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Proc Trab 1

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Processo do 
Trabalho 
 
2 
Processo do Trabalho I 
1º bimestre 
 
Aula 01 – Noções introdutórias .............................................................................................................................03 
Aula 02 – Noções introdutórias cont.; a solução do conflito de interesses ......................................................05 
Aula 03 – A eficácia da lei processual trabalhista no tempo e no espaço .....................................................11 
Aula 04 – A eficácia da lei processual trabalhista no tempo e no espaço cont.; 
Competência.................................................................................................................. .......................................22 
Aula 05 – Competência cont.; Princípios do Direito Processual do Trabalho ..................................................31 
Aula 06 – Princípios do Direito Processual do Trabalho cont. ............................................................................40 
Aula 07 – Princípios do Direito Processual do Trabalho cont. ............................................................................47 
Aula 08 – Princípios do Direito Processual do Trabalho cont. ............................................................................59 
Aula 09 – Princípios do Direito Processual do Trabalho cont.; Atos processuais ..............................................68 
Aula 10 – Atos processuais cont. ............................................................................................ ..............................79 
2º bimestre 
 
Aula 11 – Prazos processuais ................................................................................................... ..............................90 
Aula 12 – Sujeitos do processo ............................................................................................................................102 
Aula 13 – Das partes no processo ...................................................................................................... .................112 
Aula 14 – Das partes no processo cont. .................................................................................................... .........121 
Aula 15 – Das partes no processo cont. .............................................................................. ...............................132 
Aula 16 – Ação ........................................................................................................................ .............................139 
Aula 17 – Ação cont.; dissídios coletivos; reclamação e defesa ....................................................................146 
Aula 18 – Reclamação e defesa cont. ................................................................................................... ...........154 
Aula 19 – Reclamação e defesa cont. ..............................................................................................................165 
Aula 20 – Meios de prova ......................................................................................................... ...........................174 
Aula 21 – Meios de prova .............................................................................................................. ......................184 
Aula 22 – Meios de prova ....................................................................................................................................189 
Aula 23 – Atos processuais cont. ........................................................................................................................202 
 
 
 
 
 
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1. DEFINIÇÃO DO PROCESSO DO TRABALHO 
(Definição dada por Carlos Henrique Bezerra Lima) 
É um ramo do direito autônomo, porque o processual é 
constituído por sistema de normas etc.; são esses elementos que 
diferenciam o processo do trabalho de outros, sendo autônomo 
por ter regras específicas. Portanto, não se tem como aplicar 
essas regras em outros ramos. 
Ex.: agravo de instrumento é diferente. No ramo do direito 
civil é para decisões interlocutórias. Em contrapartida, no direito 
do trabalho elas não são atacadas por agravo de instrumento, 
mas terá uma única finalidade. 
→ Os conflitos individuais, os quais descendem dos 
dissídios coletivos, isto é, daqueles conflitos que tem empregado 
e empregador, são resolvidos na esfera da vara do trabalho. Da 
mesma forma, é possível a pluralidade de partes. 
O dissídio coletivo é interposto no TRT ou no TST. Quando 
a base do sindicato for regional, será no TRT. Quando for de base 
nacional, irá para o TST. 
Ex.: correios é de base nacional, irá para o TST. O TRT não 
está limitado a somente dissidio coletivo, existe mandato de 
segurança, ação rescisória, direitos difusos e coletivos. 
→ A justiça do trabalho, a partir da emenda 
constitucional n° 45, incluiu o artigo 114 que altera a 
competência da justiça do trabalho: não será apenas de 
relação de emprego e sim, abrange relação de trabalho. 
Importante ressaltar que, o artigo 114, I foi retirado por uma ADIN. 
→ Acidente de trabalho: ações ainda não julgadas pelo 
tribunal de justiça, passaram a ser de competência da Justiça do 
Trabalho. 
→ Honorários profissionais não são de competência da 
Justiça do Trabalho, e sim da Justiça Comum, de acordo com a 
súmula 363 do STJ. 
 
1) DEFINIÇÃO 
O processo do trabalho é o 
ramo da ciência jurídica 
constituído por um sistema 
de normas, princípios, regras 
e instituições próprias, que 
tem por objeto promover a 
pacificação justa dos 
conflitos individuais e difusos, 
decorrentes direta ou 
indiretamente da relação de 
emprego e de trabalho, bem 
como, regular o 
funcionamento dos órgãos 
que compõem a justiça do 
trabalho. 
 
2) FUNÇÃO 
A função do Processo do 
Trabalho é solucionar os 
conflitos por meio da 
prestação jurisdicional, que 
se dá em regra, pela 
autocomposição e pela 
heterocomposição. 
Introdução Aula 
01 
Resumo 
 
4 
 
súmula 363 do STJ. 
 
→ Só pode ser de competência da justiça do trabalho: autor da ação tem que ser pessoa 
física e não pode ser relação de consumo. 
1. FUNÇÃO DO PROCESSO DO TRABALHO 
O Processo do Trabalho é o meio encontrado para solucionar conflito de interesses 
através da tutela jurisdicional. Para que possa aplicar o processo do trabalho, é necessário que haja 
o conflito – este ocorre quando as partes se desentendem acerca de uma pretensão, podendo ser 
pessoas físicas ou jurídicas. É obvio, portanto, que não existirá processo sem pretensão. 
Ex.: A não está pagando horas extras para B. B procura a tutela jurisdicional por estar 
com conflito de interesses. 
Qual a pretensão principal? A hora extra. Existem, então, pedidos principais que geram 
acessórios. 
Quando se ingressa com a pretensão de obter valores das horas extras, quais serão os 
pedidos secundários? Os reflexos em aviso prévio, 13º salário e etc. A função social do Processo do 
Trabalho é justamente solucionar o conflito existente entre A e E. 
A função do Processo do Trabalho é solucionar os conflitos por meio da prestação 
jurisdicional, que se dá em regra, pela autocomposição e pela heterocomposição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 01 
 
5
1. AUTOCOMPOSIÇÃO 
1.1 No processo 
Ocorre quando as partes espontaneamente ajustam um 
acordo sobre o objeto de litígio, sem emprego de forças, fazendo 
concessões reciprocas. As partes que estão no processo entram 
em acordo. 
Quando se ingressa com uma ação, existe o princípio 
basilar da conciliação. Ninguém é obrigado a conciliar, mas 
quando isso ocorrer, ambos abrem parte de determinados 
direitos ou pretensão, sem haver imposição. 
Quando for procedimento ordinário, existem dois 
momentos da conciliação. Primeiramente, devemos entender 
que a conciliação é decisão transitada em julgado, sentença 
homologatória em que não cabe recurso. 
 
Súmula nº 259 do TST - TERMO DE 
CONCILIAÇÃO. AÇÃO RESCISÓRIA 
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 
21.11.2003 Só por ação rescisória é 
impugnável o termo de conciliação previsto 
no parágrafo único do art. 831 da CLT. 
 
Os termos de acordo só poderão ser impugnados 
mediante ação rescisória, precisando ter os requisitos da ação 
rescisória. 
Ninguém pode recorrer desse acordo? Somente a 
Previdência Social pode recorrer, de acordo com o §único do 
artigo 831 da CLT. Toda vez que tiver uma sentença na justiça do 
trabalho, haverá a possibilidade de recorrer por parte da 
previdência social, que não será em favor das partes e sim, da 
União. Sempre que tiver matérias ou pedidos de natureza salarial, 
1) AUTOCOMPOSIÇÃO 
1.1 No processo: 
As partes que estão no 
processo entram em acordo. 
1.2 Extraprocesso: 
Por meio da Comissão de 
Conciliação Prévia 
 
2) HETEROCOMPOSIÇÃO 
Quando as partes em 
conflito delegam a um 
terceiro o poder de decidir 
sobre o caso concreto. 
 
3) AUTODEFESA 
Quando as partes utilizam 
qualquer meio para poder 
valer os seus direitos. 
A solução do conflito de interesses 
Aula 
02 
Resumo 
 
6 
 
haverá incidência da Previdência. 
 
Art. 831, CLT: a decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta 
de conciliação. 
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como 
decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe 
forem devidas. 
 
 O que são as parcelas de natureza salarial: Férias, 13º salário, aviso prévio trabalhado, 
horas extras, etc. 
 O que não são parcelas de natureza salarial: aviso prévio indenizado, FGTS, multas de 
40%, multa do artigo 447 (§8º), multa do artigo 467, indenização por dano patrimonial 
e moral, etc. 
 
Toda vez que tiver parcela de natureza indenizatória, a justiça do trabalho é obrigada a 
oficiar a Previdência Social para que tome conhecimento da sentença. 
Ex.: pedido na sentença de 50 mil e a maioria são pedidos de natureza salarial, o juiz 
insiste por um acordo, pedindo para que a proposta seja melhor e ele reduzirá as parcelas de 
natureza salarial. As partes acordaram em 20 mil reais, sendo 5 mil de natureza salarial. O 
recolhimento será sobre os 5 mil. A previdência, quando intimada, percebe que há algo errado, pois 
os pedidos tiveram como maior parte os de natureza salariais, mas no acordo foi o que teve menos. 
Deve haver uma simetria entre os pedidos e o acordo. 
Portanto, apenas a Previdência social poderá recorrer do acordo com o intuito de 
discriminar a parcela de natureza salarial. 
 
