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AULA 01 EDUCAÇÃO DIFUSA Educação Difusa: era possível transmitir, de forma oral, o conhecimento e os costumes de geração para geração Educação nas comunidades primitivas Comunidades primitivas: educação assistemática, difusa e de tradição oral. Não existia escola como precursora do conhecimento, e o ensino variava de acordo com a cultura de cada tribo. Comunidades tribais: os ensinamentos eram transmitidos pelo testemunho, pela convivência, pelos modelos e exemplos, já que partiam da naturalidade do cotidiano, promovendo o aprendizado de hábitos, atitudes e habilidades necessários à sobrevivência e à convivência. Evolução da História da Educação No Brasil, esta disciplina surgiu como parte da Filosofia da Educação e se manteve dessa maneira até por volta dos anos 1960. Os cursos de formação de professores não possuíam tal cadeira, cujos temas eram trabalhados sob a perspectiva filosófica. A História da Educação contribui para o aprofundamento de outros campos do saber. A História da Educação amplia a memória e a experiência, bem como as possibilidades pedagógicas. Aula 02 EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE – GREGOS E ROMANOS Sócrates (469 a.C.-399 a.C.) Entendia a Filosofia como a procura da verdade, trilhando o caminho da sabedoria. Criou a Maiêutica: método de ensino investigativo que se baseava nas interrogações para dar à luz o conhecimento. Platão (428 a.C.-347 a.C.) Valorizava a Academia como local da Filosofia. Busca da verdade como condição do conhecimento filosófico. Seu método separa os dois mundos: sensível e inteligível. A educação precisa levar à reminiscência, que conduz o homem e a cidade à verdade. Nesse sentido, são canais de harmonização humana: O aprendizado da música e da matemática; O equilíbrio do corpo por meio da ginástica; O exercício da dialética para a contemplação da verdade. “A educação liberta, ilumina os que estão no mundo das sombras e leva à verdade. ” Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) Para Aristóteles, somente na pólis, o homem se realizava plenamente em busca do bem supremo. A educação era, portanto, uma condição da pólis e não podia ser negligenciada. Para Aristóteles, a política era a ciência mais importante, e apenas por meio da educação, o homem desenvolvia a prática do bem-estar comum Criou o método peripatético: discutia as questões filosóficas mais profundas, relacionadas à metafísica, à física e à lógica. Educação grega O ensino das letras e dos cálculos demorou um pouco mais para se difundir, pois, na formação escolar, a preocupação recaía, prioritariamente, sobre a prática esportiva. Os gregos tratavam a educação como um processo de preparação para a vida social. O homem era visto como um ser racional: o centro do universo. A educação ateniense propiciou o surgimento e o desenvolvimento da filosofia, que pode ser dividida em três fases: - Período pré-socrático - Período socrático - Período helenístico. Paideia: é a essência de toda a verdadeira educação, é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer. Educação espartana A estrutura da educação espartana (agogê) foi organizada por Licurgo (800 a.C.-730 a.C.) O ensino era obrigatório e estava voltado para a formação militar Até os 7 anos, os meninos ficavam em casa e eram treinados de forma rigorosa Após esse período, o Estado assumia a educação: os jovens eram afastados da família, recebiam ensinamentos militares e treinavam Ginástica; Saltos; Natação; Corrida; Lançamentos de dardo e de disco. Educação romana Resistência à influência helenística. Em Lácio era respeitada uma tradição ancestral, com a finalidade de educação prática e social. Proporcionar à criança o saber necessário para ser soldado ou proprietário rural Nesse período, a educação da criança era de responsabilidade da família Paterfamilias: homem que tem autoridade sobre a família e sobre um domínio) A educação romana sofre uma influência da cultura grega devido ao papel dos escravos gregos na educação das crianças romanas. O Império Romano proporcionou uma educação: humanística, cosmopolita e universal AULA 03 EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA São Tomás de Aquino representou a Filosofia cristã na Idade Média, cujo método de pensamento crítico ficou conhecido como Escolástica A Filosofia cristã dos primeiros séculos de nossa era, formulada pelos padres e baseada em conceitos da Filosofia grega, que elaborou as doutrinas religiosas do cristianismo no combate ao paganismo e às heresias, ficou conhecida como Patrística Herdadas da Antiguidade Clássica e