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UNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERALUNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRODO RIO DE JANEIRODO RIO DE JANEIRODO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE FARMÁCIFACULDADE DE FARMÁCIFACULDADE DE FARMÁCIFACULDADE DE FARMÁCIAAAA LABORATÓRIO DE MICOLLABORATÓRIO DE MICOLLABORATÓRIO DE MICOLLABORATÓRIO DE MICOLOGIA CLÍNICAOGIA CLÍNICAOGIA CLÍNICAOGIA CLÍNICA MICOLOGIA CLÍNICAMICOLOGIA CLÍNICAMICOLOGIA CLÍNICAMICOLOGIA CLÍNICA PROF. PAULO MURILLO PROF. PAULO MURILLO PROF. PAULO MURILLO PROF. PAULO MURILLO NEUFELDNEUFELDNEUFELDNEUFELD [[[[pneufeld@pharma.ufrj.brpneufeld@pharma.ufrj.brpneufeld@pharma.ufrj.brpneufeld@pharma.ufrj.br 2003200320032003 ÍNDICE MICOLOGIA GERAL 01 MICOLOGIA CLÍNICA 14 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS 24 ASPERGILOSE 48 BLASTOMICOSE NORTE-AMERICANA 50 BLASTOMICOSE QUELOIDIANA [LOBOMICOSE] 52 CANDIDÍASE 53 COCCIDIOIDOMICOSE 55 CRIPTOCOCOSE 57 CROMOMICOSE 59 DERMATOFITOSE 61 ESPOROTRICOSE 63 FEOHIFOMICOSE 65 HIALOHIFOMICOSE 66 HISTOPLASMOSE AMERICANA 67 HISTOPLASMOSE AFRICANA 69 MICETOMA 71 PARACOCCIDIOIDOMICOSE 73 PITIRÍASE VERSICOLOR 75 RINOSPORIDIOSE 77 ZIGOMICOSE 78 BIOSSEGURANÇA NO LABORATÓRIO DE MICOLOGIA 82 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 94 ANEXO: MODELO DE LAUDO MICOLÓGICO 98 1 MICOLOGIA GERAL 1. CONCEITO Micologia é o ramo da microbiologia que estuda os fungos, organismos enquadrados em um reino bem definido, denominado de reino Fungi. 1. IMPORTÂNCIA GERAL DOS FUNGOS Os fungos têm existência bastante difusa. Eles são considerados ubiquitários por estarem presentes no solo, na água e no ar e cosmopolitas por serem encontrados em todas as partes do planeta. Estes microrganismos necessitam de matéria orgânica para a obtenção de carbono e de energia para o seu metabolismo, por isso, estarão sempre associados ao material orgânico como sapróbios ou decompositores, simbiontes, comensais e parasitas. São os efeitos decorrentes destas manifestações que, dependendo do sentido, poderão ser considerados úteis ou prejudiciais. 1.1. Ação benéfica • Decomposição: a decomposição da matéria orgânica resulta na produção de húmus e auxilia na eliminação de resíduos orgânicos. Os fungos, como decompositores, são importantes na reciclagem de elementos contidos em material orgânico de origem vegetal e animal. • Líquens: os líquens são resultantes da associação de fungos com algas. São importantes na colonização da rocha núa, transformando-a em solo aproveitável. Elaboram enzimas e ácidos que são liberados sobre a rocha, quebrando-a em suas estruturas formadoras e produzindo uma espécie de solo que permitirá a implantação dos vegetais. • Micorrizas: são estruturas formadas pela associação de raízes não lenhosas de vegetais superiores e fungos especializados do solo. As micorrizas aumentam a absorção de água e nutrientes; fornecem proteção contra ataques de pragas; aumentam a tolerância dos vegetais a excessos de metais, a condições extremas de acidez, aridez e temperatura do solo. 2 • Controle biológico de vetores: muitos fungos parasitam e matam diversos insetos que constituem verdadeiras pragas de culturas, dentre eles: Metharizium anisopliae que parasita a cigarrinha da cana-de-açúcar, Beauveria bassiana que parasita a broca da cana-de-açúcar, a broca da batata doce e a broca do coqueiro. • Alimentação: os fungos podem ser consumidos como alimentos, os cogumelos dos gêneros Agaricus campestris, Morchella hortensis, Clavaria fava, Cantharellus cibarius, Lactarius deliciosus, Russula alutalea, Psalliota arvensis, Amanita caesarea, Boletus sp, e Helvellae sp. e trufas do gênero Tuber sp., são os mais frequentemente utilizados. Podem ainda ser empregados no preparo de numerosos alimentos como: pão (Saccharomyces cerevisiae); bebidas alcoólicas: cervejas, vinhos, uísques, rum, gim e saquê (Saccharomyces cerevisiae, Saccharomyces carlsbergensis, Aspergillus oryzae); queijos: roquefort e gorgonzola (Penicillium roquefortii), camembert (Penicillium camembertii); molhos e pastas: shoyu (Aspergillus oryzae, Aspergillus soye), missó (Aspergillus oryzae). • Indústria: os fungos são empregados em processos industriais de importância indiscutível. Podem produzir: álcool (etanol e glicerol); vitaminas ( complexo B e vitamina D); antibióticos (penicilina e griseofulvina); esteróides (progesterona); corticóides (cortisona). 1.1. Ação prejudicial • Fitopatógenos: os fungos podem devastar culturas inteiras ou determinar alterações na taxa de crescimento dos vegetais de interesse agronômico. • Deterioração de madeira e derivados: atacam madeiras de construção, dormentes de ferrovia, postes de luz e telegráficos, móveis e utensílios em geral, molduras e telas de quadros, papel e etc. • Deterioração de alimentos e intoxicações alimentares: são agentes de deterioração de alimentos, produzindo alterações organolépticas, ou seja, alterações na aparência, na consistência, no sabor e no aroma. Crescem sobre grãos, carnes, leites, ovos, mel, produtos enlatados, além de frutas, legumes e hortaliças. Podem produzir também toxinas exógenas (micotoxinas) e toxinas endógenas que quando ingeridas desencadeiam quadros de intoxicação alimentar, denominados de micotoxicoses e micetismos respectivamente. As micotoxinas são elaboradas e liberadas para o meio ambiente durante o crescimento dos fungos. Para que ocorra intoxicação (micotoxicose) é necessário a ingestão de alimentos contaminados com estas toxinas. Os gêneros mais comumente implicados na produção 3 micotoxicoses são: Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium spp. As endotoxinas fazem parte da própria estrutura dos fungos, não sendo liberadas para o meio ambiente. Para que ocorra intoxicação (micetismo) é necessário a ingestão do próprio fungo e não apenas da toxina, como no caso das micotoxicoses. Os fungos incriminados como produtores de micetismos são os chamados cogumelos venenosos: Amanita verna, Amanita muscaria, Amanita phalloides, Amanita pantherina, Coprinus atramentarius, Cantharellus auratialus, Lactarius tormentosum, Russula emetica, Lepiota helveola, Entoloma lividum, Gyromitra esculenta, Cortinarius orelanus, Psilocybe sp., Stropharia sp., Conocybe sp. e Tricholona sp. A ingestão de ambos os tipos de toxinas leva à produção de variado quadro anátomo-patológico como: vômitos, tremores, diarréias, hemorragias e neoplasias. • Micoses e alergias: estes microganismos podem causar diversos processos patológicos no homem e nos animais. Muitos são agentes de enfermidades conhecidas como micoses (esporotricose, causada pelo fungo Sporothrix schenckii; histoplasmose, causada pelo Histoplasma capsulatum; blastomicose, causada pelo Blastomyces dermatitidis; paracoccidioidomicose, causada pelo Paracoccidioides brasiliensis) ou agentes de processos alérgicos em indivíduos imunologicamente sensíveis, devido a inalação de elementos fúngicos em suspensão no ar. • Outros: os fungos podem se desenvolver em combustíveis (petróleo e derivados: gasolina, óleo diesel e querosene; álcool) causando enormes problemas para refinarias e para a aviação. Os aviões abastecidos com querosene podem apresentar crescimento de fungos em seu tanque de combustível, o que pode levar a entupimentos do sistema de condução do combustível ou ainda podem causar corrosão microbiológica, atacando a camada interna de poliesteruretano e as chapas de duralumínio dos tanques de querosene dosaviões. 3. CITOLOGIA DOS FUNGOS A célula fúngica é menor e mais simples do que a célula dos vegetais e animais, porém apresenta basicamente os mesmos componentes encontrados nestas células eucariontes: • Parede Celular: pode ser fundamentalmente de quitina, celulose ou composta de uma mistura das duas substâcias. Alguns fungos durante um período de seu ciclo de vida perdem a parede (esporos dos fungos aquáticos). • Lomassoma: estrutura formada a partir da membrana celular e que se localiza entre a parede e a membrana plasmática. Apresenta as seguintes funções: 4 � Secreção e formação de parede celular. � Proliferação de citomembranas. � Micropinocitose. � Síntese de glicogênio. � Manutenção do turgor celular. � Funções de complexo de Golgi. � Estrutura de resposta a tensões, sendo produzida em momentos de parasitismo ou traumatismo. • Membrana Celular : apresenta permeabilidade seletiva, segue o modelo do mosaico fluido e, em alguns fungos que perdem a parede durante parte de seu ciclo biológico, dá a forma e protege a célula. • Núcleo: com membrana nuclear e fuso acromático intra-nuclear (durante a divisão celular por mitose não há desorganização da membrana nuclear). • Vacúolos: existem basicamente dois tipos, o de reserva que contém glicogênio e o digestivo que contém enzimas digestivas, semelhantemente ao lisossoma. • Septos: são projeções da parede celular que divide transversalmente a hifa. Os septos podem ser falsos ou verdadeiros. Os septos falsos são aqueles que apresentam um poro central que permite a passagem do citoplasma de um compartimento para o outro da hifa. Os septos verdadeiros não apresentam poro e são formados em dois momentos: no traumatismo para evitar o estravasamento do material citoplasmático para o meio ambiente e na reprodução quando um septo é formado para isolar a área reprodutiva do restante do corpo vegetativo. • Flagelo: nas células móveis (esporos de fungos aquáticos) encontram-se dois tipos, o Tinsil ou Penado que apresenta um diâmetro uniforme ornamentado externamente por fibrilas e o Whiplash ou Chicote que afila progressivamente para a extremidade livre e não é ornamentado. 