Art. 832, CLT: da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e 
da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva 
conclusão. 
§3º As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza 
jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, 
inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da 
contribuição previdenciária, se for o caso. 
A contribuição previdenciária irá existir também nas decisões cognitivas, assim como 
nas homologatórias (o mais comum nesse caso é a parte que não é hipossuficiente 
pagar a contribuição). 
§4º A União será intimada das decisões homologatórias de acordos que 
contenham parcela indenizatória, na forma do art. 20 da Lei no 11.033, de 21 
Aula 02 
 
7 
 
de dezembro de 2004, facultada a interposição de recurso relativo aos 
tributos que lhe forem devidos. 
 
Quando é que o INSS vai ingressar com recurso? Recurso ordinário, pois é uma decisão 
de juiz de Vara, com prazo em dobro para recorrer (os prazos dos recursos do Processo do Trabalho 
são de 8 dias, exceto embargos de declaração que são de 5 dias), neste caso, a previdência terá 
16 dias para recorrer. Quando o INSS vai ser intimado? Ás vezes demora meses para que ele possa 
ser intimado. 
→ Nenhum juiz está obrigado a homologar acordo, pois isto é caráter subjetivo do 
magistrado. Já houve casos em que advogados ingressaram com acordo e o juiz negou. Em Belém, 
um advogado entrou com Mandado de Segurança contra a decisão do juiz – já entendemos que 
não é possível entrar com recurso de acordo com a súmula 259 do TST – não tendo nenhum modo 
de fazer com que o juiz aceite o acordo, como diz a própria súmula 418 do TST que não cabe nenhum 
tipo de recurso, por se tratar de caráter subjetivo do magistrado. 
 
MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO 
(nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT 
divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 A homologação de acordo constitui faculdade 
do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança. 
 
Temos uma novidade com a reforma acerca da execução: 
Antes da reforma, a ausência de pagamento de uma das parcelas, antecipa as demais. 
O juiz, de oficio, já determina a execução. 
Com a reforma, a execução não será mais operada de ofício, só vai ser processada de 
oficio se o exequente estiver utilizando um jus postulandi. Se o exequente estiver pleiteando com um 
advogado, este deverá requerer a execução. 
Existe outra situação, o acordo por mera liberalidade: 
Ex.: L entra contra D discutindo relação de emprego. Se D fizer uma proposta de X por 
mera liberalidade para não assinar a carteira (e não pagar FGTS, 13º, etc.), L aceitará porque será 
uma proposta razoável. 
Como fica a previdência social por causa das parcelas que não serão pagas? Nessa 
hipótese, a previdência social incide sobre o valor total do acordo. 
 
 
Só existe acordo por mera liberalidade antes da sentença. 
 
Aula 02 
 
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OJ-SDI1-368 DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. ACORDO HOMOLOGADO EM 
JUÍZO. INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO. PARCELAS INDENIZATÓRIAS. 
AUSÊNCIA DE DISCRIMINAÇÃO. INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR TOTAL (DEJT 
divulgado em 03, 04 e 05.12.2008). É devida a incidência das contribuições para 
a Previdência Social sobre o valor total do acordo homologado em juízo, 
independentemente do reconhecimento de vínculo de emprego, desde que não 
haja discriminação das parcelas sujeitas à incidência da contribuição previdenciária, 
conforme parágrafo único do art. 43 da Lei nº 8.212, de 24.07.1991, e do art. 195, I, “a”, 
da CF/1988. 
 
1.1 Extraprocesso (Comissão de Conciliação Prévia – CCP) 
Os artigos 625-A ao 625-H tratam sobre a CCP: Comissão de Conciliação Prévia – foi 
instituída com a finalidade de desafogar o judiciário, só que, quando ela foi inserida em 2000, ela 
surgiu de forma obrigatória. Este artigo sofreu uma ADIN em 2009, pois feria o acesso ao judiciário, já 
que, a empresa que tivesse CPP não daria a oportunidade do empregado se demitir perante a 
justiça do trabalho senão fosse primeiramente pela CPP. 
A petição inicial que era endereçada a justiça do trabalho, neste caso, seria 
endereçada
para a CPP. O que acontecia era que a pessoa dizia que não gostaria de participar 
da conciliação, para assim, ter uma prova comprovando que teve acesso ao CPP antes de ir à 
justiça do trabalho. 
O STF decidiu que o trabalhador é livre, procura a CPP apenas se quiser. A CPP só tem 
finalidade de homologar acordo, que transita em julgado, de acordo com a súmula 259 do TST, pois 
é um título executivo extrajudicial, de acordo com o artigo 876 da CLT. Hoje não se tem mais a 
possibilidade de ingressar na CPP. 
 
Orientação Jurisprudencial 270/TST-SDI-I - 18/12/2017. Programa de Demissão 
Voluntária - PDV. Transação extrajudicial. Quitação. Parcelas oriundas do 
extinto contrato de trabalho. Efeitos. A transação extrajudicial que importa 
rescisão do contrato de trabalho ante a adesão do empregado a plano de demissão 
voluntária implica quitação exclusivamente das parcelas e valores constantes do 
recibo. 
 
2. HETEROCOMPOSIÇÃO 
A heterocomposição ocorre quando as partes em conflito delegam a um terceiro o 
poder de decidir sobre o caso concreto. A arbitragem somente existia nos dissídios coletivos, mas 
com a reforma, esta também poderá ser usada nos dissídios individuais. A arbitragem está no artigo 
507-A e 507-B da CLT. 
Aula 02 
 
9 
 
 
Qualquer pessoa pode utilizar a arbitragem? Não, nos dissídios individuais, somente nos 
contratos de trabalho cuja remuneração for superior a duas vezes o limite da previdência social pode 
ser usado a arbitragem. Essa arbitragem é benéfica para o empregador. 
 
3. AUTODEFESA 
A autodefesa é quando as partes utilizam qualquer meio para poder valer os seus direitos; 
é como se houvesse uma imposição de forças. 
Ex.: greve. Na autodefesa as partes usam toda a força necessária para poder valer aquilo 
que se entende ser os seus direitos. 
No entanto, a autodefesa é somente um meio. Dessa forma, ressalta-se que, a 
autocomposição não precisa da autodefesa, mas toda vez que se tiver a autodefesa poder-se-á ter 
uma autocomposição ou uma extracomposição. Significa dizer que, quando se estudou Direito do 
Trabalho I, viu-se sobre convenção coletiva. Falou-se que, convenção coletiva é, na verdade, 
cláusulas trazidas por sindicatos de categorias representativas de profissionais, que apresentam 
normas mais favoráveis. Assim, por se tratarem de ‘convenções’ (ajuste de vontades, com as partes 
– os sindicatos, os quais representam uma categoria profissional + categoria patronal – 
convencionando), também são exemplos de autocomposição. 
Quando eles estão convencionando, é desse ajuste que sai a norma mais favorável e a 
condição mais benéfica, uma vez que a CLT se aplica a todos de forma indistinta. Entretanto, essas 
convenções devem observar as normas de ordem pública, ou seja, o mínimo que é assegurando no 
art. 7º da CF, bem como o mínimo que é assegurado na CLT e nas normas esparsas. 
Em contrapartida, quando esses sindicatos não conseguem convencionar, não se terá 
convenção coletiva. Dessa forma, passa-se a ter um litígio o qual precisa ser resolvido. 
Além disso, é importante informar que, a greve não é o único meio de se ter um litígio 
(precisa-se entrar em greve para haver um dissídio coletivo). Todavia, muitas vezes, algumas 
categorias buscam a greve como forma de fazer valer o seu direito. 
A justiça do trabalho é composta de Vara, TRT e TST. Quando se tem dissídio coletivo, 
aonde se entra com essa ação? Depende da base territorial daquele sindicato. Se determinado 
sindicato tem base territorial que tem abrangência regional, eventual conflito será resolvido no TRT. 
Ex.: correios = sindicato nacional. Se houver uma lide envolvendo os empregados do 
Correios, esse sindicato deverá procurar o TST, uma vez que se trata de base territorial nacional. 
Nunca se terá dissídio coletivo privado! 
Quando se ingressa com dissídio coletivo, haverá ou não haverá uma tentativa de 
conciliação? Sim. Se os sindicatos convencionarem, ter-se-á uma sentença normativa. Por outro 
lado, caso os sindicatos não se ajustem, ter-se-á uma sentença condenatória. 
Aula 02 
 
10 
 
Importante observar que, a conciliação existirá tanto nas varas quanto nos tribunais. 
 
