Buscar

Aula 08 A Adolescência

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
AULA 8 
 
 
 
A ADOLESCÊNCIA 
 
Sílvia Maria Melo Gonçalves 
 
 
Etimologicamente, adolescer provém do verbo “adolescere”, que significa 
crescer, desenvolver-se; compreende o período que se estende da terceira infância até a 
idade adulta, caracterizado psicologicamente por intensos processos conflituosos e 
persistentes esforços de autoafirmação. É, sem dúvida, um período de grandes 
mudanças, positivas ou negativas, com enorme repercussão na vida futura. As 
transformações, físicas ou psicológicas, serão responsáveis pela personalidade e pelo 
caráter do futuro adulto, mas, enquanto adolescente, são responsáveis pela ansiedade em 
relação às transformações que começam a acontecer, é a incerteza em relação ao 
desconhecido. 
 Para Santrock (2003, p.11), a adolescência “é definida como o período 
desenvolvimentista de transição entre a infância e a vida adulta; envolve mudanças 
biológicas, cognitivas e socioemocionais”. É difícil estabelecer idades para o período da 
adolescência na medida em que esta retrata o cumprimento de um papel social e 
depende de circunstâncias culturais e históricas. Mas, de um modo geral, há um 
consenso para o início por volta de 10/11 anos de idade, (término da terceira infância) 
perdurando até 21/22 anos. Os desenvolvimentistas também tendem a descrevê-la como 
adolescência inicial, época do ensino fundamental, incluindo as mudanças decorrentes 
da puberdade; e a adolescência posterior, quando os interesses estão voltados à carreira, 
vida amorosa e problemas identitários. 
 
 
 
Histórico do conceito de adolescência 
 
 A concepção de adolescência, assim como a de infância, do modo como as 
concebemos nos tempos atuais, é relativamente recente. A evolução desses conceitos 
remonta aos filósofos gregos, sendo importante que levantemos alguns fatos pertinentes 
a esse respeito. 
 
 2 
Algumas considerações sobre adolescência 
 
Compreender a adolescência sempre foi alvo de interesse de filósofos, 
pensadores e demais interessados em entender o comportamento dos jovens. Platão 
(428-347 a.C), filósofo racionalista grego, considerava que o raciocínio despontava 
somente na adolescência, razão pela qual os jovens deveriam estudar matemática e 
ciências, enquanto as crianças deveriam somente brincar. 
No mesmo século IV a.C, Aristóteles (384-322 a.C), filósofo empirista grego, 
dizia que o adolescente possuía habilidade para efetuar escolhas, sendo esta uma 
condição da maturidade. Essa autodeterminação dos jovens está de acordo com muitas 
ideias contemporâneas de que a independência, a identidade e a escolha da carreira 
sejam os pontos cruciais da adolescência (SANTROCK, 2003). O egocentrismo dos 
jovens, que persiste em alguns comportamentos, foi apontado de forma crítica por 
Aristóteles, dizendo que estes se consideram oniscientes, que pensam que sabem tudo e 
que são donos da verdade (ARISTÓTELES, 2001). 
As crianças e os adolescentes não tinham qualquer privilégio na Idade Média, 
eram compreendidos como adultos em miniatura e viviam sob rigorosa disciplina 
(SANTROCK, 2003). Por não serem percebidos como diferentes dos adultos, crianças e 
adolescentes não tinham as necessidades peculiares à idade atendidas e tampouco 
reconhecidas; assim, não havia quaisquer preocupações ou contribuições significantes 
para um desenvolvimento satisfatório (ARIÈS, 1981). 
Esse modo de perceber as crianças também estava presente na arte desse período 
da humanidade, quando escultores e pintores retratavam-nas como adultos encolhidos, 
dando a impressão de que eram incapazes de ver que a aparência das crianças era 
diferente do aspecto dos adultos, com traços faciais e proporções peculiares. Segundo 
Ariès (1981), até por volta do século XII, a criança não era representada pela arte 
medieval e, acrescenta que “é difícil crer que essa ausência se devesse à incompetência 
ou à falta de habilidade. É mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse 
mundo” (ARIÈS, 1981, p.50). Por outro lado, a ideia da divisão da vida humana em 
etapas já era concebida nesse período histórico da humanidade, como afirma Ariès 
(1981): 
 
As “idades da vida” ocupam um lugar importante nos tratados 
pseudocientíficos da Idade Média. Seus autores empregam uma 
terminologia que nos parece puramente verbal: infância e puerilidade, 
juventude e adolescência, velhice e senilidade – cada uma dessas 
 3 
palavras designando um período diferente da vida. (ARIÈS, 1981, 
p.33) 
 
No século XVIII, Jean-Jacques Rousseau, filósofo francês, retomou o 
pensamento de que crianças e adolescentes não são iguais aos adultos e, como Platão, 
julgava que o raciocínio só apareceria na adolescência, quando o emergir da razão 
encerraria a infância, dando início à adolescência. Desse modo, propõe que as crianças, 
assim como o célebre Emílio, deveria aprender com a natureza e que a curiosidade 
deveria ser instigada, principalmente na educação de adolescentes de 12 a 15 anos de 
idade. Para Rousseau, entre 15 e 20 anos, há o amadurecimento emocional dos jovens e, 
no lugar do egoísmo, surgirão comportamentos altruístas (ROUSSEAU, 1992). 
Assim, aos poucos, desde Rousseau, ao invés de serem reconhecidas como um 
adulto em miniatura, as crianças começaram a ser percebidas como um adulto em 
potencial. Mas, apesar de Rousseau ter pressuposto o desenvolvimento em fases 
diferentes, o termo adolescência não significava a distinção entre períodos de 
desenvolvimento, ao contrário, as crianças passavam pela puberdade e imediatamente 
entravam em alguma espécie de aprendizado referente ao mundo adulto. No início do 
século XX, com o estudo científico da adolescência, o período entre a puberdade e o 
estado adulto assumiu um caráter próprio (SANTROCK, 2003). 
Uma curiosidade sobre o termo adolescência é apontada por Martins (1996) 
quando relata que a palavra adolescens é encontrada em uma comédia de Plauto, em 
193 a.C. Mas, o termo adolescência só foi solidificado com a evolução social e 
econômica da sociedade, quando as crianças e, posteriormente os jovens, foram 
desobrigados de trabalhar e passaram a ser percebidos por suas peculiaridades. Mesmo 
com a majoração do tempo de permanência na escola, como decorrência desse processo, 
os jovens passaram a permanecer desocupados por muito mais tempo, causando 
problemas e desenvolvendo comportamentos típicos, tal como os adolescentes atuais 
(ARIÈS, 1981). E, nas palavras de Gallatin (1986): 
 
A infância tem sido vista como um período realmente crítico da 
existência humana, os ‘anos formativos’, quando tornam-se 
manifestos todos os traços que distinguem nossa espécie do resto do 
reino animal. Em comparação, a adolescência aparece, se não como 
rotineira, pelo menos como bem definida – por isto, o profundo 
interesse para com o primeiro período e a comparativa negligência 
para com o último. (GALLATIN, 1986, p.13) 
 
 4 
O período entre o final do século XIX e o início do século XX foi crucial para o 
fenômeno designado adolescência. Mas, foi no século XX que ocorreram as mudanças 
fundamentais para a vida dos jovens. 
 
