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OABXVII1FASE DIRHUMAN AULA01

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OAB XVII EXAME – 1ª FASE 
Direitos Humanos 
Flavia Bahia 
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DIREITOS HUMANOS: CONCEITOS 
 
DIREITOS HUMANOS X DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
 
Os “direitos humanos” ou os “direitos 
fundamentais” formam o centro mais 
valioso dos direitos e se relacionam à vida, 
à liberdade, à propriedade, à segurança e à 
igualdade, com todos os seus 
desdobramentos. 
A expressão “direitos humanos” é 
utilizada pela Filosofia do Direito e ainda 
pelo Direito Internacional Público e 
Privado. Já os “direitos fundamentais” 
seriam os direitos humanos positivados 
em um sistema constitucional, analisados 
sob o enfoque do direito interno. 
 
DIREITOS X GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
“Direito”, em sua acepção clássica, seria a 
disposição meramente declaratória que 
imprime existência legal ao direito 
reconhecido. É a proteção ao bem, ao 
interesse tutelado pela norma jurídica. 
As “garantias”, por sua vez, traduzem-se 
no direito dos cidadãos de exigir dos 
poderes públicos a proteção de seus 
direitos. Servem para assegurar os direitos 
através da limitação do poder, possuindo 
caráter instrumental, atuando como 
mecanismos prestacionais na tutela dos 
direitos. 
 
DIREITOS HUMANOS: CARACTERÍSTICAS 
 
a) Relatividade 
Os direitos fundamentais não são 
absolutos, pois podem ser relativizados 
diante de situações em conflito. 
Importante destacar que de acordo com a 
Declaração Universal dos Direitos 
Humanos de 1948 existiriam alguns 
direitos fundamentais que não poderiam 
em hipótese alguma ser desrespeitados, 
como por exemplo, a vedação à 
escravidão e à tortura: 
“Artigo IV Ninguém será mantido em 
escravidão ou servidão, a escravidão e o 
tráfico de escravos serão proibidos em 
todas as suas formas.” 
 “Artigo V Ninguém será submetido à 
tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, 
desumano ou degradante.” 
b) Complementariedade 
Os direitos fundamentais não são 
analisados sob o prisma isolado, pois 
estão numa relação de 
complementariedade, ou seja, os direitos 
sociais reforçam os direitos individuais, os 
direitos difusos ampliam as garantias para 
a tutela coletiva e é nessa simbiose que 
 
 
 
 
 
 
 
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eles devem ser compreendidos e 
respeitados. 
c) Indisponibilidade 
Como não possuem natureza econômico-
financeira, o núcleo dos direitos 
fundamentais não poderá ser 
transacionado por inteiro, ainda que 
alguns aspectos concretos dos direitos 
fundamentais possam ser eventualmente 
passíveis de negociação, como nos 
contratos de reality show, por exemplo. 
d) Imprescritibilidade 
Os direitos fundamentais não estão 
sujeitos ao decurso do tempo, por isso se 
diz que são imprescritíveis. 
e) Universalidade 
Esta característica está em harmonia com 
o envolvimento dos países com a 
comunidade jurídica internacional depois 
da 2ª Guerra Mundial de uma maneira 
muito contundente e pode ser analisada 
sob dois enfoques. Inicialmente, a 
titularidade deverá proteger o maior 
número de destinatários, sem 
preconceitos de raça, cor, sexo, idade, 
nacionalidade ou condição social. Em 
segundo lugar, podemos falar na 
relativização do próprio conceito de 
soberania estatal, em prol da soberania do 
indivíduo. 
 
“Todos os seres humanos merecem igual 
respeito e proteção, a todo tempo e em 
todas as partes do mundo em que se 
encontrem” 
(Fábio Konder Comparato) 
 
f) Irrenunciabilidade 
Não há possibilidade de alguém renunciar 
ao núcleo do seu direito fundamental, 
esvaziando-o por completo. Com isso o 
Estado estaria protegendo o indivíduo 
contra si mesmo, por exemplo, o Brasil 
garante a todos o direito fundamental à 
vida, mas não o direito à morte, proibindo 
a eutanásia. 
g) Historicidade 
Os direitos fundamentais não têm natureza 
definitiva, pois continuam sendo 
construídos ao longo da história e estão 
em constante processo de modificação. 
Enfrentaram guerras, morte, lutas e as 
gerações dos direitos fundamentais 
explicam justamente isso, o ganho pontual 
que os direitos foram recebendo ao longo 
da história. 
h) Abstratos 
Como os direitos fundamentais são do 
homem e não apenas de franceses ou 
ingleses, são abstratos. 
 
