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HISTORIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA II

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HISTÓRIA E CULTURA
AFRO-BRASILEIRA, AFRICANA E 
INDÍGENA II
CURSOS DE GRADUAÇÃO– EAD
História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena II – Prof. Antonio Filogênio de Paula Júnior, 
Prof. Dr. Everton Luis Sanches e Prof.ª Dr.ª Maria Cecília de Oliveira Adão 
Meu nome é Antonio Filogênio de Paula Júnior. Sou formado em 
Música e Teologia (Seminário Seráfico São Fidélis). Graduado e 
pós-graduado em Filosofia pelo Claretiano. Trabalho na Secretaria 
Municipal da Ação Cultural – Biblioteca Pública Municipal e Centro 
de Documentação, Cultura e Política Negra. Sou tutor presencial 
de Filosofia do Centro Universitário Claretiano – Polo de Rio Claro-
SP. Atuo como Pesquisador no Centro de Documentação, Cultura e 
Política Negra de Piracicaba e sou Coordenador do Programa Difusão 
Cultural Afro-Brasileira na Biblioteca Municipal de Piracicaba. Além disso, sou cofundador 
da Casa do HIP HOP em Piracicaba e colaborador da Zulu Nation Brasil do músico 
americano Afrika Bambaataa, além de ser membro do Projeto Casa de Batuqueiro, que 
trabalha com o Jongo, Samba-lenço e Batuque de Umbigada. Sou, também, conselheiro 
do Grupo Cativeiro Capoeira, diretor cultural da Associação Cultural e Desportiva Erês, 
membro da Comissão de Organização dos Prêmios Escriba nas modalidades Conto, 
Crônica e Poesia e idealizador do Projeto Samba na Estação.
E-mail: antoniofilogenio@yahoo.com.br
Meu nome é Everton Luis Sanches. Sou professor de História, 
diretor de teatro amador, ator e dramaturgo. Trabalhei com TV 
e vídeo. Em meu mestrado e doutorado, realizados no curso de 
História e Cultura da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Franca-
SP, pesquisei a mensagem deixada por Charles Chaplin em seus 
filmes e sua relação com o período histórico. 
E-mail: evertonsanches@zipmail.com.br
Meu nome é Maria Cecília de Oliveira Adão. Sou doutora em 
História Política pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Franca-
SP. Atuo como membro do Grupo de Estudos de Defesa e Segurança 
Internacional (Gedes) e professora do Claretiano. Pesquiso questões 
relacionadas ao estudo de gênero e Forças Armadas. Além disso, 
tenho interesse em estudos acerca da diversidade cultural. 
E-mail: ceciliaoadao@yahoo.com.br
HISTÓRIA E CULTURA
AFRO-BRASILEIRA, AFRICANA E 
INDÍGENA II
Prof. Antonio Filogênio de Paula Júnior
Prof. Dr. Everton Luis Sanches
Prof.ª Dr.ª Maria Cecília de Oliveira Adão
Plano de Ensino
Caderno de Referência de Conteúdo
© Ação Educacional ClareƟ ana, 2012 – Batatais (SP)
Trabalho realizado pelo Centro Universitário ClareƟ ano de Batatais (SP)
Cursos: Graduação
Disciplina: História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena II
Versão: fev./2013
Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva
Vice-Reitor: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gaƫ 
Pró-Reitor AdministraƟ vo: Pe. Luiz Claudemir BoƩ eon
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gaƫ 
Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Ms. Luís Cláudio de Almeida
Coordenador Geral de EaD: Prof. Ms. ArƟ eres Estevão Romeiro
Coordenador de Material DidáƟ co Mediacional: J. Alves
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
CáƟ a Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori MarƟ ns
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rita Cristina Bartolomeu 
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Viviane Fernanda Zanotin
Revisão
Felipe Aleixo
Rodrigo Ferreira Daverni
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Centro Universitário Claretiano 
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretiano.edu.br
SUMÁRIO
PLANO DE ENSINO
1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................... 7
2 DADOS GERAIS DA DISCIPLINA ....................................................................... 8
3 CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................ 10
4 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ..................................................................................... 10
5 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR .................................................................... 11
6 EͳREFERÊNCIAS ................................................................................................ 13
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15
2 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA DISCIPLINA ............................................ 18
3 EͳREFERÊNCIAS ................................................................................................ 33
UNIDADE 1 ͵ ARTE AFRICANA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 35
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 35
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 36
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 40
5 ÁFRICA: COSMOVISÃO E SENTIDO EXISTENCIAL .......................................... 42
6 IMPORTÂNCIA E SENTIDO DA ARTE ............................................................... 50
7 ÁFRICA HOJE ..................................................................................................... 56
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 58
9 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 59
10 EͳREFERÊNCIAS ................................................................................................ 61
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 61
UNIDADE 2 ͵ CULTURA AFROͳBRASILEIRA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 63
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 63
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 64
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 70
5 ÁFRICA E BRASIL: UM DIÁLOGO .................................................................... 72
6 CULTURA AFROͳBRASILEIRA: ORIGENS E PERSPECTIVAS ............................ 79
7 QUILOMBOS: PASSADO E CONTEMPORANEIDADE ....................................... 88
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 92
9 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 92
10 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 9311 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 95
UNIDADE 3 ͵ BRASIL INDÍGENA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 97
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 97
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 98
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 100
5 TRANSFORMAÇÕES DA IDENTIDADE INDÍGENA ........................................... 100
6 MITOS E LENDAS NO MUNDO MODERNO ..................................................... 104
7 ENTENDENDO OS MITOS E AS LENDAS INDÍGENAS ...................................... 109
8 MITOS E LENDAS INDÍGENAS .......................................................................... 113
9 CONTEÚDOS COMPLEMENTARES ................................................................... 144
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 152
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 152
12 EͳREFERÊNCIAS ................................................................................................ 153
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 155
1
EA
D
Plano de Ensino
1. APRESENTAÇÃO 
A partir deste momento, realizaremos o estudo de História 
e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena II. Nesta disciplina, 
teremos a oportunidade de aprofundarmos um pouco mais nossos 
conhecimentos sobre a cultura afrodescendente e indígena, con-
siderando suas matrizes culturais, ou seja, aquilo que originou a 
forma de pensar e a produção material, artística e cultural dos po-
vos de origem africana, afrodescendentes e indígenas brasileiros.
Durante o estudo de História e Cultura Afro-Brasileira, Afri-
cana e Indígena I, você teve contato com as diferentes zonas esti-
lísticas da África, com sua produção artística e sua história, assim 
como com a produção artística dos afrodescendentes e indígenas 
brasileiros. Pôde entender um pouco sobre a presença do negro 
no Brasil, como ele chegou aqui e como contribuiu para a nossa 
sociedade. Obteve, também, informações sobre o contato entre o 
indígena e o colonizador europeu, bem como alguns aspectos da 
religiosidade dos nativos que envolveram toda sua cultura.
PE
© História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena II
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
8
Agora, vamos complementar o estudo abordando um pouco 
mais sobre a diversidade cultural africana, ao tratar sobre a par-
ticipação do afrodescendente na nossa sociedade brasileira, da 
importância das lendas indígenas e de questões pertinentes tanto 
para nossos estudos quanto para a compreensão do mundo atual.
Esperamos que você tenha um ótimo desempenho e que as 
temáticas abordadas possam sensibilizá-lo, indicando-lhe o cami-
nho do respeito à diversidade e fornecendo-lhe aprendizado quan-
to à necessidade das diferenças étnicas e culturais que compõem 
toda a riqueza artística de nosso país. 
O aprendizado é um desafio constante, levando-nos a reno-
var nossos conhecimentos e romper possíveis barreiras estabele-
cidas ao longo de nossa formação inicial. Como a sociedade está 
em constante transformação e a ciência, assim como a arte e a 
própria compreensão de diversas dimensões da vida e do cotidia-
no, também se atualiza recorrentemente, precisamos acompanhar 
o ritmo das mudanças. Aprender a aprender, aprender a desapren-
der e aprender a reaprender. Este talvez seja o grande desafio de 
quem se propõe à docência. E na modalidade EaD você é o princi-
pal protagonista de seu conhecimento. 
Desejamos a você ótimos estudos!
2. DADOS GERAIS DA DISCIPLINA
Ementa
Matrizes culturais africanas. Matrizes culturais indígenas. 
Cultura afrodescendente no Brasil. Cultura indígena, suas transfor-
mações e permanências. Formação plural do povo brasileiro e suas 
manifestações culturais e artísticas. 
