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PERCEPÇÃO E EXPRESSÃO BIDIMENSIONAL: DESENHO CURSO DE LICENCIATURA EM ARTES – EAD Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho – Profª. Carolina Cabral e Souza; Profª. Fabíola Gonçalves Giraldi. Meu nome é Carolina Cabral e Souza, sou licenciada em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Atuo como professora de arte, presto consultoria em ação educativa de museus e atuo como coordenadora pedagógica em um projeto de arte na cidade de Belo Horizonte. E-mail: cabralcarolina@gmail.com Meu nome é Fabíola Gonçalves Giraldi, sou bacharel em Artes Plásticas, licenciada em Educação Artística e estou me especializando em Arte-Educação pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Atuo como professora de Educação Básica do estado de São Paulo. E-mail: fabiolagiraldi@yahoo.com.br Os autores agradecem a colaboração da Profª. Ms. Halima Alves de Lima Elusta, pelas suas contribuições aos temas desenvolvi- dos na Unidade 4 deste Caderno de Referência de Conteúdo. Os autores agradecem a colaboração do Prof. Newton Gomes Ferreira, pelas suas contribuições aos temas desenvolvi dos, bem como pela revisão técnica dos conteúdos abordados. Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação PERCEPÇÃO E EXPRESSÃO BIDIMENSIONAL: DESENHO Plano de Ensino Caderno de Referência de Conteúdo Caderno de Atividades e Interatividades Profª. Carolina Cabral e Souza Profª. Fabíola Gonçalves Giraldi Batatais Claretiano 2014 © Ação Educacional ClareƟ ana, 2011 – Batatais (SP) Trabalho realizado pelo ClareƟ ano - Centro Universitário Cursos: Graduação Disciplina: Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho Versão: fev./2014 Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva Vice-Reitor: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gaƫ Pró-Reitor AdministraƟ vo: Pe. Luiz Claudemir BoƩ eon Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gaƫ Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Ms. Luís Cláudio de Almeida Coordenador Geral de EaD: Prof. Ms. ArƟ eres Estevão Romeiro Coordenador de Material DidáƟ co Mediacional: J. Alves Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera CáƟ a Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori MarƟ ns Lidiane Maria Magalini Luciana A. Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Luis Henrique de Souza Patrícia Alves Veronez Montera Raquel Baptista Meneses Frata Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Revisão Cecília Beatriz Alves Teixeira Felipe Aleixo Filipi Andrade de Deus Silveira Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz Rafael Antonio Morotti Rodrigo Ferreira Daverni Sônia Galindo Melo Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Wagner Segato dos Santos Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Claretiano - Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação SUMÁRIO PLANO DE ENSINO 1 DADOS GERAIS DA DISCIPLINA ....................................................................... 10 2 CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................ 11 3 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ..................................................................................... 12 4 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR .................................................................... 12 CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15 2 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA DISCIPLINA ............................................ 16 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 52 4 EͳREFERÊNCIAS ................................................................................................ 52 UNIDADE 1 ͵ DESENHO: CONCEITOS INTRODUTÓRIOS, MATERIAIS E SUPORTES 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 57 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 58 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 58 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 59 5 FORMAS DE DESENHO ..................................................................................... 60 6 MATERIAIS E SUPORTES .................................................................................. 80 7 A RELAÇÃO ENTRE MATERIAL E SUPORTE ..................................................... 97 8 OUTROS MATERIAIS DO DESENHO ................................................................. 98 9 TEXTOS COMPLEMENTARES ............................................................................ 99 10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 103 11 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 104 12 EͳREFERÊNCIAS ................................................................................................ 104 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 108 UNIDADE 2 ͵ DESENHO: ELEMENTOS E COMPOSIÇÃO 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 109 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 110 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 110 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 111 5 ELEMENTOS VISUAIS E SUA COMPOSIÇÃO ͳ DESENHO ................................ 111 6 FORMA .............................................................................................................. 113 7 PONTO ............................................................................................................... 116 8 LINHA ................................................................................................................ 121 9 PLANO ............................................................................................................... 133 10 ESPAÇO .............................................................................................................. 136 11 PERSPECTIVA .................................................................................................... 141 12 ELEMENTOS VISUAIS EXPRESSIVOS ................................................................ 151 13 OUTRAS PERCEPÇÕES VISUAIS: EQUILÍBRIO, DIREÇÃO E MOVIMENTO ..... 167 14 TEXTOS COMPLEMENTARES ............................................................................ 174 15 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 177 16 CONSIDERAÇÕES ..............................................................................................178 17 EͳREFERÊNCIAS ................................................................................................ 178 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 181 UNIDADE 3 ͵ DESENHOS DE OBSERVAÇÃO, CRIAÇÃO E MEMÓRIA ͵ NATUREZA MORTA, PAISAGEM E FIGURA HUMANA 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 183 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 184 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 184 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 186 5 O DESENHO DE OBSERVAÇÃO ......................................................................... 187 6 O DESENHO DE MEMÓRIA .............................................................................. 206 7 O DESENHO DE CRIAÇÃO ................................................................................. 208 8 TEMÁTICAS DO DESENHO ............................................................................... 210 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 274 10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 275 11 EͳREFERÊNCIAS ................................................................................................ 275 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 281 UNIDADE 4 ͵ BREVE PANORAMA DO DESENHO NA HISTÓRIA DA ARTE 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 283 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 283 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 284 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 286 5 O DESENHO NA ARTE OCIDENTAL .................................................................. 286 6 PRIMEIROS DESENHOS .................................................................................... 287 7 DESENHOS DO MUNDO ANTIGO .................................................................... 297 8 DESENHOS DA ERA MEDIEVAL ........................................................................ 317 9 O DESENHO NO RENASCIMENTO .................................................................. 352 10 O DESENHO NO NEOCLASSICISMO E NO ROMANTISMO ............................ 391 11 O DESENHO NOS SÉCULOS 19 E 20 ................................................................ 399 12 O DESENHO NOS DIAS ATUAIS ........................................................................ 413 13 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 419 14 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 420 15 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 421 16 EͳREFERÊNCIAS ................................................................................................ 