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PROCESSO-PENAL-III

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DIREITO PROCESSUAL PENAL III
Teoria Geral dos Recursos
SUCUMBÊNCIA
- Conceito: consiste na existência de um prejuízo provocado pela decisão (conceito civilista). Difícil de se falar em sucumbência para o MP, já que ele nunca tem prejuízo, ele tem sempre o interesse na justiça.
- Natureza: é pressuposto fundamental à admissibilidade recursal (“pressuposto dos pressupostos”). Sem sucumbência, não há interesse para recorrer. Art. 577, § único, do CPP. 
- Juízo de admissibilidade: onde há decisão sobre o recebimento do recurso. Analisa-se o preenchimento, pelo recorrente, dos pressupostos recursais: No juízo a quo e no juízo ad quem. 
Usa-se os termos: “negar seguimento”, “denegar” e “não conhecer”. Os dois primeiros são usados pelo juiz de primeiro grau, e o terceiro, pelo tribunal. 
- Juízo de mérito: é o julgamento sobre a questão de fundo sustentada no recurso, inclusive sobre as preliminares de mérito.
Termo: dar provimento. 
- Mutatis mutandi, como no julgamento da ação
Pressupostos recursais
- Objetivos: Recorribilidade da decisão (adequação), tempestividade, motivação, regularidade processual
- Subjetivo: Legitimidade para recorrer, interesse na reforma
**Os recursos especial e extraordinário precisam destes e mais alguns: prequestionamento e repercussão geral (rext.). Devem ser interpostos simultaneamente.
Pressupostos recursais objetivos
Recorribilidade da decisão
- Haver recurso previsto na lei.
- Princípio da fungibilidade (art. 579), salvo má-fé: aplicação da teoria do recurso indiferente de goldschmidt. O prazo dá pouco problema porque geralmente é idêntico.
- Princípio da unirecorribilidade: não se admite que a mesma decisão seja impugnada por mais de um recurso (art. 593, §4º).
Tempestividade
- Severo o CPP.
- Prazos são peremptórios, próprios, fatais e ininterruptos: art. 798, salvo força maior. O termo a quo conta-se pelo 798, §5º.
- Interposição e razões.
- Contagem: Os defensores público e dativo são intimados por oficial de justiça. O defensor constituído é intimado pelo diário. O réu, em certos casos, recebe intimação pessoal (ex. estando preso, ele mesmo pode recorrer). Pode também se dar por intimado, quando o advogado aparece no cartório para conferir o processo e vê que há uma ordem de intimação, ai o funcionário certifica esta intimação, etc. 
- Prazo de interposição e prazo de apresentação das razões são diferentes. Tem 5 dias da intimação para interpor a apelação, recurso estrito e agravo-execução. O prazo para razões só inicia depois de nova intimação, feita após o juiz analisar a petição de interposição e os pressupostos recursais; a partir daí tem 8 dias para apelação, e 2 dias para os demais.
Motivação
- Sem ela, o pedido é inepto (FM).
- Exceção: art. 601 (apelação)
**Se houve regular interposição, passados os dias para apresentação das razões, o recurso sobe da mesma forma e pode ser conhecido sem elas. Isso dá ao TJ liberdade para modificar qualquer parte da sentença. Ainda assim não é uma boa ideia, pois o tj pode do mesmo jeito não analisar nada.
**As razões de apelação podem ser apresentadas no TJ, bastando informar ao juiz que lançará mão da prerrogativa do art. 600, §4º, e apresentará as razões no Tribunal. Ai o juiz só analisa os pressupostos e já manda para a câmara. 
**Caso o réu interponha, mas o advogado entender que não deveria, prevalece a vontade do réu, mas não se pode obrigar o advogado a apresentar as razões (só ele pode fazer isso), logo o réu constitui outro defensor ou nomeia-se dativo. 
Regularidade Processual
- Qualquer infração à ordem legal leva ao não conhecimento.
- Exemplos: falta de preparo (art. 806, §2º)
- Não se exige pagamento prévio nos recursos ordinários no processo penal, pode-se recorrer livremente independentemente de justiça gratuita. O preparo é exigido no resp e rext, e lá é importante.
Pressupostos recursais subjetivos
Legitimidade para recorrer
- art. 577 CPP.