GERAÇÕES OU DIMENSÕES DE DIREITOS 
 
A) Direitos de primeira geração 
Os direitos defendidos nessa geração 
cuidam da proteção das liberdades 
públicas, civis e direitos políticos. Nesta 
fase, o Estado teria um dever de prestação 
negativa, isto é, um dever de nada fazer, a 
não ser respeitar as liberdades do homem. 
Seriam exemplos desses direitos: a vida, a 
liberdade de locomoção, a liberdade de 
opinião, a liberdade de expressão, à 
propriedade, ao voto, ao devido processo 
legal. 
b) Direitos de segunda dimensão 
Sob a inspiração principal do Tratado de 
Versalhes, de 1919, pelo qual se definiram 
as condições de paz entre os Aliados e a 
Alemanha e a criação da Organização 
Internacional do Trabalho – a OIT- nasce a 
denominada segunda dimensão de direitos 
fundamentais, que traz proteção aos 
direitos sociais, econômicos e culturais, 
onde do Estado não mais se exige uma 
abstenção, mas, ao contrário, impõe-se a 
sua intervenção. 
Nesse diapasão, seriam exemplos 
clássicos desses direitos: o direito à 
saúde, ao trabalho, à assistência social, à 
educação e o direito dos trabalhadores. 
c) Direitos de terceira dimensão 
Marcada pelo espírito de fraternidade ou 
solidariedade entre os povos com o fim da 
Segunda Guerra Mundial, a terceira 
geração representa a evolução dos 
direitos fundamentais para alcançar e 
proteger aqueles direitos decorrentes de 
uma sociedade já modernamente 
organizada, que se encontra envolvida em 
relações de diversas naturezas, 
especialmente aquelas relativas à 
industrialização e densa urbanização. 
Nesta perspectiva, são exemplos desses 
direitos: direito ao desenvolvimento, o 
direito à paz, o direito à comunicação, o 
 
 
 
 
 
 
 
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direito à autodeterminação entre os povos 
e o direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. 
 
POSIÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO 
SISTEMA NORMATIVO 
 
(Fábio Konder Comparato) 
 
I - A Magna Carta, Inglaterra – 1215 
Principais disposições: 
Lança as bases do Tribunal do Júri, bem 
como o do paralelismo necessário entre 
delitos e penas; 
Respeito à propriedade privada contra os 
confiscos ou requisições decretados 
abusivamente pelo soberano ou seus 
oficiais; 
Nasce o princípio do devido processo 
legal, ao estabelecer que os homens livres 
devem ser julgados pelos seus pares e de 
acordo com a lei da terra; 
Estabelece a liberdade de ingresso e saída 
do país, bem como a livre locomoção 
dentro de suas fronteiras. 
II- Lei de Habeas Corpus (Habeas Corpus 
Act) – Inglaterra – 1679 
Principais destaques: 
A lei surgiu para efetivar regras 
processuais para a defesa em juízo do 
direito de ir e vir 
Tornou-se a matriz de todas as outras 
ações que vieram a ser criadas 
posteriormente, para a proteção de outras 
liberdades fundamentais, como o 
mandado de segurança, por exemplo. 
III - Declaração de Direitos (Bill of Rights) – 
Inglaterra – 1689 
O essencial do documento consistiu na 
instituição da separação de poderes, com 
a declaração de que o Parlamento é um 
órgão precipuamente encarregado de 
defender os súditos perante o Rei e cujo 
funcionamento não pode, pois, ficar 
sujeito ao arbítrio deste. 
Também fortaleceu a instituição do Júri, o 
direito de petição e a proibição de penas 
inusitadas ou cruéis. 
IV- A Declaração de Direitos Americana 
Principais destaques: 
A Declaração de Direitos de Virgínia (1776) 
Foi o primeiro documento político que 
reconheceu,a par da legitimidade da 
soberania popular, a existência de direitos 
inerentes a todo ser humano 
independentemente das diferenças de 
sexo, raça, religião, cultura ou posição 
social. 
Expressou os fundamentos do regime 
democrático ao reconhecer os direitos 
inatos de toda pessoa humana que não 
podiam ser alienados ou suprimidos por 
uma decisão política e ainda destacou a 
importância da soberania popular. 
Defesa da igualdade perante a lei 
A liberdade de imprensa como um dos 
grandes baluartes da liberdade 
V- A Declaração dos Direitos do Homem e 
do Cidadão (1789) 
Defesa das liberdades individuais 
No campo penal, o princípio da legalidade 
e o da anterioridade da pena foram 
consagrados 
Garantia da propriedade privada contra 
expropriações abusivas 
VI - A Convenção de Genebra – 1864 
Principais destaques: 
Inaugura o direito humanitário, que veio a 
ser desenvolvido no século seguinte após 
as guerras mundiais 
Serviu como base para a criação, em 1880, 
da Comissão Internacional da Cruz 
Vermelha, mundialmente conhecida 
VII – A Constituição Mexicana – 1917 
Garantias para as liberdades individuais e 
políticas 
Expansão do Sistema de educação pública 
Reforma agrária 
Proteção do trabalho assalariado 
A primeira Constituição a atribuir aos 
direitos 
trabalhistas a qualidade de direitos 
fundamentais 
VIII- A Constituição Alemã (Weimar) – 
1919 
Instituiu a primeira república alemã 
Igualdade jurídica entre marido e mulher 
Equiparou os filhos ilegítimos aos 
legítimos com relação à política social do 
Estado 
Proteção à família e à juventude 
Proteção à educação pública e aos direitos 
trabalhistas e previdenciários 
A função social da propriedade (“a 
propriedade obriga”) 
IX- A Carta das Nações Unidas 
 
