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Pododermatite asseptica difusa ou laminite em equinos - monografia

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Beatriz Michelini Lippi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
PODODERMATITE ASSÉPTICA DIFUSA OU LAMINITE EM EQUINOS 
(Equus caballus) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo-SP 
2008 
 
 
Beatriz Michelini Lippi 
 
FMU-FACULDADE METROPOLITANA UNIDAS 
ICS – INTITUTO DE CIENCIAS E SAÚDE 
 MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
MONOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
PODODERMATITE ASSÉPTICA DIFUSA OU LAMINITE EM EQUINOS 
(Equus caballus) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada, no 
curso de Medicina 
Veterinária/FMU, sob 
orientação do Professor 
Antonio Carlos Bolino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo-SP 
2008 
 
 
Beatriz Michelini Lippi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PODODERMATITE ASSÉPTICA DIFUSA OU LAMINITE EM EQUINOS 
(Equus caballus) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada no curso 
de Medicina Veterinária/FMU, sob 
orientação do Professor Antônio 
Carlos Bolino. 
Defendida e aprovada em 09 de 
dezembro de 2008, pela banca 
examinadora: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
_____________________________________________________________ 
Prof. Ms. Antônio Carlos Bolino 
FMU- Orientador 
_____________________________________________________________ 
Prof. Ms. Daniel Medes Netto 
FMU 
_____________________________________________________________ 
Prof. MV.Luiz Augusto Sibinelli Spolidoro 
RESIDENTE HOVET - FMU 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Dedico este trabalho aos 
meus pais Nair Gonçalves 
Michelini Lippi e Márcio de 
Paulo Lippi, meu irmão 
Eduardo Michelini Lippi e 
todas as pessoas que me 
ajudaram neste trabalho, 
também agradeço à minha 
primeira cachorra Kelly.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço a todas as 
pessoas que já me deram 
oportunidades para 
aprender mais, aos meus 
professores e todos que 
me ajudaram neste 
trabalho, em especial Dra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
 Página 
 
 
 
1. Introdução 11 
2. Anatomia 13 
 2.1. Ossos digitais do membro anterior do cavalo 13 
 2.2. Casco (Úngula) do cavalo 14 
 2.2.1 Definição 14 
 2.2.2 Forma do Casco 17 
 2.2.3 Parede córnea do casco 18 
 2.2.4 Face Solear 18 
 2.2.5 Regiões do casco 19 
 2.2.5.1 Limbo 19 
 2.2.5.2 Coroa 20 
 2.2.5.3 Parede do Casco 21 
 2.2.5.4 Sola (Solea) 22 
 2.2.5.5 Coxim digital 22 
 2.2.6. Cunha da Úngula ou ranilha 22 
3. Etiologia 23 
 3.1. Etiopatogenia dietética 25 
 3.2. Etiopatogenia mecânica 26 
 3.3. Etiopatogenia infecciosa 26 
 3.4. Etiopatogenia causas diversas 26 
4. Epidemiologia 27 
5. Fisiopatologia 27 
6. Sinais Clínicos 28 
7. Diagnóstico 33 
8. Tratamento 37 
9. Prognóstico 41 
10. Conclusão 41’ 
11. Referências Bibliográficas 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lista de Figuras 
 
FIGURA 1 Fotografia de uma secção sagital do casco de um cavalo normal 
ilustrando a falange distal (FD), falange média (FM), articulação 
interfalangeana distal (AID) e parede interna do casco (PIC) 
15 
5 
 
 
 
 
 
FIGURA 2 Fotografia de um casco de um cavalo normal ilustrando a interface 
do tecido laminar (TL) entre a superfície de falange distal (FD) e a 
parede interna do casco (PIC 
16 
 
 
 
 
 
FIGURA 3 Fotografia de uma imagem microscópica do tecido laminar ilustrando 
a disposição sinuosa das lamelas dérmicas aderidas às lamelas 
epidérmicas, com respectivas lamelas primárias e lamelas 
secundárias 
16 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 4 Lâmina dérmica e epidérmica do casco eqüino 17 
 
 
 
 
 
FIGURA 5 Fotografia de um casco ilustrando a região da sola onde 
normalmente um cavalo com laminite apresenta um elevado grau de 
dor (cruzes vermelhas) 
29 
 
 
 
 
 
FIGURA 6 Fotografia de um cavalo com laminite ilustrando a postura e 
andamento típicos desta doença 
29 
 
 
 
 
 
FIGURA 7 Fotografia de uma secção sagital do casco de um cavalo afetado 
com laminite ilustrando a rotação da falange distal (FD) causada pela 
rotura do tecido laminar (TL) com conseqüente separação entre a 
falange distal e a parede do casco (PIC). Note-se a concavidade 
(seta amarela) na sola causada pela pressão exercida pela falange 
distal 
30 
 
 
 
 
 
FIGURA 8 Distrofia necrótica do casco por laminite: evidência da rotação da 
falange distal - (A) necrose laminar com descolamento entre as 
lâminas dérmica e epidérmica; (B) evidente necrose do tecido 
laminar, ápice em sentido ventral com perfuração da sola 
31 
 
 
 
 
 
FIGURA 9 Radiografia A – Cavalo normal: Nota-se que a superfície externa da 
falange distal é paralela à superfície da parede do casco ao longo de 
todo o comprimento 
35 
 
 
 
 
 
FIGURA 10 Radiografia B – Cavalo com laminite: Devido à rotura do tecido 
laminar, a falange distal separouse da parede do casco e sofreu 
rotação. Isto é evidenciado radiograficamente ao verificar-se um grau 
de divergência entre a parede do casco e a superfície da falange 
distal, que deixaram de ser paralelas 
35 
 
 
 
 
 
FIGURA 11 Angulação do casco com a terceira falange 36 
 
 
 
 
 
FIGURA 12 Lâminite aguda tendendo a cronicidade 36 
 
 
 
FIGURA 13 Cavalo com laminite submetido ao exame de termografia 37 
 
 
 
 
 
FIGURA 14 Lily Pads 39 
 
 
 
 
 
FIGURA 15 Ferradura ortopédica frequentemente usada em cavalos com 
Laminite 
39 
 
 
 
 
 
FIGURA 16 A A aplicação de material acrílico (Equi-Pak) para suportar a ranilha e 
porção posterior da sola num cavalo com laminite. Fig. 16 B: Produto 
final 
40 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 17 A Placa de esferovite antes de ser aplicada ao casco com fita adesiva, 40 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 17 B Produto final após aplicação 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
 
 
 Pododermatite asséptica difusa ou laminite é uma doença que acomete o casco eqüino, é de 
causa multifatorial, a qual possui uma etiologia e patogenia não completamente compreendidas, 
diversas doenças sistêmicas podem causá-la e resultar na inflamação dos tecidos lamelares, 
podendo haver rotação da terceira falange, o que é um processo extremamente doloroso. Seus sinais 
clínicos variam de acordo com o progresso e severidade. Uma forma sub-clínica é comum. O 
diagnóstico pode ser muito simples mas, se não diagnosticada precocemete é uma doença 
potencialmente perigosa, levando o animal a eutanásia. O objetivo do diagnóstico e o tratamento 
precoce é evitar que a doença chegue a um estado avançado.Abstract 
 
 
 
