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Resumo segunda prova - Histologia

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TECIDO CARTILAGINOSO
 
    Características:
É uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida;,
Contém condrócitos e abundante material extracelular que constitui a matriz;
As cavidades da matriz, ocupadas pelos condrócitos, são as chamadas lacunas;
Não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio), nem vasos linfáticos e nervos;
As cartilagens que revestem as superfícies dos ossos nas articulações móveis não têm pericôndrio e recebem nutrientes do líquido sinovial das cavidades articulares.
 
     Funções:
Suporte de tecidos moles;
Reveste superfícies articulares, onde absorve choques;
Facilita o deslizamento dos ossos nas articulações;
É essencial pra a formação e o crescimento dos ossos longos, na vida intra-uterina e depois do nascimento;
 
     Tipos:
Cartilagem hialina:
É o tipo mais freqüente encontrado no corpo humano;
Tem coloração branco-azulada e translúcida a fresco;
Forma o primeiro esqueleto do embrião;
No adulto, é encontrada na parede das fossas nasais, traquéia e brônquios, na extremidade ventral das costelas e recobrindo as superfícies articulares dos ossos longos;
É formada por fibrilas de colágeno tipo II associadas ao ácido hialurônico, proteoglicanas muito hidratadas e glicoproteínas;
O alto conteúdo de água de solvatação das moléculas de glicosaminoglicanas atua como um sistema de absorção de choques mecânicos;
É envolvida por uma camada de tecido conjuntivo denso, o pericôndrio, que é fonte de condrócitos para o crescimento e responsável pela nutrição, oxigenação e eliminação de refugos metabólicos de cartilagem e  também é rico em fibras de colágeno tipo I na parte superficial e mais rico em células à medida que se aproxima da cartilagem;
O crescimento da cartilagem pode ser intersticial, por divisão mitótica dos condrócitos preexistentes ou aposicional, que se faz a partir de células dos pericôndrio, que é a principal,
Cartilagem elástica:
É encontrada no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na tuba auditiva, na epiglote e na cartilagem cuneiforme da laringe;
Além de fibrilas de colágeno, possui uma abundante rede de fibras elásticas continuas com as do pericôndrio;
Tem coloração amarelada a fresco;
A coloração usada para examiná-la é a orceína;
O crescimento ocorre principalmente por aposição.
Cartilagem fibrosa:
É encontrada nos disco intervertebrais, nos pontos em que alguns tendões e ligamentos se inserem os ossos, e na sínfise pubiana;
Está sempre associada a conjuntivo denso;
Os condrócitos formam fileiras alongadas;
É acidófila, por conter grande quantidade de fibra colágena;
A substancia fundamental amorfa é escassa e limitada à proximidade das lacunas;
Na fibrocartilagem não existe pericôndrio.
     Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.
	
	Tecido Ósseo 
 
     Características:
É um tecido conjuntivo especializado formado por células e material extracelular calcificado, a matriz óssea;
É recoberto, tanto na superfície externa (periósteo) como interna (endósteo), por camadas de tecido conjuntivo contendo células osteogênicas;
As técnicas usadas para estudos são o desgaste e a descalcificação;
A nutrição dos osteócitos depende de canalículos da matriz, que possibilitam as trocas de moléculas e íons entre os capilares sanguíneos e os osteócitos.
     Funções:
Suporte para as partes moles;
Protege órgãos vitais;
Aloja e protege a medula óssea;
Proporciona apoio aos músculos esqueléticos;
Constitui um sistema de alavancas que amplia as forças geradas na contração muscular;
Funciona como depósito de cálcio, fosfato e outros íons.
 
     Células do tecido ósseo:
Osteócitos:
Encontrados no interior da matriz óssea, ocupando as lacunas das quais partem os canalículos;
São células achatadas, com forma de amêndoa;
Possui pequena quantidade de retículo endoplasmático rugoso, complexo de golgi pequeno e núcleo com cromática condensada;
São essenciais para a manutenção da matriz.
Osteoblastos:
São células que produzem a parte orgânica da matriz (colágeno tipo I, proteoglicanas e glicoproteínas);
São capazes de concentrar fosfato e cálcio, participando da mineralização da matriz;
Estão nas superfícies ósseas;
Quando aprisionado pela matriz, torna-se osteócito.
Osteoclastos:
São células móveis, gigantes, ramificadas, com partes dilatas que contém seis a 50 ou mais núcleos;
Possuem citoplasma granuloso, algumas vezes com vacúolos, fracamente basófilo quando jovens e acidófilo nos maduros;
A superfície ativa dos osteoclastos, voltada para a matriz óssea, apresenta prolongamentos vilosos irregulares, circundado pela zona clara ( pobre em organelas e rica em actina), que é o local de adesão do osteoclasto com a matriz óssea, onde tem lugar a reabsorção óssea;
Secretam ácido, colagenase e outras hidrolases que digerem a matriz orgânica, dissolvendo os cristais de sais de cálcio;
A atividade do osteoclasto é coordenada por citocinas e por hormônios como a calcitonina e o paratormônio.
 
