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Resistência dos Materiais II UNIDADE 3 - TORÇÃO PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 1 PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 2 A tensão de torção e o ângulo de torção desta perfuratriz dependem do torque do motor que gira a broca, bem como da resistência do solo em contato com o eixo da broca. PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 3 O eixo preso ao centro dessa roda é submetido a um torque, e a tensão máxima que ele cria deve ser resistida pelo eixo para evitar falhas. 1. Definição de Torque PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 4 Torque ou momento torçor é o momento que tende a torcer a peça em torno de seu eixo longitudinal Seu efeito é de interesse principal no projeto de eixos ou eixos de acionamento usados em veículos e maquinaria. 2.1 Deformação por torção de um eixo circular PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 5 Quando um eixo com seção transversal circular é submetido a um torque, a seção transversal permanece plana, enquanto as linhas radiais giram. 2.1 Deformação por torção de um eixo circular PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 6 Observe a deformação do elemento retangular quando esta barra de borracha é submetida a um torque. 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 7 Isso provoca uma deformação por cisalhamento no interior do material, a qual varia linearmente, ao longo de qualquer linha radial, de zero na linha central do eixo a um máximo em seu contorno externo. 𝜏𝑚á𝑥 = 𝑇𝑟 𝐽 Onde: 𝜏𝑚á𝑥 = a tensão de cisalhamento máxima no eixo, que ocorre na superfície externa. 𝑇 = torque interno resultante que age na seção transversal. Seu valor é determinado pelo método das seções e pela equação de equilíbrio de momento aplicada ao redor da linha central longitudinal do eixo. 𝐽 = momento polar de inércia da área da seção transversal. 𝑟 = raio externo do eixo. 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 8 A tensão de cisalhamento na distância intermediária 𝜌 pode ser determinada por um equação semelhante: 𝜏 = 𝑇𝜌 𝐽 Onde: 𝜏𝑚á𝑥 = a tensão de cisalhamento máxima no eixo, que ocorre na superfície externa. 𝑇 = torque interno resultante que age na seção transversal. Seu valor é determinado pelo método das seções e pela equação de equilíbrio de momento aplicada ao redor da linha central longitudinal do eixo. 𝐽 = momento polar de inércia da área da seção transversal. 𝜌 = distância intermediária qualquer. 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 9 A fórmula da torção só é válida se: a) O eixo for circular (maciço ou tubular); b) O material do eixo for homogêneo e comportamento linear elástico. “Pela Lei de Hooke, para um material homogêneo com comportamento linear elástico, a tensão de cisalhamento ao longo de qualquer linha radial do eixo também varia linearmente.” Isso ocorre porque a dedução da fórmula se baseia no fato de a tensão de cisalhamento ser proporcional à deformação por cisalhamento. 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 10 Momento Polar do Eixo Maciço 𝐽 = 𝜋𝑟4 2 Onde: 𝐽 = momento polar de inércia da área da seção transversal, é uma propriedade geométrica da área circular e é sempre positivo. As unidades de medidas comuns são mm4 ou pol4. 𝑟 = raio externo do eixo maciço. 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 11 Momento Polar do Eixo Maciço Para um ponto qualquer entre o centro do eixo e a extremidade do eixo. 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 12 Falha de um eixo maciço de madeira por torção 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 13 Momento Polar do Eixo Tubular 𝐽 = 𝜋(𝑟𝑒𝑥𝑡 4 − 𝑟𝑖𝑛𝑡 4) 2 Onde: 𝐽 = momento polar de inércia da área da seção transversal, é uma propriedade geométrica da área circular e é sempre positivo. As unidades de medidas comuns são mm4 ou pol4. 𝑟𝑒𝑥𝑡= raio externo do eixo tubular. 𝑟𝑖𝑛𝑡 = raio interno do eixo tubular 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 14 Falha de eixo de transmissão tubular de caminhão devido a um torque excessivo. Os engenheiros projetam deliberadamente os eixos de transmissão para que ocorram falhas antes que possam ocorrer danos de torção em partes do motor ou da transmissão. 