© Plano de Ensino 9
Objetivo geral
Os alunos da disciplina História e Cultura Afro-Brasileira, 
Africana e Indígena II dos Cursos de Graduação, na modalidade 
EaD do Claretiano, dado o Sistema Gerenciador de Aprendizagem 
e suas ferramentas, terão condições de reconhecer a cultura e as 
motivações da arte brasileira, distinguindo nela suas matrizes cul-
turais africanas, afro-brasileiras e indígenas.
Com esse intuito, os alunos contarão com recursos técnico-
-pedagógicos facilitadores de aprendizagem, como Material Didáti-
co Mediacional, bibliotecas físicas e virtuais, ambiente virtual, bem 
como acompanhamento do professor responsável, do tutor a dis-
tância e do tutor presencial, complementado por debates no Fórum. 
Ao final desta disciplina, de acordo com a proposta orienta-
da pelo professor responsável e pelo tutor a distância, terão con-
dições de interagir com argumentos contundentes, além de dis-
sertar com comparações e demonstrações sobre o tema estudado 
nesta disciplina, elaborando um resumo ou uma síntese, entre ou-
tras atividades. Para esse fim, levarão em consideração as ideias 
debatidas na Sala de Aula Virtual, por meio de suas ferramentas, 
bem como o que produziram durante o estudo. 
Competências, habilidades e atitudes
Ao final deste estudo, os alunos dos Cursos de Graduação 
contarão com uma sólida base teórica para fundamentar critica-
mente sua prática profissional. Além disso, adquirirão as habilida-
des necessárias não somente para cumprir seu papel nesta área 
do saber, mas também para agir com ética e com responsabilidade 
social. 
Carga horária
A carga horária da disciplina História e Cultura Afro-Brasilei-
ra, Africana e Indígena II é de 30 horas. O conteúdo programático 
© História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena II
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
10
para o estudo das três unidades que a compõem está desenvolvi-
do no Caderno de Referência de Conteúdo, anexo a este Plano de 
Ensino, e os exercícios propostos constam no Caderno de Ativida-
des e Interatividades (CAI). 
É importante que você releia, no Guia Acadêmico do seu curso, as 
informações referentes à Metodologia e à Forma de Avaliação 
da disciplina História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena 
II. A síntese dessas informações consta no ”cronograma” na Sala 
de Aula Virtual – SAV. 
3. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Neste Plano de Ensino, você pôde obter informações práti-
cas de como será desenvolvida a disciplina, os objetivos que po-
derá atingir, bem como a bibliografia básica e complementar que 
fundamentam os conteúdos que nos propomos a desenvolver com 
você.
Esperamos sua participação nos debates da Sala de Aula Vir-
tual, para que, assim, possamos construir o conhecimento de for-
ma colaborativa.
Durante nosso estudo, você será convidado a fazer pesquisas 
sobre os temas abordados. Por isso, faça da pesquisa um hábito e 
compartilhe suas ideias com os colegas de curso.
Esperamos que você atinja suas metas! Bom estudo!
4. BIBLIOGRAFIA BÁSICA
MUNANGA, K. Negritude: usos e sentidos. 2. ed. São Paulo: Ática, 1988.
RIBEIRO, B. G. O índio na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Revan, 1987.
RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia 
das Letras, 2006.
© Plano de Ensino 11
5. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ACHEBE, C. O mundo se despedaça. São Paulo: Ática, 1983.
AMARAL, A. M. Teatro de animação. São Caetano do Sul, SP: Fapesp (Ateliê Editorial), 
1997. 
ANASTASIA, C. M. J. Saci-pererê: uma alegoria mestiça do sertão. In: PAIVA, E. F.; 
ANASTASIA, C. M. J. (Orgs.). O trabalho mestiço: maneiras de pensar e formas de viver −séculos XVI a XIX. São Paulo: Annablume, 2002.
APPIAH, K. A. Na casa do meu pai: a África na filosofia da cultura. Rio de Janeiro: 
Contraponto, 1997. 
BÂ, A. H. Amkoullel, o menino fula. São Paulo: Casa das Áfricas/Pallas Athena, 2000.
BARBOSA, L. M. A.; GONÇALVES, P. B.; SILVÉRIO, V. (Orgs.). De preto a afro-descendente: 
trajetos de pesquisa sobre negro, cultura negra e relações étnicos raciais no Brasil. São 
Carlos: EduFSCar, 2003.
BARBOSA, W. N. O negro no Brasil. São Paulo: [s.n.], 1986. v. 1. 
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Brasília: Fundação Palmares, 1994. 
BÍBLIA. Tradução Ecumênica. São Paulo: Loyola, 1995.
BÍBLIA SAGRADA. TEB - Tradução Ecumênica. São Paulo: Loyola e Paulinas, 1995.
CABRAL, M. S. A. Mestre Bimba: corpo de mandinga. Rio de Janeiro: Manati, 2002. 
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CÂMARA CASCUDO, L. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000. 
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CARDOSO DE OLIVEIRA, R. Caminhos da identidade: ensaios sobre etnicidade e 
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CARVALHO NETO, P. Dicionário de teoria folclórica. Guatemala: Editorial Universitária; 
Universidade de São Carlos de Guatemala, 1977.
CASTELLS, M. O poder da identidade. São Paulo: Paz e Terra, 2006. 
COELHO, M. C. P. As narrações da cultura indígena da Amazônia: lendas e histórias. 
2003. (Tese Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem)− Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2003.
CRAVEIRINHA, J. Obra poética. Maputo: Direcção de Cultura da Universidade Eduardo 
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DANTAS, R. S. África difícil. Rio de Janeiro: Leitura, 1965.
FANON, F. Os condenados da terra. São Paulo: Civilização Brasileira, 1968.
© História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena II
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
12
FONSECA, D. J. A história, o africano e o afro-brasileiro. In: MALATIAN, T. M.; DAVID, C. 
M. Ensino de história. 2. ed. rev. São Paulo: Rettec, 2006. (Pedagogia cidadã. Caderno de 
Formação).
______. Brasil-África: cultura, política e projetos para o futuro. Cadernos do CEAS (Centro 
de Estudos e Ação Social), Salvador, v. 1, p. 45-65, jul./ago. 2004. 
______. Corpos afro-brasileiros: territórios de estigma. In: BUENO, M. L.; CASTRO, A. L. 
de. (Orgs.). Corpo, território da cultura. 2. ed. São Paulo: Annablume, 2009. v. 1. 
HALL, S. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 
2008.
JABOUILLE, V. Iniciação à ciência dos mitos. Lisboa: Inquérito, 1986. (Coleção Cadernos 
Culturais, 120).
JULIEN, N. Dicionário Rideel de mitologia. São Paulo: Rideel, 2005.
JUNG, C. G. (Org.). O homem e os seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.
KI-ZERBO, J. Para quando a África? Rio de Janeiro: Pallas, 2009.
______. (Coord.). História geral da África: metodologia e pré-história da África. São 
Paulo: Ática, 1980. v. 1.
LEITE, F. A questão ancestral: África negra. São Paulo: Casa das Áfricas; Palas Athena, 
2008. 
LOBATO, M. O saci. 56. ed. São Paulo: Brasiliense, 2005.
LODY, R. O povo do santo. Rio de Janeiro: Pallas, 1995. 
MARGARIDO, A. Negritude e humanismo. Lisboa: Casa dos Estudantes do Império, 1964.
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MELEIRO, A. (Org.). Cinema negro no mundo: indústria, política e mercado. São Paulo: 
Escrituras Editora e Distribuidora de Livros, 2007.
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escola. 2. ed. rev. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, 
Alfabetização e Diversidade, 2005. p. 69.
MUNANGA, K. Origens africanas do Brasil contemporâneo: histórias, línguas, culturas e 
civilizações. São Paulo: Global, 2009. 
______. (Org.). Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação, 2005.
NÚCLEO DE CULTURA INDÍGENA. Relatório. São Paulo, 2006.
OLIVEIRA, L. F. Giramundo: representações culturais, imaginário social e mitologia 
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Ciências Humanas, Estética e Artes da Universidade Federal de São João Del-Rei, Minas 
Gerais, ano IV, n. IV, jan./dez. 2009.
PAULA JUNIOR, A. F. Educação, multiculturalismo e pós-modernidade: uma análise 
crítica do pensamento africano sob a luz da obra de Kwame Anthony Appiah. Trabalho 
de Conclusão do Curso (Licenciatura em Filosofia)− Centro Universitário Claretiano 
(Ceuclar), Batatais, SP, 2008.
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(Org.). Superando o racismo na escola. 2. ed. Brasília: Ministério da Educação, 2005.