Ritos de passagem 
Embora a puberdade possa variar de um jovem para outro, ela é universal, 
normativa e filogenética, pois é definida dentro de padrões próprios da espécie. Por 
outro lado, Mead (1972) considera que os problemas dos adolescentes nem são 
universais, nem estão ligados à natureza humana, já que dependem do contexto cultural 
no qual estão inseridos. 
Do nascimento à morte, a vida perpassa por inúmeras passagens. São etapas 
geralmente difíceis, ambíguas ou contraditórias. São momentos de crise, de 
questionamentos sobre si, de seus valores, da base da vida cotidiana. Nas sociedadesonde há ritos de iniciação, como em inúmeras sociedades da Oceania, enquanto os 
rapazes e as moças não se submeterem ao ritual, não serão considerados membros de 
pleno direito dessas comunidades. São práticas bastante antigas para marcar a passagem 
da infância para a conquista de seu lugar, em relação aos adultos, na sociedade 
(ELIADE, 1975). 
A função do ritual é propiciar ensinamentos que levem a uma transformação 
ontológica do iniciado, além de estabelecer uma ligação do indivíduo ao grupo, 
permitindo a estruturação da vida desse indivíduo em etapas precisas. Com a 
transformação do status social de forma predefinida, os ritos de passagem permitem 
evitar os conflitos (ELIADE, 1975). Este fenômeno é importante pelo favorecimento da 
relação entre o indivíduo e o grupo, e pela coesão do grupo como um todo, como afirma 
Muuss (1973): 
 
Em alguns casos a transição da infância para a fase adulta é suave e 
sem reconhecimento social; em outros casos, os ritos de puberdade 
acarretam uma transição, não da infância para a adolescência, mas da 
infância para a idade adulta. A pubescência parece ser o único aspecto 
do processo de maturação que algumas sociedades primitivas 
reconhecem; depois da puberdade o jovem ou a jovem obtêm o status 
e os privilégios dos adultos. O período prolongado de adolescência 
(algumas vezes, de quase uma década) em sociedades de maior índice 
técnico não é fisiológico, mas uma invenção social. (MUUSS, 1973, 
p.17) 
 
 5 
Eliade (1975) resume as diferentes facetas da iniciação quando, através dos ritos 
da puberdade, os neófitos tomam consciência do valor sagrado do alimento e assumem 
a condição de adultos. Ou seja, não dependem mais da mãe ou do trabalho de outros 
para se manter. A iniciação equivale, então, a uma revelação do sagrado, da morte, da 
sexualidade e da luta pela subsistência. Só é possível ocupar seu lugar depois de ter 
assumido as dimensões da existência humana. 
Essas sociedades tradicionais têm muitas informações para transmitir a seus 
adolescentes, já que estes devem perpetuar os fatos, a ordem da natureza, a ordem 
sagrada e a ordem social, para que tudo recomece, idêntico ao que sempre fora, mas 
pela nova classe etária, pois cada geração tem que estar integrada em um círculo do 
tempo (ELIADE, 1975). Por outro lado, os ritos de iniciação servem igualmente para 
detectar aqueles que não são capazes de se submeter às normas do grupo. Estes deverão 
procurar acolhimento em outro grupo que não pratique tais rituais ou que os execute de 
uma forma que lhes pareça menos constrangedora. 
Para as sociedades tradicionais, a adolescência é um período breve que deve ser 
moldado de modo que a indeterminação que o caracteriza se transforme em certeza para 
os adolescentes, de ambos os sexos, sobre o lugar que vão ocupar e o papel que vão 
desempenhar na sociedade dos adultos. As sociedades atuais não são estáveis como as 
tradicionais, pois suas inúmeras conquistas científicas e a expectativa do que ainda está 
por vir transformam a sociedade estável em sociedade inacabada, um devir científico e 
social (FELLOUS, 2001). Assim, como as sociedades modernas, a adolescência é um 
período inacabado. 
 
 
 
A importância da teoria de G. Stanley Hall 
 
 É comum os historiadores considerarem G. Stanley Hall o pai do estudo 
moderno da adolescência. Em 1904, Hall publicou dois volumes sobre adolescência 
(intitulados “Adolescence”), totalizando um estudo de 1.300 páginas. Sua obra foi muito 
importante para o surgimento de um novo olhar sobre os jovens da época, quando Hall 
afirmou que embora muitos adolescentes aparentassem passividade, estavam, na 
realidade, vivendo um enorme turbilhão interior. 
Hall sofreu grande influência da teoria da evolução de Charles Darwin, 
desenvolvendo uma parte dessa teoria para explicar como se processa o ciclo da vida 
 6 
humana, afirmando que fatores fisiológicos geneticamente determinados provocam 
reações psicológicas. A adolescência foi concebida como uma parte de sua teoria 
principal de que “a ontogenia recapitula a filogenia”. Sua teoria propõe que as etapas 
entre a infância e a idade adulta da espécie humana refletem os diversos estágios da 
história da humanidade. 
Na infância, por exemplo, supõe-se que a criança se assemelhe a um 
ancestral bastante primitivo da raça humana, que existiu há inúmeros 
séculos atrás. A meninice expressa uma versão mais avançada, mas 
ainda pré-histórica da humanidade. De fato, afirma Hall, isto é mais 
do que uma mera semelhança. A história evolutiva da raça humana 
como um todo determina a maneira pela qual qualquer indivíduo se 
desenvolverá. (GALLATIN, 1986, p.26) 
 