422 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 432 Claretiano - Centro Universitário EA D Plano de Ensino PE 1. APRESENTAÇÃO Seja bem-vindo ao estudo da disciplina Percepção e Expres- são Bidimensional: Desenho. Esta disciplina, irá experimentar a composição visual por meio do desenho e seus elementos, modalidades e temáticas. Dessa forma, você aluno EaD participará dessa busca por co- nhecimento, interagindo com seus colegas e tutores e atualizando- -se sempre que possível, contribuindo, assim, para o seu desenvol- vimento e o de todo o grupo. Bons estudos! © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho10 2. DADOS GERAIS DA DISCIPLINA Ementa O desenho como veículo construtor de imagens e de ideias visuais. Introdução à prática do desenho. Princípios bá- sicos do desenho de observação, criação e memória. Elementos e temáticas do desenho. Breve panorama do desenho na arte oci- dental. Objetivo geral Os alunos da disciplina Percepção e Expressão Bidimensio- nal: Desenho do curso de Licenciatura em Artes, na modalidade EaD do Claretiano, dado o Sistema Gerenciador de Aprendizagem e suas ferramentas, serão capazes de compreender o desenho como pensamento e veículo construtor de imagens e ideias mediante os fundamentos básicos da linguagem visual, bem como desenvolver a percepção e a expressão por meio de desenhos de observação, criação e memória, além de conhecer e apreciar a história do de- senho na arte ocidental. Com esse intuito, os alunos contarão com recursos técnico- -pedagógicos facilitadores de aprendizagem, como Material Didá- tico Mediacional, bibliotecas físicas e virtuais, ambiente virtual, bem como acompanhamento do professor responsável, do tutor a distância e do tutor presencial, complementado por debates no Fórum. Ao final desta disciplina, de acordo com a proposta orienta- da pelo professor responsável e pelo tutor a distância, terão con- dições de interagir com argumentos contundentes, além de dis- sertar com comparações e demonstrações sobre o tema estudado nesta disciplina, elaborando um resumo ou uma síntese, entre ou- tras atividades. Para esse fim, levarão em consideração as ideias debatidas na Sala de Aula Virtual, por meio de suas ferramentas, bem como o que produziram durante o estudo. © Plano de Ensino 11 Claretiano - Centro Universitário Competências, habilidades e atitudes Ao final deste estudo, os alunos do curso de Licenciatura em Artes contarão com uma sólida base teórica para fundamentar cri- ticamente sua prática profissional. Além disso, adquirirão as habili- dades necessárias não somente para cumprir seu papel nesta área do saber, mas também para agir com ética e com responsabilidade social. Carga horária A carga horária da disciplina Percepção e Expressão Bidimen- sional: Desenho é de 60 horas. O conteúdo programático para o estudo das quatro unidades que a compõem está desenvolvido no Caderno de Referência de Conteúdo, anexo a este Plano de Ensino, e os exercícios propostos constam no Caderno de Atividades e In- teratividades (CAI). É importante que você releia, no Guia Acadêmico do seu curso, as informações referentes à Metodologia e à Forma de Avaliação da disciplina Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho. A síntese dessas informações consta no Cronograma na Sala de Aula Virtual – SAV. 3. CONSIDERAÇÕES GERAIS Neste Plano de Ensino, apresentamos o objetivo geral, as ementas, as competências, a duração e a carga horária que serão desenvolvidos na disciplina Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho. Ao iniciar o estudo das unidades, você compreenderá como o desenho pode ser pensamento e veículo construtor de imagens e de ideias visuais e como seus elementos compositivos se desenvolveram ao longo da história da arte. É importante que você, mediante pesquisa da bibliografia indicada, aprofunde os conteúdos apresentados, pois os conheci- © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho12 mentos e as habilidades adquiridos nesta disciplina serão funda- mentais para torná-lo um profissional diferenciado e, ao mesmo tempo, atento aos contextos atuais do desenho enquanto lingua- gem da arte. Tenha em mente que o sucesso desta etapa depende de seu empenho e determinação em realizar as atividades e as inte- ratividades propostas no Caderno de Atividades e Interatividades, procurando construir o conhecimento deforma colaborativa. Não deixe de consultar o Guia Acadêmico para certificar-se de como será a avaliação final e obter informações sobre a metodologia de estudo para as disciplinas do curso. 4. BIBLIOGRAFIA BÁSICA ARNHEIM, R. Arte & percepção visual, uma psicologia da visão criadora. 8. ed. São Paulo: Livraria Pioneira, 1994. DERDYK, E. (Org.). Disegno. Desenho. Designio. São Paulo: Senac, 2007. EDWARDS, B. Desenhando com o lado direito do cérebro. Tradução de Ricardo Silveira. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. 5. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR BAYS, J. Desenho em dez lições (Drawing Workbook). s.l.: David & Charles Limited, 1998. BELMIRO, A. Perspectiva para Principiantes. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1979. CERVER, F. A. Desenho para Principiantes. Tradução de Judite Vitorino e Clara Vitorino. s.l.: Konemann, 2003. COLI, J. O que é arte. 15. ed. São Paulo: Brasiliense, 2000. DERDYK, E. Formas de pensar o desenho - desenvolvimento do grafismo infantil. São Paulo: Scipione, 1989. ______. (Org.). Disegno. Desenho. Designio. São Paulo: Editora Senac, 2007. ______. Formas de pensar o desenho – desenvolvimento do grafismo infantil. 3 ed. 3. Impressão. São Paulo: Scipione, 2008. ______. O desenho da Figura Humana. São Paulo: Scipione, 2003. GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16. ed. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC, 1999. IAVELBERG, R. O desenho cultivado da criança – prática e formação de educadores. Porto Alegre: Zouk, 2006. © Plano de Ensino 13 Claretiano - Centro Universitário JANSON, H. W.; JANSON, A. F. Iniciação à história da arte. 2. ed. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 1996. KANDINSKY, W. Ponto e linha sobre o plano. São Paulo: Martins Fontes, 1997. LICHTENSTEIN, J. (Org.). A pintura: A figura humana, apresentação de Nadeije Laneyrie- Dagen; coordenação da tradução de Magnólia Costa, São Paulo: Ed. 34, 2004. v. 6. MARTINS, M. C. PICOSQUE, G. GUERRA, M. T. T. Didática do Ensino de Arte: a língua do mundo – poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998. MAYER, R. Manual do artista. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. PEDROSA, I. Da cor à cor inexistente. 9. ed. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial Ltda., 2003. PIGNATTI, T. O desenho: de Altamira a Picasso. São Paulo: Abril, 1982. RUDEL, J. A técnica do desenho. Rio de Janeiro: Zahar, 1980. STRICKLAND, C. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. Tradução de Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999. Claretiano - Centro Universitário CRC Caderno de Referência de Conteúdo 1. INTRODUÇÃO A disciplina Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho foi dividida em quatro unidades com o objetivo de facilitar a com- preensão e permitir um melhor entendimento sobre cada tópico. Veremos. Na Unidade 1, iremos abordar os conceitos introdutórios sobre a percepção e a expressão bidimensional do desenho bem como suas diferentes formas. Você estudará na Unidade 2 os primeiros desenhos realiza- dos na denominada arte rupestre, os desenhos do mundo antigo e os desenhos da era medieval. Já na Unidade 3, você observará não somente as mais varia- das formas de desenhar, mas também, como o estilo de desenhar muda de um período para o outro e de um artista para o outro, e que, os artistas devolvem em forma de arte a sua visão do mundo, ou seja, a percepção da realidade. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho16 Finalmente, na Unidade 4 será apresentado os elementos do desenho e sua composição. Para isso, conheceremos a articulação entre a percepção e a representação do mundo real, modos pró- prios de expressão e comunicação visuais mediados pelos diversos recursos do desenho, tais como, suportes, materiais, instrumentos e processos. Além disso, a capacidade de observação e representação, o senso de memória e de imaginação serão fundamentais para rea- lização dos desenhos, no contexto cotidiano. Também, será rele- vante conhecer o traço, o gesto e a precisão do desenho por meio de exercícios, a fim de possibilitar a prática do desenho de obser- vação. Somados aos conteúdos desta unidade, será imprescindível mencionar sobre o respeito e a apreciação dos diferentes modos de expressão, bem como a crítica aos estereótipos e preconceitos. Bons estudos! 2. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA DISCIPLINA Abordagem Geral da Disciplina Profª. Fabíola Gonçalves Giraldi Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estudado nesta disciplina. Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer- lhe o conhecimento básico necessário a partir do qual você possa construir um referencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabilidade social. Vamos começar nossa aventura pela apresentação das ideias e dos princípios básicos que fundamentam esta disciplina. Claretiano - Centro Universitário 17© Caderno de Referência de Conteúdo De acordo com o Dicionário Aurélio (2005, p. 210), a palavra desenho pode ser definida como: Representação de formas sobre uma superfície, por meio de linhas, pontos e manchas; com objetivo lúdico, artístico, científico ou téc- nico; A arte e a técnica de representar, com lápis, pincel, pena, etc. um tema real ou imaginário, expressando a forma e geralmente abandonando a cor. Com base na definição anterior, não é difícil reconhecer como desenhos as imagens dispostas nas Figuras de 1 a 5. Figura 1. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho18 Figura 2. Claretiano - Centro Universitário 19© Caderno de Referência de Conteúdo Figura 3 Ilustração by Raphael Lima. Figura 4 Desenhos de Leonardo da Vinci. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho20 Figura 5 Desenho, 1971. E talvez, nas Figuras de 6 a 9. Claretiano - Centro Universitário 21© Caderno de Referência de Conteúdo Figura 6 Carla Zaccagnini. Figura 7 Schellen-Engel, 1936. Lápis sobre papel cartão, 29,5 x 21 cm Berna, Kunstmuseum Bern, fundação Paul Klee. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho22 Figura 8 Autorretrato. Figura 9 Guto Lacaz. Claretiano - Centro Universitário 23© Caderno de Referência de Conteúdo Mas e as Figuras 10 e 11? Será que podemos chamar de desenho ou de “rabisco” mesmo? Figura 10 Rabisco aleatório. Figura 11 Posted by Marcos Leão. Se desenho é representar algo numa superfície, as Figuras de 12 a 24 são desenhos também? © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho24 Figura 12 Onde eu era, Ester Grinspum. Figura 13 Desenhos de Saul Steinberg. Claretiano - Centro Universitário 25© Caderno de Referência de Conteúdo Figura 14 Desenhos de Saul Steinberg. Figura 15 Caminho para o céu. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho26 Figura 16 Desenho de fumaça. Figura 17 Desenhos feitos com luz – lanterna. Claretiano - Centro Universitário 27© Caderno de Referência de Conteúdo Figura 18 The World Flag Ant Farm, Yukinori Yanagi. Figura 19 Studies in American Art: Three Flags, 2000, Yukinori. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho28 Figura 20 Yukinori Yanagi: Alcatraz Wandering Position, 1997. Figura 21 Richard Long – Botas Poeirentas - Linha do Sahara – 1988. Claretiano - Centro Universitário 29© Caderno de Referência de Conteúdo Figura 22 Uma linha no Japão, monte Fuji, 1979. Figura 23 Círculo no Sahara, 1988. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho30 Figura 24 Linha feita caminhando, Inglaterra, 1967. Desenho Afinal, o que é desenho? Ass im como arte, definirdesenho não é nossa principal meta. Não há porque defini-los, sabemos que existem e que car- regam muitos significados. Acredito que o que realmente conta é entender que são parte da nossa história, e que, por meio deles, e no caso, o desenho dentro da arte, conhecemos nossa própria história. Desde que o homem vive, ele desenha. E, conforme o homem se transforma, seu desenho também muda. Como sabemos, o homem pré-histórico desenhou em ro- chas seres humanos, animais, plantas, elementos do seu mundo, expressando de uma forma intensa as suas vivências (Figura 25). Claretiano - Centro Universitário 31© Caderno de Referência de Conteúdo Figura 25 Pintura rupestre – Lascaux (15.000 a 10.000 anos A.C). Culturas como a Egípcia (Figura 26) e a Grega, deixaram re- gistros de sua história sob a forma de imagens desenhadas, as quais nos oferecem meios para a compreensão da sua história, pensamento e sabedoria. Figura 26 Fragmento do livro dos mortos de Tebas - Egipto (1000 AC). © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho32 Já no desenho da Idade Média, vemos o ambiente da época com seus personagens ingênuos e “espaços impossíveis”, devido a ausência da perspectiva (Figura 27). Figura 27 Detalhe de um desenho mural de Palau Calades - Barcelona. Idade Média. No decorrer do Renascimento, o desenho ganha força e se desenvolve com perspectivas sublimes e grandiosa sensibilidade dos mestres da época. Observe as Figuras 28, 29 e 30. Figura 28 Paolo Ucello - estudo para cálice- Renascimento. Figura 29 J. V. de Vries “Perspective pas altera”, 1604-1605. Claretiano - Centro Universitário 33© Caderno de Referência de Conteúdo Figura 30 Leonardo da Vinci - Estudo de perspectiva (detalhe) – Renascimento. Neste contexto, de acordo com Soares (2013): Cada cultura possui saberes, códigos e valores próprios e isso con- diciona os sistemas de comunicação. O desenho de cada período histórico é condicionado por aquilo que em determinado momento histórico é considerado verdadeiro e digno de importância. Veja, por exemplo, como varia a representação de um Cristo na arte Bi- zantina ou na da Idade Média, do Gótico ou da atualidade. Igual- mente a representação da figura humana aparece com aspectos completamente diversos conforme as épocas históricas devido aos conhecimentos que se tinham ou não sobre a anatomia humana, ou os ideais de beleza do momento. Também de indivíduo para in- divíduo, mesmo sendo contemporâneo, o caráter do desenho varia caracterizando a capacidade de representação, sensibilidade, per- sonalidade e interesses de cada um. Mesmo desenhos do mesmo indivíduo, por vezes variam bastante de acordo com diversas con- dicionantes, como a experiência, vivências, estados de espírito, etc. Quase sempre um registro desenhado parte de uma experiência de observação da realidade. Refletindo sobre o que vê, o homem registra o que compreende da realidade e o que julga ser digno de interesse. Do ponto de vista do observador procura-se fazer a decodificação do que se vê representado, a partir do que se conhece do mundo, fazendo associações automáticas entre o que conhecemos da rea- © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho34 lidade e o que vemos representado. O receptor, aquele que analisa um desenho, também só perceberá nele o que conseguir ou quiser entender. A cultura que cada um de nós possui, vai tornar-nos mais ou menos capazes de extrair “leituras” de uma imagem ou dese- nho. O tipo de sensibilidade, a disponibilidade e curiosidade para apreciar a imagem também conduzem a uma apreensão mais rica ou mais pobre. Veja a Figura 31. Figura 31 Picasso - Eric Satie - lápis s/ papel, 1920. Retome as Figuras 12, 14, 15, 19 e 24 e observe-nas nova- mente. Para muitos de nós, é estranho pensar o que são desenhos. Desde pequenos pensamos no desenho como algo "bonito", "per- feito", uma cópia da realidade, um retrato idêntico daquela pessoa famosa, uma paisagem harmoniosa. E tudo isso é desenho sim, mas não só isso. Claretiano - Centro Universitário 35© Caderno de Referência de Conteúdo A linha Como nos mostra a história da arte, o desenho também acompanha as mudanças da sociedade e explora outros recursos, outras técnicas, outros materiais, como podemos ver nos traba- lhos de Richard Long ou Yukinori Yanagi. Em seus trabalhos não são utilizados o "lápis e papel". Mas ali encontramos a linha. E a linha, não é desenho? A linha é elemento da composição visual e está presente nos desenhos. Cada um a concebe de uma maneira, mas ela está ali. E foi Paul Klee que a deixou sonhar, libertou-a. Em Paul Klee a arte está ligada mais à essência do que à aparência das coisas. Portanto, a arte não representa o mundo, mas o apre- senta, sendo o artista o elo entre o ser interior e o mundo que o envolve (MAC, 2011). Observe a Figura 32. Figura 32 Santa da Luz Interior, 1921. Litografia s/ papel; 38.9 x 26.7 cm. Doação MAMSP. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho36 Observe a linha na gravura disposta na Figura 32. De acordo com MAC (2011): [...] a linha é o elemento fundamental no processo de construção da imagem - lição que se tira das aulas na Bauhaus: ela intervém no espaço pictórico, criando o amarelo claro do fundo; da interseção entre ambos nasce a figura de uma mulher, cuja cabeça está en- volta por um círculo, a auréola que deixa de pairar sobre ela para envolvê-la e a luz que passa do corpo para o exterior. As linhas e a cor expandem-se, ultrapassam seus limites para se fundirem, compondo-se num mosaico para daí sugerir o tema. Criar imagens assim era ser mais fiel à natureza interior que tentar copiá-la; da realidade sensível. Para ele, a natureza cria através do artista. A linha não precisa mais ser um contorno para dar suporte à cor. Todos nós podemos e sabemos desenhar, basta fazer qualquer “rabisco” e pronto, temos um desenho. Fácil? Não, compreender o desenho contemporâneo talvez não seja tão simples assim. Justamente por que crescemos num meio, numa sociedade que dita o que é e o que não é desenho. Logica- mente essa mesma sociedade sabe do desenho contemporâneo, mas o acesso a ele é mais complicado. É mais fácil lidar com o que já conhecemos e, de certa forma, dominamos. Para que ficar falando de novas ideias? Isso é necessário pois, a Arte é disciplina obrigatória nas es- colas. Desenho é uma de suas linguagens, é a linguagem expres- siva. E, de que desenhos vamos falar em nossas aulas? De dese- nhos livres? Afinal, o que é desenho livre? Desenho livre é aquele que nada exige do educador, muito menos do educando. Entretanto, ensinar é também instruir. Apesar do que existe hoje na arte, não podemos confundir com “vale-tudismos” e ignorar tudo o que já foi construído. Exis- tem técnicas, meios, suportes, materiais, conceitos que podem e devem ser trabalhados. Só não podemos nos limitar a uns poucos que já conhecemos ou que achamos e que nos disseram que de- vem ser os "melhores". Claretiano - Centro Universitário 37© Caderno de Referência de Conteúdo "Não sei desenhar" é uma das frases que um professor de Arte mais ouve. Mais o que devemos fazer quando escutarmos essa frase? Segundo Sapienza (2004, p. 225 apud Iavelberg (2006, n. p.): Para saber desenhar, instrumento básico para a elaboração do pensamento visual, é preciso adotar uma atitude similar. Exercitar diversas formas de desenhar sem se preocupar com um resultado final a ser exposto como "obra de arte", por exemplo: criar um ar- gumento visual para uma conversa; anotar memória e percepções; esboçar pensamentos e projetos. Esta experiência é fundamental para o desenvolvimento da própria habilidade de desenhar, mesmo quando o propósito é obter resultados que possam ser "expostos". Esta atitude podeser encontrada nos processos de criação dos mais diversos artistas. Por que não pensarmos no nosso processo de criação. Esta é minha proposta para vocês a partir de agora. Desenhar todos os dias. Afinal, desenho “[...] é linguagem constitutiva do próprio pensamento, além de ser o registro mais imediato de nossas sen- sibilidades" (DERDYK, 2007, n. p.). Lápis e papel é fácil de conseguir, vamos esboçar, projetar, brincar, anotar, pensar, criar, rasgar e exercitar. Quem sabe nosso caderno de artista não vira mesmo um livro de artista! Pois, cada página e cada detalhe é importante. Por exemplo, das anotações de Artur Barrio para uma expo- sição, surge um livro, o próprio catálogo da exposição (Figura 33). © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho38 Figura 33. De pensamentos constantes em lugares inconstantes nasce o Livro Postal de Tiago Spina (Figuras 34, 35 e 36). Figura 34. Claretiano - Centro Universitário 39© Caderno de Referência de Conteúdo Figura 35. Figura 36. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho40 O livro de Paulo Bruscky (Figura 37) torna-se a própria obra. Observe. Figura 37 Livrobjetojogo, 1993. Botões de plástico, cerâmica e metal, zíper, linha de algodão e costura sobre tecidos de algodão 3 X 25 x 35,8 cm Doação Ricardo Resende, 2001 - Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo. De acordo com Freire (apud GRAMATOLOGIA, 2008, n. p.): O pernambucano Paulo Bruscky desafia os rótulos, ou seja, qual- quer definição é insuficiente para definir esse artista nascido em Recife, em 1949. Multimídia, inventor, educador, poeta, fotógrafo, arquivista, editor, curador; enfim, em duas palavras: um artista con- temporâneo. Como artista, sua obra é tão vasta quanto múltipla. Desde o final dos anos 1960, vem desenvolvendo suas idéias em projetos de performances, objetos, esculturas, instalações multimí- dia, livros de artista, poesia visual, fotografias, filmes, vídeos, assim como em varias invenções. Foi um dos pioneiros da arte postal no Brasil, e sua atividade intensa na rede de arte postal resultou num dos mais importantes arquivos de arte conceitual e multimídia do Brasil, que inclui trabalhos do Fluxus, do grupo japonês Gutai, John Cage, entre muitos outros artistas significativos na história da arte contemporânea. Muitos dos seus livros de artista foram amplamen- te distribuídos pelo correio, forma de circulação artística marginal completamente alheia ao mercado e ao sistema da arte oficial. Claretiano - Centro Universitário 41© Caderno de Referência de Conteúdo Se meios e técnicas não definem sua prática artística, a dicotomia centro/periferia tampouco esclarece a vasta e diversificada face de uma obra que, não por acaso, só muito recentemente vem sendo mais conhecida. Observa-se, em sua trajetória, que sua poética ca- minha lado a lado com uma busca quase quixotesca da ampliação das sensibilidades, sempre incluindo mais interlocutores. À mar- gem do sistema oficial de legitimação, orienta-se para as bordas, na direção de um descentramento total de emissores e receptores de suas mensagens artísticas. Nos projetos desse artista, cuja influên- cia do espírito Fluxus é notável, o cotidiano, em suas mais simples e insólitas situações, é capaz de propiciar sempre novas experiências. Com a consciência da perda de um encantamento originário do mundo, Bruscky tenta ressuscitar o homo ludens adormecido em cada um de nós. Destrona o hegemônico valor econômico e elege, como guia de sua poética, a imaginação e o jogo aliados à irreve- rência e ao humor. Cada exemplar dentre as centenas de livros de artista que reali- zou nos meios e técnicas dos mais variados seja como múltiplo ou como livro objeto único é mais um terreno aberto à experimenta- ção. Nos seus livros, o aspecto lúdico e a experimentação sensível, tátil e olfativa, são, mais uma vez, significativos. Muitos de seus li- vros dirigem-se às crianças, mas também a uma quase arquetípica experiência de infância que guardamos por toda a vida. O Livrobjetojogo (1993) é um livro costurado com retalhos de teci- dos coloridos, em suas páginas prendem-se aleatoriamente zíperes e fechos de formatos diversos. Os botões sugerem os gestos coti- dianos de abrir e fechar e solicitam a ação de quem interagem com eles. A leitura desse livro é feita pelas mãos, convidadas a brincar em movimentos guiados pelo acaso, libertas dos automatismos dos gestos cotidianos. A percepção tátil desvencilha se, assim, da funcionalidade exata das ações práticas e resgata o que de mais sensível pode haver no desejo imemorial de ler o mundo. Observe outros exemplos nas Figuras 38, 39 e 40. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho42 Figura 38 Ulises Carrión, O silêncio é de ouro (Silence is gold), 1973, caneta hidrográfica e grafite s/ fotocópia em cores s/ papel, 25,8 x 18,4 cm - 11fls. Claretiano - Centro Universitário 43© Caderno de Referência de Conteúdo Figura 39 Joseph Beuys, Códices Madrid, 1974-1975, litografia s/ papel, 22,9 x 15,8 cm (30 obras). © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho44 Figura 40 Joseph Beuys, Códices Madrid, 1974-1975, litografia s/ papel, 22,9 x 15,8 cm (30 obras). Para ensinar arte é preciso vivenciá-la. Como falar de experi- ência estética se não experimentarmos também? Desenhar é várias coisas. É lançar a linha no espaço, anarquicamente, mas com aquela or- dem interna que só quem faz sabe. É estabelecer um continente, que aparentemente não contém nada, mas onde pode caber tudo (e onde cabe o vazio que é nada e tudo ao mesmo tempo). É criar relações entre coisas, dando pesos e valores. É falar de objetos e fazê-los falar. Claretiano - Centro Universitário 45© Caderno de Referência de Conteúdo E finalmente é lançar um olhar para a realidade, procurando e achando significados (GRINSPUM In DERDYK, 2007, n. p). Glossário de Conceitos O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento dos temas tratados na disciplina Percepção e expressão Bidimensional: Desenho. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos desta disciplina: 1) Bidimensional: o termo pode ser aplicado a dois aspec- tos distintos da produção artística, sendo plano e forma de representação. Em relação ao plano, o termo se re- fere à representação pictórica expressa em suporte de duas dimensões: altura e largura, como tela e papel. As mais tradicionais técnicas artísticas, como o desenho e a pintura, frequentemente, utilizam-se de planos bidimen- sionais para a sua representação, diferentemente da es- cultura que se vale ainda de uma terceira dimensão, a profundidade. Em relação à forma, as imagens bidimen- sionais são aquelas representadas apenas com largura e altura, sem as ilusões de profundidade (perspectiva). Historicamente, até que se descobrissem os fundamen- tos da tridimensionalidade (com três dimensões: altura, largura e profundidade) - como as leis da Perspectiva no Renascimento - as imagens eram representadas de for- mas bidimensionais. 