com viagens e estada dos membros da CEP serão custeadas pela Presidência da República, quando 
relacionadas com suas atividades. 
 
 
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CAPÍTULO III DO FUNCIONAMENTO 
 
Art. 4º Os membros da CEP escolherão o seu presidente, que terá mandato de um ano, permitida a recondução. 
 
Art. 5º As deliberações da CEP serão tomadas por voto da maioria de seus membros, cabendo ao presidente o voto de 
qualidade. 
 
Art. 6º A CEP terá um Secretário-Executivo, vinculado à Casa Civil da Presidência da República, que lhe prestará apoio 
técnico e administrativo. 
 
§ 1º O Secretário-Executivo submeterá anualmente à CEP plano de trabalho que contemple suas principais atividades e 
proponha metas, indicadores e dimensione os recursos necessários. 
§ 2º Nas reuniões ordinárias da CEP, o Secretário-Executivo prestará informações sobre o estágio de execução das 
atividades contempladas no plano de trabalho e seus resultados, ainda que parciais. 
 
Art. 7º As reuniões da CEP ocorrerão, em caráter ordinário, mensalmente, e, extraordinariamente, sempre que necessário, 
por iniciativa de qualquer de seus membros. 
 
§ 1º A pauta das reuniões da CEP será composta a partir de sugestões de qualquer de seus membros ou por iniciativa do 
Secretário-Executivo, admitindo-se no início de cada reunião a inclusão de novos assuntos na pauta. 
 § 2º Assuntos específicos e urgentes poderão ser objeto de deliberação mediante comunicação entre os membros da CEP. 
 
CAPÍTULO IV DAS ATRIBUIÇÕES 
 
Art. 8º Ao Presidente da CEP compete: 
I - convocar e presidir as reuniões; 
II - orientar os trabalhos da Comissão, ordenar os debates, iniciar e concluir as deliberações; 
III - orientar e supervisionar os trabalhos da Secretaria-Executiva; 
IV - tomar os votos e proclamar os resultados; 
V - autorizar a presença nas reuniões de pessoas que, por si ou por entidades que representem, possam contribuir para os 
trabalhos da CEP; 
VI - proferir voto de qualidade; 
VII - determinar o registro de seus atos enquanto membro da Comissão, inclusive reuniões com autoridades submetidas ao 
Código de Conduta; 
VIII - determinar ao Secretário-Executivo, ouvida a CEP, a instauração de processos de apuração de prática de ato em 
desrespeito ao preceituado no Código de Conduta da Alta Administração Federal, a execução de diligências e a expedição 
de comunicados à autoridade pública para que se manifeste na forma prevista no art. 12 deste Regimento; e 
IX - decidir os casos de urgência, ad referendum da CEP. 
 
Art. 9º Aos membros da CEP compete: 
I - examinar as matérias que lhes forem submetidas, emitindo pareceres; 
II - pedir vista de matéria em deliberação pela CEP; 
III - solicitar informações a respeito de matérias sob exame da Comissão; e 
IV - representar a CEP em atos públicos, por delegação de seu Presidente. 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 10. Ao Secretário-Executivo compete: 
I - organizar a agenda das reuniões e assegurar o apoio logístico à CEP; 
II - secretariar as reuniões; 
III - proceder ao registro das reuniões e à elaboração de suas atas; 
IV - dar apoio à CEP e aos seus integrantes no cumprimento das atividades que lhes sejam próprias; 
V - instruir as matérias submetidas à deliberação; 
VI - providenciar, previamente à instrução de matéria para deliberação pela CEP, nos casos em que houver necessidade, 
parecer sobre a legalidade de ato a ser por ela baixado; 
VII - desenvolver ou supervisionar a elaboração de estudos e pareceres como subsídios ao processo de tomada de decisão 
da CEP; 
VIII - solicitar às autoridades submetidas ao Código de Conduta informações e subsídios para instruir assunto sob apreciação 
da CEP; e 
IX - tomar as providências necessárias ao cumprimento do disposto nos arts. 8º , inciso VII, e 12 deste Regimento, bem 
como outras determinadas pelo Presidente da Comissão, no exercício de suas atribuições. 
 