organizadas na Idade Média, as sete artes liberais eram divididas em (desempenhadas por homens livres) Trivium: Lógica, Gramática e Retórica Quadrivium: Aritmética, Música, Geometria e Astronomia Na Idade Média latina, a partir da segunda metade do século XIII e no século XIV, a Filosofia apresentava-se de duas formas distintas: Filosofia articulada à Teologia: era oficialmente praticada nas Faculdades de Artes das universidades Filosofia voltada à tradição antiga: retomava a tradição antiga do exercício de filosofar como fonte do mais alto prazer e da felicidade Renascimento Iniciado no século XIV Foi um movimento de renovação intelectual, cultural e artístico Redescobriu padrões clássicos greco-romanos, sobretudo na literatura e na filosofia O ser humano tornava-se foco principal em contraste com o divino do mundo feudal Características do movimento renascentista Antropocentrismo: o homem como o centro do universo Hedonismo: A busca pela felicidade humana, na medida em que o ser humano readquire importância frente às questões religiosas Individualismo: A expressão de preponderância do indivíduo sobre o coletivo prevalece Racionalismo: O conhecimento deve ser explicado à luz da razão, que se sobrepõe às explicações divinas e religiosas Classicismo: revalorização da cultura greco-romana, buscando romper com os padrões medievais. AULA 04 EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA I Século XVI: Reforma de Lutero e educação A Reforma Protestante foi liderada por Martinho Lutero (1483-1546). Ações de Lutero: Traduziu a Bíblia para o alemão, facilitando o acesso dos fiéis aos textos sagrados Exigiu das autoridades políticas a criação de Escolas Cristãs (1524), diferenciadas dos modelos escolásticos Lutero também se preocupou com o papel da família na educação dos filhos Contrarreforma, Companhia de Jesus e educação A Igreja Católica respondeu aos ataques de Lutero e implantou a Contrarreforma. Para isso, o Papa João III, nomeado em 1534, convocou o Concílio de Trento. A Companhia de Jesus Fundada em 1534 por um pequeno grupo, sob a liderança de Inácio de Loyola (1491-1556) Em 1540, foi definitivamente reconhecida pela Igreja. Era composta por membros que tinham caráter regular e secular, pois faziam parte de uma ordem religiosa com estatutos e autoridades próprias. Sua organização se assemelhava a de um exército pela disciplina e pelo empenho, voltado para a expansão da influência da Igreja no mundo Os sacerdotes assumiram, também, o papel de educadores, criando estabelecimentos de ensino, em que as disciplinas fundamentais eram combinadas com a instrução religiosa e o desenvolvimento da fé Método Ratio Studiorum Método de ensino instituído pelo jesuíta Inácio de Loyola Se baseava nas sete artes (Trivium e Quadrivium) O método estabelecia o currículo, as normas e as orientações nas atividades educacionais das escolas em qualquer lugar que estivessem. Seus fundamentos básicos estavam direcionados para o ensino religioso e a catequese Século XVII: Revolução Científica A Igreja Católica teve imensa contribuição para o avanço da ciência. Muitos cientistas eram Padres ou estudiosos deixaram heranças fecundas e irrefutáveis nas mais diversas áreas do conhecimento e em vários ramos científicos, tais como: Astronomia Medicina Geologia Antropologia Psicologia Pedagogia Geografia Física QuímicaFilosofia Teologia Além de Galileu, Copérnico e Bacon, alguns nomes importantes marcaram a Revolução Científica. São eles: Giordano Bruno (1548-1600); Johannes Kepler (1571-1630); René Descartes (1596-1650); Francesco Redi (1626-1697); Robert Boyle (1627-1691); Isaac Newton (1643-1727); Richard Lower (1631-1691); Louis Pasteur (1822-1895). Século XVIII: Didática moderna Iohannes Amos Comenius (1592-1670) definiu a Didática como “a arte de ensinar”, retomando os clássicos para construir sua própria Didática. A Didática de Comenius estava fundamentada nas artes liberais Iluminismo Lema: Liberdade, Fraternidade e Igualdade Principais características do Iluminismo: Valorização da razão. Valorização da investigação Crítica ao absolutismo, aos privilégios da nobreza e do clero. Defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de todos perante a lei Pensadores Iluministas: John Locke, Montesquieu, Voltaire, Jean-Jacques Rosseau, Voltaire e Francis Bacon Monarca absolutista Luiz XIV: “O estado sou eu” Declaração dos Direitos do Homem: Revolução francesa – século XVIII A formação dos Estados Nacionais foi uma consequência da aliança entre a burguesia e o rei A formação do Estado Nacional interessava aos burgueses, pois unificava as moedas e territórios; NÃO