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Responsabilidade civil - resumo direito unoesc

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RESPONSABILIDADE CIVIL
	28.04.2014
Ato licito gera responsabilidade civil. 
Na era primitiva: a vindita – lei de talião - olho por olho, dente por dente. 
A vingança privada foi substituída pela composição com indenizações tarifadas, ou seja, a lei determina um valor a ser indenizado. 
Lex aquilia e suas inovações (direito romano) – foi nessa época que o juris consulto aquilio consegui separar a responsabilidade contratual da extracontratual, ou seja, uma coisa é causar um dano com quem você tem um contrato (contratual) e outra com quem não tem contrato (extracontratual – essa é a aquiliana). Também nessa época começou-se a desenvolver a ideia de culpa que não existia até então. 
Direito francês – código de napoleão: consagrou a responsabilidade civil com fundamento na culpa e também separou a pena da reparação do dano, além de outras contribuições. 
O primeiro julgamento que aplicou responsabilidade objetiva foi na França. Desenvolveu-se a teoria do fato da coisa. 
Conceito de responsabilidade civil: é o dever de reparar um dano causado pelo descumprimento de uma obrigação (não quer dizer que é um contrato) anterior. A obrigação pode ser legal, contratual ou pode ser genérica (que significa que todos temos a obrigação genérica de não lesar ninguém – “neminem laedere”).
Excepcionalmente, há responsabilidade sem obrigação e obrigação sem responsabilidade. 
Obrigação – schuld: 
- é um dever jurídico originário que pode ser contratual, extracontratual ou geral de não lesar. Exemplo de dever que não leva á responsabilidade – artigo 453, CC – quando o evictor não quiser indenizar pelas benfeitorias quem deverá indenizar o evicto é o alienante. Portanto, o evictor tem o dever de indenizar, porque é ele que ficará fruindo das benfeitorias, contudo se o mesmo não indenizar quem responderá por isso é o alienante. 
Exemplo: devedor do jogo ou da dívida prescrita. 
Responsabilidade – haftung: 
- Alguém pode ter responsabilidade civil sem ter descumprido obrigação alguma, por exemplo, o empregador que responde pelos atos do empregado – artigo 932, III. 
- é um dever sucessivo. 
Regra: primeiro preciso descumprir uma obrigação para depois responder. 
Exceção: o sistema admite que alguém descumpra uma obrigação e não responda por isso.
Diferenças: 
Responsabilidade penal:
- o objetivo é fazer com o sujeito pague com uma pena o que ele fez – expiação. 
- quem a deflagra: é o estado por meio do MP.
- prescinde de dano moral ou material. 
- quanto ao ônus da prova quem deve provar é o persecutor. 
- o sujeito precisa ser imputável. 
- a pena criminal é intransferível. 
Responsabilidade civil: 
- O objetivo é a reparação, ou seja, não tem escopo expiatório. 
- quem a deflagra: a própria vítima. 
- precisa de um dano moral ou material, porque não tem como alguém responder civilmente sem que haja um dano. 
- para responder civilmente não precisa ser capaz e nem imputável – artigo 928. 
A responsabilidade do incapaz é considerada subsidiaria, porque a lei previu uma ordem, ou seja, o incapaz só responde se as pessoas por ele responsáveis por ele não puderem fazê-lo. Por isso, primeiro é preciso buscar a reparação do responsável e apenas em hipóteses subsidiária do incapaz. 
Os responsáveis não terão obrigação de indenizar os danos que o incapaz causou quando, por exemplo, um menor ter cometido um ato infracional. Para a doutrina é apenas nesse caso que os responsáveis não tem obrigação de indenizar, de forma que apenas o adolescente poderá indenizar – ato infracional. 
Quando os responsáveis não tiverem meios suficientes para arcar com a reparação, sem que isso comprometa o seu mínimo existencial, deverá o incapaz arcar com a indenização, desde que tenha patrimônio. 
§único – a indenização deve ser equitativa/indenização mitigada – o juiz poderia condenar o incapaz a pagar um valor menor do que dano que ele provocou, 
Portanto, a responsabilidade civil do incapaz é subsidiária e mitigada. 
- na responsabilidade civil o ônus da prova é da vítima. 
- a responsabilidade civil é transferível, porque se o responsável civil falecer o dever de indenizar será dos herdeiros, nos limites da herança – artigo 943. 
O princípio da independência e suas exceções: 
Dano penal e civil podem ocorrer ao mesmo tempo, sem que isso implique necessariamente que o resultado de uma instancia não vincula necessariamente a outra, com base no princípio da independência – artigo 935. 
Exceções ao princípio da independência: o resultado da instância penal afeta a esfera cível, ou seja, a coisa julgada na esfera penal fará coisa julgada no cível. 
Sentença penal condenatória – condenou o sujeito porque se reconheceu que o mesmo é autor do crime e que o fato aconteceu, sendo que, nesse caso havendo dano cível, a obrigação de indenizar se transfere para o cível em que já haverá certeza do fato e do nexo de causalidade, de forma que já sabe quem é o autor. Assim, na esfera cível para liquidar os danos e executar, o que se denomina de ação civil “ex delicto” – artigo 63, CPP, utiliza-se a sentença penal condenatória como título executivo, que deverá passar pela fase de liquidação.
Obs. Artigo 387, IV, CPP – valor mínimo da indenização. 
Absolvição por inexistência do fato: o réu é absolvido sob o fundamento de que o fato não existiu, isso fará coisa julgada no cível, de forma que não responde em nenhuma das duas esferas. 
Absolvição por inexistência de autoria: o réu foi absolvido porque não foi o autor do crime. 
Obs. é possível que o réu não seja condenado na esfera penal e seja condenado na esfera cível, porque as provas que se produzem na esfera cível são diferentes das penais. Portanto, se ele for absolvido por insuficiência de provas na esfera penal, isso não significa que não responderá civilmente, porque essa sentença penal não faz coisa julgada no cível. 
Portanto, as únicas decisões penais que influenciam no cível são as três exceções acima descritas, as demais não influenciam em nada na esfera cível.
Funções da responsabilidade civil: 
Punitiva/preventiva: sempre está junto com a função preventiva, porque são indissociáveis. Uma dos objetivos da responsabilidade civil é demonstrar a toda a sociedade que aquele que causa um dano deverá pagar por isso, ou seja, tem uma função pedagógica, isto, ensinar a todos que não se deve causar danos uns aos outros. São inseparáveis, porque o objetivo não é impor uma pena, mas sim ensinar a todos na sociedade que aquele que causa um dano será obrigado a indenizar. Portanto, visa prevenir que um novo dano aconteça. Essa é responsabilidade que prevalece na condenação pelo dano moral.
Reparação do dano: esse é o maior objetivo da responsabilidade civil, isto é, garantir à vítima a possibilidade de ser civilmente reparada no dano que suportou. É mais presente na responsabilidade civil objetiva. 
Pressupostos da responsabilidade subjetiva – artigo 186. 
Obs. A regra geral no Brasil é que a responsabilidade civil é SUBJETIVA. 
Ação ou omissão voluntária: negligencia ou imprudência estão abrangidas pela imperícia e estarão presentes quando o sujeito tem culpa. 
A ação deve ser voluntária, ou seja, depende da vontade do sujeito. Deve ter vontade e discernimento, de forma que para que haja vontade consciente é preciso que o agente seja capaz. Não se inclui o incapaz porque ele não pode agir com culpa. 
A omissão será fator de responsabilidade quando o sujeito tiver a responsabilidade contratual de agir e se abster voluntariamente. 
Culpa lato sensu: é preciso averiguar se o sujeito tem culpa ou não. 
Os civilistas evitam falar em dolo, de forma que dividem a culpa em strictu sensu e lato sensu. 
Culpa lato sensu – a vontade de agir ou se omitir e também a vontade produzir o dano, u seja, causar o prejuízo a outrem. Não é dolo, porque no direito civil esta palavra está alocada nos vícios de consentimento. 
Culpa strictu sensu – o sujeito age ou se omite voluntariamente, mas não queria produzir o dano. 
Aferição de culpa: 
Para determinara existência da culpa parte-se da premissa geral de que todos nos temos o dever de prever os resultados de nossas ações ou omissões. (essa é uma premissa básica para saber se alguém agiu com culpa). Assim, quando alguém falha no dever de prever o resultado, já se começa a desenhar para o sujeito a culpa (já tem 50% de culpa). 