 
 
 
 
 
 
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A Carta das Nações Unidas foi assinada 
em São Francisco, a 26 de junho de 1945, 
após o término da Conferência das Nações 
Unidas sobre Organização Internacional, 
entrando em vigor a 24 de outubro daquele 
mesmo ano. O Estatuto da Corte 
Internacional de Justiça faz parte 
integrante da Carta. 
X- A ONU 
A Organização das Nações Unidas é uma 
instituição internacional formada por 193 
Estados soberanos, fundada após a 2ª 
Guerra Mundial para manter a paz e a 
segurança no mundo, fomentar relações 
cordiais entre as nações, promover 
progresso social, melhores padrões de 
vida e direitos humanos. 
Os membros são unidos em torno da Carta 
da ONU, um tratado internacional que 
enuncia os direitos e deveres dos 
membros da comunidade internacional. 
As Nações Unidas são constituídas por 
seis órgãos principais: a Assembleia 
Geral, o Conselho de Segurança, o 
Conselho Econômico e Social, o Conselho 
de Tutela, o Tribunal Internacional de 
Justiça e o Secretariado. Todos eles estão 
situados na sede da ONU, em Nova York, 
com exceção do Tribunal, que fica em 
Haia, na Holanda. 
Órgãos da ONU 
a) A Assembleia Geral 
A Assembleia Geral da ONU é o principal 
órgão deliberativo da ONU. É lá que todos 
os Estados-Membros da Organização (193 
países) se reúnem para discutir os 
assuntos que afetam a vida de todos os 
habitantes do planeta. Na Assembleia 
Geral, todos os países têm direito a um 
voto, ou seja, existe total igualdade entre 
todos seus membros. 
Assuntos em pauta: paz e segurança, 
aprovação de novos membros, questões 
de orçamento, desarmamento, cooperação 
internacional em todas as áreas, direitos 
humanos, etc. As resoluções – votadas e 
aprovadas – da Assembleia Geral 
funcionam como recomendações e não 
são obrigatórias. 
As principais funções da Assembleia são: 
Discutir e fazer recomendações sobre 
todos os assuntos em pauta na ONU; 
Discutir questões ligadas a conflitos 
militares – com exceção daqueles na pauta 
do Conselho de Segurança; 
Discutir formas e meios para melhorar as 
condições de vida das crianças, dos 
jovens e das mulheres; 
Discutir assuntos ligados ao 
desenvolvimento sustentável, meio 
ambiente e direitos humanos; 
Decidir as contribuições dos Estados-
Membros e como estas contribuições 
devem ser gastas; 
Eleger os novos Secretários-Gerais da 
Organização. 
b) O Conselho de Segurança 
O Conselho de Segurança é o órgão da 
ONU responsável pela paz e segurança 
internacionais. Ele é formado por 15 
membros: cinco permanentes, que 
possuem o direito a veto – Estados 
Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e 
China – e dez membros não-permanentes, 
eleitos pela Assembleia Geral por dois 
anos. 
Este é o único órgão da ONU que tem 
poder decisório, isto é, todos os membros 
das Nações Unidas devem aceitar e 
cumprir as decisões do Conselho. 
c) O Conselho Econômico e Social 
O Conselho Econômico e Social 
(ECOSOC) é o órgão coordenador do 
trabalho econômico e social da ONU, das 
Agências Especializadas e das demais 
instituições integrantes do Sistema das 
Nações Unidas. O Conselho formula 
recomendações e inicia atividades 
relacionadas com o desenvolvimento, 
comércio internacional, industrialização, 
recursos naturais, direitos humanos, 
condição da mulher, população, ciência e 
tecnologia, prevenção do crime, bem-estar 
social e muitas outras questões 
econômicas e sociais. 
d) O Conselho de Tutela 
Segundo a Carta, cabia ao Conselho de 
Tutela a supervisão da administração dos 
territórios sob regime de tutela 
internacional. As principais metas desse 
regime de tutela consistiam em promover 
o progresso dos habitantes dos territórios 
e desenvolver condições para a 
progressiva independência e 
estabelecimento de um governo próprio. 
 