4. MORFOLOGIA DOS FUNGOS. 4.1. Morfologia vegetativa: Os fungos podem ser divididos de acordo com a sua morfologia vegetativa em: • Filamentosos: as células têm forma de filamentos tubulares denominados de hifas e o seu conjunto é chamado de micélio. As hifas ou o micélio, segundo a coloração que apresentem em sua parede celular, podem ser classificadas em hialinas quando apresentam cores claras 5 ou são transparentes e demáceas quando apresentam cores escuras. Também podem ser divididas em septadas e asseptadas. • Leveduriformes: as células têm formato arredondado ou ovalado e são chamadas de leveduras. 4.1. Morfologia reprodutiva: Os esporos são as unidades reprodutivas dos fungos e se caracterizam por também apresentar formas e colorações variadas. Os principais tipos de esporos são: • Basidiosporos: esporos sexuados exógenos, formados no exterior de células chamadas basídias. • Ascosporos: esporos sexuados endógenos, formados no interior de hifas em forma de saco denominadas de asco. • Conídios: esporos assexuados exógenos, formados sobre hifas reprodutivas chamadas de células conidiogênicas. • Esporângiosporos: esporos assexuados endógenos, formados dentro de hifas reprodutivas chamadas de esporângios. • Zoosporos: esporos assexuados endógenos, formados no interior de hifas reprodutivas chamadas de zoosporângios. • Blastosporos: esporos assexuados, representados pelas gêmulas ou brotos das leveduras. As estruturas que formam e dão sustentação aos esporos são genericamente conhecidas como esporóforos. Estas estruturas apresentam denominações específicas de acordo com o tipo de esporos que produzem. Assim, quando produzem conídios, são denominados de conidióforos; quando produzem esporângios com esporângiosporos, são denominados de esporângióforos; quando produzem zoosporângios com zoosporos, são chamados de zoosporângióforos. Os esporóforos podem ser ainda simples ou compostos. Conidióforos e esporangiosporos exemplos de esporóforos simples que dão origem a esporos assexuados, enquanto que sinêmios, esporodóquios, soros e acérvulos e picnídios são exemplos de esporóforos compostos e que também dão origem a esporos assexuados (conídios). Os esporóforos compostos que dão origem a esporos sexuados são chamados de ascocarpos quando ascos e ascosporos são produzidos em seu interior e de basidiocarpos (basidióforos) quando basidiosporos são produzidos sobre as suas estruturas (basídias). Os ascocarpos podem ser divididos em peritécios, apotécios, cleistotécios e gmnotécios de acordo com seu modo de comunicação com o meio exterior. 6 5. FISIOLOGIA DOS FUNGOS 5.1 Nutrição • Heterotróficos para carbono. • Tomada de nutrientes feita por absorção. • Produção de exoenzimas e enzimas adaptativas. 5.1. Respiração • Aeróbios. • Respiração celular: Ciclo de Krebs, Cadeia Respiratória e Fosforilação Oxidativa. 5.3. Fermentação • Oxidação parcial do substrato com produção de álcool e dióxido de carbono. 5.4. Dimorfismo • Alguns fungos apresentam duas morfologias que variam principalmente em função da temperatura: filamentosos a 15o C e leveduriformes a 37o C. 5.5. Reprodução O ciclo biológico dos fungos começa e termina no esporo, que pode ser oriundo de reprodução sexuada e/ou assexuada e ainda pode ser endógeno (quando produzido no interior de células ou hifas especializadas) e exógeno (quando produzido no exterior de células ou hifas especializadas). As formas conhecidas de reproduções nos fungos são: • Assexuada (Imperfeita ou Anamórfica): divisão nuclear por mitose. Ocorre puramente por transformações do sistema vegetativo. É importante para a propagação da espécie porque produz grande número de esporos, porém, a variabilidade genética é baixa e dependente de mutações. • Sexuada (Perfeita ou Teleomórfica): divisão nuclear por meiose. É derivada da união de núcleos compatíveis. É composta de três fases: Plasmogamia: fusão ou anastomose de hifas; Cariogamia: união de dois núcleos haplóides compatíveis (formação de núcleo diplóide); meiose: divisão nuclear por meiose, retornando à condição haplóide (crossing-over meiótico). 7 Esta reprodução produz baixo número de esporos (ocorrendo apenas após um período de “stress” ambiental), mas com grande variabilidade genética. • Ciclo Parassexuado: divisão nuclear por mitose. Não ocorre em um período ou ponto específico do ciclo biológico do fungo e não há formação de estruturas de reprodução. É composto pelas seguintes fases: plasmogamia; cariogamia.; mitose (com eventual crossing- over mitótico). Este ciclo fornece algumas vantagens que só seriam obtidas no ciclo sexuado. Desta forma, um certo grau de variabilidade genética é conseguido. O Ciclo Parassexuado é muito importante para aqueles fungos que não se reproduzem sexuadamente e que dependem exclusivamente de mutações para que haja alguma variação em seu código genético. O homem utiliza este ciclo, aliado a mutações artificiais, fazer melhoramento genético, ou seja , obtenção de novas linhagens em fungos de interesse comercial, industrial e médico cuja reprodução sexuada não se conhece. 6. CARACTERIZAÇÃO DOS FUNGOS Os fungos estão enquadrados no reino FUNGI, sendo suas principais características: • Eucariontes: possuem membrana nuclear, o que caracteriza os núcleos verdadeiros. No interior de seus núcleos, o número de cromossomos é variável, mas sempre diferente de um. • Unicelular ou Filamentoso; • Parede Celular: quitinosa e/ou celulósica; • Aeróbios;• Aclorofilados (não fazem fotossíntese); • Nutrição heterotrófica por absorção; • Armazenam glicogênio e não armazenam amido; • Reproduzem-se por esporos oriundos de reprodução assexuada ou sexuada. 7. TAXONOMIA DOS FUNGOS A exata posição dos fungos com relação aos outros organismos tem sido motivo de muita discussão. Inicialmente, os fungos foram tratados como pertencentes ao reino vegetal. Todavia, quando comparadas, as características dos fungos se chocavam com as características dos demais representantes deste reino. Somado a isso, algumas características observadas nas células animais eram compartilhadas pelos fungos. Com o objetivo de minimizar as diferenças, os fungos foram então separados em um reino particular. 8 Tradicionalmente, o reino Fungi tem sido dividido em dois filos (ou divisões): o Myxomycota, para as forma plasmodiais, e o Eumycota (fungos verdadeiros), para as forma não plasmodiais que são usualmente miceliais ou leveduriformes. Os fungos verdadeiros, por sua vez, têm sido classificados a partir de suas relações filogenéticas e estruturas de reprodução sexuada nos subfilos (ou subdivisões): Basidiomycotina, Ascomycotina, Zygomycotina e Mastigomycotina. A exceção fica por conta do subfilo (ou subdivisão) Deuteromycotina que não é formada a partir de graus de parentesco e nem a partir de formas sexuadas de reprodução. Nele são colocados todos aqueles fungos cuja reprodução sexuada é inexistente ou desconhecida, independentemente de sua origem filogenética (evolutiva). Na maioria das vezes, os deuteromicetos são formas assexuadas de ascomicetos ou basidiomicetos. Classificação tradicional dos fungos FILO EUMYCOTA EUCARIONTES, UNICELULARES OU FILAMENTOSOS, PAREDE CELULAR COM QUITINA E / OU CELULOSE, AERÓBIOS, ACLOROFILADOS, NUTRIÇÃO HETEROTRÓFICA POR ABSORÇÃO, GLICOGÊNIO COMO RESERVA GLICÍDICA, REPRODUÇÃO POR ESPOROS PRODUZIDOS ASSEXUADA E / OU SEXUADAMENTE. SUBFILOFILO BASIDIOMYCOTINA MICÉLIO SEPTADO OU CÉLULAS DE LEVEDURA E ESPORO SEXUADO (BASIDIOSPORO) FORMADO SOBRE BASÍDIAS. SUBFILO ASCOMYCOTINA MICÉLIO SEPTADO OU CÉLULAS DE LEVEDURA E ESPORO SEXUADO (ASCOSPORO) FORMADO DENTRO DE ASCOS. UBFILO ZYGOMYCCOTINA MICÉLIO ASSEPTADO E ESPORO SEXUADO (ZIGOSPORO) E ASSEXUADO (ESPORANGIOSPORO) FORMADOS DENTRO DE ESPORÂNGIOS. SUBFILO MASTIGOMYCOTINA MICÉLIO ASSEPTADO OU FORMA UNICELULAR E ESPORO ASSEXUADO FLAGELADO (ZOOSPORO). SUBFILO DEUTEROMYCOTINA MICÉLIO SEPTADO OU CÉLULAS DE LEVEDURA E ESPORO ASSEXUADO NÃO FORMADO EM ESPORÂNGIOS (CONÍDIO). 