 Matriz óssea:
50% é parte inorgânica (cálcio e fosfato – Ca10(PO4)6(OH)2;
A parte orgânica é formada por fibras colágenas, constituída por colágeno tipo I e por pequena quantidade de proteoglicanas e glicoproteínas.
 
      Periósteo e Endósteo:
A camada mais superficial do periósteo contém fibras colágenas e fibroblastos. As fibras de Sharpey é o que prende o periósteo ao osso;
Na porção mais profunda é mais celular e apresenta células osteoprogenitoras, que vão diferenciar-se em osteoblastos, desempenhando papel importante no crescimento dos ossos e na reparação das fraturas;
O endósteo é constituído por uma camada de células osteogênicas achatadas revestindo as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Havers e os de Volkmann.
 
     Tipos de tecidos ósseos:
Nos ossos longos as epífises são formadas por osso esponjoso com uma delgada camada superficial compacta e a diáfise é quase toda compacta (osso cortical), com osso esponjoso na camada profunda, delimitando o canal medular;
Os ossos curtos têm o centro esponjoso, sendo recoberto por uma camada compacta.
 Os ossos chatos possuem duas camadas compactas (tábuas internas e externas), separadas por osso esponjoso (díploe)
Tecido ósseo primário ou imaturo:
Apresenta fibras colágenas dispostas em várias direções, tem menor quantidade de sais minerais e maior proporção de osteócitos do que o tecido secundário;
No adulto, persiste apenas próximo as suturas dos ossos do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção de tendões.
Tecido ósseo secundário ou lamelar:
Possui fibras colágenas organizadas em lamelas, que u ficam paralelas ou em camada concêntricas, formando ossistemas de Havers ou ósteons.
Histogênese:
Ossificação intramembranosa:
É o processo formador dos ossos frontal, parietal, e de partes do occipital, do temporal e dos maxilares. Contribui para o crescimento dos ossos curtos e para o crescimento em espessura dos ossos longos;
Tem início pela diferenciação de células mesenquimais que se transformam em grupos de osteoblastos, estes sintetizam o osteóide, que logo se mineraliza, englobando alguns osteoblastos que se transformam em osteócitos;
A parte da membrana conjuntiva que não sofre ossificação passa a constituir o endósteo e o periósteo.
Ossificação endocondral:
Tem inicio em uma cartilagem hialina;
Responsável pela formação dos ossos curtos e longos;
Primeiro a cartilagem hialina sofre modificações, havendo hipertrofia dos condrócitos e morte por apoptose dos mesmos, redução e mineralização da matriz cartilaginosa;
Depois as cavidades antes ocupadas pelo condrócitos são invadidas por capilares sanguíneos e células osteogênicas. Tais células diferenciam-se em osteoblastos, que depositarão matriz óssea sobre os tabiques de cartilagem ossificada.
     Crescimento dos ossos:
       Os ossos chatos crescem por formação do tecidoósseo pelo periósteo situado entre as suturas e na face externa do osso, enquanto ocorre reabsorção na face interna.
       Nos ossos longos, as epífises aumentam de tamanho devido ao crescimento radial da cartilagem, acompanhada por ossificação endocondral. A diáfise cresce em extensão pela atividade dos discos epifisários e, em espessura, pela formação do tecido ósseo na superfície externa da diáfise com a reabsorção na superfície interna, o que aumenta o diâmetro do canal medular.
 
     Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.
	
Tecido Muscular
 
     Características:
Origina-se do mesoderma;
Presença de proteínas filamentosas contráteis (miofibrilas);
Componentes recebem nomes especiais: sarcolema (MP), sarcoplasma (citoplasma) e reticulo sarcoplasmático (REL).
   
     Função:
Responsável pelos movimentos corporais.
    
