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Gestão Ambiental

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Universidade Federal de Alagoas – UFAL 
Centro de Tecnologia – CTEC 
Engenharia Ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
Engenharia Ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor Eduardo Lucena C. de Amorim 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
Esta apostila foi baseada no conteúdo do curso a distância em Gestão Ambiental do 
Instituto Brasileiro de Engenharia Ambiental e tem por finalidade orientar os alunos do 
curso de Avaliação de Impactos Ambientais 2 do 9º semestre do curso de Engenharia 
Ambiental da Universidade Federal de Alagoas. 
 
 
 
ÍNDICE 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................4 
2. PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL: RETROSPECTIVA DOS FATOS MARCANTES ..........................4 
2.1. EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO AMBIENTAL - ESTÁGIOS DE RELACIONAMENTO.............................................9 
3 NORMAS AMBIENTAIS INTERNACIONAIS ......................................................................................10 
3.1 ISO – INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION ...........................................................10 
3.2 ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ..................................................................10 
3.3 SÉRIE ISO 14000...............................................................................................................................11 
3.4 SISTEMAS DE GESTÃO E SISTEMAS INTEGRADOS ..................................................................................14 
3.4.1 COMPARAÇÃO DOS ELEMENTOS – QUALIDADE, AMBIENTAL, SEGURANÇA E SAÚDE 
OCUPACIONAL – OHSAS 18001:1999. .................................................................................................16 
3.4.2 SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO - SIG. .............................................................................16 
4. O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E SEUS BENEFÍCIOS SISTEMA DE GESTÃO 
AMBIENTAL:.............................................................................................................................................18 
4.1. CONCEITOS REFERENTES AO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ...........................................................20 
4.2. METODOLOGIA PARA A IMPLANTAÇÃO DO SGA ..................................................................................23 
5. ELEMENTOS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL .................................................................26 
5.1 REQUISITOS GERAIS ............................................................................................................................27 
5.2 POLÍTICA AMBIENTAL .........................................................................................................................28 
5.3 PLANEJAMENTO ..................................................................................................................................29 
5.3.1 IDENTIFICAÇÃO DE ASPECTOS E IMPACTOS........................................................................................29 
5.3.2 REQUISITOS LEGAIS E OUTROS .........................................................................................................30 
5.3.3 OBJETIVOS, METAS E PROGRAMAS ...................................................................................................31 
5.4 IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO .................................................................................................32 
5.4.1 RECURSOS, FUNÇÕES, RESPONSABILIDADES E AUTORIDADES..............................................................33 
5.4.2 COMPETÊNCIA, TREINAMENTO E CONSCIENTIZAÇÃO ..........................................................................34 
5.4.3 COMUNICAÇÃO ................................................................................................................................35 
5.4.4 DOCUMENTAÇÃO .............................................................................................................................36 
5.4.5 CONTROLE DE DOCUMENTOS............................................................................................................36 
5.4.6 CONTROLE DE REGISTROS ................................................................................................................37 
5.4.7 CONTROLE OPERACIONAL ................................................................................................................38 
5.4.8 PREPARAÇÃO E RESPOSTA A EMERGÊNCIAS ......................................................................................40 
5.5 VERIFICAÇÃO.................................................................................................................................41 
5.5.1 MONITORAMENTO E MEDIÇÕES ........................................................................................................42 
5.5.2 AVALIAÇÃO DO ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E OUTROS.........................................................42 
5.5.3 AUDITORIA INTERNA........................................................................................................................43 
5.5.4 NÃO-CONFOMIDADE, AÇÃO CORRETIVA E AÇÃO PREVENTIVA ............................................................43 
5.6 ANÁLISE PELA ADMINISTRAÇÃO ...............................................................................................44 
REFERÊNCIAS .........................................................................................................................................45 
ANEXOS ....................................................................................................................................................47 
ANEXO 1 – TABELA COMPARATIVA ENTRE NBR ISO 14.001:2004 E NBR ISO 9.001:2000..........................47 
ANEXO 2 - TABELA COMPARATIVA DAS CORRESPONDÊNCIAS ENTRE AS NORMAS ........................................52 
ANEXO 3 – LISTA DE COMITÊS TÉCNICOS DA ISO.......................................................................................54 
ANEXO 4 – MUDANÇAS DA NBR 14001:2004 ............................................................................................56 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
As organizações de todos os tipos estão cada vez mais preocupadas em atingir e 
demonstrar um comprometimento ambiental sólido, através do controle dos impactos 
ambientais das suas atividades, produtos ou serviços, tendo em consideração a sua 
política e objetivos ambientais. Estas preocupações surgem no contexto do aparecimento 
de legislação cada vez mais restritiva, do desenvolvimento de políticas econômicas e de 
outras medidas que fomentam cada vez mais a proteção ambiental, e de um crescimento 
generalizado das preocupações das partes interessadas sobre as questões ambientais, 
incluindo o desenvolvimento sustentável. 
 
As Normas Internacionais referentes à gestão ambiental destinam-se a 
proporcionar às organizações os elementos de um sistema eficaz de gestão ambiental, 
que possam ser integrados com outros requisitos de gestão, a fim de ajudar essas 
organizações a atingir os objetivos ambientais e econômicos. 
 
O comprometimento e a preocupação com o meio ambiente têm ganhado muita 
importância, tanto pelas contribuições dos legisladores, através da crescente evolução do 
Direito Ambiental, como também pelo aumento da complexidade e dos custos dos 
problemas ambientais. Conseqüentemente tem ocorrido nas organizações uma gama de 
múltiplas tarefas e responsabilidades ambientais, que surgem como medidas isoladas em 
virtude de desafios momentâneos ou situações de emergência. O resultado geral, 
freqüentemente não é muito eficiente, pois geralmente é fruto de uma coleção de medidas 
ambientais isoladas, distribuídas entre vários cargos e responsabilidades.Esta visão 
fragmentada, dificilmente permitirá que medidas não sistematizadas atuem com eficiência 
nas reais causas, ela geralmente apenas reduz ou mascara os efeitos adversos 
temporariamente. 
 
Portanto, é dentro deste cenário que deve ser considerado o desenvolvimento do 
Sistema de Gestão Ambiental - SGA, pois ele serve para a sistematização das medidas 
ambientais e para a melhoria da eficiência do compromisso ambiental das organizações. 
 
2. PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL: RETROSPECTIVA DOS FATOS 
MARCANTES 
 
A utilização descontrolada dos recursos naturais renováveis e não renováveis 
acrescidas da explosão demográfica, despertou ao longo dos anos, uma consciência da 
necessidade de preservação do meio ambiente. 
 
Nas décadas de 40 e 50 foram marcadas pelo desafio dos aliados na reconstrução 
após a II Guerra Mundial motivando o estabelecimento de um sistema econômico 
internacional e a fundação das primeiras associações de proteção ambiental. Em 1952 
Londres foi envolvida pelo smog – poluição atmosférica de origem industrial que causou a 
morte de milhares de pessoas marcando os primeiros efeitos significativos da poluição 
industrial, estimulando debates sobre a qualidade do ar e a aprovação da lei do ar puro em 
1956. 
 
A década de 60 evidencia a preocupação da comunidade internacional com os 
limites do desenvolvimento do planeta, quando começaram as discussões sobre os riscos 
da degradação do meio ambiente pelo homem. Nos Estados Unidos, com a criação da 
Agencia de Proteção ambiental (EPA) e aprovação das Leis: Clean Air Act, Clean Water 
Act, Toxic Substance Control Act. 
 
Em 1962, com a publicação do livro Silent Spring (Primavera Silenciosa) da 
jornalista norte-americana Rachel Carson, desencadeou o processo de discussão acerca 
dos efeitos das ações humanas no ambiente, a perda da qualidade de vida derivada do 
uso indiscriminado de produtos químicos e seus efeitos sobre a vida e os recursos 
naturais, resultando em pressão para que os políticos agissem e em uma profunda 
mudança na atitude do povo americano com relação à necessidade de normas ambientais 
federais. 
 
No Brasil em 1965 foi promulgada a lei federal 4771/65 que instituiu o código 
florestal brasileiro e em 1967 a Lei 5197/67 sobre a proteção da fauna. 
 
Em 1968 foi criado o clube de Roma, por especialistas de diversas áreas e 
nacionalidades, para discutir a crescente crise do ambiente humano e buscar soluções 
para os problemas ambientais. 
 
A década de 70 foi marcada por um lado pelo clima de reação e isolamento 
desencadeado pela Crise do petróleo e do modelo energético vigente, que despertou a 
procura de novas fontes de energia e de uma utilização mais racional. De outro lado, as 
discussões levaram a ONU a promover uma Conferência sobre o Meio Ambiente Humano 
(Primeira Conferência da ONU sobre as relações entre o homem e o Meio Ambiente) em 
1972. Marco para o surgimento de políticas de gerenciamento ambiental. 
 
Discutiram-se questões como a defesa e melhoria do meio ambiente para as 
gerações presentes e futuras.- 26 princípios sobre nossa responsabilidade, os cuidados e 
manutenção do planeta. Esta conferência gerou a Declaração sobre o Ambiente Humano e 
estabeleceu o Plano de Ação Mundial com o objetivo de inspirar e orientar a humanidade 
para a preservação e melhoria do ambiente humano. Preocupações: Crescimento 
populacional, aumento dos níveis de poluição e o esgotamento dos recursos naturais. 
Nesta ocasião, representantes do governo brasileiro defenderam o desenvolvimento 
econômico a qualquer preço. 
 