 
 Pododermatitis aseptica diffusa or laminitis is a disease that affects the horse hoof, is 
concerned multifactorial disease of which the etiology and pathogenesis are not completely 
understood any systemic disease can cause it and result in inflammation of the lamellar, and there 
rorotation of the third phalanx which is very painful process. His clinical signs are variable in their 
progress an severity, and a subclinical form is common. The diagnosis can be very simple, but if not 
diagnosed in time is potentially dangerous disease leading to the animal euthanasia. The goal of early 
diagnosis and treatment is to avoid the disease reaches an advanced stage. 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 A Laminite (também conhecida por aguamento ou pododermatite asséptica 
difusa) é uma doença com efeitos potencialmente devastadores que afeta o 
pododerma dos cavalos. O nome da doença provém dos tecidos afetados que são 
as estruturas laminares submurais do casco, também conhecidas por lamelas ou 
lâminas. 
 A laminite é uma doença que resulta geralmente na inflamação dos tecidos 
laminares. Uma das conseqüências do processo inflamatório é a perda de função 
das estruturas afetadas. De fato, o que acontece em caso de laminite é a diminuição 
da adesão entre a parede interna do casco e a falange distal. A força do peso do 
cavalo é transmitida através da falange distal até a interface do tecido laminar, 
resultando na separação das lamelas. Na prática, a falange distal separa-se da 
parede do casco, exercendo pressão sobre a sola. Nestas situações, diz-se que a 
falange distal sofreu “rotação” ou que “afundou”, conforme o grau de separação. 
Este processo é extremamente doloroso para o cavalo, uma vez que ele tem 
necessidade de continuamente apoiar o peso do seu corpo nos cascos. A única 
forma que o cavalo tem de aliviar as forças de tensão exercidas no casco durante o 
processo da laminite é deitar-se. No entanto o que freqüentemente acontece é que 
estes animais normalmente hesitam em deitar-se porque o ato de se deitarem, e 
principalmente levantarem, torna-se demasiado doloroso. 
 As maiorias dos casos de laminite estão associadas com fatores nutricionais, 
estados de hipovolemia, infecções e traumatismo do casco. Apesar do enorme 
progresso verificado no estudo desta doença nas duas últimas décadas o 
mecanismo exato de como a laminite ocorre nos cavalos não é ainda 
completamente compreendida nos dias de hoje. 
 Uma das causas mais freqüentemente reconhecidas é a ingestão em excesso 
repentino de hidratos de carbono (glúteos ou açúcares) na dieta; na ração, 
concentrado ou sob a forma de pastagem. Cavalos obesos estão mais predispostos 
a sofrerem de laminite e apresentam um prognóstico ruim, quando comparados com 
animais magros ou de condição física normal. Qualquer doença sistêmica que cause 
estresse e debilidade; principalmente infecções do sistema respiratório 
(pleuropneumonia) e do sistema digestório (peritonite) pode resultar em laminite. 
Outro exemplo comum, no caso de éguas, são as infecções do útero (metrite) 
 
 
causadas por retenção placentária. Outra causa freqüente é o traumatismo do 
casco. Isto pode ocorrer por dois modos: concussão repetitiva por trabalho 
excessivo, principalmente em superfícies duras e com ferrageamento inadequado; 
ou por excesso de apoio de peso quando o cavalo apresenta uma claudicação 
severa em que não apóia um dos membros e conseqüentemente tem de apoiar o 
peso do seu corpo nos demais membros. Isto vai sobrecarregar os cascos, 
principalmente dos membros anteriores, com resultante excesso de tensão no tecido 
laminar, podendo levar à ruptura das lamelas, desencadeando o processo de 
laminite. 
 Existe também uma forte associação entre a administração de medicamentos 
corticoesteróides (cortisona) e o desenvolvimento de laminite. A laminite é também 
uma seqüela freqüente em animais afetados com doença de Cushing. 
 O diagnóstico da laminite é obtido com base nas manifestações clínicas 
típicos da doença, e deve ser complementado com o exame radiográfico dos 
cascos. 
 A laminite deve ser considerada uma emergência médica. Esta doença pode 
ter efeitos potencialmente devastadores, uma vez que, em estado avançado, o grau 
de destruição do casco e conseqüente grau de dor podem levar a eutanásia como 
única opção para aliviar o sofrimento do animal. Posto isto, o objetivo principal ao 
tratar esta doença deve ser evitar a progressão para um estado avançado, tentando 
minimizar o grau de destruição dos tecidos laminares afetados. Ao longo dos anos, 
têm sido aplicados variados tipos de tratamentos aos cavalos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. ANATOMIA 
2.1. Ossos digitais do membro anterior do cavalo 
 Os ossos digitais do membro anterior do eqüino estão reduzidos somente a 
um dedo, a terceira radiação. Assim sendo estão formados (KONIG, LIEBICH, 
2002): 
 - a falange proximal 
 - a falange média 
 - a falange distal 
 - três ossos sesamóides (dois proximais e um distal – o osso navicular) 
 A falange proximal apresenta a forma de um cilindro comprimido no sentido 
dorso palmar, cuja base proximal é mais forte em comparação com a cabeça distal. 
Na superfície palmar, obeservam-se linhas nessa falange – o trígono da falange 
proximal (KONIG, LIEBICH, 2002). 
 A falange média assemelha-se à falange proximal. A superfície articular 
dorsal encaixa-se na área curva da superfície articular distal da falange proximal e 
divide-se, através de uma crista sagital, em duas fossas (KONIG, LIEBICH, 2002) 
 A falange distal apresenta uma cartilagem ungueal de cada lado e o osso 
sesamóide distal posicionado em sentido proximal e palmar. Diferenciam-se uma 
superfície parietal, uma solear e uma face articular, uma margem solear, no encontro 
entre as superfícies da parede e da sola, e uma margem coronal, que contorna as 
superfícies articular da parede. Na margem coronal, projeta-se um processo 
extensor. A margem solear retrai-se no plano longitudinal mediano na crena da 
margem solear. Em sentido palmar, surge de cada lado um processo palmar medial 
e lateral, que é dividido por uma incisura do processo palmar em um ângulo proximal 
e um distal. Frequentemente, neste local é formado somente um forame (KONIG, 
LIEBICH, 2002). 
 A face parietal forma uma face convexa, apresentando em sentido caudal, 
várias rugosidades, e uma superfície lateral, a qual é perfurada por um número 
muito grande de orifícios; encontram-se, ainda, vasos sanguíneos nos sulcos dessa 
parede. 
 A face solear é dividida por uma linha semilunar em um plano dérmico cranial 
e em uma face flexora palmar para a inserção distal do tendão do músculo flexor 
digital profundo. A face articular conecta-se com a tróclea da falange média em 
 
 
sentido palmar com o osso sesamóide. Um sulco bastante marcado e nítido 
prolonga-se no forame solear e no canal solear (KONIG, LIEBICH, 2002). 
 Dois ossos sesamóides estão presentes na extremidade proximal da 
articulação da falange proximal. Eles são triangulares, em forma piramidal, e estão 
em conexão entre si e com a falange proximal através de ligamentos. A face dorsal 
encaixa-se com a sua superfície côncava na cavidade da articulação da falange 
proximal. Na face abaxial, o ligamento sesamóideo proximal bifurca-se nos ramos 
extensores lateral e medial que se inserem no tendão do músculo extensor digital 
comum (KONIG, LIEBICH, 2002). 
 O osso sesamóide distal ou osso navicular apresenta sua margem distal 
convexa unida firmamente à falange distal através de um ligamento. Em sentido 
palmar, sua superfície dorsal articula-se com essa falange.A margem proximal é 
linear, e a superfície palmar serve como superfície de deslizamento ao tendão do 
músculo flexor digital profundo (KONIG, LIEBICH, 2002). 
 A cartilagem ungueal é par e representa uma lâmina cartilagínea fibrosa, na 
qual podem ser diferenciados um longo ângulo proximal e distal, e um curto ângulo 
dorsal e palmar. A lâmina contém uma face convexa abaxial e uma face côncava 
axial. A cartilagem é unida aos processos lateral e medial. Em sentido palmar, ela 
eleva-se livremente sobre a falange distal. A metade distal posiciona-se diante da 
cápsula articular; a metade proximal sobrepõe-se à margem coronal da cápsula e 
alcança a metade da falange média (KONIG, LIEBICH, 2002). 
 
2.2. Casco (Úngula) do cavalo 
 O casco é o envoltório córneo do órgão digital do cavalo. A redução de 
apenas um casco para cada membro exige uma estrutura capaz de assegurar total 
proteção ao órgão digital. A integridade e saúde é, por isso, para o cavalo, que se 
apóia na extremidade do terceiro dedo, de especial importância, senão mesmo vital 
(KONIG, BUDRAS, 2002). 
 
2.2.1 Definição 
 O casco, em uma definição restrita, é tido como envoltório córneo e pouco 
elástico. Em uma visão mais ampla, clinicamente usada, pode-se considerar também 
as partes de apoio internas envolvidas pelo casco, isto é, a porção distal da falange 
média, o osso sesamóide distal, a falange distal e as cartilagens ungulares mediais e 
 
 
laterais, que a ela aderem em todos os membros locomotores, bem como a 
podotróclea, constituída pelo osso sesamóide distal, pela bolsa podotroclear e pela 
área de inserção do tendão do músculo flexor digital profundo (KONIG, BUDRAS, 
2002). 
 
