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CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 1! AULA 02 - TEORIA Empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI). Sociedade Empresária. Nome empresarial. 1. INTRODUÇÃO Olá! Como vai você?! Tudo bem, e com bastante ânimo para nossa AULA 02?! Espero que sim! Nosso propósito de hoje é apresentar a parte teórica sobre importantes figuras do mundo em que vivemos, que são as sociedades! Mas, antes iremos ver sobre a mais nova figura de pessoa jurídica existente na lei brasileira, a EIRELI! Eis a organização das matérias: ⇒ Empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI); ⇒ Sociedade Empresária; e ⇒ Nome empresarial. Com os assuntos da aula de hoje, você poderá responder perguntas relacionadas com A ATIVIDADE EMPRESÁRIA EXERCIDA POR PESSOA JURÍDICA! Fique em paz, pois não há nada muito difícil nesses assunto. Mantenha a tranquilidade! Sempre recomendo aos alunos que as terminologias novas podem ser bem assimiladas após releituras da aula. Por isso vale à pena rever a matéria, para criar familiariedade com as palavras! E, qualquer dúvida, é só perguntar! Vamos lá! 2. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA Pessoal, para começar, temos novidades em nosso ordenamento jurídico com a entrada em vigor da nova figura da empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI), criada pela Lei no 12.441, de 11 de julho de 2011. CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 2! Essa lei trouxe alterações ao Código Civil (CC), que somente entraram em vigor cento e oitenta dias após a publicação no Diário Oficial da União, ocorrida em 12 de julho de 2011. Principais características: a. a EIRELI não é uma pessoa física, trata-se de uma nova espécie de PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO (art. 44, inciso VI, do CC), contudo não é uma nova espécie de sociedade, já que a existência das sociedades está expressamente prevista no inciso II do art. 44, do CC; CC: “Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: ........................... II - as sociedades; ........................... VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.” b. seu capital social deve ser totalmente integralizado por seu único titular, que deve ser uma pessoa natural, ou seja, uma pessoa física (art. 980-A, caput, do CC); c. diferentemente do empresário individual (responsabilidade ilimitada), o titular da EIRELI responde limitadamente até o valor do capital social. d. pode adotar firma ou denominação social, seguida da expressão “EIRELI” (art. 980-A, § 1o, do CC); e. cada pessoa natural somente poderá constituir uma única EIRELI (art. 980-A, § 2o, do CC); f. as EIRELIs serão regidas, no que couber, pelas normas das sociedades limitadas (art. 980-A, § 6o, do CC). 3. SOCIEDADE EMPRESÁRIA Para complementar o tema sobre empresário, vamos falar também sobre Sociedade Empresária! Para falar sobre o assunto, vamos também registrar CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 3! informações sobre sociedades em geral, para que você possa tê-las à mão, e saber distinguir O QUE É UMA SOCIEDADE EMPRESÁRIA! 3.1. SOCIEDADE Uma sociedade é formada mais ou menos assim: duas ou mais pessoas resolvem aplicar dinheiro e serviço, visando tocar juntos um ou mais negócios lucrativos e, então, formalizam, por escrito, o ato constitutivo da sociedade. Ao se tornarem sócias, essas pessoas passam a ter o direito de participar dos resultados econômicos dessa nova sociedade! CC: “Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.” 3.2. CARACTERÍSTICAS DAS SOCIEDADES Veja as principais características das sociedades: a. pluralidade: uma sociedade deve ser formada entre duas ou mais pessoas (exceção: lembrem-se que a lei admite, excepcionalmente, que algumas sociedades possuam apenas um sócio, que são as chamadas sociedades unipessoais, as quais serão vistas um pouco mais à frente); b. vontade de cooperação ativa (o mesmo que “affectio societatis” — está em latim, mas é assim mesmo que aparece em provas!): significa a vontade de criação uma sociedade e permanecerem unidos, para a execução de uma ou mais atividades econômicas; c. exploração de atividade econômica: a sociedade deve ter o propósito de executar atividades ligadas à produção ou circulação de bens ou serviços; CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 4! d. contribuição de bens ou serviços: para que a sociedade possa funcionar, o capital social deve ser constituído, mediante contribuição de seus sócios, tanto em forma de bens (dinheiro, móveis, aparelhos, etc.), como em serviços, pelo chamado “sócio de indústria” (pode ser algum trabalho a ser desenvolvido com conhecimentos técnicos especiais em benefício da sociedade; essa possibilidade de contribuição em serviços não vale para as sociedades limitadas, para as sociedades por ações e para o sócio comanditário nas sociedades em comandita simples); e. fins lucrativos: a sociedade deve ter intuito de gerar novos recursos para serem distribuídos entre os sócios, sendo proibida a cláusula que exclua algum sócio de compartilhar dos lucros ou dos prejuízos sociais, pelo princípio da vedação da cláusula leonina (art. 1.008, do CC). ATENÇÃO: proibição de cláusula leonina! ! O apelido da chamada “cláusula leonina” é inspirado no comportamento do leão macho adulto, que, normalmente, não permite que as fêmeas de seu bando usufruam do resultado da caça! As leoas ficam “de fora”, assistindo o leão devorar o “almoço”. Pois é dessa comparação que vem o raciocínio da proibição da cláusula leonina, que veda que algum dos sócios fique sem a repartição dos lucros. ! Veja bem que a repartição em parcelas diferenciadas não viola a regra do art. 1.008, do CC. O que é proibido é que algum sócio fiquem sem participação nenhuma! CC: “Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.” 