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2 DIREITOS HUMANOS

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OAB 1ª Fase - XV Exame (Teoria) 
 Direitos Humanos 
Flavia Bahia 
1 
O Sistema Internacional de Proteção aos 
Direitos Humanos 
O movimento de internacionalização dos 
direitos humanos constitui um movimento 
extremamente recente na história, surgindo, a 
partir do pós guerra, 
como resposta às atrocidades e aos horrores 
cometidos durante o nazismo. A era Hitler foi 
marcada pela lógica da destruição e da 
descartabilidade da pessoa humana, que 
resultou no extermínio de milhões de pessoas. 
Se a 2ª Guerra significou a ruptura com os 
direitos humanos, o Pós-Guerra deveria 
significar a sua reconstrução. 
Em 10 de dezembro de 1948, é aprovada a 
Declaração 
Universal dos Direitos Humanos, como marco 
maior do processo de 
reconstrução dos direitos humanos. Introduz 
ela a concepção contemporânea 
de direitos humanos, caracterizada pela 
universalidade e indivisibilidade 
destes direitos 
Esta concepção inovadora aponta a duas 
importantes consequências: 
1ª) a revisão da noção tradicional de soberania 
absoluta do Estado, que passa a sofrer um 
processo de relativização, na medida em que 
são admitidas intervenções no plano nacional 
em prol da proteção dos direitos humanos; isto 
é, permitem-se formas de monitoramento e 
responsabilização internacional, quando os 
direitos humanos forem violados; 
2ª) a cristalização da ideia de que o indivíduo 
deve ter direitos 
protegidos na esfera internacional, na 
condição de sujeito de Direito. 
O processo de universalização dos direitos 
humanos permitiu, por 
sua vez, a formação de um sistema normativo 
internacional de proteção 
destes direitos. 
Neste contexto surge ao lado do sistema 
normativo global, o sistema normativo 
regional de proteção, que busca 
internacionalizar os direitos humanos no plano 
regional, particularmente na Europa, América 
e África. Consolida-se, assim, a convivência do 
sistema global (integrado pelos instrumentos 
das Nações Unidas) com instrumentos do 
sistema regional, por sua vez, integrado pelo 
sistema americano, europeu e africano de 
proteção aos direitos humanos. 
Adotando o valor da primazia da 
pessoa humana, estes sistemas se 
complementam, interagindo com o sistema 
nacional de proteção, a fim de proporcionar a 
maior efetividade possível na 
tutela e promoção de direitos fundamentais. 
Enfatize-se, contudo, que a 
ação internacional é sempre uma ação 
suplementar, constituindo uma 
garantia adicional de proteção dos direitos 
humanos. 
O sistema da ONU 
O Sistema da ONU (Global) possui dois tipos 
de procedimentos: os convencionais e os não 
convencionais 
O procedimento convencional requer a sua 
previsão expressa em tratados, pactos e 
convenções internacionais, e é supervisionado 
pelos órgãos internacionais de supervisão, os 
Comitês (através do sistema de denúncias, 
relatórios e investigações). 
Os procedimentos não convencionais são 
mecanismos não previstos em tratados que 
contribuem para a maior eficácia do sistema 
internacional de proteção. Os mecanismos não 
convencionais são bastante específicos e são 
acionados em caso de não assinatura dos 
tratados internacionais pelos países violadores 
de direitos humanos num caso específico, 
como por exemplo, o sistema de ações 
urgentes. 
Nestes casos, a ONU analisará as violações 
com base em requisitos como a persistência, a 
sistematicidade, a gravidade e a prevenção, 
para decidir se intervirá através de um dos 
seus órgãos, tomando providências concretas. 
O Sistema Regional Interamericano de 
Proteção aos Direitos Humanos 
O sistema interamericano de promoção dos 
direitos humanos teve início formal com a 
aprovação da Declaração Americana de 
Direitos e Deveres do Homem em 1948 na 
Colômbia. A Declaração Americana é um 
instrumento de alcance geral que integra o 
sistema interamericano, destinada a indivíduos 
genéricos e abstratos, estabelecendo os 
direitos essenciais da pessoa independente de 
ser nacional de determinado Estado, tendo 
como fundamento os atributos da pessoa 
humana. 
