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OAB 1ª FASE XII EXAME 
Lei 8.078/90 
Cristiano Sobral 
1 
Livros Indicados: Direito do Consumidor 
para Concursos. Ed. Saraiva e Direito Civil 
Sistematizado 5ª edição. Ed. Gen/ Método. 
Vade de Civil e Empresarial Grupo Gen 
(esse é o vade que será utilizado na nossa 
segunda fase pessoal). Sites para a compra 
do material: 
 
www.armador.com.br 
www.leinova.com.br 
www.grupogen.com.br 
 
 
 
Instagram: @cristianosobral 
Tw: @profCrisSobral 
FB: Professor Cristiano Sobral 
www.professorcristianosobral.com.br 
 
 
1. Código de Defesa do Consumidor. 
Origem. Diálogo das Fontes 
 
Matriz constitucional de criação: 
 
XXXII - o Estado promoverá, na forma 
da lei, a defesa do consumidor; 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada 
na valorização do trabalho humano e 
na livre iniciativa, tem por fim 
assegurar a todos existência digna, 
conforme os ditames da justiça social, 
observados os seguintes princípio: 
[...] 
V – A Defesa do Consumidor 
 
Art. 48. O Congresso Nacional, dentro 
de cento e vinte dias da promulgação 
da Constituição, elaborará código de 
defesa do consumidor. 
 
Advento do CDC: 
 
Art. 1° O presente código estabelece 
normas de proteção e defesa do 
consumidor, de ordem pública e 
interesse social, nos termos dos arts. 
5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da 
Constituição Federal e art. 48 de suas 
Disposições Transitórias. 
 
O CDC consiste em uma norma de sobre 
direito ou superestrutura jurídica multidiciplinar. 
Daí ser possível falar-se em um Diálogo 
Sistemático de Subsidiariedade, bem como em 
um diálogo das fontes. 
 
Demais disso, o art. 7º do CDC permite a 
aplicação de outras normas mais benéficas: 
 
Art. 7° Os direitos previstos neste 
código não excluem outros 
decorrentes de tratados ou 
convenções internacionais de que o 
Brasil seja signatário, da legislação 
interna ordinária, de regulamentos 
expedidos pelas autoridades 
administrativas competentes, bem 
como dos que derivem dos princípios 
gerais do direito, analogia, costumes e 
eqüidade. 
 
 
O que seria a proibição do retrocesso social? 
 
Mas o CDC, como dito, incide nas hipóteses de 
relação de consumo. O que é uma relação de 
consumo? 
 
2. Relação de Consumo 
 
Compulsando o CDC infere-se que ele não traz 
o conceito de relação de consumo, mas 
enuncia seus elementos: sujeito e objeto. 
 
Fala-se em elementos: 
 
a) Subjetivo: (sujeito): Necessário que 
em um dos pólos esteja o consumidor 
e em outro pólo esteja o fornecedor. 
 
b) Objetivo (objeto): produto ou 
serviço. 
 
É sobre esses elementos que passamos a nos 
debruçar. 
 
O que seria o princípio da harmonia nas 
relações de consumo? 
 
2.1 Elementos Subjetivos 
 
a) Consumidor (conceito) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ao analisar o consumidor, infere-se que há 
presença, no CDC, de um consumidor padrão 
e um consumidor por equiparação. Vamos 
iniciar com a análise do consumidor padrão. 
 
a.1) Consumidor Padrão 
 
Previsto no art. 2º, caput do CDC: 
 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa 
física ou jurídica que adquire ou utiliza 
produto ou serviço como destinatário 
final. 
 
 
Há no conceito de consumidor a presença de: 
 
I) Elemento subjetivo. O que é? 
 
Possíveis questões de prova: 
 
- ENTES DESPERSONALIZADOS. 
 
- NECECIDADE DE DEMONSTRAÇAO DE 
VULNERABILIDADE PELAS PESSOAS 
JURÍDICAS (STJ) 
 
O próprio art 5 da CF/88 ao ordenar um 
sistema mais protetivo ao consumidor, acaba 
por trazer, implicitamente, a sua 
vulnerabilidade, o qual e reafirmado no art. 4º, 
I, do CDC: 
 
Art. 4º A Política Nacional das 
Relações de Consumo tem por 
objetivo o atendimento das 
necessidades dos consumidores, o 
respeito à sua dignidade, saúde e 
segurança, a proteção de seus 
interesses econômicos, a melhoria da 
sua qualidade de vida, bem como a 
transparência e harmonia das relações 
de consumo, atendidos os seguintes 
princípios: (Redação dada pela Lei nº 
9.008, de 21.3.1995) 
I - reconhecimento da vulnerabilidade 
do consumidor no mercado de 
consumo; 
 
Por conta dessa presunção, há até mesmo no 
STJ notícias de cláusulas que são entendidas, 
previamente, abusivas ou anti-funcionais, como 
soe demonstra a Sumula 302: 
 
Súmula 302, STJ: É abusiva a 
cláusula contratual de plano de saúde 
que limita no tempo a internação 
hospitalar do segurado. 
 
Tal presunção de vulnerabilidade, porém, vem 
sendo aplicada previamente em relação às 
pessoas físicas, não às jurídicas (RESP 684 
613/SP e RESP 716877 STJ). Fala-se, em 
relação às jurídicas, em uma vulnerabilidade 
funcional, que há de ser demonstrada no caso 
concreto. 
 
Mas o que é a vulnerabilidade? 
 
Facetas da vulnerabilidade: 
 
a) Econômica 
b) Técnica 
c) Fática 
d) Jurídica 
e) Política 
f) Informativa 
 
 
II) Elemento anímico. O que é? 
 