3.3. TIPOS DE REGISTRO SOCIETÁRIO CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 5! O próximo passo, depois que identificamos o que é uma sociedade, é guardar que o registro (ou inscrição) de seus atos constitutivos é que FAZ NASCER A PERSONALIDADE JURÍDICA DA SOCIEDADE! Esse registro pode ter natureza: a. EMPRESARIAL: para as sociedades empresárias, em cartório de Registro Público de Empresas Mercantis (Juntas Comerciais); ou b. CIVIL: para as sociedades simples, a cargo de cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. CC: “Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150). ........................................................ Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam- se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.” Quero lembrar você que as sociedades rurais podem optar pelo registro empresarial, momento a partir do qual elas passarão a ser constituídas pela natureza empresarial (art. 971, do CC). Guarde que essa é uma OPÇÃO, ou seja: trata-se de uma faculdade para as sociedades rurais! Pelo art. 1o, § 2o, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (EOAB), criado pela Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994, todos os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados. 3.4. ATOS CONSTITUTIVOS Os atos constitutivos de uma sociedade podem ser os seguintes, a depender da forma adotada para a divisão do capital social: CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 6! a. contrato social: documento responsável pela formação de uma sociedade contratual; no caso, o capital será dividido em cotas (ou quotas); e b. estatuto social: responsável pela formação de uma sociedade estatutária (ou institucional); cujo capital é dividido em ações; somente as sociedades por ações (sociedade anônima e sociedade em comandita por ações) podem utilizar esse modelo de ato constitutivo. 3.5. NATUREZA DAS SOCIEDADES ��TIPOS DE SOCIEDADES Galera, agora, quero frisar outro assunto importante para vocês! Tomem cuidado para não misturar certos conceitos. A natureza das sociedades (que pode ser empresária ou simples) não se confunde com os tipos que podem revesti-las. Quanto à NATUREZA, podem ser: a. sociedade empresária: as que praticam atos sujeitos a registro de empresário (art. 982, caput, primeira parte, do CC); ou b. sociedade simples: as quem praticam atividades civis não empresariais (sociedades de médicos, sem terceiros contratados para a atividade-fim; sociedades de advogados; sociedade rural não registrada na Junta Comercial, etc.). E, quanto ao TIPO: a. sociedade em comandita simples (C/S); b. sociedade em nome coletivo (N/C); c. sociedade limitadas (Ltda.); d. sociedade anônima (S/A); ou e. sociedade em comandita por ações (C/A)! Tanto as sociedades de natureza empresária, quanto as sociedades natureza simples, podem adotar qualquer um desses tipos societários (art. 983, caput, primeira parte, do CC). CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 7! As sociedades simples que não adotarem um desses tipos serão regidas por normas próprias das sociedades simples (arts. 983, caput, segunda parte, e 997/1.038, do CC). Toda S/A e C/A sempre será de natureza empresária. E toda sociedade cooperativa sempre será de natureza simples, independentemente de seu objeto (art. 982, parágrafo único, do CC). CC: “Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.” Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias. Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a constituição da sociedade segundo determinado tipo.” REEXPLICANDO: Obs. no 1: Sociedade simples não é um tipo societário! Veja o seguinte artigo do CC: "Art. 983. sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias." Para compreender melhor o assunto, recomendo que tenha em memória os seguintes conceitos: ⇒ A expressão SOCIEDADE SIMPLES está ligada à natureza CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 8! da sociedade. A sociedade simples possui regras próprias. ⇒ Quanto à natureza da sociedade, ainda temos a SOCIEDADE EMPRESÁRIA. A sociedade empresária não possui regras próprias, como a sociedade simples, mas pode assumir algum dos tipos societários previstos nos arts. 1.039/1.092, do CC! Obs. no 2: pode gerar certa confusão o fato de que é possível que uma sociedade simples assuma o tipo de sociedade por ações! Veja bem que as expressões SOCIEDADE ANÔNIMA e a SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES são tipos societários existentes no Código Civil. Ao observar o supracitado dispositivo legal (art. 983, do CC), veja que as SOCIEDADES SIMPLES podem optar por um dos tipos das SOCIEDADES POR AÇÕES (cf. art. 1088/1.092, do CC; esses tipos são o da sociedade anônima e o da sociedade em comandita por ações). Nesse caso, conclui-se que: ⇒ A SOCIEDADE SIMPLES pode adotar as regras próprias de sociedade simples. ⇒ A SOCIEDADE SIMPLES também pode adotar qualquer um dos tipos societários existentes, incluídos os tipos de sociedade por ações (arts. 1.039 /1.092, do CC). ⇒ Toda SOCIEDADE POR AÇÕES é uma sociedade empresária, independentemente do objeto (art. 982, parágrafo único, do CC), ou seja, independentemente da natureza do objeto explorado, seja ele de natureza de sociedade simples, ou de natureza de sociedade empresária! ⇒ Logo, a SOCIEDADE SIMPLES que adotar o tipo SOCIEDADE ANÔNIMA (que é uma sociedade por ações), deve ser considerada SOCIEDADE EMPRESÁRIA, por força legal (art. 982, parágrafo único, primeira parte, do CC). EXPLICO MAIS: ao ser qualificada a sociedade simples como CURSO DE DIREITO EMPRESARIALEM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 9! sociedade empresária, por ter adotado o tipo de S/A, essa sociedade estará sujeita: " às regras de registro empresarial obrigatório; " à Lei das SAs; " à escrituração própria e obrigatória de empresário; " à Lei de Falências, etc. 3.6. CLASSIFICAÇÕES DAS SOCIEDADES Existem várias formas de classificar as sociedades. A seguir, apresento-lhes as três mais importantes, segundo a doutrina. 