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 15 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE: 1. Secione o eixo perpendicularmente à sua lina central do ponto onde a tensão de cisalhamento deve ser determinada. 2. Use o diagrama de corpo livro e as equações de equilíbrio estático necessárias para obter o torque interno na seção. 3. Calcule o momento polar de inércia da área da seção transversal. 4. Aplique a fórmula da tensão onde quiser determinar a tensão de cisalhamento. 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 16 Exercício 1: A distribuição de tensão em um eixo foi representada em um gráfico ao longo de três linhas radiais arbitrárias, como mostra a figura. Determine o torque interno resultante na seção. 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 17 Exercício 2: O eixo maciço de 30 mm de diâmetro é usado para transmitir os torques aplicados às engrenagens. Determine a tensão de cisalhamento máxima absoluta no eixo. 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 18 Exercício 3: O conjunto é composto por duas seções de tubo de aço galvanizado interligadas por uma redução em B. O tubo menor tem diâmetro externo de 18,75 mm e diâmetro interno de 17 mm, enquanto o tubo maior tem diâmetro externo de 25 mm e diâmetro interno de 21,5 mm. Se o tubo estiver firmemente preso à parede em C, determine a tensão de cisalhamento máxima desenvolvida em cada seção do tubo quando o conjugado mostrado na figura for aplicado ao cabo da chave. 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 19 Exercício 4: O poste de madeira, o qual está enterrado no solo até a metade de seu comprimento, é submetido a um momento de torção de 50 N.m que o faz girar a uma velocidade angular constante. Esse momento enfrenta a resistência de uma distribuição linear de torque desenvolvida pelo atrito com o solo, que varia de zero no solo a 𝑡0 N.m/m na base do poste. Determine o valor de equilíbrio para 𝑡0 e, então, calcule a tensão de cisalhamento nos pontos A e B que se encontram na superfície externa no poste. 2.3 Transmissão de Potência PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 20 Eixos e tubos de seções transversais circulares são frequentemente usados para transmitir potência desenvolvida por uma máquina. Quando usados para essa finalidade, estão sujeitos a torques que dependem da potência gerada pela máquina e da velocidade angular do eixo. Potência é definida como o trabalho realizado por unidade de tempo. O trabalho transmitido por um eixo rotativo é igual ao produto entre o torque aplicado e o ângulo de rotação. Portanto, se durante um instante dt um torque aplicado T provocar a rotação 𝑑𝜃 no eixo, então a potência instantânea será: 𝑃 = 𝑇 𝑑𝜃 𝑑𝑡 Visto que a velocidade angular do eixo 𝜔 = 𝑑𝜃/𝑑𝑡, também podemos expressar a potência como: 𝑃 = 𝑇 ∙ 𝜔 No SI, potência é expressa por watts quando o torque é medido em N.m e 𝜔 é medido em rad/s. 1 W = 1 N.m/s 2.3 Transmissão de Potência PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 21 Quando se trata de máquinas rotativas, costuma-se informar a frequência de rotação de um eixo, 𝑓. Frequência é a medida do número de revoluções ou ciclos que o eixo faz por segundo e é expressa em herts (1 Hz = 1 ciclo/s). Visto que 1 ciclo = 2𝜋 rad, então 𝜔 = 2𝜋𝑓, e a equação para potência torna-se: 𝑃 = 𝑇 ∙ 2𝜋 ∙ 𝑓 No SI, potência é expressa por watts quando o torque é medido em N.m e 𝑓 é medido em Hz. 1 W = 1 N.m/s 2.3 Transmissão de Potência PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 22 Projeto de Eixo Quando a potência transmitida por um eixo e sua frequência de rotação são conhecidas, o torque desenvolvido no eixo pode ser determinado. Se a tensão de cisalhamento admissível, 𝜏𝑎𝑑𝑚, para o material for conhecida, pode-se determinar as dimensões da seção transversal do eixo pela fórmula de torção, contanto que o comportamento do material seja linear elástico. 