Neste mesmo ano foi criado um mecanismo institucional para tratar das questões 
ambientais no âmbito das Nações Unidas - Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (PNUMA), com sede em Nairóbi, Kenya. E Dennis Meadows e os pesquisadores 
do “Clube de Roma” publicaram o relatório “The Limits of Growth” (Os limites do 
crescimento), denunciando que o crescente consumo mundial ocasionaria um possível 
colapso. O estudo concluía que, mantidos os níveis de industrialização, poluição, produção 
de alimentos e exploração dos recursos naturais, o limite de desenvolvimento do planeta 
seria atingido, no máximo, em 100 anos, provocando uma repentina diminuição da 
população mundial e da capacidade industrial. 
 
Em 1973, o canadense Maurice Strong lançou o conceito de “eco-
desenvolvimento”, referia-se principalmente às regiões subdesenvolvidas, envolvendo uma 
crítica à sociedade industrial, sendo a precursora do conceito de desenvolvimento 
sustentável. 
 
Os caminhos do eco-desenvolvimento seriam seis: satisfação das necessidades 
básicas; solidariedade com as gerações futuras; participação da população envolvida; 
preservação dos recursos naturais e do meio ambiente; elaboração de um sistema social 
que garanta emprego, segurança social e respeito a outras culturas; programas de 
educação. Neste mesmo ano no Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente - 
SEMA, sendo o primeiro organismo brasileiro de ação nacional, orientado para a gestão 
integrada do meio ambiente. Proposta em 1973 a Ecologia Profunda por Arne Naess e no 
Brasil se desencadeava o movimento ecológico brasileiro com a criação da AGAPAN 
(Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural). 
Em 1978 a iniciativa alemã do selo ecológico “Anjo Azul” (mais informações 
http://blauer-engel.de) utilizado desde então como símbolo para produtos ou serviços com 
impacto ambiental reduzido ou positivo. Estes produtos devem manter as características 
de funcionalidade e segurança com os similares e considerando todos os aspectos 
ambientais inclusive a preservação de recursos naturais com vantagens ambientais. 
 
No Brasil, os fatos marcantes na evolução das regulamentações foram: a 
aprovação da Lei 6.938 da Política Nacional de Meio Ambiente Brasileira, em 31/08/81; Em 
1986 o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) aprova a Resolução n°001/86 
que estabelece as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para o uso 
e implementação da avaliação de impacto ambiental (AIA) como um dos instrumentos da 
Política Nacional do Meio Ambiente. E a Constituição Federal Brasileira foi promulgada em 
5 de outubro de 1988, contendo pela primeira vez um capítulo sobre o meio ambiente e 
vários outros artigos afins. 
 
Os acidentes ambientais ocorridos nas décadas de 70 e 80 desencadearam um 
dramático crescimento da conscientização ambiental, que direcionaram na década de 90 
para os verdadeiros impactos ambientais causados pelos pequenos e acumulativos 
poluentes lançados muitas vezes dentro dos padrões das regulamentações ambientais. 
 
Os principais acidentes foram: 1976 - Solveso na Itália caracterizado pelo 
vazamento acidental de dioxina; em 1979 o vazamento nuclear na Usina de Three Mile 
Island - Estados Unidos; em 1984 ocorreu o acidente em Bhopal – Índia, vazamento de 40 
toneladas de isocianato de metila (de 2500 a 5000 mortes e mais de 200 feridos); 
vazamento nuclear na usina de Chernobyl – Rússia; no Brasil em 1987, contaminação com 
Césio 137 em Goiânia (4 pessoas mortas e 249 contaminadas). 
 
Antes dos anos 80, a proteção ambiental era vista como uma questão marginal, 
custosa e muito indesejável, a ser evitada; seus opositores argumentavam que ela 
diminuía a vantagem competitiva da empresa, evidencia uma postura reativa das 
empresas com relação aos danos ambientais e suas sanções legais. 
 
Esta postura nos anos 80 passou de defensiva e reativa para ativa e criativa, 
visualizando os custos com a proteção ambiental como um investimento para o futuro, a 
empresas assumem responsabilidades pela proteção ambiental como lema, passando a 
administrar com consciência ecológica. As motivações das empresas para proteger o meio 
ambiente são demonstradas na figura 1 a seguir.Figura 1. Motivações das empresas para proteger o meio ambiente. 
Fonte: CALLENBACH (1993). 
 
1
2
3
4 5
6
7
8Senso de responsabilidade 
ecológica
Exigências legais
Proteção dos 
interesses da empresa
Imagem
INEM
The International Network for Environmental Management
(Rede Internacional para a Administração Ambiental)
Lucro
Pressão do 
mercado
Qualidade 
de vida
Proteção dos 
funcionários
11
22
33
44 55
66
77
88Senso de responsabilidade 
ecológica
Exigências legais
Proteção dos 
interesses da empresa
Imagem
INEM
The International Network for Environmental Management
(Rede Internacional para a Administração Ambiental)
Lucro
Pressão do 
mercado
Qualidade 
de vida
Proteção dos 
funcionários
Nesta década ainda, na Alemanha o conceito de administração foi gradativamente 
ampliado incluindo dimensão ecológica, introduzindo práticas, programas de reciclagem e 
economia de energia. Como os critérios da Produção Limpa (Clean Production), proposta 
pela organização ambientalista internacional Greenpeace, na campanha para mudança 
mais profunda do comportamento industrial. 
 
Já em 1982, na Conferência de Nairóbi - Quênia, uma nova e importante 
preocupação entrava em cena: os problemas ambientais globais, que davam indícios de 
que o nível das atividades humanas (a economia global) já estava excedendo, em algumas 
áreas, a capacidade de assimilação da biosfera, isto é, que alguns resíduos das atividades 
humanas ultrapassavam a capacidade de regeneração natural, sendo acumulados no ar, 
nas águas e nos solos. Portanto a preocupação com o esgotamento das fontes de 
recursos naturais se somava a preocupação com os limites de absorção dos resíduos das 
atividades humanas, muito mais difícil e mais complicada de se controlar. 
 
No final de 1983, a Assembléia Geral das Nações Unidas criou, a pedido do 
PNUMA, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida pela 
Sra. Gro H. Brundtland. O Relatório Brundtland, com o título “Nosso Futuro Comum”, foi 
apresentado à Organização das Nações Unidas (ONU) em 1987, avaliando a interação 
dos conceitos de meio ambiente e desenvolvimento, fornecendo subsídios para que 
fossem tomadas ações efetivas para controlar os efeitos da contaminação ambiental, 
buscando o desenvolvimento sustentável. Os principais problemas identificados foram 
desmatamento, a pobreza, mudanças climáticas , extinção de espécies, o endividamento, 
e a destruição da camada de ozônio. Em 1984 resultante do acidente em Bhopal na Índia, 
a Canadien Chemical Producer Association – CCPA criou o programa de Atuação 
Responsável para as industrias químicas. A Atuação Responsável vem sendo implantada 
em diversos países, tornando-se um instrumento de gerenciamento ambiental e de 
prevenção de acidentes. 
 
Estabeleceu-se em 1988 a Comissão sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente da 
América Latina e Caribe, que em 1991 publicou a “Nossa Própria Agenda”. 
 
A agência da ONU dedicada ao meio ambiente - PNUMA - Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente, a partir de 1989, criou o programa de Produção Mais Limpa 
(Cleaner Production). 
 
Nos Estados Unidos, em 1990 a CERES – Coalition for Envirommentaly 
Responsible Economics (Coalizão para a economia ambientalmente responsável) 
estabeleceu os princípios básicos de responsabilidade ecológica (Callenbach, 1993. p.45). 
Em 1991 foi publicada a "Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável", pela 
Câmara Internacional do Comércio - ICC. E lançamento do documento "Mudando o Rumo: 
Uma Perspectiva Empresarial Global sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente" pelo BCDS 
(Business Council on Sustainable Development). Incremento da filosofia preservacionista 
no mundo, contabilizando adesões e iniciativas das mais diversas origens. Neste ano 
ainda, a ISO (International Organization for Stardadization) constitui o Grupo Estratégico 
Consultivo sobre o meio ambiente (SAGE). 
 
Em 03 de junho de 1992 começava no Rio de Janeiro a maior conferência (30 mil 
pessoas) planetária sobre o meio ambiente e desenvolvimento econômico já realizado pela 
humanidade: a Rio-92. Pela primeira vez, estadistas e representantes de organizações 
não-governamentais, a voz da sociedade civil, reuniam-se para discutir o futuro do planeta. 
 
Documentos resultantes desta conferência: Carta da Terra, declaração sobre 
florestas, convenção sobre diversidade biológica, Quadro sobre mudanças climáticas, 
Agenda 21. Slogan: Pensar em termos globais, agir em termos locais. 
Em 1993, lançamento da norma BS 7750 – British Standarts Institution (BSI), com 
versão final em 1994. Baseada nos 16 princípios da Carta Empresarial da Câmara de 
Comércio Internacional – ICC. Em 29 de junho de 1993 a oficialização do Regulamento 
(EWG) 1836/93 na Europa sobre a participação voluntária das empresas do setor industrial 
no sistema comunitário para a gestão ambiental, e a verificação ambiental organizacional 
(auditoria), denominado de “EMAS – Eco Management and Audit Scheme”. Bem como 
criação de um comitê técnico ISO/TC207, para a elaboração das normas ISO 14000, no 
Brasil foi criado o Grupo de Apoio à Normalização Ambiental (GANA) ligado a Associação 
Brasileira de Normas Técnica – ABNT. Criação do Ministério do Meio Ambiente dos 
Recursos hídrico e da Amazônia Legal, em 1994. 
 
Em 13 de abril de 1995 a validação EMAS foi oficializada para todos os estados da 
Comunidade Européia (CE), validação com caráter jurídico. 
 
Em outubro de 1996 entrou a validação da ISO 14001, ou seja, é aprovada e 
publicada como norma internacional. As Empresas podem ser certificadas pela ISO 14001 
atestando que possuem um Sistema de Gestão Ambiental estruturado e implementado. 
Países ou mesmo empresas isoladas podem exigir de seus fornecedores a certificação 
ISO 14001 como garantia de produção com a preocupação ambiental. 
 
