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Órgãos dos sentidos Juliana Normando Pinheiro Morfofuncional V www.bloganatomiaveterinaria.wordpress.com AUDIÇÃO Orelha Funções: Audição e Equilíbrio Divisão: Orelha externa Orelha Média Orelha interna Orelha externa Estende-se do exterior à membrana timpânica Divisão: o Pavilhão auricular (Aurícula) o Capta as ondas sonoras o Meato acústico externo o Canal que liga o pavilhão à membrana timpânica (Tímpano) Pavilhão Auricular Formato de funil Constituído por uma cartilagem elástica Movimenta-se pela ação de músculos auriculares específicos Volta-se em direção a origem do som Pavilhões E e D podem mover-se independentemente Meato Acústico Externo Conecta o pavilhão auricular à membrana timpânica Possui glândulas sebáceas e ceruminosas ( proteção) Possui um ramo vertical e outro horizontal o Dificulta a visualização pelo otoscópio Orelha Média Estende-se da membrana timpânica ao vestíbulo Divisão Membrana timpânica- Vibra com as ondas sonoras Cavidade timpânica - É um espaço preenchido com ar dentro do osso temporal Possui 3 Ossículos (Martelo, Bigorna e Estribo) - Transmite as vibrações do tímpano p/ orelha interna • Comunica-se com a nasofaringe através do óstio timpânico da Tuba auditiva • Encontra-se fechada, exceto na deglutição e bocejo • Faz a equalização das pressões de ar entre as orelhas média e externa Orelha interna Inicia-se no vestíbulo e termina na cóclea Vestíbulo - Aloja receptores de equilíbrio Utrículo (Origina os ductos semicirculares) Sáculo (Origina a cóclea) Cóclea - Aloja receptores auditivos Irrigação da Orelha • A. auricular caudal • A. auricular lateral • A. auricular intermédia • A auricular medial • A. auricular rostral Aplicação Clínica Oto-Hematoma • Consiste em um acúmulo de sangue entre a cartilagem da orelha e a pele, em decorrência de um trauma local, resultando na ruptura de um vaso sanguíneo. Como a região auricular é ricamente vascularizada, qualquer trauma pode causar a ruptura de um vaso. • Tipos de trauma: batidas contra móveis ou outros objetos, mordida de outros animais, quando o animal vai cocar a orelha, pela presença de moscas, otite ou carrapatos. Tumores também pode ser um fator desencadeante • Tratamento: drenagem cirúrgica do conteúdo do hematoma. • Importante: tratar a causa primária para evitar recidiva. Otite Externa • Inflamação da orelha externa que ocorre mais comumente em cães, gatos e coelhos • Causada por parasitas (ácaros), corpos estranhos (gravetos, grama, areia, insetos) ou microorganismos como bactérias e fungos. • Umidade e limpeza inadequada são fatores predisponentes • Sinais: balançar de cabeça, prurido, evidências de auto-traumatismo, corrimento otológico, odor fétido, edema e dor VISÃO Olhos - Promovem a Visão Órbitas: Cavidades ósseas que contém os olhos Delimitada pelos ossos frontal, zigomático e maxilar Comunica-se com a cavidade craniana por onde passam os nervos e vasos sanguíneos relacionados como o globo ocular e seus anexos. Campo Visual • Visão Binocular - Campo visual visualizado com os dois olhos • Visão Monocular - Campo visual visualizado com um dos olhos • Área cega - Campo visual não visualizado com os dois olhos • Predadores (carnívoros) Olhos situados á frente Área de visão binocular menor que os herbívoros Área de visão monocular menor que os herbívoros Área cega maior • Presas (demais espécies) Olhos lateralmente Área de visão Binocular maior que os carnívoros Área de visão monocular maior que os carnívoros Área cega menor Globo ocular Divisão: Túnica externa: Fibrosa, protetora Esclera e Córnea Túnica Média: Vascular, pigmentada Coróide, Corpo Ciliar, Íris e cristalino Túnica interna: Receptora Retina, nervo óptico