- A legitimidade do MP (art. 576): recorrer em favor do réu mal-assistido, por virtude no interesse da correta aplicação da lei. Não existe sucumbência para ele, pois sempre poderá recorrer para correta aplicação da lei, em favor ou contra o réu. 
- Quem tem interesse (sucumbência/prejuízo) na reforma da decisão, tem legitimidade.
- Dos interessados: art. 598.
Interesse na reforma
- Demarca a legitimidade
- Nasce com a sucumbência
Efeitos dos Recursos
Devolutivo
- TODO recurso tem, é o que caracteriza o recurso. A questão é devolvida ao conhecimento do juízo ad quem, nos limites em que foi interposto o recurso.
- Classificação (FM): 
		Recursos de instância reiterada: sentença definitiva de mérito, com apreciação exclusiva pelo juízo ad quem (impugnação total ou parcial, o efeito devolutivo se estende somente àquilo que é impugnado).
		Recursos de instância iterada: ataca questões de ordem processual, permitindo ao juízo a quo que a examine.
		Recursos de instância mista: admite o reexame pelo juízo a quo e, se for o caso, pelo juízo ad quem (recurso em sentido estrito).
- Proibição da reformatio in pejus: art. 617, CPP. Não pode o tribunal modificar a decisão em prejuízo da defesa, se o recurso foi exclusivamente desta. 
- ***Questão da reformatio in pejus indireta (2 doutrinas): anula-se uma sentença através de recurso do réu, e a nova sentença dá pena maior que esta anterior. 
		-> STF e maioria: proibida 
		-> Outra corrente (Grinover): possibilidade, eis que sentença nula não pode influenciar sentença válida. Problema: há casos em que mesmo a decisão nula gera alguns efeitos. Seria um bom argumento no júri e na incompetência absoluta, mas ainda assim é vedada esta reformatio em ambos os casos. 
		*Juri: soberania dos veredictos. Júri anulado, o segundo júri não pode dar pena maior que o anterior. 
		*Incompetência: principalmente constitucional. Juiz eleitoral julga causa federal, e na instância superior entende-se que era incompetente e remete os autos à federal. O juiz federal não pode dar sentença mais severa que a do eleitoral, pois esse controle de competência constitucional cabe ao judiciário e ao MP, não podendo o réu ser prejudicado por isso. 
Suspensivo
- Impede que a decisão produza de imediato suas consequências, a sua executoriedade, inclusive quanto aos efeitos secundários.
- Apelação: CPP, arts. 596 e 597: inconstitucionais, atualmente revogados.
Extensivo (Pisapia)
- A decisão favorável do recurso de um dos réus, a todos se estende, exceto se este efeito tiver como fundamento uma questão individual. 
- Não precisa ser requerido, ele é automático. Se não reconhecer = embargos de declaração. Se perder prazo = revisão criminal. 
- Habeas corpus não é recurso, ele tem efeito extensivo? Teoricamente deveria ter, normalmente faz uma petição junto à do habeas corpus, solicitando o “efeito extensivo em habeas corpus”. 
RECURSOS EM ESPÉCIE
Recurso em sentido estrito
- Previsão legal: art. 581 e incisos do CPP, rol taxativo.
- *decisões de prisão que prejudiquem o réu não são recorríveis -> pedido de revogação da preventiva -> habeas corpus. Tribunais tem entendido que não se deve conhecer do habeas corpus em havendo supressão de instância, pois deveria ter sido interposta a peça de 1º grau antes. Professor diz que isso é balela...
- Em havendo concorrência de recursos cabíveis, caberá um único, e prevalece a apelação.
- Inciso X: decisão que nega habeas corpus. Só vale para habeas corpus decidido em 1º grau! Em segundo grau tem o ROC. 
- Inciso XI: suspensão condicional da pena é o sursis, como se trata de cumprimento de um período de prova, logo, execução, é caso de agravo, e não recurso estrito. Isso vale para qualquer outra hipótese do art. 581 que esteja relacionada à execução, o legislador só esqueceu de revogar expressamente estes incisos. Revogação tácita desses inciso pela LEP: XI, XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII, XXIV. 
- Inciso XIII: se a nulidade é reconhecida na sentença, há dois recursos cabíveis, logo cabe apelação.- Juízo ad quem: tribunal competente, admitindo-se juízo de retratação.
- Prazo: 5 dias de interposição, e 2 dias de razões. Em caso de júri, para inclusão/exclusão de jurado, tem 20 dias. 
