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AMPUTAÇÕES 1- INTRODUÇÃO A amputação é o mais antigo de todos os procedimentos cirúrgicos. Segundo relatos históricos, a amputação em algumas sociedades era vista como uma punição. 1. As primeiras amputações são atribuídas a Hipócrates – século V a.C.; 2. As primeiras amputações pormenorizadas são atribuídas a Ambroise Paré (1575); 3. Técnicas descritas entre os séculos XVIII e XIX são usadas até hoje; 4. Antes da descoberta da anestesia e dos antissépticos, a solução era a amputação (CAMPBELL, vol. 2, 1996). Até a primeira guerra mundial, as amputações eram o procedimento mais utilizado na “guerra civil americana”. Até a Segunda Guerra Mundial, as amputações eram feitas em jovens em decorrência de trauma. 2 - DEFINIÇÃO DE AMPUTAÇÃO Amputação é a perda ou retirada de um membro por traumatismos e doenças. As indicações para amputações são difíceis, complexas e, às vezes, contraditórias, e só devem ser utilizadas quando não é possível a realização de outro tratamento reconstrutivo (CAROMANO et al., 1992). 3 -AMPUTAÇÃO X DESARTICULAÇÃO Segundo Crenshaw (1996), a amputação deve ser diferenciada de desarticulação, pois a amputação consiste na remoção da parte de um ou mais ossos, diferente de desarticulação que remove uma parte por meio de uma articulação. 4 -INDICAÇÕES PARA A AMPUTAÇÃO Uma perda irreparável do aporte sanguíneo de um membro doente ou lesionado é a única indicação absoluta para a amputação, independentemente de todas as outras circunstâncias. Algumas vezes, a amputação é necessária para salvar a vida do paciente, quando a infecção em um membro é incontrolável (CAMPBELL, vol. 2, 1996). ◆ As amputações estão indicadas em casos: • Doenças vasculares periféricas; • Trauma; • Infecção; • Tumores; • Lesões nervosas; • Anomalias congênitas. 5 -NÍVEIS CLÁSSICOS DE AMPUTAÇÃO Amputações falângicas; Transmetatarsais; Desarticulações interfalângicas, falângicas/MTT, Lisfranc/Chopart; Amputações transtibiais; Desarticulação do joelho; Amputações transfemorais; Desarticulação do quadril; Hemipelvectomias. 6 - Amputações da extremidade superior Com relação às amputações do membro superior, não se pode esquecer que a mão é inquestionavelmente o segmento mais importante do membro superior, a função dos cotos de amputação e das próteses de substituição de membros diminui progressivamente a cada nível mais elevado de amputação. Nas amputações do punho, o cirurgião sempre que possível deve optar pela amputação transcarpiana ou desarticulação do punho. É preferível a amputação através do antebraço, desde que a articulação radioulnar esteja normal. Isso é importante porque preserva o movimento de prono/supino. Nas transcarpiana, a preservação da flexão/extensão é de grande importância para a colocação da prótese futuramente. Outras amputações do membro superior, como em outros locais, são desejáveis à preservação do máximo comprimento possível. ❖ Seguem os níveis de amputações do membro superior: Antebraço distal; Terço proximal do antebraço; Desarticulação do cotovelo; Amputações do braço (acima do cotovelo); Área supracondiliana; Proximal à área supracondiliana; Amputações do ombro; Amputação através do colo cirúrgico do úmero; Desarticulação do ombro; Desarticulação do quarto superior. 7 -Amputações da extremidade inferior As amputações da extremidade inferior representam cerca de 85% de todas as amputações realizadas em serviços de traumatologias; Artigos na literatura têm mostrado que, se a amputação for abaixo do joelho e paralela a uma boa reabilitação, os pacientes (cerca de 90%) utilizarão com êxito uma prótese. Ao contrário, somente cerca de 25% utilizarão com êxito uma prótese, se a amputação for acima do joelho. Seguem os níveis de amputações da extremidade inferior: Amputações do Pé e tornozelo; Amputações da perna (abaixo do joelho); Desarticulação do joelho; Amputações da coxa (acima do joelho); Amputações do quadril e pelves; Desarticulação do quadril; Amputação do quarto inferior. 8 – REABILITAÇÃO Para realizar uma reabilitação com maior potencial de sucesso, indica-se precocemente o tratamento pré e pós-amputação, objetivando-se alguns tópicos específicos, dentre os quais destacam-se: • O incentivo à marcha; • A restauração da independência funcional; e • A manutenção da força do coto e do corpo de uma forma geral. 9 – INTERVENÇÕES O tratamento fisioterapêutico é de extrema importância no período pós-operatório para: • Melhorar o edema e o sistema circulatório; • Trabalhar a hipertrofia; • Prevenir aderências; e • Acostumar a região em contato com a prótese para a pressão que essa suportará. O pós-operatório adequado ajuda na recuperação e reabilitação do paciente (CARVALHO et. al., 2000). Todo paciente que inicia o tratamento fisioterapêutico visando a preparação do coto para protetização deve ser avaliado individualmente, pois as características do coto influenciarão na duração e eficácia do tratamento (CARVALHO, 1999). 10 - PRÓTESE E ÓRTESES Com relação às indicações de próteses e órteses, existe a disciplina específica que aborda o tema.
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