 
Fig. 1: Fotografia de uma secção sagital do casco de um cavalo normal 
ilustrando a falange distal (FD), falange média (FM), articulação interfalangeana 
distal (AID) e parede interna do casco (PIC). Fonte: Adaptação de Cruz (2007). 
 
 
 A superfície da falange distal é aderida à porção interna do casco através 
deste tecido conjuntivo especializado que é o tecido laminar (Fig.2). O Tecido 
laminar é constituído por duas camadas principais: as lamelas epidérmicas (camada 
externa) e as lamelas dérmicas (camada interna) (Fig.4). De modo a aumentar a 
superfície de adesão entre estas estruturas, o tecido laminar está disposto numa 
forma sinuosa sendo constituído por lamelas primárias e lamelas secundárias. A 
disposição da arquitetura do tecido laminar pode ser verificada quando este é 
analisado ao microscópio (Fig.3). 
 
 
 
 
Fig.2: Fotografia de um casco de um cavalo normal ilustrando a interface 
do tecido laminar (TL) entre a superfície de falange distal (FD) e a parede 
interna do casco (PIC). Fonte: Adaptação de Cruz (2007). 
 
 
 
 
 
Fig.3: Fotografia de uma imagem microscópica do tecido laminar 
ilustrando a disposição sinuosa das lamelas dérmicas aderidas às 
lamelas epidérmicas, com respectivas lamelas primárias e lamelas 
secundárias. Fonte: Adaptação de Cruz (2007). 
 
 
 
Fig.4: Lâmina dérmica e epidérmica do casco eqüino. 
Fonte: http://culturamascalcia.org/wp-content/uploads/foto_sito/lamine_1.jpg
 
 
2.2.2 Forma do Casco 
 Os cascos de potros recém nascidos são semelhantes nos quatro membros. 
Só no seu desenvolvimento, nos primeiros meses de vida, ocorre a configuração da 
forma do casco, característica para os eqüinos adultos, que torna possível uma 
diferenciação entre os cascos dos membros torácicos e dos membros pélvicos. A 
limitação de movimentos do potro pode determinar deformidades do casco (KONIG, 
BUDRAS, 2002). 
 No cavalo adulto, o ângulo dorsal digital nos cascos dos membros torácicos 
compreende de 45 a 50°; nos cascos dos membros pélvicos atingem, entretanto, de 
50 a 55°. As porções laterais da parede do casco são medialmente mais íngremes 
ao solo do que lateralmente, de onde é possível uma identificação entre o casco 
esquerdo e o direito. A área solear do casco do membro torácico é circular, e, no dos 
membros pélvicos, tem a forma elíptica (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 
 
2.2.3 Parede córnea do casco 
 A parede do casco, com uma inclinação do estojo córneo, é delimitada em 
diversas seções, cujos limites correm paralelamente ao eixo longitudinal dos túbulos 
da coroa (KONIG, BUDRAS, 2002): 
 - a parte dorsal é limitada por duas linhas imaginárias, que correm em ângulo 
 de 45° com o eixo longitudinal; 
 - as partes laterais e mediais aderem palmar e plantarmente até uma linha 
 oblíqua imaginária coincidente com o diâmetro transversal da sola; 
 - as partes caudais laterais e mediais formam a parte palmar e plantar da 
 parede respectivamente até a sua inflexão nas margens 
 palmar/plantar lateral e medial;e 
 - a parte inflexa lateral e medial. 
 
2.2.4 Face Solear 
 A face solear do estojo córneo apresenta as seguintes partes (KONIG, 
BUDRAS, 2002): 
 - margem solear; 
 - porção córnea da sola; 
 - cunha córnea;e 
 - toro digital. 
 A margem solear, como suporte da carga da parede do casco, é parte 
decisiva da superfície de contato do casco, na qual incide o peso do corpo. Na parte 
interna, adere a ela a sola córnea côncava, cujo pedúnculo solear, projetando-se do 
corpo solear apical, prolonga-se até os ângulos parietais palmares e plantares 
laterais e mediais (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 A cunha córnea, limitada pelos sulcos paracuneais laterais e mediais, situa-se 
entre os pedúnculos soleares. Em corte transversal, aparece em forma de W, onde a 
retração média do W corresponde ao sulco central da cunha, e as pontas dirigidas 
para fora, aos dois pedúnculos cuneais lateral e medial (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 Apicalmente, estes se unem, formando o ápice cuneal. Observando-se o 
estojo córneo internamente, o sulco cuneal médio forma uma elevação, a crista 
cuneal. A cunha, com os seus pedúnculos cuneais, dependendo da forma do casco, 
suporta o peso do corpo no ato de pisar. Em sua base cuneal a ranilha transforma-
se no coxim córneo. Este, lateralmente, possui em continuação com os pedúnculos 
 
 
cuneais, as partes laterais e mediais do coxim, que são separadas do sulco cuneal 
central (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 
2.2.5 Regiões do casco 
 Das regiões do casco, só após a exungulação, limitam-se nitidamente no lado 
interno do estojo córneo e na superfície da derme os três segmentados proximais 
(KONIG, BUDRAS, 2002) : 
 - limbo 
 - coroa 
 - parede do casco 
 Entre o limbo e a coroa, ambos circundando em forma de faixa a 
semicircunferência do casco, posiciona-se o sulco do limbo (KONIG, BUDRAS, 
2002). 
 Na superfície da base estão limitados (KONIG, BUDRAS, 2002): 
 - a sola, no seu arqueamento côncavo e 
 - o coxim digital, que, no eqüino, é dividido no cúneo apical e no coxim 
 proximal. 
 
2.2.5.1 Limbo 
 O limbo é uma faixa de poucos milímetros de largura abaixo da inserção do 
pêlo, passando palmar e plantarmente para o coxim (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 Seu tecido subcutâneo é modificado para o seu coxim e segue palmar e 
plantarmente para parte tórica do púlvino digital (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 A derme do limbo é formada em sua superfície por papilas delgadas, de 
poucos milímetros de comprimento (KONIG, BUDRAS, 2002) 
 Por sua vez, sua epiderme forma uma arquitetura em túbulos que esmaece 
em sentido distal. Proximalmente, abaixo da inserção do pêlo, o cório do limbo forma 
uma saliência córnea amarelo-acastanhada, cujas células irrompem do envoltório 
celular (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 A partir daí, em sentido distal o cório do limbo é empurrado para baixo como 
uma camada de esmalte cinzenta semelhante à telha, sendo desgastado até 
alcançar a metade da parede.O cório do limbo tem a função de um reservatório de 
umidade, uma vez que as células e o aglutinante intercelular retêm umidade por 
embebição, mantendo-o situado abaixo, úmido e elástico. Além disso, possui uma 
 
 
função seladora. Seu aglutinante intercelular contém elevada concentração de 
lipídeos que, como um creme hidratante, conservam seu teor de umidade. A 
lubrificação da parede do casco, não a da sola nem a da ranilha, com gorduras 
apropriadas para o casco, representa, por isso, uma renovação adequada (KONIG, 
BUDRAS, 2002). 
 
2.2.5.2 Coroa 
 A coroa é uma faixa de até 15 mm de largura que adere proximalmente ao 
limbo. O tecido subcutâneo da coroa é reforçado para um espesso coxim coronário 
que forma a base da saliência coronária. (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 A derme coronária projeta com papilas de até 8 mm de comprimento, dirigidas 
distalmente e ordenadas em fila, mais fortes do que as papilas do limbo ou períoplo 
(KONIG, BUDRAS, 2002). 
 A epiderme da coroa possui uma marcante arquitetura tubular. Seu cório 
coronário é marcado por forte resistência à pressão e à tração, sendo movimentado 
paralelamente à face parietal da falange distal, em direção distal, formando o estrato 
médio da parede do casco, com cerca de 1,2 cm de espessura que, em razão de 
sua resistência mecânica, é também chamado de camada de proteção (KONIG, 
BUDRAS, 2002). 
 O segmento córneo coronário da parede apresenta uma camada interna, uma 
média e uma externa, cada uma constituída por um determinado tipo de túbulos. 
Externamente predominam túbulos com diâmetro oval oblíquo. Na camada externa e 
média, o córtex tubular compõe-se de células córneas superpostas semelhantes, e 
uma casca de cebola, que apresenta alta estabilidade contra as forças de pressão 
radial dirigidas de fora para dentro. A camada interna de estrato córneo constitui-se 
de túbulos córneos cilíndricos, cujo córtex contém células córneas fusiformes, 
ordenadas longitudinalmente. Esse tipo de túbulos recebe forças de pressão, que 
atuam, sobretudo em direção proximodistal, como se fosse um amortecedor 
(KONIG, BUDRAS, 2002). 
 Na região do limite entre os dois tipos de túbulos, isto é, entre as camadas 
média e interna do cório coronal, ocorrem leves fissuras que levam à formação de 
espaços na parede. Um cravo aplicado no casco não encontra ótima fixação nessa 
região (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 
 