Túnica Externa Esclera Camada densa, branca e opaca Nela se insere os músculos oculares Função: proteção e manutenção da forma do globo ocular Córnea Localizada na porção anterior da túnica externa Altamente inervada: mecanismo de defesa Transparente (Avascularizada e Nervos desmielinizados) Túnica Média Coróide Camada marrom que forra a esclera Vascularizada: Garantem a nutrição da retina Corpo ciliar Acomodação visual: alterando a forma do cristalino Produção do humor aquoso Íris Delimita a pupila Pigmentada (cor do olho) Tapetum Lucidum Camada mais profunda da coróide Superfície refletora que aumenta a visão noturna Faz com que os olhos “brilhem” ao olhar em direção á luz Não está presente nos suínos e primatas Câmara Anterior e Posterior Câmara anterior - Cavidade presente entre a córnea e a Íris Câmara posterior - Cavidade presente entre a Íris e o cristalino Repletas pelo humor aquoso Produzido pelo corpo ciliar Drenado pela Íris Cristalino Disco biconvexo, transparente Avascular Função: Focalizar a luz sobre a retina através da acomodação visual Túnica íntima Retina - Contém células receptoras especiais sensíveis á luz Cones - receptores de cor, forma e nitidez. Promovem a visão diurna Bastonetes - Promovem a visão noturna Nervo óptico • Humor Vítrio Massa gelatinosa, transparente Preenche 2/3 do globo ocular Composição semelhante ao aquoso porém possui fibras colágenas Função: Manter a transparência e a forma do olho Aplicação Clínica Glaucoma • O Glaucoma é uma doença caracterizada pela elevação da pressão intra-ocular e pela morte de células da retina e do nervo óptico. • É causado pelo aumento da produção ou dificuldade de drenaem do humor aquoso • Podem ser congênitos, primários (aparecem sem ter tido doença ocular prévia) e secundários (causados por inflamação, trauma, catarata, luxação da lente ou tumor intra-ocular). • Basset Hound, Beagle, Cocker Spaniel e Poodle, têm a tendência a ter má-formação no “canal” que drena o humor aquoso. Em gatos a maioria dos casos de glaucoma são secundários à outras doenças oculares • O tratamento clínico é realizado com colírios que diminuem a formação do humor aquoso associados com outros que aumentam a drenagem. Tratamento cirúrgico ainda experimental no Brasil. Catarata • Doença ocular causada pela opacidade do cristalino • Congênita – Presente desde o nascimento hereditária ou não • Juvenil – Surge em animais até dois anos de idade. A forma mais comum de cataratas nos cães.• Adulta – Ocorre em animais entre os dois e os seis anos • Senil – Manifesta-se a partir dos seis anos. • É hereditária mas podem ser provocadas por outras doenças, tais como a diabetes. Inflamações, traumas ou exposição a toxinas pode também levar ao aparecimento deste véu. • Tratamento cirúrgico com ou sem substituição da lente 1. Liquefação da catarata através da técnica de facoemulsificação. Depois, a catarata é drenada por uma pequena incisão. 2. Remoção da lente Anexos Oculares Palpebras • Pregas móveis de pele localizadas na frente de cada órbita. Sua margem pode possuir pêlos (pestanas, cílios) • Função: Proteção do bulbo ocular/ Descansar o olho da luz/ Distribuir o filme lacrimal • Possui glândulas sebáceas (tarsais) e acessórias Tarsais: secretam substância oleosa que retarda a evaporação do filme lacrimal Acessórias: secretam mucina, substância que mantém o filme lacrimal aderido á córnea • No canto medial da borda livre de cada pálpebra existe uma pequena abertura, que é o ponto lacrimal • 3ª Pálpebra Os animais domésticos possuem uma 3ª pálpebra (membrana nictante) Emerge da face ventromedial do olho Alisa o filme lacrimal e protege a córnea Contribui com a produção de 50% do filme lacrimal Filme lacrimal: lágrima + secreções oleosas e mucosas Conjuntiva • Membrana fina e transparente que forra internamente as pálpebras e o globo ocular (superfície anterior, excluindo a córnea) • Rica em glândulas que produzem muco, linfócitos, nervos e vasos sanguíneos • “Conjuntivite”: inflamação da conjuntiva Músculos exta-oculares • M. retrator do bulbo: retração do olho na órbita • M. reto dorsal: movimento p/ cima • M. reto ventral: movimento p/ baixo • M. reto medial: movimento p/ a linha mediana • M. reto lateral: movimento p/ a lateral • M. oblíquo dorsal: movimento de rotação sentido horário • M. oblíquo ventral: movimento de rotação anti-horário Aplicação Clínica Prolapso de 3ª Pálpebra • ‘Cherry eye''- olho de cereja • Glândula da 3ª palpebra desloca-se dorsalmente, ficando exposta a poeira e ao ressecamento (ceratoconjuntivite seca), resultando em inflamação, infecção secundária e tumefação. • É caracterizada pelo aparecimento e exposição de uma massa de tecido glandular e conjuntival, edemaciado, no canto medial do olho. • Ocorre majoritariamente em cães, porém há relato na espécie felina. As raças mais predispostas são Cocker Spaniel Americano, Boston Terrier, Beagle, Buldogue Inglês, Mastino Napolitano, Shar Pei, Poodle e Shih Tzu. • Tratamento cirúrgico: “sepultamento” Conjuntivite Pink eye TATO Tegumento Comum • Compreende: Cútis (pele) Cobertura de Pêlos Glândulas Cutâneas • Especializações: unhas, cascos e cornos • Funções: Proteção: traumatismos, invasão de microrganismos Termorregulação • Epiderme: epitélio superficial • Derme: camada fibrosa • Hipoderme: Tela Subcutânea - tecido conjuntivo Epiderme • É continuamente renovada • Sofre queratinização • Presença de Folículos pilosos (pêlo) Somente em Mamíferos Proteção mecânica Isolante térmico: retenção e ar entre os pêlos • Eliminação da secreção das glândulas sudoríparas • Eliminação da secreção das Glândulas sebáceas Derme • Formada por fibras Colágenas densamente unidas (“couro”) • Promove a elasticidade e flexibilidade da pele • Permite a abertura das bordas de feridas • É vascularizada e inervada • Presença de folículos pilosos • Glândulas sebáceas - secreção oleosa (impermeabilização) • Glândulas sudoríparas - perda de calor (evaporação) e excreção de resíduos A pele encontra-se distendida além do seu ponto de equilíbrio • Quando há um(corte) ela se retrai em 1/3 • Em amputações deve-se deixar 3x o tamanho do raio do corte p/ aproximar a pele e suturá-la • Cortes paralelos ás fibras elásticas não há retração das fibras Bordos da ferida não se separam • Cortes perpendiculares ás fibras elásticas fibras contraem bordos da ferida se separam • Para determinar a orientação das fibras: Introdução de um furador cilíndrico na pele A direção da fenda (corte) corresponde á orientação das fibras elásticas Hipoderme • Tela subcutânea • Tecido conjuntivo frouxo entremeado de gordura • Espessura variável • Ampla em cães e gatos Maior acúmulo de gordura no suíno e homem • É onde ocorre o depósito de medicamentos quando administrados pela via subcutânea Pêlo • Cresce á partir do folículo piloso • Estruturas de vida restrita - quedas sazonais • Folículo se une ao mm. eretor dos pelos (involuntário) • Pelos de revestimento (Pelagem) Distribuídos uniformemente pelo corpo Arranjo regular é importante p/ impermeabilização • Pelos táteis Espessos e protrusos Encontrados na face (lábios, olhos, carpo dos felinos) Rodeados de terminações nervosas Coxins • Almofadas sobre os quais os animais caminham • Recobertos por uma epiderme queratinizada • Hipoderme espessa • Mistura de fibras colágenas e elásticas entremeadas no tecido adiposo Unhas, garras, cascos e cornos Unhas, garras e cascos o Proteção aos tecidos subjacentes o Arma o