     Classificação:
De acordo com suas características morfológicas e funcionais:
Músculo estriado esquelético:
São formados por feixes de células longas, cilíndricas e multinucleadas, que tem origem no embrião através de células alongadas, os mioblastos;
Possuem envoltórios: epimísio, endomísio e perimísio;
São muito irrigados, cujos vasos sanguíneos penetram no músculo através dos septos de tecido conjuntivo e correm entre as fibras musculares;
Cada fibra muscular apresenta uma terminação nervosa motora (placa motora);
De acordo com a estrutura e a composição química, as fibras musculares esqueléticas dividem-se em: tipo I ou lentas, tipo II ou rápidas e intermediárias;
Sarcoplasma preenchido por fibrilas paralelas, as miofibrilas:
Aparecem com estriações transversais, que são alternâncias das faixas claras e escuras;
Banda A, banda I e linha Z;
A unidade funcional do tecido muscular estriado é o sarcômero: formado pela parte da miofibrila que fica entre duas linhas Z e contêm uma banda A, separando duas semibandas I. ainda na banda A apresenta uma zona mais clara, no centro, chamada banda H;
No microscópio eletrônico observa-se a presença de filamentos finos de actina e filamentos grossos de miosina;
Estes dois filamentos são unidos e presos ao sarcoplasma por diversas proteínas, como a desmina e distrofina;
As miofibrilas contêm quatro proteínas principais:
Actina:
Actina F formada por monômeros globulares (actina G), torcidas uma sobre a outra em forma de hélice dupla;
Possui uma região que interage com a miosina;
Tropomiosina:
Molécula longa e fina;
Localiza-se no sulco existente entre os dois filamentos de actina G;
Troponina:
Possui três subunidades:
TnT, que se liga fortemente à tropomiosina;
TnC, que tem grande afinidade por íon cálcio;
TnI, que cobre o sítio ativo onde ocorre interação entre a actina e miosina;
Miosina:
Molécula grande, em forma de bastão;
Em uma de suas extremidades, possui locais específicos para a combinação com ATP e é dotada de atividade ATPásica;
Nesta parte também se encontra o local de combinação com actina;
Contração muscular:
Durante o ciclo de contração, o filamento de actina desliza sobre o filamento de miosina;
O ATP liga-se à ATPase das cabeças de miosina;
A actina atua como cofator, para liberar a energia química do ATP;
Quando em repouso, a miosina não pode se associar a actina, por causa da repressão do sítio ativo feito pelo complexo troponona-tropomiosina;
Na presença de cálcio, muda a configuração das três moléculas de troponina, liberando o sítio ativo da actina, ativando o complexo miosina-ATP;
Essa atividade resulta do movimento da cabeça da miosina, fazendo o seu deslizamento sobre a actina;
Quando a membrana do retículo sarcoplasmático é despolarizada pelo estímulo nervoso, os íons cálcio são liberados passivamente e atingem os filamentos finos e grossos;
Quando cessa a despolarização, o retículo sarcoplasmático recolhe os íons por processo ativo;
Placa motora:
Local onde se inicia a despolarização da membrana;
Consiste em uma junção entre nervo e músculo, situada na superfície da fibra muscular;
É comandada por nervos motores que se ramificam no tecido conjuntivo do perimísio;
Neste local, o nervo perde a bainha de mielina e forma uma dilatação que se coloca dentro de uma depressão na superfície da fibra muscular;
O terminal axônico apresenta numerosas mitocôndrias e vesículas sinápticas com acetilcolina;
A despolarização, iniciada na placa, propaga-se ao longo da fibra muscular e penetra na sua profundidade através do sistema de túbulos transversais:
É o responsável pela contração uniforme da cada fibra muscular esquelética;
É constituído por uma rede de invaginações tubulares do sarcolema, cujos ramos vão envolver ambas as junções das bandas A e I de cada sarcômero;
Tríade é o complexo formado pelo túbulo T e cisternas terminal do retículo sarcoplasmático presentes em cada lado do túbulo;
Unidade motora:
É a fibra nervosa mais as fibras musculares por ela inervada.
Músculo estriado cardíaco:
É constituído por células alongadas que se anastomosam irregularmente;
Apresentam estriações transversais semelhantes a do músculo esquelético;
Possuem um ou dois núcleos localizados centralmente;
São revestidos por uma delgada bainha de tecido conjuntivo muito irrigado;
Presença de discos intercalares, que são junções onde aparecem zônula de adesão, desmossomos e junções comunicantes;
O sistema T e o retículo sarcoplasmático não são muito desenvolvidos, como no ME, são encontrados ao nível da banda Z;
Presença de díades;
No MC, as mitocôndrias ocupam 40% do volume citoplasmático, refletindo o intenso metabolismo aeróbio;
A principal fonte de energia é os ácidos graxos que são armazenados sob forma de triglicerídeos;
Apresentam grânulos secretores, mais numerosos no átrio esquerdo, que contém molécula precursora do hormônio ou peptídeo atrial natriurético;
Tem sistema próprio de auto-estimulação, composto por células musculares cardíacas modificadas;
Músculo liso:
Formado por associação de células longas, fusiformes, com núcleo único e central;
São revestidas por lâmina basal e mantidas unidas por uma rede muito delgada de fibras reticulares;
O sarcolema apresenta grande quantidade de vesícula de pinocitose;
Os filamentos de actina e miosina não apresentam organização encontrada nas fibras estriadas;
Apresentam feixes de miofilamentos que se cruzam em todas as direções formando uma trama tridimensional;
A miosina da célula lisa só interage com a actina quando a miosina está fosforilada;
O cálcio, no sarcoplasma, forma um complexo com a calmodulina, que ativa a cinase da cadeia leve de miosina, mudando a formação da cabeça, o que resulta no deslizamento dos miofilamentos;
As células apresentam os corpos densos que servem de ancoragem para os filamentos de actina e intermediários;
Não possuem sistema T e o reticulo sarcoplasmático é extremamente reduzido. As vesículas de pinocitose desempenham o papel regulador do cálcio;
Existem terminações nervosas, mas o grau de controle é variado. Recebem fibras do sistema nervoso simpático e parassimpático;
 
