Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
106-Mecânica Aplicada curso de Pilotagem ENIDH Elementos de Estática Texto de apoio Estatica-Texto-06-07.doc PAG. 12 6 Momento de uma força Em Estática consideram-se forças e momentos. No que se segue define-se momento de uma força em relação a um ponto, momento de uma força em relação a um eixo e momento de um binário. a) Momento em relação a um ponto O momento de uma força em relação a um ponto é uma grandeza vectorial que "mede" o efeito giratório da força em torno do ponto. A figura 6.1 mostra um plano no qual existem uma força F , a sua linha de acção e um ponto P. Ao vector OP chama-se vector ligação. O momento da força F em relação ao ponto P define-se com o produto externo de F pelo vector de ligação OP . OPF)F( P m (6.1) O vector momento está representado na figura 6.1 com duas sectas. Sendo um produto externo apresenta as seguintes características: direcção: perpendicular ao plano sentido: definido com a regra do saca-rolhas intensidade: )(sen||OP||||F||||m|| (6.2) Na fórmula (6.2) o produto )(sen||OP|| representa a distância do ponto P à linha de acção da força F e está representado na figura pelo comprimento b. O segmento de comprimento b chama-se braço da força relativamente ao ponto O. A expressão (6.2) é usual escrever-se M = Fb (6.3) ou seja “momento = força braço” e tratar o momento como uma grandeza escalar. A fórmula (6.3) também define a equação dimensional de um momento [M] = [F][L] = [FL] . É habitual definir os sentidos da rotação dos momentos com a seguinte convenção figura 6.2 sentido positivo sentido dos ponteiros do relógio sentido negativo sentido contrário Demonstra-se que (teorema de Varignon) que o momento da resultante de um sistema de forças com- planares, em relação a um ponto, é igual à soma dos momentos das forças componentes em relação a esse ponto. O P j F mP(F) j j 90ºb Figura 6.1 Figura 6.2 + - rotação positiva rotação negativa 106-Mecânica Aplicada curso de Pilotagem ENIDH Elementos de Estática Texto de apoio Estatica-Texto-06-07.doc PAG. 13 Exemplo 6.1 A sequência mostrada na figura E-6.1 mostra como calcular o momento da força 12 N relativamente ao ponto P (alínea a)). Considerar a linha de acção da força (alínea b)). Traçar o braço na perpendicular de P para a linha de acção da força (alínea c)). Se o comprimento do braço for, por exemplo, 0,8 m o momento calculado com (6.3) vale M = 12 N 0,8 m = 9,6 N.m . Para determinar o sentido da rotação (alínea d)), desloca-se a força, ao longo da sua linha de acção, para a extremidade do braço e define-se a rotação do par força-braço. Neste exemplo o sentido da rotação do momento é o sentido da rotação dos ponteiros do relógio. Exemplo 6.2 A sequência mostrada na figura E-6.2 mostra como calcular o momento da força 15 N relativamente ao ponto P (alínea a)). Considerar a linha de acção da força (alínea b)). Traçar o braço na perpendicular de P para a linha de acção da força (alínea c)). Se o comprimento do braço for, por exemplo, 1,25 m o momento calculado com (6.3) vale M = 15 N 1,25 m = 18,75 N.m . Para determinar o sentido da rotação (alínea d)), desloca-se a força, ao longo da sua linha de acção, para a extremidade do braço e define-se a rotação do par força-braço. Neste exemplo o sentido é contrário ao sentido da rotação dos ponteiros do relógio. Exemplo 6.3 A sequência mostrada na