 
2.2.5.3 Parede do Casco 
 A parede situa-se sobre a camada do cório coronário, sendo coberta no seu 
terço proximal pelo limbo ou períoplo (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 A derme parietal está diretamente unida à superfície parietal do casco por seu 
estrato reticular (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 A derme lamelar é formada por cerca de 600 lamelas dérmicas primárias, com 
direção proximodistal e comprimento médio de 3,5 mm. Complementarmente, 
existem cerca de 110 lamelas dérmicas secundárias, também de direção 
proximodistal. Algumas papilas da crista proximal têm a sua origem no ápice das 
lamelas primárias. As papilas córneas distais encontram-se próximas da 
extremidade das lamelas, em continuação com as papilas terminais digitiformes, 
com as quais termina a lamela (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 A epiderme parietal é formada por lamelas epidérmicas primárias e 
secundárias, correspondendo à forma das papilas córneas. Apenas a lamela 
epidérmica primária possui centralmente um estrato córneo – a lamela córnea. As 
lamelas córneas são deslocadas em direção distal através de constante divisão 
celular, sendo visíveis na zona branca como riscos brancos e estreitos. Sobre os 
ápices das lamelas dérmicas primárias forma-se, pela epiderme parietal, o estrato 
córneo externo cujos poucos túbulos córneos quase sempre esmaecem antes de 
alcançar a margem solear (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 As extremidades lamelares da epiderme parietal apresentam papilas córneas, 
ao contrário da epiderme parietal restante, conforme o tipo de cornificação macia. 
Surgem as papilas terminais, cujos túbulos córneos espessos possuem espaços 
medulares muito amplos. Após sua movimentação em direção distal, é visto na zona 
branca como tecido córneo amarelo-castanho, que preenche os intervalos entre as 
lamelas córneas. O cório parietal – a camada de união da epiderme laminar – forma 
a união de tração e carga entre o cório coronário e o segmento parietal, firmemente 
unido a falange distal. As células córneas das lamelas especialmente alongadas, 
esponjosas, com seu alto teor de água em seus espaços internos, apresentam a 
elasticidade de uma almofada d’água subcâmara e são dispostos ao longo do estojo 
córneo, em sentido oblíquo (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 A zona branca (linha Alba) faz uma união discretamente distensível entre o 
córeo coronário e o córeo solear. Sua largura corresponde à altura das lamelas 
córneas. A construção heterogênea do estrato córneo lamelar macio faz da zona 
 
 
branca um ponto fraco da parede do casco em sua função como barreira contra 
agentes mecânicos, químicos e biológicos. A medula tubular dos túbulos córneos 
terminais, que precocemente se decompõe, é a parte mais fraca da zona branca 
contra correntes líquidas ascendentes predispondo a uma ascendente colonização 
de germes (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 
2.2.5.4 Sola (Solea) 
 O segmento solear com seu tecido córneo de superfície côncava se situa 
junto à margem solear, internamente, e participa, ao contrario do casco, apenas com 
a sua margem externa ao apoio no solo. Não existe uma tela subcutânea. 
 A derme solear assenta-se firmemente sobre a fáscia solear da falange distal. 
Sua superfície é ocupada com papilas alongadas, um pouco inclinadas, em direção 
apical (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 A epiderme solear possui arquitetura tubular. A espessura de seu estrato 
córneo varia muito regionalmente em torno de valores médios de cerca de 1 cm. A 
porção córnea da sola é mais espessa no limite com a zona branca, razão pela qual 
esta é ancorada. As camadas profundas do cório solear compõem-se de lamelas 
firmemente unidas entre si, capazes de serem cortadas, semelhantes ao cório 
coronário, porém menos firmes. Na superfície externa, o estrato córeo fragmenta-se, 
apresentando um aspecto de fissuras esfoliativas e uma coloração branco-
acinzentada, com manutenção do arqueamento solear natural (KONIG, BUDRAS, 
2002). 
 
2.2.5.5 Coxim digital 
 O coxim digital apresenta, como o casco, uma porção apical (distal) e uma 
proximal. A ranilha situa-se entre os pedúnculos soleares. O coxim proximal 
corresponde à base digital do casco, dirigindo-se para o limbo e a pele coberta de 
pêlos (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 
2.2.6. Cunha da Úngula ou ranilha 
 A ranilha é a estrutura amortecedora mais importante do órgão digital. Sob 
carga, sua forma em W, visível em um corte transversal, é achatada sob absorção 
de impacto, ou seja, é distendida pela sua natureza flexível. A elasticidade de cunha 
 
 
possibilita, na fase de suspesão do casco, o retorno para a sua forma original 
(KONIG, BUDRAS, 2002). 
 O tecido subcutâneo espessado da porção cuneal do coxim digital reforça 
ainda as características amortecedoras da cunha (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 A derme, ou cório cuneal, apresenta vilosidades de configuração espiralada 
que possuem menor comprimento do que as papilas soleares (KONIG, BUDRAS, 
2002). 
 A epiderme cuneal não cornifica, como a epiderme da margem proximal do 
casco, sobre um estrato granuloso. O cório cuneal possui uma consistência retrátil 
devido às suas vilosidades espiraladas, que correspondem aos túbulos córneos da 
epiderme cuneal, também de forma espiralada (KONIG, BUDRAS, 2002). 
 
3. ETIOLOGIA 
 A laminite é definida como inflamação dalâmina sensitiva do casco, 
causadora de degeneração e necrose das lâminas dérmicas e epidérmicas do 
casco. Apesar de correta, é uma definição simplificada da seqüência complicada de 
eventos que resultam em diferentes graus de quebra da interdigitação entre as 
lâminas dérmicas e epidérmicas, culminando na rotação ou no deslocamento distal 
da terceira falange (MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 Ainda que não exista correlação com idade, sexo e peso, os pôneis são mais 
suscetíveis, e os eqüinos que apresentam laminite crônica são freqüentemente mais 
velhos e do sexo feminino. A laminite normalmente afeta ambos os cascos dos 
membros torácicos, mas todos os cascos ou somente um pode ser acometido 
(MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 A laminite pode resultar de uma variedade de eventos patológicos que 
envolvem outros sistemas do organismo, principalmente o gastrointestinal. Entre os 
fatores predisponentes, pode-se citar o excesso de ingestão de carboidratos, a 
síndrome cólica, as diarréias e as infecções graves, como peritonite, 
pleuropneumonia e endometrite. Também já foram citadas como causas 
predisponentes a ingestão de algum tipo de gramíneas, exercício intenso, trabalho 
em piso duro, transporte prolongado e terapia prolongada com corticosteróides 
(MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 Apesar dos diversos mecanismos propostos para esclarecer a degeneração 
laminar, a patogênese da laminite permanece desconhecida. Sabe-se, contudo, que 
 