Depois que eu sei que o resultado era previsível, é preciso comparar o indigitado (aquele que está sendo apontado como culpado) com o que teria feito naquele momento/circunstancias o que teria feito o tipo padrão (é o homem fictício, ou seja, um modelo criado pelo direito - é o homem médio). 
Ex.: um médico estava atendendo uma situação emergencial e a pessoa acidentada foi para uma cirurgia no abdômen, sendo que, durante a cirurgia caiu uma agulha no abdômen da paciente e o médico viu a agulha, mas não tirou a mesma e fechou o abdômen. De forma que, em momento posterior a paciente teve que fazer uma nova cirurgia para tirar a agulha. Nesse caso, é previsível que alguém tenha que fazer uma segunda cirurgia para retirar o corpo estranho que ficou em seu organismo depois da cirurgia – isso é o dano.
Depois disso, como teria agido o tipo padrão nesse caso, em que o médico viu que a agulha caiu no abdômen do paciente. Se o tipo padrão disser que teria tirado a agulha, verifica-se que o indigitado não agiu de acordo com o tipo padrão e assim se verifica a sua culpa. Mas se o tipo padrão dissesse que, nesse caso em que a paciente estava perdendo muito sangue, ele não teria tirado a agulha e sim fechado ela e retirado em momento posterior, assim, o tipo padrão teria agido exatamente da mesma forma que o médico e, portanto, este não agiu com culpa. 
- Portanto a aferição de culpa se faz pela:
Previsibilidade;
Comparação com o tipo padrão. 
- culpa objetiva (analisar se o resultado era previsível que o dano poderia ocorrer e não se o sujeito previu o resultado) e aferição da culpa in abstrato – é feita a comparação com o sujeito em abstrato, ou seja, o tipo padrão.
- imprevidência – não prever aquilo que era previsível. Pode ser apresentar sob a forma de: 
a) imprudência: não previu e agiu de forma diferente do tipo padrão. A pessoa não pensa antes de agir, não toma cuidado, não se acautela. 
b) negligência: ocorre quando o sujeito poderia ter evitado o dano que era previsível e não fez nada para evita-lo. É a inercia do sujeito diante da situação concreta. Ex.: aquele que anda com o pneu careca no carro. 
c) imperícia: é a culpa própria de profissionais, de quem se espera um conhecimento específico. Essa modalidade pode se coadunar ao mesmo tempo a imprudência e a negligência. 
- tripartição da culpa: 
a) lata ou grave: falta grosseira. Culpa lata dolus equiparatur. Estava no limite com o dolo, vez que a falta é tão grosseira que se imagina que o sujeito sabia que podia causar o resultado.
b) leve: bastava um pouco de previdência para evitar o dano. Um pouco de diligencia ou prudência teria evitado o dano. 
c) levíssima: somente com máxima diligência teria conseguido evitar o dano. Mesmo com essa culpa, o sujeito deve indenizar os danos. 
In lege Aquila et levíssima culpa venit – mesmo com culpa levíssima o sujeito responde.
Ver artigo – 944,§único, CC – quando o juiz verifica uma desproporção entre o dano e a culpa, no sentido de que o dano foi enorme e a culpa levíssima, poderá aplicar uma equalização a pagar um valor inferior ao dano. Portanto, quando houver uma desproporção entre o dano e a culpa o juiz pode condenar ao pagamento de indenização em valor menor do que aquele que causou. 
Alguns doutrinadores entendem que o juiz apenas pode fazer isso no dano moral. 
- as manifestações da culpa: 
a) culpa in omittendo, in comittendo – omissão e comissão/ação.
b) culpa in custodiendo: culpa em custódia. 
c) culpa in vigilando: culpa no dever de vigiar pessoas. 
d) culpa in elegendo: culpa na escolha. 
Culpa presumida – in re ipsa – que decorre do próprio fato, ou seja, já é inerente ao fato: não pode ser confundida com a culpa objetiva, porque nesse caso a presença ou não da culpa não faz diferença nenhuma. 
Inverte-se o ônus da prova, pois aquele em relação a quem se presume a culpa deverá provar que não agiu com culpa. A vítima descreve o fato e presume-se a culpa do réu que deverá demostrar que não agiu com culpa para não responder. 
Há casos em que a própria lei presume a culpa das partes, mas muitos outros casos não estão previstos em lei e decorrem da reiterada decisão judicial que reconhece culpa naquele fato. 
Ex.: o veículo que invadiu a calçada, o inadimplemento contratual (artigo 389 c/c 393 do CC). Presume-se que aquele que descumpriu o contrato tem culpa, de forma que incumbe ao mesmo provar que não agiu com culpa. Ex.: colisão traseira no transito. 
Ex.: erro médico – o profissional liberal sempre responde subjetivamente (artigo 14, CDC e artigo 951, CC). O médico tem uma obrigação de meio (cirurgia reparadora), mas o cirurgião plástico que se propõe a fazer uma cirurgia de embelezamento, assume uma obrigação de resultado, sendo que, nesse caso a responsabilidade ainda continua sendo subjetiva. Pois o fato de ter uma obrigação de resultado não significa que assumiu obrigação objetiva. MÉDICO NUNCA ASSUME OBRIGAÇÃO OBJETIVA, MAS SIM SUBJETIVA. Portanto, o médico responderá civilmente se agir com culpa, de forma que se conseguir provar que não teve culpa com a não obtenção do resultado, o médico não responderá com civilmente. 
Cirurgia reparadora – obrigação meio. Nesse caso, o médico não responde, porque não assumiu obrigação de resultado. 
Cirurgia estética – obrigação de resultado. Nesse caso, presume-se que o médico tem culpa, mas essa culpa é subjetiva, porque se ele provar que não agiu com culpa, não será responsabilizado, mas se não provar poderá ser condenado a pagar. 
Obs. Sempre que for profissional liberal a responsabilidade é subjetiva. Se for por culpa presumida, cabe ao profissional provar que não agiu com culpa. 
Obs. O médico só responde por não obter o resultado em caso de cirurgia estática embelezadora. Nos demais casos, o medico não tem obrigação de resultado e sim obrigação meio. 
Culpa contra a legalidade: é uma teoria pela qual se presume a culpa daquele que tenha descumprido um mandamento legal. É um desdobramento da culpa presumida, pois é um derivado da mesma, sendo que, se presume a culpa daquele que infringiu uma norma. Se um dos envolvidos no fato infringiu uma norma, presume-se automaticamente que o mesmo é culpado pelo dano. “é um pensamento popular”. Os tribunais são pacíficos de que não se aplica teoria da culpa contra a legalidade, porque nem sempre aquele que descumpriu o mandamento legal foi quem deu causa ao dano, sendo que essa teoria viola o nexo de causalidade, visto que desconsidera esse elemento da responsabilidade civil. Assim, se o sujeito comprovar que não deu causa ao fato, o mesmo não será responsabilizado. ESSA TEORIA NÃO É APLICADA NO BRASIL. 
Ex.: dirigir embriagado ou sem habilitação e se envolver em um acidente. 
Ex.: sujeito que dirige na contramão e sem carteira de habilitação e não se envolve em nenhum acidente e nem atropela ninguém cometerá uma ilegalidade, mas não um ilícito civil, porque precisa de dano, nexo, culpa e fato e nesse caso não houve dano, portanto falta um dos elementos do ilícito civil. 
Culpa concorrente (artigo 945): ocorre quando os dois envolvidos no fato agiram com culpa. Ex.: motorista em alta velocidade em uma via pública foi abalroado por um outro que atravessou a preferencial, nesse caso ambos os envolvidos foram imprudentes. Nesse caso, pode haver culpa concorrente e apenas um deles sofrer danos, este que sofreu os danos tem direito à uma indenização minorada, porque também teve culpa no evento danoso. 
Por outro lado, se ambos os participantes no evento danoso tiveram danos, ou seja, foram os danos foram recíprocos, cada um deve pagar a metade do dano do outro e suportar a metade do seu dano. A questão dos danos recíprocos é construção jurisprudencial,porque não está na lei. 
Qual a relação entre responsabilidade civil e ato ilícito – artigo 186, CC? 
Quando se fala em responsabilidade civil não é apenas ato ilícito que gera responsabilidade civil, mas o ato lícito também pode gerar responsabilidade civil. Portanto, a responsabilidade civil decorre de um ato ilícito, mas também pode decorrer de um fato antijurídico que não é necessariamente ilícito. 