Além da Declaração Americana, há outros 
instrumentos de alcance geral que fazem parte 
do sistema interamericano, como a Convenção 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 1ª Fase - XV Exame (Teoria) 
 Direitos Humanos 
Flavia Bahia 
2 
Americana sobre os Direitos Humanos ou 
“Pacto de San José”(1969), ratificada pelo 
Brasil em 25/09/92 
O sistema interamericano também é integrado 
por instrumentos, tais como: a Comissão 
Interamericana de Direitos Humanos e a Corte 
Interamericana de Direitos Humanos. 
Ao ratificar a Convenção Americana, o Brasil 
aceitou compulsoriamente a competência da 
Comissão para receber denúncias de casos 
individuais de violações de direitos humanos. 
O sistema interamericano, baseia-se, 
fundamentalmente, no trabalho dos dois 
órgãos citados: (a) Comissão Interamericana 
de Direitos Humanos e (b) Corte 
Interamericana de Direitos Humanos. Cada um 
desses órgãos está composto por sete 
membros, nomeados e eleitos pelos Estados 
na Assembleia-Geral da OEA. Os membros 
atuam individualmente e autonomamente, isto 
é, sem nenhuma vinculação com os seus 
governos, e também não representam o país 
de sua nacionalidade. 
A Comissão e a Corte atuam de acordo com as 
faculdades que lhes foram outorgadas por 
distintos instrumentos legais, no decorrer da 
evolução do sistema interamericano. Apesar 
das especificidades de cada órgão, em linhas 
gerais os dois supervisionam o cumprimento, 
por parte dos Estados, dos tratados 
interamericanos de direitos humanos e têm 
competência para receber denúncias 
individuais de violação desses tratados 
A Comissão é o primeiro órgão a tomar 
conhecimento de uma denúncia individual, e 
só em uma segunda etapa a própria Comissão 
poderá levar a denúncia perante a Corte. 
Como o Brasil só reconheceu a jurisdição 
contenciosa da Corte em 10 de dezembro de 
1998, só podem ser apresentadas a ela 
denúncias de violações ocorridas após essa 
data. 
Porém, a Comissão pode receber denúncias 
de violações anteriores, isso porque sua 
competência se estende à análise de violações 
da Declaração Americana (1948) e da 
Convenção Americana desde a ratificação 
pelo Brasil em novembro de 1992. 
COMPOSIÇÃO COMISSÃO 
Artigo 34 - A Comissão Interamericana de 
Direitos Humanos compor-se-á de sete 
membros, que deverão ser pessoas de alta 
autoridade moral e de reconhecido saber em 
matéria de direitos humanos. 
Artigo 35 - A Comissão representa todos os 
Membros da Organização dos Estados 
Americanos. 
Artigo 36 - 1. Os membros da Comissão serão 
eleitos a título pessoal, pela Assembleia Geral 
da Organização, a partir de uma lista de 
candidatos propostos pelos governos dos 
Estados-membros. 
2. Cada um dos referidos governos pode 
propor até três candidatos, nacionais do 
Estado que os propuser ou de qualquer outro 
Estado-membro da Organização dos Estados 
Americanos. Quando for proposta uma lista de 
três candidatos, pelo menos um deles deverá 
ser nacional de Estado diferente do 
proponente. 
Artigo 37 - 1. Os membros da Comissão serão 
eleitos por quatro anos e só poderão ser 
reeleitos uma vez... 
2. Não pode fazer parte da Comissão mais de 
um nacional de um mesmo país. 
PETIÇÃO PERANTE A COMISSÃO 
Artigo 44 - Qualquer pessoa ou grupo de 
pessoas, ou entidade não-governamental 
legalmente reconhecida em um ou mais 
Estados-membros da Organização, pode 
apresentar à Comissão petições que 
contenham denúncias ou queixas de violação 
desta Convenção por um Estado-parte. 
Artigo 45 - 1. Todo Estado-parte pode, no 
momento do depósito do seu instrumento de 
ratificação desta Convenção, ou de adesão a 
ela, ou em qualquer momento posterior, 
declarar que reconhece a competência da 
Comissão para receber e examinar as 
comunicações em que um Estado-partealegue haver outro Estado-parte incorrido em 
violações dos direitos humanos estabelecidos 
nesta Convenção. 