 
 
 
 
 
 
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Os objetivos do Conselho de Tutela foram 
tão amplamente atingidos que os 
territórios inicialmente sob esse regime – 
em sua maioria países da África – 
alcançaram, ao longo dos últimos anos, 
sua independência. Tanto assim que em 19 
de novembro de 1994, o Conselho de 
Tutela suspendeu suas atividades, após 
quase meio século de luta em favor da 
autodeterminação dos povos. 
A decisão foi tomada após o encerramento 
do acordo de tutela sobre o território de 
Palau, no Pacífico. Palau, último território 
do mundo que ainda era tutelado pela 
ONU, tornou-se então um Estado 
soberano, membro das Nações Unidas. 
e) A Corte Internacional de Justiça 
A Corte Internacional de Justiça, com sede 
em Haia (Holanda), é o principal órgão 
judiciário das Nações Unidas. Todos os 
países que fazem parte do Estatuto da 
Corte – que é parte da Carta das Nações 
Unidas – podem recorrer a ela. Somente 
países, nunca indivíduos, podem pedir 
pareceres à Corte Internacional de Justiça. 
Além disso, a Assembleia Geral e o 
Conselho de Segurança podem solicitar à 
Corte pareceres sobre quaisquer questões 
jurídicas, assim como os outros órgãos 
das Nações Unidas. 
A Corte Internacional de Justiça se 
compõe de quinze juízes chamados 
“membros” da Corte. São eleitos pela 
Assembleia Geral e pelo Conselho de 
Segurança em escrutínios separados. 
f) O Secretariado 
O Secretariado presta serviço a outros 
órgãos das Nações Unidas e administra os 
programas e políticas que elaboram. Seu 
chefe é o Secretário-Geral, que é nomeado 
pela Assembleia Geral, seguindo 
recomendação do Conselho de Segurança. 
Cerca de 16 mil pessoas trabalham para o 
Secretariado nos mais diversos lugares do 
mundo. 
Ligados à ONU há organismos 
especializados que trabalham em áreas tão 
diversas como saúde, agricultura, aviação 
civil, meteorologia e trabalho – por 
exemplo: OMS (Organização Mundial da 
Saúde), OIT (Organização Internacional do 
Trabalho), Banco Mundial e FMI (Fundo 
Monetário Internacional). Estes 
organismos especializados, juntamente 
com as Nações Unidas e outrosprogramas 
e fundos (tais como o Fundo das Nações 
Unidas para a Infância, UNICEF), compõem 
o Sistema das Nações Unidas. 
XI- A Declaração Universal dos Direitos 
Humanos – 1948 
A Declaração Universal dos Direitos 
Humanos é um dos documentos básicos 
das Nações Unidas e foi assinada em 10 
de dezembro de 1948. Nela, são 
enumerados os direitos que todos os 
seres humanos possuem. 
 
“Todos os seres humanos nascem livres e 
iguais em dignidade e direitos. São 
dotados de razão e consciência e devem 
agir em relação uns aos outros com 
espírito de fraternidade.” 
Art. I 
 