3.6.1. QUANTO AO REGIME DE CONSTITUIÇÃO E DISSOLUÇÃO: a. Sociedades contratuais: i. constituídas por um contrato social; ii. o capital social é dividido em cotas (ou quotas), e o titular das cotas é denominado sócio; iii. são contratuais os seguintes tipos de sociedade: N/C, C/S e Ltda.; iv. o CC regula a formação e a dissolução desses tipos de sociedade. b. Sociedades estatutárias (ou institucionais): i. constituídas por estatuto social, votado em assembleia e arquivado na Junta Comercial; ii. o capital social é dividido em ações, e o respectivo titular é denominado acionista; iii. são estatutários os seguintes tipos: S/A e C/A; iv. a Lei das SAs (Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976) regula a formação e a dissolução desses tipos de sociedade. CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 10! 3.6.2. QUANTO À COMPOSIÇÃO (OU ÀS CONDIÇÕES PARA ALIENAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA): a. Sociedades de pessoas (ou “intuito personae”; o uso do latim é frequente em provas para identificar conceitos): i. importa mais a reunião das pessoas constantes do quadro social, segundo as qualidades próprias de cada indivíduo; ii. existe um forte vínculo pessoal ou psicológico (“affectio societatis”) entre os sócios, de tal forma que a alienação de cotas para a entrada de novas pessoas na sociedade deve ser previamente autorizada pelos demais sócios; iii. a morte de um dos sócios pode gerar a dissolução parcial da sociedade, na medida em que os sócios sobreviventes não concordarem com a sucessão da posição do sócio falecido em favor do herdeiro (nesse caso, esse herdeiro terá o direito de receber a parte que pertencia ao autor da herança, mas não poderá ingressar na sociedade); iv. as cotas são impenhoráveis, porque terceiros não poderiam adquiri-las em hasta pública e se tornarem sócios, sem a possibilidade de controle pelos demais sócios (a doutrina admite que a penhora recaia, pelo menos, sobre os direitos patrimoniais resultantes das cotas, quais seja, os direitos à percepção de lucros ou haveres do sócio na sociedade); v. são sociedades de pessoas: N/C, C/S (em relação ao sócio comanditado) e Ltda. (a última, a depender de previsão no contrato social, para ter essa condição). b. Sociedades de capital (ou “intuito pecuniae”): i. importa mais a reunião de bens e capital; ii. considera-se apenas a contribuição financeira para o ingresso no quadro de sócios, mediante a subscrição de ações; iii. os sócios não podem se opor à entrada de novos sócios, pelo princípio da circulabilidade da participação societária; CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 11! por isso, os herdeiros do sócio que vier a falecer podem se tornar sócios, independentemente da anuência dos demais sócios; iv. as ações podem ser objeto de penhora (o adquirente de ações em hasta pública tornar-se-á sócio); v. são sociedades de capital: C/S (quanto ao sócio comanditário); Ltda. (a depender de previsão no contrato social), S/A e C/A. 3.6.3. QUANTO À RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS: a. responsabilidade ilimitada: todos os sócios respondem subsidiariamente, mas de forma ilimitada com os seus bens, pelas obrigações sociais; ocorre para N/C; b. responsabilidade limitada: todos os sócios respondem subsidiariamente, mas de forma limitada com os seus bens, pelas obrigações sociais; acontece para Ltda. e S/A; c. responsabilidade mista: todos os sócios respondem subsidiariamente, mas uma parte desses sócios responde de forma ilimitada, e a outra, de forma apenas limitada; para C/S e C/A: i. C/S: nesse tipo de sociedade, o sócio comanditado responde ilimitadamente; os sócios comanditários, apenas limitadamente; ii. C/A: os sócios comanditados (acionistas que exercem cargo de administração) respondem ilimitadamente; já os sócios comanditários (acionistas comuns), apenas limitadamente. DICA PARA GUARDAR: o comanditado é quem fica com a responsabilidade patrimonial maior nas C/S e C/A; já o comanditário fica com responsabilidade patrimonial menor! " Coman”DITADO”: lembra um pouco “ditador”, que é a figura do governante que se põe à frente de um CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 12! povo. É o sócio que assume a maior reponsabilidade patrimonial. " Comandi”TÁRIO”: lembra “retardatário”. É o sócio com responsabilidade patrimonial menor, limitada. PRINCÍPIOS IMPORTANTES: ! Capital não integralizado: cotas ou ações apenas subscritas, cujos valores ainda não foram pagos à sociedade, mediante a entrega de dinheiro ou outro tipo de bens, pelo sócio. ! Responsabilidade subsidiária: primeiro são vendidos os bens do patrimônio da sociedade. Somente depois, se a dívida não foi totalmente quitada, é que se buscam bens do patrimônio pessoal dos sócios, com o objetivo de vendê-los para pagamento da dívida. É o que chamamos de benefício de ordem. ! A responsabilidade dos sócios sempre é subsidiária. A responsabilidade da sociedade é sempre ilimitada. ! Responsabilidade limitada: os bens dos sócios são penhoráveis e alienáveis até o limite do capital por ele subscrito. ! Responsabilidade ilimitada: todos os bens dos sócios respondem pelas dívidas sociais, exceto os