§3º do art. 114, CF: em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de 
lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio 
coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 
 
Além disso, não é somente o sindicato que ingressará com dissídio coletivo; o MPT 
também poderá, embora esteja atuando na condição de custos legis, isto é, ele não tem as mesmas 
finalidades que os sindicatos têm1. Sendo assim, o MPT somente terá interesse de ingressar com essa 
lide quando houver greve (nas atividades essenciais) na qual resultará em lesão a um bem (não sei 
se ela falou essa palavra). Nesse caso, quem decidirá o conflito será a Justiça do Trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Os sindicatos têm como finalidade dirimir conflito que venha a favorecer uma categoria. 
Aula 02 
 
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1. A EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL TRABALHISTA NO TEMPO 
Com a reforma trabalhista, pergunta-se quais serão os 
atos que ela alcançará; em que tempo poderá se realizar esses 
atos processuais. 
Ao pegar o art. 1º da LINDB, tem-se que: 
 
Art. 1º, LINDB: salvo disposição contrária, a lei 
começa a vigorar em todo o país quarenta e 
cinco dias depois de oficialmente publicada. 
 
Quando que a lei da reforma trabalhista foi aplicada? Em 
novembro. E sabe-se que ela teve aplicação imediata. Isso tem 
base no art. 912 da CLT. 
Art. 912, CLT: salvo disposição contrária, a lei 
começa a vigorar em todo o país quarenta e 
cinco dias depois de oficialmente publicada. 
Os atos processuais praticados antes da nova lei se 
mantêm perfeito e acabado, porque na época em que o ato foi 
praticado estava vigendo a lei anterior. Portanto, a nova lei 
alcançará os processos em curso daquele momento para frente. 
Isso é, na verdade, discutido por meio de teorias. Desde já, deve-
se saber que o ordenamento jurídico pátrio adota a teoria do 
sistema de isolamento dos atos processuais. 
1.1 A aplicação processual no tempo por meio das 
seguintes teorias 
a) Sistema da unidade processual: 
Essa teoria defende que, embora o processo possua 
diversos atos processuais, o processo é uno e indivisível, de modo 
que somente pode ser vinculado por uma única lei. Dessa forma, 
para que não haja retroatividade, aplica-se a lei antiga aos pro- 
 
1. A EFICÁCIA DA LEI 
PROCESSUAL TRABALHISTA 
NO TEMPO 
Os atos processuais 
praticados antes da nova lei 
se mantêm perfeito e 
acabado, porque na época 
em que o ato foi praticado 
estava vigendo a lei anterior 
1.1 A aplicação processual 
no tempo por meio das 
seguintes teorias: 
a) Sistema de unidade 
processual: 
Embora o processo possua 
diversos atos processuais, o 
processo é uno e indivisível, 
de modo que somente pode 
ser vinculado por uma única 
lei 
b) Sistema das fases 
processuais: 
O processo, ainda que único, 
é dividido em fases 
autônomas, quais sejam: 
postulatória, instrutória e 
decisória, devendo a lei 
nova disciplinar somente as 
fases não iniciais. 
c) Sistema de isolamento dos 
atos processuais: 
O sistema de isolamento 
admite que a nova lei seja
aplicada imediatamente, 
alcançando os processos em 
curso, em que pese à 
unidade processual. 
 
 
A eficácia da lei processual 
trabalhista no tempo e no espaço 
Aula 
03 
Resumo 
 
12 
 
cessos em andamento. 
Ex.: eu ingresso com uma ação antes da reforma trabalhista e este processo alcança a 
nova lei; o sistema da uni- 
Ex.: se eu ingressar com uma ação antes da reforma trabalhista e este processo alcançar 
a nova lei, esse sistema defende que, esses atos processuais que foram praticados na antiga lei 
continuam sendo praticados na antiga lei até o final do processo. 
Para essa teoria somente se aplica a nova lei a partir dos processos que foram ingressados 
na sua vigência. 
 
a) Sistema das fases processuais: 
Essa teoria defende que o processo, ainda que único, é dividido em fases autônomas, 
quais sejam: postulatória, instrutória e decisória, devendo a lei nova disciplinar somente as fases não 
iniciais. 
Ex.: eu estou litigando com Camila. Ela, por sua vez, ingressou com uma ação. Essa 
corrente entende que, a nova lei apenas pode ser aplicada após encerrar uma fase que começou 
com base na lei anterior. Se eu estou começando na fase postulatória e eu estou sendo notificada 
já estando em vigor a lei nova, para essa teoria eu somente aplicaria a lei nova na próxima fase e 
não nessa, tendo em vista que a fase postulatória começou com base na lei anterior. 
 
 
Uma coisa são fases do processo e outra coisa são atos processuais. Nas 
fases do processo eu pratico diversos atos processuais (defesa, 
aditamento da inicial, oitiva de testemunha por precatória, etc.). 
Dependendo da fase do processo, existem diversos atos processuais que 
podem ser realizados. 
 
 
b) Sistema de isolamento dos atos processuais: 
 
Art. 14, CPC: a norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos 
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas 
consolidadas sob a vigência da norma revogada. 
 
O sistema de isolamento admite que a nova lei seja aplicada imediatamente, 
alcançando os processos em curso, em que pese à unidade processual. 
 
 
Aula 03 
 
13 
 
Ex.: Camila ingressou com uma ação no momento em que estava vigendo a lei anterior. 
Naquela época, tinha-se um requisito de petição inicial. Se quando Camila ingressou com a ação e 
estava vigendo a lei anterior, então os atos praticados por ela são perfeitos e acabados. O juiz não 
poderá extinguir o processo sem resolução de mérito alegando que o §1º do art. 840, CLT não está 
sendo observado, porque quando Camila praticou o ato, o que estava vigendo era a lei processual 
antiga. Contudo, quando Camila ingressou com a ação (com 05 dias da nova lei), eu (ré) já fui 
notificada com base na nova lei. A diferença então é: o ato processual que eu praticarei já é com 
base na nova lei, portanto, eu terei de praticá-lo com a nova lei. Aqui, se eu tiver de aduzir uma 
exceção de competência em razão do lugar, eu não poderei utilizar o preceito anterior, porque no 
momento que eu fui notificada da audiência interposta por Camila, já estava vigendo a nova lei. 
Portanto, por isso que ela alcançará o processo em curso, respeitando os atos processuais praticados 
por ocasião da lei anterior, que estava vigendo naquele momento. 
 
 
Os atos processuais praticados antes da entrada em vigor da nova lei 
processual estão resguardados por constituírem ato perfeito e acabado, 
logo, os atos processuais praticados na vigência da lei que foi revogada 
mantêm plena eficácia mesmo que se estabeleçam preceitos e 
conteúdos diferentes. 
 
 
Ex.: preposto. Antes da reforma, o preposto deveria ser obrigatoriamente empregado da 
empresa; a exceção era a microempresa e o empregador doméstico. Com a reforma trabalhista 
não existe mais essa obrigatoriedade, basta que tenha conhecimento dos fatos, podendo ser um 
contador. Aqui, se eu (ré) recebo a notificação e, neste momento, está vigorando uma nova lei que 
me permite levar como preposto qualquer pessoa, então eu não precisarei mais levar algum 
empregado da empresa. 
 
 
 
Em caso de lei processual cujo conteúdo envolva jurisdição e 
competência terá a mesma aplicação imediata, regendo-se o processo 
com base nos atos anteriores à sua promulgação. 
 
 
 
 
Aula 03 
 
14 
 
A Emenda Constitucional n° 45 trouxe que a Justiça do Trabalho tinha competência para 
dirimir conflitos nas relações laborais (como honorários profissionais) e também em determinadas 
relações de trabalho. 
Ex.: eu sou contadora e faço uma prestação de serviço para Camila, que, caloteira, não 
me paga. Eu ingresso (na época da EC n° 45, antes da operação e antes de se ter a Súmula 363 do 
STJ) com uma ação de cobrança na Justiça do Trabalho. Suponhamos que, no curso desta ação 
em que o juiz ouvia a testemunha, chegou a Súmula 363 do STJ estabelecendo que a competência 
para dirimir conflitos que envolvam honorários profissionais seja da justiça comum (“Compete à 
Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra 
cliente”). Essa decisão alcança este processo? Sim, plenamente. Ele sai da Justiça do Trabalho 
independentemente dos atos processuais já praticados e é distribuído para a justiça comum. 
Ex.: eu demando contra Bibi. Sai uma sentença procedente para mim. Bibi ingressa com 
recurso ordinário. Esse processo foi distribuído para a 1ª turma recursal. Nesse momento, sai a Súmula 
363 do STJ. Desse modo, esquecem-se os atos processuais e a decisão, porque o Tribunal não poderá 
julgar o processo, uma vez que ele não tem mais competência material. Este processo, portanto, é 
enviado integralmente para o Judiciário, que passa a ter competência material. Em qual hipótese 
não passaria? Se, por acaso, eu tivesse uma sentença procedente e essa decisão transitasse em 
julgado, haja vista que, nesse caso, já se estaria numa nova fase: de execução. Em contrapartida, 
se esse processo não tiver decisão, ele é alcançado integralmente. 
 
 PORTANTO: 
 
 Atos processuais que não envolvem jurisdição e competência: respeita-se o ato 
processual praticado com base na lei anterior e se aplica a nova lei a partir da sua 
promulgação em diante; 
 
 Atos processuais que envolvem jurisdição e competência: o processo é alcançado 
integralmente, inclusive alcançando os atos já praticados, porque a Justiça do Trabalho 
deixou de ter competência material para dirimir esse conflito. 
 