Hall dividiu os estágios do desenvolvimento em quatro, e bem semelhantes a 
concepção de Rousseau. Segundo Hall, os principais estágios do desenvolvimento são: 
primeira infância, infância, juventude e adolescência. A adolescência compreende o 
período da puberdade até o estado de adulto, entre 22 e 25 anos (MUUSS, 1973). 
Para uma melhor compreensão da obra desse pioneiro do estudo científico sobre 
a adolescência, Gallatin (1986) propõe um esquema de organização em tópicos para 
facilitar o agrupamento da enorme quantidade de observação de Hall: as dimensões da 
experiência adolescente, a dimensão emocional, a dimensão cognitiva, a dimensão 
social e os problemas das diferenças sexuais. 
Em relação às dimensões da experiência adolescente, e por ser partidário da 
teoria da evolução, Hall descreve as mudanças biológicas decorrentes do 
desenvolvimento físico em vários capítulos de sua obra. Considerava ser esta uma 
característica marcante deste período da vida e acrescentou, a cada observação 
registrada, inúmeros gráficos e estatísticas. 
No tocante ao desenvolvimento sexual, devido talvez à influência da psicanálise 
que começa a surgir e à grande admiração por Sigmund Freud, chegando a escrever o 
prefácio para a edição americana da “Introdução Geral à Psicanálise” (MUUSS, 1973) e 
a promover o único ciclo de conferências que este realizou nos Estados Unidos 
(GALLATIN, 1986), Hall aduz a ideia de que os impulsos sexuais adormecidos durante 
a infância são repentinamente despertados, graças a um poderoso estímulo dado pela 
natureza, fazendo com que o adolescente se veja às voltas com sentimentos nunca antes 
experimentados. Ao primeiro olhar, parece que Hall estava adiante de seu tempo quando 
descreveu de maneira clara o despertar dos impulsos sexuais do adolescente; mas, por 
 7 
outro lado, sua obra adverte sobre os riscos dos excessos sexuais e considera a 
masturbação como um grande mal (GALLATIN, 1986). 
A dimensão emocional na adolescência, descrita por Hall, caracteriza-a como 
um estágio transitório e turbulento do desenvolvimento da humanidade. A visão da 
adolescência como um período de “tempestade e tormenta” pode ser explicada pela 
instabilidade emocional gerada, em parte, pelo súbito aparecimento dos impulsos 
sexuais. Nesta fase, a emergência dos sentimentos sexuais e a acentuação das 
capacidades sensoriais propiciam o desenvolvimento da capacidade de amar, explicando 
as amizades apaixonadas e os romances inesperados da adolescência (GALLATIN, 
1986). 
O comportamento extremado e imprevisível do adolescente também se 
explicaria pelas mudanças bruscas de humor oriundas dessa peculiar instabilidade 
emocional. Assim, os desafios das instituições de ensino em lidar com os jovens da 
época de Hall persistem com os adolescentes hodiernos. 
Sobre a dimensão cognitiva, Hall observou que o nascimento do intelecto ocorre 
ao mesmo tempo que o nascimento da sexualidade. Com isso, além das influências do 
darwinismo, Hall também defendia a ideia de Rousseau, já que somente na adolescênciao jovem teria capacidade para raciocinar. O raciocínio aparece tardiamente no ciclo do 
desenvolvimento humano do mesmo modo que as capacidades superiores de cognição 
da humanidade estão entre as últimas que evoluíram. Mais uma vez, o desenvolvimento 
do indivíduo acompanha a história evolutiva da espécie (GALLATIN, 1986). 
Com o deslanchar dessas novas habilidades, o adolescente torna-se apto a 
empregar certos princípios lógicos, começa a desenvolver uma verdadeira noção de 
tempo, da história e capacidade de visualizar o futuro. Essas habilidades intelectuais são 
fundamentais para que o adolescente se adapte, tornando parte integrante da sociedade 
civilizada. 
A dimensão social e moral do “Adolescence” de Hall explica como o jovem 
torna-se capaz de compreender com mais vigor e maturidade as regras e os 
regulamentos sociais. Quando o adolescente passa a pensar como um adulto, devido ao 
aumento de seu intelecto, também será capaz de compreender os princípios que 
determinam o comportamento adulto, suas regras e regulamentos sociais. O surgimento 
do valor moral e social no adolescente descortina uma visão mais ampliada da vida em 
comum com os outros. Como afirma Gallatin (1986), citando o segundo volume da obra 
de Hall: “com o aparecimento da adolescência surge o reconhecimento de uma 
 8 
perspectiva mais ampla da vida, uma vida a ser vivida em comum com os outros, e com 
esta, o reconhecimento da necessidade de manter o código social estabelecido para o 
bem-estar comum” (GALLATIN, 1986, p.38). 
Em relação à religião, devido aos seus princípios universais de dignidade 
humana e ao destaque dado à abnegação, Hall considerava-a como uma manifestação 
indubitável da natureza superior do homem. Mas, cabe ressaltar que o autor em tela não 
estabeleceu qualquer vínculo explícito entre o desenvolvimento da moral e o 
crescimento da religiosidade. 
A obra de Hall trouxe polêmicas ao considerar as diferenças sexuais e tornou-se 
antiquada até para sua época, principalmente nos capítulos dedicados à menstruação e à 
educação das jovens adolescentes. Como grande crítico do espírito feminista que 
começava a surgir, e por pensar no papel reprodutor da mulher, afirmou que a natureza 
não quis que a mulher fosse igual ao homem e que qualquer interferência em seu 
destino biológico poderia levar risco para a sobrevivência da humanidade (GALLATIN, 
1986). 
Mas, de uma maneira geral, Hall estava à frente de sua época ao caracterizar a 
adolescência como um período do desenvolvimento humano. Embora tenha identificado 
inúmeras categorias básicas da experiência do adolescente, Hall não tentou mostrar 
como estas interagiam. Assim, sua teoria foi severamente criticada e, como os estudos 
da psicologia da personalidade eram recentes, a psicologia ainda não atribuía 
importância à adolescência para considerá-la como um período essencial do 
desenvolvimento humano. Mas, de acordo com Santrock (2003, p.4), “foi ele quem 
iniciou a teorização, a sistematização e o questionamento que foram além de simples 
especulação e filosofia”. 
 
 
 
As grandes teorias do desenvolvimento humano 
 
As teorias que explicam o desenvolvimento humano podem ser classificadas, de 
maneira geral como: a teoria psicanalítica que aponta para a importância das primeiras 
experiências infantis e da força das motivações inconscientes sobre o comportamento; a 
teoria da aprendizagem, que é importante por mostrar os efeitos do ambiente sobre o 
organismo; a teoria cognitiva, que esclarece como os processos intelectuais e o 
pensamentos afetam os comportamentos; a teoria sociocultural, que acrescenta que o 
 9 
desenvolvimento se dá dentro de um contexto cultural multifacetado; e a teoria dos 
sistemas epigenéticos, que prioriza as forças biológicas que atuam nos indivíduos e em 
toda a humanidade (SANTROCK, 2003). 
Todas as teorias supracitadas sofreram críticas específicas: a teoria psicanalítica 
pela sua subjetividade; a teoria da aprendizagem por ser mecanicista; a teoria cognitiva 
por não valorizar as diferenças genéticas; a teoria sociocultural por negligenciar os 
indivíduos; enquanto a teoria dos sistemas epigenéticos desatenderia à sociedade 
(SANTROCK, 2003). 
Mas, para que se tenha uma visão abrangente do desenvolvimento humano há 
que se levar em consideração todos os fatores envolvidos nessas teorias: processos 
inconscientes, ambiente, intelecto, cultura e genes. Muitos psicólogos do 
desenvolvimento almejam que uma nova integração possa emergir na forma de uma 
abordagem de sistemas que unirá as teorias biológicas, sociais, cognitivas e emocionais 
em uma estrutura mais coerente (PARKE, ORNSTEIN, RIESER e ZHAN-WAXLER, 
1994). 
 