O ato ilícito tem duas bifurcações:
- ato ilícito culposo, porque exige culpa (imprudência, negligência). 
- ato ilícito objetivo em que não precisa de culpa, artigo 187, CC, de forma que não precisa de culpa ou dolo para cometer o ato ilícito. Ex.: abuso de direito. 
Portanto, todo ato ilícito não precisa de culpa para ser cometido. 
O ato antijurídico (não é necessariamente ilícito): 
- responsabilidade objetiva.
 
Nexo de causalidade: nexo etiológico. 
É a ligação ininterrupta entre o dano e uma ação, omissão ou um fato, de modo que se possa dizer que o dano decorre da ação ou omissão ou fato. 
Quando se fala de responsabilidade subjetiva, verifica-se se há uma ação ou omissão que se liga ao dano. Mas quando a responsabilidade é objetiva é um fato que se liga ao dano e não uma ação ou omissão.
Muitas vezes há apenas uma causa para o dano, contudo é possível que existam varias causas que parecem ter ocasionado o dano, nesse caso é preciso investigar se todas elas estão ligadas, ou seja, possuem um nexo de causalidade com o dano. Quando há mais de uma causa para o dano tem-se o fenômeno denominado de concausas, que podem ser simultâneas ou sucessivas. 
Simultâneas: há mais de uma causa, mas o resultado delas foi um único dano – artigo 942 e §único, CC. Ex.: fato da boate Kiss, tem varias causas, mas um único dano. 
Havendo mais de uma causa e um só dano, todos os causadores do dano serão solidariamente responsáveis pelo dano, de forma que a vitima demanda todos aqueles que contribuíram com as causas do dano. 
Sucessivas: existem varias causas e o dano é todo fragmentado. Ex.: alguém bateu no carro da vitima (causa 1 – dano no carro), que sobreviveu e saiu caminhando, em seguida a mesma foi atropelada (causa 2 – quebrou a perna, dano no sujeito) e, depois foi assaltada (causa 3) e por fim morreu porque a ambulância que o socorreu colidiu (causa 4). A vítima provavelmente vai propor a ação contra todos os 4 sujeitos que deram causa ao dano e, nesse caso os réus é que ficam incumbidos de demonstrar se foram ou não responsáveis pelo dano ou pelos danos. Para saber quem responderá pelo fato/dano dependerá da teoria aplicada, que podem ser:
Teoria da equivalência das condições (sine qua non) – todas as condições são consideradas causas, de forma que não há distinção qualitativa entre as condições. (essa não é aplicada). Para essa teoria todos os que contribuíram para o dano responderiam, no caso do exemplo, pelo evento morte, pois todas as causas tem o mesmo peso, ou seja, são iguais. 
Teoria da causa mais próxima dos fatos ou danos diretos (é uma teoria que está em discussão, porque tem adeptos) – artigo 403, CC - cada sujeito responde apenas pelo dano mais próximo da sua ação ou omissão, ou seja, pelo dano que decorreu diretamente da sua ação ou omissão. No caso do exemplo, aquele que bateu no carro responde só pelo dano no carro, aquele que atropelou o sujeito só responde pelo dano físico causado, etc.
O problema dessa teoria é que como eu vou responsabilizar alguém pela fração de um dano, se depois houve um dano maior. Por isso, é uma teoria que teria mais aplicabilidade na esfera penal. Nessa teoria cada um só responde por u pedaço do dano e cada qual terá uma solução diferente. 
Teoria da causalidade adequada (é a mais aplicada) – admite que nem todas as condições são causas, mas o agente responderá pelos danos diretos e indiretos de sua ação ou omissão. 
Pretende encontrar a causa ou as causas preponderantes para o dano final, ou seja, a causa mais importante/suficiente/adequada para o dano final. Portanto, nem todas as causas são adequadas para o dano final, por isso nem todos os fatos que se sucederam são causas adequadas, nesse caso o desafio é encontrar qual ou quais são preponderantes para o dano. 
*No caso do exemplo, o assalto não influenciou para o evento morte, sendo que, a causa mais adequada é a morte. Da mesma forma o atropelamento é uma causa suficiente para que a vítima tenha que ser socorrida e consequentemente que tenha morrido. O primeiro acidente normalmente não seria uma causa adequada, porque em regra as pessoas que batem de carro não ficam em estado de fragilidade, de forma que precisa ser socorrida, por isso em regra a batida não contribuiu para o dano. 
As causas são adequadas quando elas normalmente resultam no dano que está em análise. 
Essa teoria é muito rigorosa e preconiza que aquele que deu uma causa adequada ficará responsável pelos danos diretos e também pelos indiretos da sua ação, omissão ou fato. Nesse caso do exemplo, o atropelador será responsável pelos danos diretos e indiretos que normalmente decorrem da causa adequada, por isso este sujeito também responderá pela morte da vítima. 
Assim, para essa teoria se tiver vários fatos sucessivos é preciso encontrar a(s) causa(s) adequadas, de forma que os agentes responderão pelo dano direito (imediatamente decorrente do dano) e indireto (mediatamente decorrente do dano). 
Para essa teria aquele que deixa a vitima em estado de vulnerabilidade, responde por tudo o que acontece com essa vítima em razão de sua vulnerabilidade. Essa situação de vulnerabilidade é chamada de teoria da thin skull rule – teoria do crânio mais fino – a vítima ficou mais vulnerável e o ofensor que deu uma causa adequada responde também por tudo o que decorrer desta vulnerabilidade. 
** exercícios slides: 
A atropela B e 2005, sendo que B ficou deficiente. No ano de 2014 a vítima morre em razão de um incêndio do qual não conseguiu fugir por causa da sua deficiência: nesse caso a causa preponderante da morte é o incêndio. Sendo que a responsabilidade será determinada de acordo com cada teoria acima descrita. 
Na terceira teoria, normalmente quem está paraplégico não morre em incêndio, de forma que nesse caso a causa preponderante seria o incêndio e não a causa da deficiência, inclusive, porque já passou muito tempo entre o dano original e o incêndio. 
A RESPONSABILIDADE CIVIL DOS GRUPOS E A CAUSALIDADE ALTERNATIVA: 
Nesse caso há presunção de nexo de causalidade. Essa presunção é utilizada quando se sabe que um dentre vários sujeitos deu causa ao dano, mas não se sabe especificamente quem dentre os sujeitos do grupo. Ex.: briga em estádio de futebol entre torcedores, por exemplo, o caso do vaso sanitário que foi jogado do estádio ou o sinalizador. 
Nesse caso, todos os que forem identificados que fazem parte do grupo em que surgiu o dano, serão responsabilizados com base na causalidade alternativa, ou seja, presumida. Isso é amplamente utilizado pelos tribunais. 
Existe responsabilidade civil sem nexo de causalidade? Sim, no caso de responsabilidade civil agravada, em que se dispensa o nexo de causalidade. 
Ex.: lei 10.744 – trata de uma situação em que a União responderá por atentados terroristas ou atos de guerra que tenham ocorrido em navios ou aeronaves brasileiras, sendo que, pagara a indenização pelos danos causados às vitimas. Nesse caso não há nexo de causalidade, porque não foi a União que causou o dano, mas responderá. É o caso de responsabilidade objetiva. 
Ex.: responsabilidade pelo dano ambiental que será suportada pelo proprietário da terra, mesmo que ele não tenha causado o dano ambiental, pois se transforma em uma obrigação propter rem. O dono do bem responde civilmente e administrativamente pelo dano ambiental, porque o dano grava a coisa, não importando quem o causou. É caso de responsabilidade objetiva. 
O dano e sua indenização: 
O único pressuposto para que haja responsabilidade civil é o dano, sem ele não há que se falar em responsabilidade civil, pois ele é um pressupostoindispensável. 
O dano é uma lesão a um interesse juridicamente tutelado. 
O dano deve ser atual (é aquele que já existe no momento em que se pede a reparação) e certo (há uma certeza do dano, de forma que não pode ser hipotético). 
Dano atual e certo não pode ser confundido com quantum devido a titulo de indenização. Em alguns casos a vítima já tem um dano, ou seja, ele é atual e certo, mas pode acontecer da mesma não saber ainda a dimensão econômica do dano, caso em a vitima pede a indenização pelos danos, de forma que se na sentença houver a condenação, em seguida será necessário que se faça a liquidação para saber quanto o réu deverá pagar. Portanto, o fato de a vítima não saber quanto tem direito á titulo de indenização, não afeta a atualidade e a certeza do dano. 
