Guerras no pós 11 de setembro

Prévia do material em texto

Guerras no pós 11 de setembro
As “guerras“ que ocorreram como consequência dos atentados as torres gêmeas em Nova York foram intituladas pelo presidente da época, George W. Bush, como Guerra ao Terror, contudo antes de analisarmos tais conflitos devemos entender o que foi essa guerra ao terror e que consequências trouxe para o Oriente Médio.
Após os atentados de 11 de setembro, a politica externa norte-americana se baseou na tentativa de evitar novas ações terroristas e prender os responsáveis pelo atentado de 2001. Essa nova politica externa gerou o que conhecemos hoje como “Guerra ao Terror”, o termo se refere à iniciativa militar adotada pelos EUA com o objetivo de combater o terrorismo global. George Bush chegou a usar termos como “Cruzada contra o terror “ e “ Eixo do Mal” , que geraram indisposição por parte dos aliados que pediram moderação no uso de conceitos histórico-religiosos, como o termo cruzadas , que carregam grande significado tanto para muçulmanos quanto para cristãos.
A forma como o presidente estadunidense dirigiu a politica externa do país na época ficou conhecida como Doutrina Bush, além disso, essa doutrina da direito aos Estados Unidos tratar como terroristas países que abrigam e/ou apoiam terroristas. Logo após, para dar ainda mais legitimidade as suas ações, Bush declarou seus atos de intervenção como guerras preventivas, depondo governos estrangeiros que seriam uma ameaça à segurança norte-americana- justificando a invasão do Iraque.
É evidente que parte desses interesses esta associada á garantia do controle das principais zonas estratégicas de energia, ao intensificar sua presença no Oriente Médio e Ásia Central, regiões detentoras das maiores jazidas de petróleo e gás natural do planeta.
Guerra do Afeganistão
O primeiro a ser atacado após o 11 de setembro foi o Afeganistão, no dia 7 de outubro de 2011. Essa guerra opôs os EUA, alguns aliados ocidentais ( Canada, França, Reino Unido e etc) e a organização armada muçulmana Aliança do Norte contra o regime talibã.
O talibã é um movimento fundamentalista islâmico que se difundiu no Paquistão e no Afeganistão em 1994, governando o ultimo de 1996 a 2001, sendo reconhecido apenas por três países: Emirados Árabes, Paquistão e Arábia Saudita.
O ataque se deu neste país pelo fato da mídia afirmar que o governo islâmico do talibã tinha dado refugio a Osama Bin Laden após o ataque terrorista as torres gêmeas. Não houve permissão da ONU a iniciativa dos EUA e seu objetivo foi encontrar Bin Laden e os outros lideres da Al-Qaeda, destruir toda a organização e remover o talibã do poder.
Na fase inicial o grupo Aliança do Norte forneceu as forças terrestres, enquanto os EUA e a OTAN forneceram apoio tático, aéreo e logístico.
Na segunda fase há a conquista de Cabul, capital do Paquistão, e um aumento da presença das tropas ocidentais. Nos EUA essa guerra fica conhecida como “Operação Liberdade Duradoura”, segundo a Doutrina Bush não há distinção entre a Al-Qaeda e os países que a abrigam.
Duas operações militares tentaram estabelecer controle sobre o país. A primeira OEF (Operação Enduring Freedom) foi a que envolve EUA e seus aliados da OTAN na luta contra a Al Qaeda e o Talibã, que operavam no leste e sul do país ao longo das fronteiras com o Paquistão. A segunda começou com a formação da ISAF (Força Internacional de Assistência para Segurança) criada pelo Conselho de Segurança da ONU no final de dezembro de 2001, com o intuito de garantir Cabul e seus arredores com o proposito de estabelecer o país e derrotar a insurgência. Contudo a OTAN assumiu controle da ISAF em 2003.
O primeiro ataque removeu o Talibã do poder, mas logo depois uma insurgência de fundamentalistas recuperou sua força.
A guerra foi menos objetiva no que diz respeito a conter a Al-Qaeda . Desde 2006 o Afeganistão tem enfrentado ameaças a sua estabilidade devido ao aumento de atividades insurgentes do talibã, altos níveis de produção de drogas ilegais e um governo frágil com poderes limitados fora da capital.