 
o resultado final do processo inclui hipoperfusão do dígito levando a isquemia, 
necrose e edema das lâminas (MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 Sendo assim, após décadas de estudo, a causa exata da quebra de 
interdigitação laminar no casco eqüino ainda é debatida entre os pesquisadores. 
Uma explicação unânime é que o fluxo de sangue laminar é interrompido em algum 
local, causando necrose isquêmica do tecido. Com essa falta de oxigênio e de 
energia para manter a adesão entre as células epidérmicas laminares e sua 
membrana basal, a estrutura é quebrada. No entanto, a literatura sobre laminite 
divide-se em relação à causa primária dessa interrupção de perfusão laminar 
(MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 As causas propostas para isquemia tecidual incluem microtromboses 
induzidas por endotoxemia, alteração na dinâmica vascular e ativação da destruição 
enzimática da membrana basal laminar (MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 Os trabalhos que tentaram relacionar endotoxemia, disfunção da coagulação 
e formação de microtrombos na vascularização laminar não foram claros. No 
entanto, existe uma correlação direta entre laminite e endotoxemia, ou seja, eqüinos 
que exibem clinicamente sinais de endotoxemia possuem grande chance de 
desenvolver laminite (MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 A hipótese de alteração na dinâmica vascular inclui trabalhos que comprovam 
o aumento ou a diminuição do fluxo sanguíneo no casco, ou trabalhos nos quais a 
perfusão digital diminui apesar de o fluxo total de sangue aumentar via “shunts” 
arteriovenosos (MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 Deve-se salientar que poucos trabalhos estudaram a circulação digital durante 
a fase de desenvolvimento da laminite. Segundo “Pollitt”, existe a evidencia de que, 
durante a fase de desenvolvimento da laminite, ocorre vasodilatação no casco e a 
laminite não acontecerá se no casco existir vasoconstrição. Nesses estudos, não 
foram encontrados necrose de células epidérmicas, edema, coagulação 
intravascular ou microtrombos na fase prodrômica da laminite (MIKAIL, PEDRO, 
2006). 
 Outra hipótese para a isquemia digital são o dano e a morte das células 
epidérmicas, decorrentes da destruição enzimática da membrana basal. Essa teoria, 
baseada na ativação descontrolada das metaloproteínases 2 e 9 ou na dissolução 
dos hemidesmossomas, altera a teoria de que a laminite se inicia por causa da 
necrose isquêmica laminar decorrente de uma interrupção do fluxo sanguíneo. 
 
 
Acredita-se que a ativação descontrolada das metaloproteínases é conseqüente à 
chegada local de fatores desencadeantes, como endotoxinas, e que a dissolução 
dos hemidesmossomas ocorre por causa da alteração no metabolismo da glicose. 
(MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 Com a destruição da membrana basal, estrutura que liga a epiderme do casco 
ao tecido conjuntivo da falange distal, ocorre a separação das lâminas dérmicas e 
epidérmicas. Conforme a membrana basal e o tecido conjuntivo entre as lâminas 
epidérmicas secundárias desaparecem, os capilares também são destruídos. Sem 
os capilares na circulação laminar, ocorre a abertura dos “shunts” arteriovenosos e a 
mudança drástica da circulação do casco (MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 A fase de desenvolvimento da laminite ocorre durante 30 a 40 horas antes do 
aparecimento da dor nos cascos. Nessa fase, os fatores desencadeantes da laminite 
atuam no tecido laminar, levando à separação e à desorganização de sua anatomia. 
Após o aparecimento da dor, a laminite pode ser dividida em aguda e crônica, sendo 
que a laminite aguda ainda pode ser subdividida em subaguda, aguda e refratária 
(MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 
3.1. Etiopatogenia dietética 
 A ingestão de grãos ou concentrado maior do que a quantidade 
organicamente tolerável no eqüino constitui-se em um fator preponderante no 
desencadeamento da laminite. Apesar da oferta quantitativa poder variar, uma vez 
que, estes animais podem desenvolver tolerância, quanto a ingestão de grandes 
quantidades de grãos (GARNER, 1980; STASHAK, 2002). Dentre os grãos, uma 
maior utilização e inter-relação com laminite, o consumo de milho, aveia e trigo. Bem 
como, geralmente associados ao desencadeamento de indigestão ou gastrenterite, 
onde a histidina produzida na digestão é transformada em histamina, principal 
substância vasoativa na circulação dos cascos. (HUNT, 1993; THOMASSIAN, 2005).
 A ingestão de excesso de carboidratos altera o equilíbrio bacteriano no 
interior do ceco, resultando em um aumento das bactérias produtoras de ácido 
láctico, principalmente Lactobacillus e Streptococcus. O aumento no ácido láctico e a 
diminuição no pH quebram a parede celular das bactérias gram-negativas resultando 
na liberação de lipopolissacarídeos vasoativos (endotoxinas). Acredita-se que a 
redução do pH do ceco e a presença da endotoxina seriam as responsáveis pela 
quebra da barreira da mucosa, possibilitando a absorção da toxina e o 
 
 
desencadeamento dos demais fenômenos etiopatogênicos (GARNER, 1980; 
STASHAK, 2002; THOMASSIAN,2005; SOUZA, 2007). 
 Eqüinos que apresentam laminite por pasto, geralmente estão acima do peso 
ideal, sendo comum entre cavalos que pastam durante o verão ou que apresentam 
uma grande crista no pescoço devido ao tecido adiposo. Fatores hormonais podem 
resultar em ação etiológica em certos casos, conforme algumas gramíneas ou 
leguminosas que contenham estrógenos. (STASHAK, 2002). 
 
3.2. Etiopatogenia mecânica 
 Resulta da concussão digitais devido a um trabalho intenso em superfície 
dura (STASHAK, 2002). Ocorre em animais com treinamento deficiente ou 
inadequado e que são submetidos a trabalho intenso. Assim como, por impotência 
funcional de apoio de um dos membros torácicos, geralmente são acometidos, após 
alguns dias, de laminite no membro contralateral devido à intensa fadiga de apoio 
(PELOSO et al., 1996; THOMASSIAN, 2005). 
 
3.3. Etiopatogenia infecciosa 
 Éguas com retenção placentária e conseqüente endometrite, desenvolvem 
laminite bastante severa, por desordem circulatória séptica; assim como, decorrente 
de pneumonia ou graves infecções sistêmicas. Ocorre ampla variedade de distúrbios 
que afetam o cavalo, como a septicemia e a toxemia (HUNT, 1993; KNOTTENBELT 
& PASCOE, 1998; SAVAGE, 2001; THOMASSIAN, 2005). 
 Diversas doenças sistêmicas quecausem estresse ou debilitação pode 
resultar no desencadeamento dessa morbidade; principalmente infecções do 
sistema respiratório (pleuropneumonia) e do sistema digestório (peritonite) 
(THOMASSIAN, 2005; CRUZ, 2007; RIET-CORREA et al., 2007). 
 
3.4. Causas diversas 
 Muitos são os fatores que podem ser responsáveis pela laminite, porém 
quando não existem evidências de causas mais comuns, deve-se atentar à 
possibilidade de desequilíbrios hormonais, alterações tróficas da falange distal, uso 
prolongado de doses excessivas de corticosteróides e derivados da fenilbutazona 
em animais com "hipertensão" digital (THOMASSIAN, 2005). Stashak (2002) relata 
que éguas que não apresentam estro mostraram sinais de laminite, e uma vez 
 
 
ocorrido o cio, a laminite cessa quase de imediato. Em outros casos, éguas com 
estro contínuo apresentaram laminite que rescindia completamente após a correção 
do cio. 
 É bastante enfatizado, que durante exercícios de alta intensidade, ocorre 
aumento do volume globular e alterações nas concentrações plasmáticas de íons 
fortes, e de proteínas plasmáticas. Durante testes de exercício progressivo, verifica-
se aumento das concentrações plasmáticas de sódio e proteínas totais, com 
diminuição do conteúdo e da concentração de sódio eritrocitário (CARLSON, 1995; 
THOMASSIAN et a.l, 2007). 
 
4. EPIDEMIOLOGIA 
 Uma pesquisa dos fatores de risco associados com a laminite indicou que 
éguas e garanhões não castrados apresentam maiores riscos de desenvolvimento 
de laminite do que os animais castrados. O pico de incidência de novos casos 
também correspondeu ao crescimento das pastagens luxuriantes da primavera, 
sugerindo que a ingestão de grandes quantidades de capim fresco é também fator 
de risco significativo para cavalos em regime de pastagens (SMITH, 1994). 
 