Possíveis questões de prova: 
 
- VEJA QUE A RELAÇÃO DE CONSUMO NÃO 
É EXCLUSIVAMENTE DE CARÁTER 
CONTRATUAL 
- FALANDO-SE EM DESTINAÇÃO FINAL, 
EXCLUI-SE DE LOGO O INTERMEDIÁRIO. 
 
- O QUE SERIA REALMENTE DESTINAÇÃO 
FINAL? (STJ - RESP 541 867). 
 
a) Corrente Maximalista 
b) Corrente Finalista 
O que seria o finalismo evoluído ou 
abrandado? 
 
 
a.2) Consumidor por equiparação legal 
 
- A coletividade de pessoas, ainda que 
indeterminadas, que haja intervindo pela 
relação de consumo (p.u do art. 2º) 
 
Parágrafo único. Equipara-se a 
consumidor a coletividade de pessoas, 
 
 
 
 
 
 
 
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ainda que indetermináveis, que haja 
intervindo nas relações de consumo 
 
- Todas as vítimas do evento (acidente de 
consumo) - (art. 17) 
 
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, 
equiparam-se aos consumidores todas 
as vítimas do evento. 
 
 
 
- Todas as pessoas, determinadas ou não, 
expostas às práticas comerciais previstas no 
CDC (art. 29) 
 
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e 
do seguinte, equiparam-se aos 
consumidores todas as pessoas 
determináveis ou não, expostas às 
práticas nele previstas. 
 
Artigo extremamente importante, pois protege a 
todos contra o ostensivo marketing indevido 
(RESP 341405). 
 
b) Fornecedor (conceito) 
 
O conceito legal de fornecedor esta no art. 3 do 
CDC: 
 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa 
física ou jurídica, pública ou privada, 
nacional ou estrangeira, bem como os 
entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividade de produção, 
montagem, criação, construção, 
transformação, importação, 
exportação, distribuição ou 
comercialização de produtos ou 
prestação de serviços. 
 
 
A doutrina, com base nesse conceito legal, 
também decompõe em dois elementos, mais 
uma vez o subjetivo e o anímico. 
 
2.2 Elemento Objetivo 
 
Entende-se como elemento objetivo da relação 
de consumo o seu objeto, o qual pode ser um 
produto ou serviço. 
 
a) Produto (conceito) - § 1º do art. 3º do CDC 
 
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel 
ou imóvel, material ou imaterial. 
 
 
- Doutrina: bem despido de economicidade 
não pode ser produto - Ex: integridade 
física, vida, honra e liberdade não pode ser 
produto de consumo. 
 
- A onerosidade da relação jurídica não 
integra o conceito de produto - pode 
decorrer de uma relação gratuita, o que se 
exige é que o bem seja apreciável 
economicamente – ex: fornecimento de 
amostra grátis. 
 
b) Serviço (§ 2 do art. 3º do CDC) 
 
§ 2° Serviço é qualquer atividade 
fornecida no mercado de consumo, 
mediante remuneração, inclusive as 
de natureza bancária, financeira, de 
crédito e securitária, salvo as 
decorrentes das relações de caráter 
trabalhista. 
 
É atividade, um comportamento humano.Sobre o tema, atente-se para as 
considerações: 
 
- A onerosidade integra o conceito de serviço, 
mas a contraprestação pode ser direta ou 
indireta. 
 
Temas polêmicos sobre o elemento objetivo: 
 
I) SERVIÇOS PÚBLICOS PODEM SER 
CONSIDERADOS COMO SERVIÇOS DE 
CONSUMO? 
 
O CDC trata sobre o tema nos arts. 6º, X e 22: 
 
Art. 6º São direitos básicos do 
consumidor: 
X - a adequada e eficaz prestação dos 
serviços públicos em geral. 
 
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou 
suas empresas, concessionárias, 
permissionárias ou sob qualquer outra 
forma de empreendimento, são 
 
 
 
 
 
 
 
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obrigados a fornecer serviços 
adequados, eficientes, seguros e, 
quanto aos essenciais, contínuos. 
Parágrafo único. Nos casos de 
descumprimento, total ou parcial, das 
obrigações referidas neste artigo, 
serão as pessoas jurídicas compelidas 
a cumpri-las e a reparar os danos 
causados, na forma prevista neste 
código. 
 
Há diferenças entre serviços públicos próprios 
e impróprios (uti singuli)? 
 
 
II) SERVIÇOS BANCÁRIOS SOFREM 
INCIDÊNCIA DO CDC OU NÃO? 
 
O §2º do art. 3º do próprio CDC (acima 
mencionado) inclui o serviço de natureza 
bancária. 
 
Os bancos entraram com uma ADI contra esse 
dispositivo, alegando, com base no art. 192, 
CF, que, não sendo o CDC uma LC, não pode 
ele reger o Sistema Financeiro Nacional. 
 
Art. 192. O sistema financeiro 
nacional, estruturado de forma a 
promover o desenvolvimento 
equilibrado do País e a servir aos 
interesses da coletividade, em todas 
as partes que o compõem, 
abrangendo as cooperativas de 
crédito, será regulado por leis 
complementares que disporão, 
inclusive, sobre a participação do 
capital estrangeiro nas instituições que 
o integram. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 40, de 
2003) 
 
Hoje prepondera que o CDC é aplicável às 
instituições financeiras sem qualquer limitação. 
Mas entendeu-se que, no caso da taxa de 
juros, está só poderá ser atacada no caso 
concreto. Nesse sentido, a súmula 297, do 
STJ: 
 
Súmula 297, STJ: O Código de Defesa 
do Consumidor é aplicável às 
instituições financeiras. 
 