Agravo em execução
- art. 197 da lei de execuções penais, revogando parte do 581.
- Todas as decisões do juiz de execução penal.
- Juízo ad quem, admitindo-se juízo de retratação.
- Prazo: 5 dias para interposição, 2 dias para razões. 
- Súmula 700 do STF: Procedimento igual ao recurso em sentido estrito.
- Hipótese genérica de cabimento: em face de qualquer decisão do juiz de execução.
Apelação
- art. 593 e incisos do CPP e art. 82 da lei 9099/95
-> Cabimento: em regra, sentenças, sejam condenatórias ou absolutórias, do juiz ou júri + Decisões definitivas ou com força de definitiva, para as quais não há outro recurso previsto.
Definitiva é uma questão que não será novamente apreciada pelo mesmo grau de jurisdição. Ex: que decide um incidente de falsidade, no momento da sentença não haverá novo juízo sobre a veracidade do documento, pois já foi decidida no curso do processo (é definitiva, mas é abarcada pelo recurso em sentido estrito). 
Ainda assim é muito aberto o conceito de definitiva, não deveria ser tratada pelo juiz com casuísmo. Muita atividade doutrinária/jurisprudencial sobre isso. 
Na dúvida, fazer a apelação (princípio da fungibilidade, e se não aceito, ainda tem o habeas corpus). 
Se não está no 581 para recurso estrito, e não cabe apelação, muito provavelmente ela é irrecorrível.
- Demais hipóteses do inciso III do 593: das alíneas A a C, há efeito devolutivo pleno, podendo o tribunal corrigir qualquer parte da sentença, pois não fere a soberania do juri, já que essas alíneas dizem respeito à parte da decisão que cabe ao juiz.
***alínea D: os jurados decidiram contra a prova dos autos. Assim o tribunal não pode mudar o veredito, pois é soberano, no máximo submeter a novo juri. §3º do 593.
- Decisão de impronúncia: não é sentença de forma alguma, pois continua o processo e não resolve o mérito, mas cabe apelação. Da PRONÚNCIA cabe recurso em sentido estrito. 
-> Juízo ad quem: tribunal competente 
-> Prazo: 5 dias para interposição (CPP), razões em 8 dias. No juizado tem 10 dias.
***único recurso previsto no procedimento do juizado é a apelação.
- Em recurso em sentido estrito (menos hc), apelações em processo de contravenção ou crime punível com detenção, os autos irão imediatamente com vista ao procurador-geral por 5 dias, e depois, ao relator para marcar o julgamento. Aqui, tem 10 minutos para falar, e o relator julga. Art. 610.
- Em apelações interpostas em crime de reclusão, deverá haver revisor, tendo também prazos em dobro e 15 minutos para falar. Nos casos acima, não tinha revisor, só o relator e os demais votavam com ele. Art. 613.
Embargos infringentes e de nulidade
-> Cabimento: acórdão não unânime, em que seja voto vencido o favorável ao réu, e que julgue improcedente a apelação, recurso estrito ou agravo em execução. Limita-se a devolução à parte não unânime do acórdão. É privativo da defesa. São infringentes quando versam sobre matéria substantiva, e de nulidade, quando tratam de matéria processual.
-> Juízo ad quem: instância iterada.
-> Prazo: 10 dias.
Embargos de declaração
-> art. 619 CPP
-> Cabimento: sanar ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão da sentença ou acórdão
-> Juízo ad quem: instância iterada
-> Embargos de prequestionamento
-> Prazo: CPP 2 dias. Juizado 5 dias.
Carta testemunhável
-> 639 CPP
-> Cabimento: decisão que não recebe recurso em sentido estrito e agravo em execução. Não cabe em apelação, ou nos procedimentos de tribunais superiores e embargos (agravos).
-> juízo ad quem: tribunal competente, com interposição ao escrivão do cartório.
-> Prazo: 48 horas.
Correição parcial
-> Códigos de organização judiciária estadual e lei 5010/66. RI TJ-PR
-> Cabimento: sanar error in procedendo, contra despachos de juízes que, por erro ou abuso, provoquem inversão tumultuária do processo. Alguns dizem que nem é recurso e apenas incidente administrativo. Outros dizem que é recurso pois o TJ pode mudar a decisão do juiz de 1º grau, logo tem efeito devolutivo. Ex: dispensa, pelo juiz, de testemunha arrolada pela parte e não dispensada por esta; falta de apreciação de pedido de arquivamento do inquérito. 