9 Com o avanço das técnicas de estudo, muitos organismos anteriormente considerados fungos foram retirados do reino Fungi por apresentarem características que conflitiam com aquelas reconhecidas para este grupo. Assim, o reino Fungi foi reestruturado e atualmente passou a conter os Filo Basidiomycota, Ascomycota, Zygomycota e Chytridiomycota. O antigo Sbufilo Mastigomycotina foi retirado do reino Fungi, pois muitos organismos considerados neste taxon tinha pouca relação com os fungos verdadeiros, ficando apenas a antiga classe dos Chytridiomycetes como filo Chytridiomycota. O subfilo Deuteromycotina foi extinto por não ser uma unidade monofilética e seus componentes passaram a ser designados como “fungos mitospóricos”. Recentemente, o termo “fungo mitospórico” foi substituído pelo o termo “fungo anamórfico”. É importante ressaltar que estes termos não correspondem a uma classificação taxonômica, mas sim, apenas a uma designação sob a qual estão agrupadas as formas assexuadas de alguns fungos. Classificação moderna dos fungos REINO FUNGI EUCARIONTES, UNICELULARES OU FILAMENTOSOS, PAREDE CELULAR COM QUITINA, AERÓBIOS, ACLOROFILADOS, NUTRIÇÃO HETEROTRÓFICA POR ABSORÇÃO, GLICOGÊNIO COMO RESERVA GLICÍDICA, REPRODUÇÃO POR ESPOROS PRODUZIDOS ASSEXUADA E / OU SEXUADAMENTE. FILO BASIDIOMYCOTA MICÉLIO SEPTADO OU CÉLULAS DE LEVEDURA E ESPORO SEXUADO (BASIDIOSPORO) FORMADO SOBRE BASÍDIAS. FILO ASCOMYCOTA MICÉLIO SEPTADO OU CÉLULAS DE LEVEDURA E ESPORO SEXUADO (ASCOSPORO) FORMADO DENTRO DE ASCOS. FILO ZYGOMYCOTA MICÉLIO ASSEPTADO E ESPORO SEXUADO (ZIGOSPORO) E ASSEXUADO (ESPORANGIOSPORO) FORMADOS DENTRO DE ESPORÂNGIOS. FILO CHYTRIDIOMYCOTA MICÉLIO ASSEPTADO OU FORMA UNICELULAR E ESPORO ASSEXUADO FLAGELADO (ZOOSPORO). 10 Outra classificação proposta inclui os filos Basidiomycota, Ascomycota, Zygomycota e Deuteromycota. Nesta, nenhum dos membros do antigo subfilo Mastigomycotina é considerado fungo verdadeiro e, mesmo não sendo uma unidade monofilética, o antigo subfilo Deuteromycotina foi mantido como filo Deuteromycota. Classificação moderna dos fungos REINO FUNGI EUCARIONTES, UNICELULARES OU FILAMENTOSOS, PAREDE CELULAR COM QUITINA, AERÓBIOS, ACLOROFILADOS, NUTRIÇÃO HETEROTRÓFICA POR ABSORÇÃO, GLICOGÊNIO COMO RESERVA GLICÍDICA, REPRODUÇÃO POR ESPOROS PRODUZIDOS ASSEXUADA E / OU SEXUADAMENTE. FILO BASIDIOMYCOTA MICÉLIO SEPTADO OU CÉLULAS DE LEVEDURA E ESPORO SEXUADO (BASIDIOSPORO) FORMADO SOBRE BASÍDIAS. FILO ASCOMYCOTA MICÉLIO SEPTADO OU CÉLULAS DE LEVEDURA E ESPORO SEXUADO (ASCOSPORO) FORMADO DENTRO DE ASCOS. FILO ZYGOMYCOTA MICÉLIO ASSEPTADO E ESPORO SEXUADO (ZIGOSPORO) E ASSEXUADO (ESPORANGIOSPORO) FORMADOS DENTRO DE ESPORÂNGIOS. FILO DEUTEROMYCOTA MICÉLIO SEPTADO E ESPORO ASSEXUADO (CONÍDIO) NÃO FORMADO EM ESPORÂNGIOS OU CÉLULAS DE LEVEDURA GEMULANTES (BLASTOSPORO) 11 Esquema taxonômico dos principais grupos de fungos Filo Classe Ordem Família Gênero Zygomycota Zygomycetes Entomophthorales Mucorales Entomophthoraceae Mucoraceae Cunninghamellaceae Syncephalastraceae Basidiobolus Conidiobolus Absidia Mortierella Mucor Rhizomucor Rhizopus Cunnighamella Syncephalastrum Ascomycota Hemiascomycetes Endomycetales Endomycetaceae Saccharomycetaceae Endomyces Lodderomyces Kluyveromyces Pichia Saccharomyces Loculoascomycetes Myriangiales Pleosporales Saccardinulaceae Microascaceae Piedraia Pseudoallecheria boydii Plectomycetes Eurothiales Gymnoascaceae Ajellomyces Arthroderma Nannizzia Basidiomycota Teliomycetes Ustilaginales Filobasidiaceae Filobasidiella Hymenomycetes Aphyllophorales Schyzophillaceae Schyzophillum Blastomycetes Aureobasidium Cryptococcus Candida/Torulopsis Malazzesia/Pityrosporum Rhodotorula Trichosporon Sporobolomyces Deuteromycota Hyphomycetes Moniliales Moniliaceae Acremonium/Cephalosporium Aspergillus Blastomyces Chrysosporium Coccidioides Epidermophyton Geotrichum Gliocladium Histoplasma Microsporum Paecilomyces Paracoccidioides Penicillium Dematiaceae Tuberculariaceae Sepedonium Scopulariopsis Sporothrix Trichoderma Trichophyton Alternaria Cladosporium Curvularia Drechslera Exophiala Fonsecaea Helmintosporium Madurella Nigrospora Phialophora Rhinocladiella Ulocladium Wangiella Epicoccum Fusarium Ceolomycetes Sphaeropsidales Phoma 12 A classificação dos fungos está apoiada na micromorfologia das estruturas reprodutivas. Como alguns fungos podem se reproduzir tanto sexuada quanto assexuadamente, estes irão apresentar duas denominações, uma em função da morfologiasexuada e outra em função da morfologia assexuada. Isto ocorre por que as estruturas de reprodução sexuada e assexuada são morfologicamente diferentes. Assim, um mesmo fungo poderá ser conhecido pelo seu nome sexuado (perfeito ou teleomórfico) ou pelo seu nome assexuado (imperfeito ou anamórfico). Taxonomicamente, quando a reprodução sexuada for conhecida, deve se dar preferência de uso para o nome teleomórfico. Contudo, na prática, os fungos são tratados por seu nome anamórfico, já que as culturas são manipuladas, no laboratório clínico, na fase assexuada. Nomenclatura anamórfica e teleomórfica de alguns fungos de interesse médico Anamorfo Teleomorfo Anamorfo Teleomorfo Alternaria Clathrospora Leptosphaeria Pleospora Penicillium Eupenicillium Penicilliops Talaromyces Aspergillus Emericella Eurotium Sartorya Phialophora Gaeumannomyces Mollisia Blastomyces Ajellomyces Rhodotorula Rhodosporidium Candida Hansenula Kluyveromyces Leucosporidium Lodderomyces Pichia Saccharomyces Scedosporium Petrielle Petriellidium Pseudoallescheria Chrysosporium Arthroderma Scopulariopsis Chaetonium Kernia Microascus Petriella Cryptococcus Filobasidiella Filobasidium Scytallidium Handersonula Curvularia Cochliobolus Sepedonium Corynoascus Hypomyces Peckiella Thielavia Dreschslera Cochliobolus Pyrenophora Sporobolomyces Aessosporon Fusarium Calonectria Giberella Micronetriella Nectria Sporothrix Ceratocystis Geotrichum Dipodascus Endomyces Stachybotrys Melanopsamma 13 Continuação Anamorfo Teleomorfo Anamorfo Teleomorfo Histoplasma Ajellomyces Torulopsis Debaryomyces Hansenula Kluyveromyces Saccharomyces Filobasidium Microsporum Arthroderma Trichoderma Hypocrea Podostroma Paecyllomyces Byssochlamyces Cephalotheca Thermoascus Em micologia médica, uma classificação (não taxonômica) orientada segundo a enfermidade causada por esses organismos, pode ser útil. Neste esquema, os fungos são agrupados em três grandes categorias: micoses superficiais (pele, pêlos e unhas), micoses subcutâneas (músculos, ossos e tercido conectivo) e micoses profundas ou sistêmicas (diversos órgãos ou tecidos: pulmões, sistema linfático e sangüineo). Classificação clínica dos agentes fúngicos Superficiais Subcutânea Sistêmica Piedra Branca Trichosporon beigelii Piedra Preta Piedraia hortae Tinea Nigra Exophiala werneckii Candidíase Candida spp. Dermatofitose Epidermophytom floccosum Microsporum spp. Trichophyton spp. Pitiríase Versicolor Malassezia furfur Cromoblastomicose Cladosporium carrionii Fonsecaea compacta Fonsecaea pedrosoi Phialophora verrucosa Rhinocladiella aquaspersa Esporotricose Sporothrix schenckii Micetoma Eumicótico Acremonium spp. Aspergillus nidulans Curvularia spp. Exophiala jeanselmei Fusarium spp. Madurella spp. Pseudallescheria boydii Feohifomicose Alternaria spp. Cladosporium spp. Curvularia spp. Exophiala spp. Phialophora spp. Aspergilose Aspergillus spp. Blastomicose Blastomyces dermatititdis Candidíase Candida spp. Coccidioidomicose Coccidioides immitis Cryptococcose Cryptococcus neoformans Hialohifomicose Acremonium spp. Fusarium spp. Paecilomyces spp. Penicillium spp. Scopulariopsis spp. Histoplasmose Histoplasma capsulatum Paracoccidioidomicose Paracoccidioides brasiliensis Zigomicose Absidia spp. Cunninghamella spp. Mucor spp. Rhizopus spp. Syncephalastrum spp. Basidiobolus sp. Conidiobolus sp. 14 MICOLOGIA CLÍNICA 1. DEFINIÇÃO: MICOSE A patogenicidade dos fungos tem sido relacionada com a sua capacidade de desenvolvimento nos tecidos do hospedeiro. A ação espoliativa dos fungos patogênicos pode levar a um variado quadro mórbido, genericamente, denominado de micose. 1. TERMINOLOGIA 1.1. Localização Anátomo-clínica: segundo o sítio anatômico, as micoses podem ser denominadas como dermatomicose (micoses da pele), otomicose (micoses do conducto auditivo), oftalmomicose (micoses dos olhos), onicomicose (micoses das unhas) e pneumomicose (micoses dos pulmões). 1.1. Agente etiológico: segundo o fungo responsável, as micoses podem ser denominadas como aspergilose (micoses produzidas por fungos do genêro Aspergillus), paracoccidioidomicose (micose produzida pelo Paracoccidioides brasiliensis), esporotricose (micose produzida pelo Sporothrix schenckii) e etc. 3. CLASSIFICAÇÃO 3.1. Localização do processo: superficial, subcutânea e profunda 3.1. Origem do processo: primária, secundária e associadas 4. FATORES PRÉ-DISPONENTES 4.1. Fatores biológicos • Hospedeiro: raça (fatores genéticos); idade (imaturidade ou degeneração do sistema imunológico); sexo (alterações fisiológicas: gravidez, lactação e ciclo menstrual); Patologias (processos infecciosos, processos metabólicos, processos neoplásicos, desnutrição e estados imunossupressivos). 