5. FISIOPATOLOGIA 
 A degradação do aparato lamear é iniciado conforme há o desenvolvimento 
da laminite. Visto que as lâminas epidérmicas suspendem a falange distal e, 
portanto, o peso do cavalo e a degeneração laminar destroem o mecanismo de 
suspensão e permite que as forças de sustentação do peso empurrem a falange 
distal ventralmente (SMITH, 1994). 
  No casco do cavalo, os mecanismos vasoativos e de coagulação (por ação de 
mediadores como prostaglandina, serotonina, histamina) são responsáveis por 
alterar o fluxo sangüíneo podal que se processa por vasos através dos forames 
nutridores da falange distal, para depois formar a rede de microcirculação no 
sistema de sustentação laminar do casco. A vasoconstrição causa diminuição do 
fluxo sangüíneo e edema, falta de nutrientes e conseqüente, necroses isquêmica no 
tecido lamelar, gerando o desvio “shunts” arteriovenosos no restante da circulação. 
A instalação da necrose isquêmica produz perda da interrelação do tecido 
podofiloso, predispondo ao abaixamento e aos fenômenos de rotação da falange 
distal. O cório coronário palmar, lâmina dérmica palmar e cório palmar da sola, não 
 
 
são comprometidos pelos fenômenos de isquêmia, por apresentarem intensa rede 
de vasos colaterais (THOMASSIAN, 1997). A dor gerada no processo é um estímulo 
que libera catecolaminas que irão agir no interior dos vasos, causando a 
vasoconstrição e aumentando a isquemia. Conforme a laminite passa para a fase 
crônica, a necrose se estende às estruturas dérmicas, causando uma perda do 
apoio suspensório entre as lâminas dérmicas e epidérmicas(STASSHAK,1994). Um 
cavalo normal carrega aproximadamente 22% de seu peso em cada membro pélvico 
e 28% sobre cada membro torácico. Existem cinco cargas preliminares colocadas no 
dígito de um eqüino em estação: (1) cargas compressivas devido ao peso do cavalo; 
(2) força tênsil de tração do tendão flexor digital profundo; (3) força tênsil de tração 
interdigital laminar da parede casco; (4) força tênsil de tração do tendão extensor 
digital comum longo; e (5) força compressiva da sola no chão. As três forças 
predominantes em ordem ascendente de importância são a carga compressiva 
exercida pela massa do corpo, a força tênsil produzida pela tração do tendão flexor 
digital profundo sobre a falange distal e a força tênsil da interface laminar (GARNER 
et al., 1975). Uma combinação das forças de tração do tendão do músculo flexor 
digital profundo e as forças rotacionais que têm o seu foco na pinça separam 
mecanicamente a falange distal da parede do casco (STASHAK,1994). 
 A integridade do mecanismo suspensório laminar depende da manutenção de 
proteínas nas redes citosequeléticas e junções intercelulares das células laminares 
epidérmicas. A degeneração laminar pode ocorrer devido a fatores citotóxicos ou por 
distúrbios que aumentam a tensão sobre as lâminas (SMITH, 1994). 
 
6. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
 As manifestações clínicas num cavalo com laminite são claudicação severa e 
bilateral (que afeta os dois membros) na maioria dos casos ou em alguns casos 
quadrilateral (que afeta os quatro membros). 
 O cavalo hesita em mover-se e tende a alternar o apoio do seu peso de uma 
mão para a outra. Quando forçado a deslocar-se, o cavalo tende a inclinar o peso do 
seu corpo sobre os posteriores, tentando apoiar-se apenas na porção dos talões dos 
membros torácicos (Fig.6) 
 
 
 O exame físico revela ainda um pulso digital forte e calor na parede do casco 
e banda coronária. Quando o casco é testado com uma pinça de casco, o cavalo 
apresenta dor na região dos pinças e à frente do vértice das ranilhas (Fig.5). 
 
Fig. 5: Fotografia de um casco ilustrando a região da sola onde normalmente um cavalo com laminite 
apresenta um elevado grau de dor (cruzes vermelhas). Fonte: Texto, Saiba mais, disponível em 
www.equisport.pt 
 
 
Fig.6: Fotografia de um cavalo com laminite ilustrando a postura e 
andamento típicos desta doença. Fonte: Texto, Saiba mais, disponível em www.equisport.pt 
 
 A forma subaguda apresenta sinais clínicos menos severos e pode ser vista 
em eqüinos que trabalharam em superfícies duras ou que tiveram seus cascos 
aparados excessivamente. Nesses casos, não ocorre dano laminar ou rotação da 
terceira falange. Na forma aguda, os sinais clínicos são mais severos, e a doença 
não responde imediatamente ao tratamento, sendo a rotação da terceira falange 
uma possível conseqüência. Equinos com laminite refratária são aqueles que pouco 
 
 
respondem ao tratamento no período de 7 a 10 dias, sendo inevitável a ocorrência 
de degeneração laminar e inflamação e, normalmente o prognóstico é ruim (MIKAIL, 
PEDRO, 2006). 
 O diagnóstico de laminite subaguda é mais difícil, pois os sinais clínicos são 
menos evidentes. Durante essa fase, os eqüinos apresentam pulso digital cheio e 
forte, claudicação leve, troca de apoio e sensibilidade à pinça de casco. Na laminite 
aguda, acrecentam-se os sinais de desvio do centro de gravidade, relutância à 
locomoção, ansiedade, e temperatura aumentada da muralha e da banda coronária 
(MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 A laminite crônica é a continuação da laminite aguda, especificamente da 
refratária, e inicia-se no primeiro sinal de instabilidade da terceira falange dentro do 
estojo córneo (Fig. 7 e 8). Essa fase pode ainda ser dividida, segundo alguns 
autores, em crônica prematura, crônica ativa e crônica estável (MIKAIL, PEDRO, 
2006). 
 A fase crônica prematura inicia-se ao primeiro sinal de nstabilidade da terceira 
falange e pode perdurar por dias a meses. A fase crônica ativa caracteriza-se pela 
rotação e pelo constante movimento e instabilidade da terceira falange, podendo 
esta perfurar a sola do casco. Casos crônicos estáveis são aqueles em que a 
terceira falange se estabilizou, e o casco e a sola voltaram a crescer, ocorrendomelhora clínica evidente (MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 
Fig.7: Fotografia de uma secção sagital do casco de um cavalo 
afetado com laminite ilustrando a rotação da falange distal (FD) 
causada pela rotura do tecido laminar (TL) com conseqüente 
separação entre a falange distal e a parede do casco (PIC). Note-se 
a concavidade (seta amarela) na sola causada pela pressão exercida 
pela falange distal. Fonte: KNOTTENBELT & PASCOE (1998). 
 
 
 
 
Fig.8:. Distrofia necrótica do casco por laminite: evidência da rotação da 
falange distal - (A) necrose laminar com descolamento entre as lâminas dérmica e 
epidérmica; (B) evidente necrose do tecido laminar, ápice em sentido ventral com 
perfuração da sola. Fonte: KNOTTENBELT & PASCOE (1998). 
 
 
 Equinos com laminite crônica podem apresentar, além da claudicação, 
escaras de decúbito, hiporexia, depressão coronária, abaulamento da sola, 
descolamento da coroa, exungulação, perfuração da sola e osteíte da terceira 
falange. As alterações no crescimento, sola projetada, pinça aumentada e 
concavidade de muralha (MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 A laminite aguda pode afetar ambas as patas dianteiras ou todas as quatro 
patas. Se todas as quatro patas estiverem afetadas, o cavalo tende a permanecer 
deitado por longos períodos. Quando em pé, o cavalo posiciona as patas traseiras 
bem sob o corpo e as patas dianteiras mais caudalmente, de modo que há uma 
base de apoio muito pequena. Na maior parte das vezes, apenas as patas dianteiras 
estão comprometidas. Neste caso, as patas traseiras são posicionadas bem sob o 
corpo (cranialmente) e as patas dianteiras são estendidas para frente, com o peso 
apoiado nos talões do casco. O cavalo mostra grande relutância em se mover 
(ADAMS, 1994). 
 Obel caracterizou clinicamente e graduou a gravidade da claudicação pelo 
seguinte critério (ADAMS, 1994): 
 - Grau 1 – Quando em repouso, o cavalo vai levantar as patas 
alternadamente e de modo incessante. A claudicação não é evidente ao passo, mas 
nota-se um andar curto e “defendido” ao trote. 
 