Houve uma vitória simbólica no dia 2 de maio de 2011 quando forças especiais dos EUA conduziram uma operação que culminou na morte do terrorista Osama Bin Laden. Em 22 de junho de 2011 o presidente Barack Obama anunciou uma retirada sistemática das tropas norte americanas. É esperado que as ultimas tropas da OTAN deixem o país completamente em 2016. E em 2014 anunciou que estava encerrando oficialmente suas missões de combate, assumindo uma postura de apoio ao governo afegão para combater rebeldes islamitas.
Guerras do Iraque 
Começou no dia 20 de março de 2003 com a Invasão do Iraque por uma coalisão militar multinacional liderada pelos EUA . Formalmente encerrada dia 15 de dezembro de 2011.
O principal motivo foi de que o Iraque estava construindo armas de destruição maciça, segundo Bush essas armas ameaçavam a segurança mundial. Adotou a postura de que os EUA não poderiam esperar que a ameaça do líder iraquiano Saddam Hussein se tornasse eminente. Para dar mais legitimidade houve a tentativa de ligar Saddam Hussein a Al-Qaeda, mas não foram encontradas provas sobre essa ligação ou a fabricação de armas de destruição em massa.
A coligação ocupou o Iraque e tentou estabelecer governo democrático, no entanto falhou na tentativa de restaurar a ordem no país. A instabilidade levou a um conflito assimétrico com a insurgência iraquiana, levando a uma violenta guerra civil entre iraquianos sunitas e xiitas.
No dia 15 de dezembro de 2011 EUA anuncia o fim da guerra do Iraque numa cerimonia de passagem de tropas em Bagdá. Um novo governo iraquiano emergiu e houve certa estabilidade politica e econômica, contudo a violência por parte de grupos extremistas continuou mesmo após a saída das forças de coalisão internacional.
Guerra do Afeganistão – a continuação
Em 2014 facções fundamentalistas encabeçadas pela Al-Qaeda voltaram a iniciar uma campanha de violência contra o governo pro-Ocidente. Os EUA alegaram que não iriam se envolver nas questões iraquianas. E em junho do mesmo ano,na região norte do país, os insurgentes fizeram muitos progressos chegando a conquistar as cidades de Mossul e Tikrit enquanto marchavam rumo a Bagdá. Enquanto o caos se instalava no país, o conflito entre xiitas e sunitas se tornou mais intenso. 
O Afeganistão pareceu entrar em colapso com as forças do Estado Islâmico avançando nas regiões norte e central do Iraque, forçando milhares de pessoas a se deslocarem de suas casas. Então o presidente Barack Obama ordenou ataques aéreos.
Essa atual fase da guerra do Afeganistão é um período onde o governo central de Cabul toma liderança contra a insurgência talibã, apoiada pela OTAN .
Essa guerra é consequência da guerra que durou treze anos e teve inicio logo após os atentados de 11 de setembro , que tiraram o talibã do poder e estabeleceram um governo pró-ocidente.
Essa nova fase começou quando a OTAN havia, dia 28 de dezembro de 2014 , oficialmente encerrado suas atividades militares no Afeganistão passando o controle para as forças armadas afegãs. Os protagonistas agora são as tropas do governo local ( apoiados pelo ocidente e países vizinhos ) contra rebeldes talibãs e membros da Al-Qaeda ( apoiados por jihadistas de todo o mundo muçulmano ) .
A OTAN retirou boa parte de suas tropas e passaram a apenas apoiar e treinar militares afegãos para lutar contra os rebeldes islamitas. Os EUA e os políticos afegãos assinaram um acordo bilateral anos antes e limitaram a missão das forças ocidentais a apoio e ações pontuais contra o terrorismo.
Consequências gerais 
A primeira consequência que podemos observar já no começo da Doutrina Bush e sua Guerra ao terror foi o enfraquecimento da imagem da ONU, uma vez que mesmo com seus mecanismos um país membro desobedeceu a sua ordem, fazendo com que muitos desacreditassem em sua eficácia.
Com as invasões do Iraque e do Afeganistão , O irã cuja maioria da população é xiita se projetou regionalmente e deu inicio a um programa nuclear que incomodou o Ocidente , Israel e seusaliados. 
Para alguns especialistas em relações internacionais o discurso de Guerra ao Terror dificultará futuros acordos de paz no Oriente Médio, uma vez que Israel usa dessa situação para condenar o grupo Hammas, acusando-o de terrorismo e dessa forma fortalecendo sua oposição aos palestinos.
Não podemos deixar de observar a emersão do poder da Turquia na região , uma vez que se negou a tomar parte na invasão do Iraque , sinalizando uma politica turca voltada para o Oriente Médio e independente em certa parte de uma influencia norte-americana .