15 • Fungo: fatores indutores de fase tecidual (dimorfismo); Afinidade tecidual (equipamento enzimático); presença de cápsula; parasitismo intracelular; toxicidade (exo e endotoxinas); poder invasor (orgãos perfurantes: ação mecânica) 4.1. Fatores ecológicos • Clima: de maneira geral as micoses são mais freqüentes em climas quentes do que em climas temperados e frios. Há, porém, algumas micoses em que a influência climática é predominante. Neste casos, o fungo só sobrevive no ambiente em condições climáticas estritas. • Solo: a influência da natureza do terreno sobre o desenvolvimento sapróbio dos fungos patogênicos, em geral, é mal estudada. Entretanto, parece haver certa relação entre algumas áreas de maior prevalência de micoses e a constituição do solo (histoplasmose ou coccidioidomicose). 4.3. Fatores sociológicos • Meio Social: considera-se o solo e os vegetais como sendo o principal habitat dos fungos patogênicos, assim, compreende-se que a incidência das micoses seja maior no meio rural do que no meio urbano. • Hábitos e Costumes: podem ser um fator de predisposição ou proteção contra determinadas micoses. Alguns desses fatores estão ligados, por exemplo, ao vestuário, à segregação e à migração. • Profissão: médicos, veterinários, laboratoristas, espeleologistas, entre outros, estão mais expostos aos fungos patogênicos. • Higiene: é importante para a prevenção de muitas micoses, porém, pode ser um tanto quanto ineficaz para as doenças produzidas por fungos da microbiota. 16 5. DINÂMICA DAS MICOSES 5.1. Fontes de infecção e reservatórios • Solo • Vegetais • Animais • Homem. 5.1. Vias de infecção • Inalação de elementos fúngicos em suspensão no ar • Traumatismo • Ingestão 5.3. Vias de disseminação • Hematogênica • Linfática • Contiguidade Epidemiologia das micoses Fonte Porta de Entrada Micoses Sapróbica (solo, matéria orgânica em decomposição) Pulmão Histoplasmose Blastomicose Coccidioidomicose Paracoccidioidomicose Criptococcose Aspergilose Mucormicose Pseudoallescheriose Esporotricose Adiaspiromicose Hialohifomicose Feohifomicose Epiderme e fio de cabelo Dermatofitose por fungos geofílicos Pele e tecido subcutâneo Micetoma Esporotricose Cromoblastomicose Feohifomicose Rinosporidiose Entomoftoromicose Hialohifomicose Tinea nigra17 Continuação Fonte Porta de Entrada Micoses Seios paranasais Mucormicose Aspergilose Feohifomicose Entomoftoromicose Aquática Pele e tecido subcutâneo, mucosa nasal e conjuntiva Rinosporidiose Animal Pele e pêlos Dermatofitose por fungos zoofílicos Humana Epiderme e pêlos Dermatofitose por fungos antropofílicos e pitiríase versicolor Pele, membranas mucosas e trato gastrointestinal Candidíase 6. TRANSMISSÃO 6.1. Micoses superficiais: a transferência de agentes fúngicos ocorre por contacto direto entre indivíduos. 6.1. Micoses subcutâneas e profundas: a doença adquirida por contacto direto é pouco freqüente. Na realidade, nestas o agente fúngico é transmitido de maneira indireta, ou seja, pelo contacto com solo, ambientes e objetos contaminados. 7. SINTOMATOLOGIA DAS MICOSES 7.1. Micoses pulmonares • Geral: sindrome gripal passageira ou pneumonia localizada em um dos lobos ou espalhada. Considerado como infecção inicial; • Tosse: produção mínima de escarro, dispnéia, taquipnéia e hemoptíase. A dor no peito é freqüentemente de natureza pleural. Roncos e fricção pleural podem ser detectados pela auscultação. Radiografias podem revelar pequeno infiltrado pulmonar e adenopatia hilar ou opacidade difusa e confluente; • Alergia broncopulamonar: sintomas característicos de asma e tosse não produtiva. Broncoespasmo episódico. Atalectasia causada por tampões mucóides nos bronquíolos. Cristais de “Charcot-Leyden” e eosinófilos no escarro. Eosinofilia do sangue periférico 18 e reação de hipersensibilidade cutânaea aos antígenos do Aspergillus spp. Elevada concentração sérica de Ig G anti-Aspergillus; • Aspergiloma (bola fúngica): crescimento de uma colônia dentro de uma cavidade pré-formada. Hemoptíase pode ocorrer a despeito de pouca ou nenhuma invasão da parede da cavidade. A disseminação é rara mesmo em pacientes submetidos a terapia com corticóides; • Invasiva: sintomas de pneumonia aguda, febre baixa e inconstante, tosse produtiva ou não produtiva, dor no peito usualmente presente e dispnéia progressiva com respiração difícil. A ocorrência de hemoptíase pode indicar enfarto e necrose do parênquima pulmonar. Radiografias do tórax podem revelar um infiltrado difuso na região hilar, fibrose finamente nodular, abscessos multifocais ou cavitários, dependendo da espécie fúngica: fibrose com pontos difusos: histoplasmose; lesão periférica tipo moeda: coccidioidomicose; lesão cavitária: histoplasmose e coccidioidomicose; bola fúngica: aspergilose, pseudoallescheriose e zigomicose; alergia: Aspergillus fumigatus e Aspergillus flavus 7.1. Micoses superficiais • Lesões com descamação superficial, variando no tamanho forma e coloração (acromia, hipopigmentação ou hiperpigmentação) na região do tórax e costas: infecção por Malassezia furfur (pitiríase versicolor); • Lesões descamativas, pruriginosas, eritematosas com bordos elevados e conhecidas com impigem: Epidermophyton floccosum, Micropsporum spp. e Trichophyton spp. (dermatofitoses); • Lesões descamativas, hiperqueratose, crostas, formação de escútulas: Trichophyton schoenleinii (tinea favosa); • Lesões descamativas ou crostosas confinadas em áreas úmidas e intertriginosas da pele: Candida albicans (leveduroses); 19 • Lesão nodular subcutânea no sítio de infecção com espalhamento ascendente e evolução secundária de úlceras cutâneas no trajeto dos vasos linfáticos: Sporotrix schenckii; • Lesões tumefeitas subcutâneas, pustulares, ulcerosas com tratos sinuosos drenantes e produção de grãos: micetoma; • Lesões tumefeitas subcutâneas, verrucosas, descoloradas e hemorrágicas: cromoblastomicose; • Lesões purpuráceas e cistos subcutâneas: feohifomicose; 7.3. Micoses do sistema nervoso central • Cefaléia de início insidioso que aumenta em freqüência e severidade, aconpanhada de náusea, irritabilidade e instabilidade mental e emocional: criptococcose; • Meningite e meningoencefalite: zigomicose em diabéticos descompensados em acidose; 7.4. Micoses do trato urinário • Pielonefrites associadas com terapia de longa duração com corticóides, antibióticos, imunossupressores e drogas antineoplásicas ou uso prolongado de cateteres para drenagem urinária: candidíase; • Piúria: dor no baixo ventre, ato de urinar freqüente, cistite: candidíase; 7.5. Micose ocular • infecção da cónea, da conjuntiva e do globo ocular após traumatismo ou interveção cirúrgica: aspergilose e hialohifomicose; 7.6. Micoses cardíacas • Febre baixa, murmúreo cardíaco, ecograma positivo: candidíase, aspergilose e hialohifomicose; 20 7.7. Micoses dos seios paranasais • Dor facial e hiperemia cutânea, cefaléia, febre baixa, evidência radiográfica de preenchimento dos seios paranasais: aspergilose, hialohifomicose e pseudoalescheriose. 8. HISTOPATOLOGIA DAS MICOSES A resposta tecidual à agressão dos patógenos fúngicos é tão variada quanto a diversidade dos agentes. Nas infecções dos tecidos queratinizados (pele, pêlos e unhas), geralmente, a lesão é resultado de uma resposta irritativa à presença dos fungos ou de seus metabólitos. No caso dos organismos que invadem os tecidos vivos, como aqueles que causam enfermidades subcutâneas ou profundas, se produz uma resposta piogênica uniforme. 8.1. Reações inflamatórias crônicas • Linfócitos, células plasmáticas, neutrófilos, fibroblastos e ocasionalmente células: zigomicose crônica, histoplasmose crônica e rinosporidiose 8.1. Reações piogênicas • Agudas ou crônicas, infiltrado neutrofílico supurativo: Actinomyces israelii (grânulos de enxofre e histiócitos saturados de lipídios na periferia), Nocardia asteroides e aspergilose aguda e outras infecções oportunistas 8.3. Reações piogênicas e reações granulomatosas mistas • Infiltrado neutrofílico e reação granulomatosa, linfócitos e células plasmáticas: Blastomyces dermatitidis, Paracoccidioides brasiliensis, Coccidioides immitis (neutrófilos ao redor de esférulas rompidas), Sporothrix schenckii (raros nos tecidos), cromoblastomicose (reação piogênica crônica, nódulos de células epitelióides e células gigante tipo corpo estranho), micetoma; além disso, podem ocorrer células gigantes espumosas semelhantes às do xantoma 8.4. Hiperplasia pseudoepiteilomatosa (após inflamação crônica da pele) • Hiperplasia das células epidérmicas, hiperqueratose e alongamento das cristas reticulares: Blastomyces dermatitidis, Paracoccidioides brasiliensis, Coccidioides immitis, cromoblastomicose 21 8.5. Granuloma histiocítico • Histiócitos com microrganismo intracelulares, podendo se transformar em células gigantes: Histoplasma capsulatum e Cryptococcus neoformans nas meninges 8.6. Granuloma com caseificação • Reação granulomatosa, célula gigante de Langhans e necrose central: Histoplasma capsulatum e Coccidioides immitis 8.7. Granuloma tipo sarcóide • Não necrosante: Cryptococcus neoformans, Histoplasma capsulatum 8.8. Granuloma pulmonar fibro-caseoso • Parede fibrosa espessa envolvida por células epitelióides, micorganismos dentro das células gigantes de Langhans localizadas no centro da lesão, frequentemente ocorre calcificação: Histoplasma capsulatum • Parede fibrosa delgada, raramente