6. EͳREFERÊNCIAS 
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indigenaalbg.shtml>. Acesso em: 22 nov. 2011.
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1996, modificada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes 
e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a 
obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena". Diário Oficial 
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 mar. 2008. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/lei/L11645.htm>. Acesso em: 22 
nov. 2011.
COHN, C. Culturas em transformação: os índios e a civilização. São Paulo em Perspectiva., 
v. 15, n. 2, p. 36-42, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/spp/v15n2/8575.
pdf>. Acesso em: 22 nov. 2011.
COMISSÃO PRÓ-ÍNDIO DE SÃO PAULO. Comunidades quilombolas no Brasil. Disponível 
em: <http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/i_oque.html>. Acesso em: 29 abr. 
2011. 
CONSELHO INDÍGENA DE RORAIMA. Notícias. Brasil: segurança e sobrevivência dos 
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org.br/portal/?q=node/278>. Acesso em: 22 nov. 2011.
GABRIEL, G. Identidade indígena. Mundo Jovem, Porto Alegre, RS, n. 385, p. 24, abr. 
2007. Disponível em: <http://www.mundojovem.com.br/datas-comemorativas/indio/
dinamica-indio-direito-a-diferenca.php>. Acesso em: 22 nov. 2011.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Nomes e classificações dos 
índios. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/povoamento/indios/nomes.
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LIMA, R. O maniqueísmo: o bem, o mal e seus efeitos ontem e hoje. Revista Espaço 
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br/007/07ray.htm>. Acesso em: 22 nov. 2011.
MICHAELIS. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://
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© História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena II
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
14
PEREIRA,F. K. Painel de lendas & mitos da Amazônia. Trabalho premiado (1º lugar) no 
concurso "Folclore Amazônico 1993" da Academia Paraense de Letras: Belém, 2001. 
Disponível em: <http://siabi.trt4.jus.br/biblioteca/acervo/Biblioteca/e-books/pereira_
painellendasamazonia.pdf>. Acesso em: 2 maio 2011. 
PRUDENTE, M. G. O conceito de existência na metafísica de São Tomás de Aquino. 2008. 
Dissertação (Mestrado em Filosofia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas)− 
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. Disponível 
em: <http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1771>. Acesso em: 22 
nov. 2011.
RÊGO, J. F. Enraizamento cultural e ecoturismo na Amazônia – o caso da vila de Alter do 
Chão. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável, área de concentração Política 
e Gestão Ambiental)− Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, 
Brasília-DF, 2003. Disponível em: <http://www.unbcds.pro.br/publicacoes/JacksonRego.
pdf>. Acesso em: 22 nov. 2011.
ROMERO, T. Trabalho escravo não diminui. Agência Fapesp, Belém, 16 jul. 2007. 
Disponível em: <http://www.agencia.fapesp.br/materia/7443/59-sbpc/trabalho-
escravo-nao-diminui.htm>. Acesso em: 29 abr. 2011.
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D
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
1. INTRODUÇÃO 
Ao estudar as diversas facetas da produção artística e cul-
tural no Brasil, ficamos expostos ao acúmulo de experiências que 
foram forjadas ao longo de nossa história. Assim, temos em nos-
so percurso de estudo a construção de referências que advieram 
das relações humanas e sociais que foram compostas ao longo do 
tempo, envolvendo povos diversos oriundos tanto de nosso país 
quanto de diversas partes do mundo, cada qual trazendo em sua 
bagagem os pressupostos de sua cultura de origem. 
Compreendida dessa maneira, nossa produção cultural dei-
xa de ser apenas nossa para ser um encontro entre diversidade e 
multiplicidade de referências, compondo a riqueza de suas mani-
festações.
Ao considerarmos a nossa matriz cultural africana, temos 
não apenas uma, mas várias matrizes culturais, haja vista a dimen-
são territorial do continente africano e as diversas línguas e reli-
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giosidades manifestas naquele imenso território. Isso deixa ainda 
mais clara a pluralidade de nossos referenciais e impõe a necessi-
dade de estudá-los e conhecê-los de maneira mais apurada, com o 
intuito de estabelecermos um entendimento dos norteadores de 
nossa cultura e de nossa arte, possibilitando, também, uma com-
preensão mais apropriada delas.
Tal estudo e compreensão ainda constituem um desafio, 
pois a referida matéria nem sempre teve a devida atenção, ficando 
relegado a ela um lugar de menor prestígio na história e na arte. 
O mesmo pode-se dizer em relação aos estudos indigenistas. 
A cultura e os conhecimentos indígenas, tão distintos de nossos 
postulados científicos e acordos sociais, ainda permanecem des-
conhecidos para a maior parte da população brasileira, apesar de 
integrarem nossos hábitos alimentares e estarem presentes na 
nomenclatura que hoje nomeia plantas e lugares, além de suas 
lendas e mitos movimentarem a cultura regional e o folclore de 
diversas cidades do país.
Sabe-se que, ainda hoje, são pelo menos 55 tribos indíge-
nas que estão escondidas dentro da mata, sem nenhum contato 
com o "homem branco". Essas tribos assim permaneceram com o 
intuito de se preservarem dos inúmeros abusos ocorridos desde 
a colonização de nosso país. Preferiram lutar até a morte ou se 
esconderem em lugares ermos a aceitarem o julgamento dos colo-
nizadores, permanecendo assim ainda hoje. 
Temos também os quilombolas, que são negros e demais 
brasileiros que encontraram refúgio em comunidades autossufi-
cientes, que ainda hoje vivem afastadas de nossa cultura e do ca-
pitalismo contemporâneo. Acredita-se que existam hoje no Brasil 
mais de duas mil comunidades quilombolas, em diversas partes de 
nosso território.
Outro fator relevante é o trabalho escravo, que ainda perma-
nece em diversas regiões do país, com pessoas de diversas etnias.
17© Caderno de Referência de Conteúdo
Nesse contexto, é salutar entender e valorizar a produção 
artística e cultural destes povos, que a bem da verdade constituem 
o que podemos considerar como povo brasileiro. Sem dúvida que 
tal entendimento e valorização têm o potencial de nos mostrar vá-
rias facetas de nossa vida atual, assim como nos possibilita com-
preender aspectos de nossa identidade, permitindo ampliar o nos-
so autoconhecimento. Ao compreendermos as diferenças, somos 
também convidados a rever aquilo que consideramos importante 
e o que deixamos de lado para atendermos às necessidades do 
dia a dia. Ou seja, ao identificarmos dificuldades e angústias de 
outras culturas, não estaríamos também descobrindo um pouco 
mais sobre as alegrias e as dificuldades presentes em nossa pró-
pria cultura?
Em caso positivo, podemos “levantar a lebre”: se há uma cri-
se, ela não está apenas vinculada aos menos sucedidos ou àqueles 
que, como usualmente tratou a sociologia, não estão inseridos na 
atual conjuntura sociocultural. Havendo crise, ela é disseminada e 
está nas matrizes culturais de nossa sociedade, afetando a vida de 
todos nós.
Os mecanismos de entendimento de quem somos e de que 
sociedade está sendo edificada e/ou mantida são compostos do 
conhecimento da vida indígena (sua cultura e suas crenças e do 
papel) e do papel do negro e sua contribuição para a construção 
do Brasil, sem deixar de levar em consideração os quadros de in-
justiça e preconceito persistentes ainda hoje no que diz respeito 
às suas manifestações culturais. A articulação dos mecanismos es-
téticos, as manifestações da arte e a produção cultural refletem e 
estimulam tal conjuntura. 
Após esta introdução às principais preocupações da discipli-
na, apresentamos a seguir, no tópico Orientações para o Estudo 
da Disciplina, algumas orientações de caráter motivacional, dicas 
e estratégias de aprendizagem que poderão facilitar o seu estudo.
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2. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA DISCIPLINA
Abordagem Geral da Disciplina
Prof. Everton Luis Sanches
Doutor em História e Cultura
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será es-
tudado nesta disciplina. Aqui, você entrará em contato com os 
assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá 
a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada 
unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o 
conhecimento básico necessário a partir do qual você possa cons-
truir um referencial teórico com base sólida – científica e cultural 
– para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com 
competência cognitiva, ética e responsabilidade social. Vamos co-
meçar nossa aventura pela apresentação das ideias e dos princí-
pios básicos que fundamentam esta disciplina. 
Vamos tratar dos elementos que contribuíram para o nos-
so cotidiano, como costumes, religião e língua, os quais podemos 
considerar brasileiros e que, justamente por serem tão brasileiros, 
se relacionam com as culturas africana e indígena. A ideia é fazer 
um passeio pelo mundo atual, a fim de entender a situação do 
índio e do afrodescendente no Brasil e relacioná-la com a história. 