Dano atual – ex.: tomar um medicamento, e o mesmo é tirado de circulação, porque causa câncer, a pessoa que o tomou não pode pedir indenização enquanto não estiver com câncer, porque nesse caso é apenas um situação potencial, mas não é atual. 
** exceção à regra da atualidade: 
Existe um tipo de dano que não precisa ser atual, que é o denominado dano infecto, ou seja, é iminente/está para ocorrer. Ex.: árvore que está para cair. 
O dano infecto não conduz a uma indenização, pois precisa de uma tutela inibitória, ou seja, que serve para evitar o dano. Portanto, não se pede uma reparação e sim uma providencia para evitar que o dano aconteça. 
Regra no Brasil: 
A pessoa tem direito á indenização na exata medida do dano, não importando fato, mas sim o dano – artigo 944, CC. 
Existem, contudo, países em que o réu é condenado a pagar um valor muito maior do que o dano, com base no sistema do punitive damages, e isso serve para que o réu aprenda com o seu erro e não o cometa de novo. Isso não se aplica no Brasil, de nenhuma maneira. Assim quando se pretende punir o ofensor, no Brasil tem se aplicado o dano moral coletivo, ou seja, condena a pagar um valor bem maior do que aquele que causou, sendo que o valor pago não vai para a vítima, mas sim para um fundo. 
Espécies de dano: 
Dano emergente/dano positivo (artigo 402, CC) – é tudo aquilo que a vítima perdeu. 
Nessa categoria do dano emergente, entra o lucro cessante, que é aquilo que a vítima deixou de ganhar em decorrência do evento danoso. Ex.: taxista que teve carro abalroado e não pode trabalhar por x dias, de forma que, os dias não trabalhados é o que ele deixa de ganhar. 
É possível compensar com o seguro a que fez jus a vítima? Se o seguro for contratado pela vítima, primeiro é preciso verificar se é um seguro de dano (coisas – carro, casa, etc.) ou de vida (assegurar a integridade física ou da vida). 
Se o seguro for de dano e a seguradora paga o dano, se a vitima recebeu a indenização pelo seguro de dano a vítima não pode cobrar a indenização do ofensor, porque já foi indenizada, pois não pode receber duas vezes pelo mesmo dano. Contudo, se a seguradora não indenizou a integralidade do dano, é possível que a vítima cobre o restante do ofensor, ou seja, este terá que pagar aquilo que faltou a seguradora pagar, caso em que o dano foi maior que o seguro. 
Nesses casos a seguradora pode vir a cobrar o valor pago do ofensor, em ação de regresso. 
Se for seguro de vida, e a vítima é morta e a família recebe da seguradora um valor X, nesse caso ofensor não poderá pagar menos indenização pelo fato de a vítima ou a sua família já ter recebido seguro de vida, porque a seguradora não tem ação regressiva contra o ofensor e, ainda, porque a vida não tem preço, então jamais se pode dizer que a vítima ou a família já recebeu muita indenização pela vida. Sendo que, isso se aplica em qualquer espécie de dano à pessoa. 
Portanto, se é seguro de vida o ofensor não tem direito de compensar valor que a vitima ou seus familiares já tenham recebido da seguradora. 
Obs. No caso do seguro obrigatório – DPVAT – as despesas que o seguro obrigatório paga são as médicas e hospitalares que a vítima do acidente de carro teve, e nesse caso se a vitima já recebeu o seguro obrigatório o ofensor não precisa pagar isso, mas apenas aquilo que excedeu e que não foi pago pelo DPVAT, ou seja, o ofensor só vai pagar aquilo que ainda não foi pago, de forma a evitar que a vítima receba duas vezes pelo dano material, para evtar enriquecimento ilícito.
	19.05.2014
Lucro cessante (está dentro do dano emergente - 402) é aquilo que a vítima ganharia com certeza e deixou de ganhar em decorrência do evento danoso. Ex.: pensão é uma espécie de lucro cessante. 
Artigo 402, 948, II, 949 e 950 do CC. 
A pensão em decorrência da morte é convertido em salários mínimos – súmula 490, STF. 
A pensão pode ser requerida quando a pessoa morre, ou quando perde um membro do corpo e sua capacidade laborativa é reduzida. 
O valor é pago mensalmente em caráter alimentar. 
A vítima pode escolher se ela quer receber a pensão até a idade que se aposentaria ou uma indenização (de uma vez só) proporcional ao dano que sofreu. 
Se fixada a pensão mensal, é possível que se o devedor não pague ele seja preso, porque a pensão tem caráter alimentar, bem como pode requerer a revisão do valor pago. 
Se a vitima pedir em forma de pensionamento e ganhar, o direito de receber pensão não se transfere aos herdeiros, ao contrario quando é fixada uma indenização, caso em que se a vítima que recebeu a indenização morrer, o direito de receber a indenização se transfere aos herdeiros.
Receber o valor total da indenização é uma opção da vítima só quando há impacto na redução da capacidade para o trabalho. Em caso de morte isso não ocorre, de forma que, de acordo com a lei deverá ser paga uma pensão pelo sujeito que causou o dano aos pais (dependentes da vítima- deve provar a dependência), até uma idade média que a vítima completaria. Quando não houverem mais dependentes, a obrigação cessa para o sujeito (948, II). 
Artigo 950,§1º - se refere apenas à perda ou diminuição do trabalho e não no caso de morte da vítima. 
Outra prerrogativa da vítima é pedir que o réu constitua um capital para garantir o pagamento – o juiz determina ao réu que afete um valor ou um bem imóvel cujos frutos sejam suficientes para pagar a pensão. 
Se o réu for uma empresa ou um estado, é possível pedir que o réu inclua a vítima na sua folha de pagamento, de forma que as vítimas são tratadas como funcionários do réu. 
Se a vítima era segurada do INSS, e em decorrência do dano a família receberá a pensão por morte do INSS ou a vitima recebe a aposentadoria por invalidez, isso não afeta o dever do réu de pagar a pensão ou a indenização á vítima ou a sua família. Assim se alguém foi vitima de um ato ilícito, receberá as verbas indenizatórias do autor do dano e a pensão do INSS. 
Controvérsia – a morte do filho menor sempre induz ao pensionamento dos pais? 
Hoje há uma posição no STJ que considerado que os pais tem direito ao pensionamento, ainda que o filho menor não trabalhasse e não contribuísse para a renda da família. Isso porque, os pais têm uma expectativa de amparo em relação aos filhos, e isso se encerra quando o filho morre.
Se for uma família abastada não há menor possibilidade de a família ter a expectativa de amparo, de forma que os tribunais de 2º grau não está dando a pensão. 
E, quando a família é pobre e o filho já ajudava no sustento da família e isso ficar provada, os tribunais estão concedendo o direito à pensão aos pais, que dependiam da ajuda do filho. 
Dano reflexo ou ricochete
Há uma vítima direta e uma ou mais vítimas indiretas do dano. Ex.: pai de família morre assassinado. A vítima direta é o pai e os indiretos a família. 
Morte de uma criança – ela é a vítima direta e os pais/família são as vítimas indiretas. 
Perda de uma chance 
A vítima tinha uma chance séria e real de obter uma vantagem, a qual era aleatória, ou seja, não era certeza que a vítima teria essa vantagem. O que era certeza para a vítima é que ela tinha a oportunidade de buscar a vantagem, mas se ela alcançaria ou não a vantagem não se sabe e não temcomo saber. Ex.: show de milhão. 
Isso significa que tão cedo a pessoa não terá a mesma vantagem. 
Isso também se aplica quando a vitima perdeu a chance de evitar um prejuízo. Por exemplo, caso de responsabilidade civil médica, em que o médico poderia ter evitado um prejuízo maior para a vítima. 
O valor do dano é arbitrado conforme a probabilidade que a vítima tinha de ganhar. A chance nunca tem o mesmo valor da vantagem esperada. Dessa forma, a chance pode ser avaliada por arbitramento (poderia ser aplicado no caso do médico) ou por um cálculo de probabilidade matemática que a vítima tinha de obter a vantagem. Ex.: no caso do show do milhão, pela probabilidade matemática o sujeito teria 4 opções, de forma que receberia 25% (100/4 = 25) do valor total do premio possível, ou seja, 25% de R$ 1.000.000,00. 
Dano extrapatrimonial
Dano moral: é uma lesão a um direito da personalidade, sendo que, esta tem um feixe de direitos entre a personalidade, por exemplo, a imagem, a honra, a dignidade, etc. 