é característica do movimento iluminista: Predominância da religiosidade. AULA 05 EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA II – Brasil Colônia Jesuítas Junto com Tomé de Souza, Governador Geral, os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549. José de Anchieta: evangelizou e ensinou Latim aos índios no Brasil. Aprendeu a Língua Tupi e escreveu a primeira gramática. No Brasil, a atuação dos jesuítas contribuiu decisivamente com a construção de colégios, Universidades e desenvolvimento da Pedagogia. O currículo do colégio definido pelo Ratio era composto de: Gramática Média Gramática Superior Humanidades Retórica Filosofia Teologia Os colégios jesuítas eram classificados conforme o nível de estudos: Cursos Inferiores: Eram as escolas elementares de ler e aprender. Curso Médio: Oferecia Gramática, Humanidades e Retórica para os alunos que haviam se destacado intelectualmente na fase anterior. Ciclo Superior: Era integrado pelas Faculdades de Filosofia e Teologia, criadas pela primeira vez no Brasil, em Salvador da Bahia, em 1572. A Filosofia abrangia Lógica, Física, Metafísica, Ética, Matemática e Ciências Naturais. O método jesuíta de educação foi fundamentado nas teorias de Aristóteles e São Tomás de Aquino. AULA 06 EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA III – Brasil Império Expulsão dos Jesuítas As consequências da expulsão dos jesuítas foram danosas e marcaram para sempre a história da Educação no Brasil. São elas: Grandes prejuízos para os aldeamentos indígenas. Eliminação dos métodos de ensino. Agressão à identidade jesuítica em suas comunidades religiosas. Proibição do exercício do ministério sacerdotal. Proibição de 271 missões em todo o mundo. Permanência da Companhia de Jesus como oculta e inativa durante 41 anos. Reforma Pombalina: Almejava fazer de Portugal a grande metrópole capitalista Reforma educacional de Marquês de Pombal Pombal tinha o objetivo de formar uma elite econômica portuguesa preparada para o comércio Criou a escola de comércio e a escola náutica, onde se aprendia caligrafia, contabilidade, escritura comercial e línguas modernas. Pontos da reforma educacional de Pombal A reforma educacional empreendida por Pombal, com a expulsão dos jesuítas do Brasil, se baseou nos seguintes aspectos: Culpa dos jesuítas por todos os problemas e males da educação na metrópole e na colônia, e, inclusive, pela decadência cultural de Portugal. Falta de estabelecimentos de ensino para acolher os estudantes dos colégios fechados. D. José I, no mesmo decreto da expulsão dos Jesuítas, também criou as aulas régias gratuitas de gramática latina, grego e retórica. Centralização do ensino, com a criação do cargo de diretor-geral dos estudos Estabelecimento de cadeiras de retórica Estabelecimento da educação laica Ensino feito exclusivamente em português, mesmo para os índios, aos quais era oferecido na língua Tupy pelos jesuítas. Instituição do subsídio literário, uma espécie de imposto, para gerar recursos para o pagamento dos professores. Chegada da família real portuguesa no Brasil Vencendo uma longa travessia do Atlântico e uma viagem conturbada, D. João chega ao Brasil em janeiro de 1808. Medidas para a educação A primeira medida de D. João VI ao chegar ao Brasil foi a abertura dos portos às nações amigas. A partir de então, todos os países poderiam negociar livremente em portos brasileiros. As mudanças sociais, políticas e econômicas também geram mudanças na educação. Método Lancaster: um aluno treinado ou mais adiantado (decurião) deveria ensinar um grupo de dez alunos AULA 06 EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA I Marxismo Teorias criadas por Karl Marx (1818-1883) Luta de classes que questionam o modo de produção capitalista Marx escreveu “O Manifesto Comunista” e “O Capital” – influenciaram a educação Positivismo Criado por Auguste Comte Conceito: possibilidade de pensar os problemas sociais pelos critérios das ciências naturais Século da Pedagogia Neste período da história surgem pensadores que, com suas ideias, marcaram a história da educação para sempre. Pestalozzi Pioneiro da reforma educacional influenciado por Rousseau Um dos pioneiros da pedagogia moderna, influenciando profundamente todas as correntes educacionais. Fundou escolas e cativava a todos para a causa de uma educação capaz de atingir o povo, num tempo em que o ensino era privilégio exclusivo. Fichte Fundador do idealismo moderno Seu pensamento se ancora na filosofia de Kant, busca explicitar com mais clareza o pensamento do filósofo Fröbel Fundamentado nas teorias de Pestalozzi Fundador do primeiro