 
3. Direitos Básicos do Consumidor 
 
 
Estão previstos no art. 6 do CDC: 
 
Art. 6º São direitos básicos do 
consumidor: 
I - a proteção da vida, saúde e 
segurança contra os riscos 
provocados por práticas no 
fornecimento de produtos e serviços 
considerados perigosos ou nocivos; 
II - a educação e divulgação sobre o 
consumo adequado dos produtos e 
serviços, asseguradas a liberdade de 
escolha e a igualdade nas 
contratações; 
III - a informação adequada e clara 
sobre os diferentes produtos e 
serviços, com especificação correta de 
quantidade, características, 
composição, qualidade e preço, bem 
como sobre os riscos que apresentem; 
III - a informação adequada e clara 
sobre os diferentes produtos e 
serviços, com especificação correta de 
quantidade, características, 
composição, qualidade, tributos 
incidentes e preço, bem como sobre 
os riscos que apresentem; (Redação 
dada pela Lei nº 12.741, de 2012) 
Vigência 
IV - a proteção contra a publicidade 
enganosa e abusiva, métodos 
comerciais coercitivos ou desleais, 
bem como contra práticas e cláusulas 
abusivas ou impostas no fornecimento 
de produtos e serviços; 
V - a modificação das cláusulas 
contratuais que estabeleçam 
prestações desproporcionais ou sua 
revisão em razão de fatos 
supervenientes que as tornem 
excessivamente onerosas; 
VI - a efetiva prevenção e reparação 
de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos e difusos; 
VII - o acesso aos órgãos judiciários e 
administrativos com vistas à 
prevenção ou reparação de danos 
patrimoniais e morais, individuais, 
coletivos ou difusos, assegurada a 
 
 
 
 
 
 
 
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proteção Jurídica, administrativa e 
técnica aos necessitados; 
VIII - a facilitação da defesa de seus 
direitos, inclusive com a inversão do 
ônus da prova, a seu favor, no 
processo civil, quando, a critério do 
juiz, for verossímil a alegação ou 
quando for ele hipossuficiente, 
segundo as regras ordinárias de 
experiências; 
IX - (Vetado); 
X - a adequada e eficaz prestação dos 
serviços públicos em geral. 
 
Como se dá do direito à informação? 
 
Art. 6º São direitos básicos do 
consumidor: 
I - a proteção da vida, saúde e 
segurança contra os riscos 
provocados por práticas no 
fornecimento de produtos e serviços 
considerados perigosos ou nocivos; 
II - a educação e divulgação sobre o 
consumo adequado dos produtos e 
serviços, asseguradas a liberdade de 
escolha e a igualdade nas 
contratações; 
III - a informação adequada e clara 
sobre os diferentes produtos e 
serviços, com especificação correta de 
quantidade, características, 
composição, qualidade e preço, bem 
como sobre os riscos que apresentem; 
III - a informação adequada e clara 
sobre os diferentes produtos e 
serviços, com especificação correta de 
quantidade, características, 
composição, qualidade, tributos 
incidentes e preço, bem como sobre 
os riscos que apresentem; (Redação 
dada pela Lei nº 12.741, de 2012) 
Vigência 
 
 
 
 
 
 
IV - a proteção contra a publicidade 
enganosa e abusiva, métodos 
comerciais coercitivos ou desleais, 
bem como contra práticas e cláusulas 
abusivas ou impostas no fornecimento 
de produtos e serviços; 
 
Precisa de cláusula expressa no contrato? 
 
Boa-fé: 
 
Subjetiva – Bona Fides romana. 
 
Objetiva - treu und glauben - Germânica 
 
 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem 
ser interpretados conforme a boa-fé e 
os usos do lugar de sua celebração. 
 
Art. 422. Os contratantes são 
obrigados a guardar, assim na 
conclusão do contrato, como em sua 
execução, os princípios de probidade 
e boa-fé. 
 
Funções da Boa-Fé Objetiva: 
 
- Interpretativa 
 
En. 27. Art. 422: na interpretação da 
cláusula geral da boa-fé, deve-se levar 
em conta o sistema do Código Civil e 
as conexões sistemáticas com outros 
estatutos normativos e fatores 
metajurídicos. 
 
- Integrativa 
 
En. 24.: Art. 422.: em virtude do 
princípio da boa-fé, positivado no art. 
422 do novo Código Civil, a violação 
aos deveres anexos constitui espécie 
de inadimplemento, 
independentemente de culpa. 
 
O descumprimento de tais deveres denomina-
se de violação positiva do contrato ou 
adimplemento fraco, sendo reconhecido pelo 
STJ na hipótese de não observância do dever 
de informação: 
 
Recurso especial. Civil. Indenização. 
Aplicação do princípio da boa-fé 
contratual.Deveres anexos ao 
contrato. 
 
 
 
 
 
 
 
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- O princípio da boa-fé se aplica às 
relações contratuais regidas pelo 
CDC, impondo, por conseguinte, a 
obediência aos deveres anexos ao 
contrato, que são decorrência lógica 
deste princípio. 
- O dever anexo de cooperação 
pressupõe ações recíprocas de 
lealdade dentro da relação 
contratual. 
- A violação a qualquer dos deveres 
anexos implica em inadimplemento 
contratual de quem lhe tenha dado 
causa. 
- A alteração dos valores arbitrados a 
título de reparação de danos 
extrapatrimoniais somente é possível, 
em sede de Recurso Especial, nos 
casos em que o quantum determinado 
revela-se irrisório ou exagerado. 
Recursos não providos. 
(REsp 595631 / SC. Relatora 
Ministra Nancy Adrighi. 3 Turma. 
Julgado em:08.06.2004.) 
 