Em 1997, a realização da Conferência sobre Mudança no clima, em Kyoto no 
Japão, também conhecida como “Rio + 5”. Fórum ambiental, iniciativa da sociedade civil 
para avaliar o que foi feito no planeta para preservar os recursos naturais desde o Rio 92. 
O documento oficial chamado como Protocolo de Kyoto, estabelecendo uma meta média 
de cerca de 6% de redução de gases de efeito estufa nos países industrializados no 
período de 2008 a 2012. Em paralelo foram discutidos no Brasil, os rumos da política 
ecológica nacional, Agenda 21 brasileira. 
 
Em 1998 foi aprovada no Brasil a Lei n°9605/98 – Crimes Ambientais: co-
responsabilidade dos envolvidos, responsabilidade da pessoa jurídica, sanções e 
responsabilidades dos funcionários públicos. 
Na Holanda (Haia) em 2000, realizou-se a VI convenção - Quatro Nações Unidas 
sobre Mudança Global do Clima, resultando o desenvolvimento do Mecanismo de 
Desenvolvimento Limpo (MDL), o qual representa um acordo entre países participantes 
visando a redução na emissão de poluentes atmosféricos. 
 
Em 2001 é aprovado o Regulamento 761/01 que estabelece as sugestões 
modificadas do Regulamento (CE) do Parlamento Europeu e do Conselho sobre a 
participação voluntária de organizações num sistema comunitário para o sistema de gestão 
ambiental e auditoria (EMAS) – chamado de EMAS II. 
 
O dia 16 de fevereiro de 2005 marcou o início de um esforço mundial para redução 
do aquecimento global, com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto. Ratificado por 141 
países (incluindo o Brasil), o Protocolo determina que países industrializados reduzam em 
5,2% as emissões de gases-estufa entre 2008 e 2012, tendo como base o nível de 
emissões registradas em 1990; estabelecerá o Comércio Internacional de Carbono, 
permitindo que países industrializados adquiram ou vendam cotas de emissão. Concluído 
em 11 de dezembro de 1997 em Kyoto, no Japão, o documento impõe a redução das 
emissões de seis gases causadoresde efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento do 
planeta: CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico), CH4 (metano), monóxido de 
nitrogênio (N20) e três gases flúor (HFC, PFC e SF6). Nesta data, o Mecanismo de 
Desenvolvimento Limpo - MDL entrará em ação, encorajando investimentos em países 
menos desenvolvidos que promovam o desenvolvimento sustentável e o Fundo de 
Adaptação do Protocolo começará a auxiliar os países em desenvolvimento a se 
adaptarem às restrições do Protocolo. 
2.1. Evolução da Proteção Ambiental - Estágios de Relacionamento 
 
A capacidade que os seres humanos tem de interferir na natureza, para dela retirar 
o seu sustento e sobrevivência, permitiu a exploração e consumo de recursos por muito 
tempo sem que se pensasse em sua conservação, somente há poucas décadas, em 
decorrência de catástrofes ambientais, índices alarmantes de poluição e da constatação de 
que os limites da natureza estavam sendo superados é que se iniciou um movimento em 
favor da utilização racional destes recursos. Isto se deve aos estágios de relacionamentos, 
pelos quais o ser humano vem passando em decorrência de sua evolução através dos 
tempos. 
 
1º estágio - Caracterizado pela preocupação com as forças da natureza e desejo de 
segurança relacionado ao medo e ao respeito. Gerou a cooperação mútua e a organização 
social. Ex.: povos primitivos e indígenas atuais. O trabalho para o sustento do grupo gera 
mais segurança. Pouca interferência nos ecossistemas da época. O homem retirava da 
natureza o estritamente necessário para a sua sobrevivência. 
 
2º estágio – Definido como crescimento autoconfiante – ocorre a adaptação do meio às 
necessidades do homem. Alguns fenômenos podem ser previstos e até compreendidos. 
Domesticação de algumas espécies de animais selvagens. Aparecimento de atividades 
agrícolas garantindo alimento para todos. Início do crescimento populacional. 
 
3º estágio - Agressão e conquista – desenvolvimento, urbanização, industrialização e 
mineração intensiva (extrativismo), progresso a qualquer custo. A especialização é 
incorporada ao processo de desenvolvimento. A preocupação básica ainda é a adaptação 
do meio às necessidades humanas, desenvolvimento de tecnologias para a conquista de 
espaços. 
 
4ºestágio – Responsabilidade social, ética ambiental e consciência coletiva – ajustamento 
do homem e suas necessidades às características do meio. 
 
ÉPOCA ESTÁGIO ATITUDES 
Antes dos anos 70 RECONHECIMENTO - Saneamento básico 
- Pouco conhecimento relativo a impactos 
ambientais e resíduos perigosos. 
- Existência limitada de requisitos e padrões 
ambientais. 
Anos 70 CONTROLE 
(Remediação) 
- Controle da Poluição industrial (água, ar, 
ruído) 
- Gestão reativa, Filosofia de controle pontual 
(end-of-pipe). 
 
Anos 80 PLANEJAMENTO 
(Prevenção) 
- Estudos de Impactos Ambientais 
- Gerenciamento de resíduos sólidos. 
- Controle da poluição do Solo. 
- Minimização de resíduos 
Anos 90 SISTEMA DE 
CONCEITOS 
(sustentabilidade) 
- Atuação responsável 
- Gerenciamento Integrado 
(meio ambiente + Segurança + Saúde) 
- Auditoria Ambiental 
- Avaliação do Ciclo de Vida do Produto 
- Sistema de Gerenciamento Ambiental 
 
 
3 NORMAS AMBIENTAIS INTERNACIONAIS 
 
3.1 ISO – International Organization for Standardization 
 
É uma federação mundial de entidades nacionais de normalização, não 
governamental que congrega mais de 140 países, representando praticamente 95% da 
produção industrial do mundo. Fundada em 23 de Fevereiro de 1947, com sede em 
Genebra, na Suíça, com o objetivo principal de criar normas internacionais que 
representem e traduzam o consenso dos diferentes países do mundo para 
homogeneização de procedimentos, medidas, materiais, uso, etc. 
 
 
Figura 2 Estrutura da ISO. 
 
Como uma instituição normalizadora internacional, ela elabora e avalia normas 
através de vários comitês técnicos, compostos por especialistas dos diversos países 
membros. Em relação às propostas de normas ambientais, o Comitê Técnico 
especialmente designado para o assunto foi o de número 207 (TC-207), intitulado Gestão 
Ambiental que passou a elaborar normas de orientação gerencial para as organizações em 
relação ao meio ambiente. O TC-207 conta com a participação de cerca de 56 países. Este 
comitê está inter-relacionado com o comitê responsável pelas normas Internacional de 
qualidade (TC-176). 
 
3.2 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
 
O Brasil participa da ISO através da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT). A ABNT é uma sociedade privada, sem fins lucrativos, fundada em 1940 e 
reconhecida pelo governo brasileiro como o Fórum Nacional de Normalização – ÚNICO – 
através da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992. É o órgão responsável pela 
normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento 
tecnológico brasileiro, cujo objetivo principal é promover a elaboração de normas em 
diversos domínios de atividades. Além disso, a ABNT pode efetuar a certificação de 
produtos e sistemas. 
 
 
Figura 3 Estrutura da ABNT 
 
É membro fundador da ISO (International Organization for Standardization) em 
1947, da COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação 
Mercosul de Normalização), e, portanto, considerada como membro "P", ou seja, com 
direito a voto no fórum internacional de normalização. È a única e exclusiva representante 
no Brasil das seguintes entidades internacionais: 
 
ISO – International Organization for Standardization 
IEC – International Electrotechnical Comission 
 
E das entidades de normalização regional: 
 
COPANT – Comissão Pan-americana de Normas Técnicas 
AMN – Associação Mercosul de Normalização 
 
O Comitê técnico da ABNT – CB 38 – Gestão ambiental, acompanha e participa 
das proposições formuladas pelos vários subgrupos que compõe o TC 207. O CB 38 tem 
por objetivo evitar que a nova série de normas ISO venha a ser tendenciosa prestigiando 
práticas aplicáveis ao primeiro mundo, o qual é o real consumidor de 80% da matéria-
prima e das energias globais. 
 
3.3 SÉRIE ISO 14000 
 
A Série ISO 14000 é resultado de um processo evolutivo iniciado em 1978 com a 
iniciativa alemã do selo ecológico “Anjo Azul“, em 1992 utilizando a experiência com a 
norma britânica BS 7750, com versão definitiva publicada em fevereiro de 1994. 
 
 
Fonte: adaptação do esquema de Nigel Croft -2004 
Figura 4 - Esquema evolutivo das normas do sistema de gestão ambiental 
 
A Série ISO 14000 é um grupo de normas que fornece ferramentas e estabelece 
um padrão de Sistemas de Gestão Ambiental. Através dela, a empresa poderá 
sistematizar a sua gestão através de uma política ambiental que vise à melhoria contínua 
em relação ao meio ambiente. 
De forma simplificada, a Série ISO 14000 está representada na figura abaixo: 
 
 
Fonte: http://www.iso.ch/iso/en/prods-services/otherpubs/iso14000/index.html 
Figura 5 – Família ISO 14000 
 
A Série ISO 14000 tem orientação similar a Série ISO 9000, as siglas caracterizam 
os estágios em que as normas estão, pois, esta série ainda está em desenvolvimento e 
sujeita a alterações. 
 