EXCEÇÃO A ESSA REGRA POR DECISÃO DO STF: é em relação ao dano moral e 
patrimonial decorrente de acidente do trabalho. Isso se deu por meio da EC n°45. Passou-se a 
competência de danos morais decorrentes de acidente de trabalho para a Justiça do Trabalho. 
Portanto, tirou-se a competência da Justiça Comum (era ela quem analisava os danos morais e 
patrimoniais decorrente de acidente) e passou para a Justiça do Trabalho. O que ficou decidido, 
então, foi: os processos que não havia sentença e nem estavam em fase recursal seriam 
Aula 03 
 
15 
encaminhados para a Justiça do Trabalho; os processos que estavam sentenciados ou com 
pendência de recurso permaneciam na Justiça Comum, observando determinadas regras do 
processo civil que não existem no processo do trabalho. 
Ex.: eu ingressei com uma ação de danos patrimoniais por acidente de trabalho em face 
da empresa de Bibi. Há um incidente processual; eu apresento agravo de instrumento. Isso não pode 
ocorrer na Justiça do Trabalho, porque alguns atos processuais, em que pese ter no processo civil e 
no processo
do trabalho, possuem finalidades diferentes. O agravo de instrumento, por exemplo, no 
processo do trabalho somente tem o objetivo de destrancar recurso. 
 
Art. 7º, CLT: os preceitos constantes da presente Consolidação salvo quando for em 
cada caso, expressamente determinado em contrário, não se aplicam: 
a) aos empregados domésticos, assim considerados, de um modo geral, os que 
prestam serviços de natureza não-econômica à pessoa ou à família, no âmbito 
residencial destas; 
b) aos trabalhadores rurais, assim considerados aqueles que, exercendo funções 
diretamente ligadas à agricultura e à pecuária, não sejam empregados em 
atividades que, pelos métodos de execução dos respectivos trabalhos ou pela 
finalidade de suas operações, se classifiquem como industriais ou comerciais; 
c) aos funcionários públicos da União, dos Estados e dos Municípios e aos respectivos 
extranumerários em serviço nas próprias repartições; 
d) aos servidores de autarquias paraestatais, desde que sujeitos a regime próprio de 
proteção ao trabalho que lhes assegure situação análoga à dos funcionários públicos. 
 
Art. 8º, CLT (antes da reforma) 
Art. 8º, CLT (depois da 
reforma) 
As autoridades administrativas e a 
Justiça do Trabalho, na falta de 
disposições legais ou contratuais, 
decidirão, conforme o caso, pela 
jurisprudência, por analogia, por 
equidade e outros princípios e normas 
gerais de direito, principalmente do 
direito do trabalho, e, ainda, de acordo 
com os usos e costumes, o direito 
comparado, mas sempre de maneira 
que nenhum interesse de classe ou 
particular prevaleça sobre o interesse 
público. 
Parágrafo único. O direito 
comum será fonte subsidiária do direito 
(...) caput permanece. 
§1º O direito comum será fonte 
subsidiária do direito do trabalho. 
§2º Súmulas e outros enunciados 
de jurisprudência editados pelo Tribunal 
Superior do Trabalho e pelos Tribunais 
Regionais do Trabalho não poderão 
restringir direitos legalmente previstos 
nem criar obrigações que não estejam 
previstas em lei. 
§3º No exame de convenção 
coletiva ou acordo coletivo de 
trabalho, a Justiça do Trabalho 
analisará exclusivamente a 
conformidade dos elementos essenciais 
Aula 03 
 
16 
 
do trabalho, naquilo em que não for 
incompatível com os princípios 
fundamentais deste. 
do negócio jurídico, respeitado o 
disposto no art. 104 da Lei nº 10.406, de 
10 de janeiro de 2002 – Código Civil, e 
balizará sua atuação pelo princípio da 
intervenção mínima na autonomia da 
vontade coletiva. (NR) 
 
Art. 9º, CLT: serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de 
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente 
Consolidação. 
 
Houve uma alteração no que se diz respeito a custas processuais. Antes da reforma, o 
empregador e o empregado poderiam ser condenados a custas processuais. No entanto, como que 
o empregado será condenado as custas se ele não paga nada? Toda vez que ele tiver uma 
sentença totalmente improcedente, ele poderá sofrer uma condenação dessa natureza – no limite 
de 2% do valor da causa. 
Ex.: o empregado ingressa com uma ação trabalhista; tem uma sentença improcedente; 
o juiz não lhe concede justiça gratuita e resolve condená-lo em 2% do valor da causa, que é de, 
supostamente, 01 milhão e 200 mil. Para recorrer, seria necessário o pagamento das custas 
processuais. 
A mesma coisa acontece em relação ao empregador. O que acontecia era: se ele 
tivesse uma sentença procedente ou parcialmente procedente e recorresse, ele teria de pagar 
custas de 2% do valor de sua condenação. Entretanto, com a reforme, tivemos o art. 789, CLT, o qual 
traz o mínimo e o máximo (isso não havia antes). 
 
Art. 789, CLT (antes da 
reforma) 
Art. 789, CLT (depois da 
reforma) 
Nos dissídios individuais e nos 
dissídios coletivos do trabalho, nas 
ações e procedimentos de 
competência da Justiça do 
Trabalho, bem como nas demandas 
propostas perante a Justiça 
Estadual, no exercício da jurisdição 
trabalhista, as custas relativas ao 
processo de conhecimento 
incidirão à base de 2% (dois por 
cento), observado o mínimo de R$ 
Nos dissídios individuais e nos 
dissídios coletivos do trabalho, nas 
ações e procedimentos de 
competência da Justiça do 
Trabalho, bem como nas 
demandas propostas perante a 
Justiça Estadual, no exercício da 
jurisdição trabalhista, as custas 
relativas ao processo de 
conhecimento incidirão à base de 
2% (dois por cento), observado o 
mínimo de R$ 10,64 (dez reais e 
Aula 03 
 
17 
10,64 (dez reais e sessenta e quatro 
centavos) e serão calculadas: 
I – quando houver acordo ou 
condenação, sobre o respectivo 
valor; 
 II – quando houver extinção 
do processo, sem julgamento do 
mérito, ou julgado totalmente 
improcedente o pedido, sobre o 
valor da causa; 
III – no caso de procedência 
do pedido formulado em ação 
declaratória e em ação constitutiva, 
sobre o valor da causa; 
IV – quando o valor for 
indeterminado, sobre o que o juiz 
fixar. 
§1º As custas serão pagas 
pelo vencido, após o trânsito em 
julgado da decisão. No caso de 
recurso, as custas serão pagas e 
comprovado o recolhimento dentro 
do prazo recursal. 
§2º Não sendo líquida a 
condenação, o juízo arbitrar-lhe-á o 
valor e fixará o montante das custas 
processuais. 
§3º Sempre que houver 
acordo, se de outra forma não for 
convencionado, o pagamento das 
custas caberá em partes iguais aos 
litigantes. 
§4º Nos dissídios coletivos, as 
partes vencidas responderão 
solidariamente pelo pagamento 
das custas, calculadas sobre o valor 
arbitrado na decisão, ou pelo 
Presidente do Tribunal. 
sessenta e quatro centavos) e o 
máximo de quatro vezes o limite 
máximo dos benefícios do Regime 
Geral de Previdência Social, e serão 
calculadas: 
(...) incisos e parágrafos 
permanecem. 
 
O que, com a reforma, está se querendo dizer no caput deste artigo é: se o limite da 
minha condenação (que é o limite de 2%) for mais que 4x o limite máximo dos benefícios do Regime 
 
18 
 
Geral de Previdência Social (R$5.645,80), dever-se-á depositar quatro vezes esse valor. Portanto, se a 
minha condenação (tirando sobre os 2%) ultrapassar R$22.583,20 (correspondente a 4x 5.645,80), é 
este valor que será devido. 
Ex.: se eu tive uma sentença antes da nova lei e estou recorrendo, a minha base será a 
lei anterior. Eu já recolhi os 2% em cima de 300 mil reais. Nesta ocasião, eu não posso pedir de volta 
a diferença entre o valor recolhido e o limite máximo estabelecido na nova lei. 
Em relação à justiça gratuita, a reforma também trouxe modificações que não foi 
benéfica ao trabalhador: 
 
 
Art. 790, CLT (antes da 
reforma) 
Art. 790, CLT (depois da 
reforma) 
Nas Varas do Trabalho, nos 
Juízos de Direito, nos Tribunais e no 
Tribunal Superior do Trabalho, a 
forma de pagamento das custas e 
emolumentos obedecerá às 
instruções que serão expedidas pelo 
Tribunal Superior do Trabalho. 
§1º Tratando-se de 
empregado que não tenha obtido o 
benefício da justiça gratuita, ou 
isenção de custas, o sindicato que 
houver intervindo no processo 
responderá solidariamente pelo 
pagamento das custas devidas. 
§2º No caso de não-
pagamento das custas, far-se-á 
execução da respectiva 
importância, segundo o 
procedimento estabelecido no 
Capítulo V deste Título. 
§3º É facultado aos juízes, 
órgãos julgadores e presidentes dos 
tribunais
do trabalho de qualquer 
instância conceder, a requerimento 
ou de ofício, o benefício da justiça 
gratuita, inclusive quanto a traslados 
e instrumentos, àqueles que 
(...) caput, §1º e §2º 
permanecem. 
§3º É facultado aos juízes, 
órgãos julgadores e presidentes dos 
tribunais do trabalho de qualquer 
instância conceder, a requerimento 
ou de ofício, o benefício da justiça 
gratuita, inclusive quanto a 
traslados e instrumentos, àqueles 
que perceberem salário igual ou 
inferior 40% (quarenta por cento) do 
limite máximo dos benefícios do 
Regime Geral de Previdência 
Social. 
§4º O benefício da justiça 
gratuita será concedido à parte 
que comprovar insuficiência de 
recursos para o pagamento das 
custas do processo. NR 
Aula 03 
 
19 
perceberem salário igual ou inferior 
ao dobro do mínimo legal, ou 
declararem, sob as penas da lei, 
que não estão em condições de 
pagar as custas do processo sem 
prejuízo do sustento próprio ou de 
sua família. 
 
