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Trabalho TTG 1

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GRUPO INSTITUCIONAL
 
A pesquisa sobre grupos começou no final do século XIX denominado psicologia das massas ou psicologia das multidões por Gustav Le Bom dando origem à psicologia social. Ao decorrer do tempo novos estudos foram sendo realizados e Kurt Lewin desenvolveu a primeira teoria consistente sobre grupos.
Temas importantes da teoria de grupos de Lewin é que o grupo precisa ter um objetivo em comum, uma liderança e uma coesão. Kurt Lewin também aponta a teoria do campo grupal onde aparecem desejos, expectativas, medos, identificações, papeis, comunicação, resistências, elaborações, etc. 
Existem várias características que determinam e diferenciam os grupos como, homogêneo e heterogêneo, aberto e fechado, tempo, duração, espaço, assuntos, formas de seleção e ingresso, etc.
O grupo institucional é um tipo de grupo operativo, onde ocorre a evolução dos membros na forma de aprendizagem, ensino e troca de experiências sobre um determinado assunto aplicado em instituições como escola, igreja, associações, empresas, etc. sempre direcionadas com normas estipuladas pelo líder ou pela instituição. 
AADA – ASSOCIAÇÃO DE APOIO AO DEFICIENTE AUDITIVO
A AADA – Associação de Apoio ao Deficiente Auditivo é uma instituição organizacional não governamental, sem fins lucrativos cujo objetivo é atender crianças e adolescente até 18 anos. 
Fundada em 24 de maio de 1989, a associação foi criada, por não haver em São José dos Campos nenhuma instituição que pudesse atender crianças e adolescentes com deficiência auditiva e surdez. 
A ideia surgiu de duas profissionais recém-formadas na área de fonoaudiologia e educação, iniciando assim o atendimento especializado focado na qualidade de vida, capacitando crianças e adolescentes com deficiência auditiva para o exercício da cidadania com dignidade.
A ADDA está localizada em uma região de fácil acesso no bairro Jd. Bela Vista, próximo a rodoviária velha no centro de São José dos Campos tendo seu funcionamento de segunda a sexta-feira das 08h00 às 12h00 e das 13h00 às 17h00 
A Associação apresenta uma ampla estrutura física, disponibilizando boas acomodações, acessibilidades para Pessoas com Deficiência, banheiros higienizados, equipamentos qualificados para cada área e estacionamento para o público. Atualmente é composta por 10 funcionários, sendo: 1 Presidente da Associação, 3 Fonoaudiólogas, 1 Psicopedagoga, 1 Instrutor de Libras, 1 Coordenadora Administrativa, 1 Psicóloga, 1 Educadora, 1 Recepcionista e 3 Voluntários. 
Atualmente a AADA tem 65 usuários entre crianças e adolescentes, além dos atendimentos que são estendidos aos pais e familiares. O atendimento é voltado para residentes da cidade de São José dos Campos e outras cidades da região metropolitana do Vale do Paraíba.
A Associação atende projetos na área da saúde e na área social, sendo este último o maior deles devido a parceria com a prefeitura de São José dos Campos.
A oficina de convivência é composta por crianças/adolescentes e seus responsáveis, além da psicopedagoga, da psicóloga e do instrutor de libras. Ela é dividida em dois momentos. O primeiro momento tem como objetivo trabalhar a convivência e a interação desses responsáveis com as crianças e os adolescentes em libras, pois, acredita-se que para alguns, este é o único momento que eles têm para interagir com pessoas surdas. Alguns dos atendidos estudam na escola bilíngue municipal Profª Maria Aparecida dos Santos Ronconi, no Jardim Jussara localizada na região central da cidade.
Em um segundo momento, ocorre uma divisão na oficina de convivência, onde as crianças e os adolescentes passam a ficar com a psicopedagoga e o instrutor de libras trabalhando temas importantes a fim de auxiliar o convívio deles com os ouvintes. Em seguida os responsáveis acompanham a psicóloga para outro ambiente mais reservado, onde o grupo passa a ser chamado de Grupo de Pais.