figura E-6.3 mostra como calcular o momento da força 160 N relativamente ao ponto P (alínea a)). Considerar a linha de acção da força (alínea b)). Traçar o braço na perpendicular de P para a linha de acção da força (alínea c)). Se o comprimento do braço for, por exemplo, 30 cm o momento calculado com (6.3) vale M = 160 N 30 cm = 4800 N.cm . Para determinar o sentido da rotação (alínea d)), desloca-se a força, ao longo da sua linha de acção, para a extremidade do braço e define-se a rotação do par força-braço. Neste exemplo o sentido é o sentido da rotação dos ponteiros do relógio. Exemplo 6.4 A sequência mostrada na figura E-6.4 mostra como calcular o momento da força 0,18 kN relativamente ao ponto P (alínea a)). Considerar a linha de acção da força (alínea b)). Traçar o braço na perpendicular de P para a linha de acção da força (alínea c)). Se o comprimento do braço for, por exemplo, 5 m o momento calculado com (6.3) vale M = 0,18 kN 5 m = 9 kN.m . Para determinar o sentido da rotação (alínea d)), desloca-se a força, ao longo da sua linha de acção, para a extremidade do braço e define-se a rotação do par força-braço. Neste exemplo o sentido é contrário ao sentido da rotação dos ponteiros do relógio. a) b) c) d) 15 N P P 90º b = 1,25 m 15 N P Figura E-6.2 P 12 N P P 90 º b = 0,8 m 12 N P a) b) c) d) Figura E-6.1 P a) b) c) d) 160 N P 90ºb = 30 cm 160 N PP Figura E-6.3 P 0,18 kN P P 90º b = 5 m 0,18 kN P a) b) c) d) Figura E-6.4 P 106-Mecânica Aplicada curso de Pilotagem ENIDH Elementos de Estática Texto de apoio Estatica-Texto-06-07.doc PAG. 14 Exemplo 6.5 A sequência mostrada na figura E-6.5 mostra como calcular o momento da força 160 N relativamente ao ponto P (alínea a)). Considerar a linha de acção da força (alínea b)). Traçar o braço na perpendicular de P para a linha de acção da força (alínea c)). Se o comprimento do braço for, por exemplo, 10 mm o momento calculado com (6.3) vale M = 4 N 10 mm = 40 N.mm . Para determinar o sentido da rotação (alínea d)), desloca-se a força, ao longo da sua linha de acção, para a extremidade do braço e define-se a rotação do par força-braço. Neste exemplo o sentido é contrário ao sentido da rotação dos ponteiros do relógio. Exemplo 6.6 Pretende-se calcular o momento da força 12 N rela- tivamente ao ponto P (alínea a)). Considerar a linha de acção da força. Neste caso o braço tem comprimento zero porque o ponto P pertence à linha de acção da força. O momento vale zero. b) Momento em relação a um eixo A figura 6.3 mostra uma força F e um eixo z. Para definir o momento da força F em relação ao eixo z considera-se um plano qualquer, perpendicular ao eixo e com intersecção no ponto P. A força F decompõe-se na componente z F paralela ao eixo z e na componente F paralela ao plano . A componente z F não "roda" em torno do eixo pelo que não produz momento. A compo- nente F produz momento com braço b. Assim, calcular o momento em relação a um eixo equi- vale aocálculo em relação a um ponto com intensidade b||F||||)F(zm|| (6.4) O momento de uma força em relação a um eixo é zero se a força for paralela ao eixo ou se a sua linha de acção for concorrente com o eixo. P 90ºb Figura 6.3 j F Fz j F j F j z mz(F) j j 12 N P P a) b) Figura E-6.6 4 N P P 90º b = 10 mm 4 N P a) b) c) d) Figura E-6.5 P 106-Mecânica Aplicada curso de Pilotagem ENIDH Elementos de Estática Texto de apoio Estatica-Texto-06-07.doc