bens impenhoráveis (ex.: bem de família, proventos de aposentadoria, etc.). ! Pelas cotas ainda não integralizadas, a situação exige duas distinções: a) nas sociedades por cotas, os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelo capital subscrito e não integralizado (então, como a sociedade é “intuito personae”, todos respondem pelas totalidade cotas ainda não integralizadas, independentemente de quem as CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 13! subscreveu. Ex.: “A” subscreveu 100 cotas e integralizou todase “B” subscreveu 50 cotas, e integralizou metade apenas. No caso, “A” poderá ser responsabilizado em razão das 50 cotas ainda não integralizadas de “B” e, depois, valer-se do direito de regresso contra o “B” pelo valor que pagou para terceiro); e b) nas sociedades por ações, respondem ilimitadamente até o número de suas ações que ele próprio subscreveu e ainda não integralizou (no caso, ninguém responde pelas ações subscritas e ainda não integralizadas por outro acionista, somente responde pelo capital que subscreveu). ! Em todos os casos devem ser preservados os bens impenhoráveis do patrimônio particular do sócio, que assim forem considerados por força de lei (ex.: bem de família, proventos de aposentadoria, etc.). 3.7. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES SOCIETÁRIAS 3.7.1. QUANTO À NACIONALIDADE: a. Sociedades brasileiras (ou nacionais): i. quando sediadas no Brasil e regidas pela legislação brasileira (arts. 1.126/1.133, do CC); ii. portanto, uma sociedade formada por sócios e capital estrangeiros, que possuir sede no Brasil e for regida pela lei brasileira: será uma sociedade brasileira (ou nacional)! iii. a mudança de nacionalidade de sociedade brasileira só pode ser feita com o consentimento unânime dos sócios ou acionistas (art. 1.127, do CC). b. Sociedades estrangeiras: i. as que não preenchem os requisitos descritos acima (sede no Brasil e ser regida por lei brasileira) serão consideradas CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 14! estrangeiras, mesmo que tenha sócios brasileiros e capital nacional; ii. dependem de autorização do Poder Executivo federal para funcionar no Brasil (arts. 1.134/1.141, do CC), salvo para a hipótese de ser sócia de sociedade anônima brasileira; iii. dentre outras regras, estão sujeitas às leis e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos ou operações praticados no Brasil; iv. funcionará no território nacional com o nome que tiver em seu país de origem, podendo acrescentar as palavras "do Brasil" ou "para o Brasil"; v. é obrigada a ter, permanentemente, representante no Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões e receber citação judicial pela sociedade, cujo representante somente poderá agir perante terceiros depois de arquivado e averbado o instrumento de sua nomeação; vi. qualquer modificação no contrato ou no estatuto dependerá da aprovação do Poder Executivo federal, para produzir efeitos no território nacional. 3.7.2. QUANTO À LIBERDADE PARA DESENVOLVER ATIVIDADE: a. pela Constituição Federal, prevalece o princípio do livre exercício de qualquer atividade econômica, independente de autorização dos órgãos públicos, ressalvados os casos previstos em lei (art. 170, parágrafo único, da CF); b. Sociedades dependentes de autorização: determinadas atividades estão sujeitas à prévia autorização do Poder Executivo federal (art. 123, parágrafo único, do CC), a exemplo das instituições financeiras (sociedades anônimas), que estão sujeitas, por lei, à autorização de funcionamento a ser dada pelo Banco Central do Brasil (art. 10, inciso X, da Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964). 3.8. SOCIEDADES ENTRE CÔNJUGES CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 15! Quero destacar que é possível aos cônjuges contratar sociedades, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória (art. 977, do CC). 3.9. SOCIEDADES UNIPESSOAIS De forma excepcional, a lei brasileira admite as seguintes sociedades formadas por apenas um sócio, a seguir mencionadas: a. sociedade unipessoal temporária do art. 1.033, inciso IV, do Código Civil: é possível que a sociedade fique com apenas um único sócio, no máximo, por até cento e oitenta dias, sob pena de extinção; mas, esse sócio remanescente poderá requerer a transformação do registro da sociedade em registro de empresário individual ou empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI), o que permitirá a continuidade do negócio sem que precise “fechar as portas”; b. sociedade unipessoal temporária do art. 206, inciso I, alínea “d”, da Lei das SAs: é permitida, temporariamente, a existência de sociedade por ações com apenas um sócio, e, caso não conseguir aumentar o número de sócios até a próxima assembleia geral (essas assembleias são anuais), ocorrerá a dissolvição da sociedade; c. sociedade subsidiária unipessoal integral do art. 251, da Lei das SAs: uma sociedade por ações pode ser formada por apenas um sócio, quando este for uma sociedade brasileira; d. empresa pública unipessoal: caso seja formada com 100% de recursos pertencentes a um único ente da Federação (União, Estados, Distrito Federal ou Município), e sua criação depende de prévia autorização legislativa (art. 37, inciso XX, da Constituição), como é o caso, na esfera federal, da Caixa Econômica Federal (CEF) e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Muito bem! Agora que já vimos o que é uma sociedade empresária, quero registrar, ainda dentro da matéria societária, o tema sobre sociedades não personificadas, que são as que NÃO POSSUEM PERSONALIDADE JURÍDICA! CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 16! 4. SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS Conforme já falamos hoje, as sociedades adquirem personalidade jurídica (o que seria um nascimento!) com a inscrição de seus atos constitutivos no cartório de registro competente (arts. 985 e 1.150, do CC). A existência delas é por criação artificial, mas a legislação assegura que desde o seu nascimento toda pessoa é capaz de adquirir direitos e deveres (art. 1o, do CC)! CC: “Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.” Logo, o sócio possui personalidade jurídica própria e distinta da sociedade. ATENÇÃO: sociedade e seus sócios são pessoas distintas entre si! ! Cada um possui sua personalidade jurídica própria. ! Por isso, a mera substituição de um sócio por outro ou o aumento de número de sócios, dentro de uma sociedade, não altera, necessariamente, a personalidade jurídica da sociedade! Por isso, é que, via de regra, o sócio somente responderá com seu patrimônio particular, pelas obrigações sociais, apenas depois que forem esgotados os recursos patrimoniais da sociedade (RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DOS SÓCIOS PELAS OBRIGAÇÕES SOCIAIS). A esse beneficio é que atribuímos o nome de “BENEFÍCIO DE ORDEM”. A personalidade jurídica da sociedade funciona, então, como uma espécie de “escudo de proteção” para o patrimônio dos sócios. A pergunta importante para hoje é: pode existir alguma sociedade sem personalidade jurídica?! Sim, em duas possibilidades: ⇒ Sociedades em conta de participação; e ⇒ Sociedades em comum. CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREAJUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 17! 4.1. SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO As sociedades em conta de participação possuem as seguintes características: a. regidas pelos arts. 991/996, do CC; b. NUNCA adquirem personalidade jurídica, mesmo quando seu contrato for registrado; c. não possuem nome empresarial; d. possui sócio ostensivo (é quem exerce a atividade em seu nome individual e responde sozinho e ilimitadamente pelas obrigações sociais); e. possui sócio oculto (ou secreto, que somente participa dos resultados do investimento; esse sócio não responde pelas obrigações da sociedade, salvo se fizer parte na relação com terceiros, casos em que responderá solidariamente com o sócio ostensivo); f. patrimônio especial (contribuição de cada sócio, prevista no art. 994, caput, do CC), mas não pode valer contra terceiros, pois somente o sócio ostensivo possui responsabilidade patrimonial; g. falência do sócio ostensivo: acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito quirografário; h. falência do sócio participante: o contrato social fica sujeito às normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido; i. salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais; j. aplicam-se, subsidiariamente e no que com ela for compatível, as regras de sociedade simples; k. a liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual (mesmos que haja mais CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 18! de um sócio ostensivo, as respectivas contas serão prestadas e julgadas no mesmo processo). 4.2. SOCIEDADES EM COMUM As sociedades em comum são aquelas que deveriam estar registradas, mas não estão. Elas são caracterizadas pelos seguintes aspectos: a. enquanto não inscritos os atos constitutivos, regem-se (exceto por ações em organização, ou seja, em vias de registro), pelos arts. 986/990, do CC; b. aplicam-se, de forma subsidiária, dentro da compatibilidade, as normas da sociedade simples; c. os sócios somente provam por escrito a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo; d. patrimônio especial: constituído pelos bens e dívidas sociais, do qual os sócios são titulares em comum; e. os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios: salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer; f. todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais: mas o sócio que contratou pela sociedade será excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, do CC. g. segundo a classificação doutrinária, as sociedades em comum podem ser: i. IRREGULARES: possuem contrato escrito e não registrado; e ii. DE FATO: não possuem contrato escrito. 5. NOME EMPRESARIAL CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 19! Devemos compreender que toda pessoa (física ou jurídica) tem direito a um NOME, que é elemento de identificação de sua personalidade civil (arts. 16 e 52, do CC). Explico mais: a regra é que toda pessoa que pratica algum ato e desse ato surgir algum tipo de responsabilidade. E, como já vimos, toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil (art. 1o, do CC). Por isso, em sociedade, é importante a identificação das pessoas. Essas são características gerais da personalidade jurídica! Veja bem que as pessoas que exercem atividade de ramo empresarial devem possuir NOME EMPRESARIAL, que pode ser uma FIRMA ou pode ser uma DENOMINAÇÃO (arts. 980-A, e 1.155 ao 1.168, do CC). A regulamentação de nome empresarial aplica-se também às denominações das sociedades simples, associações e fundações, por expressa previsão do art. 1.155, parágrafo único, do CC. CC: “Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações.” O nome empresarial é INALIENÁVEL (art. 1.164, do CC), todavia, poderá ser usado juntamente com o do novo proprietário do estabelecimento, caso haja previsão contratual, por ato entre vivos, acompanhado da especificação de “sucessor”. CC: “Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.” A regra do nome empresarial aplica-se a todos os exercentes de atividade empresarial, exceto para: CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 20! a. as