 
O que se tinha antes era: se ele ganhasse até o dobro do mínimo legal (ou seja, duas 
vezes o salário mínimo) ou se ele estivesse desempregado e ou se ele simplesmente declarasse nos 
termos da lei que ele não pode prover o processo em sustento próprio e de sua família. Essa última 
parte não se tem mais. 
Ex.: o trabalhador ganha 2.428,30; ele não terá direito à justiça gratuita. 
Logo, observa-se que há uma mudança nesse §3º do art. 790, CLT. Antes, eu poderia até 
ganhar mais, no entanto bastava eu declarar que eu não tinha condições de arcar com o processo. 
Muda-se, portanto, por completo: uma parte desse §3º é suprimida e onerada. 
A outra novidade está no §4º que trata sobre a isenção de custas. 
Ainda, tem-se o art. 840, CLT: 
 
Art. 840, CLT (antes da 
reforma) 
Art. 840, CLT (depois da 
reforma) 
A reclamação poderá ser 
escrita ou verbal. 
§1º Sendo escrita, a 
reclamação deverá conter a 
designação do Presidente da 
Junta, ou do juiz de direito a quem 
for dirigida, a qualificação do 
reclamante e do reclamado, uma 
breve exposição dos fatos de que 
resulte o dissídio, o pedido, a data 
e a assinatura do reclamante ou 
de seu representante. 
§2º Se verbal, a 
reclamação será reduzida a 
termo, em 2 (duas) vias datadas e 
assinadas pelo escrivão ou 
secretário, observado, no que 
(...) mantém o caput. 
§1º Sendo escrita, a 
reclamação deverá conter a 
designação do juízo, a 
qualificação das partes, a breve 
exposição dos fatos de que resulte 
o dissídio, o pedido, que deverá 
ser certo, determinado e com 
indicação de seu valor, a data e a 
assinatura do reclamante ou de 
seu representante. 
§2º Se verbal, a 
reclamação será reduzida a 
termo, em duas vias datadas e 
assinadas pelo escrivão ou 
secretário, observado, no que 
couber, o disposto no § 1º deste 
artigo. 
Aula 03 
 
20 
couber, o disposto no parágrafo 
anterior. 
§3º Os pedidos que não 
atendam ao disposto no § 1º 
deste artigo serão julgados 
extintos sem resolução do mérito. 
(NR) 
 
 
 
 
Existem dois procedimentos na Justiça do Trabalho: o procedimento 
sumaríssimo e ordinário. Quando que eu sei que é um ou outro? 
 
 Quando as ações interpostas forem até 40% do salário mínimo vigente 
na data da interposição, tem-se o procedimento sumaríssimo. Nele, é 
incabível emenda à inicial, já que, neste procedimento há regras 
específicas de requisitos para a petição inicial, uma vez que os pedidos 
devem ser, obrigatoriamente, líquidos. 
 
 Em contrapartida, em relação ao procedimento ordinário, os requisitos 
para a petição inicial estão contidos no §1º do art. 840, CLT, em nenhum 
momento colocava que os pedidos deveriam ser liquidados. Agora, com 
a reforma, isso mudou. Quem ingressou com uma reclamatória 
trabalhista antes da reforma, prevalece o §1º do art. 840 da CLT; quem 
ingressou com a ação trabalhista após a reforma, prevalece o novo 
preceito. A ausência de qualquer novo requisito exigido não dá a 
possibilidade de emendar a inicial, porque o §3º do mesmo artigo aduz 
que a ausência dos requisitos do §1º (do art. 840) extingue o processo 
sem resolução de mérito. 
 
 
Súmula 263, TST: PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA 
DEFICIENTE. Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), 
o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de 
documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito 
legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze) 
dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte 
não o fizer (art. 321 do CPC de 2015). 
 
Lendo essa súmula 263, do TSTS ao mesmo tempo do §3º, tem-se que, provavelmente ela 
será cancelada por não estar em conformidade com o que a nova lei traz. 
Aula 03 
 
21 
 
Art. 775, CLT (antes da 
reforma) 
Art. 775, CLT (depois da 
reforma) 
Os prazos estabelecidos 
neste Título contam-se com 
exclusão do dia do começo e 
inclusão do dia do vencimento, e 
 
são contínuos e irreleváveis, 
podendo, entretanto, ser 
prorrogados pelo tempo 
estritamente necessário pelo juiz 
ou tribunal, ou em virtude de força 
maior, devidamente comprovada. 
Parágrafo único. Os 
prazos que se vencerem em 
sábado, domingo ou dia de 
feriado, terminarão no primeiro dia 
útil seguinte. 
Os prazos estabelecidos 
neste Título serão contados em 
dias úteis, com exclusão do dia do 
começo e inclusão do dia do 
vencimento. 
§1º Os prazos podem ser 
prorrogados, pelo tempo 
estritamente necessário, nas 
seguintes hipóteses: 
I – quando o juízo entender 
necessário; 
II – em virtude de força 
maior devidamente comprovada. 
§2º Ao juízo incumbe dilatar 
os prazos processuais e alterar a 
ordem de produção dos meios de 
prova, adequando-se às 
necessidades do conflito de 
modo a conferir maior efetividade 
à tutela do direito. 
 
Ex.: eu estou contando prazo para interpor recurso e, a partir de agora, os prazos são 
contados em dias úteis, mas antes da reforma eles eram contados em dias corridos. 
Como é que ficaria a contagem do prazo para as pessoas que já tinham o seu prazo 
sendo contado quando chegou a reforma? As pessoas que já tinham sido intimadas antes da 
reforma, o prazo permaneceu aquele que estava em vigor antes da reforma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 03 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. A EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL TRABALHISTA NO ESPAÇO 
A lei processual no espaço diz respeito ao território em 
que será aplicado o dispositivo legal. Aqui, prevalece a lei 
processual trabalhista que vigora no nosso país. 
 
Art. 763, CLT: o processo da Justiça do 
Trabalho, no que concerne aos dissídios 
individuais e coletivos e à aplicação de 
penalidades, reger-se-á, em todo o território 
nacional, pelas normas estabelecidas neste 
Título. 
 
As normas do Brasil se aplicam a todos os brasileiros e 
estrangeiros que trabalham no país. 
Nos contratos é possível que as partes possam eleger o 
foro que vá dirimir o conflito entre elas. No entanto, isso não é 
possível na Justiça do Trabalho. 
A regra está prevista no art. 651, caput, CLT, enquanto 
que as exceções estão previstas nos parágrafos deste mesmo 
artigo:
Art. 651, CLT: a competência das Juntas de 
Conciliação e Julgamento é determinada 
pela localidade onde o empregado, 
reclamante ou reclamado, prestar serviços ao 
empregador, ainda que tenha sido 
contratado noutro local ou no estrangeiro. 
 
De acordo com este artigo, caput, a competência 
territorial é no local da prestação do serviço, não importando se 
este trabalhador foi contratado em outro local. 
Ex.: Bibi é contratada em Altamira para trabalhar em 
Belem 
2. A EFICÁCIA DA LEI 
PROCESSUAL TRABALHISTA 
NO ESPAÇO 
A lei processual no espaço 
diz respeito ao território em 
que será aplicado o 
dispositivo legal. Em regra, a 
competência territorial é no 
local da prestação do 
serviço, não importando se 
este trabalhador foi 
contratado em outro local. 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
 
1. DEFINIÇÃO DE 
COMPETÊNCIA 
São atribuições conferidas 
aos órgãos encarregados da 
função jurisdicional; é a 
competência que legitima o 
poder jurisdicional. Assim, 
todo juiz competente tem 
jurisdição, mas nem todo juiz 
que tem jurisdição é 
competente. 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 
04 
Resumo 
A eficácia da lei processual 
trabalhista no tempo e no espaço 
 
23 
 
Belém. Não importa onde ocorreu a contratação; o que vigorará é o local da prestação do serviço. 
Logo, as partes não podem, no momento do ajuste de contrato, escolher o foro que dirimirá eventual 
conflito já que a regra é o art. 651, CLT. Os parágrafos 1º, 2º e 3º desse artigo são exceções a essa 
regra. 
 