Estudaremos alguns desses assuntos e suas polêmicas: axé, 
samba, capoeira, situação do negro e do indígena na sociedade 
atual, escravidão e quilombos. 
Contudo, a importância de tratar tais assuntos diz respeito 
ao compromisso que todos nós temos de compreender e humani-
zar a nossa sociedade, utilizando-se de alguns mecanismos de que 
dispomos. Mas em que exatamente podemos contribuir e de que 
maneira? A essasperguntas, há organismos nacionais e internacio-
nais que tentam responder. Vejamos.
19© Caderno de Referência de Conteúdo
Tomando por base o documento da Organização das Nações 
Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que identifi-
cou os desafios da cultura no nosso país, o objetivo principal deve 
ser: "[...] adotar estratégias de desenvolvimento capazes de respei-
tar e promover a diversidade cultural, o direito à cultura, o diálogo 
intercultural, a cultura de paz e a preservação do patrimônio cul-
tural" (UNESCO, 2011). Mas, na prática, o que isso significa? Como 
nós podemos fazer? Devemos analisar a cultura afro-brasileira e 
indígena a partir da diversidade cultural e do diálogo intercultural. 
O texto da Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008, que al-
tera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que por sua vez 
estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, traz em seu 
artigo 26-A o seguinte: 
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de en-
sino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da 
história e cultura afro-brasileira e indígena. 
§ 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá 
diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a for-
mação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, 
tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos 
negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena 
brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, 
resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e po-
lítica, pertinentes à história do Brasil. 
§ 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e 
dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de 
todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artísti-
ca e de literatura e história brasileiras (BRASIL, 2011). 
Fica bem claro que nos foi atribuída a missão de lidar de ma-
neira mais efetiva com a questão do negro e do indígena e, no 
limite, entendermos e divulgarmos que estamos tratando de nós 
mesmos, enquanto povo brasileiro. Afinal de contas, sem a partici-
pação do negro e do índio em nossa história e cultura, não existiria 
o nosso Brasil, tal qual o conhecemos hoje. Contudo, essa não é 
uma missão que atende apenas às nossas expectativas na qualida-
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de de brasileiros, pois está fundamentada em parâmetros interna-
cionais de desenvolvimento humano e social. 
Entretanto, é preciso tocar agora em um ponto muito im-
portante, que colaborou com toda essa preocupação nacional e 
internacional voltada para o afrodescendente e para o indígena: 
a situação do negro e do índio na atualidade. É fundamental que 
entendamos o que motivou, no presente, este cuidado internacio-
nal com o resgate da história desses povos dentro e fora do Brasil, 
uma vez que esta história está ligada diretamente com a África e 
com a Europa, em função do processo de colonização. Então, co-
mecemos pela situação dos povos indígenas.
Segundo uma publicação do Banco Mundial de 2007, mais 
de 80% dos 28 milhões de indígenas da América Latina viviam em 
situação de pobreza extrema. Na América Latina, a análise foi feita 
na Bolívia, no Equador, no Peru, no México e na Guatemala (BBC 
BRASIL, 2011). 
No Brasil, em 2005, a situação do indígena também chamou 
a atenção em nível internacional. Um líder indígena declarou em 
uma reunião pública com a comissão especial do Senado sobre 
assuntos indígenas: 
Nas áreas dos Guarani e dos Kaiowá o que acontece? Muita des-
nutrição. Nós não temos terra para plantar. Justamente por isso, 
acontece miséria e fome em nossa terra... Nós índios já tomamos 
uma decisão. Se acontecer um despejo nessas áreas em conflito, 
nós vamos nos suicidar. Vamos nos suicidar porque não valemos 
nada para ninguém (CONSELHO INDÍGENA DE RORAIMA, 2005). 
 Sem dúvida, trata-se de um depoimento chocante.
Em 30 de março de 2005, a Anistia Internacional apresentou 
um relatório sobre a questão dos povos indígenas do Brasil, afir-
mando que os indígenas continuavam sofrendo discriminação e 
agressões em todo o país, como consequência, em grande parte, 
de sua luta pelas terras ancestrais. Outra declaração de um indíge-
na brasileiro foi destacada pela Anistia: 
21© Caderno de Referência de Conteúdo
Estão nos tratando como se fôssemos estrangeiros em nosso pró-
prio país, e, inclusive, como uma ameaça para a soberania. Com 
isso, a esperança de ver nossos territórios demarcados e ratifica-
dos, pouco a pouco tem sido substituída pelo temor (ADITAL, 2005).
Assim, mostrou-se necessário cada vez mais conhecer a con-
dição do indígena, entender seus costumes e divulgar a sua situ-
ação, com o intuito de mudar essa triste impressão causada pelo 
tratamento inadequado e, muitas vezes, cruel dado àqueles que 
estavam aqui, neste território, bem antes dos europeus iniciarem 
a colonização e que, hoje, sentem-se como estrangeiros em terra 
própria.
Sobre a história e importância do índio brasileiro, temos 
muitos estudos. E quanto ao afrodescendente? Também há muitas 
coisas a serem revisitadas, reinterpretadas e pesquisadas a esse 
respeito, para que tenhamos melhor dimensão de nossa produção 
artística e cultural. Sabemos que sua entrada neste país deu-se a 
partir da escravidão que foi abolida em 1888. Porém, infelizmente, 
também temos notícia de que a escravidão continua acontecendo 
em muitas partes do país, vitimizando não só o negro, mas pessoas 
de diversas regiões. Em 2000, estimativas apontavam a existência 
de 20 a 30 mil trabalhadores escravos no Brasil. Até junho de 2007, 
mais de 24 mil foram resgatados e havia indicações de que o país 
ainda tinha pelo menos 25 mil escravos, dos quais 12 mil estariam 
no Pará, o campeão nacional em número de trabalhadores em re-
gime de escravidão. O número de trabalhadores libertados pas-
sou de 84 pessoas em 1995 para 1.174 em 2001, 2.306 em 2002 
e 4.932 em 2003. De 1995 a 2003 foram libertados 24 escravos 
em Minas Gerais; 4.571 no Pará; 1.923 no Mato Grosso; 1.089 na 
Bahia; 624 no Maranhão e 438 em Tocantins (ROMERO, 2007). 
Temos aqui, diante de nós, um problema marcado pela nos-
sa herança histórica, da qual não nos orgulhamos e que tentamos 
definitivamente resolver. O conhecimento de tal situação nos per-
mite questionar como os brasileiros vêm vivendo e em que con-
dições. Mais ainda, permite-nos analisar o quanto o nosso país é 
© História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena II
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grande e envolve imensa diversidade e modos de vida, que podem 
ser a única forma de viver e entender o mundo de muitas pessoas 
de nosso país, os quais não são compartilhados por uma grande 
maioria. Nesse sentido, há outra preocupação em nosso país: os 
quilombos. 
Os quilombos ficaram conhecidos inicialmente como locais 
isolados para onde iam os escravos negros que fugiam de seus do-
nos. Contudo, hoje em dia, mesmo depois de mais de cem anos do 
fim da escravatura em nosso país, ainda existem quilombos espa-
lhados por todo o país. 
Quilombola é o nome dado aos moradores dos quilombos. 
Porém, a partir de 1988, com a nova Constituição, os quilombolas 
foram chamados, no texto jurídico, "remanescentes de quilom-
bos", que, de certa maneira, parece dizer que estamos nos refe-
rindo aos que sobraram, aqueles dos quais restaram algumas lem-
branças, os remanescentes de outro tempo. Mas essa não era uma 
definição compatível com o que se verificava nos quilombos. 
Em 1994 foi divulgado um documento elaborado pelo Gru-
po de Trabalho sobre Comunidades Negras Rurais definindo o que 
significa ser "remanescente de quilombo", com o intuito de escla-
recer melhor tal questão e atribuir um lugar mais acertadopara 
estes povos na conjuntura brasileira. Eles concluíram o seguinte:
Contemporaneamente, portanto, o termo não se refere a resídu-
os ou resquícios arqueológicos de ocupação temporal ou de com-
provação biológica. Também não se trata de grupos isolados ou de 
uma população estritamente homogênea. Da mesma forma nem 
sempre foram constituídos a partir de movimentos insurrecionais 
ou rebelados, mas, sobretudo, consistem em grupos que desenvol-
veram práticas de resistência na manutenção e reprodução de seus 
modos de vida característicos num determinado lugar (COMISSÃO 
PRÓ-ÍNDIO DE SÃO PAULO, 2011).    