CAPÍTULO V DAS DELIBERAÇÕES 
 
Art. 11. As deliberações da CEP relativas ao Código de Conduta compreenderão: 
I - homologação das informações prestadas em cumprimento às obrigações nele previstas; 
II - adoção de orientações complementares: 
a) mediante resposta a consultas formuladas por autoridade a ele submetidas; 
b) de ofício, em caráter geral ou particular, mediante comunicação às autoridades abrangidas, por meio de resolução, ou, 
ainda, pela divulgação periódica de relação de perguntas e respostas aprovada pela CEP; 
III - elaboração de sugestões ao Presidente da República de atos normativos complementares ao Código de Conduta, além 
de propostas para sua eventual alteração; 
IV - instauração de procedimento para apuração de ato que possa configurar descumprimento ao Código de Conduta; e 
V - adoção de uma das seguintes providências em caso de infração: 
a) advertência, quando se tratar de autoridade no exercício do cargo; 
b) censura ética, na hipótese de autoridade que já tiver deixado o cargo; e 
c) encaminhamento de sugestão de exoneração à autoridade hierarquicamente superior, quando se tratar de infração 
grave ou de reincidência. 
 
CAPÍTULO VI DAS NORMAS DE PROCEDIMENTO 
 
Art. 12. O procedimento de apuração de infração ao Código de Conduta será instaurado pela CEP, de ofício ou em razão de 
denúncia fundamentada, desde que haja indícios suficientes, observado o seguinte: 
I - a autoridade será oficiada para manifestar-se por escrito no prazo de cinco dias; 
II - o eventual denunciante, a própria autoridade pública, bem assim a CEP, de ofício, poderão produzir prova documental; 
III - a CEP poderá promover as diligências que considerar necessárias, assim como solicitar parecer de especialista quando 
julgar imprescindível; 
IV - concluídas as diligências mencionadas no inciso anterior, a CEP oficiará à autoridade para nova manifestação, no prazo 
de três dias; 
V - se a CEP concluir pela procedência da denúncia, adotará uma das providências previstas no inciso V do art. 11, com 
comunicação ao denunciado e ao seu superior hierárquico. 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO VII DOS DEVERES E RESPONSABILIDADE DOS MEMBROS DA COMISSÃO 
 
Art. 13. Os membros da CEP obrigam-se a apresentar e manter arquivadas na Secretaria-Executiva declarações prestadasnos termos do art. 4º do Código de Conduta. 
 
Art. 14. Eventuais conflitos de interesse, efetivos ou potenciais, que possam surgir em função do exercício das atividades 
profissionais de membro da Comissão, deverão ser informados aos demais membros. 
 
Parágrafo único. O membro da CEP que, em razão de sua atividade profissional, tiver relacionamento específico em matéria 
que envolva autoridade submetida ao Código de Conduta da Alta Administração, deverá abster-se de participar de 
deliberação que, de qualquer modo, a afete. 
 
Art. 15. As matérias examinadas nas reuniões da CEP são consideradas de caráter sigiloso até sua deliberação final, quando 
a Comissão deverá decidir sua forma de encaminhamento. 
 
Art. 16. Os membros da CEP não poderão se manifestar publicamente sobre situação específica que possa vir a ser objeto 
de deliberação formal do Colegiado. 
 
Art. 17. Os membros da CEP deverão justificar eventual impossibilidade de comparecer às reuniões. 
 
CAPÍTULO VIII DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 18. O Presidente da CEP, em suas ausências, será substituído pelo membro mais antigo da Comissão. 
 
Art. 19. Caberá à CEP dirimir qualquer dúvida relacionada a este Regimento Interno, bem como promover as modificações 
que julgar necessárias. 
 
Parágrafo único. Os casos omissos serão resolvidos pelo colegiado. 
 
3. BANCO DE DADOS DA CEP 
 
Compete a CEP atuar como instância consultiva do Presidente da República e Ministros de Estado em 
matéria de ética pública (art. 4º c/c art. 3º, § 2º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
A CEP manterá banco de dados de suas próprias sanções aplicadas (art. 22, Decreto nº 6.029/2007): 
 
 para fins de consulta pelos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal 
 em casos de nomeação para cargo em comissão ou de alta relevância pública. 
 