 
- Restritiva 
 
En. 26 Art. 422.: a cláusula geral 
contida no art. 422 do novo Código 
Civil impõe ao juiz interpretar e, 
quando necessário, suprir e corrigir o 
contrato segundo aboa-fé objetiva, 
entendida como a exigência de 
comportamento leal dos contratantes. 
 
Aplicação: Do pré-contrato ao pós-contrato? 
 
E. 25 - Art. 422: o art. 422 do Código 
Civil não inviabiliza a aplicação pelo 
julgador do princípio da boa-fé nas 
fases pré-contratual e pós -contratual. 
 
En. 170 – Art. 422: A boa-fé objetiva 
deve ser observada pelas partes na 
fase de negociações preliminares e 
após a execução do contrato, quando 
tal exigência decorrer da natureza do 
contrato. 
 
Como fica a onerosidade excessiva nas 
relações de consumo? 
 
Art. 6º São direitos básicos do 
consumidor: 
V - a modificação das cláusulas 
contratuais que estabeleçam 
prestações desproporcionais ou sua 
revisão em razão de fatos 
supervenientes que as tornem 
excessivamente onerosas; 
 
O dispositivo em comento pode ser fracionado, 
sendo verificada duas situações: 
 
> REGULAÇÃO DA ONEROSIDADE 
EXCESSIVA CONCOMITANTE A FORMAÇÃO 
DO CONTRATO (1º parte). Aqui o CC 
denomina de lesão. 
 
> REGULAÇÃO DA ONEROSIDADE 
EXCESSIVA SUPERVENIENTE A 
FORMAÇÃO DO CONTRATO (2 parte). Aqui o 
CC denomina de imprevisão. 
 
- A onerosidade excessiva concomitante a 
formação do contrato (A Lesão) 
 
O próprio contrato já traz o vicio. É a chamada 
Lesão de consumo. 
 
- Vicio de apuração objetiva 
 
- Gera o direito à revisão cogente do negócio 
ou nulidade do negócio, caso não seja possível 
sua manutenção – pois não há no regime 
jurídico do CDC a nulidade relativa, pois as 
normas do CDC, de acordo com o art. 1º, são 
normas de ordem pública. 
 
Art. 1° O presente código estabelece 
normas de proteção e defesa do 
consumidor, de ordem pública e 
interesse social, nos termos dos arts. 
5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da 
Constituição Federal e art. 48 de suas 
Disposições Transitórias. 
 
- Onerosidade Excessiva Superveniente à 
Formação Do Contrato 
I) É DIREITO BÁSICO DO CONSUMIDOR A 
REVISÃO NESTAS SITUAÇÕES 
 
II) ADOTOU TEORIA DA QUEBRA DA BASE 
OBJETIVA DO NEGÓCIO JURÍDICO OU 
ONEROSIDADE EXCESSIVA. 
 
 
 
 
 
 
 
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III) TRAZ COMO CONSEQUÊNCIA A 
REVISÃO, INDEPENDENTEMENTE DA 
VONTADE DO RÉU OU NULIFICAÇÃO DO 
CONTRATO 
 
IV) REQUISITOS 
 
a) Deve se tratar de contrato de execução 
continuada ou diferida 
 
b) Que haja onerosidade para uma das partes 
 
A teoria da onerosidade excessiva é 
OBJETIVA, pois não exige imprevisibilidade do 
fato. 
 
 
4. O Ônus da Prova nas Relações de 
Consumo 
 
Não há uma regra especifica de distribuição do 
ônus probatório. Com isso, a regra aplicada é 
aplicada no CPC, que consta do art. 333, 
sendo a regra geral que cada um deve 
comprovar o fato que alega. 
 
4.1 Hipóteses de Inversão Do Ônus da 
Prova no Direito do Consumidor 
 
Inversão do Ônus da Prova difere do custeio do 
ônus da prova. A inversão pode ser: 
 
a) Inversão OPE LEGIS. 
 
b) Inversão OPE IUDICES. 
 
a) Hipóteses de Inversão OPE LEGIS 
 
- Vítima de publicidade enganosa (art. 38 do 
CDC) 
 
Art. 38. O ônus da prova da 
veracidade e correção da informação 
ou comunicação publicitária cabe a 
quem as patrocina. 
 
- Hipóteses de Acidente de consumo 
decorrente do fato do produto (Art. 12, § 3º, inc. 
I e II) 
 
§ 3° O fabricante, o construtor, o 
produtor ou importador só não será 
responsabilizado quando provar: 
I - que não colocou o produto no 
mercado; 
II - que, embora haja colocado o 
produto no mercado, o defeito inexiste; 
 
- Acidente de consumo decorrente do fato do 
serviço (art. 14, § 3º, I) 
 
§ 3° O fornecedor de serviços só não 
será responsabilizado quando provar: 
I - que, tendo prestado o serviço, o 
defeito inexiste; 
 
b) Hipóteses de Inversão OPE IUDICES (Art. 
6º, VIII, CDC) 
 
Art. 6º São direitos básicos do 
consumidor: 
VIII - a facilitação da defesa de seus 
direitos, inclusive com a inversão do 
ônus da prova, a seu favor, no 
processo civil, quando, a critério do 
juiz, for verossímil a alegação ou 
quando for ele hipossuficiente, 
segundo as regras ordinárias de 
experiências; 
 
- Requisitos alternativos : 
 
b.1)Verossimilhança da alegação – prepondera 
que significa probabildade (embora não seja a 
alegação provada). 
 