2. As comunicações feitas em virtude deste 
artigo só podem ser admitidas e examinadas 
se forem apresentadas por um Estado-parte 
que haja feito uma declaração pela qual 
reconheça a referida competência da 
Comissão. A Comissão não admitirá nenhuma 
comunicação contra um Estado-parte que não 
haja feito tal declaração. 
Artigo 46 - Para que uma petição ou 
comunicação apresentada de acordo com os 
artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, 
será necessário: 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 1ª Fase - XV Exame (Teoria) 
 Direitos Humanos 
Flavia Bahia 
3 
a) que hajam sido interpostos e esgotados os 
recursos da jurisdição interna, de acordo com 
os princípios de Direito Internacional 
geralmente reconhecidos; 
b) que seja apresentada dentro do prazo de 
seis meses, a partir da data em que o 
presumido prejudicado em seus direitos tenha 
sido notificado da decisão definitiva; 
c) que a matéria da petição ou comunicação 
não esteja pendente de outro processo de 
solução internacional; e 
d) que, no caso do artigo 44, a petição 
contenha o nome, a nacionalidade, a 
profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa 
ou pessoas ou do representante legal da 
entidade que submeter a petição 
2. As disposições das alíneas "a" e "b" do 
inciso 1 deste artigo não se aplicarão quando: 
a) não existir, na legislação interna do Estado 
de que se tratar, o devido processo legal para 
a proteção do direito ou direitos que se alegue 
tenham sido violados 
b) não se houver permitido ao presumido 
prejudicado em seus direitos o acesso aos 
recursos da jurisdição interna, ou houver sido 
ele impedido de esgotá-los; e 
c) houver demora injustificada na decisão 
sobre os mencionados recursos 
Artigo 47 - A Comissão declarará inadmissível 
toda petição ou comunicação apresentada de 
acordo com os artigos 44 ou 45 quando: 
a) não preencher algum dos requisitos 
estabelecidos no artigo 46 
b) não expuser fatos que caracterizem 
violação dos direitos garantidos por esta 
Convenção 
c) pela exposição do próprio peticionário ou do 
Estado, for manifestamente infundada a 
petição ou comunicação ou for evidente sua 
total improcedência; ou 
d) for substancialmente reprodução de petição 
ou comunicação anterior, já examinada pela 
Comissão ou por outro organismo 
internacional. 
A Corte Interamericana cumpre duas espécies 
de funções: (a) contenciosa (quando há 
conflito) e (b) consultiva (preventiva). É uma 
instância judicial autônoma. A fase prévia de 
todo processo desenrola-se perante a 
Comissão. É impossível contenciosamente ir 
direto à Corte. O procedimento dentro da Corte 
está regido pela Convenção, pelo seu 
regulamento, assim como pela sua 
jurisprudência. O procedimento na Comissão 
tem sua fase de conciliação. Quando infrutífera 
vem a fase de produção de provas e de 
decisão. Qualquer pessoa pode se dirigir à 
Comissão (independentemente de advogado). 
COMPOSIÇÃO CORTE 
Artigo 52 - 1. A Corte compor-se-á de sete 
juízes, nacionais dos Estados-membros da 
Organização, eleitos a título pessoal dentre 
juristas da mais alta autoridade moral, de 
reconhecida competência em matéria de 
direitos humanos, que reúnam as condições 
requeridas para o exercício das mais elevadas 
funções judiciais, de acordo com a lei do 
Estado do qual sejam nacionais, ou do Estado 
que os propuser como candidatos. 
2. Não deve haver dois juízes da mesma 
nacionalidade. 
Artigo 53 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos, 
em votação secreta e pelo voto da maioria 
absoluta dos Estados-partes na Convenção, 
na Assembleia Geral da Organização, a partir 
de uma lista de candidatos propostos pelos 
mesmos Estados. 
2. Cada um dos Estados-partes pode propor 
até três candidatos, nacionais do Estado que 
os propuser ou de qualquer outro Estado-
membro da Organização dos Estados 
Americanos. Quando se propuser um lista de 
três candidatos, pelo menos um deles deverá 
ser nacional do Estado diferente do 
proponente. 