calcificada: Coccidioides immitis • Pobremente definida: Cryptococcus neoformans 8.9. Arterite trombótica • Trombose, necrose coagulativa purulenta, invasão dos vasos: aspergilose e zigomicose aguda: Aspergillus spp., zigomicose aguda 8.10. Fibrose • Proliferação de fibroblastos, depósito de colágenos semelhante a quelóides: Paracoccidioideloboi 8.11. Granuloma esclerosante por corpo estranho (em seios paranasais ou após infecção viral) • Hifas atípicas em células gigantes: Aspergillus spp. 22 9. IMUNOLOGIA DAS MICOSES A imunidade natural contra as micoses é muito elevada, por isso, a infecção fúngica depende da exposição maciça de microrganismos e da resistência geral do hospedeiro. Esta situação está bem demonstrada por duas categorias principais de enfermidade micótica. A primeira, infecção por fungos patogênicos verdadeiros, ocorre em pacientes que se encontram em áreas endêmicas particulares e que inalam uma quantidade elevada de elementos fúngicos em suspensão no ar. A maior parte dessas infecções são assintomáticas ou resolvem com rapidez e normalmente ocorre resitência à reinfeção. Somente em raras ocasiões, a enfermidade chega ser grave. Por outro lado, as infecções oportunistas são causadas por microrganismos presentes de maneira universal que possuem virulência muita baixa. O estabelecimento de uma enfermidade depende exclusivamente da resistência do hospedeiro. Neste casos, se o paciente se recupera desta situação, incluindo a infecção fúngica, se observa a ocorrência de resistência não específica à reinfecção. Na atualidade, até onde se sabe, os anticorpos desempenham um papel muito pequeno na defesa frente as infeções micóticas. A imunidade celular parece ser a única resistência eficaz contra a invasão dos fungos. Esta situação está bem ilustrada pelos dois tipos de infecção que ocorrem em pacientes portadores de enfermidades linfomatosas ou que apresentam defeitos genéticos da função linfocitária. Em pacientes que apresentam discrasias ou defeitos da função do linfócito T são freqüentes as infecções fúngicas oportunistas. Se o defeito só ocorre em células B, raramente ocorrem enfermidades causadas por fungos, todavia, são comuns as infecções bacterianas, em particular, as causadas por cocos Gram positivos. A importância dos mecanismos celulares de defesa também se refletem nas manifestações histológicas. No hospedeiro normal, os fungos patogênicos produzem reações piogênicas seguidas de reação granulomatosas. A resposta gerada por organismos oportunistas se traduz por necrose e supuração e o hospedeiro não é capaz de conter os microrganismos. Os fungos são fracamente antigênicos. Por esta razão, na maior parte dos casos, a sorologia não é um bom auxílio diagnóstico ou prognóstico. Além disso, a ocorrência de reações cruzadas e a falta de padronização dos antígenos tornam os procedimentos sorológicos de emprego limitado. A hipersensibilidade e alergia aos fungos se manifestam de diversas formas. Uma alergia intensa pode ser devido a inalação de conídios. Estes podem provocar asma, 23 enfermidades asmatiformes, fibrose e consolidação pulmonar. Os estados alérgicos também podem manifestar-se como processos secundários (“micedes” ou “ides”) à focos de infecção cutânea por dermatófitos (dermatofítides) ou candida (levedurídes). As lesões de “ide” ocorrem pela liberação de alérgenos fúngicos circulantes, os quais, em pessoas sensíveis, são capazes de provocar erupções cutâneas distantes do foco primário. As reações alérgicas como eritema nodoso podem ser parte da infecção primária de alguma enfermidade sistêmica como histoplasmose e coccidioidomicose. Com freqüência, a hipersensibilidade, segundo se tem demonstrado por reações cutâneas positivas, está relacionada a uma boa resistência à infecção ou reinfecção. 24 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS 1. COLETA E TRANSPORTE DO ESPÉCIMEN CLÍNICO 1.1. Escarro: três amostras matutinas devem ser coletadas após levantar, mas antes do café da manhã. Os pacientes são instruidos para lavar a cavidade bucal com água imediatamente antes da obtenção do escarro. A produção de escarro pode ser induzida por nebuliação com salina se um adequado espécimen não for produzido. O espécimen de escarro deve ser colocado em um frasco estéril e enviado ao laboratório no máximo até duas horas após coletado. Se demoras são inevitáveis, o espécimen clínico deve ser refrigerado a 4o C. 1.1. Broncoscopia: escovamento brônqüico, lavagem broncoalveolar ou biópsia devem ser transportados prontamente para o laboratório em frasco fechados e estéreis. O escarro pós-broncoscopia deve ser coletado quando possível. 1.3. Fluido cerebroespinhal: fluido cerebroespinhal deve ser coletado sempre que se suspeita de infecções do sistema nervoso central. Se o processamento não for imediato, a amostra deve ser deixada a temperatura ambiente e não refrigerada, já que o fluido cerebroespinhal é um adequado meio de cultura no qual os elementos fúngicos podem sobreviver até serem subcultivados. 1.4. Urina: amostras matutinas são preferidas. Estas devem ser coletadas em frascos estéreis e transportadas imediatamente para o laboratório. Demoras no processamento não devem exceder 1 horas, todavia, se atrasos forem inevitáveis, a amotra deve ser mantida a temperatura de 4o C. 1.5. Secreções prostáticas: algumas micoses profundas, notadamente a blastomicose e menos comumente a histoplasmose e coccidioidomicose, podem ser diagnosticadas pela coleta do líqüido prostático. A bexiga é primeiro esvasiada, em seguida, processasse uma massagem prostática. as secreções devem ser inoculadas diretamente em apropriado meio de cultura; também 5-10ml de urina devem ser coletados em um recipiente a parte. 25 1.6. Exudatos: a pele sobre as lesões pustulares deve ser desinfectada e o exudato aspirado, usando uma seringa e agulha estéreis. A seringa pode servir com recipiente de transporte. Biópsias das lesões podem ser necessárias, se o aspirado falhar na recuperação dos fungos. 1.7. Pele, pêlos e unhas: a lesão deve ser higienizada com gaze embebida em álcool 70% para remover as bactérias contaminantes. As amostras de pele devem ser obtidas por raspados das margens das lesões com uma lâmina de bisturi ou com bordo cortante da lâmina de microscopia. O material de unhas infectadas deve ser coletado por raspagem profunda das áreas quebradiças, distróficas e descoloradas da lâmina ungueal e/ou dos depósitos subungueais. Os espécimens de cabelo devem ser coletados por arrancamento com pinça, já que o foco infeccioso se encontra no bulbo piloso, técnica da escova de cabelo, técnica do quadro de cabelo ou lampada de Wood. 1.8. Tecidos: biópsias de sítios suspeitos devem ser transportadas em gaze estéril umedecida em salina ou em frasco estéril contendo salina. Os espécimens de biópsia devem apresentar uma área de tecido são e lesado. O material não deve estar congelado, desidratado ou formolisado. 1.9. Sangue: coleta de sangue venoso feita por punção com seringa e agulha estéreis. Frasco de hemocultura bifásico (agar BHI-caldo BHI) ventilados devem ser empregados para cultura. Fungos patogênicos mais comuns e principais sítios anatômicos Sangue LCR Trato Genitourinário Trato Respiratório Pele e Anexos C. immitis H. capsulatum S. schenckii Candida spp. C. neoformans P. brasiliensis B. dermatitidis C. immitis H. capsulatum Aspergillus spp. Candida spp. C. neoformans S. schenckii B. dermatitidis C. immitis H. capsulatum Candida spp. C. neoformans B. dermatitidis C. immitis H. capsulatum P. brasiliensis S. schenckii Aspergillus spp. Candida spp. C. neoformans Zigomicetes B. dermatitidis C. immitis Dermatófitos H. capsulatum P. brasiliensis S. schenckii Aspergillus spp. Candida spp. C. neoformans Zigomicetes 26Critérios de recusa de amostras clínicas para cultivo micológico Critério para recusa Ação Sem identificação no recipiente que contém o material clínico ou discrepância de informação sobre o paciente na requisição do exame e na etiqueta de identificação do material clínico Devolver a quem enviou para esclarecimentos Esfregaço de escarro corados pelo Gram com 15 células epiteliais por campo microscópico Quando se suspeita de uma infecção de trato respiratório baixo, a presença de grande quantidade de células epiteliais em amostras de escarro indica contaminação com secreções orais; isto não é necessariamente um critério de recusa já que se pode recuperar fungos patogênicos particularmente se são empregados meios seletivos; cada caso deve ser analisado individualmente Swab seco ou material insuficiente Pedir uma nova amostra se a condição clínica justifica; se uma nova amostra é viável, mas não é possível obtê- la por e técnicas não invasivas, pode ser necessário a coleta por biópsias Amostras de urina ou escarros de 14 horas Notificar que as amostras de 14 horas são inaceitáveis e pedir o envia de amostras matinas com no máximo 1 horas de colhidas Material adequado remetido em recipiente inapropriado; falta de esterilidade, presença de vasamentos, não refrigeração Pedir o reenvio de amostras em frascos apropriados 1. PROCESSAMENTO DO ESPÉCIMEN CLÍNICO 1.1. Pré-tratamento a. Secreções Respiratórias: lise com agentes mucolíticos (N-acetil-l-cisteína, pancreatina 0,5%, fluimicil). É um procedimento opcional, pode melhorar a recuperação dos microganismos patogênicos, mas fungos contaminates também são benificiados. b. Fluidos Corporais (líquido céfalo-raquidiano, líquido sinovial): filtração (filtro de 0,11µm) ou centrifugação (1500 a 1500g). É necessário para uma ótima recuperação, dev ser procedida em espécimens com volume maior que 1-1ml. c. Urina: centrifugação(1500 a 1500g). É necessária para uma ótima recuperação, especialmente quando se tratar de agentes de micoses profundas. 