Sérgio Cavalieri Filho: 
Trata-se, como se vê, de conceito 
jurídico indeterminado, cujo conteúdo 
há de ser fixado pelo juiz, segundo as 
regras ordinárias de experiência, em 
face do caso concreto. No entender 
dos autores, verossímil é fato 
provavelmente verdadeiro, quem tem 
probabilidade de ser verdadeiro, que 
parece verdadeiro. (destaques do 
original). 
 
b.2) Hipossuficiência do consumidor – aqui 
trata-se de hiposuficiência probatória, vinculada 
ao direito processual. 
 
Humberto Theodoro Jr.: 
 
 
 
 
 
 
 
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É importante, outrossim, aplicar a 
inversão do ônus da prova no sentido 
teleológico da lei consumerista, que 
não teve o propósito de liberar o 
consumidor do encargo probatório 
prevista na lei processual, mas apenas 
o de superar dificuldades técnicas na 
produção das provas necessárias à 
defesa de seus direitos em juízo. Todo 
consumidor é vulnerável em seu 
relacionamento com o fornecedor, 
segundo o direito material. Mas nem 
todo consumidor é hipossuficiente no 
sentido processual, ou seja, nem 
sempre estará desprovido de meios 
técnico-processuais para promover a 
prova do fato constitutivo do seu 
direito. Logo, se no caso concreto, não 
ocorre a referida dificuldade técnica, 
não pode o juiz inverter o ônus da 
prova, apenas diante da 
vulnerabilidade genericamente 
reconhecida pelo CDC (grifos 
aditados). 
 
4.2 Momento Processual Da Inversão Do 
Ônus Da Prova 
 
Duas correntes: 
 
a) (1º corrente: Nelson Nery, Kazoo, 
Watanabe, Cristiano Chaves) 
 
As regras de distribuição do ônus probatório 
são regras de julgamento, portanto o juiz só 
poderá aplicá-la no MOMENTO DA 
SENTENÇA, e por isso, para a inversão do 
ônus da prova isso também ocorrerá. 
 
b) (2º corrente: Fredie Didier, Tereza Alvin, 
Barbosa Moreira). 
 
Criticam a corrente anterior por violar principio 
constitucional da ampla defesa, já que 
surpreende o fornecedor réu, que não terá 
depois a oportunidade de fazer a prova. 
 
5. A Responsabilidade Civil no CDC 
 
a) Responsabilidade por fato do produto ou do 
serviço, também denominada de acidente de 
consumo (arts 12 à 17 do CDC). 
 
b) Responsabilidade por vício do produto ou do 
serviço (art. 18 à 25 do CDC); 
 
5.1 Responsabilidade Civil por Fato do 
Produto 
 
Regra Geral: art. 12 diz que por acidente de 
consumo respondem o fabricante, o construtor, 
o produtor e o importador, de forma objetiva. 
 
Art. 12. O fabricante, o produtor, o 
construtor, nacional ou estrangeiro, e 
o importador respondem, 
independentemente da existência de 
culpa, pela reparação dos danos 
causados aos consumidores por 
defeitos decorrentes de projeto, 
fabricação, construção, montagem, 
fórmulas, manipulação, apresentação 
ou acondicionamento de seus 
produtos, bem como por informações 
insuficientes ou inadequadas sobre 
sua utilização e riscos. 
 
Ou seja, quem introduz o produto no mercado 
de consumo nacional. 
 
Infere-se que ainda que traga o artigo, no seu 
caput, a responsabilidade civil objetiva, o 
parágrafo terceiro veicula excludentes de 
responsabilidade Civil: 
 
§ 3° O fabricante, o construtor, o 
produtor ou importador só não será 
responsabilizado quando provar: 
I - que não colocou o produto no 
mercado; 
II - que, embora haja colocado o 
produto no mercado, o defeito inexiste; 
III - a culpa exclusiva do consumidor 
ou de terceiro. 
 
Cuidado: A excludenteconsiste na culpa 
exclusiva do consumidor ou de terceiro. A 
culpa concorrente não exclui, mas pode gerar 
diminuição do quantum indenizatório, na forma 
do art. 945 do CC e entendimento do STJ. 
 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido 
culposamente para o evento danoso, a 
sua indenização será fixada tendo-se 
em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano. 
 
 
 
 
 
 
 
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Haverá solidariedade entre as figuras 
elencadas na cabeça do artigo 12 do CDC? 
 
Apenas fala-se de solidariedade nas seguintes 
hipóteses: 
 
a) Havendo mais de um responsável pela 
causação do dano (Art. 25, § 1.) 
 
 
 
 
§ 1° Havendo mais de um responsável 
pela causação do dano, todos 
responderão solidariamente pela 
reparação prevista nesta e nas seções 
anteriores. 
 
b) Quando o dano de componente ou peça 
incorporada ao produto ou serviço: 
solidariedade entre fabricante, construtor e 
importador (Art. 25, § 2º) 
 
§ 2° Sendo o dano causado por 
componente ou peça incorporada ao 
produto ou serviço, são responsáveis 
solidários seu fabricante, construtor ou 
importador e o que realizou a 
incorporação. 
 
Além dos elencados no artigo 12 do CDC, 
excepcionalmente podem responder pelo fato 
do produto: 
 
a) Fornecedor aparente – não é fabricante, 
construtor, produtor ou importador, mas se 
apresenta para o consumidor como se fosse. 
 
b) Comerciante – Nas hipóteses elencadas na 
redação do art. 13 do CDC 
 
Art. 13. O comerciante é igualmente 
responsável, nos termos do artigo 
anterior, quando: 
I - o fabricante, o construtor, o 
produtor ou o importador não puderem 
ser identificados; 
II - o produto for fornecido sem 
identificação clara do seu fabricante, 
produtor, construtor ou importador; 
III - não conservar adequadamente os 
produtos perecíveis. 
Parágrafo único. Aquele que efetivar o 
pagamento ao prejudicado poderá 
exercer o direito de regresso contra os 
demais responsáveis, segundo sua 
participação na causação do evento 
danoso. 
 