Artigo 5º, V e X da CF. 
O adequado é dizer que o dano moral é compensado e não indenizado, pois não há como devolver a vítima ao estado anterior (sendo que é isso que se faz com a indenização). Assim, compensa-se com dinheiro o transtorno/dor que a pessoa está sentindo. 
A pessoa jurídica também sofre dano moral, mas apenas pode ter a sua honra objetiva maculada (imagem que se busca transparecer para as pessoas) – súmula 227, STJ. 
O dano moral coletivo está fundamentado no artigo 6º, VI do CDC e no artigo 1º da lei de ação civil pública. Somente as pessoas que tem legitimidade para propor ação coletiva ou difusa podem pedir dano moral coletivo. Nesses casos o valor é sempre destinado a um fundo ou uma entidade, mas nunca a uma pessoa. 
Como o juiz chega ao valor do dano moral? 
Artigo 953 – deve observar se a ofensa é grave, qual o grau de culpa (ainda que a responsabilidade seja objetiva) e pode, ainda, observar o porte econômico do causador do dano. Sempre, lembrando, que a decisão do juiz deve ser fundamentada. 
Sistema bifásico – é adotado pelo STJ quando da fixação da indenização: 
- primeiro se verifica um valor médio que a jurisprudência concede para o mesmo caso. 
- segundo o juiz analisa as particularidades do caso, e de acordo com estas o juiz pode majorar ou minorar o valor da indenização. 
Dano moral in re ipsa:
É um dano moral presumido em decorrência da situação que a pessoa passou, ou seja, o constrangimento é presumido. Pode ocorrer tanto em caso de responsabilidade objetiva ou subjetiva. Ex.: inscrição indevida no SPC; morte de pessoa da família; apresentação antecipada de cheque (sum 40, STJ). 
Não precisa provar o dano, apenas o fato. 
Súmula 403 do STJ – a pessoa que teve sua imagem divulgada para fins comerciais sem autorização presume-se que sofreu dano moral. 
 Obs. Quando se pede um valor de dano moral e deixa a critério do juiz para fixar o valor, se o sujeito não ganha nada do que pediu, ele será condenado em sucumbência, porque perdeu tudo o que pediu. 
Quando o autor pede um valor e ganha menos do que pediu, não há sucumbência no que tange ao pedido que ganhou. Súmula 326, STJ. 
Dano estético: 
É uma agressão física com repercussão na imagem da pessoa. Atualmente o dano estético gera compensação até mesmo nos casos em que apenas a pessoa veja o dano, mesmo que outras pessoas não vejam, pois é um direito relacionado à autoimagem. 
O dano estético pode ser para sempre ou redimível ou, ainda, pode ser temporário. 
A vítima pode pedir a compensação ou um valor para fazer a reparação. Ela pode pedir ambos quando durante o período de tratamento está abalado. 
Correção monetária e juros moratórios no caso de dano moral e material
Dano material – o juro moratório e a correção monetária começam a ser contados da data do fato. Artigo 398, CC e súmulas 43 e 54, STJ. 
Dano moral – o juro moratório também é computado desde a data do fato, contudo a correção monetária começa a contar da data da decisão. Sumulas 362 e 54, STJ. Isso porque, quando o juiz fixa o valor, este já e atualizado. 
Prescrição da pretensão indenizatória 
Prazo geral 3 anos, sendo que, a contagem inicia: 
Da violação do direito, ou seja, da data do fato. Esta é a que se aplica no Brasil. 
Da data em que a vítima conhece o fato e/ou o dano. Ex.: relação de consumo em que compro medicamento e apenas alguns anos depois tomo conhecimento de que aquilo poderia causar um dano. Nesse caso, aplica-se a teoria da actio nata. 
Obs. Quando há uma ação penal ou um inquérito policial sobre aquele fato, segundo o artigo 200 do CC não começa a contar a prescrição enquanto o inquérito ou ação estiver em andamento. Contudo, o prazo só fica suspenso, ou seja, não começa a contar se o inquérito ou a ação já estiver instaurada (o prazo fica suspenso desde o seu início, de forma que nem começa a contar). 
Prazos especiais 
- pretensão indenizatória contra a fazenda pública prescreve em 5 anos – 20.910/32. 
- a responsabilidade por acidente de consumo também prescreve em 5 anos – artigo 27. 
Excludentes da responsabilidade civil 
São fatos que rompem o nexo de causalidade ou retiram a antijuridicidade do dano. 
O ônus de provar a excludente de responsabilidade é do réu. 
São excludentes da responsabilidade civil: 
Legítima defesa – ocorre quando alguém causa um dano para se defender de uma agressão injusta. 
Quem age em legítima defesa comete ato lícito, mesmo que comete um dano. 
A legítima defesa só exclui o dever de indenizar se o dano foi causado ao agressor. Assim, se o dano foi causado a um terceiro que não seja o agressor, aquele que estava em legítima defesa deve indenizar (artigo 188, II c/c artigo 929, CC). 
Estado de necessidade – ocorre quando alguém sacrifica um direito de valor igual ou inferior àquele que pretende salvar. 
Se ocorrer de alguém causar um dano a um terceiro que não foi o que colocou o meu direito em perigo é devida a indenização para esse terceiro (artigo 929, CC). Ex.: quando uma pessoa estava dirigindo com o seu carro e é atingida pelo veículo de outra pessoa que dirigia em alta velocidade e causa a morte de um ciclista, a responsabilidade de indenizar o ciclista é daquele que causou o dano e agiu em estado de necessidade (ainda que seja um ato ilícito), ainda que não tenha sido ele quem causou a situação de perigo. 
Se o próprio autor do perigo sofrer o dano, haverá excludente de responsabilidade e nesse caso não será devida a indenização por aquele que causou o dano.
** Quando a vítima do dano é um terceiro que não foi o causador do perigo, este terceiro tem direito à indenização. 
Obs. Direito de regresso: existe direito de regresso contra aquele que foi salvo pelo ato de estado de necessidade ou contra o autor do perigo, sendo que, a ação de regresso pode ser ajuizada contra os dois ao mesmo tempo, não importando quem pagar. E, se a pessoa que foi salva pagar na ação de regresso, esta poderia propor um ação contra aquele que causou o perigo. 
Portanto, só é excludente de responsabilidade, se aquele que sofreu o dano é o causador da situação de perigo. 
Se o perigo não foi causado por uma pessoa, mas, por exemplo, foi causado pela natureza existe dever de indenizar para aquele que causou o dano, ainda que agiu em estado de necessidade, mas não haverá possibilidade de propor ação de regresso.
Exercício regular de um direito: retira a antijuricidade do dano. 
O dano que a vítima sofre não é antijurídico, porque o ofensor agiu no exercício regular de um direito. 
Ex.: protesto e inscrição no SPC que não foram feitas de forma equivocada é um ato que causa dano, mas foi feito no exercício regular de um direito. 
Assim, o exercício regular não induz à responsabilidade civil. 
Aquilo que transborda o exercício regular incorre em abuso no exercício do direito, e isso consiste em ato ilício objetivo (não depende de culpa), o qual pode resultar o dever de indenizar (artigo 187, CC). 
** offendicula e o exercício regular de um direito:
 São medidasde proteção á propriedade, que podem causar danos a terceiros. São consideradas exercício regular de um direito, salvo se puder causar um dano a pessoas que não estiverem invadindo a propriedade, ou seja, pode o proprietário não se eximir da responsabilidade de indenizar se em decorrência da ofendícula pessoas inocentes puderem ser atingidas. Ex.: cachorro. 
Se o invasor for criança, condena-se o proprietário da casa se o seu cachorro causar dano á criança, ainda que tenha invadido a propriedade do sujeito. 
Força maior – é um evento que rompe o nexo de causalidade, porque nesse caso há um evento previsível, mas inevitável. Geralmente são fatos da natureza, por exemplo, chuva de granizo. 
	02.06.2014
Caso fortuito: 
Imprevisível. 
Inevitável.
Fortuito interno: não é considerado uma excludente da responsabilidade, de forma que mesmo que ele ocorra alguém vai responder. Existem certos acontecimentos que aparentemente são imprevisíveis, mas para certas atividades esses acontecimentos não são imprevisíveis. Assim, para aqueles que tem a expertise em determinada área, certos acontecimentos não são imprevisíveis. 
É um acontecimento que é previsível para os profissionais ou empreendedores de determinada área de trabalho. 