2.2 Fórmula da Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 23 Exercício 5: Se o eixo tubular for feito de material com uma tensão de cisalhamento admissível de 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 85 𝑀𝑃𝑎 , determine a espessura mínima exigida para a parede do eixo. O eixo tem um diâmetro externo de 150 mm. 2.3 Transmissão de Potência PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 24 Exercício 6: A bomba opera usando o motor que tem uma potência de 85 W. Se o impulsor em B estiver girando a 150 rot / min, determine a tensão máxima de cisalhamento desenvolvida no eixo de transmissão de 20 mm de diâmetro em A. 2.3 Transmissão de Potência PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 25 Exercício 7: O projeto prevê que o eixo de transmissão AB de um automóvel será um tubo de parede fina. O motor transmite 125 kW quando o eixo está girando a 1500 rpm (rot/minuto). Determine a espessura mínima da parede do eixo se o diâmetro externo for 62,5 mm. A tensão de cisalhamento admissível do material é 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 50 𝑀𝑃𝑎. 2.3 Transmissão de Potência PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 26 Exercício 8: O motor A desenvolve potência de 300 W e gira a polia acoplada a 90 rot/min. Determine os diâmetros exigidos para os eixos de aço (maciços) nas polias em A e B se a tensão de cisalhamento admissível for 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 85 𝑀𝑃𝑎. 2.4 Ângulo de Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 27 Às vezes, o projeto de um eixo depende de restrições à quantidade de rotação ou torção que pode ocorrer quando o eixo é submetido a um torque. O ângulo de torção (𝜙) de uma extremidade de um eixo em relação à sua outra extremidade (medido em radianos) é determinado por: Essa equação é deduzida levando em consideração a Lei de Hooke, portanto, é válida quando os torques não provocarem escoamento do material e quando o material é homogêneo e se comporta de maneira linear elástica. 𝝓 = 𝑻 ∙ 𝑳 𝑱 ∙ 𝑮 Onde: T = torque do eixo J = momento polar de inércia G = módulo de elasticidade ao cisalhamento do material L = comprimento do eixo 2.4 Ângulo de Torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 28 A equação de ângulo de torção pode ser usada para determinar o módulo de elasticidade ao cisalhamento do material (G). Para tal, colocamos um corpo de prova de comprimento e diâmetro conhecidos em um máquina de ensaio de torção (mostrada abaixo). Então, um torque T é aplicado e o ângulo de torção (𝜙) é medido entre o comprimento de referência L. Em geral, para se obter um valor de G confiável, realizam-se diversos desses ensaios e utiliza-se o valor médio. 2.4 Ângulo de torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 29 Exercício 9: O eixo da hélice do hidrofólio é de aço A-36 e tem 30 m de comprimento. Está acoplado a um motor diesel em linha, o qual transmite um potência máxima de 2000 kW e provoca rotação de 1700 rpm no eixo. Se o diâmetro externo do eixo for 200 mm e a espessura da parede for 10 mm, determine a tensão de cisalhamento máxima desenvolvida no eixo. Determine também o ângulo de torção no eixo à potência total. (Gaço = 75 GPa) 2.4 Ângulo de torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 30 Exercício 10: Determine o ângulo de torção da polia B em relação à polia A. O eixo tem um diâmetro de 40 mm e é feito de aço (G = 75 GPa). 2.4 Ângulo de torção PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 31 Exercício 11: A engrenagem B fornece 15 kW de potência, enquanto as marchas A, C e D retiram 6 kW, 4 kW e 5 kW, respectivamente. Se o eixo for feito de aço (Gaço = 75 GPa), determine o diâmetro mínimo requerido do eixo se a tensão admissível for 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 75 MPa. O eixo está girando a 600 rpm. Determine também o ângulo de torção da engrenagem A com relação a D. 2.5 Eixos maciços não circulares PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 32 Eixos cujas seções transversais não são circulares não serão simétricos em relação às respectivas linhas centrais e, como a tensão de cisalhamento é distribuída de um modo muito complexo nas seções transversais, elas ficarão abauladas ou entortarão quando o eixo sofre torção. 