 
 
Desenvolvimento físico e puberdade 
 
O corpo humano está em constante transformação, desde o nascimento até a 
morte. Abandonar a infância representa a descoberta de si mesmo, de um corpo 
sexuado, de sensações e de sentimentos até então desconhecidos. Por outro lado, é 
durante essa época tumultuada da vida que o jovem dará os primeiros passos em direção 
à vida adulta, à autonomia afetiva e de relacionamentos. 
Puberdade e pubescência são palavras derivadas do latim pubertas, significando 
a idade da maioridade e pubescer, referindo-se a apresentar cabelo no corpo. O conceito 
de adolescência é mais amplo e abarca também mudanças no comportamento e 
implicações sociais (MUUSS, 1973). A puberdade corresponde ao início do período da 
maturação física, biológica e afetiva. Pode ser definida como o período do 
desenvolvimento físico em que a reprodução sexual torna-se possível. Nessa fase, as 
transformações corporais são vividas com muita ansiedade, exigindo que o adolescente 
faça uma reformulação de seus mundos interno e externo. A puberdade conduz à 
adolescência, e consequentemente a todas as alegrias e dissabores provenientes desta 
etapa da vida (DOLTO, 1995). 
 10 
As mudanças hormonais decorrentes da puberdade não se restringem 
exclusivamente às transformações físicas, já que os hormônios responsáveis pelas 
mudanças físicas também causam mudanças emocionais. O aumento no nível dos 
hormônios faz com que as emoções sejam mais rapidamente desencadeadas; nos 
meninos, desperta a vontade de fazer sexo e de se masturbar; nas meninas, os 
hormônios durante o ciclo menstrual produzem alterações de humor, principalmente 
alguns dias anteriores ao ciclo menstrual; ocasiona, também, mudanças bruscas nas 
emoções, fazendo com que passem de um extremo a outro (SUSMAN, 1997). 
Por outro lado, há também o aspecto psicológico decorrente das mudanças 
físicas. A preocupação com o corpo tem sido uma constante no mundo contemporâneo, 
porém, durante a adolescência, o jovem tem que reestruturar a concepção que tinha de 
seu corpo, podendo desencadear inúmeros sentimentos. Essas emoções são ainda mais 
intensificadas durante a puberdade, quando as mudanças são mais rápidas e costumam 
trazer insatisfação para o adolescente que pode não mais se reconhecer nesse novo 
corpo (WRIGHT, 1989). 
Com o início da adolescência começa o deslanchar de um crescimento 
progressivo que pode ser definido como sendo a puberdade. Evidentemente que esta 
evolução pode variar de uma pessoa para outra e de um sexo para outro. Assim, de 
acordo com Berger (2003), a sequência provável de transformação nas meninas começa 
por volta dos 10 ou 11 anos de idade, com o início da aceleração do crescimento 
progressivo do esqueleto e dos seios; seguindo-se do alargamento dos ombros e dos 
quadris, acentuação da cintura e aparição de pelos pubianos em torno de 11-12 anos de 
idade. Aos 12-13 anos, quando o crescimento físico atinge sua aceleração máxima, 
pode-se notar o aparecimento de pelos nasaxilas, nos membros e o reforçamento dos 
pelos pubianos. Há o aparecimento da menstruação. Entre 14-16 anos, ocorre a 
desaceleração do crescimento físico, surgindo também a voz de mulher. 
O crescimento físico dos meninos não se apresenta na mesma época que o das 
meninas, pois a sequência das transformações ocorre mais tardiamente. Aos 11-12 anos, 
há um aumento do tamanho dos testículos e da bolsa escrotal. Em seguida, aos 12 ou 13 
anos, começa a aceleração progressiva do esqueleto e da massa muscular. O tamanho do 
pênis começa a mudar. O aumento e a intensificação do funcionamento das glândulas 
acontecem por volta dos 13-14 anos, proporcionando um crescimento físico máximo 
aos 14-15 anos. As primeiras ejaculações e o aparecimento dos pelos da axila e dos 
pelos pubianos mais densos manifestam-se em torno dos 15 anos. Ainda, por volta dos 
 11 
15 ou 16 anos, o menino muda de voz e sobrevém a barba adulta. Finalmente, somente 
aos 17-18 anos, haverá uma maturação final da voz e da progressão da pilosidade 
adulta, enquanto a força física estará se aproximando, cada vez mais, de seu ápice 
(BERGER, 2003). 
 
 
Desenvolvimento cognitivo do adolescente 
 
Segundo Piaget (1993), por volta dos 12 anos, com o desenvolvimento do 
pensamento hipotético-dedutivo, o adolescente será capaz de elaborar hipóteses, testá-
las depois de avaliá-las, podendo construir sistemas formais e teorias gerais ignorando a 
experiência prática. É a época do desenvolvimento das operações que necessitam do 
raciocínio abstrato. O adolescente é capaz de se libertar inteiramente do objeto, 
podendo, inclusive, representá-lo, operando agora com a forma, em contraposição ao 
conteúdo, situando o real em um conjunto de transformações. Ele é capaz de considerar 
proposições como puras hipóteses e de inferir as consequências. Assim, há o 
desenvolvimento das capacidades lógicas e de representação simbólica tal como são 
usadas pelos adultos. É capaz de analisar seu próprio pensamento, desenvolvendo 
estratégias metacognitivas e ampliando seu raciocínio (SUTHERLAND, 1996). 
 Esse período do desenvolvimento depende, em grande parte, do grau de instrução. 
Embora Piaget não acreditasse que a educação e a cultura exercessem tanta influência 
no desenvolvimento, seus críticos comprovaram que o período das operações formais é 
também produto da sociedade. A possibilidade prática que a cultura oferece para o 
sujeito determina a idade em que será adquirida a capacidade cognitiva, ademais, o 
pensamento operacional é mais raro em países em desenvolvimento do que em países 
que oferecem excelentes oportunidades de educação (SUTHERLAND, 1996; BERGER, 
2003). 
A capacidade de introspecção pode ser alterada pelo egocentrismo adolescente, 
fazendo com que o jovem tenha um ponto de vista de si mesmo, considerando-se muito 
mais importante do que realmente é. O egocentrismo pode levar a inúmeras falsas 
conclusões, como a lenda da invencibilidade, quando os jovens imaginam que nunca 
serão vítimas de comportamentos perigosos, o que é preocupante em relação aos 
inúmeros riscos da vida em sociedade. Os jovens criam, também, verdadeiras fábulas 
pessoais, imaginando que suas vidas são heróicas ou até mesmo míticas ou podem achar 
que estão sendo assistidos por uma audiência imaginária, pois acredita que é foco de 
 12 
atenção e julgam que as outras pessoas estão sempre interessadas neles (Berger, 2003; 
SANTROCK, 2003). 
 Em relação ao desenvolvimento moral, Piaget (1993) considerava que seria uma 
decorrência do desenvolvimento cognitivo, mas abandonou esses estudos e Kohlberg 
(1987) deu continuidade aos trabalhos sobre desenvolvimento moral. As normas de 
moralidade não são aceitas passivamente sem que se tenha passado para um nível mais 
elevado do desenvolvimento moral. Kohlberg (1987) acreditava que quando os pais 
impõem normas e regras não há nenhum salto no desenvolvimento moral, ao passo que 
a interação com os pares propicia às crianças e aos adolescentes mudarem sua 
orientação moral na medida em que permite que se assuma o papel do outro, gerando 
normas democráticas. Por outro lado, “os pais que permitem ou estimulam a conversa 
sobre questões impregnadas de valores promovem o pensamento moral mais avançado 
em suas crianças e adolescentes” (SANTROCK, 2003, p.269). Walker e Taylor (1991) 
pesquisaram sobre desenvolvimento moral de crianças e interação com os pais, 
encontrando que quando estes tinham bom relacionamento com seus filhos, apoiando-os 
e conversando, o pensamento moral era mais avançado na medida em que as crianças 
sentiam-se motivadas para reestruturá-lo. 
 A teoria do desenvolvimento moral de Kohlberg é importante para compreender 
o adolescente porque explica como as pessoas esforçam-se para alcançar a significação 
de conceitos como “sociedade, normas e papéis, instituições e relacionamentos. Essas 
concepções básicas são fundamentais para adolescentes, para os quais a ideologia torna-
se importante para orientar suas vidas e tomar decisões” (SANTROCK, 2003, p.269). 
 Ao pensar como um adulto, o adolescente tem uma grande expansão de sua 
autoconsciência que lhe permite: praticar suas novas habilidades cognitivas com ele 
próprio, preocupando-se pelo modo como é percebido pelos outros; tentar uma melhor 
maneira de lidar com seus conflitos em relação aos pais, escolas e amigos; pensar em 
seu futuro, ainda que de modo pouco realista; e refletir sobre os acontecimentos diários. 
E, como acrescenta Berger (2003), o interesse dos desenvolvimentistas é saber como os 
avanços cognitivos da adolescência poderão ajudá-los a tomar decisões adequadas para 
uma vida saudável e feliz. 
 