O banco de dados da CEP engloba as sanções aplicadas a qualquer dos agentes públicos (art. 22, 
parágrafo único, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Aplica-se, no que couber, a Lei do Habeas Data – Lei n
o
 9.507/1997 – em relação à informação de pessoa, física ou 
jurídica, constante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público (art. 38, Lei 
nº 12.527/2011
3
). 
 
STJ 02 Não cabe o habeas data se não houve recusa de informações por parte da Autoridade 
Administrativa. 
 
 
 
3
 Regula o acesso a informações previsto no art. 5
o
, XXXIII, art. 37, § 2º, III, e art. 216, § 2º, CR. 
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4. CONSULTAS 
 
Compete a CEP atuar como instância consultiva do Presidente da República e Ministros de Estado em 
matéria de ética pública (art. 4º, III, art. 3º, § 2º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Cumpre à CEP responder a consultas sobre aspectos éticos que lhe forem dirigidas (art. 16, § 2º, 
Decreto nº 6.029/2007): 
 
 demais comissões de ética 
 órgãos e entidades que integram o Poder Executivo Federal 
 cidadãos e servidores que venham a ser indicados para ocupar cargo ou função abrangida pelo 
CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL. 
 
(CESGRANRIO/BB/Escriturário/2014) 26 O Código de Conduta da Alta Administração Federal instituiu a 
Comissão de Ética Pública (CEP), responsável pelo exame dos atos praticados pelos integrantes dos membros do 
Governo Federal. Caso seja ocupante de cargo público e venha a praticar ato de gestão patrimonial sobre o qual 
paire dúvida quanto à sua realização à luz das normas do referido Código, o funcionário deve 
 
(A) realizar consulta prévia à CEP sobre a regularidade do negócio entabulado. 
(B) estabelecer o negócio, mediante a participação de parentes sem vínculo com o serviço público. 
(C) pedir exoneração do cargo, realizar o negócio e postular o seu retorno. 
(D) consultar os seus advogados para obtenção de parecer sobre o tema. 
(E) proceder normalmente e assumir os riscos do negócio empreendido. 
Gab. A 
 
As consultas dirigidas à CEP deverão estar acompanhadas dos elementos pertinentes à legalidade da situação 
exposta (item 7, Resolução nº 08/2003). 
 
Cabe à Administração Pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para 
franquear sua consulta a quantos dela necessitem (art. 216, § 2º, CR). 
 
Ao Ministério da Justiça compete a política nacional de arquivos; ao GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL 
compete coordenar as atividades de inteligência federal e de segurança da informação (art. 27, XIV, n, c/c art. 6º, 
IV, Lei nº 10.683/2003
4
). 
 
É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e 
entidades, assegurando a sua proteção (art. 25, Lei nº 12.527/2011). 
 
Consideram-se, para os efeitos desta Lei nº 12.527/2011 (art. 4º, I e II, Lei nº 12.527/2011): INFORMAÇÃO: dados, 
processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em 
qualquer meio, suporte ou formato; DOCUMENTO: unidade de registro de informações, qualquer que seja o 
suporte ou formato. 
 
4
 Dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios. 
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5. COMISSÕES DE ÉTICA 
 
Cada comissão de ética será integrada por 03 membros titulares e 03 suplentes, escolhidos entre servidores e 
empregados do seu quadro permanente, e designados pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou órgão, para 
mandatos não coincidentes de 03 anos (art. 5º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
A infração de natureza ética cometida por membro de comissão de ética será apurada pela CEP (art. 21, Decreto 
nº 6.029/2007). 
 