XII- Os Pactos Internacionais de Direitos 
Humanos – 1966 
Em 16 de dezembro de 1966, a Assembléia 
Geral das Nações Unidas adotou dois 
pactos internacionais de direitos humanos 
que desenvolvera, pormenorizadamente o 
conteúdo da Declaração Universal de 
1948: 
Pacto Internacional sobre Direitos Civis e 
Políticos 
Pacto Internacional sobre Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais 
O Pacto Internacional sobre Direitos Civis 
e Políticos 
Consagra o direito à autodeterminação 
dos povos 
Assenta o princípio da igualdade essencial 
de todos os seres humanos 
Não se admite regressões com relação aos 
direitos fundamentais 
Vedação à tortura, penas cruéis, aos 
tratamentos desumanos ou degradantes 
Vedação à escravidão 
Princípio do livre acesso ao Poder 
Judiciário 
Reconhece o direito de reunião 
Criou o Comitê de Direitos Humanos 
Pacto Internacional sobre Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais 
Proteção das classes ou grupos sociais 
desfavorecidos contra a dominação 
 
 
 
 
 
 
 
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socioeconômica exercida pela minoria rica 
e poderosa 
Proteção ao trabalho e à previdência social 
Direito à moradia 
Direito à saúde 
Desafios para a sua concretização 
Não criou nenhum órgão de fiscalização e 
controle 
XIII - A Convenção Americana de Direitos 
Humanos – 1969 
Aprovada na Conferência de São José da 
Costa Rica em 22 de novembro de 1969, a 
Convenção reproduz a maior parte das 
declarações de direitos constantes do 
Pacto Internacional de Direitos Civis e 
Políticos 
Principais destaques: 
Proteção do direito à vida desde o 
momento da concepção 
Prisão Civil apenas ao devedor de 
alimentos* 
Liberdade de atividade empresarial em 
matéria de imprensa, rádio e televisão 
Defesa do direito ao nome 
Vedação a todas as formas de exploração 
do homem pelo homem 
XIV- O Estatuto do Tribunal Penal 
Internacional (Tratado de Roma) – 1998 
O Estatuto incluiu na competência do 
Tribunal Penal apenas quatro crimes: “o 
crime de genocídio, os crimes contra a 
humanidade, os crimes de guerra e o 
crime de agressão” 
Sua criação constitui um avanço 
importante, pois esta é a primeira vez na 
história das relações entre Estados que se 
consegue obter o necessário consenso 
para levar a julgamento, por uma corte 
internacional permanente, políticos, chefes 
militares e mesmo pessoas comuns pela 
prática de delitos da mais alta gravidade, 
que até agora, salvo raras exceções, têm 
ficado impunes, especialmente em razão 
do princípio da soberania. 
a) Crimes de genocídio: matar membros de 
um grupo ou comunidade étnica; provocar 
lesões a membros do mesmo grupo; 
submeter a maus tratos que comportam a 
destruição física total ou parcial do grupo 
étnico; impor medidas anticoncepcionais 
ou capazes de causar a esterilidade; 
transferir forçadamente grupos de 
crianças para um grupo diferente. 
b) Crimes contra a humanidade: 
homicídio; extermínio; escravidão; 
deportação; aprisionamento com violação 
das normas do direito internacional; 
torturas; estupro, escravidão sexual, 
prostituição forçada, violência sexual; 
perseguição de grupos ou comunidades 
por motivos políticos, raciais, culturais, 
religiosos; desaparecimento forçado de 
uma ou mais pessoas; apartheid; atos 
inumanos que provocam graves 
sofrimentos. 
c) Crimes de guerra: para tal definição, 
foram utilizados os instrumentos jurídicos 
de Direito Internacional Humanitário, em 
particular a Convenção de Genebra, de 12 
de agosto de 1949. 
d) Crimes de agressão: esses crimes são 
de natureza política por excelência. Devido 
a isso, argumenta-se que a inclusão de 
tais crimes no Estatuto da Corte implicaria 
na “politização” dos seus trabalhos, 
colocando em risco a sua independência. 
O Tribunal será integrado por 18 juízes, no 
mínimo, que se distribuirão por três 
Seções: a Seção de Questões 
Preliminares, incumbida de examinar a 
admissibilidade dos processos, a Seção 
de Primeira Instância, que proferirá os 
julgamentos, e a Seção de Apelações, 
responsável pela apreciação dos recursos. 
XV - A Humanidade no Século XXI: A 
Grande Opção 
 
“Ainda é tempo de mudar de rota e 
navegar rumo à salvação. Na fímbria do 
horizonte já luzem os primeiros sinais da 
aurora. É a esperança de uma nova vida 
que renasce. 
A chama da liberdade, da igualdade e da 
solidariedade haverá de iluminar e inflamar 
a Terra inteira.” 
 
(Fábio Konder Comparato) 
 
 
UNIVERSALISMO X RELATIVISMO 
CULTURAL 
 
O BRASIL E OS TRATADOS 
INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS 
HUMANOS

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