Artigo 54 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos 
por um período de seis anos e só poderão ser 
reeleitos uma vez... 
Artigo 57 - A Comissão comparecerá em todos 
os casos perante a Corte 
O processo termina na Comissão com: (a) 
arquivamento (ausência de provas do 
alegado); (b) acordo ou (c) reconhecimento de 
violação de um direito (previsto na Convenção 
Americana) pelo Estado. Nesta última hipótese 
há a publicação de um relatório ou essa 
publicação e ação perante a Corte. O 
procedimento perante a Corte é civil (não 
penal). Apesar disso, há decisões da Corte que 
interferem diretamente na Justiça criminal. Por 
exemplo: quando a Corte anula um processo 
por violação do devido processo legal. 
FLUXOGRAMA – CASOS PERANTE A 
CORTE 
INTERAMERICANA DE DIREITOS 
HUMANOS 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 1ª Fase - XV Exame (Teoria) 
 Direitos Humanos 
Flavia Bahia 
4 
1) A Comissão deve submeter o caso à Corte 
em um prazo de 3 meses a partir da remessa 
do relatório ao Estado 
2) O Presidente do Tribunal faz um exame 
preliminar da demanda 
3) O Secretário notifica o Presidente, os 
Juízes, vítima(s) e o Estado, que terá um prazo 
de 4 meses para apresentar contestação 
4)Realizada Audiência 
5) Decisão final e inapelável. Natureza da 
sentença? 
CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS E 
DIREITOS HUMANOS 
1824 
O voto é censitário, baseado em bens de 
raízes, ou seja, tudo que tivesse valor 
financeiro. Desse modo, não só a aristocracia 
votaria, mas o comércio também poderia votar; 
Contém um extenso rol de liberdades públicas; 
São excluídos de votar nas Assembleias 
Paroquiais os que não tiverem renda líquida 
anual de cem mil réis por bens de raiz, 
indústria, comércio, ou empregos; 
1891 
Não podem alistar-se eleitores para as 
eleições federais ou para as dos Estados os 
mendigos e os analfabetos. As mulheres 
também não votavam 
Fica abolida a pena de morte, reservadas as 
disposições da legislação militar em tempo de 
guerra; 
Trouxe o habeas corpus sempre que o 
indivíduo sofresse ou se achasse em iminente 
perigo de sofrer violência ou coação por 
ilegalidade ou abuso de poder; 
1934 
Implanta a justiça do trabalho, a justiça eleitoral 
e o voto secreto; 
Primeira Constituição a consagrar os direitos 
dos trabalhadores, como a jornada de oito 
horas e a proibição do trabalho infantil; 
Prevê o direito de voto às mulheres na 
Constituição; 
Não podem alistar-se como eleitores os 
mendigos e os analfabetos; 
Introduz o mandado de segurança individual e 
a ação popular no texto da Constituição. 
1937 
Inspirada num modelo fascista da Carta 
ditatorial polonesa de 1935, foi extremamente 
autoritária. Conhecida por Constituição 
“polaca”; 
Além dos casos previstos na legislação militar 
para o tempo de guerra, a lei poderá 
prescrever a pena de morte para alguns 
crimes, inclusive os de homicídio cometido por 
motivo fútil e com extremos de perversidade; 
1937 
Perdem-se os direitos políticos: pela recusa, 
motivada por convicção religiosa, filosófica ou 
política, de encargo, serviço ou obrigação 
imposta por lei aos brasileiros; 
A lei pode prescrever censura prévia da 
imprensa, do teatro, do cinematógrafo, da 
radiodifusão, facultando à autoridade 
competente proibir a circulação, a difusão ou a 
representação; 
A greve e o lock-out são declarados recursos 
anti-sociais nocivos ao trabalho e ao capital e 
incompatíveis com os superiores interesses da 
produção nacional; 
1946 
O alistamento e o voto são obrigatórios para os 
brasileiros de ambos os sexos, salvo as 
exceções previstas em lei; 
Não podem alistar-se eleitores os analfabetos; 
É livre a manifestação do pensamento, sem 
que dependa de censura, salvo quanto a 
espetáculos e diversõespúblicas; 
É estabelecida a função social da propriedade, 
prevendo desapropriação com indenização; 
1946 
Não haverá pena de morte, de banimento, de 
confisco nem de caráter perpétuo. São 
ressalvadas, quanto à pena de morte, as 
disposições da legislação militar em tempo de 
guerra com país estrangeiro; 
 É reconhecido o direito de greve, cujo 
exercício a lei regulará. 