São fatos relacionados e inerentes a atividade do indigitado. Entende-se que por serem próprios da lida, poderiam ter sido evitados se houvesse a adequada manutenção ou vigilância. 
Ex.: no ramo dos transportes o fortuito interno tem muita aplicação, por exemplo, em caso de vazamento de óleo do caminhão, ou quebrar uma peça, não se considera fortuito externo, mas sim interno, de forma que não exclui a responsabilidade. Ex.; raio que cai na rede elétrica, a companhia tem como instalar um aparelho na rede para evitar que a energia atinja a casa e queime os aparelhos, de tal forma que é fortuito interno, e assim poderia ter sido evitado o dano. 
Ex.: fraudes bancárias – artigo 479, STJ: não são consideradas fortuitos externos e sim internos, pois é possível prever que pessoas podem invadir o sistema e, assim, isso poderia ser evitado. 
Assim, quando se fala em fortuito relacionado a uma atividade empresarial é preciso tomar cuidado, para ver ser é caso de fortuito externo ou não. 
Fortuito externo: é considerado uma excludente da responsabilidade, pois é um fato imprevisível e inevitável. 
Ex.: assalto a mão armada em um ônibus, é um fortuito externo, porque é um fato estranho ao transporte, de forma que não pode ser previsto. 
Fato de terceiro:
O indigitado, que está sendo apontado como responsável, alega que outro causou o dano e não ele, de forma que estará se valendo da excludente de fato de terceiro. Nesse caso, o nexo de causalidade ligaria o dano a uma ação ou omissão de terceiro. 
O terceiro é aquele que não tem ligação/subordinação com o suposto responsável/indigitado. Por isso nem sempre o fato de terceiro é suficiente para excluir a responsabilidade. Ex.: patrão e empregado não é fato de terceiro, porque nesse caso há relação de subordinação – artigo 932, III, CC.
Nem sempre a atuação de terceiro exclui a responsabilidade – artigo 930 (trata do estado de necessidade. Se o indigitado agiu em estado de necessidade e causou um dano a um terceiro que não criou a situação de perigo, ele responderá pelo dano que causou, de tal forma que não cabe alegar fato de terceiro. Mas o indigitado tem direito de regresso contra o sujeito que criou a situação de perigo e art. 735, CC (contrato de transporte, nesse caso não se exclui a responsabilidade do transportador em decorrência de fato de terceiro, de forma que o transportador responde e terá direito de regresso contra o terceiro, mas não pode alegar fato de terceiro para não responder). 
A fazenda publica pode se valer dessa excludente, bem como ela pode ser o terceiro que se alega que é o culpado. 
Muitas vezes o fato de se alegar o fato de terceiro, não é suficiente para excluir a responsabilidade. 
Culpa exclusiva da vítima
Ocorre quando a vítima tem consciência de que sua ação ou omissão causará um dano a si mesma, portanto, quem deu causa exclusiva ao dano foi ela mesma e nesse caso ela não tem direito de ser indenizada pelo dano que sofreu. 
Não e possível atribuir a uma criança culpa exclusiva quando ela for a vítima, porque ela não tem discernimento suficiente para que se possa atribuir a culpa a ela, de forma que existem entendimentos de que a criança terá direito a ser indenizada pelo dano que sofreu. 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA
As excludentes também são aplicáveis à responsabilidade objetiva, de forma que o réu pode se eximir de responder se estiver presente uma excludente de responsabilidade. 
No nosso sistema a regra geral ainda é responsabilidade subjetiva. 
A responsabilidade objetiva esta presente no código civil em duas situações: 
Quando houver previsão expressa na lei – 936 (fato do animal); 937; contrato de transporte; relações de consumo a regra é a responsabilidade objetiva; ambiental. 
Se estiverem presentes no fato os requisitos da clausula geral da responsabilidade objetiva – artigo 927, CC. é uma norma vaga que não se detém a uma conduta específica, de forma que não diz o que fazer. É uma situação que dá ao juiz a possibilidade de criar a norma de responsabilidade objetiva no caso concreto. 
Requisitos:
- atividade: a atividade para atrair responsabilidade objetiva deve ser um empreendimento, pois não é qualquer atividade que atrai responsabilidade objetiva. 
- normalmente desenvolvida: habitualidade, ou seja, a atividade deve ser habitualmente desenvolvida. De tal forma que, não é um evento ocasional, mas sim algo corriqueiro. 
- Implicar risco aos outros: a atividade normalmente desenvolvida expõe as pessoas ao risco. 
Ex.: atividades desenvolvidas nos portos; atividades desenvolvidas em refinarias de petróleo. 
Na responsabilidade objetiva o fundamento é o risco, ou seja, a probabilidade de dano. Assim, se é provável que cause dano há risco. Por isso, não há que se falar em culpa. 
Modalidades de risco: 
Risco integral: é uma modalidade de risco exacerbada. É um risco excepcional e por isso não admite excludentes da responsabilidade civil. Assim, quando uma determinada atividade é regida pelo risco integral, não haverá possibilidade de eximir a responsabilidade por alguma excludente, de forma que isso é uma exceção, pois a regra é que se posse aplicar a responsabilidade objetiva pode ser eximida com as excludentes. 
A administração publica responde pelo risco administrativo, de forma que pode se valer por todas as excludentes. Portanto, é errado dizer que a administração publica responde pelo risco integral. 
Quando o dano é ambiental não se admite excludente de responsabilidade, pois é uma modalidade de risco integral, de forma que o poluidor responde pelos danos. 
Quando se fala em atividade nuclear, a responsabilidade também é de risco integral, de forma que não há excludente de responsabilidade. 
Risco proveito: é aquele do empreendedor que lucra com a sua atividade e que expõe os outros a um perigo. Portanto, está relacionado ao lucro/vantagem. Ele não é mais muito usado, porque muitos réus diziam que não tiveram qualquer proveito com aquele fato, a fim de se eximir da responsabilidade pelo dano, de forma que se começou a deixar de lado o risco proveito. 
Risco criado: não tem ligação com o lucro, basta que se tenha criado o risco/perigo, independentemente da existência de lucro. Está previsto no artigo 927, CC. 
Pilares da responsabilidade objetiva: em certas situações, mesmo que aquele que causou o dano não tiver culpa, ele responderá. 
Existem certos casos em que a prova da culpa é impossível e essa é denominada prova diabólica, de tal forma que se aplica a responsabilidade objetiva, pois se optou em reparar a vítima, ou seja, garantir que a vítima tenha a sua reparação. 
- função reparadora: garantir à vítima a reparação do seu dano. 
- principio da solidariedade: serve para garantir que a vítima que é a parte mais fraca da relação, possa serreparada em seu dano. 
-princípio da justiça distributiva: o que se pretende é evitar que haja concentração de ganhos nas mãos daqueles que empreendes riscos aos outros, com a disseminação dos riscos. Assim, aqueles que distribuem perigo também respondem pela reparação dos danos causados a suas vitimas. 
A antijuridicidade é o dano que a vítima está suportando e por isso ela está sendo reparada. O que é antijurídico na responsabilidade objetiva não é a atitude, mas sim o dano que a vítima está sofrendo, ao contrario da responsabilidade subjetiva em que o que é antijurídico é a culpa, ou seja, a sua conduta. 
Casos de responsabilidade objetiva: 
Fato do animal – o dono ou detentor do animal responde pelo dano que o animal causar, de forma que a sua responsabilidade é objetiva e responde independentemente de culpa. Contudo, a responsabilidade pode ser exercida pela forma maior ou culpa da vítima, dentro outras excludentes. 
O detentor não é um terceiro em relação ao dono, de forma que se o animal estiver com o detentor o dono também responde pelo dano que o animal causou. Portanto, seria um caso de responsabilidade solidária entre o dono do animal e o detentor (esse é o entendimento majoritário na doutrina). Dessa forma, o detentor não exclui a responsabilidade do seu dono. Ex.: animal da pista de rodagem e causa um acidente, caso em que o dono do animal é responsável pelo dano e o estado, que tem responsabilidade de manter as pistas de rodagem também é responsável pelo animal, de forma que a responsabilidade entre eles seria responsabilidade. Entende-se que, o estado devia providenciar que o dono do animal tivesse barreiras em sua propriedade para evitar que os animais entrassem na rua, ou seja, deveria verificar aqueles que não tem e notifica-los para que providenciem a cerca. 