Unha: primatas o Garra: unha comprimida lateralmente; carnívoros o Cascos: ungulados (bovino, equinos e suínos) Cornos o Originam do osso frontal nos animais domésticos o Se comunicam com o seio frontal o São permanentes nos animais domésticos o Podem ser encontrados em ambos os sexos o Sua forma é fortemente uma característica da raça Glândulas sebáceas Produzem secreção oleosa Lubrifica e impermeabiliza a cútis e a pelagem Favorece a disseminação do suor Retarda crescimento bacteriano Pode funcionar como marcador territorial Tipos de Glândulas sebáceas Glândulas do corno: o Presente nos caprinos Glândulas do divertículo infra-orbitário: o Presente nos ovinos (ambos os sexos) o Glândulas circum-orais: o lábios do gato; demarcar território Glândulas do carpo: o suínos o varrões “marcam” as fêmeas durante a cópula Glândulas do divertículo interdigital: o Presente nos ovinos o Encontradas no membros torácicos e pélvicos o Marcadores de trilha Glândulas do divertículo inguinal: o Úbere ou escroto dos ovinos o Libera substância marrom p/ demarcação e território Glândulas prepuciais: o mais desenvolvidas no porco; o Secreção sebáceas e sudoríparas; o formam o esmegma (armazenado no divertículo dorsal); Glândula da cauda: o Secreção sebáceas e sudoríparas; o superfície dorsal dos carnívoros; Glândulas circum-anais: o Presente nos carnívoros o Secreção de gl. sebáceas e sudoríparas o Atenção particular conferida á região anal quando cães se reconhecem Glândulas dos sacos anais: o Presente nos carnívoros o Secreção de gl. sebácease sudoríparas o Secreção liberada durante a defecação p/ marcação de território Glândulas Sudoríparas • Equinos: suor albuminoso (“espumoso”) abundante • Bovinos: algumas raças suam visivelmente no pescoço e flanco • Cães e gatos: suam menos • Glândulas Mamárias • São glândulas sudoríparas, aumentadas, grandemente modificadas • Secreção nutre o filhote • Presentes em ambos os sexos • Número: Varia de acordo com a espécie PALADAR • LÍNGUA • Responsável pelo paladar • Papilas Gustativas OLFATO Epitélio olfativo na cavidade nasal QUESTÕES DE REVISÃO 1. Como é dividida anatomicamente a orelha dos animais domésticos? Quais estruturas temos em cada uma dessas divisões e qual a função delas? P e it o ra is A b d o m in ai s In gu in ai s 2. O que é um oto-hematoma? Qual a sua causa? Quais são os sinais clínicos? Qual o tratamento de eleição? 3. O que é uma otite externa? Qual a sua causa? Quais são os sinais clínicos? 4. O que é o campo visual? Quais os tipos de visão dos animais domésticos? Qual a diferença entre animais carnívoros e herbívoros? 5. Quais são as túnicas do globo ocular? Quais estruturas temos em cada uma destas? Quais as funções e particularidades destas estruturas? 6. Identifique as estruturas do olho na representação gráfica (desenho) estudada. 7. O que é o glaucoma? Quais as suas causas e sinais clínicos? Qual o tratamento de eleição? 8. O que é a catarata? Quais as suas causas e sinais clínicos? Qual o tratamento de eleição? 9. Quais são os anexos oculares? Qual a função de cada um? 10. Qual a importância da 3ª pálpebra nos animais? 11. Explique o prolapso de 3ª pálpebra, citando seus sinais clínicos e tratamento. 12. Como é dividida a pele dos animais? 13. Caracterize a epiderme, derme e hipoderme, citando as estruturas presentes em cada região. 14. Explique como devemos calcular a quantidade de pele suficiente para fechar com segurança membros amputados. 15. Diferencie pelos de revestimento e pelos táteis. 16. Caracterize os coxins, unhas, garras, cascos e cornos dos animais domésticos. 17. Discorra sobre os diferentes tipos de glândulas sebáceas dos animais domésticos.
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