 
 - Grau 2 – Os cavalos se movem sem problemas ao passo, mas o andar é 
entrecortado. Pode-se levantar uma pata do solo sem dificuldades. 
 - Grau 3 – O cavalo se move com grande relutância e resiste vigorosamente 
às tentativas de levantar uma pata do solo. 
 - Grau 4 – O cavalo recusa-se a andar e somente o fará se forçado. 
 A parede do casco e a faixa coronária estão quentes. Há um pulso digital 
aumentado. Muitos cavalos demonstram ansiedade, tremores na musculatura devido 
à dor intensa, respiração acelerada e elevação variável da temperatura corpórea. As 
mucosas estão congestas. Muitas vezes é difícil para o cavalo erguer uma pata, pois 
isto coloca peso adicional na(s) outra(s) pata(s) afetada(s). 
 Os sintomas de laminite por grãos geralmente não aparecem antes de 12 ou 
18 horas após a ingestão do grão, muitas vezes levando o proprietário a crer que o 
animal não será afetado. Após esse intervalo, no entanto, aparece a laminite, 
diarréia, toxemia, tremores musculares, aumento na pulsação e respiração, com 
uma elevação variável na temperatura (ADAMS, 1994). 
 Nas éguas que sofrem de laminite devido à uma metrite, a temperatura muitas 
vezes é alta (de 40 a 41°C), as mucosas se apresentam congestas e há taquicardia 
e taquipnéia consideráveis. O exame do útero revela um líquido escuro e aquoso em 
quantidades variáveis, podendo ser encontradas restos das membranas fetais. 
 A laminite aguda pode causar a morte, mas isso não é comum. Em laminites 
intensas o casco pode se desprender, havendo perda do estojo córneo (ADAMS, 
1994). 
 A laminite torna-se crônica após 48 horas de dor contínua, ou quando ocorre 
rotação da falange distal. Pode não haver claudicação intensa após a fase aguda, 
porém, pode ocorrer uma recorrência aguda. Os pôneis e cavalos gordos que 
tiveram laminite, frequentemente apresentarão recorrência com alteração súbitas no 
pasto, quando os brotos verdes e viçosos surgem na primavera. Os cavalos de 
exposição apresentam um risco maior durante o fim do verão e início do outono, no 
pico da temporada de exposições. Durante este período o animal geralmente está 
sob muito estresse, normalmente, sendo alimentado com dietas ricas em 
carboidratos (grãos) (ADAMS, 1994). 
 Se a rotação da falange distal ocorre, e quando ocorre, pode variar de ligeira 
a grave. A rotação grave é muitas vezes acompanhada por separação da faixa 
coronária na região do processo extensor, com exsudação de soro por esta falha. 
 
 
No exame da superfície basal da pata pode ser notada uma separação semicircular 
da sola imediatamente dorsal ao ápice da ranilha, indicando que a ponta da falange 
distal está começando a penetrar na sola. Esse é um quadro bastante grave, sendo 
que os cavalos raramente se recuperam ou podem ser salvos. Nas rotações leves 
ou moderadas e crônicas da falange distal, anéis divergentes serão visíveis na 
parede do casco. O espaço entre os anéis na região dos talões será tipicamente 
maior que na região da pinça. Isso representa um padrão de crescimento 
diferenciado, no qual os talões estão crescendo muito mais rapidamente que a 
pinça, pois há diminuição do suprimento sanguíneo e da síntese de ceratina nessa 
região. Os cavalos que sofrem de laminite crônica com rotação da falange distal 
possuem uma tendência a apoiar o casco sobre os talões e, a seguir, bater de modo 
exagerado a pinça. Isso era de se esperar, pois a falange distal não está em 
alinhamento normal com a parede do casco ou com a sola (ADAMS, 1994). 
 Uma pinça gasta resultante da separação das lâminas geralmente está 
presente na laminite crônica. Pode ocorrer uma separação da linha branca grande o 
suficiente para permitir a penetração de infecção nas lâminas. Na laminite crônica, 
uma infecção similar à da ranilha pode invadir a sola escamosa e destruir toda a 
proteção da falange distal. A região da sola se apresenta também convexa (ADAMS, 
1994). 
 Quando se apara os cascos de um cavalo afetado por laminite é fácil provocar 
um enrubescimento e sangramento da sola, pois a vascularização desta região 
aumenta na laminite. Esta tendência hemorrágica aumentada se mantém por muitos 
meses após um ataque de laminite. O exame com a pinça de cascos durante a fase 
crônica raramente provoca uma resposta dolorosa. A razão disto é desconhecida 
(ADAMS, 1994). 
 
7. DIAGNÓSTICO 
 Os sintomas observáveis tornam o diagnóstico da laminite relativamente fácil. 
A atitude típica do animal, a pulsação aumentada das artérias digitais, o calor nos 
cascos e a dor evidenciada pela pinça dos cascos, na fase aguda, devem fornecer 
provas adequadas de laminite. A laminite crônica mostra alterações características 
no casco e um andar típico (ADAMS, 1994). 
 Como os sintomas de laminite são óbvios e o diagnóstico é facilmente 
realizado, a anestesia perineural raramente é indicada para o diagnóstico, mas 
 
 
muitas vezes é utilizada para tratamento. Se for empregada a anestesia perineural, 
no entanto, pouco alivio é obtido com o bloqueio do nervo digital palmar na base dos 
sesamóides ou, alternativamente, com a utilização de um bloqueio em anel na 
quartela. 
 Em todos os cascos devem ser realizadas radiografias em série, de 48 a 72 
horas após o início agudo da laminite, para monitorar o progresso da rotação da 
falange distal. A evidência radiográfica da rotação da falange distal é identificada 
pela divergência do osso em relação à parede do casco. Uma forma objetiva de 
avaliar-se o grau de rotação foi recomendado por Stick. O grau de rotação é 
estimado traçando-se linhas paralelas à face dorsal da parede do casco e á face 
dorsal da falangedistal em uma folha de acetato. O ângulo de intersecção da parede 
do casco e da falange distal com a superfície do solo é identificado e os dois valores 
são substraídos para se obter o grau de rotação. Esta informação é valiosa por 
vários motivos. Primeiro, radiografias em série com intervalos semanais 
prolongando-se por períodos maiores de tempo irão permitir que o veterinário avalie 
o tratamento e a gravidade do processo patológico inicial que ocorreu. Um grau 
crescente de rotação da falange distal é um sintoma grave. Segundo, no estágio 
crônico a classificação da utilidade do cavalo pode ser predita (ADAMS, 1994). 
 O exame radiográfico é fundamental para se planejar o tratamento e obter um 
prognóstico. Por meio deste exame, pode-se observar o deslocamento distal ou a 
rotação da terceira falange, com ou sem áreas radioluscentes, sugestivas de 
acúmulo de ar na região submural ou subsolear (MIKAIL, PEDRO, 2006) 
 Podemos utilizar também a venografia como diagnóstico, que é uma técnica 
radiográfica que contrasta as veias por via retrógrada, onde são destacados pela 
utilização de uma solução radiopaca, a fim de avaliar sua integridade, distribuição e 
posição anatômica (FRAZÃO, BORJA, FERNANDES, HAGEN, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 9: Radiografia A – Cavalo normal: Nota-se que a superfície externa da falange distal é paralela à 
superfície da parede do casco ao longo de todo o comprimento. Fonte: Cruz (2007). 
 
Fig. 10: Radiografia B – Cavalo com laminite: Devido à rotura do tecido laminar, a falange distal 
separou-se da parede do casco e sofreu rotação. Isto é evidenciado radiograficamente ao verificar-se 
um grau de divergência entre a parede do casco e a superfície da falange distal, que deixaram de ser 
paralelas. Fonte: Cruz (2007). 
 
 
 
 Para auxiliar na avaliação do ângulo formado entre a parede do casco e a 
terceira falange, pode-se colar um corpo radiopaco na face dorsal do casco(fig 10): 
 
Fig. 11 : Angulação do casco com a terceira falange Fonte: Cruz (2007). 
 
 
Fig. 12: Lâminite aguda tendendo a cronicidade Fonte: Cruz (2007). 
 
 Outro tipo de exame pode ser realizado como diagnóstico como a termografia 
que é a representação gráfica da temperatura superficial de um objeto (Fig.12). A 
câmara capta as radiações infravermelhas emitidas pelo corpo e as transforma 
numa escala de cores que pode ser correlacionada com o índice de perfusão 
sanguínea local, captando variações de temperatura a partir de 0,1 ou 0,2 graus que 
seriam imperceptíveis a palpação. 
 