As siglas são: AWI - Item aprovado; CD - Rascunho do comitê ,DAM - Rascunho da 
emenda, DIS - Rascunho do Padrão Internacional(ISO), FDIS - Rascunho Final do Padrão 
Internacional, NWIP - Trabalho novo em progresso; PWI - Item preliminar, WD - Rascunho 
de Trabalho. 
 
As normas que compõe esta série são: 
 
ISO 14001:1996- Sistemas de Gestão Ambiental - Especificação e diretrizes para uso 
(válida até maio de 2006 para empresas certificadas até 15 de maio de 2005). 
ISO 14001:2004 - Sistemas de Gestão Ambiental - Requisitos com orientação para uso 
ISO 14004:1996- Sistemas de Gestão Ambiental - Diretrizes gerais sobre princípios, 
sistemase técnicas de apoio (versão 2004 em elaboração) 
ISO 19011:2002 – Diretrizes para auditoria em sistema de gestão da qualidade e ou 
ambiental 
ISO 14015:2001 - Gestão Ambiental - Análise ambiental de lugares e organizações 
ISO 14020:2000- Rotulagem e declarações ambientais - Princípios gerais 
ISO 14021:1999- Rotulagem e declarações ambientais - Auto declaração das exigências 
ambientais (Tipo II Rotulagem Ambiental) 
ISO 14024:1999- Rotulagem e declarações ambientais - Tipo I Rotulagem ambiental - 
princípios e procedimentos 
ISO/DIS 14025 - Rotulagem e declarações ambientais - Tipo III Declarações ambientais – 
princípios e procedimentos 
ISO 14031:1999- Gestão Ambiental- Avaliação do desempenho ambiental- Diretrizes 
ISO/TR 14032:1999- Gestão Ambiental - Exemplos de avaliação de desempenho 
ambiental- (EPE) 
ISO 14040:1997- Gestão Ambiental- Análise do ciclo de vida- Princípios e estrutura 
ISO/DIS 14040 - Gestão Ambiental- Análise do ciclo de vida- Princípios e estrutura 
ISO 14041:1998- Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida - Objetivos, definição do 
escopo e análise do inventário 
ISO 14042:2000- Gestão Ambiental- Análise do ciclo de vida - Análise dos impactos 
ISO 14043:2000- Gestão Ambiental- Análise do ciclo de vida- Interpretação do ciclo de 
vida 
ISO/DIS 14044 - Gestão Ambiental- Análise do ciclo de vida – Requerimentos e diretrizes 
ISO/TR 14047: 2003 - Gestão Ambiental- Análise do ciclo de vida- Exemplos de aplicação 
da ISO 14042 
ISO/TS 14048:2002 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida - Formato dos dados da 
documentação 
ISO/TR 14049:2000 - Gestão Ambiental - Análise do ciclo de vida - Exemplos de aplicação 
da ISO 14041, definição de metas e escopo e analise do inventário (em construção) 
ISO 14050:2002 - Gestão Ambiental- vocabulário 
ISO/AWI 14050 - Gestão Ambiental- vocabulário 
ISO/TR 14062: 2002 - Gestão ambiental - Integrando dos aspectos ambientais no projeto e 
desenvolvimento de produtos 
ISO/DIS 14063- Gestão ambiental – Comunicações ambiental – Diretrizes e exemplos 
ISO/DIS 14064 - 1 – Diretrizes para medição, verificação e relatório de entidades e 
projetos emissões de gás da estufa (Greenhouse gases -- Part 1: Specification with 
guidance at the organization level for quantification and reporting of greenhouse gas 
emissions and removals) 
ISO/DIS 14064-2 Greenhouse gases -- Part 2: Specification with guidance at the project 
level for quantification, monitoring and reporting of greenhouse gas emission reductions or 
removal enhancements 
ISO/DIS 14064-3 Greenhouse gases -- Part 3: Specification with guidance for the validation 
and verification of greenhouse gas assertions 
ISO/WD 14065 Greenhouse gases -- Requirements for greenhouse gas validation and 
verification bodies for use in accreditation or other forms of recognition 
- Guia ISO/AWI 64 - Guia para inclusão dos aspectos ambientais na padronização dos 
Produtos 
 
Fonte para atualização: 
http://www.iso.org/iso/en/CatalogueListPage.CatalogueList?COMMID=4594&scopelist=PR
OGRAMME 
 
A elaboração da série ISO 14000 está evoluindo rapidamente. Esta velocidade 
deve-se, em grande parte, ao compromisso da organização (ISO) de acompanhar o ritmo 
da unificação européia, cujos países já dispõem de regulamentos ambientais e necessitam 
agora de uniformização. Logo, a ISO 14000 deverá ter um impacto maior que a ISO 9000, 
que, com a globalização da economia mundial e a formação de blocos regionais, que já 
dispõem de regulamentos ambientais que facilitarão na integração, contribui para o 
crescimento do comércio internacional. 
 
A ISO 14000 ajudará no monitoramento das atividades em relação ao meio 
ambiente e a medir a utilização de recursos, além de auxiliar a planejar e controlar 
mecanismos de melhoria. É também a preparação de critérios para a avaliação da 
qualidade e eficácia das relações entre empresas e o meio ambiente. Ou seja, com a 
publicação da série ISO 14000 espera-se a harmonização dos procedimentos, aplicáveis 
internacionalmente, que efetivamente expressem os requisitos fundamentais das boas 
práticas de gerenciamento ambiental. 
 
3.4 Sistemas de Gestão e Sistemas Integrados 
 
As normas para modelos de demonstração de sistemas de gestão servem em 
primeiro lugar para facilitar as organizações à estruturação do sistema, determinando os 
elementos que compõe um sistema de gestão. Contudo, as normas não contêm exigências 
de como uma organização realiza e implementa os elementos na prática. 
 
Estas Normas tal como outras Normas Internacionais, não pretendem criar 
barreiras ao comércio não tarifário nem ampliar ou alterar as obrigações legais de qualquer 
organização. 
 
Auditoria do Sistema
NBR ISO 19011
Especificação
ISO 9001
Diretrizes
ISO 9004
ISO 9000
Qualidade
Auditoria do Sistema
NBR ISO 19011
Especificação
ISO 14001
Diretrizes
ISO 14004
ISO 14000
Meio Ambiente
Auditoria do Sistema
Ferramenta
Especificação
Demonstração
Recomendações
Gestão
Outras Normas
Outras Áreas?
Sistemas de Gestão
 
Figura 5 – Exemplos de estrutura das normas de sistemas de gestão 
 
As normas mais conhecidas são: 
 
• Gestão da Qualidade: NBR ISO 9001, QS 9000 (setor automobilístico), TL 9000 
(setor de telecomunicações). 
• Gestão Ambiental: NBR ISO 14001, BS7750 e EMAS - Environmental Management 
And Audit Scheme. 
• Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional: BS 8800, OHSAS 18001 e OHSAS 
18002. 
• Outros: AS 8000 (Responsabilidade Social), Boas praticas de fabricação, boas 
praticas de laboratórios, etc. 
 
As normas de gestão possuem elementos chaves comuns que facilitam a 
implantação de sistemas integrados de gestão: 
 
• Estrutura Organizacional 
• Processos sistemáticos e recursos associados 
• Metodologia de medição e avaliação 
• Processos de análise crítica 
 
A seguir serão discutido as delimitações das normas de qualidade, ambiental e 
saúde e segurança ocupacional. 
 
a) Sistemas de Gestão da Qualidade – NBR ISO 9001 
 
A NBR ISO 9001:2000 define exigências a um sistema de gestão da qualidade, 
quando uma organização deve fazer o seguinte: 
 
• Demonstrar a sua capacidade para a constante disponibilizado de produtos que 
atendam aos requisitos dos clientes, os regulamentares e os da própria 
organização, e 
• Demonstrar que atingem à satisfação do cliente através de uma aplicação eficiente 
do sistema, inclusive dos processos para a melhoria continua e para o impedimento 
de não-conformidades. 
 
O objetivo é a capacidade de desempenho dos fornecedores para poder 
disponibilizar produtos condizentes com a qualidade para a satisfação dos clientes. 
 
As partes interessadas, conforme definição na NBR ISO 9000:2000 item 3.3.7, 
definida como : “pessoa ou grupo que tem um interesse no desempenho ou no sucesso 
de uma organização.” A serie ISO 9000 não cobre todas as exigências de todas as partes 
interessadas da mesma forma, concentram as suas instruções e exigências à satisfação 
do cliente. A parte interessada principal é o cliente, ao passo que os proprietários, 
colaboradores, subcontratados e público são alcançados apenas de forma intermediaria 
pela NBR ISO 9001:2000. 
 
O objeto de verificação a ser observado pelo auditor no âmbito de uma certificação 
é o produto de oferta a ser fornecido, enquanto resíduos e efluentes podem ser produtos 
(secundários) de uma organização e não atingem diretamente o cliente. Os aspectos de 
meio ambiente e segurança somente são registrados se o cliente pressupõe 
características especiais do produto ou quando existem prescrições legais. 
 
b) Sistemas de Gestão Ambiental – NBR ISO 14001:2004 
 
O objetivo da NBR ISO 14001:2004 é a melhoria contínua do sistema de gestão 
ambiental, a redução e prevenção da poluição e o atendimento aos requisitos legais 
aplicáveis. 
 
Se os sistemasde gestão da qualidade conforme a NBR ISO 9001:2000 se referem 
principalmente aos interesses dos clientes, no sistema de gestão ambiental é muito mais 
abrangente. Portanto, as partes interessadas podem ser: os proprietários, acionistas, 
colaboradores, subcontratados, vizinhança, órgãos ambientais, publico em geral, etc. 
 