2) Expressão: relacionado ao ato de exprimir, o termo é uti- lizado na arte para referir-se à manifestação de algo no trabalho artístico, seja um pensamento, seja um senti- mento. A expressão artística, como costuma ser tratada, seria a maneira que o autor encontra para exteriorizar suas inquietações. 3) Linguagem: é o sistema de signos que serve como meio de expressão e comunicação de ideias ou sentimentos. Caracterizada em diferentes tipos, a linguagem pode ser expressa e percebida de variadas formas e pelos diver- © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho46 sos órgãos dos sentidos. Essas expressões podem, ain- da, ser categorizadasem formas verbais ou não-verbais, constituídas por diversos elementos expressivos como gestos, sinais, sons, símbolos e palavras. A linguagem é a forma essencial de nossa experiência no mundo. Esta- mos sempre mediados por tipos de linguagem, por sis- temas simbólicos. Na arte, a linguagem seria a forma de expressão eleita por cada artista para representar suas impressões do mundo. 4) Linha do horizonte (LH): em relação ao desenho em perspectiva linear, corresponde à linha horizontal imagi- nária na altura dos olhos do observador. Todo desenho deve ter uma LH, sutil ou aparente. Ela define o ponto de vista do observador. 5) Percepção: relaciona-se à forma do olhar que é lançado sobre o trabalho artístico. A percepção seria a união de uma observação cautelosa e as emoções desprendidas a partir dali. Cotidianamente, o termo associa-se ao ato de notar algo ou alguém, de compreender, talvez. Na arte, a percepção significaria algo para além disso. Não seria apenas notar ou reconhecer a existência, nem deman- daria determinada compreensão, mas um olhar diferen- ciado, uma atenção. 6) Pontilhismo: técnica pictórica na qual o artista aplica o método de dividir as cores em seus componentes fun- damentais e recobrir sua obra com inúmeras pinceladas regulares de cores puras. Como resultado, o olhar do observador, a uma certa distância, capta a obra em sua unidade, e pode ter uma sensação ótica de vibração e luminosidade. Essa sensação decorre devido à presença dos pequenos pontos de tamanho e cor uniforme, que não se fundem, mas reagem uns aos outros em função do olhar à distância. O termo peinture au point (pintura de pontos) foi cunhado pelo crítico francês Félix Fénéon (1861-1944) em uma referência à tela Um Domingo de Verão na Grande Jatte (1886), de Georges Seurat (ITAÚ CULTURAL, 2011). 7) Ponto de fuga (PF): “[...] ponto para o qual, na profun- didade do quadro, parecem convergir os raios ou linhas Claretiano - Centro Universitário 47© Caderno de Referência de Conteúdo que se originam no primeiro plano de uma obra com perspectiva” (FAULSTICH; OLIVEIRA, 2013, n. p.). 8) Representação: nas primeiras definições de representa- ção, defendidas por São Tomás de Aquino ainda no sé- culo 13, prevalecia a ideia de uma imagem que expres- sasse uma estreita relação entre um dado objeto, sujeito ou lugar e o conhecimento que se tem dele. Alguns sé- culos mais tarde, surgiriam novas interpretações para o termo, como sendo, este, não a expressão direta de um dado real, mas um meio pelo qual assimilamos este real ou sua imagem já conhecida. A evolução da defini- ção de representação estaria ligada à transformação das próprias formas de representação na arte ao longo dos anos. Com o surgimento da fotografia, por exemplo, as expressões visuais em pintura iriam caminhar para um desprendimento das representações figurativas (realis- tas), passando a práticas mais livres para expressão de formas que representam o mundo, o homem e as coisas do mundo e do homem. 9) Sfumato: "Termo usado para descrever a justaposição sutil de cores ou tons diferentes, de modo que se mes- clem entre si sem qualquer transição perceptível – se- gundo as palavras de Leonardo Da Vince, 'sem limites ou bordas, à maneira da fumaça'. Da Vince foi um dos su- premos praticantes do sfumatto; Vasari via a capacidade de suavizar os rígidos contornos característicos da pintu- ra do início do Quattrocento como uma das marcas dis- tintivas da pintura 'moderna' (CHILVERS, 1996, p. 490). Esquema dos Conceitos-chave Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es- quema dos Conceitos-chave da disciplina. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas próprias percepções. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho48 É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en- tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende- -se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co- nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe- dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza- gem. Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es- colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es- tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, ape- nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci- so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con- siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei- tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog- nitivas, outros serão também relembrados. Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da construção do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor- Claretiano - Centro Universitário 49© Caderno de Referência de Conteúdo nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe- cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele- cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon- ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). �ARTE� REALIDADE� LINGUAGENS� Percepção� DESENHO� Expressão� ELEMENTOS� VISUAIS� Representação� Observação� Materiais�e� Suportes� Criação�Memória� Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave da disciplina Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho. Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre os principais conceitos desta disciplina e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho50 O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien- te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza- das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co- nhecimento. Questões Autoavaliativas No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati- vas. Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com a prática do ensino de Desenho pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediantea re- solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhe- cimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profis- sional. As questões de múltipla escolha são as que têm como resposta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por resposta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus colegas de turma. Claretiano - Centro Universitário 51© Caderno de Referência de Conteúdo Bibliografia Básica É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus es- tudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as bibliogra- fias apresentadas no Plano de Ensino e no item Orientações para o estudo da unidade. Figuras (ilustrações, quadros...) Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte- grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra- tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con- teúdos da disciplina, pois relacionar aquilo que está no campo vi- sual com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. Dicas (motivacionais) O estudo desta disciplina convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunica- ção, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aquilo que você observa, per- mite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. Você, como aluno do curso de Licenciatura em Artes na mo- dalidade EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e con- sistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as ativi- dades nas datas estipuladas. É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode- rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ- ções científicas. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho52 Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu- ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau- las. No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure- cimento intelectual. Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a esta disciplina, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DERDYK, E. (Org.). Disegno. Desenho. Desígnio. São Paulo: Senac, 2007. DICIONÁRIO AURÉLIO BÁSICO DA LÍNGUA PORTUGUESA, 1995. GRINSPUM, E. Do desenho. In: DERDYK, E. (Org.). Disegno. Desenho. Desígnio. São Paulo: Senac, 2007. IAVELBERG, R. O desenho cultivado da criança – prática e formação de educadores. Porto Alegre: Zouk, 2006. 4. EͳREFERÊNCIAS Lista de figuras Figura 1. Couto (2013, p. 37). Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ ABAAAe0skAE/curso-completo-desenho-mozart-couto>. Acesso em: 4 out. 2013. Figura 2. Couto (2013, p. 44). Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ ABAAAe0skAE/curso-completo-desenho-mozart-couto>. Acesso em: 4 out. 2013. Claretiano - Centro Universitário 53© Caderno de Referência de Conteúdo Figura 3 Ilustração by Raphael Lima. Disponível em: <http://ilustralima.zip.net/>. Acesso em: s. d. Figura 4 Desenhos de Leonardo da Vinci. Disponível em: <http://www.drawingsofleonardo. org/images/fetus.jpg>. Acesso em: 27 jun. 2011. Figura 5 Desenho, 1971. Disponível em: <http://cartoonices.wordpress.com/2007/06/16/ desenho-1971/>. Acesso em: 22 jun. 2011. Figura 6 Carla Zaccagnini. Disponível em: <http://www.porta33.com/exposicoes/col/ col_s5_c2.html>. Acesso em: 22 jun. 2011. Figura 7 Schellen-Engel, 1936. Lápis sobre papel cartão, 29,5 x 21 cm Berna, Kunstmuseum Bern, fundação Paul Klee. Disponível em: <http://quinta-del-sordo. blogspot.com/2007/06/schellen-engel.html>. Acesso em: 27 jun. 2011. Figura 8 Auto-retrato. Disponível em: <http://br.geocities.com/gisabeavis/bio.htm>. Acesso em: s. d. Figura 9 Guto Lacaz. Disponível em: <http://www.gutolacaz.com.br/artes/fotos/ desenhos/ds_facetraco.jpg>. Acesso em: 27 jun. 2011. Figura 10 Rabisco aleatório. Disponível em: <http://frasesaleatorias.files.wordpress. com/2007/03/desenho_011.gif?w=490>. Acesso em: 27 jun. 2011. Figura 11 Posted by Marcos Leão. Disponível em: <http://www.observatorio.blogger. com.br/2003_07_27_archive.html>. Acesso em: 27 jun. 2011. Figura 12 Onde Eu Era, Ester Grinspum. Disponível em: <http://mam.org.br/acervo_ online/imagem/1996.118.jpg/tamanho:106x134>. Acesso em: 27 jun. 2011. Figura 13 Desenhos de Saul Steinberg. Disponível em? <http://itsnotpossible.typepad. com/highlightofmyday/gallery_girlbath.jpg>. Acesso em: 27 jun. 2011. Figura 14 Desenhos de Saul Steinberg. Disponível em: <http://itsnotpossible.typepad. com/highlightofmyday/steinberg-2.jpg>. Acesso em: 27 jun. 2011. Figura 15 Caminho para o céu. Disponível em: <http://www.athanazio.com/wp-content/ fotos/set2005/_amarelinha.jpg>. Acesso em: 27 jun. 2011. Figura 16 Desenho de fumaça. Disponível em: <http://flickr.com/photos/55404980@ N00/418510168/>. Acesso em: s. d. Figura 17 Desenhos feitos com luz – lanterna. Disponível em: <http://www.superpink. com/interface/imagens/pika_tom.jpg>. Acesso em: 27 jun. 2011. Figura 18 The World Flag Ant Farm, YUKINORI YANAGI. Dispponível em: <http://www. electricedge.com/greymatter/images/antart.jpg>. Acesso em: 27 jun. 2011. Figura 19 Studies in American Art: Three Flags, 2000, Yukinori. Disponível em: <http:// www.dukemagazine.duke.edu/dukemag/issues/070801/images/art8.jpg>. Acesso em: 27 jun. 2011. Figura 20 Yukinori Yanagi: Alcatraz Wandering Position, 1997. Disponível em: <http:// www.artseensoho.com/Art/BLUM/yanagi97/yanagiGIFS/yanagi2.jpeg>. Acesso em: 27 jun. 2011. Figura 21 Richard Long – Botas Poeirentas - Linha do Sahara – 1988. Disponível em: <http://www.richardlong.org/sculptures/sculptures.html>. Acesso em: s. d. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho54 Figura 22 Uma linha no Japão, monte Fuji, 1979. Disponível em: <http://www.richardlong. org/sculptures/sculptures.html>. Acesso em: s. d. Figura 23 Círculo no Sahara, 1988. Disponível em: <http://www.richardlong.org/ sculptures/sculptures.html>. Acesso em: s. d. Figura 24 Linha feita caminhando, Inglaterra, 1967. Disponível em: <http://www. richardlong.org/sculptures/sculptures.html>. Acesso em: s. d. Figura 25 Pintura rupestre – Lascaux (15.000 a 10.000 anos A.C). Disponível em: <http:// odesenho.no.sapo.pt/1-ls_des.jpg>. Acesso em: 4 out. 2013. Figura 26 Fragmento do livro dos mortos de Tebas - Egipto (1000 AC). Disponível em: <http://odesenho.no.sapo.pt/1a_ls_des.jpg>.Acesso em: 4 out. 2013. Figura 27 Detalhe de um desenho mural de Palau Calades - Barcelona. Idade Média. Disponível em: <http://odesenho.no.sapo.pt/2-ls_des.jpg>. Acesso em: 4 out. 2013. Figura 28 Paolo Ucello - estudo para cálice- Renascimento. Disponível em: <http:// odesenho.no.sapo.pt/5-ls_des.jpg>. Acesso em: 4 out. 2013. Figura 29 J. V. de Vries “Perspective pas altera”, 1604-1605. Disponível em: <http:// odesenho.no.sapo.pt/4-ls_des_pers.jpg>. Acesso em: 4 out. 2013. Figura 30 Leonardo da Vinci - Estudo de perspectiva (detalhe) – Renascimento. Disponível em: <http://odesenho.no.sapo.pt/3-ls_des.jpg>. Acesso em: 4 out. 2013. Figura 31 Picasso - Eric Satie - lápis s/ papel. 1920. Disponível em: <http://odesenho. no.sapo.pt/6-ls_des_pic-satie.jpg>. Acesso em: 4 out. 2013. Figura 32 Santa da Luz Interior, 1921. Litografia s/ papel; 38.9 x 26.7 cm. Doação MAMSP. Disponível em: <http://www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo1/ expressionismo/exp_alemao/cavaleiroazul/paul%20klee/index.html>. Acesso em: s. d. Figura 33. Disponível em: <http://www.levyleiloeiro.com.br/imagens/img_m/108/44516. jpg>. Acesso em: 4 out. 2013. Figura 34. Disponível em: <www.tiagospina.com>. Acesso em: s. d. Figura 35. Disponível em: <www.tiagospina.com>. Acesso em: s. d. Figura 36. Disponível em: <www.tiagospina.com>. Acesso em: s. d. Figura 37 Livrobjetojogo, 1993. Botões de plástico, cerâmica e metal, zíper, linha de algodão e costura sobre tecidos de algodão 3 X 25 x 35,8 cm Doação Ricardo Resende, 2001 - Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-JFNI5M1nqtc/TffUkAKwJYI/AAAAAAAAALI/ CX9l6TDBMWs/s1600/bruscky+livro.jpg>. Acesso em: 4 out. 2013. Figura 38 Ulises Carrión O Silêncio é de ouro, 1973 Silence is Gold caneta hidrográfica e grafite s/ fotocópia em cores s/ papel, 25,8 x 18,4 cm - 11fls. Disponível em: <http://www.mac.usp.br/exposicoes/00/ aconceitual/exposicao/livros/index.html>. Acesso em: s. d. Figura 39 Joseph Beuys Códices Madrid, 1974/75 litografia s/ papel, 22,9 x 15,8 cm (30 obras). Disponível em: <http://www.mac.usp.br/exposicoes/00/ aconceitual/exposicao/livros/index.html>. Acesso em: s. d. Figura 40 Joseph Beuys Códices Madrid, 1974/75 litografia s/ papel, 22,9 x 15,8 cm (30 obras). <http://www.mac.usp.br/exposicoes/00/aconceitual/ exposicao/livros/index.html> Claretiano - Centro Universitário 55© Caderno de Referência de Conteúdo Sites pesquisados CHILVERS, I. (Org.). Dicionário Oxford de arte. Tradução Marcelo Brandão Cipolla; prefácio Dennis Farr. São Paulo: Martins Fontes, 1996. COUTO, M. Curso completo de desenho. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/ content/ABAAAe0skAE/curso-completo-desenho-mozart-couto>. Acesso em: 4 out. 2013. FAULSTICH, E.; OLIVEIRA, M. M. Para que serve um dicionário analógico? Um estudo de lexicografia comparativa. Ponto de fuga (PF). Disponível em: <http://unb. revistaintercambio.net.br/24h/pessoa/temp/anexo/1/182/159.pdf>. Acesso em: 3 out. 2013. FREIRE, C. Paulo Bruscky. Catálogo de Obras comentadas do MAM/SP. 26 de junho de 2008. Disponível em: <http://gramatologia.blogspot.com.br/2008/06/paulo-bruscky. html>. Acesso em: 3 out. 2013. ITAÚ CULTURAL. Pontilhismo. Disponível em: <http://www.itaucultural.org. br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_ verbete=3642&lst_palavras=&cd_idioma=28555&cd_item=8>. Acesso em: 24 mar. 2011. MAC – Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Paul Klee. Disponível em: <http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo1/ expressionismo/exp_alemao/cavaleiroazul/paul%20klee/index.html>. Acesso em: 27 jun. 2011. MAC – Museu de Arte Contemporanêa da Universidade de São Paulo. Santa da Luz Interior. Disponível em: <http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/ modulo1/expressionismo/exp_alemao/cavaleiroazul/paul%20klee/obras.html>. Acesso em: 27 jun. 2011. SOARES, L. O desenho e as suas funções. Disponível em: <http://odesenho.no.sapo.pt/ ls_desenho1.html>. Acesso em: 3 out. 2013. Claretiano - Centro Universitário 1 EA D Desenho: Conceitos Introdutórios, Materiais e Suportes 1. OBJETIVOS • Reconhecer e interpretar determinados conceitos intro- dutórios relacionados à percepção e à expressão bidi- mensional do desenho. • Apontar as formas de desenho. • Identificar e analisar o desenho e a opacidade no dese- nho por meio de textos complementares. • Reconhecer e usar o desenho e os meios de representa- ção como instrumentos de conhecimento e de interroga- ção. • Conhecer e identificar a articulação entre percepção e re- presentação do mundo visível. • Conhecer e explorar diferentes suportes, materiais, ins- trumentos e processos, adquirindo gosto por sua experi- mentação e manipulação, com abertura de novos desa- fios e ideias. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho5858 • Respeitar e apreciar modos de expressão diferentes, abandonando estereótipos e preconceitos. • Observar e contemplar o desenho no cotidiano. 2. CONTEÚDOS • Percepção e expressão bidimensional do desenho: con- ceitos introdutórios. • Formas de desenho. • Textos complementares sobre desenho e opacidade no desenho. • Materiais e suportes do desenho. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE 1) Tenha sempre a mão o significado dos conceitos explici- tados no Glossário e suas ligações com o Esquema dos Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho. 2) O desenho é uma linguagem que pode ser expressa de várias formas. Atente para as diversas formas presentes ao seu redor e tente reconhecer como ele se manifesta. Procure descobrir as características dos desenhos des- cobertos e tente relacioná-los entre si. Compartilhe suas descobertas! 3) Para compreender melhor a dimensão que o desenho pode assumir, pesquise sua conceituação em diferentes culturas e suas variadas expressões. Além disso, no nos- so caso específico, poderemos pensar em suas realiza- ções bidimensionais. 4) No decorrer do estudo desta unidade, recomendamos que leia o texto de Júlio Costa Feliz A Gravura em enca- vo: Gravura em metal (ver E-referências). Claretiano - Centro Universitário 59© U1 - Desenho: Conceitos Introdutórios, Materiais e Suportes 5) Antes de iniciarmos, é importante que você conheça um dos personagens que marcaram as Artes e que integrará o estudo desta unidade: Alexander Calder Alexander Calder (1898-1976), também conhecido por Sandy Calder, escultor e artista plástico norte-americano, famoso por desenvolver móbiles. Para conhecer um pouco de sua obra, assista aos vídeos: • Alexander Calder Mobile in Philadelphia. Disponível em: <http://www.youtu- be.com/watch?v=7daTukUjx3E>. Acesso em: 3 set. 2013. • Modernist mobile. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Mm7z Kd3uc6o&feature=related>. Acesso em: 3 set. 2013. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE O que vem a sua mente quando o assunto é desenho? O que é desenho? Você sabe desenhar? Você gosta de desenhar? Quais são as características de um desenho? Há inúmeros questionamentos que se pode fazer sobre o de- senho. Desse modo, em busca por respostas, você será convidado a estudar os conceitos introdutórios e a reconhecer as formas que um desenho pode assumir e, principalmente, a refletir sobre o sa- ber ou não desenhar – o termo foi grifado justamente para que possamos trilhar por esse caminho lembrando que, desde bem pe- quenos, desenhamos, até mesmo ousamos "grafitar" um pedaço de parede com caneta ou o que estivesse à mão, especialmente quando não havia ninguém olhando... Nesta primeira unidade, poderemos refletir também sobre o próprio conceito de desenho e sobre a opacidade que se faz pre- sente nele com base nas ideias de Guto Lacaz e de Sérgio Finger- mann. Desejamos queseus estudos sejam tão motivadores quanto o ato de desenhar! © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho6060 5. FORMAS DE DESENHO Antes de falar sobre os conceitos de desenhos vamos iniciar nossa conversa pelo tema “formas de pensar o desenho”, tema que dá título ao livro de Edith Derdyk, que fala do desenvolvimen- to do grafismo infantil. Mas como você já é adulto, deve estar se perguntando para que, neste momento, falar do desenho infantil? Justamente por- que foi durante nossa infância que tivemos os primeiros contatos com o desenho, mesmo não lembrando deles. E é nesta fase que desenhamos, assim como tudo que fazemos, com espírito livre, to- talmente aventureiro, cheio de curiosidade, ousadia, experimen- tação. Acontece que, quando adultos, parece que perdemos algo disso tudo, e aproveitando as palavras de Edith Derdyk (2008, p. 10-11), podemos tentar explicar um pouco como “ficamos” adul- tos: Gente grande é diferente. É produto acabado, conhece seus limites, cresce dentro de uma roupa que se torna cada vez mais apertada. A vida sedentária lhe dá ares envelhecidos. O passado é memória acumulada: fatos inegáveis. O futuro é um rio de margens feitas. O presente são representações de afirmações. A emoção cotidiana tudo engrandece, colorindo ilusoriamente algo que o tempo se en- carrega de encobrir. A cada ano que passa, tem a impressão de que a Terra gira mais rápido, desafiadoramente. O tempo é cerceado pelo cotidiano. A imensidão do céu já não a afeta tanto fisicamente, nem existencialmente. As luzes da cidade constroem um cenário atemporal. O que não a espera? A intensidade do presente é uma lembrança que habita a nossa infância, quando os dias eram tão compridos e densos, quando o tempo e o espaço carregavam uma sensação de amplidão. A todo instante surgiam pequenas grandes fronteiras a serem ultrapassa- das, gerando uma noção de porvir: o carrinho ali adiante, os pássa- ros no alto do muro, o botão do elevador ali acima, o objeto sedu- tor daquela estante... E é com este "objeto sedutor daquela estante" que convida- mos você a olhar e pensar o desenho. Não é para voltarmos a ser Claretiano - Centro Universitário 61© U1 - Desenho: Conceitos Introdutórios, Materiais e Suportes crianças, mas por que não tentar resgatar esse "não medo" e arris- car a desenhar como se soubéssemos fazer isso "perfeitamente", desde sempre? Vivenciar as coisas é o que nos leva adiante, é o que nos permite aprender e construir conhecimentos. E também criar! Se- gundo Derdyk (2008, p. 11): O que nos impede de exercer o nosso desejo criativo? A concepção de nós mesmos, como um ser acabado e estável, agarrado a uma idéia de eu, tal como a tábua de salvação no meio do mar, é um em- pecilho para nos lançarmos. A vivência pode significar um caminho aberto para o desconhecido, ampliando a nossa consciência. Portanto, iniciamos nossas percepções sobre o desenho as- sim: Eu sei desenhar! Afinal, quando usamos a mesma frase na negativa, meio caminho já está emperrado... E é por isso que antes de falar no desenho propriamente dito, aquele desenho que nos vem à mente quando nele pensamos, vamos tentar esquecê-lo, pelo menos por enquanto, e explorar diferentes formas que temos de pensar o desenho. Vamos começar a construir nossos conhecimentos sobre o desenho reconhecendo os principais conceitos que farão parte de toda nossa trajetória de busca por conhecimento sobre esse tema: a) Percepção: “[...] ato, efeito ou faculdade de perceber” (DICIONÁRIO MICHAELIS, 2007). b) Expressão: Segundo o Dicionário Michaelis (2007): 1. ato ou efeito de exprimir. 2. ato ou efeito de espremer. 3. mani- festação do pensamento. 4. maneira de exteriorizar pensamentos, comoções e sentimentos. 5. aspecto facial, determinado pelo esta- do físico ou emocional. 6. manifestação. 7. representação animada de sentimento. 8. Personificação. 9. Caráter. 10. Significação. c) Bidimensional: “[...] que tem duas dimensões, largura e altura; sem profundidade” (DICIONÁRIO MICHAELIS, 2007). d) Desenho: tudo... Tudo? Com assim tudo? Vejamos! © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho6262 Como sabemos, desenho é desenho e tem características próprias. De acordo com o Ferreira (1995, n. p.), desenho é: “Re- presentação de formas sobre uma superfície, por meio de linhas, pontos e manchas, com objetivo lúdico, artístico, científico ou téc- nico”. Além disso, pode ser entendido como: “A arte e a técnica de representar com lápis, pincel, pena etc. um tema real ou ima- ginário, expressando a forma e geralmente abandonando a cor”. Por exemplo, o desenho de um modelo vivo, o desenho abstrato (FERREIRA, 1995, n. p.). Mas será que podemos pensar somente nessa conceituação quando abordamos o desenho enquanto linguagem da arte? Para responder a essa questão, precisamos primeiro nos in- dagar sobre o que é linguagem e o que é arte. As palavras de Mirian Celeste Martins (MARTINS, 1998, p. 36-37) esclarecem um pouco a questão da linguagem: Quando falamos em linguagem, logo nos vêm à mente a fala e a es- crita. Estamos tão condicionados a pensar que linguagem é tão-so- mente a linguagem verbal, oral ou escrita e, do mesmo modo, que ela é a única forma que usamos para saber, compreender, interpre- tar e produzir conhecimento no mundo, que fechamos nossos sen- tidos para outras formas de linguagem que, de modo não-verbal, também expressam, comunicam e produzem conhecimento. O que é, então, a linguagem? Pode-se dizer que linguagem é um sistema simbólico e toda linguagem é um sistema de signos. Somos rodeados por ruidosas linguagens verbais e não-verbais – sistemas de signos – que servem de meio de expressão e comuni- cação entre nós, humanos, e podem ser percebidas por diferentes órgãos dos sentidos, o que nos permite identificar e diferenciar, por exemplo, uma linguagem oral (a fala), uma linguagem gráfica (a es- crita, um gráfico), uma linguagem tátil (o sistema de escrita braile, um beijo), uma linguagem auditiva (o apito do guarda), uma lin- guagem olfativa (um aroma como o perfume de alguém querido), uma linguagem gustativa (o gosto apimentado do acarajé baiano), ou as linguagens artísticas. Delas fazem parte a linguagem cênica (o teatro, a dança), a linguagem musical (a música, o canto), e a linguagem visual (o desenho, a pintura, a escultura, a fotografia, o cinema), entre outras. Claretiano - Centro Universitário 63© U1 - Desenho: Conceitos Introdutórios, Materiais e Suportes Nossa penetração na realidade, portanto, é sempre mediada por