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Conceitos de Logística, Logística Integrada e SCM

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F:\2014.SEGUNDO SEMESTRE\LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN\01 Conceitos de Logística, Logística Integrada e SCM.doc - 1/6 
 
“Conceitos de Logística, Logística Integrada e Supply Chain 
Management” 
1. ANÁLISE CRÍTICA E INTERPRETATIVA DOS DIFERENTES CONCEITOS 
1.1. Apresentação dos Conceitos 
As diferentes definições aqui enunciadas foram selecionadas entre as apresentadas em sala de aula; 
as da bibliografia recomendada e de outras publicações periódicas com vistas a incorporar os pontos chaves 
para a compreensão do processo de desenvolvimento da logística e clarear o encadeamento de sua evolução. 
1.1.1. Logística 
 “A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de 
materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e 
seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do 
atendimento dos pedidos a baixo custo.” (Christopher, 1992). 
 “A logística é o processo de planejar, implementar e controlar o fluxo e o armazenamento eficiente e 
efetivo de matérias primas, estoques em processo, produtos acabados, serviços e correspondente 
informação, desde o ponto de origem até o ponto de consumo (incluindo movimentos de entrada e saída, 
internos e externos), com o propósito de obedecer (atender) os requerimentos (necessidades) dos 
clientes.” (The Council of Logistic Management / Langley e Holcom B., 1992). 
 “O planejamento e a operação de sistemas físicos, informacionais e gerenciais necessários para que os 
insumos e produtos vençam condicionantes espaciais e temporais de forma econômica.” (Daskin, 1985). 
1.1.2. Logística Empresarial 
 “A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o 
fluxo dos produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim 
como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de 
providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.” 
 Logística Empresarial = Suprimento Físico (Administração de Materiais) + Logística de Produção + 
Distribuição Física 
1.1.3. Logística Integrada 
 A logística integrada é o sistema logístico que leva em conta a integração das diversas funções logísticas 
tais como o transporte, o armazenamento, a manutenção de estoques, o processamento de pedidos, a 
comunicação, a produção e o nível dos serviços, dando ênfase especial às questões de minimização do 
custo total e à análise dos trade-offs entre os componentes dos custos. 
 A concepção de logística integrada diz respeito à integração de todas as funções, porém representando 
uma integração interna de atividades. 
1.1.4. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management) 
 Representa uma integração externa de atividades, rompendo as fronteiras da organização e pregando a 
plena integração de todos os membros da cadeia de suprimentos. 
 As principais vantagens desta integração estão nas possibilidades de aumentar a produtividade (redução 
de custos / redução de estoques / compras mais vantajosas / racionalização dos transportes / eliminação 
de desperdícios) e agregar valor (prazos confiáveis / atendimento no caso de emergências / facilidades na 
colocação de pedidos / serviços de pós-venda). 
1.1.5. Logística Global 
 Refere-se ao sistema logístico que oferece seus serviços para o gerenciamento de conexões de diversas 
cadeias globais que vão das fontes de fornecimento até o usuário final. (Considera-se aqui o negócio 
global como aquele que excede a função simplesmente da exportação de um produto e atinge o 
fornecimento de materiais e componentes em mais de um país, mantendo também vários locais de 
fabricação ou montagens.) 
 A necessidade de operar serviços de logística global são preferencialmente dos seguintes tipos de 
companhias: as produtoras de commodities, para o deslocamento de grandes quantidades de matéria-
prima; as companhias de fabricação intensiva em mão-de-obra que se beneficiam dos baixos custos 
regionais oferecidos em alguns países e as companhias que centralizam seus investimentos em P&D e 
são chamadas de centro de excelência para a fabricação e o desenvolvimento de produtos de forma 
concentrada. 
 
 O desafio da logística global é centralizar o controle e descentralizar as operações. O gerenciamento de 
uma rede global de fluxos de materiais e informações é mais complexo que o gerenciamento de um 
sistema logístico nacional. 
1.1.6. Just In Time (JIT) 
 O just in time é a filosofia de se iniciar uma atividade (a produção) somente quando se verificar a 
necessidade dela (processamento do pedido). 