Ruina de edifício – o dono do edifício responde pelos danos causados pela ruína (artigo 937). Pode ser até parte de uma construção ou imóvel que pode caracterizar a ruina. Ex.: cair uma janela de um prédio;
Responsabilidade pela queda de effusis (líquidos) e dejectis (sólidos) que causem dano a alguém, a responsabilidade é do locatário, proprietário ou comodatário do imóvel que caiu. O condomínio responde se não for possível saber de onde o objeto ou o liquido caiu. 
Responsabilidade pelo fato da coisa: não está precisa na lei, mas é amplamente usada pela jurisprudência. O proprietário ou possuidor que é aquele que tem poder sobre a coisa em um determinado momento, responde pelo dano que a sua coisa causar a terceiro. E muito aplicada nos casos em que envolvem acidentes de veículos. Ex.: uma roda de caminhão que se solta e atinge uma pessoa na calçada. 
Ex.: veículo que está sendo conduzido por alguém que não é o seu proprietário e causa um acidente, sendo que, o carro foi emprestado pelo proprietário ao terceiro. Nesse caso, o proprietário responde se o condutor teve culpa pelo acidente, caso em que a responsabilidade do proprietário é objetiva. 
Ex.: se eu descuidei da guarda do veículo e uma terceira pessoa pegou o mesmo, sem permissão do proprietário, este responderá objetivamente, se a culpa pelo acidente foi daquele que pegou o veículo. O condutor responde subjetivamente, porque teve culpa pelo acidente. Se aquele que pegou o veículo sem permissão não for responsável pelo acidente, o dono de automóvel não vai responder e nem o condutor, porque nesse caso a culpa é do terceiro. 
Ex.; vendi meu veículo e aquele que comprou não fez a transferência no DETRAN, e se envolveu em um acidente, nesse caso ainda que o registro ainda esteja no nome do antigo proprietário, quem responderá pelo acidente é o novo dono, que comprou o veículo. Sumula 132, STJ. 
Ex.: veículo furtado e o ladrão causou o acidente. Nesse caso, entende a maior parte da jurisprudência que o dono do veículo não responde, mas apenas o ladrão que causou o acidente, por responsabilidade subjetiva. Embora, há alguns anos atrás, a jurisprudência entendesse que o dono do veículo respondia pelo acidente causado pelo ladrão. 
Ex.: empresa locadora de veículo – 492, STF: veículo alugado e o locatário causa um acidente, a vitima poderá acionar e terá direito à indenização, tanto da locadora (responde objetivamente, porque e dona do bem) quando do condutor que é locatário (responde subjetivamente) 
Obs. Em todos os casos acima citados é preciso verificar se a culpa pelo acidente foi do condutor do veículo ou não, para que o proprietário responda. 
A teoria da responsabilidade pela coisa é ampla, de forma que não abrange apenas situações de veículos, mas outras situações também. 
	09.06.2014
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
O estado pode ser tanto as pessoas jurídicas de direito publico quando de direito privado, que sejam prestadoras de serviços públicos. 
Quando há uma PJ de direito privado prestadora de serviço publico haverá por trás dessa pessoa um poder concedente, ou seja, um poder que permite a PJ de direito privado atuar na prestação do serviço publico.
Se essa PJ de direito privado causar um dano o poder concedente (ex.: município) só terá responsabilidade subsidiária, de tal forma que a responsabilização deve ser buscada primeiro perante a própria pessoa jurídica que causou o dano e depois perante o Estado que é o poder concedente. 
A responsabilidade civil do Estado é dividida: 
Quando o estado atua e está fazendo o que é devido: 
O fundamento teórico é o risco administrativo, de tal forma que ainda que o ato não seja ilícito, a administração responde. Portanto, nesse caso responde independentemente de culpa quando o seu serviço causa um dano a alguém, ainda que o serviço seja licito. 
Pelo princípio da distribuição igualitária dos ônus e encargos impostos aos administrados – é com base nisso que o estado responde ainda que o ato seja lícito. 
Ex.: retroescavadeira do Município que provoca rompimento na tubulação de gás. 
Se o estado nos coloca em risco por causa de sua atuação é ele que deverá arcar com os danos que causou. 
Nesse caso, como a responsabilidade é objetiva (ainda que o ato seja lícito) só precisa comprovar o dano e o nexo causal, entre aquele e o serviço publico prestado, de tal modo que não precisa comprovar a culpa. 
A responsabilidade civil do estado não é pelo risco integral de tal forma que admite todas as excludentes da responsabilidade civil. 
Quando o estado se omite: nesse caso, existe um entendimento de quando há omissão a responsabilidade do estado é subjetiva, contudo não é necessário investigar a negligencia de alguém. Portanto, não precisa investigar quem foi o agente público que deixou de fazer o que lhe cabia. Assim, a vítima apenas precisa provar a falha, falta ou atraso do serviço, mas não precisa individualizar quem foi o agente que deixou de fazer o que devia ter feito. 
Pauta-se pelo princípio da Reserva do Possível, o qual estabelece um limite à atuação exigida do Estado, de tal forma que também não da pra responsabilizar ele por tudo o que ocorre. Ex.: pessoa que é assaltada na rua, não tem como responsabilizar o Estado, porque ele não tem como fornecer um policial para cada pessoa. 
Não é qualquer omissão que resulta na responsabilidade do Estado, de tal forma que precisa verificar qual é o tipo de omissão que o estado cometeu. 
Segundo a jurisprudência a omissão pode ser (isso não está na lei): 
Genérica – é um falta generalizada do Estado, é uma incompetência geral. E nesse caso não há uma vítima pontual, um fato com dia, hora e local, visto que é generalizada. Ex.: a saúde pública no Brasil não funciona. 
Especifica – apenas esta resulta em responsabilidade do Estado. É possível identificar o dano, a vítima e a falha. Ex.: pessoa não atendida no hospital em que pediu socorro. 
Ex.: chamar a polícia e ela não vem, é um caso de omissão específica. 
Ademais, é preciso identificar se com a atitude do estado o dano poderia ter sido evitado ou não. 
O estado só responde pela omissão se ele poderia ter evitado o dano se tivesse atuado. 
Então é precisa perguntar:Se o Estado tivesse atuado o dano poderia ter sido evitado? Sim – responsabilidade específica. 
Ex1.: fuga de preso – quando já passou muito tempo entre a fuga e o delito, entende a jurisprudência que há quebra do nexo de causalidade, de tal forma que não tem como responsabilizar o Estado – é um caso de omissão genérica, que não tem como evitar a fuga de todos os presos do brasil. 
Ex2.: fuga de detento que foi levado ao dentista acompanhado de um agente que descuidou do mesmo. O qual depois da fuga no mesmo dia matou um desafeto – é caso de responsabilidade específica, de tal forma que o Estado será responsabilizado pela omissão pontual. 
Em se de responsabilidade subjetiva, é necessário provar a culpa do agente? Para a vítima não é necessário provar quem foi o agente, e o que ele deveria ter feito e não fez. Dessa maneira, aplica-se o instituto da culpa anônima, de tal forma que não importa para a vítima quem foi o agente que causou o dano. Assim, não é necessário individualizar/identificar o agente, pois basta a prova da falha, deficiência, desleixo no serviço. 
Para o Estado pode ser importante descobrir quem foi que causou o dano, para fins de ação de regresso, mas dai é uma prova que cabe ao Estado e não à vítima (artigo 37, §6º, CF). 
Portanto, a culpa anônima só existe no âmbito da responsabilidade civil do estado, porque não interessa quem cometeu a omissão. 
Responsabilidade heterogênea – mistura a responsabilidade do estado (objetiva) com a do profissional liberal (subjetiva)
Às vezes o agente estatal que falhou é um profissional liberal. Nesse caso, a vítima sofreu um dano de um serviço prestado por um profissional liberal que é um agente publico. Ex.: médico da prefeitura; defensor dativo; engenheiro;
Nesses casos é necessário provar a culpa do profissional liberal para responsabilizar o Estado, porque nesse caso é importante saber quem foi o profissional e onde está a sua culpa. Isso também se aplica no caso da atuação do Estado, que foi explicada anteriormente, de tal forma que só pode responsabilizar o estado se provar a culpa do profissional. 
Obs. Estado e agente profissional liberal – é necessário provar a culpa do profissional e estando esta provada, resta automática a responsabilidade objetiva do Estado. Assim, o Estado continua respondendo objetivamente (seguindo a regra geral), mas para que ele responda precisa passar pela etapa de provar a culpa do profissional liberal. 