§1º, art. 651, CLT: quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a 
competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial 
e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da 
localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
 
Esse parágrafo determina que, se esse trabalhador (representante comercial) tiver uma 
lide, se naquele local tenha agência ou filial da empresa – e se ele estiver subordinado a essa 
agência ou filial, ele proporá essa reclamatória no local onde estava sendo a prestação de serviço. 
Em contrapartida, se ele não estiver subordinado, este empregado poderá escolher entre o local de 
seu domicílio ou o local mais próximo (da prestação de serviço). 
 
§2º, art. 651, CLT: a competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, 
estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no 
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção 
internacional dispondo em contrário. 
 
Este §2º deve ser analisado com cautela e em conjunto com a Lei n° 7.074/82, a qual 
trata do trabalhador que foi contratado para trabalhar no Brasil e foi transferido para o estrangeiro. 
Falou-se que a regra geral é o local da prestação de serviço, entretanto, nesta hipótese 
do §2º há uma situação atípica: 
Ex.: o empregado é brasileiro, contratado por uma empresa pública, sendo transferido 
para o estrangeiro = ele poderá reclamar aqui, bem como poderá utilizar normas internacionais ou 
normas brasileiras (desde que seja a mais benéfica neste contrato). 
 
Art. 2º, Lei n° 7.064/82: para os efeitos desta Lei, considera-se transferido: 
I – o empregado removido para o exterior, cujo contrato estava sendo executado no 
território brasileiro; 
II – o empregado cedido à empresa sediada no estrangeiro, para trabalhar no 
exterior, desde que mantido o vínculo trabalhista com o empregador brasileiro; 
III – o empregado contratado por empresa sediada no Brasil para trabalhar a seu 
serviço no exterior. 
 
Aula 04 
 
24 
 
Art. 3º, Lei n° 7.064/82: a empresa responsável pelo contrato de trabalho do 
empregado transferido assegurar-lhe-á, independentemente da observância da 
legislação do local da execução dos serviços: 
I – os direitos previstos nesta Lei; 
II – a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for 
incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação 
territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria. 
Parágrafo único. Respeitadas as disposições especiais desta Lei, aplicar-se-á a 
legislação brasileira sobre Previdência Social, Fundo de Garantia por Tempo de 
Serviço - FGTS e Programa de Integração Social - PIS/PASEP. 
 
O inciso II deste artigo traz a teoria do conglobamento mitigado: as normas devem ser 
aplicadas quando mais favoráveis, levando-se em consideração o conjunto de normas que devem 
ser aplicadas no caso laboral. 
 
§3º, art. 651, CLT: em se tratando de empregador que promova realização de 
atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado 
apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos 
respectivos serviços. 
 
Em relação ao §3º do art. 651, CLT, a princípio pode-se pensar que ele conflita com o 
caput, apesar de isso não ocorrer. Na verdade, existem determinados contratos em que se tem o 
local do contrato e o local típico da prestação de serviço. 
Ex.: aqueles que trabalham em terminal rodoviário, como comissário de bordo, como 
piloto de avião, empregados que fazem show e etc. Ele fez o contrato dele em Brasília. Existe um 
local fixo, nesses casos, para a prestação de serviço? Não. Logo, nesta hipótese, esses empregados 
poderão escolher o local da última prestação de serviço ou o local da contratação. 
Ex.: existem empresas de construção civil que contratam engenheiros fiscais de obra 
(onde tiver obra, ele estará fiscalizando). Dessa forma, não há um local fixo para prestação de 
serviço. 
Isso tudo poderá gerar um incidente processual: 
Ex.: Bibi ingressa com uma ação na qual se entende que a Justiça do Trabalho tem 
competência material, mas não tem competência territorial. Aqui, obviamente dever-se-á suscitar 
uma exceção de competência em razão do lugar. 
 
 
 
Aula 04 
 
25 
 
Art. 800, CLT (antes da reforma) 
Art. 800, CLT (depois da 
reforma) 
Apresentada a exceção de 
incompetência, abrir-se-á vista dos 
autos ao exceto, por 24 (vinte e 
quatro) horas improrrogáveis, 
devendo a decisão ser proferida 
na primeira audiência ou sessão 
que se seguir. 
Apresentada a exceção de 
incompetência territorial no prazo 
de cinco dias a contar da 
notificação, antes da audiência e 
em peça que sinalize a existência 
dessa exceção, seguir-se-á o 
procedimento estabelecido no 
artigo. 
§1º Protocolada a petição, 
será suspenso o processo e não se 
realizará a audiência a que se 
refere o art. 843 desta 
Consolidação até que se decida 
a exceção. 
§2º Os autos serão 
imediatamente conclusos ao juiz, 
que intimará o reclamante e, se 
existentes, os litisconsortes, para 
manifestação no prazo comum 
de cinco dias. 
§3º Se entender necessária 
a produção de prova oral, o juízo 
designará audiência, garantindo 
o direito de o excipiente e de suas 
testemunhas serem ouvidos, por 
carta precatória, no juízo que este 
houver indicado como 
competente. 
§4º Decidida a exceção de 
incompetência territorial, o 
processo retomará seu curso, com 
a designação de audiência, a 
apresentação de defesa e a 
instrução processual perante o 
juízo competente. (NR) 
 
 
Aula 04 
 
26 
 
Com a reforma do CPC, a exceção de competência passou a ser apresentada como 
preliminar. Em contrapartida, com a reforma trabalhista também houve uma mudança: não se 
apresenta mais a exceção de incompetência com a defesa,
nem como preliminar e nem em peças 
separadas: 
Ex.: Bibi ingressou com uma ação trabalhista. Andréa (empregadora de Bibi) entendeu 
que o local onde ela ingressou com essa ação trabalhista não tem a competência material. A partir 
do momento em que eu fui notificada da ação ajuizada, eu tenho 05 dias úteis (exclui-se o dia do 
começo e o do vencimento) para apresentar exceção de incompetência em razão do lugar. Logo, 
eu apresentarei a minha defesa genérica somente depois, quando o juiz abrir prazo para tanto (este 
prazo será de 30 dias contados da data da ação proposta). Ressalta-se que, no processo que eu 
entro com a exceção de competência em razão do lugar, o processo movido por Bibi é suspenso 
(§1º), ou seja, não será analisada a sua pretensão, mas esse incidente que eu suscitei. A audiência 
também será suspensa, além de haver prazo para que Bibi, na condição de exceto, manifeste-se 
acerca da minha exceção de competência em razão do lugar. 
O §1º do art. 800, CLT (NR) impõe que, toda vez que eu (empregadora) for notificada da 
audiência, eu já saberei como ela procederá, pois a minha defesa poderá ser apresentada até o 
dia da mesma. 
O §2º do art. 800, CLT tem como hipótese: 
Ex.: depois que a audiência foi suspensa, os autos seguem conclusos para o juiz, que 
intimará a parte contrária (chamado de “exceto”) a fim de que este se manifeste acerca da 
exceção de incompetência em razão do lugar. 
Ex.: Victória, Paola, Cyntia, Larissa e Bianca estão reclamando contra Andréa. Apesar de 
haver mais de uma pessoa como autor, continua sendo dissídio individual plúrimo. Ainda, mesmo 
que haja tal litisconsórcio, o prazo para os excetos se manifestarem continua sendo 05 dias (prazo 
comum) para todas. 
Importante ressaltar que, caso esse prazo de 05 dias – determinado no caput do art. 800, 
CLT – não seja utilizado, não se poderá mais alegar exceção de competência territorial. 
Outra novidade que esse artigo proporciona é o §3º: o juiz pode designar audiência de 
instrução e julgamento podendo o excipiente e suas testemunhas serem ouvidos por carta 
precatória, no juízo que tiver sido indicado como competente. 
Ex.: eu contratei determinado empregado. A minha empresa está em São Paulo; o 
contrato firmado foi em São Paulo; e a prestação do serviço foi em um dos Municípios de São Paulo. 
Eu posso dizer que eu quero ser ouvida (eu e minhas testemunhas) por carta precatória. 
 
 
 
Aula 04 
 
27 
 
Eu não precisarei ir para a audiência em outro Município para poder discutir a exceção 
de competência em razão do lugar2. Isso está previsto no §3º do art. 800, CLT. 
O §4º, por sua vez, indica que o juiz decidirá a exceção de competência e designará 
uma nova data, que será a audiência inaugural, na qual se apresentará a defesa e arrolar 
testemunha. A partir daqui começa-se a discutir questões de mérito. 
 
§1º, art. 893, CLT: os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou 
Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias 
somente em recursos da decisão definitiva. 
 