sociedades em conta de participação (art. 991 a 996, do CC): essas sociedades NUNCA ADQUIREM PERSONALIDADE JURÍDICA. Lembre-se que elas devem possuir um sócio ostensivo (que exerce a atividade em seu nome individual) e um sócio oculto, também chamado de sócio secreto, e o registro dessas sociedades não é obrigatório e nem lhes atribui personalidade jurídica; e b. as sociedades em comum (art. 986 a 990, do CC): não têm registro empresarial, mas deveriam ter, por isso são chamadas de irregulares (possuem contrato, mas não foi levado a registro) ou de fato (sequer possuem contrato). POR NÃO TEREM REGISTRO, NÃO ADQUIRIRAM PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA (art. 985, do CC), com isso ficam sem nome empresarial (possuem apenas título de estabelecimento ou nome de fantasia, que é o nome atribuído ao local onde é exercida a atividade, notoriamente conhecido pelo público). Quero destacar para vocês que o EMPRESÁRIO INDIVIDUAL deve possuir nome empresarial, chamado de FIRMA INDIVIDUAL, que pode coincidir com o seu nome individual (por completo ou abreviado), e, se quiser, ainda pode acrescentar uma designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. Vamos ver como se faz uma FIRMA (firma individual ou social, esta também conhecida por razão social) ou uma DENOMINAÇÃO (ou denominação social)?! DICA: para aprender a matéria sobre nome empresarial, TREINE! Não é difícil! É verdade que, de primeira mão, não é tão simples assim! E, se você seguir a minha dica, vai ficar mais fácil compreender os outros temas empresariais. CONFIE NO SEU POTENCIAL! 5.1 FIRMA Firma pode ser: a) firma individual; ou b) firma social (também conhecida por razão social). FIRMA INDIVIDUALCURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 21! ! Para empresário individual. " Nome civil do empresário individual (completo ou abreviado) + ramo da atividade (opcional). FIRMA DE EIRELI ! Para empresa individual de responsabilidade limitada. " Nome civil do único participante (completo ou abreviado) + ramo da atividade (opcional) + “EIRELI”. Observação: • Nas assinaturas de documentos ou contratos, deve-se imitar, por extenso, a firma da EIRELI. Exs.: os documentos em nome de “Luiz Pereira Equipamentos de Som EIRELI” devem ser assinado como “Luiz Pereira Equipamentos de Som EIRELI”; no caso de “L. P. Equipamentos de Som EIRELI”, deve ser assinado como “L. P. Equipamentos de Som EIRELI”. FIRMA SOCIAL (OU RAZÃO SOCIAL) ! Para: a) sociedades em nome coletivo (N/C); b) sociedades em comandita simples (C/S); c) sociedades limitadas (Ltda.); e d) sociedades em comandita por ações (C/A). " Nome civil de um dos sócios (abreviado ou não) + “e Companhia” ou “& CIA.” ou nome de mais sócios que respondem ilimitadamente pelas obrigações da sociedade (abreviados ou não) + ramo da atividade (opcional). Observações: • Eventual ausência de “Ltda.” ou “Limitada” nas firmas das sociedades limitadas, implicará a responsabilidade solidária e CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 22! ilimitada para todos os administradores que fizerem uso do nome empresarial. • Nas assinaturas de documentos ou contratos, deve-se imitar, por extenso, a firma individual ou social. Exs.: os documentos em nome de “Luiz Pereira & Cia. Equipamentos de Som” devem ser assinado como “Luiz Pereira & Cia. Equipamentos de Som”; no caso de “L. Pereira Equipamentos de Som Ltda.”, deve ser assinado como “L. Pereira Equipamentos de Som Ltda.” 5.2. DENOMINAÇÃO Também é conhecida como denominação social. DENOMINAÇÃO (OU DENOMINAÇÃO SOCIAL) ! Para: a) empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI); b) sociedades limitadas (LTDA.); c) sociedades em comandita por ações (C/A); e d) sociedades anônimas (S/A), estas também são conhecidas como companhias. " Qualquer expressão linguística (“elemento fantasia”) + ramo da atividade (obrigatório). Observações: • Não serve para empresário individual, que somente usa firma individual. • É obrigatória para as sociedades anônimas (nesse caso, pode ser acrescentado o nome fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa). • denominação é obrigatória para as sociedades cooperativas (que são sociedades simples). • Eventual ausência de “Ltda.” ou “Limitada” nas denominações das sociedades limitadas, implicará a responsabilidade solidária e CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 23! ilimitada para todos os administradores que fizerem uso do nome empresarial. • Nas assinaturas de documentos ou contratos, deve-se assinar, por extenso, o nome civil do representante da sociedade, sobre o nome da sociedade. Exs.: os documentos em nome de “Companhia Equipamentos de Som” devem ser assinado pela pessoa física que representa a sociedade, com seu nome civil; no caso de “Luiz Pereira & Cia. C/A” ou “Luiz Pereira Equipamentos de Som S/A”, o representante Luiz Pereira, pessoa física, assina o documento com o seu próprio nome civil. DENOMINAÇÃO DE EIRELI ! Para empresário empresa individual de responsabilidade limitada. " Qualquer expressão linguística (“elemento fantasia”) + ramo da atividade (obrigatório). Observação: • Nas assinaturas de documentos ou contratos, deve-se assinar, por extenso, o nome civil do representante sobre a denominação da EIRELI. Exs.: os documentos em nome de “Equipamentos de Som EIRELI” devem ser assinado pela pessoa física que representa a EIRELI, com seu nome civil; no caso de “Melodia Equipamentos de Som EIRELI”, o representante Luiz Pereira, pessoa física, assina com o seu próprio nome civil. 