-> Juízo ad quem	
-> Prazo: depende dos códigos estaduais. No PR é 5 dias.
Recursos aos tribunais superiores
Recurso ordinário constitucional
- STJ: decisões do TJ e TRF
- HC: 105, II, a, da CF e 30 a 32 da Lei 8038
- MS: 105, II, b, da CF e 33 a 35 da Lei 8038
- STF: decisões dos tribunais superiores
- HC e MS: 102, II, a da CF e art. 30 a 32 da lei 8038
- Prazo: HC (5 dias) e MS (15 dias). Interposição junto com as razões.
Recurso especial
- Contrariar tratado ou lei federal (mais comum)
- Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal (difícil aplicar no penal, o caso mais comum são ações tomadas em relação ao sistema penitenciário, que é regido pelo governo local)
- Der interpretação divergente a lei federal do que deu outro tribunal
- Prazo de 15 dias, já com as razões
- Procedimento do art. 26 a 29 da lei 8038
- Prequestionamento: O STJ tem admitido o prequestionamento implícito também, que ocorre quando o tribunal não se refere expressamente à lei supostamente violada, mas apenas analisa a tese jurídica que a envolve. 
Recurso Extraordinário
- Contrariar dispositivo constitucional
- Declarar inconstitucionalidade de tratado ou lei federal
- Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta constituição
- Julgar válida lei local contestada em face de lei federal (envolve matéria de competência e pacto federativo, logo, constituição)
- Prazo de 15 dias, já com razões
- Procedimento mesmos arts. do especial
- Prequestionamento: o STF NÃO TEM ADMITIDO o implícito, dizendo que o debate constitucional deve ser explícito. 
- Repercussão geral: 102, §3º da CF e 543-A do CPC
Agravo de Instrumento
- 544 do CPC e 28 da lei 8038
- Cabimento: em matéria criminal, da decisão que não conhecer recurso extraordinário ou especial
- Juízo ad quem: tribunal superior, interposto ao presidente do tribunal de origem
- Prazo: 10 dias
Agravo Interno
- Regimentos internos dos tribunais
- Cabimento: despachos do presidente do tribunal, turma ou relator, como por ex. os que denegam os embargos 
- Juízo ad quem: instância mista, dentro do próprio tribunal
- Prazo: 5 dias, em regra
Ações autônomas de impugnação
- Servem contra autoridades judiciais E administrativas
- Levam à instauração de um processo (anterior, posterior ou paralelo ao processo criminal)
Habeas Corpus
-> Previsão legal: CR/88, art. 5º, LXVIII e 142, §2º. CPP art. 647 a 667.
-> Natureza jurídica: ação autônoma de impugnação dirigida à tutela da liberdade. 
-> Espécies: liberatório e preventivo (660, §4º CPP).
		- O liberatório funciona para colocar alguém, já preso, em liberdade. Enquanto no preventivo, a prisão ainda não foi concretizada, mas sabe que ela ocorrerá e é ilegal (ex. juiz expediu a ordem, mas não foi cumprida ainda). Neste último caso, o paciente recebe o salvo conduto, e no primeiro, o alvará de soltura.
-> Coação ilegal: art. 648 CPP. O inciso I serve para TUDO. Não confundir com justa causa da ação penal, aqui é justa causa da prisão. 
-> Legitimidade Ativa: 654 CPP; MP (liberdade é direito individual indisponível); e Ex officio (654 §2º, qualquer autoridade jurisdicional, independentemente de competência). 
*HC contra ato de particular? Existem alguns casos, como crime de redução à condição análoga à de escravo, que foi impetrado pelo MPT para libertar trabalhadores escravos. Segundo o professor, é cabível o HC mas não é necessário, pois trata-se de crime permanente, e logo, a prisão em flagrante pode ser feita enquanto perdurar o crime, não precisando de autorização judicial para entrar no local e prender o infrator e libertaros demais.
-> Competência
Regra hierárquica. Todos os órgãos jurisdicionais de todas as instâncias podem apreciar HC. 
Se a autoridade coatora é administrativa, é dirigido o HC ao juiz de 1º grau. A partir daí, vai para o respectivo tribunal/turma recursal -> Tribunal Superior -> STF.