Ressalta-se que, a decisão de exceção de competência em razão do lugar tem natureza 
judicial de decisão interlocutória. Em regra, contra essa decisão não caberá recurso. O que se pode 
fazer somente é lavrar protesto3. Se não for lavrado protesto, não se poderá, em recurso, discutir o 
incidente, haja vista que o protesto é o meio que se tem para demonstrar a insatisfação com aquela 
decisão. Logo, a regra é que, da decisão interlocutória não cabe recurso (§1º do art. 893, CLT). 
Esse §1º do art. 893, CLT preceitua que o indivíduo somente poderá discutir esse incidente 
(exceção de competência) somente depois da decisão definitiva, isto é, após a decisão de mérito. 
Ex.: o juiz negou o meu pedido de exceção de incompetência. Decidiu. Eu protestei. Ele 
prosseguiu, dando as partes a possibilidade de apresentar defesa em relação aos pedidos de mérito. 
Designou audiência. Instrução processual. Sentença. Nesse caso, se a sentença não me for favorável 
e eu quiser recorrer (já que, obviamente, ninguém recorre de sentença favorável), esse incidente 
processual é discutido em preliminar de defesa. Isso ocorre, pois, se o juiz acolher a minha preliminar 
(o incidente processual), os atos praticados pelo magistrado serão, todos, nulos. Sendo assim, o 
processo volta para a vara e faz a remessa para o juízo competente. 
Fora dito que não cabe recurso contra essa decisão interlocutória. Contudo, para essa 
regra há uma exceção, a qual está prevista na Súmula 214, ‘c’, TST: 
 
SÚMULA Nº 214: DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE. Na Justiça do 
Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam 
recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: 
 
 
2 Não se pode mais apresentar a exceção de competência na audiência; isso somente era possível até antes 
da reforma trabalhista. Se o indivíduo tivesse sido intimado antes da reforma, este poderá utilizar a exceção de 
competência nos moldes do art. 800 da CLT antiga. Em contrapartida, se o indivíduo foi notificado após a 
reforma, este seguirá os moldes do art. 800 da CLT nova. 
3 Protesto não está na CLT; trata-se de uma questão doutrinária. 
Aula 04 
 
28 
 
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para 
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante 
o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. 
 
Aqui, significa que se está discutindo que a competência territorial é de outro Tribunal 
Regional distinto. 
Ex.: Camila foi contratada por Andréa, em São Paulo, para trabalhar em Minas Gerais. 
Camila volta para São Paulo e ingressa com uma ação trabalhista. Andréa apresentou uma exceção 
de incompetência com base no lugar. Se o juiz acolher essa exceção de incompetência, caberá 
recurso, uma vez que o TRF de São Paulo não é o mesmo TRF de Minas Gerais, portanto, está se 
discutindo competência territorial de Tribunais Regionais distintos. 
Importante observar que, para que se faça jus à exceção, é necessário ainda que o juiz 
acolha a exceção de incompetência. 
O recurso cabível contra essa decisão é o recurso ordinário, que deve ser interposto 
perante o órgão que proferiu a decisão interlocutória. Neste caso, não precisa o protesto. Somente 
será necessário protesto se o juiz, nesse caso, não acolher a exceção de incompetência. 
E se essa decisão interlocutória não tiver sido proferida em audiência? Nesse caso, deve-
se lavrar os processos; ou apresenta uma petição simples ou apresenta em preliminar de defesa. 
 
 
Os prazos para recurso na Justiça do Trabalho são, todos, de 08 dias, 
exceto embargos de declaração (05 dias), recurso extraordinário (15 
dias) e agravo de instrumento em recurso extraordinário (15 dias). 
 
 
Art. 105, CF: compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I – processar e julgar, originariamente: 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às 
cartas rogatórias; 
 
As sentenças estrangeiras devem ser homologadas pelo STJ para que elas possam ser 
executadas. 
 
 
Aula 04 
Conflitos de competência 
 
29 
 
Os conflitos de competência podem ser resolvidos pelo TRT, TST, STJ ou STF. 
 
1. DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA 
São atribuições conferidas aos órgãos encarregados da função jurisdicional; é a 
competência que legitima o poder jurisdicional. Assim, todo juiz competente tem jurisdição, mas nem 
todo juiz que tem jurisdição é competente. 
A competência em razão da matéria significa dizer que
é a competência em razão de 
assuntos que a Justiça do Trabalho pode julgar. 
Ex.: se eu ingressar com uma ação na Justiça do Trabalho tentando discutir uma matéria 
a qual não é de sua competência, não haverá decisão. 
Ex.: expurgos do FGTS. Muitas pessoas tentaram ingressar na Justiça do Trabalho por 
conta do FGTS. Todavia, os expurgos nada têm a ver com a relação de emprego, mas está 
relacionado com as correções que não foram devidamente calculadas pelo Poder Público da 
União, logo, a competência é da Justiça Federal e não da Justiça do Trabalho. 
Dessa forma, quando se entra com uma ação que não é de competência da Justiça do 
Trabalho, tem-se uma nulidade absoluta. 
 
Art. 114, CF: compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: [..] 
 
Foi dito que, a partir da EC n° 45, foi dada a competência para a Justiça do Trabalho 
dirimir conflitos que versassem sobre danos materiais e morais decorrentes de acidente de trabalho: 
 
Súmula nº 392, TST: DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO (redação alterada em sessão do Tribunal 
Pleno realizada em 27.10.2015) - Res. 200/2015, DEJT divulgado em 29.10.2015 e 03 e 
04.11.2015. Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça 
do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano 
moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de 
acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos 
dependentes ou sucessores do trabalhador falecido. 
 
Súmula n° 300, TST: COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CADASTRAMENTO NO 
PIS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Compete à Justiça do Trabalho 
processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de empregadores 
relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS). 
 
 
Aula 04 
 
30 
 
Se o empregador não cadastrou seu empregado no PIS, ingressa-se com uma ação 
trabalhista com base na Súmula 300, TST. Porém, se o problema dele é de condição administrativa, 
a competência é da Justiça Federal. 
 
Súmula 389, TST: SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS (conversão das Orientações 
Jurisprudenciais nºs 210 e 211 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
I – Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre 
empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das 
guias do seguro-desemprego. (ex-OJ nº 210 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) 
II – O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do 
seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. (ex-OJ nº 211 da SBDI-1 - 
inserida em 08.11.2000) 
 
Toda vez que se ingressar com uma ação, tendo, dentro do pedido, o seguro 
desemprego haverá pedidos alternativos: guias de seguro desemprego ou indenização equivalente. 
Ex.: se o meu empregador não fornece as guias para que eu possa me habilitar, eu devo 
acioná-lo na Justiça do Trabalho. Por outro lado, se ele fornece as guias (o fato de entregar as guias 
não significa dizer que o empregado receberá), mas não me pagam, deve-se ingressar com uma 
ação na Justiça Federal. 
 
Súmula 736, TST: compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como 
causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, 
higiene e saúde dos trabalhadores. 
 
Essa Súmula 736 dispõe que, em relação ao meio ambiente, a competência é da Justiça 
do Trabalho. 
Outra situação: as ações possessórias decorrentes da relação de emprego tem como 
competente a Justiça do Trabalho. 
Ex.: aquele empregador fornece um imóvel para o seu empregado residir. Ele é demitido. 
A lei do empregado rural diz que ele tem 30 dias para desocupar o imóvel. Se ele não desocupa, a 
ação não deve ser proposta na esfera cível, mas se deve propor uma ação na Justiça do Trabalho, 
já que, aqui, decorre de uma relação de emprego. 
 
 
 
 
Aula 04 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ex.: Carlos ingressou com um processo e, no curso da 
instrução processual, vem uma norma determinando que aquela 
vara não é mais competente; mas a jurisdição trabalhista em 
relação àquela lide passa a ser Ananindeua. O processo de 
Carlos é, então, imediatamente encaminhado para aquela 
jurisdição. 
Em relação a isso, há algumas súmulas do STJ: 
 
Súmula 10, STJ: Competência. Execução de 
sentença. Instalação de JCJ. Justiça do 
Trabalho. CPC, art. 87. CLT, art. 769. Instalada 
a Junta de Conciliação e Julgamento, cessa 
a competência do Juiz de direito em matéria 
trabalhista, inclusive para a execução das 
sentenças por ele proferidas. 
 
Súmula n° 180, STJ: na lide trabalhista, 
compete ao Tribunal Regional do Trabalho 
dirimir conflito de competência verificado, na 
respectiva Região, entre Juiz Estadual e Junta 
de Conciliação e Julgamento. 
 
De acordo com essas súmulas, pergunta-se: 
Quando é que o TRT terá competência para dirimir 
conflitos? Têm-se 03 situações. 
1ª) Quando houvesse conflito de competência – tanto faz 
ser positivo ou negativo – entre juiz de uma vara do trabalho com 
outro juiz de outra vara do trabalho, no mesmo regional, ou seja, 
conflito de competência entre juízes de varas distintas de um 
mesmo regional; 
Ex.: Marília suscitará um conflito de competência, bem 
como Andréa também suscitará um conflito de competência. 
 