1967 
Cria a ação de suspensão de direitos 
individuais e políticos; 
Ficam aprovados e excluídos de apreciação 
judicial os atos praticados pelo Comando 
Supremo da Revolução de 31 de março de 
1964; 
Em 1968, instituem o AI- 5. 
EMENDA CONSTITUCIONAL N° 1 DE 1969 
Nesse texto emendado, o poder ficou cada vez 
mais centralizado, tanto horizontalmente 
(legislativo, executivo e judiciário), quanto 
verticalmente (União, Estados e Municípios), 
nas mãos do Presidente da República; 
Elimina as imunidades parlamentares 
materiais e processuais; 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 1ª Fase - XV Exame (Teoria) 
 Direitos Humanos 
Flavia Bahia 
5 
Determina a liberdade de criação de partidos 
políticos; 
O IMPACTO DA GLOBALIZAÇÃO DOS 
DIREITOS HUMANOS 
NO DIREITO BRASILEIRO 
O marco inicial do processo de incorporação 
de tratados internacionais 
de direitos humanos pelo Direito Brasileiro foi 
a ratificação, em 1989, da 
Convenção contra a Tortura e Outros 
Tratamentos Cruéis, Desumanos ou 
Degradantes. 
Assim, a partir da Carta de 1988 foram 
ratificados pelo Brasil: 
a) a Convenção Interamericana para 
Prevenir e Punir a Tortura, em 20 de 
julho de 1989; 
b) a Convenção sobre os Direitos da 
Criança, em 24 de setembro de 1990; 
c) o Pacto Internacional dos Direitos Civis e 
Políticos, em 24 de janeiro de 1992; 
d) o Pacto Internacional dos Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais, em 24 de 
janeiro de 1992; 
e) a Convenção Americana de Direitos 
Humanos, em 25 de setembro de 1992; 
f) a Convenção Interamericana para Prevenir, 
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, 
em 27 de novembro de 1995. 
Enfatize-se que a Constituição brasileira de 
1988, como marco jurídico 
da institucionalização dos direitos humanos e 
da transição democrática no 
país, ineditamente, consagra o primado do 
respeito aos direitos humanos 
como paradigma propugnado para a ordem 
internacional. 
Este princípio invoca a abertura da ordem 
jurídica brasileira ao sistema internacional de 
proteção dos direitos humanos e, ao mesmo 
tempo, exige uma nova interpretação de 
princípios tradicionais como a soberania 
nacional e a não intervenção, impondo a 
flexibilização e relativização destes valores. 
Se para o Estado brasileiro a prevalência dos 
direitos humanos é princípio a reger o Brasil no 
cenário internacional, está-se, 
consequentemente, admitindo a concepção de 
que os direitos humanos constituem tema de 
legítima preocupação e interesse da 
comunidade internacional. 
 Pena de Morte e a Convenção Americana 
de Direitos Humanos 
Artigo 4º - Direito à vida 
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite 
sua vida. Esse direito deve ser protegido pela 
lei e, em geral, desde o momento da 
concepção. Ninguém pode ser privado da vida 
arbitrariamente. 
2. Nos países que não houverem abolido a 
pena de morte, esta só poderá ser imposta 
pelos delitos mais graves, em cumprimento de 
sentença final de tribunal competente e em 
conformidade com a lei que estabeleça tal 
pena, promulgada antes de haver o delito sido 
cometido. Tampouco se estenderá sua 
aplicação a delitos aos quais não se aplique 
atualmente. 
3. Não se pode restabelecer a pena de morte 
nos Estados que a hajam abolido. 
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser 
aplicada a delitos políticos, nem a delitos 
comuns conexos com delitos políticos. 