27 d. Tecido: trituração com gral e pistilo ou cortes em pequenos fragmentos (zigomicetos) com bisturi ou tesoura estéreis. É necessário para melhorar a recuperação dos fungos agentes de micoses profundas. e. Unhas: macaração prolongada (pernoites) com hidróxido de potássio. É necessário para uma ótima recuperação de dermatófitos e outros agentes (hifomicetos e leveduras). 1.1. Exame microscópico direto dos espécimens clínicos a. Azul de Alciano Uso: detecção de Cryptococcus neoformans Tempo requerido: 1 minutos Vantagem: quando positivo em LCR é diagnóstico Desvantagem: não é comumente empregado, como a tinta da china não detecta todos os casos b. Álcool-ácido resistência Uso: detecção de Mycobacteria e Nocardia spp. Tempo requerido: 11 minutos Vantagem: cora Nocardia spp e Blastomyces dermatitidis Desvantagem: espécimens de tecido são difíceis de interpretar poe causa da forte coloração de fundo c. Branco de Calcoflúor Uso: detecção específica de fungos Tempo requerido: 1 minuto Vantagem: pode ser misturado ao KOH; detecta fungos rapidamente como resutado de fluorescência brillhante (reação específica com a quitina da parede fúngica) Desvantagem: requer microscópio de fluorescência; prominente fundo fluorescente’porém o fungo apresenta uma fluorescencia mais intensa; secreções vaginais são difíceis de interpretar d. Giemsa Uso: exame de medula óssea ou esfregaço de sangue periférico Tempo requerido: 15 minutos 28 Vantagem: detecção de Histoplasma capsulatum intracelular Desvantagem: detecção usualmente limitada ao Histoplasma capsulatum e. Gram Uso: detecção de bactérias Tempo requerido: 3 minutos Vantagem: empregado no exame bacterioscópico do espécimen clínico; permite a identificação da maioria dos fungos Desvantagem: alguns fungos se coram bem, outros, por exemplo o Cryptococcus neoformans, coram-se fracamente e exibem apenas um aspecto pontilhado. Alumas Nocardia isoladas falham em corar ou coram fracamente. Artefatos mimetizam as leveduras f. Tinta da China Uso: detecção de Cryptococcus neoformans Tempo requerido: 1 minuto Vantagem: quando positivo no LCR é diagnóstico de meningite Desvantagem: negativo em muitos casos de meningite, não confiável g. Hidróxido de Potássio Uso: detecção clarear o espécimen para tornar o fungo mais visível Tempo requerido: 5 minutos, se o clareamento não é completo, um tempo maior é necessário (10 minutos) Vantagem: rápida detecção de elementos fúngicos Desvantagem: requer experiência, já que os artefatos podem confundir o analista. O clareamento de alguns espécimens pode ser demorado (unha) h. Azul de Metileno Uso: detecçãodetecção do fungo em escamas de pele Tempo requerido: 1 minutos Vantagem: usualmente adicionado ao KOH, fornece contraste para a detecção dos elementos fúngicos Desvantagem: o contraste das células pode ser difícil 29 l. Gromori Metanamina Silver (impregnação pela prata) Uso: detecção detecção de fungos em cortes histológicos Tempo requerido: 1 hora Vantagem: cora especificvamente os elementos fúngicos Desvantagem: método de coloração fúngica que não está usualmente disponível no laboratório de micologia clínica m. Papanicolaou Uso: exame de secreção vaginal para a presença de células malígnas Tempo requerido: 30 minutos Vantagem: citotécnico pode identificar elementos fúngicos Desvantagem: requer coloração especializada e analista familiarizado com essa coloração n. Ácido periódico de Schiff (PAS) Uso: detecção específica de fungos Tempo requerido: 10 minutos, 5 minutos adicionais se coloração com contraste for empregada Vantagem: cora elementos fúngicos bastante bem, hifas e leveduras podem ser prontamente distingüidos Desvantagem: Nocardia spp. não se coram bem, Blastomyces dermatitidis aparece pleomorfisado, artefatos PAS positivos podem aparecer com células de levedura o. Wright Uso: exame de medula óssea ou esfregaço de sangue periférico Tempo requerido: 7 minutos Vantagem: detecta Histoplasma capsulatum Desvantagem: detecção limitada ao Histoplasma capsulatum 30 Característica dos elementos fúngicos vistos em exame direto dos espécimens clínicos Morfologia em Tecido Organismos Tamaho (µm) Aspectos Característicos Leveduras Histoplasma capsulatum 1-5 pequenas, ovaladas a arredondadas; gemulantes; frequentemente encontradas em cachos dentro de histiócitos; detecção difícil quando em pequenas quantidades, normalmente intracelulares Sporothrix schenckii 1-6 pequenas, ovais a arredondadas ou em forma de charuto; gemulação simples ou múltipla; raramente vistas em espécimens clínicos Cryptococcus neoformans 1-15 as células variam de tamanho, usualmente são esféricas, mas podem ter a forma de uma “bola de football americano”; gêmulas são normalmente simples; cápsulas podem ser ou não evidentes; raramente pseudohifas são formadas Blsatomyces dermatitidis 8-15 as células são comumente grandes e esféricas, com paredes duplas e refratárias; gemulação normalmente simples, gêmulas podem manter-se ligadas à célula mãe, a ligação entre célula mãe e célula filha é estreita Paracoccidioides brasiliensis 5-60 as células são normalmente grandes e envolvidas por pequenas leveduras periféricas (leme de navio, chapéu de Mickey); pequenas células podem estar presentes e lembrar as de H. capsulatum Esférulas Coccidioides immitis 10-100 as esférulas variam muito notamnho, algumas contêm endosporos, outras estão vazias; duas esférulas juntas podem lembrar células de B. dermatitidis gemulantes; endosporos podem lembrar as células de H. capsulatum, mas não mostram evidências de gemulação; as eférulas podem produzir múltiplos tubos germinativos, se a preparação direta for mantida em câma úmida por mais de 14h.; hifas podem ser encontradas em lesões cavitárias Esporângios Rhinosporidium seeberi 6-300 grandes com paredes espessas e contendo endosporos; maduros esporângios são maiores do que as esférulas de C. immitis 31 Continuação Morfologia em Tecido Organismos Tamaho (µm) Aspectos Característicos Leveduras, pseudohifas ou hifas vedadeiras Candida spp. Levedura: 3- 4 Pseudohifa: 5-10 as células usualmente exibem simples gemulação; pseudohifas quando presentes apresentam constricções nos pntos de constricções e matêm-se unidas com “cordão de salsichas”; hifas verdadeiras quando presentes têm paredes paralelas e são septadas Leveduras e hifas Malassezia furfur Levedura: 3- 8 Hifa: 1,5-4 elementos hifálicos curtos e encurvados estão presentes com cachos de células de leveduras esféricas Hifas septadas largas Zygomycetes 10-30 hifas são grandes, em forma de fita, freqüentemente encurvadas, ocasionalmente septadas e com ramificações em ângulo reto; pequenas hifas podem ser confundidas com as do Aspergillus spp., particularmente A. flavus Hifas septadas hialinas Dermatófitos: Pele e unhas Pêlos 3-15 3-5 hifas hialinas septadas são comumente vistas; cadeias de artrosporos podem estar presentes artrosporos na periferia do fio de cabelo, produzindo uma bainha que indica infecção ectotrix; artropsoros formados pela fragmentação de hifas dentro do fio de cabelo são indicativos de infecção endotrix; filamentos hialinos longos ou canais dentro dos pêlos são indicativos de favus Aspergillus spp. 3-11 as hifas são septadas e exibem ramificação dicotômica com ângulo de 45o; grandes hifas atípicas podem lembrar as de zigomicetos Geotricchum spp. 4-11 hifas e artrosporos retangulares estão presentes; formas irrregulares podem ser observadas Trichospporon spp. 1-4/8 hifas e artrosporos retangulares a ovalados estão presentes; blastosporos podem ser difíceis de ser em observados 32 Continuação Morfologia em Tecido Organismos Tamaho (µm) Aspectos Característicos Penicillium spp. Scopulariopsis spp. Paecilomyces spp. Fusarium spp. Pseuallescheria boydii hifas são septadas e impossíveis de distingüir das outras dos demais fungos hialinos, p.ex. Aspergillus spp. Hifas septadas demáceas Alternaria spp. Bipolaris spp. Cladosporium spp. Curvularisa spp. Drechslera spp. Exophiala spp. Phialophora spp. Wangiella dermatitidis 1-6 hifas demáceas polimórficas são vistas; células gemulantes com septos simples e cadeias de células arredondadas e entumescidas podem estar presentes; ocasionalmente agragados podem ser encontrados em infecção por Phialophora e Exophiala Corpúsculos Muriformes Cladosporium