O objeto da verificação de um sistema de gestão ambiental é a redução da poluição 
ou dos impactos ambientais de suas atividades, processos, produtos e serviços de uma 
organização que influenciem ao meio ambiente (inter-relacionamento). O sistema de 
gestão ambiental é uma ferramenta que permite a organização atingir e sistematicamente 
controlar o nível de desempenho ambiental por ela mesma estabelecido em sua política, 
objetivos e metas ambientais. 
 
c) Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional – OHSAS 18001:1999 
 
A OHSAS 18001 foi publicada na Inglaterra em 1999, contém requisitos 
certificáveis que vieram para atender a uma demanda do mercado internacional, que exige 
cada vez mais o atendimento aos critérios básicos de segurança e saúde ocupacional no 
ambiente de trabalho. Originária da norma BS8800 no Reino Unido, norma guia para a 
implementação deste sistema. 
 
O objetivo básico é o aumento da segurança do trabalho e da proteção da saúde 
dos empregados como também a preservação ambiental operacional ligada à segurança 
do trabalho nos contratantes. Do ponto de vista do contratante apresenta-se como o 
sistema de gestão para a melhoria da segurança do trabalho. 
 
As partes interessadas são em primeiro lugar os colaboradores de uma 
organização expostos aos riscos no local de trabalho. Orientam-se em primeiro lugar a 
proteção do empregador e conseqüentemente a garantia de condições de trabalho 
seguras e não prejudiciais à saúde. Minimizando os riscos, reduzindo os acidentes e 
doenças ocupacionais, os tempos de parada e conseqüentemente os custos associados. 
 
O objeto da verificação são as condições no local de trabalho sob consideração dos 
possíveis riscos para o empregado (e eventualmente do meio ambiente). 
 
3.4.1 COMPARAÇÃO DOS ELEMENTOS – QUALIDADE, AMBIENTAL, 
SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL – OHSAS 18001:1999. 
 
A Norma NBR ISO 14001 compartilha princípios comuns de gestão com a Norma 
NBR ISO 9001 para sistemas da qualidade, segurança e saúde ocupacional. No anexo 1 
temos a comparação entre os requisitos da NBR ISO 9001:2000 e NBR ISO 14001, no 
anexo 2 temos a comparação entre a norma NBR ISO 9001:2000 e a OHSASA 
18001:1999. Para facilitar o entendimento do SGA, principalmente para quem já tem 
Sistema de Gestão da Qualidade implementado, pode-se se verificar que existem 
elementos comuns no sistema de gestão da qualidade e no de gestão ambiental. 
 
SGQ SGA 
Política da Qualidade 
Recursos Adequados 
Responsabilidades e Autoridades 
Treinamento 
Documentação do Sistema 
Controle do Processo 
Controle de Documentos 
Auditorias 
Análise crítica pela direção do SGQ 
Certificação por organismo externo 
Política Ambiental 
Recursos Adequados 
Responsabilidades e Autoridades 
Treinamento 
Documentação do Sistema 
Controle Operacional 
Controle de Documentos 
Auditorias 
Análise pela Administração do SGA 
Certificação por organismo externo 
 
3.4.2 SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO - SIG. 
 
“É um sistema de gestão que integra todos os componentes de um negócio num 
único sistema coerente, para permitir o alcance de seu propósito e missão.” 
(definição do Institute of Quality Assurance) 
 
“Um sistema de gestão que integra dois ou mais desses elementos:” 
 
• Qualidade (ISO 9001); 
• Ambiental (ISO 14001); 
• Saúde e Segurança do trabalho (OHSAS 18001); 
• Responsabilidade Social (AS 8000); 
• Segurança de Informações (ISO 17799); 
 
Normas setoriais específicas baseadas na ISO 9000 (Automotivo, 
Telecomunicações, Educação, Aeroespacial, Produtos Farmacêuticos, Serviços de Saúde, 
Alimentos e Bebidas.) 
Razões para adotar um sistema integrado de gestão: 
 
• Redução de duplicidade e de riscos 
• Otimização e harmonização de objetivos 
• Eliminação de responsabilidades e relacionamentos conflitantes 
• Enfoque em metas do negócios. 
 
Como desenvolver um Sistema Integrado de Gestão? 
Aspectos básicos: 
 
• Entender o negócio 
• Identificar os processos principais 
• Entender o relacionamento causa e efeito 
• Qualidade do produto 
• Aspectos / impactos ambientais 
• Fatores de Saúde e Segurança 
• Social 
• Financeiro 
• Executar análise de risco 
• Avaliar a legislação 
• Incluir componentes administrativos (sistema) 
 
Elementos chaves para o sucesso: 
Incluir: 
 
• Forte liderança da alta administração 
• Boa comunicação entre todos os níveis 
• O envolvimento de pessoas 
• Melhoria contínua 
• A abordagem de Processos e o modelo PDCA fornecem uma metodologia 
indispensável 
• Conhecimento profundo do “Negócio” 
 
Como Integrar os sistemas 
Várias abordagens podem ser adotadas dependendo da situação atual da 
organização 
 
• Conversão de sistemas existentes 
• Fusão de Sistemas 
• Abordagem de engenharia de sistemas 
 
BENEFÍCIOS: 
A construção de um sistema coerente que: 
 
• Atende as necessidades comerciais, organizacionais; 
• Seja enxuto, flexível e dinâmico, permite agilidade nas modificações. 
• Não amarra a organização a uma norma específica, as Normas utilizadas 
como meio para identificar tarefas e processos. 
• Foco no processo do negócio (total) e não nas disciplinas separada. 
 
4. O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E SEUS BENEFÍCIOS 
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL: 
 
“A parte do sistema de gestão de uma organização (3.16) é utilizada para 
desenvolver e implementar sua política ambiental (3.11) e para gerenciar seus aspectos 
ambientais (3.6).” (NBR ISO 14001:2004 – 3.8). 
 
NOTA 1 Um sistema da gestão é um conjunto de elementos inter-relacionados utilizados 
para estabelecer a política e os objetivos e para atingir esses objetivos. 
 
NOTA 2 Um sistema da gestão inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, 
responsabilidades, práticas, procedimentos (3.19), processos e recursos. 
 
De acordo com a NBR ISO 14001:2004, o Sistema de Gestão Ambiental - SGA é a 
parte de um sistema da gestão de uma organização utilizada para desenvolver e 
implementar sua política ambiental e para gerenciar seus aspectos ambientais. 
 
O sistema de gestão ambiental visa proporcionar a uma organização a garantia de 
que seu desempenho não apenas atende, mas continuará a atender, aos requisitos legais 
e aos de sua própria política. 
 
A NBR ISO 14001:2004 considera que a gestão ambiental abrange, como parte da 
função gerencial total, todos os setores da organização necessários ao planejamento, 
execução, revisão e desenvolvimento da política ambiental da organização. 
 
A partir deste conceito surgem três características da gestão ambiental: 
 
- Sistema de gestão ambiental não se trata de uma tarefa especial limitada a um ou 
mais responsáveis ambientais na organização, mas trata-se de um componente 
integrante da missão administrativa geral e dos responsáveis pelas atividades de 
produção. Isso significa que todos os setores da administração e da produção 
precisam ser integrados no desenvolvimento e implementação do SGA. 
 
- Há uma relação direta com o desenvolvimento da Política Ambiental da 
organização. O SGA é a expressão da própria vontade organizacional e das 
prioridades da organização no setor ambiental. As exigências e opiniões externas 
entram nesta formação de vontade através do cumprimento das leis e normas 
ambientais relevantes que são exigidas como objetivos mínimos. Elas não 
substituem a definição consciente das prioridades e objetivos da organização. 
 
- SGA não é somente a expressão da consciência e vontade da organização, mas 
também,um instrumento para introduzir, executar e monitorar a política ambiental. 
E a política ambiental prevê como diretriz o enquadramento sistemático que num 
plano operativo deve ser estabelecido, executado e gerenciado por meio de 
programas e medidas concretas. 
 
Ou seja, o SGA representa uma forma sistemática de revisar e melhorar as 
operações para obter um melhor desempenho ambiental. O SGA ajuda a organização a 
obter melhor cumprimento dos requisitos legais e outras normas e regulamentações 
aplicáveis, a utilizar os materiais de forma mais racional e eficiente, melhorar os processos 
reduzindo custos e tornando-se mais competitiva. Portanto, o SGA cria primeiramente um 
senso de bons negócios, ajudando-a a identificar as causas dos problemas ambientais, de 
forma a eliminá-los, gerando retorno financeiro por meio da redução de custos. 
 
Pode-se dizer que o SGA é um investimento de longo prazo que ajuda a 
organização a ser mais efetiva no cumprimento dos objetivos e metas ambientais, permite 
uma melhoria nos negócios a partir do momento em que mantém clientes e atrai novo, pois 
representa uma ferramenta que agrega valor aos produtos e serviços oferecidos. 
 
Ao implementar o SGA verifica-se que as decisões, modificações e melhorias 
ocorrem na própria planta e que na verdade os elementos do SGA são comuns a outros 
sistemas de gerenciamento existentes, como sistema de gestão da qualidade, de saúde e 
segurança, por exemplo. 
 
A chave para o SGA efetivo é o desenvolvimento do mesmo de forma 
sistematizada, planejando, controlando, medindo e melhorando os esforços ambientais. 
Melhorias ambientais potenciais e redução de custos podem ser obtidos através da revisão 
e melhoria dos processos de gerenciamento da organização. E ainda mais importante, 
nem todos os problemas ambientais são resolvidos através da instalação de equipamentos 
de controle de poluição de alto custo. 
Fica claro que o planejamento e implementação de SGA envolve muito trabalho. Porém as 
empresas que desenvolvem seu SGA percebem que ele representa um bom caminho para 
mudanças positivas. 
 