Compete às comissões de ética (art. 2º, II, III, art. 5º, Decreto nº 6.029/2007): 
 
1. atuar como instância consultiva de dirigentes e servidores no âmbito de seu respectivo órgão ou entidade; 
2. representar a respectiva entidade ou órgão na REDE DE ÉTICA do Poder Executivo Federal; 
3. supervisionar a observância do CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL e comunicar 
à CEP situações que possam configurar descumprimento de suas normas; 
4. aplicar o CEP-SP-PEF, devendo: 
 
a) submeter à CEP propostas para seu aperfeiçoamento; 
b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas normas e deliberar sobre 
casos omissos; 
c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desacordo com as 
normas éticas pertinentes; 
d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão ou entidade a 
que estiver vinculada, o desenvolvimento de ações objetivando a 
disseminação, capacitação e treinamento sobre as normas de ética e 
disciplina; 
 
Cada comissão de ética contará com uma Secretaria-Executiva (art. 7º, § 1º, Decreto nº 6.029/2007): 
 
 vinculada administrativamente à instância máxima da entidade ou órgão, 
 
 para cumprir plano de trabalho por ela aprovado e 
 
 prover o apoio técnico e material necessário ao cumprimento das suas atribuições 
 
As Secretarias-Executivas das comissões de ética serão chefiadas por servidor ou empregado do 
quadro permanente da entidade ou órgão, ocupante de cargo de direção compatível com sua estrutura, alocado 
sem aumento de despesas (art. 7º, § 2º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Junto com o SGE e a CEP foi criada a REDE DE ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL,integrada 
pelos representantes das comissões de ética, e que tem o objetivo de promover a cooperação técnica e a 
avaliação em gestão da ética (art. 9º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Os integrantes da REDE DE ÉTICA se reunirão sob a coordenação da CEP, pelo menos uma vez por 
ano, em fórum específico, para avaliar o programa e as ações para a promoção da ética na Administração Pública 
(art. 9º, parágrafo único, Decreto nº 6.029/2007). 
 
 
 
 
 
 
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As comissões de ética não poderão escusar-se de proferir decisão sobre matéria de sua competência 
alegando omissão do CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL ou do CÓDIGO DE ÉTICA 
DA ENTIDADE, que, se existente, será suprida por (art. 16, Decreto nº 6.029/2007): 
 
 analogia e 
 princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 
Havendo dúvida quanto à legalidade, a comissão de ética competente deverá ouvir previamente a 
área jurídica do órgão ou entidade (art. 16, § 1º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
As comissões de ética, sempre que constatarem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de 
improbidade administrativa ou de infração disciplinar, encaminharão cópia dos autos às Autoridades competentes 
para apuração de tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua competência (art. 17, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à Autoridade 
Superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra Autoridade competente para apuração de 
informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em 
decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública (art. 126-A, Lei nº 8.112/1990). 
 
As decisões das comissões de ética, na análise de qualquer fato ou ato submetido à sua apreciação ou 
por ela levantado, (art. 18, Decreto nº 6.029/2007): 
 
 serão resumidas em ementa 
 com a omissão dos nomes dos investigados 
 divulgadas no sítio do próprio órgão, 
 remetidas à CEP 
 
Os trabalhos nas comissões de ética são considerados relevantes e têm prioridade sobre as 
atribuições próprias dos cargos dos seus membros, quando estes não atuarem com exclusividade na comissão 
(art. 19, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal darão tratamento prioritário às solicitações de 
documentos necessários à instrução dos procedimentos de investigação instaurados pelas comissões de ética (art. 
20, Decreto nº 6.029/2007). 
 
A comissão de ética, na hipótese de haver inobservância do dever funcional, recomendará a 
abertura de procedimento administrativo (art. 12, § 5
o
, III, art. 20, § 1º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
As Autoridades competentes não poderão alegar sigilo para deixar de prestar informação solicitada 
pelas comissões de ética (art. 20, § 2º, Decreto nº 6.029/2007). 
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6. INVESTIGAÇÕES DE INFRAÇÕES ÉTICAS 
 
Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito privado, associação ou entidade de classe 
poderá provocar a atuação da CEP, visando à apuração de infração ética imputada a agente público, órgão ou setor 
específico de ente estatal (art. 11, Decreto nº 6.029/2007). 
 
AGENTE PÚBLICO – todo aquele que, por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de 
natureza permanente, temporária, excepcional ou eventual, ainda que sem retribuição financeira, a órgão ou 
entidade da Administração Pública Federal, Direta e Indireta (art. 11, parágrafo único, Decreto nº 6.029/2007). 
 