Havendo prerrogativa de função, e a autoridade coatora é administrativa, a 1ª instância não é o juiz de 1º grau, e o HC será interposto na instância correta. (ex: governador preso pela polícia, o HC é para o STJ).
-> Requisitos formais: Indicação do Impetrante, paciente e autoridade coatora + Descrever a espécie de coação ilegal. 
Trazer todos os documentos necessários. Não há fase instrutória, não adianta pedir qualquer tipo de produção de prova, deve trazer todas já na petição. Se precisa de alguma prova, precisa entrar com uma ação de justificação (tipo uma cautelar de produção antecipada de provas) antes de entrar com o HC. 
-> Procedimento: É quase informal, usa o art. 600 do CPC e o regimento interno dos tribunais.
- Oficiar a autoridade coatora para que preste informações sobre o pedido de HC.
- Pedir sempre a liminar. Pode ser concedida quando a prisão é manifestamente ilegal. Crítica aos requisitos do processo civil para a liminar.
- Se o juiz/tribunal concede a liminar, o HC continua tramitando, mas sem pressa/prioridade, afinal o réu já está em liberdade mesmo.
Se o juiz não está seguro para decidir, ele pode suspender a apreciação da liminar até ouvir a autoridade coatora. Ou pode simplesmente negar a liminar. Nestes casos, o HC continua tramitando, mas com prioridade, e será julgado rapidamente pois o réu está preso. 
-> Prazo: Não tem prazo para interposição, pois a prisão ilegal é sempre ilegal. Há discussões acerca do HC substitutivo de recurso, pois este supostamente deveria ter prazo. O professor entende que não, pois HC é sempre ação autônoma, e nunca recurso, mas na dúvida é bom protocolar dentro do prazo do recurso cabível, para que nem esse argumento seja empregado.
-> Recursos: em sentido estrito ao TJ, ROC ao STJ, ROC ao STF. Não há recurso contra HC do STF, mesmo sendo de competência originária, só aqueles para o próprio STF: embargos infringentes, de declaração, etc.
Revisão Criminal
- Gera a instauração de um novo processo de conhecimento.
- A sentença penal absolutória não está sujeita a revisão criminal. 
- Legitimidade também do MP para propor em favor do réu.
- Não pode ser iniciada de ofício, há necessidade de provocação.
- Cabimento: art. 621.
- Inciso I, 2ª parte: questão da nova valoração da prova. Não pode depender apenas de nova análise de prova já valorada, como se fosse uma segunda apelação. Utiliza-se principalmente quando o juiz deixa de analisar de combater alguma prova. 
- Inciso II: interpretação extensiva, não só a prova falsa, mas também a ilícita. A prova declarada ilícita na revisão criminal não pode ser refeita neste procedimento, pois não há aqui fase instrutória. Logo, precisa entrar com uma ação cautelar de produção de provas antes da revisão criminal.
- Mesmo com a morte do acusado, ainda existe a possibilidade de revisão criminal. Questão da honra da família. 
- Não se admite a reiteração de pedidos. Você pode entrar com quantas revisões criminais quiser sobre a mesma sentença, desde que por fundamentos diversos. 
- A regra é da competência funcional hierárquica. Independentemente se houve recursos no processo principal. Juiz -> tj -> stj -> stf -> stf. 
- Indenização: pode ser cumulada no pedido de revisão criminal. Normalmente o valor do dano é menos discutido aqui, pois não há apuração da extensão do dano e nem dilação probatória qualquer. Logo, em alguns casos, é melhor deixar pra entrar com a ação civil de reparação de danos.
- 4 possíveis requerimentos, que podem ser feitos em conjunto: Modificação da classificação da infração. Absolvição. Erro na dosimetria. Anulação do processo. 
Pode também se falar em prescrição por virtude da anulação do processo. Esta pode ser reconhecida de ofício por qualquer grau de jurisdição. O professor sugere que não se faça este requerimento ao TJ, e deixe apenas ele declarar a nulidade do processo, para que o juiz de 1º grau posteriormente declare extinta punibilidade. 
Mandado de Segurança
- Proteção de direito líquido e certo contra ato de autoridade.
- Prazo de 120 dias a partir do ato coator. 
- Não há dilação probatória. Se necessário, usar a ação cautelar de produção de provas. 
- Não apreciar requerimento de produção de provas ou indeferi-lo, Apreensão ilegal de bens, etc.