 “A filosofia do just in time requer a entrega ao cliente de pequenas quantidades, mais frequentemente no 
momento de sua necessidade. O desafio da gerência logística é encontrar meios pelos quais estas 
exigências possam ser satisfeitas, sem o aumento indesejável de custos. Poderão existir trade-offs, mas o 
objetivo tem que ser o aumento da eficiência dos custos totais da cadeia de suprimentos. (…) O princípio 
básico da logística do JIT é assegurar que todos os elementos da cadeia estejam sincronizados, devendo 
haver uma sinalização antecipada das necessidades de remessa e reabastecimento e, mais importante, o 
mais alto nível de disciplina de planejamento.” (Christopher, 1992). 
 A logística do JIT deve evitar a manutenção de estoques excessivos no fornecedor e otimizar as entregas 
substituindo uma série de entregas JIT em pequenas quantidades para um cliente por entregas 
combinando pedidos de vários fornecedores. 
 “A razão está no fato de a informação agora substituir estoques. A informação reduz a incerteza ao longo 
do sistema logístico, o que é benéfico tanto para o fornecedor como para o comprador.”(Ballou, 1993) 
 “A técnica Just-in-time é vantajosa quando (1) os produtos têm alto valor unitário e necessitam de alto 
nível de controle, (2) as necessidades ou demandas são conhecidas com alto grau de certeza, (3) os 
tempos de reposição são pequenos e conhecidos e (4) não há benefício econômico em suprir-se com 
quantidades maiores que as requeridas. 
1.1.7. Efficient Consumer Response (ECR) 
 A resposta eficiente ao consumidor tem como princípio básico as informações sobre a saída ou uso real 
do produto serem transmitidas ao fornecedor quase em tempo real. 
 “As decisões de fabricação e entrega são tomadas com base no conhecimento dos verdadeiros requisitos 
do consumidor final, investigando informações das etapas mais avançadas possíveis na cadeia de 
distribuição.” (Christopher, 1992) 
1.1.8. Comparação de desempenho (Benchmarking) 
 Define-se como o estudo comparativo entre organizações verificando-se como se dá a geração de valor 
para seus clientes, ou seja, é uma avaliação orientada para o processo, evidenciando elementos como a 
satisfação do cliente, o tempo de processamento, o custo do atendimento, etc. 
 “O benchmarking competitivo poderia ser definido como a medição contínua dos produtos, serviços, 
processos e práticas da companhia, em relação aos padrões dos melhores concorrentes e outras 
companhias que são consideradas líderes.” (Christopher, 1992). 
 O benchmarking do processo logístico é a avaliação comparativa de um fluxo de distribuição que 
começa com os fornecedores, passa pela indústria, por intermediários, distribuidores, vendedores e 
cliente final. 
1.2. Análise Crítica 
O processo logístico, que inicialmente foi pensado e utilizado para fins militares, vem sendo cada 
vez mais absorvido em sua concepção sistêmica pelos processos produtivos e comerciais. O 
desenvolvimento da logística, que teve seu impulso inicial fortemente determinado por necessidades 
militares, passa a evoluir de acordo com as demandas docomércio mundial, das inovações tecnológicas tanto 
de produto quanto de processo produtivo e de suas diferentes formas e necessidades de distribuição. 
Neste sentido, a evolução do pensamento logístico incorpora, de forma gradativa, aspectos 
adjacentes ao processo logístico, quer sejam eles administrativos, industriais, comerciais ou gerenciais, que 
traduzem uma maior absorção de elementos em um único sistema, tornando-o mais complexo não apenas por 
suas dimensões físicas globais como também por sua diversificação de áreas do conhecimento envolvidas. 
A princípio, quando se fala apenas em logística poderia se imaginar um processo quase linear de 
distribuição de bens e serviços por uma cadeia quer seja de abastecimento de tropas ou de consumidores em 
geral. A logística estaria representando todas as ações e planejamento necessários à execução destas tarefas. 
A partir da intensificação do uso do pensamento logístico para fins comerciais se solidifica o 
conceito de logística empresarial, delineando-se de forma mais nítida os objetivos das ações do processo: 
facilitar o fluxo de produtos e informações da matéria-prima ao consumidor final, com nível de serviço 
 
adequado ao cliente e com o menor custo possível. A visão se alarga para se pensar as necessidades da 
empresa além da produção em si, ou seja, adiciona-se suprimento + produção + distribuição = atendimento 
ao cliente. 