linguagens, por sistemas simbólicos. O mundo, por sua vez, tem o significado que construímos para ele. Uma construção que se reali- za pela representação de objetos, idéias e conceitos que, por meio dos diferentes sistemas simbólicos, diferentes linguagens, a nossa consciência produz. Quando nos damos conta disso, vemos que a linguagem é a forma essencial da nossa experiência no mundo e, conseqüentemente, reflete nosso modo de estar-no-mundo. Por isso é que toda lingua- gem é um sistema de representação pelo qual olhamos, agimos e nos tornamos conscientes da realidade. E Arte? Bom, se linguagem não é tão simples de explicar, de- finir Arte é um pouco mais complicado e, na verdade, não é esta a intenção, pelo menos, não neste momento. O importante é saber que Arte é linguagem, é conhecimento humano, conhecimento que vem sendo construído desde as pinturas feitas pelo homem nas cavernas. E, nesse contexto, desenho é uma das linguagens da Arte, um saber a que todos têm o direito de ter acesso. Segundo Villa- nova Artigas (apud DERDYK, 2008, p. 18): “O desenho é linguagem também enquanto linguagem é acessível a todos". Por essa razão, iniciamos pensando no desenho como “tudo”, ou seja, tudo aquilo que podemos e conseguimos exprimir aodesenhar, todas as maneiras que podemos perceber o desenho no mundo. Retomando o que apresentamos inicialmente, desde crian- ças temos uma ideia sobre o que é um desenho. Aliás, antes mes- mo de saber ler e escrever, já fazemos uso dessa linguagem para nos expressar. Segundo Derdyk (1989, p. 19): A criança enquanto desenha canta, dança, conta histórias, teatrali- za, imagina, ou até silencia... O ato de desenhar impulsiona outras manifestações, que acontecem juntas, numa mesma unidade in- dissolúvel, possibilitando uma grande caminhada pelo quintal ima- ginário. Viktor Lowenfeld é um dos autores que procuram refletir so- bre a relevância de pais e educadores observarem e compreende- © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho6464 rem as fases e transformações dos desenhos infantis, a fim de con- tribuírem em seu processo de criação. Lowenfeld (apud PILLOTTO, S. S. D.; SILVA, M. K.; MOGNOL, L. T. 2011) denomina a primeira como "Estágio das Garatujas": "[...] acontece por volta dos dois aos quatro anos de idade. Nesta etapa, a criança faz rabiscos de- sordenados, ao acaso. A organização e o controle do traçado são percebidos aos poucos por ela, havendo uma evolução gradativa que vai dos riscos às formas controladas. Nesse estágio, a criança passa por várias fases de desenvolvimento, explorando seu corpo e espaço”. Para exemplificar e contextualizar essa ideia observe as gara- tujas das Figuras 1 e 2: Figura 1 Garatuja desordenada. Claretiano - Centro Universitário 65© U1 - Desenho: Conceitos Introdutórios, Materiais e Suportes Figura 2 Garatuja ordenada. No entanto, nossa ideia de desenho vai sendo deturpada conforme vamos estabelecendo contato com o mundo “real”, com determinados adultos, com alguns professores da educação in- fantil etc., uma vez que, mesmo sem saber ler e escrever, somos “obrigados” a “aprender a desenhar”... Você pode estar se perguntando: Se desenhar é algo que de- veríamos saber, porque não aprender desde cedo? Na verdade, o que devemos questionar é a maneira como aprendemos sobre esses desenhos; geralmente nos é imposto algo estereotipado, e o ato de desenhar deixa de ser explorado nas suas muitas possibili- dades. Se desenhar nos impulsiona a outras manifestações, como essas poderão acontecer se há limites impostos sobre elas? Como pode a criança explorar seu próprio mundo se há barreiras para isso? Como você já pode ter imaginado, são barreiras como essas que nos impedem, como adultos, a perceber o desenho no mun- do. Desse modo, limitamo-nos ao desenho que nos foi imposto, e é esse tipo de desenho que devemos esquecer neste momento, o desenho “perfeito”, um desenho que não explora a criatividade e se limita às técnicas. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho6666 As técnicas são importantes e falaremos muito sobre elas. Elas nos permitem construir as formas do desenho. Mas a criati- vidade nos permite construir formas de ver e fazer o desenho, e precisamos dessas duas coisas... Para desafiar sua criatividade, convidamos você a perceber os desenhos que se apresentam nas Figuras 3 e 4: Figura 3 Explorando as formas que um desenho pode assumir, de Saul Steinberg. Claretiano - Centro Universitário 67© U1 - Desenho: Conceitos Introdutórios, Materiais e Suportes Figura 4 Exploração de formas em um desenho, de Saul Steinberg. Analise e reflita sobre essas imagens (Figuras 3 e 4): parecem estranhas, criativas, diferentes ou interessantes? Observe esta outra forma de desenho (Figura 5) e faça a mesma reflexão: Fonte: Derdyk (2007, p. 30). Figura 5 Desenho realizado com a técnica de nanquim sobre papel, de Waltercio Caldas. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho6868 Podemos verificar, ainda, formas diversificadas de desenhos. Observe as Figuras 6, 7, 8 e 9: Figura 6 d8. Figura 7 Family Tree, de Zhang Huan. Claretiano - Centro Universitário 69© U1 - Desenho: Conceitos Introdutórios, Materiais e Suportes Figura 8 Detalhe da obra Luzes, praças e pontes, de Carmela Gross. Giz sobre quadro-negro. Figura 9 Célula filamentosa seca, de Franklin Cassaro. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho7070 Segundo Derdyk (1989, p. 20), podemos entender [...] o desenho como linguagem para a arte, para a ciência e para a técnica, é um instrumento de conhecimento, possuindo gran- de capacidade de abrangência como meio de comunicação e de expressão. As manifestações gráficas não se restringem somente ao uso do lápis e papel. O desenho, como índice humano, pode manifestar-se, não só através das marcas gráficas depositadas no papel (ponto, linha, textura, mancha), mas também através de si- nais como um risco no muro, uma impressão digital, a impressão da mão numa superfície mineral, a famosa pegada do homem na Lua etc. Existem os desenhos criados e projetados pelo homem, existem os sinais evidenciando a passagem do homem, mas também existem as inscrições, desenhos vivos da natureza: a nervura das plantas, as rugas do rosto, as configurações das galáxias, a disposição das conchas na praia. Estes exemplos nos fazem pensar a respeito das idéias que se têm do desenho, ampliando suas possibilidades ma- térias de realização. Com base nessa ideia sobre desenho, vejamos o que se es- condem nas formas apresentadas nas Figuras 10, 11 e 12: Figura 10 Impressão digital. Claretiano - Centro Universitário 71© U1 - Desenho: Conceitos Introdutórios, Materiais e Suportes Figura 11 Fios de cabelo. Figura 12 Ameba se locomovendo. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho7272 Há ainda formas de desenhos que podem ser vislumbradas na natureza. Observe com atenção algumas destas formas (Figuras 13 a 19). Figura 13 Folhagens. Claretiano - Centro Universitário 73© U1 - Desenho: Conceitos Introdutórios, Materiais e Suportes Figura 14 Nervura de folha. Figura 15 Água. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho7474 Figura 16 Dunas de areia. Figura 17 Andorinhas. Claretiano - Centro Universitário 75© U1 - Desenho: Conceitos Introdutórios, Materiais e Suportes Figura 18 Teia de aranha. Figura 19 Gotas de orvalho em teia de aranha. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho7676 Conseguiu visualizar o desenho presente nessas imagens? Então, vamos continuar analisando o desenho pelo desenho, observando outras imagens (Figuras 20, 21 e 22). Figura 20 Minhocas. Figura 21 Veias e artérias. Claretiano - Centro Universitário 77© U1 - Desenho: Conceitos Introdutórios, Materiais e Suportes Figura 22 Alfabeto hindi. Após observar essas imagens, podemos nos indagar: será que somos efetivamente capazes de “olhar” e enxergar desenhos nessas imagens? O que sentimos ao apreciá-las? Sabemos que nossas vivências direcionam nossos olha- res, nossos pensamentos e nossas opiniões. Dessa forma, ao nos fechar ou ao trancar nossa porta de acesso aos novos mundos, permanecemos estagnados, acreditando que nos basta o conheci- mento que já temos ou aquilo que conhecemos. © Percepção e Expressão Bidimensional: Desenho7878 Entretanto, quando abrimos nossa porta para a arte, temos a chance de mergulhar em um mundo de diferentes possibilidades perceptivas. Segundo Borba e Goulart (2006, p. 50), ter acesso à arte abre-nos: [...] caminhos para a experiência estética, provocando novas for- mas de sentir, pensar, compreender, dizer e fazer. Significa pro- mover o nosso encontro com diferentes formas de expressão e de compreensão da vida. Nesse sentido, antes do encontro com uma obra de arte, é importante vivenciar arte. Mas, e para nós, futuros educadores, o que é preciso para ensinar arte? Será que basta apenas conhecê-la? De acordo com as ideias dos autores que
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