Hoje o conceito de remanescentes de quilombo ou quilom-
bolas diz respeito àqueles que se opuseram aos movimentos so-
ciais, políticos e, podemos dizer, culturais que predominaram nos 
lugares em que eles se localizavam. Não se reconhecendo com o 
23© Caderno de Referência de Conteúdo
restante da sociedade e identificando-se entre si, esses grupos de 
brasileiros e brasileiras se organizaram à sua maneira e continua-
ram a sobreviver tal qual consideraram viável, em defesa contra 
aquilo que os oprimisse. Não constituíram necessariamente gru-
pos de mesma cor de pele ou de uma única descendência familiar. 
Pelo contrário, estes grupos guardaram suas diferenças internas, 
mas mantiveram em comum a preservação de seus modos de 
vida, diante das mudanças ocorridas nas estruturas socioculturais 
de nosso país. Também não são isolados. Muitos deles mantêm 
contato com os centros urbanos, porém preservam sua autono-
mia, não dependendo destes centros para a sua sobrevivência.
Para que tenhamos uma ideia da importância dos quilombo-
las para o Brasil, só no estado da Bahia o governo federal registrou, 
até outubro de 2006, 159 comunidades quilombolas. Nos demais 
estados, as comunidades quilombolas estão assim divididas: Ma-
ranhão, 527; Minas Gerais, aproximadamente 400; Pará, 240; Per-
nambuco, cerca de 120; Rio Grande do Sul, 130; Rio de Janeiro, 14; 
e em São Paulo, pelo menos, 35. Ao todo, estima-se a existência 
de mais de 2.000 comunidades quilombolas espalhadas pelo Brasil 
(COMISSÃO PRÓ-ÍNDIO DE SÃO PAULO, 2011). 
Cada vez mais, esses povos passam a ter suas terras reco-
nhecidas, o que gera muita polêmica, pois envolve interesses de 
uso e posse sobre a terra, de empresas e fazendeiros. De um lado 
estão os quilombolas, defendendo os seus direitos de proprieda-
de de terra, e, de outro, os múltiplos interesses relacionados com 
pessoas que, muitas vezes, não entendem ou não aceitam os seus 
direitos. Não bastasse tudo isso, há também aqueles que são con-
siderados aproveitadores, que são acusados de fazer mau uso da 
legislação, prejudicando fazendeiros e ruralistas de modo geral. 
Em uma entrevista, Dom Bertrand de Orleans e Bragança 
manifesta a sua opinião sobre o assunto, defendendo os interesses 
dos donos de terras e da propriedade privada.
© História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena II
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Vale ressaltar o momento da entrevista em que Dom Ber-
trand afirma categoricamente que, por causa da miscigenação, 
não há problema racial no Brasil. Ora, dizer isso equivale a des-
conhecer as condições precárias em que viveram e vivem muitas 
pessoas, conforme nós mesmos apontamos aqui, e ignorar toda 
a cultura do indígena e do afrodescendente, baseando-se apenas 
nas noções de justiça e de propriedade do homem ocidental, sem 
entender o ponto de vista de quem viu suas terras invadidas pelo 
colonizador europeu – que é o caso dos povos indígenas – e da-
queles que foram arrancados de suas famílias e trazidos ao Brasil 
para trabalhar forçosamente em território estranho, tendo que 
abrir mão de seus costumes e cultura – que foi o que aconteceu 
com os negros africanos. 
A questão da posse de terras é, na realidade, um assunto 
que envolve vários pontos de vista e justamente por isso devemos 
considerá-los, mas sem nos esquecermos da cultura e do processo 
histórico daqueles que ajudaram a construir o nosso país e que 
hoje ainda carecem do devido reconhecimento.
Ainda ocorrerá muita discussão sobre esse tema, pois pode 
haver abusos sim, dos dois lados. Porém, é fundamental que fa-
çamos a nossa parte, conhecendo e divulgando a cultura e a arte 
indígena e afrodescendente. 
A ligação com a terra e com os antepassados tem um caráter 
sagrado, de modo que não se trata apenas de uma questão de so-
brevivência material, mas, também, do sentido de existência para 
os povos de origem africana. 
Para encerrar essa Abordagem Geral da Disciplina, vejamos 
um poema intitulado Identidade indígena, de autoria de Generino 
Gabriel, que é de Rodelas, Bahia. Este poema diz respeito ao índio, 
mas pode facilmente traduzir aspectos da busca por identidade de 
grande parte do povo brasileiro. 
25© Caderno de Referência de Conteúdo
Identidade indígena
Quem sou eu? 
Sou parte de um povo valente,
Sou a luta pela sobrevivência,
Sou da nação Pankararé, Fulniô, Tuxá,Sou a cultura Pataxó, Xucuru, 
Karajá.
Eu era um, entre os cinco milhões
Sou apenas um, em 300 mil [...]
Aculturado, me julgavam. 
Até fui considerado animal, 
Talvez por ser natural. 
Mas não fui eu que inventei
O veneno mais mortal
Que veio de Portugal.
Eu aqui vivia...
A caça, o cultivo, a pesca
Eram o meu labutar.
Seria eu selvagem
Por não me deixar escravizar?
Quando essa terra nem era Brasil
Eu falava a língua de gente,
Vivia uma vida real
E isso me parecia normal.
Mas aí veio o homem civilizado [...]
Numa manhã de abril
Ele descobriu o Brasil!?
Não! Ele apenas me vestiu. 
No entanto me despiu
Da minha verdadeira essência [...]
Será que isso ninguém viu?
Mas como "todo dia é dia de índio",
Continuo a minha batalha
Na defesa do meu mundo,
Tão massacrado, devastado
por acefálicos civilizados (GABRIEL, 2007, p. 24).
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Glossário de Conceitos 
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um 
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados na disciplina História e Cultura 
Afro-Brasileira, Africana e Indígena II. Veja, a seguir, a definição 
dos principais conceitos desta disciplina: 
1) Amazonas: é o nome do rio mais longo do mundo. Foi 
atribuído em referência ao antigo mito grego das Ama-
zonas. "O mito das Amazonas se explica a partir do 
texto de Hipócrates. Segundo ele, as guerreiras eram 
excelentes ginetes (Amazonas – feminino de cavaleiro, 
de jóquei) que viviam nas estepes. Eram muito boas ar-
queiras e lançavam, em plena cavalgada, suas flechas 
certeiras. Relata Hipócrates que enquanto permaneciam 
solteiras guerreavam, e não se deixavam conquistar para 
o enlace das núpcias enquanto não houvessem matado 
pelo menos três inimigos. Desde pequenas, suas mães 
lhes cauterizavam o seio direito com uma barra de bron-
ze quente para que diminuísse o volume, a fim de que 
todo o vigor e energia do seio passassem para o braço e 
ombro direito” (RÊGO, 2003, p. 104). Como os coloniza-
dores tiveram de lutar com indígenas para tomar conta 
do território que circunda o grande rio, enfrentando in-
clusive mulheres guerreiras, o mito foi evocado para dar 
nome ao rio.
2) Ancestre: antepassado, ancestral.
3) Cosmovisão: é a visão do mundo e da vida, percepção 
de mundo, ponto de vista, sistema de valores. Na pers-
pectiva africana, relaciona-se, também, com a ideia de 
inter-relação entre todas as coisas na natureza e entre o 
mundo físico e o metafísico, contrapondo-se à dualidade 
predominante no mundo ocidental. 
4) Dialógico: que leva ao diálogo, que causa discussão, de-
bate. 
5) Diáspora: dispersão. Relaciona-se ao deslocamento ou 
transferência, normalmente forçados, de umpovo para 
27© Caderno de Referência de Conteúdo
outra(s) região(ões). No caso africano, em analogia ao 
povo judeu, refere-se tanto ao movimento de dispersão 
forçada pela escravidão moderna quanto à recriação ou 
à manutenção, nos lugares onde foram estabelecidos, de 
tradições ou costumes ancestrais, dando à sua vivência 
um sentido de resistência. Neste caso, o conceito ganha 
uma ênfase política. 
6) Lenda: “[...] narração escrita ou oral, de caráter maravi-
lhoso, no qual os fatos históricos são deformados pela 
imaginação popular ou pela imaginação poética" (PE-
REIRA, 1993, p. 8). Também pode ser considerada como 
"[...] uma narrativa imaginária que possui raízes na re-
alidade objetiva. É sempre localizável, isto é, ligada ao 
lugar geográfico determinado” (CARVALHO NETO, 1977, 
p. 132).