Regeneração:
O músculo cardíaco não se regenera. Nas lesões do coração, as partes destruídas são invadidas por fibroblastos que produzem fibras colágenas, formando uma cicatriz de tecido conjuntivo denso;
O músculo estriado esquelético tem pequena capacidade de regeneração. Admite-se que as células satélites sejam responsáveis por esta regeneração. Tais células são mononucleadas, fusiformes, dispostas paralelamente às fibras musculares dentro da lâmina basal. Após uma lesão,as células satélites tornam-se ativas, proliferam por divisão mitótica e se fundem umas às outras para formar novas fibras musculares esqueléticas. As células satélites também entram em mitose quando o músculo é submetido a exercício intenso. Neste caso elas se fundem coma s fibras musculares preexistentes, contribuindo para a hipertrofia do músculo;
O músculo liso é capaz de uma resposta regenerativa mais eficiente. Ocorrendo lesão, ascélulas musculares lisas que permanecem viáveis entram em mitose e reparam o tecido destruído. Na regeneração do tecido muscular liso da parede dos vasos sanguíneos há também a participação dos pericitos, que se multiplicam por mitose e originam novas células musculares lisas.
 
     Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.
Tecido Nervoso 
 
            O tecido nervoso é um dos quatro tios básicos de tecidos do corpo, encontrando-se distribuído por todo organismo. É formado por células, os neurônios e as células glia ou neuroglia. Estas, por sua vez, são formadas pelos astrócitos protoplasmáticos e fibrosos, pelos oligodendrócitos e pelas microglias. Todas estas células agrupam-se, formando o Sistema Nervoso, que é dividido em Sistema Nervoso Central (encéfalo e medula espinhal) e em Sistema Nervoso Periférico (gânglios nervosos e nervos).  
 
     Neurônios
O neurônio é a maior célula nervosa. Histomorfologicamente é formado por um corpo (pericário), onde se localiza o núcleo. Do corpo partem prolongamentos celulares denominados dendritos e um prolongamento citoplasmático chamado axônio, cuja extremidade distal denomina-se telodendro.
          De acordo com sua morfologia, os neurônios podem ser classificados em:
Neurônios Multipolares: Apresentam vários dendritos e um axônio. É o tipo mais comum.
Neurônios Bipolares: Apresentam um dendrito e um axônio, localizados em pólos opostos da célula. Encontrados nos gânglios coclear e vestibular, na retina e na mucosa olfatória.
Neurônios Pseudo-unipolares: Apresentam apenas um prolongamento citoplasmático, que próximo ao pericário bifurca-se em axônio e dendrito. Encontrados nos gânglios espinhais.
Obs.: Todo neurônio pode apresentar um ou vários dendritos, entretanto apresenta só um axônio.
 