A competição acirrada entre os produtos determina preocupações adicionais sobre o desempenho 
empresarial levando a uma busca de melhorias em todo o processo produtivo. Desta forma, agiliza-se novas 
formas de trabalho em conjunto no âmbito das funções internas à cadeia produtiva, ou seja, as funções de 
transporte, armazenamento, manutenção de estoques, processamento de pedidos, comunicação e produção, 
promovendo a integração entre as atividades e privilegiando a visão de processo sobre a visão funcional. 
Neste caso, tem-se o conceito de logística integrada que focaliza principalmente a diminuição do custo total 
mais do que dos custos das funções parciais e se debruça sobre a análise dos trade-offs entre os componentes 
dos custos. 
A visão do gerenciamento da cadeia de suprimentos (supply chain management) vai ainda mais 
longe à busca de melhores condições de competitividade e de aumento de produtividade. A integração se 
expande além das fronteiras da empresa e é implantada nas relações com os fornecedores, produtores, 
distribuidores, varejistas e clientes. O principal instrumento para a implantação desta filosofia de 
gerenciamento do processo logístico é a troca de informação entre os participantes da cadeia logística, 
incluindo-se aí o usuário final. A partir deste pensamento, intensifica-se a estratégia de redução de estoques 
possibilitada pela comunicação constante entre os diferentes elementos da cadeia. 
O ponto máximo da busca pelo estoque zero traduz-se na filosofia do Just-in-time, desenvolvida 
principalmente pelos japoneses, que se orienta para alcançar a redução máxima entre o tempo de compra de 
um determinado produto e o tempo de sua produção. O principal elemento que diferencia este pensamento 
está no valor do tempo, o que levou a uma busca desenfreada pela rapidez desde o processamento do pedido 
até a produção, distribuição e entrega do produto. Destaca-se que este tipo de pensamento e procedimentos 
são adequados para alguns produtos, porém nem tão necessários para muitos outros. 
Esta constatação provocou a reação de diferentes indústrias e convencionou-se um novo conceito 
para dar respostas a diferentes mercados, de distintas características: a resposta eficiente ao cliente (Efficient 
Response Consumer – ECR). Esta resposta deve estar calcada nas necessidades reais do usuário final e na 
busca da satisfação do atendimento e para isto a investigação e análise dos mercados locais e das 
preferencias individuais são básicas e cruciais para o negócio. 
As técnicas de obtenção das informações sobre o cliente e o nível de atendimento foram sendo 
desenvolvidas e vem sendo divulgada a comparação de desempenho (benchmarking) como forma de se 
conseguir padrões mínimos de competitividade e se delinear os níveis de excelência dos parâmetros para 
uma mesma categoria de empresas. 
A evolução dos conceitos e das estratégias de atuação das diferentes empresas de diversas cadeias 
produtivas formam a cada dia um quadro mais complexo de relações que trazem para o âmbito mundial a 
incorporação dos problemas e das soluções dos processos produtivos e de movimentação e consumo desta 
produção. A abertura dos mercados, as empresas multi e transnacionais, a produção em diferentes países e as 
trocas multidirecionais tornam cada vez mais real a idéia de aldeia global e trazem o desafio de questões 
ainda mais complexas para serem tratadas por uma logística global. 
2. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS ATIVIDADES PRIMÁRIAS DA LOGÍSTICA E DO 
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA LOGÍSTICA. 
2.1. Características Básicas das Atividades Primárias da Logística. 
As atividades da logística podem ser subdivididas em atividades primárias e atividades de apoio. São 
consideradas atividades primárias: transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos. As 
atividades de apoio são: armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção, 
programação de produtos e manutenção de informação. Entre as características básicas das atividades 
primárias da logística destacam-se: 
2.1.1. Transportes 
Para a logística, o transporte significa uma das atividades mais importantes devido à necessidade de 
movimentação dos produtos em uma cadeia logística e da participação do componente de custo relativo a 
esta atividade atingir de um a dois terços do custo logístico total. A administração da atividade de transporte 
em um sistema logístico abrange desde as decisões sobre o modo ou modos de transporte, a rota a ser 
adotada, a utilização da capacidade dos veículos, até algumas vezes a definição do tipo de veículo, o número 
e a freqüência das viagens para atender a demanda. 