jardim de infância Seu pensamento era que as crianças são como plantas de um jardim em que o professor é o jardineiro Foi o primeiro educador a enfatizar a importância do brinquedo e da atividade lúdica John Dewey Conhecido como pai da educação moderna Defende que teoria e prática devem fazer parte do ensino Defendia o uso de laboratórios para que os alunos experimentassem o conhecimento Montessori Liberdade e disciplina se equilibraram, não sendo possível conquistar uma sem a outra Adaptou o princípio da autoeducação, que consiste na interferência mínima dos professores Piaget Defendeu uma abordagem interdisciplinar Observou crianças para formular sua teoria com os quatro estágios do desenvolvimento humano Vygotsky Conceito: o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida Zona de Desenvolvimento Proximal: é tudo o que a criança pode adquirir em termos intelectuais quando lhe é dado o suporte educacional devido Carl Rogers Psicologia Humanista Abordagem centrada na pessoa Skinner Psicologia comportamental Behaviorismo AULA 08 e 09 EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA II e III – BRASIL REPÚBLICA 1850: Uniformização do ensino em todo o país 1854: A administração geral do ensino primário e secundário na Corte passa ser regida por um Inspetor Geral, com a colaboração do Conselho Diretor, composto de sete membros e de Delegados de distrito. 1882: Rui Barbosa apresenta dois Pareceres ao Parlamento: um sobre a reforma do ensino secundário e superior e outro sobre o ensino primário Ensino primário obrigatório, dos 7 aos 14 anos, gratuito e laico Escola Primária passa a ter 8 anos de duração, dividida em três graus: elementar, médio e superior Jornada escolar definida em 6h 1879: reforma do ensino primário, secundário e superior 1876: Benjamin Constant criou a Fundação da Sociedade Positivista do Brasil, corrente filosófica que influenciou a Proclamação da República 1889: Em 15 de novembro de 1889, acontece a Proclamação da República Brasileiraque instaurou a forma republicana presidencialista de governo no Brasil. Influenciada pelo Positivismo. 1890: Multiplicam-se pelo país as escolas privadas elementares e profissionais. 1934: A Primeira Constituição foi a primeira Carta Magna brasileira a incluir em seu texto um capítulo inteiro sobre a Educação. 1946: SENAC foi criado e o Ensino Normal foi regulamentado sob os mesmos padrões. 1950: Surge a filosofia de educação “Método Paulo Freire”. 1961: A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n°4024/61) foi publicada em 20 de dezembro de 1961 pelo Presidente João Goulart. 1968: Foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) pelo então Presidente Emílio Garrastazu Médici, no Regime Militar. 1971: A Lei n° 5692/71 é frequentemente chamada de lei de diretrizes e bases de forma errônea, pois se refere exclusivamente a dois segmentos da Educação, que correspondem ao que nos dias atuais chamamos de educação básica. A Educação na Constituição de 1988 No primeiro artigo, a Carta Constitucional estabelece a Educação como direito de todos e dever do Estado e da família. Os princípios do ensino foram especificados no artigo 206, e podemos destacar: Garantia de igualdade de acesso e permanência à escola. Liberdade de ensinar e aprender. Gratuidade nas escolas públicas. Gestão democrática nas escolas da rede pública. Valorização dos profissionais da Educação, que inclui plano de carreira e piso salarial para o magistério. AULA 10 EDUCAÇÃO E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO 20 de dezembro de 1996: Nova Lei das Diretrizes e Bases (LDB n°9394/96) assinada pelo, então, Ministro Paulo Renato de Sousa e pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso. Criação dos PCN Com a criação dos PCN, (incluindo os PCNEM: Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio) pretendeu-se apresentar um canal de auxílio aos professores 1997: Foram lançados os Parâmetros Curriculares Nacionais referentes às quatro primeiras séries da Educação Fundamental. 1999: Vieram os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, preparado para cada disciplina. 2000: Foram apresentados os PCN para o Ensino Médio, configurados pelas áreas de linguagens, códigos e suas tecnologias. A Educação Infantil ainda não era legislada como componente da Educação Básica. Temas Transversais Os temas transversais devem conduzir o professor, em sua ação educativa, a sintonizar o cotidiano do aluno com a aprendizagem cognitiva. São eles: Ética Pluralidade Cultural Meio Ambiente Saúde Orientação Sexual Trabalho e Consumo
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