          Citomorfologicamente o neurônio apresenta o núcleo arredondado e central. A cromatina nuclear é descondensada ( eucromatina), por isso, o seu núcleo é claro, deixando o nucléolo bem evidente.
           Em neurônios do sexo feminino, encontra-se aderido à face interna do envoltório uma estrutura elétron-densa denominada cromatina sexual.
           No citoplasma dos neurônios destaca-se em volta do Núcleo a presença do Complexo de Golgi que é visto apenas no citoplasma do pericário, não sendo observado no citoplasma dos dendritos, nem do axônio.
           As mitocôndrias são encontradas em grande quantidade no citoplasma dos telodendros, em quantidade moderada no pericário.
           No citoplasma do pericário encontram-se estruturas basófilas, constituídas por polirribossomos livres e Retículo Endoplasmático Rugoso, denominadas Corpúsculo de Nissl. Destacam-se também algumas inclusões citoplasmáticas e algumas vesículas lipídicas.
 
    Sinapses
           São locais de contato entre os neurônios ou entre neurônios e outras células efetuadoras. A função da sinapse é transformar um sinal elétrico do neurônio pré-sináptico em um sinal químico que atua sobre a célula pós-sináptica. A maioria das sinapses transmite informação por meio da liberação de neurotransmissores.
            A sinapse constitui-se por um terminal axônico (terminal pré-sináptico) que traz o sinal, uma região na superfície da outra célula, onde gera um novo sinal (terminal pós-sináptico) e um espaço muito delgado entre os dois terminais, a fenda pós-sináptica.
            A sinapse de um axônio com o corpo celular (pericário) chama-se axo-somática, a sinapse com um dendrito chama-se axo-dendrítica e entre dois axônios chama-se axo-axônica. O terminal pré-sináptico contém vesículas sinápticas com neurotransmissores e contém também muitas mitocôndrias. Por não possuir estas vesículas é rara a passagem de estímulo nervoso de um dendrito para outro, mas isto acontece, sendo chamada de sinapse dentro-dendrítica.
 
      Neuroglia
Astrócitos protoplasmáticos: (localizam-se na substância branca) Citomorfologicamente apresentam o corpo arredondado, de onde partem numerosos prolongamentos citoplasmáticos, sendo estes grossos e intensamente ramificados. Alguns destes prendem-se à parede endotelial dos capilares sanguíneos, sendo chamados de pés-vasculares. Por isso são responsáveis pela sustentação e nutrição do tecido nervoso. Participam também do controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular dos neurônios.
Astrócitos fibrosos: Apresentam corpo celular de uma forma irregular, de onde partem numerosos prolongamentos citoplasmáticos, sendo estes muito ramificados. Alguns destes formam os pés-vasculares, por isso, também são responsáveis pela nutrição e sustentação do tecido nervoso.
Oligodendrócitos: Apresentam o corpo celular, geralmente, com a forma hexagonal, de onde partem poucos prolongamentos citoplasmáticos, sendo estes finos e pouco ramificados. Formam a bainha de mielina no SNC.
Microglias: Apresentam corpo pequeno e oval, de onde partem numerosos prolongamentos, sendo estes finos e intensamente ramificados, conferindo à célula um aspecto espinhoso. São células fagocitárias e representam o sistema histiocitário.
Células Ependimárias: São células epiteliais colunares que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal. Em alguns locais as células ependimárias são ciliadas, o que facilita a movimentação do líquido cefalorraquidiano.
Obs.: As células da neuroglia não são evidenciáveis à microscopia óptica em cortes corados por método de rotina (HE). Para observá-las faz-se necessário colorações especiais que utilizam a prata e o ouro.
 