Os adolescentes estão na posição de tomar decisões pessoais e de 
fazer escolhas independentes que têm consequências de longo alcance 
para o futuro. Eles decidem, por exemplo, o que e como estudar, se 
vão para alguma universidade e para qual delas irão, de quem ser 
amigo, se vão se tornar ou não sexualmente ativos, que habilidades 
 13 
profissionais adquirir e se vão usar drogas ou não. (BERGER, 2003, 
p.315) 
 
 
 
Desenvolvimento emocional do adolescente 
 
De um modo geral, a adolescência também é chamada de puberdade, já que as 
mudanças devidas ao aparecimento das características sexuais secundárias têm sido o 
marco dessa etapa evolutiva. Mas, são contextos distintos, pois a puberdade reporta-se 
ao desenvolvimento orgânico, e pouco informa sobre as mudanças comportamentais que 
se manifestam a partir de influências sociais e culturais (BERGER, 2003; SANTROCK, 
2003). Vivendo uma transformação assaz peculiar, os adolescentes se dividem entre a 
atitude de desafio ao olhar do mundo dos adultos e a dificuldade de abandonar a 
infância. O adolescente exterioriza seus conflitos e tenta elaborá-los de acordo com suas 
possibilidades e as do seu meio. 
 
As interações sociais 
O adolescente não está sozinho nesta fase da vida, pois, frequentemente, a 
família vê-se envolvida com as questões difíceis de serem vivenciadas pelo jovem. O 
adolescente precisa obter as informações de que necessita, pois sua curiosidade é 
legítima e saudável. Este período, inúmeras vezes, representa uma fase de reflexão de 
toda a família, embora algumas delas não cheguem a encontrar recursos internos para 
administrar esse momento difícil, resultando em numerosas dificuldades para todos. 
Pois, muitas vezes, tanto os adolescentes como seus familiares estão desinformados 
sobre as mudanças que ocorrem nesta fase, ocasionando conflitos no relacionamento e 
dificuldades na convivência familiar (BERGER, 2003; SANTROCK, 2003). 
Ao confrontar-se com as demandas que lhe são impostas, o adolescente percebe 
sua vulnerabilidade epoderá tentar compensar sua falta de defesa através de mudanças 
repentinas em seu comportamento, sendo estes inadequados, excessivos e até 
desviantes. Assim, o comportamento dos adolescentes é bastante peculiar, 
caracterizando-os como um tipo de grupo social à parte, com o qual os pais, os 
educadores e a sociedade em geral não sabem exatamente como estabelecer uma 
comunicação adequada. Como suas condutas nem sempre serão aceitas como normais 
pela sociedade, não é raro relacionar adolescência com drogas, sexo, educação, 
problemas de imposição de limites, violência, delinquência etc. (BERGER, 2003). 
 14 
A relação de dependência natural proveniente do convívio da criança com os 
pais dá lugar a uma confusão de papéis, pois o adolescente não se percebe mais como 
criança e tampouco como adulto, passando a sentir dificuldades em se definir nas 
diversas situações de suas relações interpessoais. Os pais, que antes foram idealizados e 
supervalorizados, agora são alvos de críticas e de questionamentos. Em relação à 
comunicação, o adolescente pode ser considerado como um verdadeiro paradoxo. 
Quando este se percebe necessitando ficar perto de seus pais, mais ele tentará se afastar 
ou mantê-los à distância. Assim, para alcançar certa autonomia afetiva, ele vai rejeitar 
aquilo que até então amava (SANTROCK, 2003). 
Deste modo, o adolescente buscará figuras de identificação fora do âmbito 
familiar, substituindo muitos aspectos da sua identidade familiar por outros mais 
individuais. Enquanto não alcança sua independência, o adolescente sente-se ora 
inseguro, ora temeroso, e será de extrema importância que encontre apoio em um grupo 
de pares, pois nesse período em que o adolescente está experimentando mudanças no 
relacionamento com seus familiares, a relação com os amigos é fundamental; ele precisa 
encontrar seus pares para se sentir mais forte, um confidente para dividir suas 
dificuldades, alguém que o ajudará a avançar nessa etapa de transição. 
A insegurança do adolescente o levará a ficar parecido com o grupo de amigos, é 
o modo de encontrar uma realidade mundana, comparando-se com outros de sua idade. 
O adolescente procura seus pares, outros iguais a ele por não estar seguro de si, para 
conseguir sair da dependência infantil e alcançar a independência adulta. Para o 
adolescente, a imagem do grupo é vital, levando-o a procurar identificar-se, a tornar-se 
parecido com os outros pelo medo de ser rejeitado. A uniformidade entre os integrantes 
do grupo, seja em roupas, linguagem ou preferências, transforma-o em grupo de 
referência e auxilia a construção da identidade do adolescente. 
Os amigos têm grande importância e são os maiores representantes do ambiente 
social. A opinião dos pares e a percepção que o adolescente tem de si fixam o modelo 
de conduta, entrando em oposição aos ensinamentos da autoridade. Em contrapartida, 
terão grande impacto em alguns traços futuros da personalidade. Entretanto, à medida 
que o adolescente se apaixona por alguém e as pulsões sexuais aparecem de forma mais 
evidente, os vários grupos vão se reduzindo. As relações amorosas e o sexo são 
situações novas, instigantes e, por isso, fundamentais para a construção da nova 
identidade. 
 15 
Mas, cabe ressaltar que além do grupo de amigos e dos pais, também contribuem 
para o desenvolvimento do adolescente, as instituições (escolas, igrejas etc.), os 
veículos de comunicação (televisão, internet, entre outros), a sociedade em que esteja 
inserido, bem como, em um nível mais amplo, a estrutura sócio-econômica-política do 
país e as transformações históricas que acontecem mundo afora (SANTROCK, 2003). 
 