Assim, afirma a norma que responde o 
comerciante quando: 
 
I) QUANDO FABRICANTE, PRODUTOR OU 
CONSTRUTOR NÃO PUDER SER 
IDENTIFICADO 
II) QUANDO O PRODUTO FOR FORNECIDO 
SEM A IDENTIFICAÇAO CLARA DO 
FABRICANTE, PRODUTOR OU 
CONSTRUTOR 
 
III) QUANDO O COMERCIANTE NÃO 
CONSERVA ADEQUADAMENTE PRODUTO 
 
A essas hipóteses, soma a doutrina a 
responsabilidade civil do comerciante quando: 
 
I) COMERCIANTE REPONDE QND DER 
CAUSA AO ACIDENTE DE CONSUMO POR 
FATO PRÓPRIO 
 
Mas essa responsabilidade do comerciante é 
subsidiária ou solidária? 
 
Observa-se que o art. 88 do CDC possibilita ao 
comerciante a posterior ação em regresso, seja 
nos mesmo autos ou em ação autônoma. 
 
Art. 88. Na hipótese do art. 13, 
parágrafo único deste código, a ação 
de regresso poderá ser ajuizada em 
processo autônomo, facultada a 
possibilidade de prosseguir-se nos 
mesmos autos, vedada a denunciação 
da lide. 
 
5.2 Responsabilidade Civil por Fato do 
Serviço 
 
Quase tudo que vale para o caso de produto, 
vale para o caso de serviço, mas há certas 
peculiaridades, que são: 
 
a) Ônus probatório referente à conduta que é 
mais amplo para o consumidor - o consumidor 
 
 
 
 
 
 
 
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terá que provar que foi aquele fornecedor 
especifico que forneceu o serviço. 
 
b) Todos os prestadores do serviço vinculados 
ao dano, por nexo de causalidade, 
responderão solidariamente 
 
5.2.1. Responsabilidade Civil Do 
Profissional Liberal 
 
Essa responsabilidade, diferente das demais, é 
subjetiva (art. 14, §4º, CDC). 
 
§ 4° A responsabilidade pessoal dos 
profissionais liberais será apurada 
mediante a verificação de culpa. 
 
Fundamento é que estes, em regra, assumem 
obrigação de meio 
 
Quem é profissional liberal? 
 
Apesar da regra da responsabilidade subjetiva 
dos profissionais liberais, há hipótese em que 
eles respondem objetivamente. São hipóteses 
de prova: 
 
a) Quando a técnica disponível torna certo o 
atingimento de um dado resultado – ex: 
engenheiro que faz trabalho de cálculo; 
 
b) Quando se contrata o resultado ou se cria a 
expectativa de que o resultado será atingido, a 
exemplo da cirurgia plástica estética.(Inf. 382 
do STJ) 
 
 
5.3 Responsabilidade Civil por Vício do 
Produto 
 
a) Vicio de Qualidade do Produto: 
 
O art. 18 do CDC fala na responsabilidade civil 
por vicio de qualidade do produto, ou seja: 
quando este relaciona-se a sua qualidade ou 
adequação (art. 18) 
 
Art. 18. Os fornecedores de produtos 
de consumo duráveis ou não duráveis 
respondem solidariamente pelos vícios 
de qualidade ou quantidade que os 
tornem impróprios ou inadequados ao 
consumo a que se destinam ou lhes 
diminuam o valor, assim como por 
aqueles decorrentes da disparidade, 
com a indicações constantes do 
recipiente, da embalagem, rotulagem 
ou mensagem publicitária, respeitadas 
as variações decorrentes de sua 
natureza, podendo o consumidor exigir 
a substituição das partes viciadas. 
 
Assim, enuncio o artigo que a vicio quando 
torna o produto: 
 
I) IMPRÓPRIO OU INADEQUADO AO FIM A 
QUE SE DESTINA 
 
II) REDUZ O VALOR DO PRODUTO 
 
III) DISPARIDADE COM A OFERTA. 
 
Tais hipóteses, quando verificadas, possibilitam 
ao fornecedor o prazo decadencial de 30 dias 
para sanar o acontecido. Caso não o faça, 
nasce ao consumidor o direito potestativo de 
escolher entre (parágrafo primeiro do art. 18 do 
CDC): 
 
a) A substituição do produto por outro da 
mesma espécie, em perfeitas condições de 
uso. 
 
Caso inexista o produto? 
 
b) A restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo de 
eventuais perdas e danos; 
 
c) O abatimento proporcional do preço. 
 
Questões usuais de provas: 
 
- E se o fornecedor, antes dos 30 dias devolve 
o produto como se o vicio tivesse sanado, mas 
sem que o vício tivesse sanado? 
 
- E se o mesmo vício retorna, é preciso 
apresentar uma nova reclamação? 
 
- Se não há vício, mas quer trocar o produto, é 
possível trocar o produto? 
 
b) Vicio de Quantidade do Produto: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Infere-se mais uma vez a solidariedade dos 
fornecedores. 
 