Esse grupo surgiu através de outro programa chamado Sala de Recursos, onde duas vezes por semana esses responsáveis se dirigiam até a AADA para serem auxiliados com duvidas em relação à escola, carteirinha para ônibus, documentação para o INSS, laudos da fonoaudióloga para comprovação que essas crianças/adolescentes continuam surdos, além dos relatos de problemas familiares, a difícil aceitação no ambiente familiar e suas angústias.
A ideia do grupo é fazer com que esses responsáveis vejam a AADA como um espaço não só como uma instituição para o filho e sim que eles vejam que o espaço é para eles também, pois são pais que se sentem sozinhos em diversos momentos de suas vidas, e através do grupo pela troca de experiências eles percebem que não estão sozinhos.
O grupo é fechado, as sessões são conduzidas por uma psicóloga (de abordagem psicanalítica), os conteúdos são desenvolvidos em cima de temas previamente elegidos pela psicóloga ou trazidos pelos responsáveis, através de alguma vivência ou dúvida.
	
 RELAÇÃO ENTRE O GRUPO INSTITUCIONAL, AADA E A PSICANÁLISE
No texto "Psicologia das massas e análise do eu" Freud convoca a psicanálise a se ocupar do social, poderíamos dizer, dos laços sociais. A explicação da libido e do amor como aquilo que uniria a massa, junto à necessidade que tem o indivíduo de um outro, é o que acrescenta Freud aos pesquisadores mencionados, segundo sua interpretação. Recordemos que ele disse, desde o projeto, que o inicial desamparo do ser humano é a fonte primordial de todos os motivos morais. Assim, Freud explicará o fenômeno de massas artificiais, como o exército e a igreja, pelos laços libidinais, duplos, ao condutor e entre os membros da massa.
Os grupos humanos apresentam mais uma vez o quadro familiar de um indivíduo de força superior em meio a um bando de companheiros iguais. 
Desde o princípio, houve dois tipos de psicologia, a dos membros individuais do grupo e a do pai, chefe ou líder.
Em uma reflexão mais profunda, os membros do grupo achavam-se sujeitos a vínculos, tais como os que percebemos atualmente. O pai era livre, não necessitava do esforço do outro. A congruência nos leva a pensar que seu ego possuía poucos laços libidinais.
Na vida psíquica do indivíduo, o outro entra em consideração de maneira bem regular como modelo, objeto, ajudante e adversário, e, por isso, desde o princípio, a psicologia individual também é ao mesmo tempo psicologia social nesse sentido ampliado.
Todas as relações que o indivíduo mantém com seus pais, irmãos, o objeto amoroso, se tornam material de investigação psicanalítica e podem reivindicar o direito de serem apreciadas como fenômenos sociais.
A visão de saúde de Pichon-Rivière pressupõe uma ação humana em que figurem integradamente o sentir, o pensar e o agir. 
Pichon-Rivière acredita que as fantasias inconscientes seriam os obstáculos a esse movimento; nessa perspectiva, a explicitação dos conteúdos latentes seria uma forma privilegiada de atuação do coordenador. No entanto, o que caracteriza a intervenção adequada é seu caráter operativo, ou seja, a possibilidade de restituir o movimento dialético ao grupo, independentemente do modo ou conteúdo da intervenção.
Para Pichón um Grupo Operativo cumpre uma função terapêutica. No qual terá um objetivo comum entre todos, que pode ser explícito ou implícito. Por meio da realização da tarefa será tratada as ansiedades e dificuldades de aprendizagem e comunicação afim de que ocorra uma reaprendizagem, consequentemente trará qualidade de vida para o sujeito e aspectos progressivos.
Segundo Pichón em um grupo existe dois níveis, sendo eles a horizontalidade e verticalidade. A horizontalidade é o comum do grupo, ou seja, os fatores predominantes na totalidade do grupo, já a verticalidade é a que representa a história pessoal de cada indivíduo. É possível identificar ambas na fala do porta-voz pois elas se conjugam. 