PAG. 15 c) Momento de um binário Um binário é um sistema de duas forças estritamente paralelas com igual intensidade e sentidos contrários. As duas forças F na figura 6.4, com distância d entre elas, constituem um binário. Para determinar o momento M produzido por um binário considere-se um ponto qualquer P nas condições da figura e calcule-se os momentos produzidos pelas duas forças relativamenta a P ou seja M = F(d + d1) Fd1 = Fd . O momento produzido por um binário é independente do ponto P e é dado pelo produto de uma das forças pela distância entre elas, ou seja Mbinário = Fd (6.5) Exemplo 6.7 Calcular o momento da força 100 N relativamente ao ponto A (figura E-6.7.a). A figura geométrica é um rectângulo. Resolução As distâncias conhecidas referem-se a segmentos que podem ser considerados horizontais e verticais sendo a direcção da força inclinada. Nestas condições pode ser vantajoso decompor a força numa componente hori- zontal, 100cos(30º) = 87 N e numa componente vertical 100sen(30º) = 50 N, como é mostrado na figura E-6.7.b. Também estão representados os braços relativamente ao ponto A. O momento calcula-se com M = + 50 N 4 m 87 N 1 m = + 113 N.m respeitando os sinais convencionados. Resposta: A força de 100 N produz um momento, em relação ao ponto A, de 113 N.m no sentido dos ponteiros do relógio. F j F j 90º 90º d P d 1 Figura 6.4 30º 4 m 100 N1 m 1 m A Figura E-6.7.a 4 m A Figura E-6.7.b 87 N 50 N 1 mbraço para 50 N braço para 87 N 106-Mecânica Aplicada curso de Pilotagem ENIDH Elementos de Estática Texto de apoio Estatica-Texto-06-07.doc PAG. 16 Exemplo 6.8 A placa rectângular da figura E-6.8.a é suposta homo- génea e pesa 20 N por cada metro quadrado. Tem aplicadas as forças 100 N, 150 N e 200 N e o momento 300 N.m . a) Calcular o momento resultante, em relação ao ponto A. b) Calcular a força resultante e situá-la relativamente ao ponto A. Resolução da alínea a) O peso total da placa obtém-se multiplicando a área por 20 N/m 2 , ou seja, 2 m 4 m 20 N/m 2 = 160 N. Esta força aplica-se no centro de gravidade do rectângulo e tem um braço de 2 m em relação ao ponto A. Produz um momento negativo 160 N 2 m figura E6.8.b. A força de 100 N já foi decomposta no exemplo 6.7. A força 200 N tem um braço de 2,2 m relativamente ao ponto A e produz um momento 200 N 2,2 m rodando no sentido positivo. A força 150 N tem um braço de 1,5 m resultando o momento 150 N 1,5 m no sentido positivo. O momento 300 N.m tem rotação negativa. Representando por MA o momento total em relação ao ponto A, calcula-se MA = 871 + 504 + 2002,2 1602 + 1501,5 300 = + 158 N.m mostrando-se uma representação na figura E-6.8.c . Resposta à alínea a) O momento resultante, em rela- ção ao ponto A, tem intensidade 158 N.m e roda no sentido dos ponteiros do relógio. Resolução da alínea b) Representando a intensidade da resultante por R, as componentes em x e y são Rx = + 87 N 150 N = 63 N Ry = + 50 N + 200 N 160 = + 90 N N011N)90(N)36(R 22 º125 N110 N63 )cos( º35 N110 N90 )cos( A resultante está representada na figura E-6.8.c . Para situar R, relativamente ao ponto A, calcula-se o braço necessário para que a resultante 110 N produza o momento 158 N.m ou seja 110 N b = 158 N.m b = 1,44 m Resposta à alínea b) A força resultante tem intensidade 110 N. A linha da acção faz com os eixos x e y ângulos de 125º e 35º respectivamente. Dista 1,44 m do ponto A . 