carrionii Fonsecaea compacta Fonsecaea pedrosoi Phialophora verrucosa Rhinocladiella aquaspersa 5-10 células de paredes marrom e espessas, arredondadas e pleomórficas asseptadas, unissetadas e septadas em dois planos; comumente as células contêm duas divisões que formam 4 células; ocasionalmente hifas septadas ramificadas podem ser encontradas além dos corpúsculos muriformes Grânulos Acremonium falciforme Acremonium kiliensi Acremonium recifei Curvularia geniculata Curvularia lunata Aspergillus nidulans Exophiala jeanselmei 100-300 500-1000 65-160 100-300 grânulos brancos, macios sem matriz cementada grânulos negros, duros com matriz cementada na periferia grânulos negros, macios, sem matriz cementada grânulos negros, macios, vacuolados, sem matriz cementada, formados a partir de hifas escuras e células entumescidas Fusarium moniliforme Fusarium solani Leptosphaeria senegalensis Leptosphaeria tompkinsii 100-500 300-600 400-600 500-1000 grânulos brancos e macios, sem matriz cementada grânulos negfros, duros, com matriz cementada; periferia composta de células poligonais; centro formado por rede de hifas 33 Continuação Morfologia em Tecido Organismos Tamaho (µm) Aspectos Característicos Madurella grisea 50-500 grânulos negros e macios, sem matriz cementada; periferia composta de células poligonais entumescidas; centro formado por rede de hifas Madurella mycetomatis 100- 900 grânulos negros a marrons-escuros, duros que podem ser de dois tipos: marrom ferrugem, compacto e preenchido com matriz cementada marrom escuro e preenchido com numerosas vesículas (6- 14µm), matriz cementada na periferia e área central de hifas claras Neotestudina rosatii 300-600 grânulos brancos com matriz cementada presente na periferia Pseudoallescheria boydii 100-300 grânulos brancos, macios, compostos de hifas e células entumescidas na periferia dentro de uma matriz cementada Pyrenochaeta romeroi 300-600 grânulos negros, macios, compostos de células poligonais entumescidas na periferia; centro formado por rede de hifas; sem matriz cementada 3. CULTURA 3.1. Meios de cultura a. Isolamento primário • Agar de Sabouraud 1% (SDA): recuperação primária de fungos sapróbios e patogênicos (não aconselhável) • Agar infusão de cérebro-coração (BHIA): recuperação primária de fungos sapróbios e patogênicos • Agar infusão de cérebro-coração com cloranfenicol e cicloheximida: recuperação primária de fungos sapróbios e patogênicos, excluindo-se os dermatófitos • Agar de Sabouraud e Agar BHI (SABHI): recuperação primária de fungos sapróbios e patogêncios • Agar mycosel: principal meio de recuperação primária de dermatofitos 34 • Frasco de hemocultura bifásico (agar BHI e caldo BHI): recuperação primária de fungos do sangue Meios de cultivo para recuperação de fungos de amostras clínicas Sangue medula óssea • agar infusão de cérebro-coração com ou sem sangue de carneiro LCR • agar infusão de cérebro-coração com ou sem sangue de carneiro Pele, pêlos e unhas • agar mycosel Membranas mucosas • agar de Sabouraud com infusão de cérebro-coração; • agar infusão de cérebro-coração com ou sem sangue de carneiro, gentamicina e cloranfenicol; • agar infusão de cérebro coração com ou sem sangue de carneiro, gentamicina, cloranfenicol e cicloheximida. Abscessos, úlceras e lesões subcutâneas • agar de Sabouraud com infusão de cérebro-coração; • agar infusão de cérebro-coração com ou sem sangue de carneiro, gentamicina e cloranfenicol; • agar infusão de cérebro-coração com ou sem sangue de carneiro, gentamicina, cloranfenicol e cicloheximida. Escarro e secreções pulmonares • agar de Sabouraud com infusão de cérebro-coração; • agar infusão de cérebro-coração com ou sem sangue de carneiro e gentamicina e cloranfenicol; • agar infusão de cérebro-coraçãocom ou sem sangue de carneiro, gentamicina, cloranfenicol e cicloheximida; • agar semente de niger. Estomatite • agar de Sabouraud com infusão de cérebro-coração; • agar infusão de cérebro-coração com ou sem sangue de carneiro, gentamicina e cloranfenicol; • agar infusão de cérebro-coração com ou sem sangue de carneiro, gentamicina, cloranfenicol e cicloheximida. Biópsia • agar de Sabouraud com infusão de cérebro-coração; • agar infusão de cérebro-coração com ou sem sangue de carneiro, gentamicina e cloranfenicol; • agar infusão de cérebro-coração com ou sem sangue de carneiro, gentamicina, cloranfenicol e cicloheximida. Urina • agar de Sabouraud com infusão de cérebro-coração; • agar infusão de cérebro-coração com ou sem sangue de carneiro, gentamicina e cloranfenicol; • agar infusão de cérebro-coração com ou sem sangue de carneiro, gentamicina, cloranfenicol e cicloheximida; • agar semente de niger. 35 Antimicrobianos adicionados aos meios micológicos ANTIMICROBIANOS CONCENTRAÇÃO NO MEIO Antibacterianos Cloranfenicol 16µg/ml Gentamincina 5µg/ml Antifúngico Cicloheximida 500µg/ml b. Isolamento secundário • Agar milho com tween 80: identificação de Candida albicans por produção de clamidosporos; identificação de outras leveduras por micromorfologia • Agar base nitrogênio-leveduras (YNB): identificação de leveduras por determinação de assimilação de açúcares • Agar base carbono-leveduras (YCB): identificação de espécies de Cryptococcus pela redução de nitratos • Agar semente de niger: recuperação e identificação de Cryptococcus neoformans • Agar ascosporos: detecção de ascosporos em leveduras ascosporogênicas • Agar uréia: detecção de espécies de Cryptococcus neoformans; diferenciação de Trichophyton mentagrophytes e Trichophyton rubrum; detecção das espécies de Trichosporon • Agar batata dextrosado: demontração da produção de pigmentos por Trichophyton rubrum • Meio de arroz: identificação de Microsporum audoiunii • Agares “tricofitons” 1-7: identificação dos membros do gênero Trichophyton • Agar Czapeck: recuperação e identificação diferencial de espécies de Aspergillus e Penicillium 36 Meios aconselháveis para subcultura de fungos Grupo Meios de cultivo Zygomycetes agar milho agar de Sabouraud 1% Fungos hialinos agar milho agar de Sabouraud Aspergillus spp. agar Czapec-Dox Dermatófitos agar de Sabouraud Fungos demáceos agar milho Fungos dimórficos agar infusão de cérebro-coração Comparação: Placas x Tubos Característica Placa Tubo Área superficial grande (aproximadamente 7500mm1 para 100mm de placa) pequena (aproximadamente 1500mm1 por tubo de 15x115mm) Suprimento de oxigênio bom pobre Taxa de desidratação do meio rápida lenta Segurança no manuseio pobre boa Possibilidade de disseninação de fungos grande pequena Detecção de culturas mistas fácil difícil Taxa de Crescimento Grupo Taxa de crescimento (dias) Fungos Crescimento rápido <5 sapróbios, oportunistas e leveduras Crescimento intermediário 6-10 oportunistas, subcutâneos e dermetófitos Crescimento lento >11 sistêmicos e subcutâneos 37 Distinção entre fungos contaminantes e patogênicos São os sintomas da infecção consistentes com os sintomas de uma infecção fúngica ? Os elemtos fúngicos foram visualizados no tecido ou em outro material obtido da lesão ? Houve crescimento fúngico a partir da cultura do material clínico ? Houve mais de uma cultura positiva para a mesma espécie fúngica ? O fungo isolado é capaz de causar os sintomas observados na infecção sob investigação ? 3.1. Inoculação nos meios de cultura a. Equipamentos • Alça em “L” (dobrada em ângulo reto): fungos filamentosos • Alça em “gota” (bacteriológica): fungos leveduriformes • Alça de Drigalski: espalhamento sobre o meio de cultura • Alça de Hockey: espalhamento sobre o meio de cultura b. Técnicas de inoculação • Esgotamento sobre a superfície do meio: fungos leveduriformes • Perfuração do meio: fungos filamentosas 3.4. Tempo de incubação • Uma semana para fungos sapróbios e oportunistas • Duas semanas para os dermatófitos • Quatro semanas até 11 semanas para os fungos patogêncios (dimórficos) 3.5. Temperatura de incubação • Temperatura ambiente ou 30o C para isolamento primário • Trinta e sete graus para obtenção do dimorfismo 4. PROCEDIMENTOS GERAIS 4.1. Escarro e secreções respiratórias: selecione as partes mais purulentas, sanguinolentas, caseosas e necróticas. Se a amostra é muito viscosa, deve-se 38 homogeneizar pela adição de NALC; NAOH e outros agentes de digestão química, usados para o processamento de espécimens suspeitos de tuberculose, não devem ser empregados. Prepare uma montagem úmida da amostra para realização de exame direto e inocule 0,5ml no meio de cultura empregado; como as secreções são freqüentemente contaminada com bactérias, meios contendo antibióticos devem ser empregados; uma cobinação de meios seletivos, tal como BHIA com cloranfenicol e cicloheximida, e não seletivos, tal como SABHI, devem ser utilizada. 