Os motivos e as razões para a estruturação e certificação de um SGA podem 
parecer muito variáveis em casos concretos individuais. Em primeiro plano está a 
finalidade de assegurar a permanente capacidade de competitividade da organização, em 
face das crescentes exigências ambientais (de órgãos públicos, clientes, bancos, 
seguradoras e da sociedade em geral). A isto se acrescenta a questão de que as 
exigências poderão ser interpretadas como um risco às atividades implantadas e posições 
alcançadas, ou poderão ser interpretadas como uma chance e possibilidade de destaque 
através de uma eco-estratégia. Em função da interpretação o SGA é concebido como um 
instrumento defensivo de segurança ou como um instrumento de destaque ambiental da 
organização. 
 
Podem-se diferenciar alguns benefícios internos e externos de um SGA. 
Um fato que deve ser considerado, é que as organizações de pequeno e médio porte têm 
vantagens sobre as grandes organizações no que diz respeito à implementação do SGA. 
 
Nas empresas menores, as linhas de comunicação são geralmente menores, as 
estruturas organizacionais são menos complexas, as pessoas possuem múltiplas funções 
e o acesso ao gerenciamento é simples. Portanto, estas colocações podem representar 
vantagens reais para a efetiva implementação do SGA. 
 
Custos e benefícios do desenvolvimento e implementação do SGA 
Custos Benefícios Internos Benefícios Externos 
- Tempo de trabalho 
dos empregados 
- Consultoria 
- Treinamento 
- Infra-estrutura para 
a prevenção 
- Melhoria do desempenho 
ambiental 
- Novos clientes e mercados 
- Melhoria da eficiência e 
redução dos custos 
- Melhoria da moral dos 
empregados 
- Redução de esforços com 
treinamento de novos 
empregados 
- Prevenção de riscos e 
situações de emergências. 
- Melhoria da imagem perante a 
sociedade 
- Fortalecimento da 
competitividade 
- Facilidade em bancos e 
seguradoras, acesso a capital 
- Facilidade de relacionamento 
com órgãos ambientais e 
comunidade 
- Melhoria do desempenho 
ambiental 
- Cumprimento de normas e 
legislação. 
4.1. Conceitos Referentes ao Sistema de Gestão Ambiental 
 
A definição mais simplificada de SGA é que ele representa um ciclo contínuo de 
planejamento, implementação, revisão e melhoria das ações da organização para que 
possam ser cumpridas as obrigações ambientais. O SGA não acontece por acaso, ele 
necessita de ações que suportem o mesmo. 
 
Para melhorar o desempenho ambiental, a organização tem que avaliar não apenas 
quais são as ocorrências, mas também porque elas ocorrem. A maioria dos modelos de 
gerenciamento se baseiam no princípio de melhoria contínua, no conhecido ciclo da 
qualidade ou PDCA (Plan, Do, Check, Action): planejar, fazer, checar e agir, como 
apresentado na Figura 6. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 – Modelo do SGA 
Fonte:- NBR ISO 14001: 2004 
 
 
O PDCA pode ser brevemente descrito da seguinte forma: 
 
• Planejar: Estabelecer os objetivos e processos necessários para atingir os 
resultados em concordância com a política ambiental da organização. 
• Executar: Implementar os processos. 
• Verificar: Monitorar e medir os processos em conformidade com a política 
ambiental, objetivos, metas, requisitos legais e outros, e relatar os resultados. 
• Agir: Agir para continuamente melhorar o desempenho do sistema da gestão 
ambiental. 
 
Muitas organizações gerenciam suas operações através da aplicação de um 
sistema de processos e suas interações, que podem ser referenciados como “abordagem 
de processo”. A ABNT NBR ISO 9001 promove a utilização da abordagem de processo. 
Como o PDCA pode ser aplicado a todos os processos, as duas metodologias são 
consideradas compatíveis. 
 
Nas empresas criam-se áreas para tratar de funções em uma estrutura vertical 
(organograma). Esta tendência natural, muitas vezes necessária, distorce nossa visão em 
relação ao real processo existente para atender a uma necessidade do cliente. Muitas 
vezes o processo percorre várias áreas formais para conseguir atender à necessidade que 
se propõe. 
 
 
Figura 7– Visão organizacional 
 
Figura 8– Abordagem de processos 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9– Abordagem de processos ambientais adaptadas da NBR ISO 9001:2000 
 
O conceito de melhoria contínua reconhece que o problema poderá ocorrer, porém a 
organização comprometida aprende com os erros e se previne para que não ocorram 
novamente em situações futuras. 
 
O SGA tem que ser dinâmico permitindo a rápida adaptação às mudanças nos 
negócios ambientais, desta forma o SGA tem que ser flexível e simples. Isto auxilia o SGA a 
ser compreendido e incorporado pelas pessoas que trabalham na implementação. 
 
Em algumas organizações a implementação do SGA pode sofrer resistência por parte 
de algumas pessoas, por estas considerarem que ele representa burocracia, custos e 
aumento na jornada de trabalho. Podem ocorrer resistências devido às mudanças e às novas 
responsabilidades. Para conseguir vencer estes obstáculos, é preciso ter certeza de que 
todos entendem porque a organização necessita do SGA efetivo e como ele pode ajudar no 
controle dos impactos ambientais e conseqüentemente dos custos. Manter as pessoas 
envolvidas no projeto e implementação do SGA demonstra o comprometimento da 
organização com o meio ambiente e ajuda a verificar que ele é realista, prático e que agrega 
valor. 
 
Implementando ou melhorando o SGA, a organização vai entender como gerenciar os 
compromissos ambientais e como encontrar melhores soluções. 
 
A idéia central embutida em um SGA é simples: as organizações devem estar em 
condições de controlar os efeitos ambientais de suaspróprias atividades, produtos e serviços 
e reduzir sistematicamente os impactos ambientais causados. Somente assim pode-se evitar 
 
 
gastos dispendiosos com recuperação ambiental ou medidas rápidas de adaptação a 
exigências de órgãos públicos, clientes ou da sociedade. Desta forma, pode-se evitar 
também investidas reguladoras freqüentes do Estado ou ainda explorar o tema meio 
ambiente para colocar a organização em evidência. A condição para isso, como também em 
outras áreas, é a existência de sistemas de gestão apropriados, que permitam reconhecer os 
problemas ambientais e tomar medidas para superá-los. 
 
As exigências do SGA em todas as normas existentes, NBR ISO 14001, EMAS ou BS 
7750, são basicamente: 
 
• Análise dos efeitos ambientais das atividades, produtos, serviços para uma 
avaliação e fiscalização sistemática dos aspectos ambientais relevantes; 
• Cumprimento permanente de todos os requisitos legais e outros requisitos na 
área ambiental; 
• Fixação de objetivos e programas continuados; 
• Criação de condições organizacionais e de pessoal necessárias para poder 
atingir efetivamente os objetivos; 
• Efetuar regularmente auditorias ambientais para julgar a validade de todo o 
SGA e possibilitar a avaliação de sua capacidade de desempenho pela 
administração; 
• Garantia da melhoria contínua do SGA e do desempenho ambiental desejado. 
 
4.2. Metodologia para a Implantação do SGA 
 
A construção de um SGA pode soar como uma grande dificuldade. O tempo e os 
recursos geralmente são escassos, porém podem ser muito bem aproveitados se utilizados 
de forma adequada. Uma das formas de fazer isso é através de um plano de ação simples e 
eficaz. Os principais passos para construir o Plano de Ação são apresentados de diferentes 
formas por diferentes autores. 
 
Uma das formas de implementação de SGA foi desenvolvida pela US EPA, 2001, 
apresentam o Plano de Ação dividido em duas fases : 
 
D E F IN E O S O B J E T IV O S D A O R G A N IZ A Ç Ã O
O B T E R O
C O M P R O M IS S O
D A A L T A
D IR E Ç Ã O
S E L E C IO N E U M
L ÍD E R
D E F IN IR A E Q U IP E
D E
IM P L E M E N T A Ç Ã O
R E A L IZ A R
R E U N IÃ O D E
L A N Ç A M E N T O
C O N D U Z IR
A N Á L IS E
P R E L IM IN A R
D E S E N V O L V E R
P R O J E T O /P L A N O
D E A Ç Ã O
O B T E R
R E C U R S O S
E N V O L V IM E N T O
IN IC IA L D O S
C O L A B O R A D O R E S
M O N IT O R A R E
C O M U N IC A R
P R O G R E S S O S
 
Figura 10 – Fase preparatória – Planejamento inicial do SGA 
 
Outra metodologia de implementação de SGA foi desenvolvida pela BRI Inc., 1999 
para as indústrias do Canadá. A metodologia é denominada “20 Passos para a 
Implementação do SGA”. O sistema dos 20 passos tem sido aplicado em empresas 
individuais e também em grupo. 
 
 
 
Os 20 Passos propostos desenvolvem-se durante 12 meses, sendo que no décimo 
segundo mês a empresa está apta a se candidatar para a Certificação. Como apresentado 
na Figura 7 a seguir, a metodologia baseia-se nos Requisitos da ISO 14001:1996, servindo 
apenas como exemplo. 
 