Para Abduch (1999),
Cada integrante do grupo comparece com sua história pessoal consciente e inconsciente, isto é, com sua verticalidade. Na medida em que se constituem em grupo passam a compartilharnecessidades em função de objetivos comuns e criam uma nova história, a horizontalidade do grupo, que não é simplesmente a somatória de suas verticalidades pois há uma construção coletiva resultante da interação de aspectos de sua verticalidade, gerando uma história própria, inovadora que dá ao grupo sua especificidade e identidade grupal.
Pichón também indica seis vetores de interação grupal. O primeiro é a Afiliação/Pertença que é a identificação dos integrantes do grupo com a tarefa designada, quando há mais identificação é Pertença, e quando há menos Afiliação. O segundo é a Cooperação, como o próprio nome já sugere é a maneira que o grupo irá ajudar a si próprios e ao terapeuta, os papéis são complementares quando há cooperação. A Pertinência é o nível de concentração na tarefa e a coerência com o foco do grupo. A quarta é a Comunicação que envolve um emissor, um receptor e uma mensagem, cabe ao coordenador grupal a responsabilidade de comunicação e resolução de problemas e mal-entendidos entre os participantes. A Aprendizagem é a totalidade do grupo, as contribuições de cada integrantes que irá somar informações ajudando na melhora, mudança e amadurecimento dos integrantes. E o último é a Tele é um conceito inicialmente proposto por Moreno e entendido por Pichón como a relação de aproximação/afastamento entre os participantes do grupo, a interação entre eles a partir da primeira impressão que tiveram uns dos outros e a impressão que terão depois do primeiro contato. 
Em poucas palavras, a pertença consiste na sensação de sentir-se parte, a cooperação consiste nas ações com o outro e a pertinência na eficácia com que se realizam as ações. Por outro lado, a comunicação pode ser caracterizada como o processo de intercâmbio de informação, que pode ser entendido desde o ponto de vista da teoria da comunicação ou a partir da teoria psicanalítica, etc.; a aprendizagem, como a preensão instrumental da realidade e a tele – palavra de origem grega, tomada de Moreno –, como a distância afetiva (positiva-negativa). (VISCA, J. 1987, p.39)
Podemos dizer que a AADA constitui-se como grupo institucional conforme (ZIMERMAN, 2000). Grupos institucionais referem-se a grupos realizados em instituições em geral. Nas empresas, o psicólogo organizacional desenvolve trabalhos com colaboradores; nas escolas podem ser realizados grupos de pais, de alunos e/ou de professores.
Segundo Zimerman (2000) possui esse nome porque consiste de pessoas que apresentam o mesmo tipo de necessidades, isto é, são considerados grupos homogêneos. Como exemplos há: alcoólicos anônimos (A. A.), narcóticos anônimos (N.A.) e neuróticos anônimos (N.A.). 
Grupos de autoajuda. Assim como os demais, essa modalidade grupal apresenta benefícios terapêuticos. São grupos formados espontaneamente e que preservam o anonimato. A característica fundamental, como ressalta Zimerman (2000) está na liderança do grupo: “costumam operar sob a liderança de pessoas pertencentes a mesma categoria diagnóstica dos demais integrantes e que passaram, ou estão passando, pelas mesmas dificuldades e experiências afetivas destes” (p. 212). 
Grupos psicoterápicos propriamente ditos. Este item refere-se basicamente ao enfoque teórico-técnico ao qual cada abordagem teórica está fundamentada: psicanalítica, cognitivo-comportamental, psicodrama e sistêmica.
Homogêneo. Segundo Zimerman (2000) destina-se àquele grupo de pessoas que possuem características comuns. São exemplos: grupos de obesos, deprimidos, psicossomatizadores, etc.
Todos os grupos contêm, em princípio, os mesmos ingredientes, os quais podem ser empregados em diferentes combinações. Nesse sentido, novos modelos de grupo têm sido propostos: intervenção em situações de crises, problemas interpessoais, história recorrente de depressão, vítimas de desastres e outras condições. No caso a ADAA apoio ao deficiente auditivo.