2.5 Eixos maciços não circulares PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 33 Observe a deformação do elemento quadrado quando esta barra de borracha é submetida a um torque. 2.5 Eixos maciços não circulares PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 34 L 2.5 Eixos maciços não circulares PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 35 Exercício 12: O eixo de alumínio 6061-T6 mostrado na figura abaixo tem área de seção transversal na forma de um triângulo equilátero. Determine o maior torque T que pode ser aplicado à extremidade do eixo se a tensão de cisalhamento admissível for 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 56 𝑀𝑃𝑎 e o ângulo de torção na extremidade estiver restrito a 𝜙𝑎𝑑𝑚 = 0,02 𝑟𝑎𝑑. Qual é a intensidade do torque que pode ser aplicado a um eixo de seção transversal circular feito com a mesma quantidade de material? 𝐺𝐴𝑙 = 26 𝐺𝑃𝑎. 1,2 m 40 mm 2.5 Eixos maciços não circulares PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 36 Exercício 13: A barra de alumínio 6061-T6 tem uma seção quadrada de 25 mm por 25 mm. Se tiver 2 m de comprimento, determine a tensão máxima de cisalhamento na barra e a rotação de uma extremidade em relação à outra extremidade. 𝐺𝐴𝑙 = 26 𝐺𝑃𝑎. 2.5 Eixos maciços não circulares PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 37 Exercício 14: O eixo de aço tem 300 mm de comprimento e é parafusado na parede usando uma chave. Determine as maiores forças conjugadas F que podem ser aplicadas ao eixo sem provocar o escoamento do aço. 𝜏𝑒 = 56 𝑀𝑃𝑎. 2.6 Eixos de parede fina não circulares PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 38 Tubos de parede fina de forma não circular são usados frequentemente para construir estruturas leves como as utilizadas em aviões. Em algumas aplicações, elas podem ser submetidas a um carregamento de torção. A tensão de cisalhamento média desenvolvida em um tubo de parede fina com seção transversal fechada é determinada por: Onde: 𝜏𝑚é𝑑 = tensão de cisalhamento média que age sobre a espessura do tubo. T = torque interno resultante na seção transversal, determinado pelo método das seções e equações de equilíbrio. t = espessura do tubo no local onde 𝜏𝑚é𝑑 deve ser determinada. Am = área média contida no contorno da linha central de espessura do tubo. 𝜏𝑚é𝑑 = 𝑇 2 ∙ 𝑡 ∙ 𝐴𝑚 2.6 Eixos de parede fina não circulares PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 39 Exercício 15: O tubo é feito de bronze C86100 e tem seção transversal retangular, como mostrado na figura. Se for submetido aos dois torques, determine a tensão de cisalhamento média no tubo nos pontos A e B. 2.6 Concentração de tensão PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 40 Ocorrem concentrações de tensão em eixos quando a seção transversal muda repentinamente, tais como: acoplamentos, rasgos de chaveta e filetes de rebaixo. Quanto mais severa a mudança, maior a concentração de tensão. 2.6 Concentração de tensão PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 41 A tensão de cisalhamento máxima é determinada com a utilização de um fator de concentração de tensão K que, por sua vez, é determinado por meios experimentais e representado em forma gráfica (e depende somente da geometria). Uma vez obtido o fator: 𝜏𝑚á𝑥 = 𝐾 𝑇𝑟 𝐽 Essa tabela ampliada está no slide seguinte. 2.6 Concentração de tensão PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 42 2.6 Concentração de tensão PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 43 Exercício 16: O eixo deve ser projetado para girar a 720 rpm enquanto transmite 30 kW de potência. Isso é possível? A tensão de cisalhamento admissível é 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 12 𝑀𝑃𝑎 e o raio na transição no eixo é de 7,5 mm. 2.6 Concentração de tensão PROF. M.ª KACIÊ TRINDADE 44 Exercício 17: O eixo construído é projetado para girar a 540 rpm. Se o raio na transição no eixo for 4 mm e a tensão de cisalhamento permitida para o material for 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 55 𝑀𝑃𝑎, determine a potência máxima que o eixo pode transmitir.
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