30º 2,2 m 100 N 1 m 1 m A Figura E-6.8.a 20 0 N 150 N 1,8 m 1, 5 m 300 N.m 160 N 2,2 m 1 m 1 m A Figura E-6.8.b 20 0 N 150 N 1,8 m 1,5 m 300 N.m x y 160 N 50 N 87 N 35 º110 N A Figura E-6.8.c 158 N.m 125º b = 1,44 m 90º 106-Mecânica Aplicada curso de Pilotagem ENIDH Elementos de Estática Texto de apoio Estatica-Texto-06-07.doc PAG. 17 7 Condições de equilíbrio Um corpo sólido está em equilíbrio, se o conjunto de forças e de momentos aplicados tiverem resultante nula, ou seja, representando por R e M as respectivas resul- tantes corpo sólido em equílibrio 0M0R . Estas duas equações vectoriais desdobram-se, no caso geral, em seis equações escalares. A soma das forças em x, em y e em z deverá ser nula. O mesmo para os momentos em torno de x, de y e de z. 7.1 Caso geral x y z Figura 7.1 0zM 0yM 0xM 0Fz 0Fy 0xF As seis equações de equilíbrio gerais reduzem-se de acordo com cada caso particular. 7.2 Forças com a mesma linha de acção x Figura 7.2 0xF 7.3 Forças complanares e concorrentes num mes- mo ponto x y Figura 7.3 0 y F 0 x F 7.4 Forças não complanares e linhas de acção con- correntes num mesmo ponto x y z Figura 7.4 0 z F 0 y F 0 x F 7.5 Forças complanares e linhas de acção não con- correntes x y Figura 7.5 0M 0 y F 0 x F 7.6 Forças complanares e estritamente paralelas x Figura 7.6 0M 0 x F 7.7 Forças não complanares e paralelas x y z Figura 7.7 0 z M 0 x M 0 y F 106-Mecânica Aplicada curso de Pilotagem ENIDH Elementos de Estática Texto de apoio Estatica-Texto-06-07.doc PAG. 18 Exemplo 7.1 A placa rectângular homogénea, representada na figura E-7.1.a, tem dimensões 80 cm 10 cm, pesa30,0 N e tem aplicadas as forças 20,0 N, F1, F2 e F3 e o momento 60,0 N.cm. Calcular as forças F1, F2 e F3 para que a placa esteja em equilíbrio. Resolução A força 20,0 N é decomposta nas direcções x, 20cos(40º) e y 20sen(40º) figura E-7.1.b . O peso 30,0 N é aplica- do no centro da placa. Trata-se de forças complanares e linhas de acção não concorrentes condição de equilíbrio 7.5. É necessário escrever três equações de equilíbrio 0Me0F,0F yx . Para escrever a equação de momentos da maneira mais simples possível, há que escolher convenientemente qual o ponto em relação ao qual são calculados. Convém ser um ponto no qual passem o maior número possível de linhas de acção pois as respectivas forças produzem momentos nulos. Pode ser escolhido o ponto A. Relativamente a este ponto as forças F1, 20,0cos(40º) e 20,0sen(40º) têm momento nulo. A força F2 tem braço 10 cm e rotação negativa, a força F3 tem braço 80 cm e rotação positiva e o peso 30,0 N tem braço 40 cm e rota- ção negativa. Da escrita das três equações resulta 00,6010 2 F400,3080 3 F A M 0)º40(sen0,20 1 F30 3 F y F 0)º40cos(0,20 2 F x F . Resolvendo o sistema obtém-se F1 = 4,8 N, F2 = 15,3 N e F3 = 12,3 N. O sinal negativo de F2 significa que o seu sentido tem que ser contrário ao mostrado na figura E-7.1.b . Resposta: A placa está em equilíbrio se F1 = 4,8 N, F2 = 15,3 N e F3 = 12,3 N . A figura E-7.1.c mostra a placa em equilíbrio e a força F2 com sentido correcto. 