 
Desenvolvimento psicossocial do adolescente 
 
Os psicólogos que estudam a adolescência podem classificá-la como normal ou 
patológica, mas não deixam de reconhecer que são fatores de normalidade a busca de 
identidade, ansiedade, rebeldia, contestação dos valores impostos pela família, dentre 
outras situações inerentes a esta etapa da vida, quando muitas emoções tendem ao 
exagero ou ao radicalismo. 
 A imagem que Dolto e Dolto-Tolitch (1999) apresentam sobre a adolescência é 
bastante pertinente: o jovem, nesta etapa da vida, apresenta semelhanças com uma 
lagosta na época de muda, quando está sem carapaça e, por isso, está vulnerável a toda 
sorte de perigo. Para proteger-se, vê-se obrigada a fabricar uma outra concha, e 
enquanto a nova não estiver pronta, será obrigada a esconder-se sob as rochas. 
 
A busca da identidade 
A adolescência é, sem dúvida, uma época de crise, já que, em busca da 
identidade adulta, os jovens passam por um período “turbulento” (variável segundo o 
seu sistema sócio-familiar). Hall (citado por GALLATIN, 1986) considerava a tormenta 
da adolescência como uma recapitulação de um momento dos ancestrais da história 
humana. Anna Freud (1974) explica o turbilhão da adolescência como um 
ressurgimento da sexualidade infantil. Sullivan (citado por GALLATIN, 1986) rejeitou 
o reducionismo da psicanálise e atribuiu essa tormenta às dificuldades de integrar a 
sexualidade e as necessidades interpessoais. Freud (1974) não se interessou pela 
adolescência porque considerava a infância como o período crucial, baseando-se em sua 
experiência com pessoas com perturbações emocionais, concluiu que estas eram o 
resultado de situações que haviam ocorrido durante os primeiros cinco anos de vida 
(estágios pré-genitais). 
 16 
Anna Freud (1974) considerava a adolescência mais importante para a 
formação do caráter do que seu pai. Para ela, a libido é despertada e ameaça o equilíbrio 
entre o Isso e o Eu que estava mantido no período de latência, surgindo conflitos que 
causam ansiedade, temores e sintomas neuróticos. 
Enquanto Freud (1974) afirmava que o desenvolvimento do ser humano é 
determinado pela pulsão sexual, Sullivan (citado por GALLATIN, 1986) sustentava um 
ponto de vista sócio-psicológico que, segundo ele, permite atribuir às relações humanas 
seu valor merecido. Sullivan não despreza os fatores biológicos como condição do 
crescimento da personalidade, mas os subordina aos determinantes sociais do 
desenvolvimento psicológico; o indivíduo não existe nem pode existir sem que sejam 
consideradas suas relações com outras pessoas; “a personalidade é um padrão, 
relativamente constante, de situações interpessoais periódicas que caracterizam a vida 
humana” (citado por HALL & LINDZEY, 1984, p.134). 
Assim, a partir de um substrato biológico, o ser humano é o produto da interação 
com os outros e a personalidade emerge a partir das forças pessoais e sociais que agem 
sobre o indivíduo, desde seu nascimento. A organização da personalidade se dá através 
de ocorrências interpessoais, e não intrapsíquicas (GALLATIN, 1986). O ser humano 
tem dois propósitos na vida: a procura do prazer e a procura da segurança. A procura do 
prazer se refere principalmente às necessidades biológicas, mas a procura da segurança 
diz respeito aos processos culturais dos quais ela resulta. 
Com a puberdade, os adolescentes desenvolvem uma nova necessidade 
interpessoal, a necessidade denominada por Sullivan de satisfação sensual. Esta 
necessidade deve estar integrada com a outra importante necessidade interpessoal, a 
necessidade de segurança, ou, como é descrita por Sullivan, “a necessidade de manter-
se livre da ansiedade” (GALLATIN, 1986, p.96). As duas se entrelaçam, se o meio 
cultural impõe um obstáculo sério à procura do prazer, como é o caso do prazer sexual, 
por exemplo, certamente seria um problema. Mas, muitos problemas psicológicos são 
provenientes das dificuldades encontradas na formação do sistema de segurança. Se o 
adolescente conseguiu integrar a sexualidade em suavida, sem grandes problemas, os 
últimos anos anteriores à idade adulta serão dedicados, através das relações 
interpessoais, à adaptação da vida madura (SULLIVAN, 1953, citado por GALLATIN, 
1986). 
Para chegar à condição de adulto, Sullivan considera que o indivíduo sofreu 
grandes transformações através de suas relações interpessoais; “partindo de um simples 
 17 
organismo animal e chegando à condição de ser humano. Ele não é um animal vestido 
de civilização e humanidade, mas um animal tão drasticamente alterado que não é mais 
um animal, e sim um ser humano” (HALL & LINDZEY, 1984, p.144). 
Erikson (1987) acrescentou uma visão da Antropologia Cultural à teoria 
Psicanalítica e apresentou uma teoria do desenvolvimento que ocorre durante a vida 
toda, indo do nascimento até a velhice, numa sequência de oito estágios (você 
encontrará a sequência de estágios da teoria de Erik Erikson na aula 10). Em cada um 
desses estágios há uma luta entre duas tendências conflitantes que precisa ser resolvida 
satisfatoriamente para ser incorporada uma qualidade positiva no desenvolvimento; caso 
contrário, o indivíduo estará com o desenvolvimento do seu processo de individuação 
prejudicado. Esse desafio abarca tanto os processos internos (psicológicos) como os 
processos externos (sociais). 
O adolescente já adquiriu habilidades mentais que possibilitam que pense sobre 
si próprio e que faça uma integração de diferentes imagens que havia construído de si 
mesmo. Se tiver desenvolvido o sentimento de autonomia, iniciativa e produtividade, o 
jovem terá mais capacidade de produzir uma ideia clara sobre sua própria identidade. 
Entretanto, seu sucesso ainda dependerá de seu relacionamento com o ambiente e dos 
papéis sociais que lhe forem destinados. Para Erikson (1987), a fidelidade é o valor que 
surge nesse estágio, destacando a importância da capacidade de manter lealdade com 
seus pares. 
A adolescência é descrita por Erikson (1987) como uma espécie de “moratória” 
entre a infância e a idade adulta, caracterizando-se como uma época crítica de 
preparação, treinamento e experimentação para que os jovens tornem-se aptos a 
desempenhar o papel de adultos na sociedade. A crise desse estágio de desenvolvimento 
é a identidade versus confusão de identidade. Esse é um período muito intenso para o 
adolescente, pois, com a confusão de identidade poderá sofrer tão intensamente como 
jamais lhe acontecera antes na vida. Nesta época, os adolescentes quase nunca se 
identificam com os pais; ao contrário, rebelam-se contra eles, seus valores e suas 
opiniões sobre sua vida particular. Essa confusão poderá trazer sentimentos de angústia 
e isolamento, fazendo com que o adolescente se sinta vazio, indeciso e ansioso. O 
adolescente sente que precisa tomar decisões importantes, mas resiste e não sabe como 
fazê-lo, sendo seu comportamento imprevisível e inconstante. Em certo momento, pode 
não ter vontade de estabelecer relacionamento de amizade com ninguém, pelo temor de 
ser rejeitado, e, no instante seguinte, pode intencionar ser um companheiro ou mesmo 
 18 
manter uma relação amorosa com alguém ou, ainda, pode querer receber ensinamentos 
daqueles que julgue que tenham algo para ensinar. 
Nesse momento, os pares são fundamentais para ajudá-lo a encontrar sua própria 
identidade no contexto social. Nessa busca de identidade, o adolescente recorre, como 
comportamento defensivo, à busca de uniformidade que pode proporcionar-lhe 
segurança e estima pessoal dentro de seu grupo. Ao procurar amparo com seus pares, o 
adolescente estereotipa a si mesmo, seus ideais e seus adversários, havendo um 
processo de superidentificação em massa, onde todos se identificam com cada um 
(MUUSS, 1973). Se não for formada uma identidade estável durante a adolescência, na 
vida adulta, essa pessoa se deparará com sérios problemas. 
Marcia (1991) realizou diversos estudos baseando-se nas teorias de Erikson para 
determinar as maneiras pelas quais os compromissos ajudam na formação da identidade. 
Para Marcia (1991), o indivíduo desenvolveria uma identidade madura após passar por 
crises e ter se comprometido com uma profissão, um credo religioso ou uma ideologia 
política. 
Aberastury e Knobel (1977) consideram a adolescência uma época de grandes 
perdas e de lutos dolorosos, dependendo do adolescente e do contexto em que ele viva. 
Esses lutos referem-se à perda do corpo infantil devido às transformações hormonais, 
sendo muitas vezes difícil a aceitação dessas modificações; à perda dos pais da infância, 
que exigem novos comportamentos e têm atitudes diferentes em relação ao adolescente, 
embora continuem a acolhê-lo; e à perda da identidade e do papel sócio-familiar 
infantil, obrigando a assumir novas responsabilidades. Os comportamentos dos 
adolescentes, devido a essas dificuldades em lidar com essas perdas dolorosas e de viver 
esses lutos, muitas vezes parecem patológicos, mas, para esses autores, representam um 
passo evolutivo e caracterizam a “síndrome da adolescência normal”, cuja característica 
mais importante é a busca de sua identidade. 
Para os referidos autores, no processo de construção da identidade, o adolescente 
exprime o que gostaria de ser através de pseudoidentidades, que podem ser transitórias, 
ocasionais e circunstanciais. As identidades transitórias aparecem em determinados 
momentos, como por exemplo, o adolescente estudioso ou desportista. As identidades 
ocasionais ajudam a enfrentar situações até então desconhecidas, como começar uma 
primeira relação amorosa. E, as identidades circunstanciais expressam os diferentes 
comportamentos do adolescente de acordo com o grupo de referência, como o colégio, 
os amigos etc. 
 19 
Assim, Aberastury e Knobel (1977) explicam os sentimentos de incerteza em 
relação à crise identitária dos adolescentes e à preocupação dos adultos que convivem 
com esses jovens já que todas as três identidades podem estar presentes 
simultaneamente no processo de uma identidade independente e madura. 
Um dos conceitos fundamentais de Lewin é “a lei de que o comportamento é 
uma função de uma pessoa e de seu meio ambiente” (MUUSS, 1973, p.89). O ambiente 
é percebido pelas pessoas de acordo com seu estágio de desenvolvimento, de sua 
personalidade e de seus conhecimentos. A soma de todos os fatores ambientais e 
pessoais (necessidades, motivações e outros fatores psicológicos) em interação é 
denominada de espaço vital ou espaço psicológico. Na adolescência, devido ao 
ambiente psicológico instável e difuso, os jovens ficam incertos quanto a seus 
comportamentos. 
Para Lewin (citado por MUUSS, 1973), a adolescência é um período de 
transição no qual o adolescente muda sua filiação em relação aos grupos, pois este 
pertence em parte ao grupo infantil e em parte ao grupo adulto, sendo tratado de uma 
maneira ambígua por seus pais, professores e membros da sociedade, sendo-lhe cobrado 
ora comportamentos infantis, ora comportamentos adultos. O adolescente encontra-se 
em “um período de locomoção social avançando para campo social e psicológico 
inestruturado” (MUUSS, 1973, p.93). Lewin denominou o adolescente de homem 
marginal por estar experimentando conflitos entre várias atitudes, valores e ideologias, 
já que está deixando de pertencer ao grupo infantil para pertencer ao grupo adulto. 
Nesse momento, seus pares são fundamentais por serem o único grupo que pode acolhê-
lo e apoiá-lo. Como o adolescente ainda não tem compreensão exata de seu papel social, 
tampouco de suas atitudes, essas incertezas são refletidas em seu comportamento. 
 