2. DAS COMPETÊNCIAS 
2.1 Competência funcional 
das varas do trabalho 
2.2 Competência do juiz de 
direito investido na função 
trabalhista 
2.3 Competência do TRT 
- Conflito de competência 
entre juiz de vara do trabalho + 
juiz de outra vara do trabalho 
(mesmo regional); 
- Conflito de competência 
entre juiz de direito investido na 
jurisdição trabalhista + juiz de 
vara do trabalho do mesmo 
regional; 
- Conflito de competência 
entre juízes de direito investidos 
na jurisdição trabalhista. 
2.4 Competência do TST 
Quando o conflito for 
suscitado entre juiz de vara do 
trabalho de tribunais regionais 
diferentes. 
2.5 Competência dos 
auxiliares da Justiça do 
Trabalho 
2.6 Competência do STJ 
Quando o conflito for 
suscitado entre juiz de vara do 
trabalho + juiz de direito não 
investido na jurisdição 
2.6 Competência do STF 
 Quando o conflito for 
suscitado pelo TST, alegando 
que a competência é de outro 
tribunal (STJ, TRT) 
 
 
PRINCÍPIOS 
 
 
1. DISPOSITIVO 
Todo processo começa pela 
iniciativa das partes. 
2. INQUISITIVO/INQUISITÓRIO 
O juiz tem liberdade para 
impulsionar o processo. 
Aula 
05 
Resumo 
Conflitos de competência 
 
32 
 
Marília é da 3ª vara e Andréa, da 4ª vara – ambas do TRT 8ª Região. Nesse caso, há juízes de varas 
distintas, mas de um mesmo tribunal. Quando isso ocorrer, será o TRT que dirimirá esse conflito. 
2ª) Quando houver conflito de competência entre juiz de direito investido na jurisdição 
trabalhista e juiz de vara do trabalho de um mesmo regional; 
Ex.: Andréa é juíza de direito de uma das varas do interior de Belém; essa localidade não 
está abrangida por uma jurisdição trabalhista. Vem Camila e ingressa com uma ação na comarca 
de Bibi. Carlos passa a ser investido na jurisdição trabalhista. Chega com Andréa, que é juíza do 
trabalho, e passa a haver um conflito entre eles. Observa-se que, juiz de direito investido
na jurisdição 
trabalhista (Carlos) vs. Uma juíza do trabalho que está dentro do mesmo regional (TRT 8ª região), logo, 
quem resolverá o conflito será, também, o TRT. 
3ª) Juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista: entre um juiz de direito e outro juiz 
de direito, ambos investidos na jurisdição trabalhista. 
Ex.: Mônica, que é juíza de direito, passa a ser investida na esfera trabalhista. Bruna, 
igualmente, é juíza de direito e passa a ser investida na esfera trabalhista. O processo é distribuído, 
quando se constata um conflito de competência entre Mônica e Bruna. Aqui, percebe-se que 
ambas estão investidas na jurisdição trabalhista, portanto, tem-se um conflito que será dirimido pelo 
TRT. 
Sendo assim, tudo que envolver juiz do trabalho ou juiz investido na jurisdição trabalhista 
de um mesmo regional, será um conflito de responsabilidade para o TRT dirimir. Por outro lado, a 
competência do TST ocorrerá quando houver regionais distintos. 
Quando é que o TST terá competência para dirimir conflitos? Quando o conflito de 
competência for suscitado entre juiz de vara do trabalho de tribunais regionais distintos. 
Ex.: há um conflito de competência entre o juiz da 10ª vara do TRT 8ª região e o juiz da 
vara do Rio de Janeiro. Nesse caso, há juízes do trabalho, mas em regiões distintas. Logo, quem 
decidirá a situação será o TST. 
Também é possível o inverso: 
Ex.: tem-se um juiz de direito, investido na jurisdição trabalhista, e juiz de vara do trabalho 
em tribunais regionais distintos. A competência também será do TST. 
Isso está previsto nos seguintes artigos: 
 
Art. 803, CLT: os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre: 
a) Juntas de Conciliação e Julgamento e Juízes de Direito investidos na administração 
da Justiça do Trabalho; 
b) Tribunais Regionais do Trabalho; 
c) Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária; 
d) Câmaras do Tribunal Superior do Trabalho. 
Aula 05 
 
33 
 
Art. 808, CLT: os conflitos de jurisdição de que trata o art. 803 serão resolvidos: 
a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou 
entre uma e outras, nas respectivas regiões; 
b) pela Câmara de Justiça do Trabalho, os suscitados entre Tribunais Regionais, ou 
entre Juntas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes; 
c) pelo Conselho Pleno, os suscitados entre as Câmaras de Justiça do Trabalho e de 
Previdência Social; (Vide Decreto Lei 9.797, de 1946) 
d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as autoridades da Justiça do 
Trabalho e as da Justiça Ordinária. 
 
 PORTANTO: 
 
 Basta que se identifique onde está ocorrendo o conflito: 
 Vara do mesmo regional TRT 
 Varas de tribunais distintos TST 
 
Art. 105, CF: compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I – processar e julgar, originariamente: 
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 
102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes 
vinculados a tribunais diversos. 
 
Quando será competência do STJ? Quando este conflito for suscitado entre juiz de vara 
do trabalho e juiz de direito não investido na jurisdição trabalhista. 
Ex.: o juiz da 1ª vara Cível e Empresarial da comarca de Belém é materialmente 
incompetente, razão pela qual deve remeter os autos ao fórum. Quem resolverá tal conflito é o STJ. 
 
Art. 102, CF: compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
I – processar e julgar, originariamente: 
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer 
tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal. 
 
Quando será competência do STF? Em relação ao STF, está previsto no art. 102, I, “o”, da 
CF. Observa-se que, a competência será do STF quando o conflito for suscitado pelo TST, no qual este 
alega que a competência é de outro ramo do Judiciário (STJ, TRT, etc.). 
 
Aula 05 
 
34 
 
Súmula nº 420 do TST: COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO. TRT E VARA 
DO TRABALHO DE IDÊNTICA REGIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO (conversão da 
Orientação Jurisprudencial nº 115 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005. 
Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara 
do Trabalho a ele vinculada. (ex-OJ nº 115 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003) 
 
Essa súmula n° 420 determina que não existe conflito de competência entre vara e seu 
Tribunal. Logo, pode haver conflito entre varas (uma cível e outra trabalhista), contudo, nunca entre 
vara e o TRT ao qual ela pertence. 
 
2. DAS COMPETÊNCIAS 
2.1 Competência funcional das varas do trabalho 
A competência funcional das varas do trabalho está contida: 
 Do art. 647 ao art. 659, CLT; 
 Os artigos 660 a 667, da CLT estão revogados pela EC n° 24 de 1999. 
 
2.2 Competência do juiz de direito investido na função trabalhista 
A competência do juiz de direito investido na função trabalhista está contida: 
 Do art. 668 ao art. 669 da CLT. 
 
2.3 Competência dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) 
A competência dos TRTs está contida: 
 Do art. 670 ao art. 683, CLT; 
 Os artigos 684 a 689, CLT, estão revogados também pela EC n° 24 de 1999. 
 
2.4 Competência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) 
A competência do TST está contida: 
 Do art. 690 ao art. 709, CLT; 
 Na lei n° 7701 de 1988; 
 Além desses artigos, cada Tribunal Superior do Trabalho tem os seus regimentos 
internos. 
 
2.5 Competência dos auxiliares da justiça do trabalho 
 Do art. 710 à art. 721, CLT. 
 
Aula 05 
 
35 
 
Para encerrar, é importante fazer uma observação quanto à competência territorial que 
não foi feita anteriormente: 
 
 
O artigo 62 e o artigo 63, ambos do CPC, não têm aplicabilidade no 
processo do trabalho. 
OJ n° 149 SDI-2 do TST: traz que não é possível declarar de ofício a 
competência relativa territorial. Dessa forma, se a parte não alegar no 
momento definido no art. 800 da CLT, faz com que se prorrogue a 
competência.
 
 
Foi apresentado o art. 800, CLT, a fim de mostrar de que forma se discute a exceção de 
incompetência em razão do lugar. Então, deve-se prestar atenção nesse dispositivo para entender 
como a doutrina vem elaborando suas discussões sobre ele. O art. 800, portanto, aduz que, 
“apresentada a exceção de incompetência territorial, no prazo de 05 dias, a contar da notificação, 
antes da audiência, em peça que sinalize a existência dessa exceção, seguir-se-á o procedimento 
estabelecido no artigo”. 
A pergunta que se faz é: como que fica o prazo de 05 dias a contar da notificação se 
não houver audiência? O que acontece é, quando se for estudar atos processuais, ver-se-á que não 
se tem aquele prazo máximo para apresentar defesa do mesmo modo que há no processo civil; no 
processo do trabalho, tem-se um prazo mínimo que deve ser observado. Significa dizer que, da 
notificação até a audiência tem que ter mais que 05 dias, ou seja, deve ser observado o quinquídio. 
Ex.: se eu sou notificada hoje (segunda-feira) para uma audiência na sexta-feira, eu teria 
o prazo de 04 dias para apresentar defesa, logo, não foi observado a regra do art. 841, CLT (prazo 
mínimo de 05 dias – quinquídio), e, por isso, eu tenho o direito de pedir a devolução de prazo. 
Portanto, a doutrina coloca que a pessoa pode perfeitamente ser notificada e a sua 
notificação trazer uma audiência para depois dos 05 dias. Nesse caso, está tudo correto. O problema 
é quando esse período não é respeitado. 
Ex.:

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