20,0 N 40º F1 F2 F3 5 c m 80 cm 60,0 N.cm 30 N Figura E-7.1.a 10 cm 20sen(40º) F1 F2 F3 5 c m 60 N.cm 30 N Figura E-7.1.b 20cos(40º) x y +A 20sen(40º) 4,8 N12,3 N 5 c m 60 N.cm 30 N Figura E-7.1.c 20cos(40º)15,3 N 106-Mecânica Aplicada curso de Pilotagem ENIDH Elementos de Estática Texto de apoio Estatica-Texto-06-07.doc PAG. 19 8 Diagramas de corpo livre e ligações ao exterior Relativamente a um dado corpo, chama-se diagrama de corpo livre (d.c.l.) a um esquema que represente todas as forças e momentos que actuam nesse corpo. A figura E-7.1.b representa um diagrama de corpo livre referente à placa rectângular do exemplo 7.1. Um diagrama de corpo livre inclui as forças e momentos que actuam directamente no corpo (peso incluído) e as forças e momentos que resultam do rompimento das ligações do corpo ao exterior. Seguem-se alguns exemplos de ligações de um corpo ao exterior, com a indicação das forças que surgem se essas ligações são rompidas. Caso 8.1 Acção da Terra sobre um corpo peso corpo terra Figura 8.1.a corpo terra Figura 8.1.b 1 2 As forças verticais 1 e 2 apenas diferem no sentido. A força 1, o peso do corpo, representa a acção da terra sobre o corpo. A força 2 representa a acção do corpo sobre a terra. Num d.c.l. referente ao corpo entra a força 1. O par de forças 1 e 2 satisfaz o princípio da acção reacção. Caso 8.2 Acção de um cabo ideal sobre um corpo Figura 8.2.a B cabo ideal A Figura 8.2.b B A 1 2 3 4 A força 1 representa a acção que o cabo exerce so- bre o corpo A. A força 2 representa a acção que o corpo A exerce sobre o cabo. A força 4 representa a acção que o cabo exerce sobre o corpo B. A força 3 representa a acção que o corpo B exerce sobre o cabo. Num d.c.l. referente ao corpo A entra a força 1. Num d.c.l. referente ao corpo B entra a força 4. Num d.c.l. referente ao cabo entram as forças 2 e 3. O par de forças 1 e 2 satisfaz o princípio da acção reacção. O par 3 e 4 também. O par 2 e 3 não. Caso 8.3 Contacto entre superfícies lisas (sem atrito) Figura 8.3.a A B 90º 90º p1 p2 Figura 8.3.b A B p1 p1 p2 p2 1 2 3 4 A força 1 representa a acção do corpo A sobre o corpo B no ponto de contacto p1. A força 2 representa a acção do corpo B sobre o corpo A no ponto de contacto p1. A força 3 representa a acção do corpo A sobre o corpo B no ponto de contacto p2. A força 4 representa a acção do corpo B sobre o corpo A no ponto de contacto p2. Num d.c.l. referente ao corpo A entram as forças 2 e 4. Num referente ao corpo B entram as forças 1 e 3. O par de forças 1 e 2 satisfaz o princípio da acção reacção. O par 3 e 4 também. 106-Mecânica Aplicada curso de Pilotagem ENIDH Elementos de Estática Texto de apoio Estatica-Texto-06-07.doc PAG. 20 Caso 8.4 Acção de um rolete (sem atrito) Figura 8.4.a A B 90 º rolete Figura 8.4.b A B 1 2 3 4 A força 1 representa a acção do rolete em A. A força 2 representa a acção de A sobre o rolete. A força 3 representa a acção de B sobre o rolete. A força 4 representa a acção do rolete em B. Num d.c.l. referente ao corpo A entra a força 1. Num d.c.l. referente ao corpo B entra a força 4. Num d.c.l. para o rolete entram as forças 2 e 3. Os pares de forças 1, 2 e 3, 4 satisfazem o princípio da acção reacção. O par 2, 3 não. Caso 8.5 Acção de um pino articulação Figura 8.5.a pino A Figura 8.5.b 90º A 1 2 A acção do pino sobre o corpo A traduz-se em duas forças 1 e 2, perpendiculares entre si e independen- tes. Caso 8.6 Articulação esférica (rótula) Figura 8.6.a A Figura 8.6.b A 90º 90º90º 1 2 3 A acção da parede sobre a articulação esférica, ligada ao corpo A traduz-se em três forças 1, 2 e 3, perpendiculares entre si e independentes. Caso 8.7 Barra apoio fixo Figura 8.7.a Figura 8.7.b 1 2 90º A acção de um apoio fixo