Obs. Se a vítima do serviço publico não era usuária do serviço público, é possível usar todo o aparato da responsabilidade civil do Estado? 
Ex.: pessoa atropelada por um ônibus e a família responsabiliza o estado como prestador de serviço pulico de transporte público, em que se discutiu a possibilidade de usar o artigo 37,§6º da CF, ou seja, se a responsabilidade civil era do Estado. Nesse caso se entendeu que qualquer vítima, mesmo que não seja usuária de serviço publico pode utilizar o regime jurídico da responsabilidade civil do estado para se ver indenizada no dano que sofreu pelo coletivo público, ainda que não o estava utilizado quando sofreu o dano. 
Responsabilidade indireta ou por ato de terceiro – artigo 932 e incisos do Código Civil.
É um tipo de responsabilidade em que alguém responde por ato de outrem. De forma que, há um autor do dano, que é uma pessoa, e o responsável, que é outra pessoa (essa responsabilidade é atribuída pela lei).
Responsabilidade sem débito, porque alguém responde mesmo sem ter descumprido nenhum dever (é o haftung sem schuld). 
Artigo 932 – 
I – responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos menores: 
** emancipação do filho por vontade dos pais, estes não ficam liberados da responsabilidade, sendo que, isso é entendimento da jurisprudência. Portanto, a emancipação voluntária não isenta os pais de pagar pelos danos causados pelos filhos. Se fosse emancipação por casamento a responsabilidade dos pais estaria eximida. 
Os pais só respondem se os filhos estiverem sob sua guarda ou autoridade, sendo que, isso significa que os pais tenham o poder familiar para responder pelo ato do filho. 
Por isso, se os pais estiverem separados, a jurisprudência tem entendimento divergente, de forma que, parte dela entende que mesmo quem não tem a guarda do filho vai responder pelo dano que ele causou, ou seja, importa se o pai ou a mãe está na companhia do filho. 
Por outro lado, entende-se que é possível o genitor sem a guarda eximir-se da responsabilidade (mas a professora considera que isso é errado, afinal mesmo aquele que não tem a guarda deve ser responsabilizado pelo dano que o filho causou, pois com isso um dos pais nunca iria querer a guarda do filho).
Se os pais forem obrigados a pagar a indenização, estes não terão direito de regresso contra o filho que causou o dano (artigo 934, CC).
 Os herdeiros têm direito de trazer á colação o valor que dispendido para pagar a indenização do dano causado por aquele filho? Artigo 2010, CC exclui o que não pode ser trazido à colação, de forma que a indenização não está incluída nas proibições e por isso a contrario sensu é permitido trazer o valor dispendido à colação, pois o que não é proibido é permitido.
II – responsabilidade dos tutores e curadores pelos atos de seus curatelados ou tutelados: o tutor e o curador tem ação de regresso contra o incapaz, com base no artigo 934, CC. 
A responsabilidade do tutor e curador é objetiva, de forma que não precisa demonstrar culpa in vigilando do tutor ou curador. 
Nesse caso, é preciso observar que o incapaz nesse caso é o menor ou o interditado. 
Assim, com base no artigo 928 a responsabilidade do incapaz é subsidiária, de forma que primeiro responde o responsável e depois o incapaz, se aqueles não tiverem condições de arcar com a indenização ou não tiverem a obrigação de fazê-lo. 
III – comitente e serviçal: 
Comitente é aquele que comete uma tarefa a outrem que vai agir para desempenhar a tarefa cometida/atribuída. Pode se dar em qualquer relação de trabalho, mas não necessariamente de emprego, mas existe uma subordinação entre comitente e serviçal. Trata da responsabilidade tanto na relação de emprego quanto de trabalho. 
**Para que o comitente responda pelo ato do serviçal, é preciso comprovar a subordinação entre os dois (isso é aplicado quando não é relação de emprego, porque nesse caso a subordinação já é implícita, de forma que não precisa provar). 
**Além disso, é preciso que o ato danoso tenha sido cometido por ocasião do trabalho/emprego/serviço, ou seja, aquele que cometeu o ato danoso estava trabalhando. 
** Por fim e preciso que o empregado ou serviçal tenha agido com culpa ao causar o dano. Não é a culpa do empregador, mas sim do empregado. Porque se não for assim, por qualquer ato do empregado o empregador teria que responder, e isso não faz sentido. 
Responsabilidade objetiva impura ou imprópria, porque primeiro precisa comprovar a culpa do empregado para que o empregador responda objetivamente. 
Obs. Súmula do STF que fala da prova da culpa em vigilando do empregador não se aplica mais, porque aplica-se o artigo 932, III c/c 933, CC – que determinam que a responsabilidade do empregador é objetiva. Contudo, o empregador tem direito de regresso contra o empregado que causou o dano.
IV – estabelecimento de hospedagem ou de educação – 
A hospedagem deve ser paga para que haja responsabilidade, pois se for gratuita não haverá possibilidade de responsabilizar o hospedeiro. 
Ex.: bullying cometido na escola; homicídio na escola, etc. 
A responsabilidade da escola pode se dar em solidariedade com os pais do educando que causou o dano. 
 V- os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 
Culpa in contrahendo 
Está localizada na responsabilidade extracontratual. 
Significa a responsabilidade de alguém que se recusa a contratar depois de ter incutido no outro a confiança de que o contrato seria realizado. Portanto, aquele que frustra a confiança do outro, responde civilmente. 
Paraconfigurar a culpa é preciso que: 
Alguém se recuse a contratar sem justo motivo
Se recusou depois de ter encorajado a confiança do outro
Deve ter prejuízo para aquele que teve a confiança frustrada. De forma que, ainda que haja a frustração na negociação, se não teve prejuízo não haverá responsabilidade. 
Responsabilidade contratual 
Sempre que alguém descumpre um contrato, responderá civilmente. 
Quanto ao regime da responsabilidade: 
Subjetiva - regra 
Objetiva – quando a lei previr ou quando se estiver diante da clausula geral será objetiva. 
Obs. Nas relações de consumo a lei prevê responsabilidade objetiva que rege os contratos. 
Quanto á natureza da obrigação:
De resultado/fim – o devedor só se libera depois que entregar o resultado. Ex.: cirurgia estética. 
De meio – o devedor deve fazer tudo o que estava ao seu alcance para atingir o resultado, mas ele não está obrigado a entregar o resultado, ou seja, tem a obrigação de se esforçar.
O que muda é o ônus da prova, ou seja, quem deve provar e o que provar: 
**Contrato regido pela responsabilidade subjetiva:
Quando a responsabilidade é subjetiva, primeiro é preciso verificar a existência da culpa, sendo que, o ônus de provar a culpa é da vítima/credor, ou seja, daquele que alega que sofreu o dano. 
Na obrigação de meio, a vítima deve provar que o devedor não utilizou os meios necessários para atingir o resultado e que este apenas não ocorreu, porque o devedor não se esforçou e não empregou todos os recursos necessários. 
Na obrigação de resultado a vítima teria que demonstrar, além da culpa, que não teve resultado em relação ao qual o devedor tinha se comprometido. 
**Se o contrato é regido pela responsabilidade objetiva: (já esquece a culpa)
Na obrigação de meio é a vítima que deve provar que os meios foram inadequados/insuficientes, e por isso o resultado não foi atingido. Ex.: serviço escolar é responsabilidade objetiva, porque é relação de consumo, e é de meio porque a escola não tem a obrigação de garantir que o aluno aprendeu, de tal forma que o que a vítima deve provar é que os meios utilizados foram inadequados. 
Na obrigação de resultado a vitima deve provar somente que o resultado não foi alcançado. Ex.: serviço de uma transportadora para levar uma mercadoria, de forma que se o credor prova que o devedor não levou a mercadoria, conforme contratado, já haverá a responsabilidade objetiva. 
Excludentes de responsabilidade do devedor na responsabilidade contratual – defesas do devedor 
As excludentes podem determinar a liberação do devedor inadimplente do dever de prestar ou de indenizar – artigo 393, CC. 
Quando se trata de responsabilidade contratual nem sempre as excludentes excluem a responsabilidade, ou seja, nem sempre liberam o devedor do dever de indenizar. 
Ex.: compra e venda com reserva de domínio de geladeira, e a mesma foi roubada. Nesse caso, ainda que haja uma excludente, isso não exclui a obrigação de pagar as prestações, pois ela não funcionará como um excludente de responsabilidade do devedor.

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