(CESPE/FUB/Assistente/2013) Para fins de comprometimento ético, é considerado servidor público 
exclusivamente aquele que presta serviços a órgãos do poder estatal mediante retribuição financeira do Estado. 
Gab. E 
 
O processo de apuração de prática de ato em desrespeito ao preceituado, no CÓDIGO DE CONDUTA 
DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL e no CEP-SP-PEF, será instaurado, de ofício ou em razão de denúncia 
fundamentada, respeitando-se, sempre, as garantias do contraditório e da ampla defesa, pela CEP ou comissões 
de ética, conforme o caso, que notificará o investigado para manifestar-se, por escrito, no prazo de 10 dias (art. 12, 
Decreto nº 6.029/2007). 
 
O investigado poderá produzir prova documental necessária à sua defesa (art. 12, § 1º, Decreto nº 
6.029/2007). 
 
STF-v 05 A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a 
CR/1988. 
 
STF 22 É necessário processo administrativo com ampla defesa, para demissão de funcionário 
admitido por concurso. 
 
STF 19 É inadmissível segunda punição de servidor público, baseada no mesmo processo em que se 
fundou a primeira. 
 
As comissões de ética poderão requisitar os documentos que entenderem necessários à instrução 
probatória e, também, promover diligências e solicitar parecer de especialista (art. 12, § 2º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Na hipótese de serem juntados aos autos da investigação, após a manifestação do investigado, novos 
elementos de prova, o investigado será notificado para nova manifestação, no prazo de 10 dias (art. 12, § 3º, 
Decreto nº 6.029/2007). 
 
Concluída a instrução processual, as comissões de ética proferirão decisão conclusiva e 
fundamentada (art. 12, § 4º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Se a conclusão for pela existência de falta ética, além das providências previstas, no CÓDIGO DE 
CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL e no CEP-SP-PEF, as comissões de ética tomarão as seguintes 
providências, no que couber (art. 12, § 5º, Decreto nº 6.029/2007): 
 
1) encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo ou função de confiança à autoridade 
hierarquicamente superior ou devolução ao órgão de origem, conforme o caso; 
 
2) encaminhamento, conforme o caso, para a CGU ou unidade específica do Sistema de Correição do Poder 
Executivo Federal para exame de eventuais transgressões disciplinares (Decreto nº 5.480/2005
5
); 
 
O Sistema de Correição do Poder Executivo Federal compreende as atividades relacionadas à prevenção e 
apuração de irregularidades, no âmbito do Poder Executivo Federal, por meio da instauração e condução de 
procedimentos correcionais. A atividade de correição utilizará como instrumentos a investigação preliminar, a 
inspeção, a sindicância, o processo administrativo geral e o processo administrativo disciplinar; a CGU é o Órgão 
Central do Sistema (art. 1º,§ 1º, § 2º, art. 2º, II, Decreto nº 5.480/2005); 
 
3) recomendação de abertura de procedimento administrativo, se a gravidade da conduta assim o exigir. 
 
Será mantido com a chancela de “reservado”, até que esteja concluído, qualquer procedimento 
instaurado para apuração de prática em desrespeito às normas éticas (art. 13, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Concluída a investigação e após a deliberação da CEP ou da comissão de ética do órgão ou entidade, 
os autos do procedimento deixarão de ser “reservados” (art. 13, § 1º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Na hipótese de os autos estarem instruídos com documento acobertado porsigilo legal, o acesso a 
esse tipo de documento somente será permitido a quem detiver igual direito perante o órgão ou entidade 
originariamente encarregado da sua guarda (art. 13, § 2º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Para resguardar o sigilo de documentos que assim devam ser mantidos, as comissões de ética, 
depois de concluído o processo de investigação, providenciarão para que tais documentos sejam desentranhados 
dos autos, lacrados e acautelados (art. 13, § 3º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Qualquer pessoa que esteja sendo investigada é assegurado o direito de saber o que lhe está sendo 
imputado, de conhecer o teor da acusação e de ter vista dos autos, no recinto das comissões de ética, mesmo que 
ainda não tenha sido notificada da existência do procedimento investigatório; o direito assegurado inclui o de obter 
cópia dos autos e de certidão do seu teor (art. 14, caput e parágrafo único, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Todo ato de posse, investidura em função pública ou celebração de contrato de trabalho, dos agentes 
públicos, deverá ser acompanhado da prestação de compromisso solene de acatamento e observância das regras 
estabelecidas pelo CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL e pelo CÓDIGO DE ÉTICA do 
órgão ou entidade, conforme o caso (art. 15, Decreto nº 6.029/2007). 
 