Não poderíamos deixar de mencionar os grupos de autoajuda, em expansão nas últimas três décadas. São inúmeras as organizações que se formam espontaneamente, com alguns milhões de membros em todo o mundo que compartilham problemas psicológicos ou condições médicas semelhantes, reunindo-se para trocar informações e oferecer apoio mútuo. Essas associações auxiliam tanto o próprio doente quanto os respectivos familiares e amigos, e são dirigidas por eles mesmos, sem a presença de especialistas no assunto. Um dos motivos que provavelmente contribuem para que os grupos de autoajuda sejam bem-sucedidos e alcancem bons resultados é a otimização de fatores terapêuticos, tais como a universalidade, altruísmo, a instilação de esperança e o apoio mútuo, o que reforça o pressuposto de que cada membro do grupo é agente de sua própria mudança.
Conforme citado acima por Zimerman (2000), confere também a ADAA um grupo de autoajuda psicoterápicos e homogêneo, podendo assim dizer que é um grupo institucional, tendo em vista suas características. 
CONCLUSÃO
A pesquisa sobre grupos começou no final do século XIX denominado psicologia das massas ou psicologia das multidões por Gustav Le Bom dando origem à psicologia social. Ao decorrer do tempo novos estudos foram sendo realizados e Kurt Lewin desenvolveu a primeira teoria consistente sobre grupos.
Temas importantes da teoria de grupos de Lewin é que o grupo precisa ter um objetivo em comum, uma liderança e uma coesão. Kurt Lewin também aponta a teoria do campo grupal onde aparecem desejos, expectativas, medos, identificações, papeis, comunicação, resistências, elaborações, etc. 
Podemos ver hoje vários tipos de grupos entre eles os institucionais, grupos de moradores, alcoólicos anônimos, grupos de autoajuda etc.
Como exemplo de grupo institucional mencionamos a AADA que promove benefícios amplos aos participantes através da sua metodologia e projetos bem elaborados.
Contando com uma equipe composta por Presidente da Associação, Fonoaudiólogas, Psicopedagoga, Instrutor de Libras, Coordenadora Administrativa, Psicóloga, Educadora, Recepcionista e Voluntários. 
As oficinas oferecem atividades que valorizam a interação e ao mesmo tempo desenvolvimento cognitivo com atividades bem elaboradas.
Cada Grupo com sua característica peculiar, o de Autoajuda benefícios terapêuticos; 
Os psicoterápicos propriamente ditos, refere-se basicamente ao enfoque teórico-técnico ao qual cada abordagem teórica está fundamentada: psicanalítica, cognitivo-comportamental, psicodrama e sistêmica;
O Homogêneo Segundo Zimerman (2000) destina-se àquele grupo de pessoas que possuem características comuns.
Na verdade, todos promovem o estreitamento das relações humana por meio de técnicas desenvolvidas a partir de estudos realizados por teóricos renomados conforme mencionados acima. 
REFERÊNCIAS
ABDUCH, C. Grupos Operativos com Adolescentes. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área de Saúde do Adolescente e do Jovem. Cadernos, juventude, saúde e desenvolvimento. v. 1 Brasília, DF, ago. 1999.v. 1.
Zimerman, David E. Fundamentos Básicos das Grupoterapias. 2º edição. Artmed.
Bock, Ana Mercês. Psicologias - Uma introdução ao estudo de Psicologia. Saraiva.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931992000200005
Acesso em: 10/04/2019
Freud, Sigmund, 1856 – 1939
Psicologia das massas e análise do eu / Sigmund Freud, revisão técnica e prefácio de Edson Sousa, ensaio bibliográfico de Paulo Endo e Edson Sousa – Porto Alegre, RS L&PM, 2013.
BERSTEIN, M . Contribuições de Pichon-Rivière à psicoterapia de grupo. In: OSORIO, L. C. et al.. Grupoterapia hoje. Porto Alegre: Artes Medicas, 1986.
VISCA, J. Clínica psicopedagógica: epistemologia convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

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