 
 
 
Fig.13: Cavalo com laminite submetido ao exame de termografia Fonte: Texto Termografia, disponível 
em www.equisports.com.br
 
8. TRATAMENTO 
 O tratamento baseia-se em eliminar ou minimizar os fatores predisponentes, 
reduzir o ciclo de dor/hipertensão, reduzir ou previnir danos laminares permanentes, 
melhorar a hemodinâmica capilar laminar e previnir a rotação da terceira falange. 
Partindo do princípio de que a maioria das doenças que predispõem os eqüinos a 
apresentarem laminite está associada a endotoxemia circulatória, combater efeitos 
da endotoxemia e “sepsis” por meio de fluidoterapia, antibióticoterapia, utilização de 
flunixin meglumine ou cetoprofeno e soro ou plasma hiperimune é essencial 
(MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 A crioterapia durante a fase de desenvolvimento da laminite tem sido sugerida 
como uma importante estratégia preventiva. A aplicação de gelo resulta em 
analgesia local, diminuindo a atividade enzimática local e vasoconstrição. Estudos 
com cintilografia mostram que a terapia a frio diminui significamente a perfusão dos 
cascos quando tratados durante 30 minutos com frio extremo. Já a terapia a quente 
ou vasodilatadora é contra-indicada na fase de desenvolvimento da laminite 
(MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 Os antiinflamatórios não-esteróides são necessários para reduzir a dor e a 
inflamação nos cascos. A fenilbutazona é o antiinflamatório não-esteróide mais 
comumente utilizado. Deve inicialmente ser utilizado na dose de 4,4 mg/kg via oral 
ou via intravenosa a cada 12 horas, durante três a quatro dias, diminuindo-se 
gradualmente para 2,2 mg/kg nos dias subseqüentes ou até quando necessário. 
 A fenilbutazona reduz potencialmente a inflamação, o edema e a dor no 
dígito, sendo aparentemente mais eficaz em reduzir a dor do que o flunixin 
meglumine e o cetoprofeno. Entretanto o flunixin pode ser utilizado na dose de 1,0 
 
 
mg/kg a cada 12 horas ou 0,25 mg/kg a cada 8 horas, sozinho ou em associação à 
fenilbutazona em dose menor, nos cascos em que há endotoxemia ou sepsis 
(MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 O cetoprofeno trabalha de forma similar ao flunixin e deve ser utilizado na 
dose de 3,60 mg/kg. Estudos mostraram que o cetoprofeno é mais efetivo em 
diminuir a inflamação do que a fenilbutazona e o flunixin. Também demonstrou-se 
que o cetoprofeno é mais potente do que a fenilbutazona em dores crônicas do 
casco (MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 O dimetilsulfóxido (DMSO) é um agente antiinflamatório potente e age contra 
radicais livres, prevenindo a lesão de reperfusão após isquemia. Apesar de não 
haver comprovação científica de sua eficácia para o tratamento de eqüinos com 
laminite, melhoras clínicas são observadas quando utiliza-se a dose de 0,1 mg/kg a 
cada 12 horas, durante dois a três dias (MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 A terapia vasodilatadora visa restabelecer a circulação e melhorar a perfusão 
do casco. Pode-se utilizar acepromazina na dose de 0,03 a 0,06 mg/kg por via 
intramuscular a cada seis ou oito horas por três a cinco dias ou semanas. O 
isoxsuprine na dose de 1,2 mg/kg a cada 12 horas via oral também é recomendado, 
apesar de controvérsias quanto a sua eficácia. A pentoxifilina na dose de 4,4 mg/kg 
a cada oito horas tem sido utilizada para melhorar a circulação e a distribuição de 
oxigênio, porém sua utilização não tem encontrado respaldo científico (MIKAIL, 
PEDRO, 2006). 
 O oxido nítrico é uma substância vasodilatadora endotélio-dependente, sendo 
ele o mediador responsável pela atuação da nitroglicerina e de outros 
vasodilatadores nitrogenados. A nitroglicerina deve ser aplicada na região da 
quartela sobre o plexo vascular digital. Inicialmente, utiliza-se 60 mg/dia durante dois 
dias. Caso haja melhora do quadro clínico, reduz-se para 40 mg por outros dois dias 
e, em seguida, para 20 mg por mais dois dias. 
 O tratamento com anticoagulantes envolve a utilização da heparina na dose 
de 40 a 80 UI/Kg intravenoso. ou via subcutânea sub-cutâneo a cada 8 ou 12 horas, 
e a aspirina na dose de 10 a 20 mg/Kg a cada 48 horas via oral (MIKAIL, PEDRO, 
2006). 
 Recomenda-se retirar a ferradura, quando houver, e aparar cascos com 
pinças longas, retirando o apoio destas. Deve-se dar suporte também ao casco por 
meio da utilização de piso de areia e cama seca e macia. A distribuição de peso é 
 
 
alcançada com a utilização de palmilhas preferencialmente confeccionadas com 
isopor. Outra possibilidade é a utilização de lily pads (Fig. 14), apesar de estudos 
mostrarem que seu uso pode aumentar significativamente a dor em alguns casos 
(MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 
 
Fig. 14: Lily Pads. Fonte:www.ortovet.com.br 
 
 A colocação de ferraduras ortopédicas (Fig.15) na fase crônica é 
recomendada, podendo ser em forma de coração, em forma de W, oval, com talões 
elevados ou o EDSS (equine digital support system) (MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 
Fig. 15: Ferradura ortopédica frequentemente usada em cavalos com laminite. 
Fonte:www.ortovet.com.br 
 
 Contudo, técnicas modernas permitem a aplicação de ferraduras ortopédicas 
com colas ou resinas especializadas, evitando a necessidade de ter de martelar 
cravos,o que permite que as ferraduras possam ser usadas numa fase bastante 
mais precoce. 
 
 
 
 
 
 
Fig. 16 A: A aplicação de material acrílico (Equi-Pak) para suportar a ranilha 
e porção posterior da sola num cavalo com laminite. Fig. 16 B: Produto final. Fonte: 
www.soundhorse.com 
 
 
 Outro método diferente utilizado para aliviar o apoio do peso na parede do 
casco e transferir as forças de tensão para a palma e ranilha consiste na aplicação 
de placas de esferovite especializadas para este efeito (Fig. 17). 
 
 
Fig. 17 A: Placa de esferovite antes de ser aplicada ao casco com 
fita adesiva, Fig. 17 B: Produto final após aplicação 
 
 
 Para diminuir a tensão sobre a região dorsal da parede do casco, pode-se 
confeccionar um sulco coronário. Outra forma mais agressiva seria a ressecção da 
 
 
muralha do casco, recomendada somente quando há separação física entre as 
lâminas epidérmicas e dérmicas. 
 O tratamento cirúrgico inclui a desmotomia do ligamento acessório do tendão 
do músculo flexor digital profundo e a tenotomia do tendão do músculo flexor digital 
profundo (MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 Por fim, recomenda-se a suspensão do concentrado e a suplementação com 
metionina e biotina, que melhoram a qualidade e a quantidade do crescimento dos 
cascos. A suplementação com 0,12 mg/kg/dia de biotina aumenta 
consideravelmente a velocidade do crescimento do casco (MIKAIL, PEDRO, 2006). 
 
9. PROGNÓSTICO 
 O prognóstico é sempre reservado em um caso de laminite. Se os sintomas 
persistem por um período maior que 10 dias, o prognóstico é desfavorável. No 
entanto, alguns casos, como os associados a um desequilíbrio endócrino, podem se 
prolongar por longos períodos sem causar alterações excessivas na pata, como 
anéis na parede do casco e rotação da falange distal. Alguns casos de laminite 
prolongam-se por um grande período e, então, desaparecem, deixando o casco 
deformado. A falange distal freqüentemente está rotacionada quando observada nas 
radiografias. Sempre que ocorre rotação da falange distal o prognóstico é 
desfavorável. Ocasionalmente, a infecção vai penetrar na pododerme como 
resultado da separação da linha branca (pinça gasta) causada pela desunião das 
lâminas sensíveis e insensíveis; ela pode também penetrar pela sola. Qualquer 
infecção torna o prognóstico desfavorável. Se aparecem rachaduras na faixa 
coronária, é provável que o casco se solte, tornando o prognóstico mais 
desfavorável. (ADAMS, 1994) 
 
10. CONCLUSÃO 
 Com o presente estudo, pode-se concluir, segundo encontrado em literatura, 
que a pododermatite asséptica difusa também chamada de laminite ou aguamento 
trata-se de uma inflamação da lâmina do casco, causada por uma degeneração e 
necrose das laminas dérmica e epidérmicas, gerando dor e consequentemente, 
claudicação. Desta forma, torna-se necessário uma intervenção precoce eliminando 
ou minimizando primeiramente os fatores predisponentes a fim de evitar a 
cronicidade, prevenindo o aparecimento de escaras de decúbito, abaulamento da 
 
 
sola, descolamento da coroa e osteíte da terceira falange. Sabe-se também, que o 
diagnóstico precoce na fase sub-aguda é mais difícil, mas essencial para evitar que 
a laminite atinja a fase crônica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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