- Tanto de autoridades adm ou judiciária.
- Não precisa ser necessariamente tutela de liberdade, outros direitos do processo penal também podem receber MS. 
Processo Penal Cautelar – Prisão e Liberdade
- Instrumentalidade cautelar: a garantia do êxito do processo de conhecimento ou da execução penal.
- Limite constitucional: princípio da presunção de inocência
Presunção de inocência
- Dimensões externa e interna (dentro e fora do processo)
- Dúplice função interna: ônus da prova do ministério público, e necessidade cautelar de justificar uma prisão, já que esta acaba sendo antecipação da pena. 
- Externa: proteção contra a publicidade abusiva rem relação à imagem do acusado.
- Presunção como limite às prisões processuais
Teoria geral das prisões cautelares
- Medida cautelar ou processo cautelar? Processo tem contraditório e necessidade de provocação da jurisdição. A constituição fala em processo cautelar, e então o juiz jamais poderia decretar de ofício e sem ouvir a outra parte. Logo, na prática, é só uma medida cautelar, e não um processo.
- Ilegalidade das medidas cautelares inominadas no processo penal: princípio da legalidade.
Prisão Especial
- Segregação do preso especial do preso comum. Não há condições especiais, mas apenas o direito de ficar preso separadamente durante o processo.
- Art. 295 CPP e projeto de lei 4208/01 da CD
- Juizes, ministros, deputados, delegados, diplomados em qualquer faculdade, quem já serviu como jurado, etc. 
- O Estatuto da advocacia diz que o advogado será preso apenas em sala do Estado Maior, durante o processo. Isso não é levado ao pé da letra, já que nem todo lugar tem essa sala e ela nem é uma cela. Logo, ele fica apenas segregado como as autoridades do 295.
Prisão em Flagrante
- arts. 301 a 310 CPP
- Não tem natureza cautelar
- Não subsiste por si própria, ela é uma medida preparatória de outra medida cautelar. 
- O juiz recebe o auto de prisão em flagrante dentro de 24 horas e: primeiramente homologa ou relaxa o flagrante (verificar se ele é legal ou ilegal); se for homologado, deve obrigatoriamente converter em prisão preventiva ou conceder a liberdade provisória. 
- Legalidade da prisão vinculada à tipicidade aparente: o juiz deve ser capaz de dizer se, pelo menos aparentemente, há um crime. Se for positivo este juízo, analisa-se o 302 do CPP (requisitos legais do flagrante). 
- Inciso III: perseguição ininterrupta faz com que o flagrante se prolongue pelo tempo que durar. “Manter esforços de captura a todo o tempo”. 
- Inciso IV: flagrante ficto. É encontrado “logo depois”, que entende-se ser muito pouco tempo depois. A polícia não pegou em flagrante, nem o viu para iniciar a perseguição, mas imediatamente após ser noticiada, faz busca ao redor do local e encontra um indivíduo com itens que façam presumir ser ele o autor do crime. 
Flagrante esperado, preparado, forjado, etc.
-> Esperado: a polícia sabe que um crime ocorrerá no futuro, e quando isso acontecer, estará lá para prendê-lo. 
-> Preparado: crime impossível (meio inidôneo ou objeto inexistente). A polícia prepara uma situação criminosa, que induz o indivíduo a cometer um crime que jamais se consumaria, pois nem teria acontecido normalmente senão pela ação da polícia. Gera uma prisão ilegal e crime impossível. Ex: policial que tenta comprar droga do traficante. 
O Flagrante é apenas legal quando o sujeito é totalmente livre nos atos executóriosdo crime e motivados por sua vontade. 
-> Forjado: nem há de se falar em flagrante. Ex: implantar droga no veículo de alguém.
-> Protelado: o crime aconteceu, mas foi tolerado para conseguir alcançar uma prática criminosa mais relevante, dento de um plano de ação pré-estabelecido. Ex: deixa de prender o pequeno traficante, para esperar que ele chegue ao grande traficante e então prender ambos. É um flagrante lícito. 
Situações Especiais
-> Crimes permanentes: enquanto durar o crime, existe flagrante. Ex: sequestro.
-> Crimes habituais: falsa profissão, curandeirismo, etc. é um crime que está no dia a dia do sujeito, sendo uma espécie de crime continuado. Há divergências sobre o flagrante aqui. 
-> Crimes de menor potencial ofensivo: não estão sujeitos a flagrante. Pena máxima não supera 2 anos. 