sobre uma barra traduz-se em duas forças 1 e 2, perpendiculares entre si e independentes. Caso 8.8 Barra apoio móvel Figura 8.8.a Figura 8.8.b 1 90º A acção de um apoio móvel sobre uma barra traduz- se numa força 1, perpendicular à barra. Caso 8.9 Barra encastramento bidimensional Figura 8.9.a Figura 8.9.b 2 90º 1 M A acção de um encastramento bidimensional sobre uma barra traduz-se em duas forças 1 e 2, perpendiculares entre si e independentes e num momento de encastramento M. Caso 8.10 Barra encastramento tridimensional Figura 8.10.a Figura 8.10.b x y z A acção de um encastramento tridimensional sobre uma barra traduz-se, no caso geral, em três forças (em x, em y e em z) e em três momentos (em torno de x, de y e de z). 106-Mecânica Aplicada curso de Pilotagem ENIDH Elementos de Estática Texto de apoio Estatica-Texto-06-07.doc PAG. 21 Exemplo 8.1 A barra A, de peso P, encosta sem atrito nos pontos 1, 2 e 3 figura E-8.1.a. Desenhar o diagrama de corpo livre para a barra A. Resolução A figura E-8.1.b mostra o diagrama decorpo livre pedido. No centro de gravidade da barra aplica-se o peso repre- sentado pela força P. A barra contacta com o exterior nos pontos 1,2 e 3. Nos pontos 1 e 2, a acção das superfícies de encosto sobre a barra traduz-se nas forças F1 e F2, respectivamente. São forças com linhas de acção perpendiculares às superfícies (caso 8.3). No ponto 3 a acção do encosto na barra tem também a direcção perpendicular, neste caso à barra. Exemplo 8.2 A figura E-8.2.a mostra uma placa suportada por um pino 1 e ligada a uma barra por um pino 2. Esta barra encosta, sem atrito, a uma superfície. Um cabo liga a barra à placa. Desenhar os diagramas de corpo livre para placa e para a barra. Resolução A figura E-8.2.b mostra os diagramas de corpo livre pedidos. No centro de gravidade da placa aplica-se o peso repre- sentado pela força P. A placa liga-se ao exterior pelos pinos 1 e 2 e pelo cabo. Estas ligações são rompidas e substituídas por forças. As ligações por pinos são substituídas por duas forças perpendiculares (caso 8.5). No pino 1 as forças F1 e F2 e no pino 2 as forças F3 e F4. A força F5 representa a acção do cabo sobre a placa (caso 8.2). A barra tem contactos com o exterior no pino 2, no cabo e na superfície inclinada. No pino 2 o par F3 e F4 constitui a reacção ao par aplicado na placa. O mesmo para F5. A força F6 representa a acção da superfície sobre a barra (caso 8.3). Não foi considerado o peso da barra. Figura E-8.1.b F3 F2 F1 P 90º 90º 90º Figura E-8.1.a 1 2 3 A Figura E-8.2.a barra cabopino 1 pino 2 placa Figura E-8.2.b F3 F3 F4 F4 F2 F1 P F5 F5 F6 90º 106-Mecânica Aplicada curso de Pilotagem ENIDH Elementos de Estática Texto de apoio Estatica-Texto-06-07.doc PAG. 22 Exemplo 8.3 A figura mostra duas esferas A e B com pesos PA e PB, respectivamente. As esferas são suportadas por uma barra articulada ao chão e presa à parede por um cabo ideal. Desenhar os diagramas de corpo livre para cada uma das esferas e para a barra ( ignorar o seu peso). Admitir contactos sem atrito. Resolução A figura E-8.3.b mostra os três d.c.l. pedidos. No centro de cada esfera aplica-se a força relativa ao peso. A esfera A contacta com o exterior nos pontos 1, 2 e 3. Estes contactos traduzem-se em forças perpendiculares à superfície de contacto (caso 8.3). A esfera B contacta com o exterior nos pontos 3 e 4. Estes contactos traduzem-se