Art. 19. Os fornecedores respondem 
solidariamente pelos vícios de 
quantidade do produto sempre que, 
respeitadas as variações decorrentes 
de sua natureza, seu conteúdo líquido 
for inferior às indicações constantes 
do recipiente, da embalagem, 
rotulagem ou de mensagem 
publicitária, podendo o consumidor 
exigir, alternativamente e à sua 
escolha: 
 
Configurado tal vicio, possibilita o art. 19 que 
escolha o consumidor entre: 
 
I - o abatimento proporcional do preço; 
II - complementação do peso ou 
medida; 
III - a substituição do produto por outro 
da mesma espécie, marca ou modelo, 
sem os aludidos vícios; 
IV - a restituição imediata da quantia 
paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos. 
 
c) Vicio de Qualidade no Serviço: 
 
Art. 20. O fornecedor de serviços 
responde pelos vícios de qualidade 
que os tornem impróprios ao consumo 
ou lhes diminuam o valor, assim como 
por aqueles decorrentes da 
disparidade com as indicações 
constantes da oferta ou mensagem 
publicitária, podendo o consumidor 
exigir, alternativamente e à sua 
escolha: 
 
Diante da sua configuração, poderá pleitear o 
consumidor: 
 
a) a reexecução dos serviços, sem custo 
adicional e quando cabível. Tal reexecução 
pode ser confiada a terceiros capacitados pela 
conta e risco do fornecedor (parágrafo 
primeiro);b) a restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo de 
eventuais perdas e danos; 
 
c) o abatimento proporcional do preço. 
 
Qual é a responsabilidade nos vício? 
 
6. A Garantia 
 
O tema garantia se subdivide em garantia legal 
e convencional. 
 
6.1 Garantia Legal 
 
a) É automática 
 
b) Vedação à exoneração da garantia legal (art. 
24 e 25) 
 
Art. 24. A garantia legal de adequação 
do produto ou serviço independe de 
termo expresso, vedada a exoneração 
contratual do fornecedor. 
 
Art. 25. É vedada a estipulação 
contratual de cláusula que 
impossibilite, exonere ou atenue a 
obrigação de indenizar prevista nesta 
e nas seções anteriores. 
 
 
Venda de produtos portadores de avarias, 
responde-se pela avaria? 
 
c) Autônoma 
 
d) Ilimitada: 
 
O Prazo de garantia legal está consignado no 
art. 26 do CDC, sendo decadencial: 
 
Art. 26. O direito de reclamar pelos 
vícios aparentes ou de fácil 
constatação caduca em: 
I - trinta dias, tratando-se de 
fornecimento de serviço e de produtos 
não duráveis; 
II - noventa dias, tratando-se de 
fornecimento de serviço e de produtos 
duráveis. 
 
O artigo enuncia, ainda, no seu parágrafo 
segundo hipóteses que obstam a decadência: 
 
§ 2° Obstam a decadência: 
 
 
 
 
 
 
 
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I - a reclamação comprovadamente 
formulada pelo consumidor perante o 
fornecedor de produtos e serviços até 
a resposta negativa correspondente, 
que deve ser transmitida de forma 
inequívoca; 
II - (Vetado). 
III - a instauração de inquérito civil, até 
seu encerramento. 
 
O que significa obstar a decadência? São 
hipóteses interruptivas ou suspensivas? 
 
e) Incondicional 
 
6.2 Garantia contratual ou Estendida (art. 
50) 
 
Art. 50. A garantia contratual é 
complementar à legal e será conferida 
mediante termo escrito. 
Parágrafo único. O termo de garantia 
ou equivalente deve ser padronizado e 
esclarecer, de maneira adequada em 
que consiste a mesma garantia, bem 
como a forma, o prazo e o lugar em 
que pode ser exercitada e os ônus a 
cargo do consumidor, devendo ser-lhe 
entregue, devidamente preenchido 
pelo fornecedor, no ato do 
fornecimento, acompanhado de 
manual de instrução, de instalação e 
uso do produto em linguagem didática, 
com ilustrações. 
 
a) Não é autônoma. 
 
b) Pode ser limitada. 
 
c) Pode ser condicionada. 
 
O prazo da garantia contratual apenas começa 
a correr após ultrapassado o prazo da garantia 
legal, salvo disposição expressa, na forma do 
art. 446 do CC, aplicado por conta do princípio 
da norma mais protetiva. 
 
Art. 446. Não correrão os prazos do 
artigo antecedente na constância de 
cláusula de garantia; mas o adquirente 
deve denunciar o defeito ao alienante 
nos trinta dias seguintes ao seu 
descobrimento, sob pena de 
decadência. 
 
7. A Revisão dos Contratos de Consumo 
por Cláusulas Abusivas 
 
Fenômeno da contratualização em massa e 
busca da equivalência contratual das 
prestações. 
 
Nessa linha de raciocínio, o art. 51 do CDC 
veicula rol de cláusulas abusivas, as quais são 
nulas de pleno direito e ocasionam 
possibilidade de revisão contratual. 
 
 
 
 
Art. 51. São nulas de pleno direito, 
entre outras, as cláusulas contratuais 
relativas ao fornecimento de produtos 
e serviços que: 
I - impossibilitem, exonerem ou 
atenuem a responsabilidade do 
fornecedor por vícios de qualquer 
natureza dos produtos e serviços ou 
impliquem renúncia ou disposição de 
direitos. Nas relações de consumo 
entre o fornecedor e o consumidor 
pessoa jurídica, a indenização poderá 
ser limitada, em situações justificáveis; 
II - subtraiam ao consumidor a opção 
de reembolso da quantia já paga, nos 
casos previstos neste código; 
III - transfiram responsabilidades a 
terceiros; 
IV - estabeleçam obrigações 
consideradas iníquas, abusivas, que 
coloquem o consumidor em 
desvantagem exagerada, ou sejam 
incompatíveis com a boa-fé ou a 
eqüidade; 
V - (Vetado); 
VI - estabeleçam inversão do ônus da 
prova em prejuízo do consumidor; 
VII - determinem a utilização 
compulsória de arbitragem; 
VIII - imponham representante para 
concluir ou realizar outro negócio 
jurídico pelo consumidor; 
IX - deixem ao fornecedor a opção de 
concluir ou não o contrato, embora 
obrigando o consumidor; 
 