7) Maniqueísmo: doutrina ou pensamento fundamenta-
do na determinação de existência de apenas duas for-
ças que se opõe: o bem e o mal. "Surgiu no século III, 
na Ásia Menor, com a figura de Maniqueu. Sua doutrina 
aliava elementos gnósticos oriundos do cristianismo ao 
Zoroastrismo. Manteve-se em atividade até o século VII, 
sendo combatido, dentre outros, por Santo Agostinho" 
(PRUDENTE, 2008, p. 25). Do ponto de vista da cultura 
e sociedade, devemos considerar também que: "O ma-
niqueísmo é uma forma de pensar simplista em que o 
mundo é visto como que dividido em dois: o do Bem e o 
do Mal. A simplificação é uma forma primária do pensa-
mento que reduz os fenômenos humanos a uma relação 
de causa e efeito, certo e errado, isso ou aquilo, é ou não 
é. A simplificação é entendida como forma deficiente de 
pensar, nasce da intolerância ou desconhecimento em 
relação à verdade do outro e da pressa de entender e re-
agir ao que lhe apresenta como complexo" (LIMA, 2001).
8) Matrizes culturais: quando nos referimos às matrizes 
culturais, estamos falando das contribuições de diferen-
tes povos que foram importantes para a formação de 
uma determinada cultura. Cada um dos povos formado-
res da sociedade brasileira (europeus, nativos indígenas 
e povos africanos) trouxe consigo um conjunto de sabe-
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res e fazeres (cultura), que contribuiu para a formação 
de nossa identidade cultural. 
9) Mito: “(Mytho- gr = relato, fábula). Narrativa dos tem-
pos fabulosos ou heróicos. Narrativas de significação 
simbólica, geralmente ligada à Cosmogonia e referente 
a deuses encarnadores das forças da natureza e (ou) de 
aspectos da condição humana. Representação dos fatos 
ou personagens reais, exageradas pela imaginação po-
pular, pela tradição" (PEREIRA, 1993, p. 8). Numa pers-
pectiva reflexiva e filosófica, Campbell, grande estudioso 
do assunto, defendeu que: “Mitos são pistas para as po-
tencialidades espirituais da vida humana". Assim, a defi-
nição de mito diz respeito à “experiência de vida". Para o 
autor: "O mito o ajuda a colocar sua mente em contato 
com essa experiência de estar vivo. Ele lhe diz o que a 
experiência é" (CAMPBELL, 1990, p. 6).
10) Tapuia: segundo o Dicionário Michaelis (2011), tapuia 
ou tapuio significa: “1. Designação genérica do selvagem 
brasileiro. 2. Nome dado outrora pelos tupis aos indíge-
nas inimigos. [...] 5. Qualquer mestiço trigueiro e de ca-
belos lisos e pretos." Contudo, o Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE, 2011) traz a seguinte defi-
nição: "Tupis designava os povos que, pela semelhança 
de língua e costumes, predominavam no litoral no século 
XVI. Tapuias correspondiam aos ‘outros’ grupos. Isto é, 
aos que não falavam a língua que os jesuítas chamaram 
de ‘língua geral’ ou ‘língua mais usada na costa do Bra-
sil’, como se expressou Anchieta, o primeiro a compor 
uma gramática da língua tupi. Portanto, nunca houve um 
grupo cultural ou lingüístico ‘tapuia’. Este é um vocábulo 
tupi utilizado para designar os povos de outros troncos 
ou famílias lingüísticas". Todavia, a denominação refere-
-se a um grupo indígena com hábitos e cultura distintos.
11) União das Nações Indígenas (UNI): movimento indíge-
na organizado surgido na década de 1980, do qual, em 
1985, surgiu a organização não governamental Núcleo 
de Cultura Indígena (NCI), tendo como objetivo prote-
ger, resgatar, promover e divulgar a cultura tradicional 
(PROGRAMA DE ÍNDIO, 2011). 
29© Caderno de Referência de Conteúdo
12) Zoomorfismo: mistura de animal com homem; venera-
ção a divindades que possuem forma de animal. Tipo de 
crença que toma como possível a transformação do ho-
mem em animal, como, por exemplo, a crença na exis-
tência do lobisomem. 
Esquema dos Conceitos-chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es-
quema dos Conceitos-chave da Disciplina. O mais aconselhável é 
que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até 
mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você 
construir o seu conhecimento, ressignificando as informações a 
partir de suas próprias percepções. 
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en-
tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais 
complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você 
na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de 
ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-
-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em 
esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co-
nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe-
dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza-
gem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem. 
© História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena II
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
30
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas 
e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-
nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-
cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele-
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com 
o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do 
site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010).
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave da disciplina História e Cultura Afro-Brasileira, 
Africana e Indígena II. 
31© Caderno de Referência de Conteúdo
Como você pode observar, esse Esquema oferece a você, 
como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos 
mais importantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar 
entreos principais conceitos desta disciplina e descobrir o cami-
nho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. Nes-
te caso, as matrizes culturais brasileiras estão relacionadas com a 
cultura africana, com a cultura europeia. Outro fator a considerar 
são as relações estabelecidas entre estas culturas, a fim de termos 
no Brasil, na nossa formação, os afrodescendentes e a cultura in-
dígena, com suas resignificações oriundas dos contatos múltiplos.
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento. 
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem 
ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-
vas. 
 Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a prática do ensino de Artes pode ser uma forma 
de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resolução 
de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se prepa-
rando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa 
é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e 
adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional. 
As questões de múltipla escolha são as que têm como resposta 
apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por 
questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos 
© História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena II
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
32
matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, 
inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por 
resposta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, 
normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. 
Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus 
colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus es-
tudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as bibliogra-
fias apresentadas no Plano de Ensino e no item Orientações para o 
estudo da unidade.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos da disciplina, pois relacionar aquilo que está no campo vi-
sual com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. 
Dicas (motivacionais)
O estudo desta disciplina convida você a olhar, de forma 
mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser 
humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, 
práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunica-
ção, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, 
ao compartilhar com outras pessoas aquilo que você observa, per-
mite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a 
ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, 
portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. 
Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade 
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. 
33© Caderno de Referência de Conteúdo
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor 
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades 
nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu-
ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau-
las. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
esta disciplina, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto 
para ajudar você. 
3. EͳREFERÊNCIAS
ADITAL. Notícias da América Latina e Caribe. Situação de indígenas chama a atenção 
internacional. 30 mar. 2005. Disponível em: <http://www.adital.com.br/site/noticia2.
asp?lang=PT&cod=15895>. Acesso em: 22 nov. 2011.
BBC BRASIL. Mais de 80% dos indígenas da América Latina vivem na pobreza, diz estudo. 
Disponível em: <www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/02/070228_
indigenaalbg.shtml>. Acesso em: 22 nov. 2011.
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34
BRASIL. LEI nº 11.645, de 10 março de 2008. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 
1996, modificada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes 
e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a 
obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena". Diário Oficial 
[da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 mar. 2008. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/lei/L11645.htm>. Acesso em: 22 
nov. 2011.
COMISSÃO PRÓ-ÍNDIO DE SÃO PAULO. Comunidades quilombolas no Brasil. Disponível 
em: <http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/i_oque.html>. Acesso em: 22 nov. 
2011. 
CONSELHO INDÍGENA DE RORAIMA. Notícias. Brasil: segurança e sobrevivência dos 
povos indígenas ameaçadas. Boa Vista, 31 mar. 2005. Disponível em: <http://www.cir.
org.br/portal/?q=node/278>. Acesso em: 22 nov. 2011.
GABRIEL, G. Identidade indígena. Mundo Jovem, Porto Alegre, RS, n. 385, p. 24, abr. 
2007. Disponível em: <http://www.mundojovem.com.br/datas-comemorativas/indio/
dinamica-indio-direito-a-diferenca.php>. Acesso em: 22 nov. 2011.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Nomes e classificações dos 
índios. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/povoamento/indios/nomes.
html>. Acesso em: 22 nov. 2011.
LIMA, R. O maniqueísmo: o bem, o mal e seus efeitos ontem e hoje. Revista Espaço 
Acadêmico, ano I, n. 7, dez. 2001. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.
br/007/07ray.htm>. Acesso em: 22 nov. 2011.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA 
(UNESCO). Representação da Unesco no Brasil. Disponível em: <http://www.unesco.org/
new/pt/brasilia/culture/cultural-challenges-and-strategy>. Acesso em: 22 nov. 2011.