Riscos à saúde e ao bem-estar 
A adolescência é uma época em que muitos problemas podem levar os jovens a 
não terem suas habilidadesplenas na vida adulta, com comprometimento do bem-estar 
subjetivo. As situações de transtornos dos adolescentes são bastante complexas, 
variando em sua gravidade e do nível de desenvolvimento dos jovens (SANTROCK, 
2003). Os símbolos dessa crise são conhecidos, o recurso ao paraíso artificial através do 
uso e abuso de álcool, drogas lícitas ou ilícitas, delinquência, violência, depressão e 
suicídio e, às vezes, enveredar-se por alguma seita. 
 20 
 Em relação à sexualidade dos adolescentes, vários fatores podem ser atribuídos à 
gravidez precoce e ao contágio e transmissão de doenças sexualmente transmissíveis 
(DST) e Aids, tais como: ignorância e ideias erradas sobre período fértil, métodos 
contraceptivos e formas de se contrair DST; ilusão de invulnerabilidade, quando o 
adolescente nega a realidade, acreditando ser invencível; falta de acesso a preservativos 
por vergonha de comprá-los ou por não saber como utilizá-los adequadamente; baixa 
autoestima de algumas adolescentes que acreditam que ficar grávida é atraente, que 
ganharão status de adulta e de ser independente, além de ter “alguém que as ame”. 
 As dificuldades na adolescência também podem levar a transtornos de outra 
ordem, como os alimentares, com o comportamento de comer em excesso devido à 
ansiedade, possuir hábitos alimentares fantasiosos ou contrários aos princípios 
nutricionais. A preocupação exagerada com os alimentos manifesta-se em dois 
distúrbios alimentares que começam, geralmente, na adolescência ou no início da fase 
adulta e vêm ganhando proporções maiores: anorexia e bulimia (SANTROCK, 2003). 
As jovens têm consciência de que o fenômeno é anormal, e por temer não ser capaz de 
detê-lo voluntariamente, podem se culpar e entrar em depressão. Esses dois transtornos 
psiquiátricos também são encontrados nos rapazes, mas, com uma frequência bastante 
baixa (GILA, CASTRO, CESENA e TORO, 2005). 
É difícil para a família identificar os sintomas da anorexia e da bulimia na 
medida em que muitas adolescentes conseguem escondê-los durante meses, ou mesmo 
anos. Essas desordens alimentares podem ser bastante sérias ou mesmo fatais. Uma 
jovem anoréxica é geralmente perfeccionista, pode ser boa aluna ao mesmo tempo que 
possui baixa autoestima. Considera-se gorda apesar de sua excessiva magreza, 
deixando, por isso, de se alimentar. As consequências são sérias para a saúde, podendo 
culminar na morte (SANTROCK, 2003). 
Os sintomas da bulimia são diferentes dos da anorexia. A pessoa ingere 
quantidades enormes de alimentos calóricos, e, para compensar, provoca vômitos ou se 
utiliza de laxantes. A fome compulsiva pode ser alternada por períodos de dietas 
severas, causando flutuações importantes de peso. Geralmente, as adolescentes 
escondem esses vômitos de seus pais e os resultados desse transtorno alimentar são 
bastante sérios: desidratação, desordens hormonais, déficit de minerais essenciais à 
saúde e acometimento de órgãos vitais (SANTROCK, 2003). 
A adolescência descortina horizontes desconhecidos, expondo os jovens a 
inúmeras incertezas: afirmação de si, escolha de uma orientação profissional, descoberta 
 21 
da sexualidade etc. É uma reedição de todo desenvolvimento infantil visando definir o 
caráter social, sexual, ideológico e vocacional. Atualmente, a adolescência tem se 
prolongado em consequência da elevação da idade em que os filhos saem da casa dos 
pais, da idade em que começam a coabitar, da idade em que a formação profissional é 
concluída, da idade do primeiro matrimônio, da idade do nascimento do primeiro filho. 
Por outro lado, pode representar o ideal de vários adultos que recusam a maturidade 
(DOLTO & DOLTO-TOLITCH, 1999). 
Durante muitos anos, uma grande parte das pessoas considerava a adolescência 
como o melhor período da vida, que deveria durar eternamente. Sem dúvida, alguns 
adultos nostálgicos gostariam de reencontrar o ardor e a irreverência de sua 
adolescência assim como as crianças pequenas esperam ansiosamente por sua chegada, 
admirando os jovens com mais idade. Idolatrada, a adolescência é difícil de ser 
ultrapassada por essas pessoas (Berger, 2003). 
Para Csikszentmihalyi e Schmidt, em 1998 (citados por SANTROCK, 2003), a 
adolescência deveria ser a época da vida com mais momentos de felicidade, já que os 
aspectos físicos e psicológicos estão no ápice de suas funções, além da capacidade de 
dissipar emoções negativas na metade do tempo em que os adultos o fazem. Mas, não é 
realmente isso que acontece com os jovens. A explicação apresentada pelos autores 
supracitados, através do estudo que realizaram sobre estresse e resiliência, mediante 
uma abordagem evolucionista, é que apesar de os seres humanos serem programados 
para agir da puberdade até o início da vida adulta visando a uma adaptação saudável e 
proporcionando bem-estar, as mudanças culturais nos últimos dois mil anos, 
particularmente nos últimos dois séculos, não mais asseguram a expressão dessas 
características, nem tampouco garantem um ajustamento que proporcione felicidade aos 
jovens. É por esse motivo que os adolescentes experimentam ansiedade e estresse. 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
ABERASTURY, A. & KNOBEL, M. Adolescência normal: um enfoque psicanalítico. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 1981. 
 