 
 
 
 
 
 
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X - permitam ao fornecedor, direta ou 
indiretamente, variação do preço de 
maneira unilateral; 
XI - autorizem o fornecedor a cancelar 
o contrato unilateralmente, sem que 
igual direito seja conferido ao 
consumidor; 
 XII - obriguem o consumidor a 
ressarcir os custos de cobrança de 
sua obrigação, sem que igual direito 
lhe seja conferido contra o fornecedor; 
 XIII - autorizem o fornecedor a 
modificar unilateralmente o conteúdo 
ou a qualidade do contrato, após sua 
celebração; 
 XIV - infrinjam ou possibilitem a 
violação de normas ambientais; 
 XV - estejam em desacordo com o 
sistema de proteção ao consumidor; 
 XVI - possibilitem a renúncia do 
direito de indenização por benfeitorias 
necessárias. 
 § 1º Presume-se exagerada, entre 
outros casos, a vontade que: 
 I - ofende os princípios fundamentais 
do sistema jurídico a que pertence; 
 II - restringe direitos ou obrigações 
fundamentais inerentes à natureza do 
contrato, de tal modo a ameaçar seu 
objeto ou equilíbrio contratual; 
 III - se mostra excessivamente 
onerosa para o consumidor, 
considerando-se a natureza e 
conteúdo do contrato, o interesse das 
partes e outras circunstâncias 
peculiares ao caso. 
 § 2° A nulidade de uma cláusula 
contratual abusiva não invalida o 
contrato, exceto quando de sua 
ausência, apesar dos esforços de 
integração, decorrer ônus excessivo a 
qualquer das partes. 
 § 3° (Vetado). 
 § 4° É facultado a qualquer 
consumidor ou entidade que o 
represente requerer ao Ministério 
Público que ajuíze a competente ação 
para ser declarada a nulidade de 
cláusula contratual que contrarie o 
disposto neste código ou de qualquer 
forma não assegure o justo equilíbrio 
entre direitos e obrigações das partes. 
 
Rol exemplificativo. 
 
 
8. Desconsideração da Personalidade 
Jurídica da Pessoa Jurídica 
 
Aquisição da personalidade Jurídica pela 
Pessoa Jurídica. O que é e quando ocorre? 
 
Art. 45 – Começa a existência legal 
das pessoas jurídicas de direito 
privado com a inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro, 
precedida, quando necessário, de 
autorização ou aprovação do poder 
executivo, averbando-se no registro 
todas as alterações por que passar o 
ato constitutivo. 
 
Parágrafo único. Decai em três anos o 
direito de anular a constituição das 
pessoas jurídicas de direito privado, 
por defeito do ato respectivo, contado 
o prazo da publicação de sua inscrição 
no registro. 
 
O que seria a independência, autonomia ou 
separação? 
 
O que é a desconsideração da personalidade 
jurídica da pessoa jurídica? 
 
Quando acontece para o Código de Defesa do 
Consumidor? 
 
 Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a 
personalidade jurídica da sociedade 
quando, em detrimento do 
consumidor, houver abuso de direito, 
excesso de poder, infração da lei, fato 
ou ato ilícito ou violação dos estatutos 
ou contrato social. A desconsideração 
também será efetivada quando houver 
falência, estado de insolvência, 
encerramento ou inatividade da 
pessoa jurídica provocados por má 
administração. 
 § 1° (Vetado). 
 § 2° As sociedades integrantes dos 
grupos societários e as sociedades 
controladas, são subsidiariamente 
responsáveis pelas obrigações 
decorrentes deste código. 
 
 
 
 
 
 
 
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§ 3° As sociedades consorciadas são 
solidariamente responsáveis pelas 
obrigações decorrentes deste código. 
§ 4° As sociedades coligadas só 
responderão por culpa. 
§ 5° Também poderá ser 
desconsiderada a pessoa jurídica 
sempre que sua personalidade for, de 
alguma forma, obstáculo ao 
ressarcimento de prejuízos causados 
aos consumidores. 
 
9. Órgãos de Restrições ao Crédito 
 
O que são? 
 
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo 
do disposto no art. 86, terá acesso às 
informações existentes em cadastros, 
fichas, registros e dados pessoais e de 
consumo arquivados sobre ele, bem 
como sobre as suas respectivas 
fontes. 
§ 1° Os cadastros e dados de 
consumidores devem ser objetivos, 
claros, verdadeiros e em linguagem de 
fácil compreensão, não podendo 
conter informações negativas 
referentes a período superior a cinco 
anos. 
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, 
registro e dados pessoais e de 
consumo deverá ser comunicada por 
escrito ao consumidor, quando não 
solicitada por ele. 
 
 
§ 3° O consumidor, sempre que 
encontrar inexatidão nos seus dados e 
cadastros, poderá exigir sua imediata 
correção, devendo o arquivista, no 
prazo de cinco dias úteis, comunicar a 
alteração aos eventuais destinatários 
das informações incorretas. 
§ 4° Os bancos de dados e cadastros 
relativos a consumidores, os serviços 
de proteção ao crédito e congêneres 
são considerados entidades de caráter 
público. 
§ 5° Consumada a prescrição relativa 
à cobrança de débitos do consumidor, 
não serão fornecidas, pelos 
respectivos Sistemas de Proteção ao 
Crédito, quaisquer informações que 
possam impedir ou dificultar novo 
acesso ao crédito junto aos 
fornecedores.

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