 Fase Mês Elemento 
20 Auditoria de certificação pela NBR ISO 14001 12 
19 
Definir equipes para o 
gerenciamento das não-
conformidades 
 
4.5.2 
18 Conduzir Auditoria de Pré-Certificação 
 4.5.4 
17 
Avaliar eficácia do SGA no meio 
ambiente e nos negócios através da 
análise crítica 
 
4.6 
16 Conduzir auditorias internas - registro 
e comunicação das NCR’s para ação 
 
4.5.4 
15 Identificar as necessidades e realizar treinamentos 
 4.4.2 
14 Finalizar a política e desenvolver os procedimentos 
 4.4.4 
13 Desenvolver Controle de documentos para Política, procedimentos e registros 
 
4.4.5 
12 Desenvolver o Programa de Gestão Ambiental 
 4.3.4 
11 Obter o comprometimento de todos em 
relação à Política e aos Objetivos ambientais 
 
4.4.2 
10 Estabelecer Objetivos e Metas ambientais 4.3.3 
9 Determinar a conformidade legal e as Não-Conformidades 
 4.3.2 
8 Revisar a legislação, regulamentações e outros 
requisitos pertinentes 
 4.3.2 
7 Determinar os aspectos e impactos significativos. Desenvolver a Política Ambiental 
 
4.3.1 e 4.2 
6 Desenvolver fluxogramas das atividades, produtos e 
serviços e identificar aspectos e impactos ambientais 
 
4.3.1 
5 Desenvolver Plano de Implementação 4.3 
4 Definir equipe de implementação e definir as 
responsabilidades 
 
4.4.1 
3 Conduzir um GAP Analysis em relação à Norma NBR ISO 14001 
 4.3 
2 Documentar as razões da alta administração para a implementação do SGA - base para a avaliação da eficácia. 
 4.1 
1 Obter o comprometimento da alta administração 1 4.1 
Figura 11 - 20 Passos para Implementação de SGA - BRI Inc, 1999 – Exemplo da 
14001:1996 
 
 
 
A primeira atividade para a implementação do SGA é a obtenção do 
comprometimento da alta administração, fundamental para o suporte do SGA. A alta 
administração tem que entender os benefícios do SGA. O comprometimento da alta 
administração e sua visão tem que ser clara e comunicada a todos na empresa. 
 
As pequenas e médias empresas não podem se dar ao luxo de escolher múltiplos 
candidatos como líderes de equipe de implementação de SGA. Porém a escolha do líder 
nestas empresas pode representar um ponto crítico. O líder da implementação tem que ter 
autoridade, entender o funcionamento da empresa e ter habilidades de gerenciamento. O 
líder deve ser o pensador do SGA e ter tempo disponível para projetá-lo e construí-lo. 
 
Este líder deverá preparar a estrutura e o orçamento preliminares para desenvolver o 
SGA. Os custos devem compreender o tempo dos empregados utilizados no SGA, 
treinamento, consultoria, materiais e possivelmente equipamentos, além de outros. 
 
A equipe responsável pela implementação do SGA deve identificar e acessar 
resultados, oportunidades e processos existentes. As equipes devem se reunir 
freqüentemente, principalmente no início do processo. 
 
Os empregados representam a grande fonte de conhecimento dos problemas 
ambientais, de saúde e segurança, relativos às suas áreas de trabalho, bem como a respeito 
da efetividade dos processos e procedimentos em operação. Eles podem auxiliar a equipe 
de implementação a elaborar os procedimentos. Portanto, o envolvimento de todos os 
empregados é fundamental para o bom andamento do SGA. 
 
IDENTIFICAR
 REQ UISIT OS
LEG AIS E O UT RO S
IDEN TIFIC AR E
A VALIAR ASPECT OS
 E IM PACT OS
 (PRO DUT OS,
O PERA ÇÕE S E
 ATIVIDAD ES)
DEFINIR VISÃO DAS
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INTE RE SSADAS
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RESPO NSABILIDADE S
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O BJETIVO S E
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NECESSIDADE
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PROCEDI-
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PREVENTIVA,
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M ENTO DO
PRO CESSO
DEFINIR
PAPÉIS E 
RESPO NSABIL IDADES
PARA O PERAÇÕ ES 
ESPECIFICAS
CO NSCIENTIZAÇÃO
 INICIAL DO S
CO LABO RADO RE S
DE FINIR
 PRO CEDIM ENTO S
PREPARA
A DO CUM ENTAÇÃO
DO SG A (M ANUAL)
CONDUZ
TREINAM ENTO
ESPECÍFICO AO S
 COL AB ORADO RE S
CO NDUZ AUDITO RIA
INTERNA DO SGA
CO NDUZ A ANÁLISE 
CRÍTICA PELA
 DIRE ÇÃO
 
Figura 12 – Fase preparatória – Construção e implantação do SGA 
 
A revisão preliminar serve para avaliar o SGA que está sendo implementado e 
compará-lo com critérios de implementação existentes, como por exemplo, a NBR ISO 
14001. Ou seja, avaliar a estrutura e os procedimentos, a política, os impactos ambientais, 
 
 
programas de treinamento, entre outros fatores.Consiste em avaliar para poder determinar 
quais elementos do SGA estão adequados e quais devem ser melhorados. 
 
O Plano de Ação poderá ser modificado em função dos resultados obtidos na 
avaliação preliminar. A modificação do Plano de Ação deverá descrever detalhes, as ações 
necessárias, os responsáveis, os recursos necessários e quando o trabalho deverá ser 
completado. Neste ponto, a empresa já está pronta para desenvolver os procedimentos e 
outros documentos do sistema. Ao construir o SGA é preciso certificar-se de que o sistema é 
flexível. 
 
Assim que os procedimentos e outros documentos estiverem prontos é possível 
iniciar a implementação do sistema. 
 
É preciso treinar os empregados a respeito dos conceitos de SGA, principalmente no 
que diz respeito a aspectos e impactos das atividades, produtos e serviços, novos 
procedimentos, modificações nos procedimentos existentes e também a respeito das novas 
responsabilidades. 
 
Após o SGA estar em operação, verifique a possibilidade de avaliação do 
desempenho do mesmo. Isto pode ser conseguido através de auditorias periódicas, 
realização de monitoramentos e medições. A avaliação do desempenho do SGA proporciona 
a oportunidade de melhorar o SGA e o desempenho ambiental da empresa o tempo todo. 
 
5. ELEMENTOS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL 
 
Os cinco principais estágios do SGA definidos pela NBR ISO 14001:2004 são: 
 
1. Política Ambiental – a administração se compromete com a melhoria ambiental e 
estabelece a política ambiental da empresa. 
2. Planejamento - a empresa conduz a revisão de suas operações, identifica os 
aspectos e impactos e os requisitos legais e ambientais, estabelece os objetivos, 
avalia alternativas, define as metas e elabora o plano para alcançar as metas 
propostas. 
3. Implementação e Operação – a empresa inicia o desenvolvimento do plano de ação 
estabelecendo responsabilidades, desenvolvendo treinamentos, comunicação, 
procedimentos operacionais e o plano de emergência, verificando se as metas 
ambientais propostas estão sendo alcançadas. 
4. Verificação – a empresa avalia através do monitoramento das operações e de 
medições, se as metas estão sendo alcançadas. Se não estiverem sendo 
alcançadas, são realizadas as ações corretivas. 
5. Análise pela administração - através da análise o SGA é modificado objetivando 
otimizar a sua efetividade. O estágio de análise do SGA cria um ciclo de melhoria 
contínua. 
 
Para construir e sustentar um SGA efetivo deve se comunicar a todos os empregados 
a importância de: 
 
• Fazer do meio ambiente uma prioridade da organização, pensando na gestão 
ambiental efetiva como um fator fundamental para a sobrevivência; 
• Construir a gestão ambiental em todos os lugares, pensando nas atividades, 
produtos e serviços; 
• Olhar os problemas como oportunidades, identificando-os, determinando a 
raiz da causa dos mesmos e prevenindo sua recorrência. 
 
 
 
 
5.1 Requisitos Gerais 
 
Como explicado anteriormente, o SGA pode ser construído com base no ciclo da 
qualidade (PDCA): Planejar, Fazer, Checar e Agir, de forma a garantir que os fluxos do 
mesmo estejam sendo identificados, controlados e monitorados. Usando esta sistemática há 
como verificar se o desempenho do SGA está sempre melhorando. 
 
A NBR ISO 14001:2004 define que a organização deve estabelecer, documentar, 
implementar, manter e continuamente melhorar um sistema da gestão ambiental em 
conformidade com os requisitos desta Norma e determinar como ela irá atender a esses 
requisitos. 
 
A organização deve definir e documentar o escopo de seu sistema da gestão 
ambiental. 
 
Esta norma especifica os requisitos para que um SGA capacite uma organização a 
desenvolver e implementar política e objetivos que levem em consideração requisitos legais 
e informações sobre os aspectos ambientais significativos. 
 
Esta norma não estabelece requisitos absolutos para o desempenho ambiental, dos 
comprometimentos, expressos na política ambiental, de estar em conformidade com os 
requisitos legais e outros requisitos aos quais a organização tenha subscrito, com a 
prevenção da poluição e com a melhoria contínua. 
 
O nível de detalhe e complexidade do SGA, a extensão de sua documentação e dos 
recursos dedicados a ele irá depender de fatores como: escopo do sistema, o porte da 
organização e a natureza de suas atividades, produtos e serviços. (NBR ISO 14001:2004 – 
Introdução) 
 
A utilização da ISO 14001:2004 deve-se aos seguintes fatos: 
 
• A ISO 14001 é aceita internacionalmente; 
• As organizações podem ser questionadas no que diz respeito a demonstrar 
conformidade com a ISO 14001, como condição de negócio em alguns 
mercados; 
• A Norma é consistente com os elementos-chave encontrados em muitos 
modelos de SGA. 
 
As principais características da ISO 14001:2004 são: 
 
• Baseado na metodologia PDCA 
• Visa a prevenção da poluição 
• Requer a Identificação e avaliação dos aspectos e impactos 
• Introduz a necessidade de comunicação com partes externas 
• Abordagem de processos (9001:2000) 
• Melhoria contínua 
 
O SGA apresenta alguns princípios fundamentais: 
 
• Auto-Responsabilidade - o sistema cria um estímulo para a percepção da 
responsabilidade ambiental da organização através do estabelecimento de um 
procedimento estruturado que permita o controle dos efeitos ambientais, bem como a 
melhoria do desempenho ambiental das atividades, produtos e serviços da 
organização. 
 
