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A ESCRAVA ISAURA

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A ESCRAVA ISAURA: O DIREITO, PILAR BASILAR ESSENCIAL PARA A MUDANÇA DE PARADIGMAS, E SUA ANÁLISE LITERARIA.
NASCIMENTO, Deiviti Natanael Santana do¹.
FRAITAG, Katia²
Docente.
RESUMO: 
Isaura, é uma escrava de pele branca, foi criada como filha na família em que serve. Foi durante esse período escravagista, que passou o tempo sendo a protegida pela mãe, que prometeu que após a sua morte que a moça iria ser liberta. Entretanto, esse último desejo não foi satisfeito e Isaura se tornou propriedade de Leôncio, um jovem sem caráter que por ela se interessa, apesar de casado. No entanto na época não existia direitos que assegura a liberdade, autonomia e a dignidade das pessoas, a ausência destes e de muitos outros, facilitou com que ela se torna objeto de Leôncio. A beleza da jovem encanta e desperta paixão em vários dos personagens, inclusive, Leôncio. O pai da escrava, é um homem livre chamado Miguel, reúne a vultosa quantia que fora pedida pelo pai de Leôncio para libertá-la, porém, o vilão encontra uma maneira para descumprir a promessa do pai, fingindo luto por sua morte. Inconformada com a situação, Malvina retorna para a casa de seus pais, fato que deixa Leôncio livre para atormentar Isaura. O pai de Isaura, Miguel, decide então fugir com a filha para o nordeste do país. Os dois se instalam em Recife e adotam novos nomes. Na nova cidade Isaura conhece Álvaro, homem por quem se apaixonaria e é correspondida. Ao saber que Isaura é uma escrava fugida da pior maneira, surpreendeu-se, ao levá-la a um baile um estudante a denuncia na frente de todos. Isaura é obrigada, a assumir sua condição, Álvaro, porém, defende sua amada. 
Palavra-chave: escrava, direito e liberdade.
	
_________________________________
1 NASCIMENTO, Deiviti Natanael Santana do. Acadêmico do curso de Bacharelado em Direito pela Faculdade do Vale do Juruena – AJES; Técnico em Agropecuária, registrado no CREA de Mato Grosso, em juina<Deiviti.nsn@outlook.com> ou <Deiviti.nsn1213jna@gmail.com>
² FRAITAG, Mestre em Estudos Literários pela Universidade do Estado de Mato Grosso –UNEMAT, professora da Faculdade do Vale do Juruena AJES, nas disciplinas de Leitura e Produção Textual, Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Literatura Portuguesa. Coordenadora do PIBID Letras. E-mail: katiarevisoradetextos@gmail.com.
ABSTRACT:
Isaura, a white-skinned slave, was raised as a daughter in the family she serves. It was during this period of slavery that she spent her time being protected from the matriarch, who promised that after her death the girl should be released. However, this last wish was not satisfied, and Isaura became the property of Leontius, a young man with no character who cares for her despite being married. However, at the time, there were no rights that ensured the freedom, autonomy and dignity of the people, the absence of these and many others facilitated that it becomes the object of Leontius. The beauty of the young woman truly enchants arouses passion in several of the characters, besides Leôncio. The slave's father, a free man named Michael, gathers the large sum that Leontius's father had requested to free her, but the villain finds a way to break his father's promise by feigning mourning for his death. Discontented with the situation, Malvina returns to the house of its parents, fact that leaves Leôncio free to torment Isaura. Isaura's father, Miguel, decides to flee with his daughter to the northeast of the country. The two settled in Recife and adopted new names. In the new city Isaura knows Álvaro, man for whom he falls in love and is 
reciprocated. He learns that she is a slave escaped in the worst way, when taking her to a ball a student denounces in front of all. Isaura is forced, then, to assume her condition, but Alvaro defends the beloved.
Keywords: slave, right e freedom.
_____________________________
¹GUIMARÃES, Bernardo. A Escrava Isaura, Editora Martim Claret, 2005, p.3
INTRODUÇÃO
				 
A finalidade deste trabalho é analisar o romance, o livro “A Escrava Isaura”, de Bernardo Guimarães, levando em conta os aspectos literários e sociais, a fim de se verificar qual é a contribuição dessa obra para o Romantismo no Brasil e também tentar desmistificar os problemas sofridos, pela Isaura, como por exemplo, os crimes de escravidão e o aviltamento da pessoa humana pela distinção de classe, através de mecanismos jurídicos e constitucionais.Fig. 1- obra
Inicialmente, será apresentada uma síntese da vida e obra do autor, bem como sua obra e participação na literatura brasileira, seguido do contexto histórico em que se desenvolveu a obra em discussão. 