 
2.1.2. Manutenção de Estoques 
Os estoques também são responsáveis por uma parcela significativa dos custos logísticos, 
aproximadamente de um a dois terços. A agregação de valor que os estoques trazem a um produto tem a ver 
com o tempo de entrega da mercadoria, o que faz com que as decisões de armazenagem e localização destes 
estoques sejam parte decisiva da estratégia empresarial. 
Segundo Ballou (1993), “a administração de estoques envolve manter seus níveis tão baixos quanto 
possível, ao mesmo tempo que provê a disponibilidade desejada pelos clientes.” É importante salientar a 
correlação de custos entre transporte e estoques, cujo balanceamento faz parte de grande parte dos estudos da 
logística e é considerado uma arte da moderna administração. 
2.1.3. Processamento de Pedidos 
A importância maior da atividade de processamento de pedidos está em esta ser a atividade que 
inicia todo o processo logístico, apesar de, se comparada com as demais atividades primárias, ser de baixo 
custo relativo. Outra questão importante diz respeito ao tempo de recepção do pedido após ter sido 
solicitado. A velocidade da informação e as facilidades da comunicação fazem muita diferença por ajudarem 
no desembaraço e agilidade das demais atividades primárias. 
2.2. Características Básicas do Processo de Desenvolvimento da Logística. 
2.2.1. Antes de 1950 
O que caracterizava a forma de administrar as atividades logísticas era a sua fragmentação por outras 
áreas da empresa, compartimentando os interesses em áreas com objetivos conflitantes. Por exemplo, a 
atividade de transporte normalmente estava sob a responsabilidade do setor de produção enquanto os 
estoques eram controlados pela área de marketing e o processamento de pedidos situava-sebaixo as ordens 
da gerência de vendas ou finanças. 
2.2.2. Entre 1950 e 1970 
Este período se caracterizou por ser a fase de desenvolvimento de teorias e implantação prática de 
uma abordagem da logística de forma mais integrada entre suas atividades. Após alguns estudos específicos 
sobre custos de distribuição e sobre o comportamento do custo de transporte em relação ao custo de 
manutenção de estoques, foi destacada a importância de um novo conceito: o de custo total. Isto tornou 
facilitado o processo de redistribuição interna das atividades logísticas dentro da empresa. Outros fatores que 
contribuíram para um maior desenvolvimento da logística neste período foram: as alterações nos padrões e 
atitudes da demanda dos consumidores, a pressão por custos nas empresas, os avanços na tecnologia de 
computadores e a experiência militar adquirida. 
2.2.3. A partir de 1970 
A partir da década de 70 a logística se consolidou. A nova configuração do quadro econômico 
mundial de desaceleração do crescimento do mercado, aumento de inflação e menor crescimento da 
produtividade levaram à mudança de enfoque de estímulo da demanda para melhor administração dos 
suprimentos. As áreas de interesse foram concentradas em controle de custos, produtividade e controle da 
qualidade. As funções logísticas foram fortemente afetadas devido à importância crescente dos custos de 
transporte com a alta do petróleo e do custo de manutenção de estoques, com a elevação dos custos de 
capital. O interesse administrativo que a princípio se voltava apenas para redução de custos expandiu-se para 
a adequação dos conceitos logísticos em prol de maior competitividade. A visão das empresas vem se 
transformando e abrindo espaço para as atividades logísticas típicas e criando espaços de interface com as 
funções de produção e marketing para a atuação conjunta tais como formação de preços, embalagens, 
compras e programação da produção. 
3. VISÃO SISTEMÁTICA DA ANÁLISE LOGÍSTICA 
Para uma visão sistemática da análise logística faz-se necessário compreender o conceito de sistema 
total que também, em relação à logística, deverá progressivamente se tornar mais e mais abrangente. O 
sistema total é uma ótica de análise que amplia o foco para além das fronteiras da empresa e verifica o 
interesse não apenas da empresa vendedora como também da empresa compradora. Ou seja, da mesma forma 
que se analisa as compensações de custo internas a uma empresa, seu custo total, se verifica a conveniência 
de alguma medida estratégica para as empresas com que se negocia. 