Sistema nervoso
 
     Sistema nervoso central (SNC):
É formado pelo cérebro, cerebelo e medula espinhal;
Substância branca:
É constituída por axônios mielinizados, oligodendrócitos produtores de mielina. Possui também outras células da glia;
É predominante nas partes centrais do cérebro e do cerebelo, já na medula localiza-se externamente.
Substância cinzenta:
É formada de corpos de neurônios, dendritos, a porção inicial não mielinizada dos axônios e células da glia;
Predomina na superfície do cérebro e do cerebelo, constituindo o córtex cerebral e cerebelar, enquanto na medula localiza-se internamente, com a forma de letra H, que, por sua vez, possui um corno anterior, onde possui neurônios motores e um orno posterior, que recebe as fibras sensitivas. Tais neurônios são multipolares e volumosos;
No córtex cerebral a substância cinzenta está organizada em seis camadas, já no córtex cerebelar existem três camadas, a camada molecular, a mais externa; uma camada central com grandes células de Purkinje; e uma camada granulosa mais central, formada por neurônios muito pequenos.
Meninges:
É formada por tecido conjuntivo e envolve o SNC;
São formadas por três camadas:
Dura-máter: É a meninge mais externa, constituída por tecido conjuntivo denso, contínua com o periósteo dos ossos da caixa craniana e separada do periósteo das vértebras, formando o espaço peridural, que contém tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo;
Aracnóide: É formada por tecido conjuntivo sem vasos sanguíneos, com suas superfícies revestidas por epitélio simples pavimentoso. A parte que a mantém contato com a dura-máter é constituída por membrana, possuindo um espaço entre elas, o espaço subdural; e a parte que a liga com a pia-máter é constituída de traves, formando uma cavidade, o espaço subaracnóideo, que contém líquido cefalorraquidiano, constituindo um colchão hidráulico;
Pia-máter: É muito vascularizada e aderente ao tecido nervoso, ficando entre eles prolongamentos dos astrócitos. A sua superfície externa é revestida por células achatadas.
 
     Sistema nervoso periférico (SNP):
         É formado por nervos, gânglios e terminações nervosas.
Fibras nervosas:
Constituídas por um axônio e suas bainhas envoltórias;
Seus grupos formam os feixes ou tratos do SNC e os nervos do SNP;
Nas fibras periféricas a célula envoltória é a célula de Schwann, já no SNC estas células são os oligodendrócitos. O conjuntode envoltórios é denominado bainha de mielina, que se interrompe em intervalos regulares, formando os nódulos de Ranvier;
O tecido de sustentação dos nervos é constituído por uma camada fibrosa mais externa de tecido conjuntivo denso, oepineuro, que reveste o nervo. Cada um dos feixes é revestido por uma bainha de várias camadas de células, operineuro.  Os axônios estão envolvidos por bainha de células de Schwann, com sua lâmina basal e um envoltório conjuntivo constituído principalmente por fibras reticulares, o endoneuro.
Gânglios:
É o acumulo de neurônios localizados fora do SNC;
São esféricos protegidos por cápsulas conjuntivas e associados a nervos;
Conforme a direção do impulso nervoso, os gânglios podem ser:
Gânglios sensoriais (aferentes): podem estar associados aos nervos cranianos (gânglio cranianos) ou localizados nas raízes dorsais dos nervos espinhais (gânglios espinhais), que são aglomerados de grandes corpos neuronais, com muitos corpos de Nissl e circundados por células da glia, denominadas células satélites. Os neurônios dos gânglios cranianos e espinhais são pseudo-unipolares. O gânglio do nervo acústico é o único bipolar. Um estroma de tecido conjuntivo forma uma cápsula que protege o gânglio;
Gânglios do sistema nervoso autônomo (eferente): aparecem como formações bulbosas ao longo dos nervos do sistema nervoso autônomo, localizando-se alguns no interior de certos órgãos, principalmente na parede do tubo digestivo, formando os gânglios intramurais. Os neurônios são geralmente multipolares, com a camada de células satélites incompleta.
     Sistema nervoso autônomo:
Relaciona-se com o controle da musculatura lisa, com a modulação do ritmo cardíaco e com a secreção de algumas glândulas, mantendo a homeostase;
É formado por aglomerados de células nervosas, localizadas no SNC, por fibras que saem do SNC através dos nervos cranianos e espinhais e pelos gânglios nervosos situados ao longo dessas fibras;
É uma rede de dois neurônios. O primeiro está ligado no SNC e entra em conexão sináptica com o segundo no gânglio. As fibras que ligam o primeiro ao segundo são as pré-ganglionares e as que partem do segundo são as pós-ganglionares;
É formado por duas partes distintas: o sistema simpático, que possui núcleos nas porções torácica e lombar da medula, em geral, tem ação estimuladora e tem como mediador químico a noradrenalina; e o sistema parassimpático, cujos núcleos situam-se no encéfalo e na porção sacral da medula, em geral, tem ação inibidora, e tem como mediador químico a acetilcolina.
 
     Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.

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