5. Não se deve impor a pena de morte a 
pessoa que, no momento da perpetração do 
delito, for menor de dezoito anos, ou maior de 
setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de 
gravidez. 
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito 
a solicitar anistia, indulto ou comutação da 
pena, os quais podem ser concedidos em 
todos os casos. Não se pode executar a pena 
de morte enquanto o pedido estiver pendente 
de decisão ante a autoridade competente. 
Trechos importantes da Convenção em defesa 
da mulher 
DECRETO Nº 4.377, DE 13 DE SETEMBRO 
DE 2002. 
Artigo 1º - Para fins da presente Convenção, a 
expressão "discriminação contra a mulher" 
significará toda distinção, exclusão ou 
restrição baseada no sexo e que tenha por 
objeto ou resultado prejudicar ou anular o 
reconhecimento, gozo ou exercício pela 
mulher, independentemente de seu estado 
civil, com base na igualdade do homem e da 
mulher, dos direitos humanos e liberdades 
fundamentais nos campos político, econômico, 
social, cultural e civil ou em qualquer outro 
campo. 
Artigo 2º - Os Estados-partes condenam a 
discriminação contra a mulher em todas as 
suas formas, concordam em seguir, por todos 
os meios apropriados e sem dilações, uma 
política destinada a eliminar a discriminação 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 1ª Fase - XV Exame (Teoria) 
 Direitos Humanos 
Flavia Bahia 
6 
contra a mulher, e com tal objetivo se 
comprometem a: 
a) consagrar, se ainda não o tiverem feito, em 
suas Constituições nacionais ou em outra 
legislação apropriada, o princípio da igualdade 
do homem e da mulher e assegurar por lei 
outros meios apropriados à realização prática 
desse princípio; 
b) adotar medidas adequadas, legislativas e de 
outro caráter, com as sanções cabíveis e que 
proíbam toda discriminação contra a mulher; 
c) estabelecer a proteção jurídica dos direitos 
da mulher em uma base de igualdade com os 
do homem e garantir, por meio dos tribunais 
nacionais competentes e de outras instituições 
públicas, a proteção efetiva da mulher contra 
todo ato de discriminação; 
d) abster-se de incorrer em todo ato ou prática 
de discriminação contra a mulher e zelar para 
que as autoridades e instituições públicas 
atuem em conformidade com esta obrigação; 
e) tomar as medidas apropriadas para eliminar 
a discriminação contra a mulher praticada por 
qualquer pessoa, organização ou empresa; 
f) adotar todas as medidas adequadas, 
inclusive de caráter legislativo, para modificar 
ou derrogar leis, regulamentos, usos e práticas 
que constituam discriminação contra a mulher; 
g) derrogar todas as disposições penais 
nacionais que constituam discriminação contra 
a mulher. 
Artigo 4º - 1. A adoção pelos Estados-partes 
de medidas especiais de caráter temporário 
destinadas a acelerar a igualdade de fato entre 
o homem e a mulher não se considerará 
discriminação na forma definida nesta 
Convenção, mas de nenhuma maneira 
implicará, como consequência, a manutenção 
de normas desiguais ou separadas; essas 
medidas cessarão quando os objetivos de 
igualdade de oportunidade e tratamento 
houverem sido alcançados. (Ações 
afirmativas) 
Reservas feitas pelo BR em 1984 e retiradas 
em 1994 
15, 4. Os Estados-partes concederão ao 
homem e à mulher os mesmos direitos no que 
respeita à legislação relativa ao direito das 
pessoas, à liberdade de movimento e à 
liberdade de escolha de residência e domicílio. 
Artigo 16 - 1. Os Estados-partes adotarão 
todas as medidas adequadas para eliminar a 
discriminação contra a mulher em todos os 
assuntos relativos ao casamento e às relações 
familiares e, em particular, com base na 
igualdade entre homens e mulheres, 
assegurarão: 
a) o mesmo direito de contrair matrimônio; 
c) os mesmos direitos e responsabilidades 
durante o casamento e por ocasião de sua 
dissolução; 
g) os mesmos direitos pessoais como marido 
e mulher, inclusive o direito de escolher 
sobrenome, profissão e ocupação; 
h) os mesmos direitos a ambos os cônjuges 
em matéria de propriedade, aquisição, gestão,administração, gozo e disposição dos bens, 
tanto a título gratuito quanto a título oneroso. 