PROGRAMA DE ÍNDIO. Núcleo de cultura indígena. Disponível em: <http://www.
programadeindio.org/index.php?s=pi&n=pi_nucleo>. Acesso em: 21 mar. 2012. 
PRUDENTE, M. G. O conceito de existência na metafísica de São Tomás de Aquino. 2008. 
Dissertação (Mestrado em Filosofia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas)− 
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. Disponível 
em: <http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1771>. Acesso em: 22 
nov. 2011.
RÊGO, J. F. Enraizamento cultural e ecoturismo na Amazônia – o caso da vila de Alter do 
Chão. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável, área de concentração Política 
e GestãoAmbiental)− Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, 
Brasília-DF, 2003. Disponível em: <http://www.unbcds.pro.br/publicacoes/JacksonRego.
pdf>. Acesso em: 22 nov. 2011.
ROMERO, T. Trabalho escravo não diminui. Agência Fapesp, Belém, 16 jul. 2007. 
Disponível em: <http://www.agencia.fapesp.br/materia/7443/59-sbpc/trabalho-
escravo-nao-diminui.htm>. Acesso em: 22 nov. 2011.
1
EA
D
Arte Africana
Prof. Antonio Filogênio de Paula Júnior
1. OBJETIVOS
• Apontar e analisar a importância do reconhecimento da 
cosmovisão africana e a sua relação com a expressão ar-
tística.
• Identificar aspectos de uma ontologia africana.
• Reconhecer os aspectos gerais da arte negra africana con-
temporânea.
2. CONTEÚDOS
 África: cosmovisão e sentido existencial. 
 Importância e o sentido da Arte.
 África hoje.
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36
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE 
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli-
citados no Glossário de Conceitos e suas ligações pelo 
Esquema dos Conceitos-chave para o estudo de todas 
as unidades desta disciplina. Isso poderá facilitar sua 
aprendizagem e seu desempenho.
2) Para complementar seus estudos, sugerimos que você 
assista aos seguintes filmes/vídeos: 
• Buud Yam − Direção de Gaston Kaboré. Burkina Faso, 
1997.
• Kiriku e a feiticeira (Kirikou et la Sorcière) − Direção de 
Michel Ocelot. França/Bélgica, 1998.
• Hotel Ruanda (Hotel Rwanda) − Direção de Terry 
George. Itália, África do Sul e Estados Unidos, 2004.
3) A seguir, apresentamos uma lista de sites para pesquisa, 
a fim de enriquecer os seus conhecimentos:
a) Aluca – construindo uma biblioteca digital de recur-
sos acadêmicos de e sobre a África. Disponível em: 
<http://www.aluka.org>. Acesso em: 11 nov. 2011.
b) African Writer – para consultar sobre escritores e 
literatura africanos (poesia, prosa, drama, entrevis-
tas, vídeos, fotos, notícia literária, entre outros). Dis-
ponível em: <http://www.africanwriter.com>. Aces-
so em: 11 nov. 2011.
c) Africultures – revista de referência das culturas afri-
canas. Disponível em: <http://www.africultures.
com/php>. Acesso em: 11 nov. 2011.
d) ArtAfrica – criado com a intenção de promover o 
trabalho de artistas plásticos africanos ou de as-
cendência africana residentes em países de língua 
oficial portuguesa, em Portugal, na Europa e em ou-
tros países, e assegurar a divulgação de debates con-
temporâneos acerca do pós-colonial em contextos 
37© Arte Africana
locais. Disponível em: <http://www.artafrica.info/
index.php>. Acesso em: 11 nov. 2011.
e) Arte africana – material do site focado na estética e 
na cultura material da África e em coleções de arte 
africana em museus. Disponível em: <http://www.
arteafricana.usp.br>. Acesso em: 11 nov. 2011.
f) Casa das Áfricas – tem como objetivo contribuir 
para o processo de produção e ampliação de conhe-
cimentos sobre as sociedades africanas e para o diá-
logo entre instituições e pesquisadores que tenham 
como foco de trabalho a África. Disponível em: 
<http://www.casadasafricas.org.br>. Acesso em: 11 
nov. 2011.
g) Centro Cultural Odududwa - o Centro Cultural Odu-
duwa e o Oduduwa Templo dos Orixás são duas 
organizações parceiras com múltiplas finalidades 
nos âmbitos da Educação, da Cultura e da Religião. 
Atuando em permanente cooperação, estas duas 
organizações visam: promover intercâmbio religioso 
entre a África e outros continentes, levando sacer-
dotes africanos para o Brasil e outros países onde 
devotos de orixás residem e levando esses devo-
tos para a África; promover cursos sobre a língua e 
a cultura iorubá, e principalmente sobre a Religião 
Tradicional Iorubá; criar espaços para o encontro de 
estudiosos e devotos de religiões de matriz africana; 
propor e desenvolver projetos de pesquisa e inter-
venção social nas áreas educacional, social, cultural, 
artística, promocional e psico-sócio-profilática, di-
rigidos à comunidade, em especial aos segmentos 
de baixa renda, baseando-se na filosofia do culto a 
Egbé; divulgar informações oriundas dessas iniciati-
vas. O ensino, a pesquisa e as publicações têm lugar, 
prioritariamente, no Centro Cultural Oduduwa, na 
capital de São Paulo, enquanto as demais atividades 
– práticas religiosas, promoção de intercâmbio reli-
gioso em âmbito nacional e internacional, apoio a 
iniciativas de cunho religioso na África e em países 
da Europa e das Américas e prestação de serviços 
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38
à comunidade – são prioritariamente desenvolvi-
das no Oduduwa Templo dos Orixás, no município 
de Mongaguá, no litoral paulista. Disponível em: 
<www.centroculturaloduduwa.com.br>. Acesso em: 
9 abr. 2012. 
h) Centro Cultural Omo Odùdúwà – entrevistas, notí-
cias, eventos, previsões, orações, fotos, rádio, entre 
outros com informações sobre a cultura africana. 
Disponível em: <http://www.omooduduwa.com.
br>. Acesso em: 11 nov. 2011.
i) Fanta Konatê – site pessoal de Fanta Konatê que 
contém histórico profissional, shows, fotos, oficinas 
etc. Disponível em: <http://www.fantakonate.com>. 
Acesso em: 11 nov. 2011.
j) Histoire-Afrique – este espaço concentra pesquisas e 
documentos sobre a história da África, reunindo em 
sua maioria textos de pesquisadores do oeste africa-
no. Além das informações referentes ao continente, 
são compartilhadas também metodologias de pes-
quisa sobre a África. Disponível em: <http://www.
histoire-afrique.org>. Acesso em: 11 nov. 2011.
k) Mambazo – este é o site oficial de um dos grupos 
musicais mais importantes da África do Sul. O site 
nos traz a trajetória do grupo e as características da 
África do Sul antes e depois do regime do apartheid. 
Disponível em: <http://www.mambazo.com>. Aces-
so em: 11 nov. 2011.
l) Memória de África – instrumento criado para poten-
ciar a memória histórica dos laços que unem Portu-
gal e a Lusofonia. Disponível em: <http://memoria-
-africa.ua.pt>. Acesso em: 11 nov. 2011.
m) Portal da arte – criado para atender todos os públi-
cos, de todas as idades. Tem o intuito de tornar a 
arte mais fácil e prazerosa de se conhecer, por inter-
médio de vídeos, ilustrações e textos. O conteúdo 
disponibilizado é gratuito e livre para compartilhar 
de acordo com a especificação de cada autor e obra. 
39© Arte Africana
Disponível em: <http://www.portaldarte.com.br/ar-
teafricana.htm>. Acesso em: 11 nov. 2011.
4) Antes de iniciar os estudos desta unidade, é interessante conhecer 
um pouco da biografia de pensadores e especialistas da área, 
cujas ideias também norteiam o estudo desta disciplina. 
Kwame Anthony Appiah (1954-)
Filósofo de origem anglo-africana é hoje um dos maiores 
especialistas na fi losofi a da cultura e estudos africanos. 
O seu livro autobiográfi co inƟ tulado: Na casa do meu 
pai: a África na fi losofi a da cultura, é um clássico sobre 
o tema (imagem disponível em: <http://www.hcs.harvard.
edu/~hbr/issues/7.2winter06/images/appiah.jpg>. Aces-
so em: 11 nov. 2011. Texto traduzido e adaptado do 
site disponível em: <hƩ p://www.hcs.harvard.edu/~hbr/
issues/7.2winter06/arƟ cles/cosmopolitan.shtml>. Aces-
so em: 16 nov. 2011).
