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Kelsen e sua Teoria pura do Direito

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UNIVERSIDADE CEUMA
CURSO DE DIREITO
TURMA 60182
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
PROFESSOR: BRUNO LEAL
ALUNA: VALÉRIA AURIANE UCHÔA MENDES DA SILVA
Hermenêutica – KELSEN
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Trad. João Baptista Machado. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1984, p. 463-473.
Cap. VIII
A interpretação
45 A essência da interpretação. Interpretação autêntica e não autêntica. (p. 463)
A essência da interpretação pode-se dizer que consiste na busca pela fixação das normas jurídicas. Como pilares para a concretização das normas são designados em escalões que vão de cima para baixo, ou seja, do escalão superior para o inferior. É a partir de uma norma geral, com a constituição, por exemplo, que se aplica uma norma a determinado caso. A constituição também deve ser interpretada de modo que informe como o processo legislativo pode se dar. À medida que os indivíduos também fazem uso das normas e quais as condutas deve seguir, as que são permitidas, obrigatórias ou proibidas, eles também a interpretam, e quando agem contra o determinado estão agindo contra a lei e se apossando de condutas proibidas. O conhecimento das ciências jurídicas procura descrever um direito positivo, e com isso a necessidade de que este seja um direito escrito, e a partir disto a necessidade da interpretação das normas jurídicas.
A relativa indeterminação do ato de aplicação do direito (p. 464)
Kelsen expõe acerca de normas do escalão superior que determinam a aplicação da norma de escalão inferior, como exemplo disto ele destaca a relação da constituição e a lei, ou a lei a sentença judicial. Quando se trata da “moldura” ser preenchida, esta se determinado que a norma, mesmo a de escalão superior, não pode ser vinculada sob todos os aspectos, e sim ser preenchida conforme a interpretação a ser aplicada.
Indeterminação intencional do ato de aplicação do direito (p. 465)
A indeterminação de um ato jurídico pode ser considerada intencional quando o Direito é aplicado, em parte considerando o determinado direito, em parte considerando o pressuposto das lacunas que a indeterminação de certas interpretações proporciona. 
Indeterminação não intencional do ato de aplicação do Direito (p. 465)
Quanto a indeterminação não intencional tem-se quando existe pluralidade na significação de palavras em seu sentido verbal, a norma passa a ser aplicada perante as significações possíveis dentro de cada caso. “O sentido verbal da norma é unívoco” (p. 465), pois o órgão aplicador das normas tem que ser passível das varias significações que podem ser possíveis. Quando um legislador percebe as lacunas, este não tem condições de prever todas as consequências que serão suscetíveis ao momento da execução da norma, com isso buscam-se fontes que vão além do sentido verbal. Quanto a este tipo de jurisprudência dá-se o nome de discrepância, podendo ser por vontade ou expressão e ainda completa ou parcial.
O Direito a aplicar como uma moldura dentro da qual há várias possibilidades de aplicação (p. 466)
“[...] o resultado de uma interpretação jurídica somente pode ser a fixação da moldura que representa o Direito a interpretar e, consequentemente, o conhecimento das varias possibilidades que dentro desta moldura existem [...]” (p. 466) com isso pode-se interpretar que há varias possibilidades para se conduzir a uma única solução como sendo a correta, e que solução se torne passível do Direito positivo, ou seja, sentença judicial deve ser fundada na lei dentro do quadro que esta representa.
Quanto à jurisprudência tradicional e a teoria usual, Kelsen as critica uma vez que entendem que o Direito deveria apenas fazer uso da razão para se aplicar um entendimento único dentro de uma escolha considerada correta no Direito positivo.
Os chamados métodos de interpretação (p.468)
“[...] de um ponto de vista orientado para o direito positivo, não há qualquer critério como base no qual uma das possibilidades inscritas na moldura do direito a aplicar possa ser preferida à outra. Não há absolutamente qualquer método [...] segundo o qual, das varias significações verbais de uma norma, apenas seja destacada como ‘correta’ [...]” (p. 468), com isso Kelsen afirma que dentro do direito positivo existe conflito entre vontade e expressão, e a vontade não deve prevalecer sobre o sentido verbal (expressão), pois os dois devem possuir igual relevância.
46 A interpretação como ato de conhecimento ou como ato de vontade (p. 469)
Um pensamento, que vai contra a teoria tradicional da interpretação, é a do pensamento em que, um direito preexistente poderia ser aplicado como determinação para atos jurídicos, porem isso vai contra as molduras das normas justas. Esse problema é uma questão que vai de encontro aos conhecimentos do direito positivo, e se afasta da teoria do Direito. “[...] assim como da Constituição, através da interpretação, não podemos extrair as únicas leis corretas, tampouco podemos, a partir da lei, por interpretação, obter as únicas sentenças corretas.” (p. 469).
“A interpretação feita pelo órgão aplicador do Direito é sempre autentica. Ela cria Direito.” (p. 470) com isso a afirmação de que se considera interpretação autentica a que seja realizada pelo órgão legislador competente, e que geralmente engloba grande parte das pessoas.
 
47 A interpretação da ciência jurídica (p. 472)
“[...] tem de se distinguir-se rigorosamente a interpretação do Direito feita pela ciência jurídica, como não autentica, da interpretação realizada pelos órgãos jurídicos.” (p. 472), assim afirma-se que a interpretação Jurídico-cientifica do Direito procura constituir acepções para determinada norma jurídica. 
Este tipo de interpretação deve ser o mais cuidadosa possível para que com isso se evite o pensamento que a norma jurídica interpreta com uma só interpretação a ‘correta’. 
 “De resto, uma interpretação estritamente cientifica de uma lei [...] que, baseada na analise critica, revele todas as significações possíveis, [...] pode ter efeito pratico que supere de longe a vantagem politica da ficção do sentido único: E que tal interpretação cientifica pode mostrar à autoridade legisladora quão longe esta a sua obra de satisfazer à exigência técnico-jurídica de uma formulação de normas jurídicas o mais possível inequívocas ou, pelo menos, de uma formulação feita por maneira tal que a inevitável pluralidade de significações seja reduzida a um mínimo e, assim, se obtenha o maior grau de segurança jurídica”. (p. 473).

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