Após esses preparativos, analisar-se-á o romance buscando relacionar a carga literária em contra ponto com as questões sócias e politicas da época. Finalmente, concluiremos o trabalho ressaltando a importância desse romance para a resolução de algumas questões politicas vigentes na época, que violam os direitos primordiais do cidadão, e como isso poderia ser corrigido judicialmente. (₢ Copyright Editora Martins Claret, 2005, p. 5).Fonte:www.bing.com/images/search?q=fotografia+de+Bernardo+guimaraes
AUTOBIOGRAFIA DO AUTOR:
Fig. 2: Imagem ilustrativa de Bernardo 
Guimarães, 1825
Bernardo Guimarães (1825-1884) foi um romancista, poeta brasileiro. "A Escrava Isaura" foi o seu romance mais popular. Estudou Direito em São Paulo. Foi juiz municipal na cidade de Catalão em Goiás. Foi jornalista, professor de latim, francês, retórico e poético. Estreou como poeta com "Cantos da Solidão", mas foi como romancista que seu nome ganhou destaque. 
Foi considerado o criador do romance sertanejo e regional, ambientado em Minas Gerais e Goiás. De todos os seus romances "O Seminarista" é considerado sua melhor obra. É patrono da cadeira nº 5 da Academia Brasileira de Letras.Fonte:www.bing.com/images/search?q=imagem+de+bernardo+guimaraes
Bernardo Guimarães (1825-1884) nasceu no dia 15 de agosto, na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. Filho de João Joaquim da Silva Guimarães e Constança Beatriz de Oliveira Guimarães. Estudou no seminário e aos 22 anos ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Foi amigo de Álvares de Azevedo e de Aureliano Lessa. Formou-se em 1852.
Seu primeiro livro publicado foi "Cantos da Solidão", obra poética identificada com sua fama de boêmio e satírico, ainda na faculdade. Logo depois de formado foi para Catalão, em Goiás, onde exerceu o cargo de juiz municipal e lá permaneceu de 1832 até 1854.
Bernardo Guimarães publica em 1872, seu romance "O Seminarista", onde expõe sua crítica ao celibato religioso. É considerada sua melhor obra. Seu romance mais popular foi "A Escrava Isaura", publicado em 1875, foi reproduzido para a televisão, com grande sucesso e levado para mais de 150 países. O romance conta o amor de Isaura, uma escrava branca, e Álvaro um jovem abolicionista e republicano.
Bernardo Joaquim da Silva Guimarães faleceu no dia 10 de março de 1884, em Ouro Preto, Minas gerais.
Obras de Bernardo Guimarães:
Cantos da Solidão, poesia, 1852
Inspirações da Tarde, poema, 1858
O Ermitão do Muquém, romance, 1858
A Voz do Pajé, drama, 1860
Evocação, poesia, 1865
Poesias Diversas, 1865
A Bais de Botafogo, poesia, 1865
Lendas e Romances, contos, 1871
A Dança dos Ossos, conto, 1871
O Garimpeiro, romance, 1872
O Seminarista, romance, 1872
O Índio Afonso, romance, 1872
A Escrava Isaura, romance, 1875
Novas Poesias, 1876
A Ilha Maldita, romance, 1879
O Pão de Ouro, conto, 1879
Folhas de Outono, poesias, 1883.
Rosaura, a Enjeitada, romance, 1883.
Nos textos narrativos, Bernardo adotou como principais cenários para seus romances os sertões mineiro e goiano, porém também se utilizou das paisagens nordestinas. Na prosa, observava a vida sertaneja, com seus tipos humanos, marcados por diversas vezes aparecem vinculadas a manifestações psicológicas. Seu estilo natural, com linguagem simples e acessível, fez desse artistaum dos mais importantes de sua época, justamente pela facilidade com que o publico tinha contato com sua obra, na qual retratava temas próximos da realidade popular.