A posse em cargo ou função pública que submeta a Autoridade às normas do Código de Conduta da 
Alta Administração Federal deve ser precedida de consulta da Autoridade à CEP acerca de situação que possa 
suscitar conflito de interesses (art. 15, parágrafo único, Decreto nº 6.029/2007). 
 
 
 
 
 
 
5
 Dispõe sobre o Sistema de Correição do Poder Executivo Federal. 
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7. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO 
FEDERAL - Decreto nº 1.171/1994 
 
Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal Direta e Indireta implementarão, em 60 dias, 
as providências necessárias à plena vigência do CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO 
CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL, inclusive mediante a constituição da respectiva comissão de ética, 
integrada por 03 servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente (art. 2º, Decreto 
nº 1.171/1994). 
 
A constituição da comissão de ética será comunicada à Secretaria da Administração Federal da 
Presidência Da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes (art. 2º, parágrafo único, 
Decreto nº 1.171/1994). 
 
8. REGRAS DEONTOLÓGICAS 
 
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que 
devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da 
vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da 
honra e da tradição dos serviços públicos. 
 
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. 
 
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, 
o oportuno e o inoportuno, mas PRINCIPALMENTE entre o HONESTO E O DESONESTO, consoante as regras 
contidas no art. 37, caput, § 4°, CR: 
 
Art. 37. A Administração Pública Direta e Indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, DF e Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência... § 4º Os ATOS DE 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA importarão: 
 
 suspensão dos Direitos Políticos 
 perda da função pública 
 indisponibilidade dos bens e 
 ressarcimento ao erário, 
 na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
 
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida 
da ideia de que O FIM É SEMPRE O BEM COMUM. 
 
O equilíbrio entre a LEGALIDADE e a FINALIDADE, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a 
MORALIDADE do ato administrativo. 
 
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele 
próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a MORALIDADE administrativa se integre no Direito, como 
elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de 
LEGALIDADE. 
 
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu 
próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser 
considerado como seu maior patrimônio. 
 
 
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VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada 
servidor público. 
 
Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu 
bom conceito na vida funcional. 
 
VII - SALVO os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da 
Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da LEI, a 
PUBLICIDADE de qualquer ato administrativo constitui REQUISITO DE EFICÁCIA E MORALIDADE, ensejando sua 
omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. 
 
VIII - Toda pessoa tem DIREITO À VERDADE. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos 
interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. 
 
Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da 
mentira, que sempre aniquilam até mesmo a DIGNIDADE HUMANA quanto mais a de uma Nação. 
 
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela 
disciplina. 
 
Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma 
forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má 
vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens 
de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. 
 
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas 
funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, 
não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral 
aos usuários dos serviços públicos. 
 
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu 
cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. 
 
Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até 
mesmo imprudência no desempenho da função pública. 
 
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, 
o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. 
 
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegase cada 
concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade 
para o crescimento e o engrandecimento da Nação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9. PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO 
 
São deveres fundamentais do servidor público (XIV, Decreto nº 1.171/1994): 
 
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular; 
 
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver 
situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação 
dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; 
 
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando 
estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; 
 
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da 
coletividade a seu cargo; 
 
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o 
público; 
 
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada 
prestação dos serviços públicos; 
 
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais 
de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, 
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes 
dano moral; 
 
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento 
indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; 
 
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem 
obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou 
aéticas e denunciá-las; 
 
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; 
 
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, 
refletindo negativamente em todo o sistema; 
 
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, 
exigindo as providências cabíveis; 
 
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua 
organização e distribuição; 
 
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, 
tendo por escopo a realização do bem comum; 
 
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função; 
 
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce 
suas funções; 
 
 
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r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto 
quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. 
 
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; 
 
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo 
contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; 
 
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao 
interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa 
à lei; 
 
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste CÓDIGO DE ÉTICA, 
estimulando o seu integral cumprimento. 
 
10. VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO 
 
É vedado ao servidor público (XV, Decreto nº 1.171/1994): 
 
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer 
favorecimento, para si ou para outrem; 
 
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; 
 
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este CÓDIGO DE ÉTICA 
ou ao Código de Ética de sua profissão; 
 
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, 
causando-lhe dano moral ou material; 
 
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para 
atendimento do seu mister; 
 
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal 
interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente 
superiores ou inferiores; 
 
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, 
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o 
cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; 
 
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; 
 
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos; 
 
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; 
 
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao 
patrimônio público; 
 
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de 
parentes, de amigos ou de terceiros; 
 
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; 
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o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa 
humana; 
 
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. 
 
11. COMISSÕES DE ÉTICA 
 
Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal Direta, Indireta, Autárquica e 
Fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo Poder Público, deverá ser 
criada uma comissão de ética, encarregada de (XVI, Decreto nº 1.171/1994): 
 
 orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor 
 no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público 
 competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou procedimento susceptível de censura. 
 
À comissão de ética incumbe (XVIII, Decreto nº 1.171/1994): 
 
 fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores 
 os registros sobre sua conduta ética 
 para o efeito de instruir e fundamentar promoções e 
 para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. 
 
Cada COMISSÃO DE ÉTICA de que trata este Decreto nº 1.171/1994, será integrada por 03 membros titulares e 03 
suplentes, escolhidosentre servidores e empregados do seu quadro permanente, e designados pelo DIRIGENTE máximo da 
respectiva entidade ou órgão, para mandatos não coincidentes de 03 anos (art. 5º, Decreto nº 6.029/2007). 
 
A constituição da COMISSÃO DE ÉTICA será comunicada à SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL DA 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes (art. 2º, parágrafo 
único, Decreto nº 1.171/1994). 
 
A infração de natureza ética cometida por membro de COMISSÃO DE ÉTICA será apurada pela CEP (art. 21, 
Decreto nº 6.029/2007). 
 
A pena aplicável ao servidor público pela comissão de ética é a de censura e sua fundamentação 
constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso (XXII, Decreto nº 
1.171/1994). 
 
Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, 
por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou 
excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do 
poder estatal, como autarquias, fundações públicas, entidades paraestatais, empresas públicas e sociedades de 
economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado (XXIV, Decreto nº 1.171/1994). 
 
AGENTE PÚBLICO – todo aquele que, por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de 
natureza permanente, temporária, excepcional ou eventual, ainda que sem retribuição financeira, a órgão ou 
entidade da Administração Pública Federal, Direta e Indireta (art. 11, parágrafo único, Decreto nº 6.029/2007). 
 
(CESPE/FUB/Assistente/2013) Para fins de comprometimento ético, é considerado servidor público 
exclusivamente aquele que presta serviços a órgãos do poder estatal mediante retribuição financeira do Estado. 
Gab. E 
 
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12. CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL 
 
O Código de Conduta da Alta Administração Federal (CACF) foi fruto dos trabalhos desenvolvidos pelos 
Membros da Comissão de Ética Pública (CEP), criada pelo Decreto de 26 de maio de 1999. 
6
De acordo com a sua 
Exposição de Motivos
7
, o CCAF, “antes de tudo, valerá como compromisso moral das autoridades integrantes da Alta 
Administração Federal com o Chefe de Governo, proporcionando elevado padrão de comportamento ético capaz de 
assegurar, em todos os casos, a lisura e a transparência dos atos praticados na condução da coisa pública... A 
medida proposta visa a melhoria qualitativa dos padrões de conduta da Alta Administração, de modo que esta 
Exposição de Motivos, uma vez aprovada, juntamente com o anexo Código de Conduta da Alta Administração 
Federal, poderá informar a atuação das altas autoridades federais, permitindo-me sugerir a publicação de ambos os 
textos, para imediato conhecimento e aplicação”. 
 
As normas do Código de Conduta da Alta Administração Federal (CACF) aplicam-se, no que couber, às 
autoridades e agentes públicos nele referidos, mesmo quando em gozo de licença (art. 24, Decreto nº 6.029/2007
8
). 
 