em forças perpendiculares à superfície (caso 8.3). As duas forças F3 diferem apenas no sentido e satisfazem o princípio da acção- reacção. A barra contacta a esfera B, o chão, com a articulação, e o cabo. O contacto com a esfera B traduz-se na força F4, reacção à força aplicada na esfera. A acção da articulação traduz-se nas forças F5 e F6, perpendiculares entre si (caso 8.5). A força F7 representa a acção do cabo sobre a barra (caso 8.1). Exemplo 8.4 A figura mostra duas barras A e B. A barra A está encastrada no chão e encosta à barra B. A barra B tem aplicada a força F e assenta no chão. As duas barras estão ligadas por um cabo ideal. Desenhar os diagramas de corpo livre para cada uma das barras ( ignorar o seu peso). Admitir contactos sem atrito. Resolução A figura E-8.4.b mostra os dois diagramas pedidos. O encastramento da barra A é substituído por duas forças perpendiculares F1 e F2 e por um momento de encastramento M (caso 8.9). O contacto na outra extre- midade é substituído pelas forças F4, uma na barra A e outra na barra B (caso 8.3). A acção do cabo traduz-se pelas forças F3 (caso 8.2). O par de forças F4 respeita o princípio da acção-reacção. O par F3 não traduz o refe- rido princípio porque neste caso as barras não contactam directamente. O contacto da barra B com o chão é substituído pela força F5 (caso 8.3). Figura E-8.3.a A B 1 2 3 4 cabo barra Figura E-8.3.b F1 PA F2 F3 F3 PB F4 F4 A B F5 F6 F7 90º Figura E-8.4.a F cabo A B Figura E-8.4.b F F1 F2 M F3 F4 F4 F3 F5 B A 90º 90º 90º 90º 106-Mecânica Aplicada curso de Pilotagem ENIDH Elementos de Estática Texto de apoio Estatica-Texto-06-07.doc PAG. 23 9 Problemas resolvidos Problema 9.1 Numa operação de descarga de navio, um automovel de peso 17,5 kN, é suportado por três cabos ligados na argola A figura P9.1a. Calcular a intensidade das forças de tracção nos cabo AB e AC. Considerar os cabos ideais. Figura P9.1.a Resolução Dos diferentes corpos mostrados na figura há que escolher um para desenhar um diagrama de corpo livre, escrevendo-se de seguida as equações de equilibrio convenientes. Como os cabos AB e AC concorrem na argola A, escolhe-se a argolafigura PP.9.1.b, alínea a). O diagrama de corpo livre para a argola está destacado na alínea b) da figura PP.9.1.b. O peso do automóvel é uma força vertical. Das forças nos cabos (caso 8.2) só interessam aquelas que actuam na argola. Estão representadas por TB e TC na alínea c) da figura. Trata-se de três forças complanares e linhas de acção concorrentes condição de equilíbrio 7.3. É necessário escrever duas equações de equilíbrio 0Fe0F yx . Da escrita das duas equações resulta o sistema 05,17)º30(sen C T)º88(sen B T y F 0)º30cos( C T)º88cos( B T x F . que depois de resolvido origina 7,0 C T 9,17 B T . Resposta: As forças de tracção nos cabos AB e AC têm intensidade 17,9 kN e 0,7 kN, respectivamente. Este problema envolve três forças em equilíbrio. Neste caso, construir um triângulo de forças é uma alternativa à resolução geral atrás apresentada. A figura P9.1.c mostra, em esquema, o triângulo das três forças em equilíbrio e as amplitudes dos ângulos. A lei dos senos permite calcular as intensidades pedidas. kN9,17T )º120(sen T )º58(sen kN5,17 B B kN7,0T )º2(sen T )º58(sen kN5,17 C C Figura P-9.1.b x y TC 30º TB A A 17,5 kN 17,5 kN 88º 17,5 kN 90º A a) b) c) Figura P-9.1.c 17,5 kNTB TC 2º 120º58º
Compartilhar