No livro A escrava Isaura, escrito em 1875, o pai da heroína sabedoria da situação em que vivia a filha recorre a várias pessoas e autoridades na tentativa de ajudá-la. 
CONTEXTO HISTÓRICO
Nesta obra, A Escrava Isaura, se passa em meio ao reinado de D. Pedro II, época em que o romantismo se amadurecida, passando a retratar problemas sociais, como a escravidão. 
O desenvolvimento da agricultura, principalmente no cultivo do café e da cana-de-açúcar, contribuiu para o aumento exponencial da economia escravagista, que explorou covardemente a mão-de-obra dos negros trazidos da África, comercializados de forma idêntica a uma mercadoria qualquer.
Vale lembrar que após o processo de independência, o Brasil manteve por quase um século a escravidão e a exploração dos negros. Ou seja, mesmo considerando um país livre, o Brasil tinha grande poder de sua população presa no interior de senzalas, o que construiu um quadro social contraditório.
Nessa mesma época, ao lado do território brasileiro, se desenvolviam os processos revolucionários dos países latino- americanos, que já haviam abolido a escravidão há muitos anos e que agora passavam a se democratizar politicamente longe do que acontecia no Brasil.
Os abusos contra os escravos e as condições subumanas a qual eles eram submetidos, relacionaram-se ao surgimento da poesia social, que superava os valores egocêntricos da segunda fase romântica e se voltava para o mundo exterior comprometendo-se com as questões sociopolíticas, consideradas muito mais importantes para o país. Para completar fortalecia-se na época o movimento abolicionista, que lutava pela liberdade dos escravos e pelo fim da indústria escravocrata.
Todos esses fatores reunidos promoveram uma verdadeira guerra ideológica entre os fazendeiros, que se beneficiavam enormemente da exploração escrava, e os abolicionistas, que defendem o fim da escravidão e a fundação da república.
Foi nesse contexto que Bernardo comprometido com a causa abolicionista, escreveu o romance que fez o maior sucesso, A Escrava Isaura, que critica duramente os abomináveis e hediondos crimes de escravidão, retratando a descriminação social sofrida pelo escravo em meio à descriminação e distinção de classes que se estabeleceu na sociedade da época.
Essa leitura, nos da uma visão ampla do que acontecia onde a barbárie e a selvageria andavam de mãos dadas castigando, muitas pessoas, que foram violentadas e assassinadas, e até mesmo estupradas, essa forma de exploração desumana e cruel, viola gravemente boa parte dos princípios e direitos fundamentais do ser humano, que estão elencados na Constituição Federal de 1988, como a liberdade, a educação, a honra, a imagem, a crença, princípios da dignidade, moralidade e autonomia da pessoa humana. (Brasil, 2016).
 Infelizmente nessa época, do monarquista de D. Pedro II, não existiam direitos para os mais vulneráveis, o poder centralizava nas mãos do rei, e as pessoas eram torturadas maltratadas e escravizadas, Mas não demorou muito, para que os parlamentares e dentre outros governantes da época se revolta contra a vontade do rei.
Desde então, muitas guerras foram travadas para que se pudesse fazer valer a opinião e os direitos da democracia, e que os poderes não fossem concentrados na mão de uma só pessoa, que fosse feita a separação destes. Essa luta perdurou por vários séculos resultando numa instauração de uma Republica entrelaçada pelo Estado Democrático de Direito.
O livro escrava Isaura foi muito difundido na época de sua publicação, pois além de apresentar uma linguagem simples e direta, a obra retratava um problema muito próximo da realidade social: a escravidão.
Nessa obra romântica, Bernardo Guimarães faz uma forte critica os abusos e humilhações com os quais os escravos sofriam. No tocante, não deixa de ter com foco principal o amor, acompanhado das características fundamentais do Romantismo, como o sentimentalismo exacerbado e a idealização da mulher. 
Isaura a bela escrava quarada que protagoniza a história é descrita pelo autor de forma magnifica, com podemos observar no seguinte trecho de Álvaro, quando é questionado por seu amigo, a respeito das origens da bela heroína:
“Pouco me importo com essas coisas, e poderia responder-te que veio do céu, que é da família dos anjos, e que tem uma fortuna superior a todas as riquezas do mundo: uma alma pura, nobre e inteligente, e uma beleza incomparável” [...] (GUIMARÃES, 2005, p.70).