-> Crimes de ação privada/pública condicionada: só é possível manter o flagrante se a vítima representar/requerer a instauração do inquérito.
Sujeitos
- Qualquer pessoa pode realizar a prisão em flagrante (não confundir com autuar a prisão, isto é só da autoridade adm.)
- Qualquer um pode ser preso em flagrante, exceto quem tem imunidades ou restrições.
Imunidade diplomática; parlamentar no uso da palavra; etc.
Advogado em exercício da função só pode ser preso em flagrante com acompanhamento de um representante da OAB. 
Procedimento
- Imediatamente após detido, deve ser levado à autoridade policial competente, ou o flagrante se torna ilegal.
- Imediatamente após levado à polícia, deve ser comunicada a prisão para o juiz, MP e família do preso. 
*Não confundir com o auto de flagrante, este demora para ser feito.
- Autuação: ouvir obrigatoriamente os condutores e o preso, e se presente, a vítima. 
- Em até 24 horas da prisão, irá ainda comunicar ao preso formalmente as razões de sua prisão (nota de culpa).
- Feita a nota de culpa e o auto de prisão, envia-se imediatamente ao juiz. Se não for feito, torna ilegal a prisão. 
- Juiz analisa os requisitos do flagrante/preventiva/outras cautelares. 
Prisão Preventiva
- Fumus comissi delicti como requisito da preventiva: indícios de autoria e prova do fato, aparência de fato delituoso
- Base legal (312 CPP, final): “...prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria.”
Hipóteses legais (312, 1ª parte)
-> Garantia da ordem pública
Conceito vago e indeterminado. Alguns sentidos atribuídos são: gravidade do delito, periculosidade do agente, clamor popular, assegurar integridade física do acusado, credibilidade da justiça.
Inconstitucional, eis que desprovida de instrumentalidade cautelar.
-> Garantia da ordem econômica
Introduzida pela lei antitruste. 
Alguns sentidos atribuídos: evitar condutas que coloquem em risco a credibilidade e funcionamento do sistema econômico-financeiro ou do mercado de ações.
Inconstitucional também, pois desprovida de instrumentalidade cautelar (não serve para garantir o processo, e sim a ordem econômica, o que pode ser feito por outros meios).
-> Conveniência da instrução criminal
Medida propriamente cautelar, mas não deve ser lida como conveniência, e sim como necessidade.
-> Assegurar a aplicação da lei penal
Medida tipicamente cautelar
Pretende evitar que a fuga do réu impossibilite a aplicação da pena. Esse risco de fuga não pode ser presumido
Constitucional
Cabimento (313)
- Admitida, em qualquer circunstância do 312, nos crimes dolosos:
		 - Com pena superior a 04 anos em abstrato.
Hipótese mais comum, não cabe em crimes de menor potencial ofensivo
		- Já tiver sido condenado por crime doloso
		- Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra criança, adolescente, idoso, etc. para garantir execução de outras medidas protetivas de urgência.
Objetivo compreensível, mas feito de forma inadequada. Deveria estar na lei maria da penha, como um tipo específico de prisão por estar desprovida de cautelaridade relacionada ao processo em si.
- Art. 314: Jamais será decretada se for verificada causa excludente de ilicitude
Críticas
- Restrição do periculum libertatis às hipóteses realmente cautelares (garantia da instrução e da aplicação da pena).
- Insuficiência do binômio prisão preventiva-liberdade provisória = cultura inquisitória.
- A ausência de prazo de duração.
Prisão Temporária
- Lei 7960/89
- APENAS NO INQUÉRITO
- Criada por medida provisória. Isso é inconstitucionalidade formal, pois norma processual só pode ser de iniciativa do legislativo.
- Fundamentação obrigatória e decretação mediante representação da autoridade policial ou requerimento do MP.
Requisitos
Art. 1º, inciso III, deve estar SEMPRE presente, e será combinado com o inciso I e ou II.
O inciso III traz o rol taxativo de crimes no qual é cabível.
Prazo
- Única prisão com prazo determinado
- Prazo de 5 dias prorrogável por igual período em caso de extrema necessidade.
- Em crimes hediondos, tem prazo de 30 dias, prorrogável por igual período em caso de extrema necessidade.