 
• Responsabilidade da Direção - a implementação do SGA e o alcance das metas 
ambientais é uma responsabilidade da alta administração da organização. O 
reconhecimento da responsabilidade ambiental da organização está no início de um 
circulo de direção , controle e auditoria, e com a obrigação de checar e avaliar 
periodicamente a eficácia das medidas, bem como a constante adequação das metas 
e medidas de proteção ambiental, sendo o círculo novamente fechado pela alta 
administração. 
• Melhoria Contínua - de acordo com a própria norma, a melhoria contínua 
compreende o processo de aprimoramento constante do sistema de gestão 
ambiental, visando atingir melhorias do desempenho ambiental global de acordo com 
a política ambiental da organização. O objetivo deste processo é a melhoria do 
desempenho ambiental, no qual se consideram resultados mensuráveis relativos aos 
efeitos ambientais causados pela organização e não propriamente a melhoria do 
SGA. As melhorias não precisam necessariamente acontecer em todas as áreas das 
atividades simultaneamente, cabendo à organização indicar as prioridades. 
 
5.2 Política Ambiental 
 
A Política Ambiental é o primeiro elemento no contexto da NBR ISO 14001. Ela 
representa o compromisso da empresa e da administração para com o meio ambiente. A 
Política fundamenta o SGA promovendo uma visão unificada dos princípios empregados e 
subcontratados. 
 
A Política Ambiental é a força motriz para a implementação e aprimoramento do SGA 
de uma organização, permitindo que seu desempenho ambiental seja mantido e 
potencialmente aperfeiçoado. Recomenda-se que esta política reflita o comprometimento da 
alta administração com o atendimento aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos, 
com a prevenção de poluição e com a melhoria contínua. Definida e documentada pela alta 
administração. A Política Ambiental constitui a base sobre a qual a organização estabelece 
seus objetivos e metas. (NBR ISO 14001:2004 – Anexo A2) 
 
A Política deve contemplar três compromissos básicos: 
 
• Melhoria contínua; 
• Prevenção da Poluição; 
• Atender aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos. 
 
A Política ambiental tem três funções específicas: 
 
• Ela é a expressão específica da autoconsciência ambiental e representa o 
auto comprometimento da direçãoda organização. A política ambiental atua 
tanto interna quanto externamente; 
• efeito interno da política ambiental deriva das condições de contorno e 
balizamento para as decisões e ações ambientalmente relevantes na 
organização, devido a isso ela proporciona orientação e transmite segurança 
de postura; 
• efeito externo da política ambiental baseia-se na documentação da 
responsabilidade ambiental, visando a construção de imagem de 
confiabilidade para os grupos de interesse importantes para a organização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Requisito da ISO 14001 
1. Requisito: 
A política ambiental deve ser: 
- Definida 
- Implementada 
- Mantida 
 
2. requisito (formal): 
A política ambiental deve: 
- Ser definida pela alta direção 
- Documentada 
- Comunicada a todos que trabalhem na organização ou que 
atuem em seu nome 
- Disponibilizada ao público 
 
3. Requisito (conteúdo): 
A política ambiental deve conter: 
- Um comprometimento com a melhoria contínua e com a 
prevenção da poluição 
- Um comprometimento em atender aos requisitos legais 
aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização que 
se relacionem a seus aspectos ambientais, 
- A estrutura para o estabelecimento e análise dos objetivos e 
metas ambientais 
Além disso, deve estar assegurado que a política ambiental é 
adequada à natureza e escala e impactos ambientais de suas 
atividades. 
 
5.3 Planejamento 
 
Elementos de planejamento conforme a ISO 14001 
- Aspectos ambientais 
- Requisitos legais e outros 
- Objetivos ,metas Programa(s) de gestão ambiental 
 
Recomenda-se que a etapa de planejamento seja dividida em duas fases: a avaliação 
ambiental inicial e a tomada de decisão. O objetivo da análise ambiental é a realização de 
um inventário e avaliação da situação ambiental da empresa e seus aspectos e impactos 
mais relevantes. Com base nestes resultados são definidos os objetivos, metas e programas 
que devem ser perseguidos, devendo as linhas gerais estar definidas na política ambiental, 
funcionando desta forma como enquadramento. 
 
5.3.1 Identificação de Aspectos e Impactos 
 
Um pressuposto para o planejamento dirigido é a análise minuciosa da situação 
ambiental inicial. Para planejar e controlar seus impactos ambientais, uma organização tem 
que saber primeiramente quais são estes impactos. Porém, além de saber quais são os 
impactos é preciso saber como eles são gerados. Impactos ambientais são resultados de 
atividades relacionadas à operação, inclusive produto e serviços de uma organização. 
 
Assim como em programas de prevenção de poluição, a identificação e o 
gerenciamento dos aspectos ambientais pode gerar impactos positivos e melhorar o 
desempenho ambiental. 
 
O SGA inclui procedimentos para identificar os aspectos da organização que ela 
possa controlar ou sobre os quais ela possa ter influência. 
 
 
 
A relação entre aspectos e impactos ambientais é uma relação de causa e efeito. O 
termo aspecto é neutro, podendo ser positivo ou negativo. 
 
Alguns itens devem ser considerados durante o processo de identificação de 
aspectos: 
 
• Emissões atmosféricas; 
• Resíduos sólidos e perigosos; 
• Contaminação do solo; 
• Efluentes líquidos com lançamento em corpos d’água; 
• Uso e ocupação do solo; 
• Uso de matérias-primas e recursos naturais; 
• Condições normais e anormais, como partidas de operação, paralisações, 
emergências; 
• Outras questões locais relativas ao meio ambiente e à comunidade. 
 
Requisito da ISO 14001 
1. Requisito: 
Estabelecer e Implementar procedimentos para: 
- Identificar os aspectos ambientais de suas atividades, 
produtos e serviços, dentro do escopo do SGA. 
- Determinar os aspectos e impactos ambientais significativos 
2. requisito: 
Consideração dos aspectos ambientais com impacto 
significativos no estabelecimento, implementação e 
manutenção do SGA 
3. Requisito: Documentar essa informações e mantê-las atualizadas. 
 
5.3.2 Requisitos Legais e Outros 
 
Paralelamente aos aspectos e impactos ambientais, deve-se considerar, inclusive 
para efeito de planejamento, os diversos requisitos que são impostos pela legislação, pelos 
órgãos públicos e por instituições que sejam importantes para a organização. Estes 
requisitos devem ser conhecidos pela organização para que sejam levados em conta em 
tomadas de decisão. 
 
Para estar de acordo com os requisitos legais que se aplicam à organização, é 
preciso primeiro saber quais são as regras e como elas afetam as atividades, produtos e 
serviços da mesma. É importante considerar também os custos com o não cumprimento dos 
requisitos legais, em termos de dinheiro, imagem pública e danos ao meio ambiente podem 
ser muito elevados. 
 
A organização necessita identificar os requisitos legais que são aplicáveis aos seus 
aspectos ambientais. 
 
Estes podem incluir: 
 
a) requisitos legais nacionais e internacionais, 
b) requisitos legais estaduais/municipais/departamentais, 
c) requisitos legais do governo local. 
 
Exemplos de outros requisitos que uma organização pode subscrever incluem, se 
aplicável 
 
• acordos com autoridades públicas, 
• acordos com clientes, 
 
 
• diretrizes de natureza não-regulamentar, 
• princípios voluntários ou códigos de prática, 
• etiquetagem ambiental voluntária ou compromissos de administração do 
produto, 
• requisitos de associações de classe, 
• acordos com grupos comunitários ou organizações não-governamentais, 
• compromissos públicos da organização ou de sua matriz, 
• requisitos corporativos/da empresa. 
 
A determinação de como os requisitos legais e outros se aplicam aos aspectos 
ambientais de uma organização é usualmente realizada no processo de identificação desses 
mesmos requisitos. Portanto, não se faz necessário ter um procedimento em separado ou 
adicional para fazer esta determinação. 
 
Requisito da ISO 14001 
1. Requisito: 
Implantar sistema para: 
- Identificar e ter acesso a requisitos legais aplicáveis e a 
outros requisitos subscritos pela organização, relacionados aos 
seus aspectos ambientais 
- Determinar como esses requisitos se aplicam aos seus 
aspectos ambientais 
- Assegurar que esses requisitos legais aplicáveis e outros 
requisitos subscritos pela organização sejam levados em 
consideração no estabelecimento, implementação e 
manutenção de seu sistema da gestão ambiental 
 
 
5.3.3 Objetivos, Metas e Programas 
 
Os objetivos gerais da política ambiental estabelecem um quadro para as decisões e 
ações ambientais relevantes no plano executivo. Porém, os objetivos são genéricos e para 
que se tornem aplicáveis é preciso que sejam convertidos em metas concretas nas áreas 
pré-definidas dentro da organização. Os objetivos e metas têm a função de transformar 
proposta em ação. Eles devem ser considerados no planejamento estratégico da empresa, 
podendo facilitar a integração do sistema de gestão ambiental aos outros processos de 
gerenciamento dos negócios. 
 
Devem-se determinar quais objetivos e metas são apropriados para a empresa. Os 
objetivos podem ser direcionados à toda a empresa ou aplicados a unidades ou atividades 
individuais. 
 
Para definir os objetivos é preciso ter em mente a Política Ambiental, e seus três 
compromissos básicos apresentados anteriormente: comprometimento, melhoria, prevenção. 
Não existe padrão definido para objetivos e metas. Os objetivos e metas devem refletir o que 
a empresa faz e o que ela pretende atingir (o que queremos?) em termos de meio ambiente. 
 
Até o momento verificaram-se os fundamentos do SGA, definindo o que a 
organização quer atingir na área ambiental. Para que os objetivos e metas sejam atingidos é 
preciso implantar o Programa de Gestão Ambiental - PGA, ou seja, deve-se estabelecer por 
meio de programas

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