Nesse fragmento podemos notar a exuberância e a grandiosidade das discrições do autor, bem com sua clareza na escrita. Além desse, outros aspectos marcantes do romantismo estão presentes na obra, com a bravura e pureza da heroína e o exagero do sentimentalismo apresentado.
Á forma como o autor aborda a questão da escravidão, e possível notar que ao longo da sua historia ele tece uma critica consistente e fundamentada a respeito de indústria injusta e repugnante. “Deplorável contingência, a que somos arrastados, a que somos arrastados em consequência de uma instituição absurda e desumana!”. O comentário citado pertence a uma das falas de Álvaro, dita durante outra conversa com seu amigo Geraldo, na qual se sente indignado diante da situação vivida por Isaura “sua amada” em meio aos abusos decorrentes de sua posição de escrava.
No entanto depois dessas considerações feitas pelos personagens ao longo da historia, Bernardo Guimarães expressa sua própria visão referente à sociedade da época e com isso, tenta conscientizar acerca dos inaceitáveis crimes cometidos contra os escravos, bem como defender sua posição abolicionista.
Outro ponto importante que deve ser levado em consideração ao analisar a obra são as menções feitas pelo autor, nas quais também opina a respeito da distinção de classes estabelecida no âmbito social brasileiro do século XIX. Observemos a passagem a seguir:
	“Miseráveis e estupida papelada que são essa ignorância, que são vossas leis a boa fé, proteger a fraude, iludir a ignorância, defraudar a pobre e favorecer a usura e rapacidade nos ricos, nos ricos, são elas fecundas em recursos e estratagemas de toda espécie. Mas quando se tem em vista um fim humanitário, quando se trata de proteger a inocência desvalida contra a prepotência, de amparar o infortúnio contra uma injusta perseguição, então ou são mudas, ou são cruéis”[...] (GUIMARÃES. s.d., p.136)
Neste trecho observamos o fervor com que Álvaro discorda da organização legislativa do país, que segundo ele, privilegia as camadas mais abastadas e prejudica a todo custo os mais pobres e humildes. Esse tipo de ocorrência apesar de denunciada em um livro de mais de um século, é tão corriqueira e presente na sociedade atual que podemos até nos confundir com relação á data do escrito.
É importante lembrar que essa maneira de posicionamento influencia os leitores, levando-os a refletir sobre o comportamento da população e, consequentemente fazendo-os mudar suas atitudes e sua forma de agir pensar. No entanto, é necessário que o publique sinta-se sensibilizado com a situação e, em função disso, passe a defender a causa. Para isso, Bernardo Guimarães destaca o drama vivido por Isaura, sendo esta uma forma de refletir a realidade dos outros milhares de escravos existentes na época.
A escrava Isaura pode ser considerada um legítimo texto romântico, se levarmos em conta o aspecto plástico e emocional da obra. Porém, se avaliarmos o fundo ideológico e renovador presente no romance, notaremos que esse livro liga-se mais estreitamente às causas sócias, visando modificar o senso comum e procurando moldar a identidade nacional.
Da crítica à lei que protege a instituição da escravidão, mesmo que esta seja condenada pela civilização, pela moral e pela religião, passa-se a um questionamento geral do arcabouço jurídico do império, agora acusado de fazer justamente o contrário daquilo quepromete: a garantia da justiça. 
Diante de todas essas reviravoltas que viveu a Isaura nesse período escravocrata, ao trazermos para a realidade, até mesmo o próprio autor questionou duramente os crimes escravagistas e aviltamentos das pessoas, constatam-se inúmeros crimes contra a humanidade no âmbito coletivo. Na visão constitucional têm-se direitos assegurados como estes:
Na Constituição Federal de 1988, no caput do art. 5, diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito á vida, a liberdade, á igualdade, á segurança e propriedade, nos termos seguintes:”´(BRASIL, 2016, p. 9)
Sabe-se que todo ou qualquer cidadão tem o direito de Liberdade de expressão amparado pela Constituição, fazendo parte dos direitos e garantias constitucionais, esse direito, foi criado pela declaração de direitos humanos, que dá o direito á qualquer indivíduo poder se manifestar, livremente, suas opiniões, ideias e pensamentos pessoais sem medo de retaliação ou censura por parte do governo ou de outros membros da sociedade. 