 
Por outro lado, em cada situação, dependendo dos objetivos, deve-se ter uma noção clara do sistema 
a ser analisado. Segundo alerta Novaes (1994), o sistema é formado por componentes que interagem entre si 
e com o meio ambiente e, a classificação dos componentes ou subsistemas vai depender do objetivo que se 
tem em mente. Desta forma, a abordagem sistemática da análise logística também poderá abranger diversos 
escopos de sistema logístico dependendo do objetivo da análise. 
Por exemplo, a análise logística de uma determinada cadeia pode englobar a visão dos subsistemas 
de suprimento, produção, distribuição física, assistência técnica e reutilização. No entanto, em outros casos, 
estes subsistemas podem estar ainda mais subdivididos abrangendo diversas cadeias de abastecimento em 
muitos países diferentes caso se considere uma visão sistemática de logística global. 
Os subsistemas considerados para uma análise sistemática devem levar em conta as suas inter-
relações tendo em vista que as agregações dos ótimos dos subsistemas não coincide necessariamente com o 
ótimo do conjunto, ou seja do sistema em questão. 
4. ÓRGÃO GESTOR E SEU SISTEMA DE OBJETIVOS 
A concepção de um órgão gestor para integrar e coordenar as atividades dos diferentes modos de 
transporte no país tem como premissa se constituir em um sistema complexo, formado por diferentes 
componentes interconectados ou em interação dinâmica, dotados de uma organização e agenciados em 
função de um objetivo comum. 
O sistema de objetivos do órgão gestor consiste em: 
4.1. Finalidades: 
 Ser um órgão integrador e coordenador dos planos de ação do sistema de modos de transporte 
brasileiro; 
 Tornar-se um centro de informação e assistência técnica a todos os usuários e agentes econômicos do 
sistema. 
4.2. Metas: 
 Alcançar a competitividade de forma racional e adequada dos diferentes modos de transporte no 
âmbito nacional; 
 Estabelecer uma rede de informação e comunicação a nível nacional e regional; 
4.3. Objetivos: 
 Conseguir reduzir os custos logísticos através de uma ação compartilhada dos diferentes modos de 
transporte formadores do sistema. 
5. CUSTOS LOGÍSTICOS E A FUNÇÃO TRANSPORTE 
5.1. A importância dos custos logísticos na função transporte e nas atividades econômicas dos países. 
O transporte representa o componente mais significativo dos custos logísticos, ou seja, 
aproximadamente dois terços do total, enquanto os custos de manutenção de estoques participam com o terço 
restante. (Ballou, 1993). Considerando a variação que pode ocorrer entre estes dois componentes em função 
das estratégias de redução de estoques ou de ampliação da quantidade e redefinição de localização de centros 
de distribuição, seria mais correto afirmar que, entre as três atividades primárias da logística, os estoques e o 
transporte contribuem, cada um, com uma parcela entre um e dois terços dos custos logísticos totais, 
enquanto o processamento de pedidos tem uma participação mínima nos custos. 
Entretanto, há que se estar atento para as diferentes formas de avaliação e quantificação destes custos 
em função de um maior ou menor detalhamento de seus componentes. Por exemplo, Christopher (1992) 
relaciona em uma decomposição de custos logísticos cinco elementos: custos de transporte, estocagem, 
depósitos, entregas locais e processamento de pedidos. Este mesmo autor apresenta duas pesquisas sobre 
custos logísticos com metodologias diferentes. 
A primeira delas, sobre custos logísticos como porcentagem da receita de vendas (P-E International 
1991, Egham, Surrey, U.K.), aponta como elementos de custo: transporte, armazenagem, entrada do pedido, 
administração e estoque. 
A pesquisa seguinte, citada por Christopher (1992), analisa os custos por cliente em percentual (%) 
das vendas líquidas utilizando os seguintes elementos de custo: processamento do pedido, manutenção do 
estoque, separação e despacho, transporte e manuseio dentro da fábrica, fretes e comissões. 