Para facilitar o cumprimento das normas previstas, no Código de Conduta da Alta Administração Federal, a 
Comissão de Ética Pública (CEP) informará à autoridade pública as obrigações decorrentes da aceitação de 
trabalho no setor privado após o seu desligamento do cargo ou função (art. 16, CCAF). 
 
Todo ato de posse, investidura em função pública ou celebração de contrato de trabalho, dos agentes 
públicos, deverá ser acompanhado da prestação de compromisso solene de acatamento e observância das regras 
estabelecidas pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal (CACF) e pelo Código de Ética do órgão ou 
entidade, conforme o caso (art. 15, Decreto nº 6.029/2007). 
 
Exposição de motivos do CCAF: “... é natural que a expectativa da sociedade a respeito da conduta do 
administrador público se tenha tornado mais exigente. E está claro que mais importante do que investigar as 
causas da insatisfação social é reconhecer que ela existe e se trata de uma questão política intimamente associada 
ao processo de mudança cultural, econômica e administrativa que o País e o mundo atravessam. A resposta ao 
anseio por uma administração pública orientada por valores éticos não se esgota na aprovação de leis mais 
rigorosas, até porque leis e decretos em vigor já dispõem abundantemente sobre a conduta do servidor público, 
porém, em termos genéricos ou então a partir de uma ótica apenas penal. Na realidade, grande parte das atuais 
questões éticas surge na zona cinzenta – cada vez mais ampla – que separa o interesse público do interesse 
privado. Tais questões, em geral, não configuram violação de norma legal mas, sim, desvio de conduta ética. Como 
esses desvios não são passíveis de punição específica, a sociedade passa a ter a sensação de impunidade, que 
alimenta o ceticismo a respeito da licitude do processo decisório governamental...” 
 
 
 
 
 
 
 
 
6
 Art 1º Fica criada a Comissão de Ética Pública, vinculada ao Presidente da República, competindo-lhe proceder à revisão das 
normas que dispõem sobre conduta ética na Administração Pública Federal, elaborar e propor a instituição do Código de 
Conduta das Autoridades, no âmbito do Poder Executivo Federal. 
7
 www.planalto.gov.br/ccivil_03/codigos/codi_conduta/cod_conduta.htm; 04/01/2014. 
88
 Institui Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal, e dá outras providências. 
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13. FINALIDADES 
 
São finalidades do Código de Conduta da Alta Administração Federal (CACF) (art. 1º, CCAF): 
 
1) tornar claras as regras éticas de conduta das autoridades da alta Administração Pública Federal, para 
que a sociedade possa aferir a integridade e a lisura do processo decisório governamental; 
 
2) contribuir para o aperfeiçoamento dos padrões éticos da Administração Pública Federal, a partir do 
exemplo dado pelas autoridades de nível hierárquico superior; 
 
Exposição de motivos do CCAF: “A conduta dessas autoridades, ocupantes dos mais elevados postos da estrutura 
do Estado, servirá como exemplo a ser seguido pelos demais servidores públicos, que, não obstante sujeitos às 
diversas normas fixadoras de condutas exigíveis, tais como o Estatuto do Servidor Público Civil, a Lei de 
Improbidade e o próprio Código Penal Brasileiro, além de outras de menor hierarquia, ainda assim, sempre se 
sentirão estimulados por demonstrações e exemplos de seus superiores... Uma vez assegurado o cumprimento do 
Código de Conduta pelo primeiro escalão do governo, o trabalho de difusão das novas regras nas demais esferas da 
administração por certo ficará facilitado...”. 
 
3) preservar a imagem e a reputação do administrador público, cuja conduta esteja de acordo com as 
normas éticas estabelecidas Código de Conduta da Alta Administração Federal; 
 
4) estabelecer regras básicas sobre conflitos de interesses públicos e privados e limitações às 
atividades profissionais posteriores ao exercício de cargo público; 
 
5) minimizar a possibilidade de conflito entre o interesse privado e o dever funcional das autoridades 
públicas da Administração Pública Federal; 
 
Exposição de motivos do CCAF: “... é de notar que a insatisfação social com a conduta ética

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