**Não faz sentido esse caso, pois o inquérito deve terminar em 10 dias com o réu preso, e depois disso, se instaurado o processo, não pode subsistir uma prisão temporária de 60 dias. logo, aplica-se a norma mais benéfica de 5 + 5 dias.
Prisão Domiciliar
- Art. 317 e ss.
- Recolhimento em sua residência, só podendo ausentar-se com autorização judicial.
- Bem desnecessária, pois só ocorre quando não cabe prisão preventiva. Ora, se o réu não demonstra necessidade de prisão preventiva, analisando os requisitos da domiciliar, também nem seria necessária uma medida cautelar dessas.
Medidas cautelares diversas da prisão
- arts. 321 e 282 CPP
- art. 321: ausentes os requisitos da preventiva, aplicam-se as medidas cautelares ou liberdade provisória.
Na prática isso nunca é usado, porque se não cabe preventiva, o sujeito responde ao processo em liberdade.
- Rol de medidas do 319. Algumas são boas, mas não aplicadas. 
*Elas podem ser combinadas com fiança. Obs: fiança não é multa, é garantia do juízo em eventual indenização/custas. 
Tutela da Liberdade
- Relaxamento de prisão: a prisão ilegal será relaxada. Art. 5º, LXV, CF.
- Revogação da prisão: revogar a preventiva se, no processo, verificar a falta de motivo que a subsista, bem como novamente decretá-la por razões supervenientes. Art. 316 CPP
- Liberdade provisória e fiança: em caso de prisão em flagrante LEGAL.
Liberdade provisória
- Terminologia inadequada à constituição
- Momento
- Liberdade provisória vinculada (arts. 327 e 328 CPP): aquela concedida sob algumas condições, ex. comparecer a todos os autos processuais, não mudar de residência ou ausentar-se da comarca, etc. 
- Liberdade provisória sem fiança e sem vinculação = modalidade superada.
*Aquela concedida com fiança é SEMPRE vinculada.
- LP sem fiança e com vinculação (art. 325, p1, I e 350 CPP) = preso pobre.
Fiança
- Conceito: caução ou garantia real, que tem por finalidade, no caso de condenação, o pagamento das custas, do dano ex delicto e de eventual multa.
- Competência para concessão (arts. 322, 329 CPP) e legitimidade para prestação: autoridade policial ou juiz. O valor fixado pelo delegado poderá ser questionado perante o juiz no pedido de liberdade provisória.
- Momento para a prestação (art. 334 CPP): a qualquer tempo, até o trânsito em julgado da sentença.
- Vedações: arts. 323 e 324 CPP. Crimes inafiançáveis: racismo, tortura, tráfico, terrorismo, por grupos armados contra a ordem constitucional, crimes hediondos em geral, etc.
Ou quando: já tiver o réu quebrado fiança, sem motivo, ou outra medida cautelar; em prisão civil ou militar; quando presentes os requisitos da preventiva. 
**Problema: se você é acusado ou investigado pelo crime errado, que se enquadra nos inafiançáveis, ex. é usuário mas é investigado por tráfico. Fica naquela discussão, sendo vedada a fiança, também é vedada a liberdade provisória? Normalmente o juiz entende que sim, e precisaria impugnar para pedir ou a desclassificação do crime,ou a liberdade provisória sem fiança.
Outra interpretação criaria também uma discrepância, pois alguns crimes de menor potencial ofensivo só aceitam liberdade provisória com fiança, e nestes aqui, que seriam crimes hediondos em geral, estar-se-ia concedendo a liberdade sem fiança. 
- Valor: art. 325 CPP. De 1 a 100 salários mínimos, se a privativa de liberdade não for superior a 4 anos (delegado pode fixar), e de 10 a 200 SM se for superior (só o juiz).
Pode ainda, se a situação econômica do réu recomendar, ser dispensada, reduzida até 2/3, ou aumentada em até 1000 vezes. 
- Extinção: Quebra, perda, cassação, feita inidônea, e absolvição/extinção do processo.
Quebra: se o réu , regularmente intimado, deixa de comparecer sem justo motivo, descumpre medida cautelar imposta com a fiança, resiste a ordem judicial ou pratica nova infração penal dolosa. Perde UMA PARTE da fiança.
Perda: acusado que não se apresenta para o cumprimento da pena.
Cassação: foi concedida quando era incabível.
Fiança inidônea/sem efeito: quando não reforçada
Absolvição ou extinção do processo

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