Isto vem alertar para que apesar da análise de custos logísticos mostrar percentuais significativos dos 
custos totais, devem ficar claros os métodos empregados e os parâmetros de comparação tendo em vista que 
além da diferenciação entre seus componentes, estes podem estar referidos ao valor de venda dos produtos, e 
portanto à lucratividade, ou ao custo total de produção. 
 
Ballou (2005) cita algumas estimativas da relevância dos custos logísticos sobre a economia tais 
como serem estes responsáveis por: 
 15% do produto nacional bruto dos Estados Unidos; 
 19 a 22% das vendas líquidas de uma firma particular; 
 43% do valor agregado da indústria de petróleo; 
 39% do valor agregado da indústria química; 
 36% do valor agregado da indústria de alimentos e varejo em geral; 
 30% do valor agregado da indústria de papel; 
 26% do valor agregado da indústria de madeira; 
 20% do valor agregado da indústria automobilística e de materiais de construção; 
 18% do valor agregado da indústria metalúrgica; 
 17% do valor agregado da indústria de utensílios; 
 16% do valor agregado da indústria farmacêutica 
 12% do valor agregado da indústria de máquinas; 
 11% do valor agregado da indústria de borracha; 10% do valor agregado da indústria de equipamentos elétricos e têxteis; 
 8% do valor agregado das indústrias de vestuário, móveis e fumo; e 
 22,5% do valor agregado de todas as indústrias. 
No Brasil, as estimativas que vêm sendo apontadas são no sentido da grande ineficiência dos modos 
de transporte e das deficiências em diversos elementos da infraestrutura econômica. Convencionou-se 
chamar a esta situação crítica da infraestrutura nacional de “Custo Brasil”, tendo em vista os enormes 
prejuízos acarretados por ela quanto à competitividade brasileira junto ao mercado internacional, as 
dificuldades para garantir a economia de escala na produção e para a redução dos preços das mercadorias. 
5.2. Redução dos Custos Logísticos 
As principais estratégias para a redução dos custos logísticos iniciam seus estudos e planejamento 
através da análise logística. Isto vem sendo apontado por estudos internacionais quanto à visão de logística 
integrada e da utilização de conceitos tais como o gerenciamento da cadeia de suprimentos e outros. Por 
exemplo, um estudo realizado por A. T. KEARNEY aponta que as organizações integradas ampliam a sua 
lucratividade entre 1,9 e 2,4 pontos percentuais em relação a empresas não integradas. Christopher (1992) 
cita o caso da XEROX que após ter implantado a integração da cadeia de suprimentos conseguiu reduzir seus 
estoques em mais de U$ 700 milhões e seus custos logísticos diminuíram em U$ 100 milhões. 
A integração da cadeia de suprimentos promove o desenvolvimento da coprodução entre todos os 
atores da cadeia, desde os fornecedores até o usuário final. A partir da integração é possível: 
 Prazos de entrega mais curtos; 
 Promessas de entrega confiáveis; 
 Menos quebras na programação; 
 Níveis de estoque mais baixos; 
 Implantação mais rápida das modificações de projeto; 
 Menos problemas de qualidade; 
 Preços competitivos e estáveis; 
 Maior prioridade dada aos produtos. 
A análise logística tem como objeto de estudo o fluxo logístico e uma análise de custos logísticos 
tende a ter algumas incompatibilidades com a análise tradicional de custos, baseada em custo dos produtos. 
A análise dos custos logísticos necessita de uma desagregação maior que a análise tradicional para a 
identificação dos custos verdadeiros da prestação de serviço ao cliente em uma variedade de produtos em 
cada etapa do processo. Outro impedimento causado pela falta de análise de custos logísticos, agregados sob 
a ótica das funções logísticas, é o estudo dos trade-offs, tanto do ponto de vista de seus impactos sobre o 
custo total quanto sobre a receita de vendas. Isto implica na observação do conceito de custo total para a 
avaliação de ações em qualquer etapa do processo logístico. 
Segundo Christopher (1992), o sistema de custeio logístico deve refletir o fluxo dos materiais, ser 
capaz de identificar os custos resultantes do fornecimento de serviço ao cliente, possibilitar uma análise 
separada de custos e receitas, por tipo de cliente e por segmento de mercado ou canal de distribuição, e, 
exige uma orientação para resultados, ou seja, devem-se definir os produtos desejados do sistema logístico.

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