_________________________________________________________________________________
²A afirmação de que os escravos são vítimas de seus carrascos brancos pode ser lida como um contraponto ao livro de Joaquim Manoel de Macedo, As vítimas algozes, publicado em 1869. Neste livro, pretendendo defender a abolição, expunha-se a tese de que, na verdade, os brancos eram as vítimas e os escravos os seus carrascos, e, por isso, os senhores deveriam libertar seus escravos para se vir livres de uma ameaça. 
Este conceito é fundamental para democracia moderna nas quais resplandece que a censura não tem respaldo moral. A liberdade de expressão é um direito humano, essencial e inerente à pessoa protegido pela Declaração Universal de Direitos Humanos da ONU, de 1948, e pelas constituições de vários países democráticos. 
Segundo o artigo 19° da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
	
	"Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras". (D.U.D.H. 1948, art. XIX, p.3)
Deste modo esses direitos foram se dinamizando no mundo inteiro e se aperfeiçoando no decorrer do tempo, surgindo diversas formas de direito para nos salvar desse abismo de violência e sofrimento, começando pelo o continente africano devido ao seu alto índice de preconceitos e vida escrava. 
Em meio a tanta rebeldia e crueldade da humanidade, que era imposta as pessoas forçadas a obedecer a suas normas, que advinha de ditadores da época, dos fazendeiros ricos e soberanos, que não pensavam duas vezes, em castigar ou estuprar seus escravos quando não fazia sua vontade.
CONCLUSÃO
Em suma, no decorrer deste trabalho, podemos analisar de maneira bem profunda uma das obras mais célebres da arte do romantismo brasileiro. Ao conhecermos toda a vida e a obra de Bernardo Guimarães, traçamos um parâmetro no qual foi possível medir sua participação no movimento literário a qual pertenceu de modo a contribuir para a evolução da literatura no Brasil.
Em sua obra A Escrava Isaura, o escritor dá um salto enorme em direção ao amadurecimento da forma como o romantismo abordava o amor e o sentimentalismo, passando a atrelar esses temas clássicos às questões sociais vividas. 
Desta forma, conseguimos difundir melhor seu posicionamento com relação aos graves problemas que assolavam a grande maioria do seu povo no reinado de Dom Pedro II no século XIX, permitindo ao leitor construir uma nova forma de pensar e agir, o que constitui uma característica fundamental, que é o objetivo da literatura. 
Então com base nessa premissa básica do romantismo não se ausenta da obra a forma da idealização da mulher e a construção de uma heroína, dotada de valores escassos tanto na sociedade da época e que são indispensáveis para a formação do caráter nacional, que são descartados neste período.
Com base no que foi dito, ao concluir que a literatura funciona como um importante alicerce na construção da sociedade e que através dela é possível modificar as bases do conhecimento e pensamento humano. 
Por conta deste modo de pensar, vale ressaltar que a crescente democratização do conhecimento e Direito, resulta na melhoria da educação e na conquista da liberdade, dignidade e autonomia, seja por meio de guerras, ou de cartas de “euforias” e da “lei áurea”, pondo um fim, nessa era de escravidão monarquista, e o começo de um novo tempo republicano e constitucionalista. 
Assim como Bernardo Guimarães, defendeu a causa do abolicionista e pôs fim na distinção de classe e a escravidão, defenderemos também e lutaremos para que a sociedade seja liberta de sua senzala de terrores e ideologias na qual eram submetidos, por meios de mecanismos legislativos, para erradicar essa alienação e ignorância, sendo esses os carrascos que prendem a maioria do povo brasileiro à eterna mediocridade.
REFERÊNCIA:
¹GUIMARÃES, Bernardo. A Escrava Isaura, Editora Martim Claret, 2005.
²MARTINS, Patrícia. Manual de literatura. São Paulo. DCL, 2010.
Vida e obra de Bernardo Guimarães. Disponível em: http://www.reocities.com/paulolopes. geo/BIO.HTM, e também, https://www.ebiografia.com/bernardo_guimaraes/
http://www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe4/coordenadas/eixo06/Coordenada%20por%20Carla%20Simone%20Chamon/Luciano%20Mendes%20de%20Faria%20Filho%20-%20Texto.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade_de_express%C3%A3o
http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/a-escrava-isaura.html
Declaração universal dos direito humanos de 1948.
Constituição Federal de 1988, da Republica Federativa do Brasil.

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