Kabengele Munanga (1942-)
Antropólogo nascido na República Democrática do Con-
go. Foi professor titular e coordenador do Centro de Es-
tudos Africanos na Universidade de São Paulo (imagem 
disponível em: <http://www.brasilautogestionario.org/
wp-content/uploads/2009/07/kabengele.jpg>. Acesso 
em: 11 nov. 2011. Texto adaptado do site disponível em: 
<http://www.brasilautogestionario.org/artigos/uma-res-
posta-contra-o-racismo-prof-kabengele-munanga-dou-tor-em-antropologia-da-usp/>. Acesso em: 16 nov. 2011). 
Wole Soyinka (1934-)
Ganhou o Nobel de Literatura de 1986 e é considerado 
o dramaturgo mais importante da África (imagem 
disponível em: <http://africanopinions.com/home/
images/people/soyinka.jpg>. Acesso em: 11 nov. 2011. 
Texto traduzido e adaptado do site disponível em: <http://
africanopinions.com/home/index.php?option=com_
content&view=article&id=48:wole-soyinka&catid=41:peo
ple&Itemid=59>. Acesso em: 16 nov. 2011). 
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Mariatu Kamara (1987-) 
Atualmente, é representante es-
pecial das crianças envolvidas 
em confl itos armados na Unicef e 
tem relatado suas experiências na 
América do Norte. Escreveu a obra 
A mordida da manga: uma histó-
ria de persistência e superação, 
com a ajuda da jornalista Susan 
McClelland. No livro conta como 
sobreviveu à Guerra Civil de Serra 
Leoa, em que teve suas duas mãos 
cortadas por soldados rebeldes 
(imagem disponível em: <http://re-
sources1.news.com.au/images/2009/05/11/1225710/632093-mariatu-kamara.
jpg>. Acesso em: 11 nov. 2011. Texto traduzido e adaptado do site disponível em: 
<http://www.theaustralian.com.au/news/arts/fi rst-impressions-mariatu-kamara/
story-e6frg8n6-1225710632112>. Acesso em: 16 nov. 2011). 
José João Craveirinha (1922-2003)
Considerado o maior poeta de Moçambique, 
foi jornalista e o primeiro autor africano a ga-
nhar o Prêmio Camões (1991), mais signifi ca-
tivo prêmio literário da língua portuguesa (ima-
gem disponível em: <http://images.wook.pt/ge-
tresourcesservlet/GetResource?g0f+WW/2Zu
Zkn3HFa7/aGpVEaFV80gna/I7YQLp+VeQ=>. Aces-
so em: 11 nov. 2011. Texto adaptado do site disponí-
vel em: <http://www.wook.pt/authors/detail/id/14971>. 
Acesso em: 16 nov. 2011). 
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Ao iniciarmos esta unidade, que dá continuidade ao estudo 
de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena I, perce-
bemos a fundamental importância de contextualizar o macro uni-
verso civilizatório da África, partindo do modo de ser do africano, 
ou melhor, de suas condutas, já que estamos tratando de uma di-
versidade fantástica e, ainda, pouco conhecida. 
Vamos estudar os aspectos mais significativos que permitam 
o entendimento da cosmovisão africana, ou seja, a sua maneira 
41© Arte Africana
de ser e estar no mundo, assim como a interpretação peculiar das 
relações do homem com o ambiente natural e com a arte de forma 
geral. 
Além disso, teremos uma ideia da situação atual da África 
perante os desafios a ela impostos e ao mundo como um todo. 
Na disciplina História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e In-
dígena I, foi oferecida uma ampla abordagem dos aspectos históri-
cos, geográficos e sociológicos, que permitiram adquirir uma visão 
ampla do continente africano . 
Na presente disciplina, abordaremos outras questões não 
menos complexas, as quais serão tratadas de maneira mais ele-
mentar, uma vez que um estudo aprofundado requer uma aborda-
gem detalhada. 
Esperamos que este material represente um referencial nes-
ta nova etapa do conhecimento e que atinja o seu objetivo de ser-
vir de auxílio aos educadores ao trabalharem com a temática afri-
cana, em atendimento às diretrizes da Lei Federal nº 10.639/2003, 
que tornou obrigatório o ensino da História e da Cultura Africana e 
Afro-Brasileira na escola. 
Vale observar que a inclusão da temática indígena ocorreu 
alguns anos depois, em razão da necessidade de se incorporar e 
reconhecer, de maneira justa, esta importante herança cultural 
formadora do nosso povo. 
A Lei Federal de 2003 foi complementada pela Lei Federal nº 
11.645/2008, a qual determinou a inserção no currículo das esco-
las no Ensino Fundamental e Médio de conteúdos sobre história e 
cultura dos povos indígenas no Brasil.
Bons estudos!
© História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena II
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5. ÁFRICA: COSMOVISÃO E SENTIDO EXISTENCIAL 
A cosmovisão africana é oriunda de uma cosmogonia típica 
de suas culturas, de seus mitos de origem, de sua espiritualidade e 
da forma como este africano se percebe no mundo.
O africano, de modo geral, mantém uma relação equilibra-
da com o meio ambiente, percebendo e entendendo esse espaço 
comum como uma casa, a qual se deve cuidar e preservar, já que 
ao homem é deixada essa responsabilidade. Esse cuidado se dá 
não somente pela sua sobrevivência física, mas também pela sua 
existência espiritual. Todas as mediações com o universo espiritual 
se dão também concretamente na condição física: é esse ser em 
totalidade que comunga a sua realidade com o divino. 
Esse encontro com o sagrado é mediado pelo corpo, que é 
considerado o imanente concreto com perspectiva transcendente. 
Portanto, o corpo é o local por excelência de relações interiores e 
exteriores, e o meio ambiente é o espaço privilegiado da comu-
nhão com o metafísico. 
Veja, por exemplo, a noção de morte nas culturas senufo, 
iorubá e agni: “O apodrecimento do corpo e sua integração a terra 
parecem configurar uma mutação, a qual, mesmo ao final, guarda 
de certa maneira algo da individualidade anterior” (LEITE, 2008, 
p. 37).
A ideia dicotômica ou platônica do universo não é comum 
na maioria das culturas tradicionais da África subsaariana. Assim, 
mesmo que o homem africano reconheça um conceito de alma e 
de corpo em separado, na realidade, eles nunca estão dissociados. 
Em outras palavras, o sujeito é o que é em sua totalidade; 
essa noção aproxima-se um pouco do conceito heideggeriano do 
ser-aí. O indivíduo somente se reconhece em sua inteireza, e não 
como algo fragmentado. Tal noção implica também uma relação 
diferenciada com o universo. 
43© Arte Africana
O africano não se percebe como algo distinto ao mundo ou 
acima dele, mas como parte integrante dele, um sujeito com a res-
ponsabilidade de garantir a preservação da vida em todas as suas 
instâncias. 
Desse modo, a noção de religiosidade, ou mesmo de espiri-
tualidade, passa pela harmonia do universo natural, do seu equi-
líbrio. A natureza é o palco em que Deus se faz revelar, local onde 
manifesta as suas forças e se faz compreensível aos homens. Por-
tanto, o homem tem acesso a Deus pelo ambiente natural e essa 
relação perpassa o seu corpo: "Tem-se dito com muita freqüência 
que o negro é o homem da natureza. Vive tradicionalmente da 
terra e com a terra, no e pelo cosmos" (MARGARIDO, 1964, p. 8). 
A destruição da natureza diante deste recorte existencial não 
pode ser aceita, pois significa não somente o fim do homem, mas 
de um todo perceptível, palpável e concreto, bem como de todas 
as energias que estão em correlação no universo.
A manipulação que o homem exerce sobre o meio natural 
deve ser responsável e comprometida com a existência dos outros 
seres que habitam o meio ambiente, sejam eles pertencentes ao 
reino animal, vegetal ou mineral, e mesmo em seus estados de 
transformação, como a morte, em que estes corpos estão em mu-
dança química e energética. Todo esse contexto deve ser respeita-
do, pois provoca mudanças no cosmos e na natureza em si mesma.
Todo ato implica uma rede de possibilidades que afetam o 
universo nas macro e micro relações. Desse modo, uma transfor-
mação não pode ser realizada aleatoriamente, sem que se perceba 
o conjunto existencial e o impacto que ela pode ocasionar. 
Isso significa que o homem é totalmente responsável pelos 
bens e pelos danos que impõem ao seu meio. A transformação 
desse espaço não pode ser um bem pensado somente ao sujeito 
humano. 
© História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena II
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
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As catástrofes naturais são vistas, na cultura tradicional afri-
cana, de várias formas. A maioria delas é entendida como atos

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