DECRETO Nº 4.316, DE 30 DE JULHO DE 
2002. 
Promulga o Protocolo Facultativo à Convenção 
sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra a Mulher. 
- Competências do Comitê 
- Pedido por escrito 
- Não se admite o anonimato 
- Não se admite litispendência 
internacional 
“CASO MARIA DA PENHA MAIA 
FERNANDES” 
Depois de 10 (dez) anos do início do 
procedimento na Comissão Interamericana, a 
biofarmacêutica Maria da Penha, recebeu, no 
dia 7 de julho de 2008, uma indenização no 
valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) do 
Governo do Ceará; o pagamento tinha sido 
uma das recomendações da Comissão. 
 
Tratamento no direito brasileiro 
- Lei Maria da Penha – Lei 11.340/06 
- ADC 19 
Arts. 5º, I, 226, § 3º, § 4º, § 5º, § 8º. 
 DECRETO 6949/09 
Artigo 1 Propósito O propósito da presente 
Convenção é promover, proteger e assegurar 
o exercício pleno e equitativo de todos os 
direitos humanos e liberdades fundamentais 
por todas as pessoas com deficiência e 
promover o respeito pela sua dignidade 
inerente. 
Pessoas com deficiência são aquelas que têm 
impedimentos de longo prazo de natureza 
física, mental, intelectual ou sensorial, os 
quais, em interação com diversas barreiras, 
podem obstruir sua participação plena e 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB 1ª Fase - XV Exame (Teoria) 
 Direitos Humanos 
Flavia Bahia 
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efetiva na sociedade em igualdades de 
condições com as demais pessoas. 
Artigo 3 Princípios gerais Os princípios da 
presente Convenção são: 
a) O respeito pela dignidade inerente, a 
autonomia individual, inclusive a liberdade de 
fazer as próprias escolhas, e a independência 
das pessoas; 
b) A não-discriminação; 
c) A plena e efetiva participação e inclusão na 
sociedade; 
d) O respeito pela diferença e pela aceitação 
das pessoas com deficiência como parte da 
diversidade humana e da humanidade; 
e) A igualdade de oportunidades; 
f) A acessibilidade; 
g) A igualdade entre o homem e a mulher; 
h) O respeito pelo desenvolvimento das 
capacidades das crianças com deficiência e 
pelo direito das crianças com deficiência de 
preservar sua identidade. 
PROTOCOLO FACULTATIVO 
Artigo 1 
1.Qualquer Estado Parte do presente 
Protocolo (“Estado Parte”) reconhece a 
competência do Comitê sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência (“Comitê”) para 
receber e considerar comunicações 
submetidas por pessoas ou grupos de 
pessoas, ou em nome deles, sujeitos à sua 
jurisdição, alegando serem vítimas de violação 
das disposições da Convenção pelo referido 
Estado Parte. 
2.O Comitê não receberá comunicação 
referente a qualquer Estado Parte que não seja 
signatário do presente Protocolo 
Artigo 2 
O Comitê considerará inadmissível a 
comunicação quando: 
a) A comunicação for anônima; 
b) A comunicação constituir abuso do direito de 
submeter tais comunicações ou for 
incompatível com as disposições da 
Convenção; 
c) A mesma matéria já tenha sido examinada 
pelo Comitê ou tenha sido ou estiver sendo 
examinada sob outro procedimento de 
investigação ou resolução internacional; 
d) Não tenham sido esgotados todos os 
recursos internos disponíveis, salvo no caso 
em que a tramitação desses recursos se 
prolongue injustificadamente, ou seja 
improvável que se obtenha com eles solução 
efetiva; 
e) A comunicação estiver precariamente 
fundamentada ou não for suficientemente 
substanciada; ou 
f) Os fatos que motivaram a comunicação 
tenham ocorrido antes da entrada em vigor do 
presente Protocolo para o Estado Parte em 
apreço, salvo se os fatos continuaram 
ocorrendo após aquela data.

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