ARIÈS, P. História Social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC, 1981. 
 
BERGER, K.S. O desenvolvimento da pessoa: da infância à adolescência. Rio de 
Janeiro: LTC, 2003. 
 
DOLTO, F. La cause des enfants. Paris: Robert Laffont, 1985. 
 22 
DOLTO, F.; DOLTO-TOLITCH, C. Paroles pour adolescents ou le complexe du 
homard. Paris: Gallimard, 1999. 
 
ELIADE, M. Rites and symbols of initiation: the mysteries of birth and rebirth. New 
York: Harper & Row, 1975. 
 
ERIKSON, E.H. Identidade, juventude e crise. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987. 
 
FELLOUS, M. À la recherche de nouveaux rites: rites de passage et modernité 
avancée. Paris: L'Harmattan, 2001. 
 
FREUD, A. O ego e os mecanismos de defesa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 
1974. 
 
FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de 
Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1974. 
 
GALLATIN, J. Adolescência e individualidade: uma abordagem conceitual da 
psicologia da adolescência. São Paulo: Harbra, 1986. 
 
GILA, A.; CASTRO, J; CESENA, J.; TORO, J. Anorexia nervosa in male adolescents: 
Body image, eating attitudes and psychological traits. Journal of Adolescent Health, 
n.36, 2005, pp.221-226. 
 
GONÇALVES, S.M.M. Aprendizagem e o Processo Afetivo. Rio de Janeiro: 
UFRRJ/CEP-EB, 2005. 
GONÇALVES, S.M.M. Mas, afinal, o que é felicidade? Ou, quão importantes são as 
relações interpessoais na concepção de felicidade entre adolescentes. Rio de Janeiro, RJ, 
2006, 222 p. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. 
HALL, C.S.; LINDZEY, G. Teorias da personalidade. São Paulo: EPU, 1984. 
 
KOHLBERG, L. Child psychology and childhood education: A cognitive-
developmental view. Longman: New York, 1987. 
 
MARCIA, J. Identity and self development. In: Encyclopedia of adolescence. New 
York: Lerner, Petersen and Brooks-Gunn, 1991. 
 
MARTINS, G.J.S. Adolescência tem fim? In. POLLO, V.; RIBEIRO, H.C. 
Adolescência: o despertar. Rio de Janeiro: Kalímeros, EPB, 1996. 
 
MEAD, M. Adolescencia, sexo y cultura en Samoa. Barcelona: Laia, 1972. 
 
MUUSS, R. Teorias da adolescência. Belo Horizonte: Interlivros, 1973. 
 
PARKE, R.D.; ORNSTEIN, P.A; RIESER, J.J.; ZHAN-WAXLER, C. The past as 
prologue: An overview of a century of developmental psychology. In. PARKE, R.D.; 
ORNSTEIN, P.A; RIESER, J.J.; ZHAN-WAXLER, C. (Eds.). A century of 
 23 
developmental psychology. Washington, DC: American Psychological Association, 
1994. 
 
PIAGET,J. Seis estudos em psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1993. 
 
ROUSSEAU, J.J. Emílio ou sobre a educação. Brasília: EDUnB, 1992. 
 
SANTROCK, J.W. Adolescência. Rio de Janeiro: LTC, 2003. 
 
SUSMAN, E.J. Modeling development complexity in adolescence: Hormones and 
behavior in context. Journal of Research on Adolescence, n.7, 1997, pp283-306. 
 
SUTHERLAND, P. O desenvolvimento cognitivo actual. Lisboa: Instituto Piaget, 
1996. 
 
WALKER, L.J; TAYLOR, J.H. Family interaction and the development of moral 
reasoning. Child Development, n.62, 1991, pp.264-283. 
 
WRIGHT, M.R. (1989). Body image satisfaction in adolescent girls and boys. Journal 
of Youth and Adolescence, n.18, 1989, pp.71-84. 
 
 
 
 
INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA 
Na próxima aula, você estudará a abordagem psicanalítica do desenvolvimento humano.

Outros materiais