4.1. LCR: as amostras podem ser centrifugadas a 1500-100g por 10 minutos e o sedimento inoculado sobre a superfície do meio de cultura não seletivo (SABHI); havendo pouca quantidade disponível, inocule no meio 3-4 gotas de espécimen clínico; montagens com tinta da china (nigrosina) devem ser preparadas quando o C. neoformans for suspeito; para preparar a montagem microscópica tanto uma gota do sedimento centrifugado quanto uma alíquota do material in natura devem ser misturadas a uma gota de tinta china sobre a lâmina; uma lamínula é aplicada e a preparação microscópica e examinada para a presença de leveduras gemulantes com cápsulas. 4.3. Urina: entorno de 10 ml de urina deve ser centrifugado e 0,5 ml de sedimento deve ser inoculado tanto em agar não seletivo (SABHI) quanto em meios seletivos (BHIA com cloranfenicol e cicloheximida); montagens diretas podem ser preparadas e examinadas microscopicamente para a presença de leveduras e hifas. 4.4. Pele, pêlos e unhas: escamas de pele, fragmentos de unha e fios de cabelos arrancados podem ser examinados em preparações microscópicas com KOH; o propósito do KOH é clarear ou macerar as estruturas proteináceas e escleróticas que podem dificultar a visualização dos elementos fúngicos (a maceração pode ser acelerada pelo rápido aquecimento da lâmina sobre a chama do bico de Bunsen); uma lamínula é aplicada e os espécimens são examinados para a presença de hifas estreitas e regulares que caracteristicamente se quebram em artrosporos; a visualização da hifa é melhorada pela adição de calcoflúor ao KOH (microscópio de fluorescência); em pêlos o arranjo dos esporos na superfície do pêlo (ectotrix) e intrapilarmente (endotrix) podem ser vistos; fragmentos de hifas podem ser também encontrados dentro dos pêlos; escamas de pele, fragmentos de unha e pêlo devem ser colacados diretamente sobre a superfície e dentro do agar mycosel com uma alça em “L”; as áreas inoculadas devem ser 39 examinadas em intervalos freqüentes para o desenvolvimento de colônias; as culturas devem ser mantidas por pelo menos 30 dias antes de descartar como negativas. 4.5. Tecido:o processamento dos espécimens de tecido pode ser feito a partir da trituração com gral e pistilo (não recomendável) ou a partir de cortes com tesoura ou bisturi estéreis; os fragmentos (1mm3) devem ser inoculados diretamente sobre o meio de cultura e abaixo de sua superfície; homogeneizados de tecido, medula óssea ou centrifugados de espécimens clínicos (5-10 ml) devem ser depositados sobre meios não seletivos (SABHI), já que esses espécimens são normalmente estéreis e meios com antimicrobianos não são necessários. 4.6. Sangue: frascos de hemocultura bifásicos (agar BHI e caldo BHI. 5. IDENTIFICAÇÃO DOS FUNGOS 5.1. Fungos filamentosos a. Exame Macroscópico: A morfologia colonial deve ser interpretada com cautela, pois fatores como tipo de meio de cultura, temperatura de incubação e tempo de incubação interferem no aspecto macroscópico das culturas fúngicas. As características a serem investigadas são: • Textura: algodonosa; velutina; granular; pulverulenta ou glabrosa • Topografia: rugosa; umbeliforme; umbilicada ou verrucosa • Coloração: negra; cinza; branca; marrom; amarela; creme; laranja; verde; violeta ou vermelha b. Exame microscópico A observação da micromorfologia reprodutiva dos fungos filamentosos é a base do diagnóstico micológico. • Exame microscópico direto: um fragmento de cultura é retirado da colônia em tubo ou placa e montado sobre lâmina e lamínula com líquido de montagem apropriado (lactofenol de Aman ou lactofenol com azul de algodão) e observado em microscópio óptico com objetivas de 10x e 40x e luz de baixa intensidade. O exame microscópico 40 direto é de preparação fácil e rápida e normalmente é suficiente para a identificação de muitos fungos isolados no laboratório. A principal desvantagem do método é a desorganização das estruturas morfológicas durante a preparação da montagem microscópica. • Microcultivo em lâmina: o cultivo de fungos em meios sólidos (agar de Sabouraud) ou líquidos (caldo de Sabouraud) depositados diretamente sobre lâminas e/ou lamínulas preservam as estruturas morfológicas, já que não se manipula diretamente os elementos fúngicos. A principal desvantagem do método é a demora no diagnóstico, pois há a necessidade de se esperar o crescimento da microcultura. A observação microscópica é feita como no exame direto. • Corantes: lactofenol com azul de algodão: fungos hialinos; lactofenol de Aman: fungos demáceos Métodos complementares para a identificação de fungos filamentosos Teste ou Procedimento Aplicação Fungos Dimorfismo Permite diferenciar os fungos dimórfico pela obtenção de sua fase leveduriforme ou de esférulas quando cultivados à tempratura de 37o C Blatomyces dermatitidis Coccidioides immitis Histoplasma capsulatum Paracoccidioides brasiliensis Sporothrix schenckii Exoantígeno Permite a identificação específica de vários fungos por imunodifusão Blastomyces dermatitidis Coccidioides immitis Histoplasma capsulatum Taxa de Crescimento Permite diferenciar os fungos pela velocidade des crescimento que apresentem Fungos oportunistas: rápido Dermatófitos: intermediário Fungos sistêmicos: intermediário a lento Termo-tolerância Permite diferenciar as espécies patogênicas que apresentam habilidade de crescimento em temperaturas elevadas Absidia corymbifera: 45-50o C Aspergillus fumigatus: 48-50o C Cladosporium batianum: 41-43o C Cladosporium trichoides: 37-41o C Cunnighamella bertholletie: 41o C Cunnighamella elegans: 40o C Rhizomucor pusillus: 50-55o C Rhizopus microsporus: 45o C Rhizopus oryzae: 45o C 41 Continuação Teste ou Procedimento Aplicação Fungos Resistência à Cicloheximida Permite diferenciar as espécies patogênicas a partir da capacidade de crescimento em agar mycosel a 30o C Epidermophyton floccosum Microsporum spp. Trichophyton spp. Blatomyces dermatitidis Coccidioides immitis Histoplasma capsulatum Paracoccidioides brasiliensis Sporothrix schenckii Demonstração de Balistosporos Permite diferenciar alguns fungos da classe dos Zygomycetes pela produção de esporos que são lançados violentamente e aderem na parede do tubo ou placa Basidiobolus ranarun Conidiobolus coronatus Perfuração do Fio de Cabelo Permite diferenciar o Trichophyton mentagrophytes e o Trichophyton rubrum quando cultivados em fios de cabelo esterilizados por autoclavação em tubo ou placa T. mentagrophytes: perfurações cônicas no fio de cabelo, observadas em microscópio óptico T. rubrum: não produz perfurações no pêlo Urease Permite diferenciar o Trichophyton mentagrophytes e o Trichophyton rubrum quando cultivados em agar uréia de Christensen T. mentagrophytes: urease positivo T. rubrum: urease negativo Agares “Tricofitons” 1-7 Permite diferenciar nutricionalmente alguns membros do gênero Trichophyton quando cultivados em uma série de meios com ou sem nutrientes agregados T. tonsurans e T. violaceum: tiamina T. equinum: ácido nicotínico M. megninii: histidina Crescimento em Arroz Permite diferenciar o Microsporum canis e o Microsporum audouinii quando cultivados em meios de arroz a 30o C M. canis: crescimento M. audouinii: sem crescimento Produção de Pigmentos Permite diferenciar o Trichophyton rubrum do Trichophyton mentagrophytes quando cultivados em agar batata dextrosado ou agar milho com 1% de glicose e o Microsporum persicolor do Trichophyton mentagrophytes quando cultivados em agar peptona 1% T. rubrum: pigmento cor de vinho M. persicolor: pigmento cor de rosa T. mentagrophytes: sem pigmentos Assimilação de Nitrato Permite diferenciar a Wangiella spp. das outras espécies de fungos dematiáceos Wangiella dermatitidis: negativo Exophiala jeanselmei: positivo Proteólise Permite diferenciar alguns patógenos dematiáceos de sapróbios quando cultivados em caldo contendo gelatina a 11% Fonsecaea spp.: negativo Cladosporium spp.: positivo Tolerância ao Cloreto de Sódio Permite diferenciar alguns fungos dematiáceos quando cultivados na presença de 15% de NaCl Exophiala werneckii: positivo Exophiala jeanselmei: negativo 42 5.1. Identificação dos fungos leveduriformes a. Exame Macroscópico É menos distintivo para as espécies de levedura. Também aqui a morfologia colonial deve ser interpretada com cautela, pois os mesmos fatores (tipo de meio de cultura, temperatura de incubação e tempo de incubação) que interferem no aspecto macroscópico das culturas filamentosas influenciam as características macromorfológicas das colônias levedudriformes. Normalmente, essas colônias têm uma aparência mucóide ou pastosa e uma topografia lisa ou rugosa. Como nas colônias filamentosas, diversas cores podem ser descritas, todavia, as colônias de coloração esbranquiçadas são as mais frequentemente encontradas. b. Exame Microscópico Por terem poucas estruturas micromorfológicas que permitam a identificação das espécies, o exame microscópico deve ser acompanhado de estudo do pefil biquímico. Empregando-se microscópico óptico, objetivas de 10x e 40x e luz de baixa intensidade, a observação microscópica pode ser procedida em preparações diretas e/ou em microcultivos corados com azul de algodão. Células de levedura, blastosporos, pseudohifas, clamidosporos, artrosporos e hifas vedadeiras são as estruturas visualizadas. Métodos de
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