5.3. EXPLICAÇÃO DETALHADA + EXEMPLOS Pessoal! Insisto nesse assunto, pela importância de se identificar as sociedades empresariais pelo nome empresarial que possuírem! CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 24! Muito bem! Precisamos, agora, de explicações mais detalhadas, caso a caso para as firmas e denominações, com exemplos práticos1, para que o assunto fique mais claro: a) EMPRESÁRIOS INDIVIDUAIS – pessoa física – (SOMENTE PODEM USAR FIRMA INDIVIDUAL): Luiz Pereira (pessoa física); “Luiz Pereira” (empresário individual); “Luiz Pereira Equipamentos de Som” (empresário individual); e “L. P. Equipamentos de Som” (empresário individual); CC: “Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade.” b) SOCIEDADES EM NOME COLETIVO (N/C) – todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais – (SOMENTE USAM FIRMA SOCIAL, QUE É SINÔNIMO DE RAZÃO SOCIAL): “Luiz Pereira, José da Silva & Maria dos Santos”; “Luiz Pereira, José da Silva & Maria dos Santos Equipamentos de Som”; “L. Pereira, J. da Silva & M. dos Santos Equipamentos de Som”; “Luiz Pereira & Cia.”; “Luiz Pereira & Cia. Equipamentos de Som”; CC: “Art. 1.041. O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no art. 997, a firma social.” “Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo.” !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! " !#! $%&'()*! +'%! ,'-$%! +$%&./0'%! ,$%0*! *1(*! 2! 31.*-$,0$! 4/&05&/*6! 7'.0*,0'8! 91*(91$.! &'/,&/+:,&/*! %$.;! -$.*! &'/,&/+:,&/*6! CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 25! c) SOCIEDADES EM COMANDITA SIMPLES (C/S) – existem dois tipos de sócios, os comanditados, que respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais (seus nomes podem serexpressos, no caso, Luiz Pereira e José da Silva, ou abreviados), e os comanditários, que respondem apenas limitadamente (os nomes dos comanditários serão substituídos pela expressão “e Companhia” ou “& Cia”, sob pena de responderem ilimitadamente, sendo que Maria dos Santos é sócia comanditária, em nosso exemplo) – (SOMENTE FIRMA SOCIAL): “Luiz Pereira, José da Silva & Cia.”; “L. Pereira, J. da Silva & Cia. Equipamentos de Som”; “Luiz Pereira, José da Silva & Cia. Equipamentos de Som”; d) EMPRESAS INDIVIDUAIS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA – já está valendo o novo art. 980-A, do CC (acrescentado pela Lei no 12.441, de 11 de julho de 2011) – (PODEM UTILIZAR FIRMA SOCIAL, OU USAR DENOMINAÇÃO, em ambos os casos, acrescida da expressão “EIRELI”): “Luiz Pereira EIRELI”; “Luiz Pereira Equipamentos de Som EIRELI”; e “L. P. Equipamentos de Som EIRELI”; “Melodia Equipamentos de Som EIRELI”; CC: “Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. § 1o O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. § 2o A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. § 3o A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. § 5o Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 26! natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. § 6o Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.” e) SOCIEDADES LIMITADAS – todos os sócios respondem limitadamente pelas obrigações da sociedade – (PODEM UTILIZAR FIRMA SOCIAL, OU USAR DENOMINAÇÃO, em ambos os casos, acrescida da palavra “Limitada” ou da abreviatura “Ltda.”, sob pena de os administradores se tornarem ilimitadamente responsáveis ao usarem o nome empresarial dessa forma; na firma social não poderá ser usado nome de sócio que seja pessoa jurídica): em caso de firma, “Luiz Pereira, José da Silva & Maria dos Santos Ltda.”; “Luiz Pereira, José da Silva & Maria dos Santos Equipamentos de Som Ltda.”; “L. Pereira, J. da Silva & M. dos Santos Equipamentos de Som Ltda.”; “Luiz Pereira & Cia. Ltda.”; “Luiz Pereira & Cia. Equipamentos de Som Ltda.”; ou, em caso de denominação, “Melodia Equipamentos de Som Ltda.”; CC: “Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura. § 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. § 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. § 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade.” f) SOCIEDADES EM COMANDITA POR AÇÕES – somente os sócios diretores respondem solidária e ilimitadamente, no caso, Luiz Pereira e José da Silva, e a sócia que não pertence a essa categoria de sócios é a Maria dos Santos, que poderá ser representada apenas pela CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 27! expressão “& Cia.” – (PODEM UTILIZAR FIRMA SOCIAL, OU USAR DENOMINAÇÃO, em ambos os casos, acrescida da expressão “comandita por ações” ou da abreviatura “C/A”): em caso de firma, “Luiz Pereira, José da Silva & Cia. C/A.”; “Luiz Pereira, José da Silva & Cia. Equipamentos de Som C/A”; “L. Pereira, J. da Silva & Cia. Equipamentos de Som C/A”; “Luiz Pereira & Cia. C/A”; “Luiz Pereira & Cia. Equipamentos de Som Comandita por Ações”; ou, em caso de denominação, “Melodia Equipamentos de Som C/A”; “Melodia Equipamentos de Som Comandita por Ações”; CC: “Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão "comandita por ações". g) SOCIEDADES ANÔNIMAS, TAMBÉM CHAMADAS DE COMPANHIAS – não admite firma, também regida pela Lei das Sociedades Anônimas (Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976) – (SOMENTE DENOMINAÇÃO, em que pode ser usado elemento fantasia + o nome do fundador da sociedade, de acionista ou pessoa que possa ter contribuído para a formação da sociedade, e deve ser acompanhada de “sociedade anônima” ou “S/A”, que poderá ser redigida no início, meio ou fim, OU seguida da palavra “companhia” ou abreviatura “Cia.”, que não pode ser usada no fim): “Melodia Equipamentos de Som Sociedade Anônima ”; “Melodia S/A Equipamentos de Som”; “Sociedade Anônima Melodia Equipamentos de Som”; “Companhia Melodia Equipamentos de Som”; “Cia. Melodia Equipamentos de Som”; “Luiz Pereira Equipamentos de Som S/A”; CC: “Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente. Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa.” CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 28! Lei das SAs: “Art. 3o A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final. § 1o O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar na denominação.” h) SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO – formada por um sócio ostensivo e um sócio oculto (ou secreto) – não adquirem personalidade jurídica, portanto, NÃO PODEM TER NOME, NEM DENOMINAÇÃO SOCIAL; CC: “Art. 1.162. A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação.” i) SOCIEDADES COOPERATIVAS – destinadas à ajuda mútua entre seus sócios (os próprios sócios serão os usuários) e sem intuito lucrativo – (SOMENTE DENOMINAÇÃO, seguida da palavra “Cooperativa”): “Coração Saudável Cooperativa”; CC: “Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo "cooperativa".” j) MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE– são sociedades empresárias, sociedades simples, empresas individuais de responsabilidade limitada e os empresários individuais, alcançados pelo Estatuto das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006) – (PODEM UTILIZAR FIRMA, OU USAR DENOMINAÇÃO, a depender do tipo social adequado, em todos os casos deve ser acrescida a expressão “Microempresa” ou “Empresa de Pequeno Porte”, ou a respectiva abreviação, “ME” ou “EPP”): firma: “Luiz Pereira EIRELI ME”, “L. P. EIRELI EPP”; “José da Silva & Maria dos Santos CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 29! Ltda. ”; “Luiz Pereira, José da Silva & Maria dos Santos Equipamentos de Som Ltda. ME”; “L. Pereira, J. da Silva & M. dos Santos Equipamentos de Som Ltda. EPP”; “Luiz Pereira & Cia. Ltda. ME”; “Luiz Pereira & Cia. Equipamentos de Som Ltda. ME”; ou, em caso de denominação, “Melodia Equipamentos de Som Ltda. ME” ou “Melodia Equipamentos de Som Ltda. EPP”; Lei Complementar no 123, de 2006 “Art. 72. As microempresas e as empresas de pequeno porte, nos termos da legislação civil, acrescentarão à sua firma ou denominação as expressões “Microempresa” ou “Empresa de Pequeno Porte”, ou suas respectivas abreviações, “ME” ou “EPP”, conforme o caso, sendo facultativa a inclusão do objeto da sociedade. ” k) QUALQUER TIPO DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA QUE TENHA SOLICITADO RECUPERAÇÃO JUDICIAL – somente empresários regulares podem solicitar recuperação judicial, pela Lei no 11.101, de 9 de fevereiro de 2005 (Lei de Falências), e ficam, nessas condições, sujeitos à alteração de nome empresarial, por determinação judicial, ou seja, a partir de quando entrarem sob o regime de recuperação judicial - (DEVEM ACRESCENTAR A SEU NOME A EXPRESSÃO “EM RECUPERAÇÃO”): “Luiz Pereira EIRELI ME, em Recuperação Judicial”, “L. P. EIRELI EPP, em Recuperação Judicial”; “José da Silva & Maria dos Santos Ltda., em Recuperação Judicial”’; “Melodia Equipamentos de Som Ltda., em Recuperação Judicial”. Lei no 11.101, de 9 de fevereiro de 2005: “Art. 69. Em todos os atos, contratos e documentos firmados pelo devedor sujeito ao procedimento de recuperação judicial deverá ser acrescida, após o nome empresarial, a expressão "em Recuperação Judicial". Parágrafo único. O juiz determinará ao Registro Público de Empresas a anotação da recuperação judicial no registro correspondente.” 5.4 MODIFICAÇÃO DE NOME EMPRESARIAL CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 30! O nome empresarial pode ser voluntariamente alterado. É livre a iniciativa de modificá-lo. Não obstante, será necessário alterar o nome empresarial, pelo princípio da veracidade (art. 34, da Lei no 8.934, de 18 de novembro de 19942), quando houver: a. saída, retirada, exclusão ou morte de sócio cujo nome civil constava da firma social (arts. 1.165, do CC), sob pena de continuar o ex-sócio ou espólio continuarem a responder pelas obrigações sociais, nas mesmas condições que respondia enquanto fazia parte do quadro de sócios da sociedade; b. alteração de categoria de sócio, pois até que se altere o nome empresarial, o sócio continuará a responder como se ainda estivesse na categoria anterior, como é o caso das sociedades limitadas sem a inclusão da expressão “Limitada” (art. 1.157, do CC); c. alienação de estabelecimento por ato entre vivos (art. 1.164, do CC). Exceção ao princípio da veracidade: a denominação de sociedades anônimas pode incluir nome de fundador ou de pessoa que tenha concorrido para o bom êxito da empresa, ainda que não sejam mais acionistas (art. 1.160, do CC, e art. 3o, da Lei das SAs). Também deve-se alterar o nome empresarial, quando houver: a. transformação (ex.: alteração do tipo social de sociedade anônima para sociedade limitada); b. lesão ao direito de proteção ao nome de outro empresário (art. 1.166, do CC). CC: “Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial.” !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 2 Essa lei “Dispõe sobre o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências.” CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 31! Vamos aos exercícios?! AULA 02 - EXERCÍCIOS COMENTADOS Empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI). Sociedade Empresária. Nome empresarial. QUESTÃO 1: ESAF - 2012 - CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE - PROVA 3 - ÁREA: CORREIÇÃO A respeito do empresário e da empresa individual de responsabilidade limitada, assinale a opção correta. a) Enquanto a empresa individual de responsabilidade limitada pode adotar firma ou denominação, o empresário pode valer-se apenas de denominação. b) A empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário devidamente registrados são, para todos os efeitos, pessoas jurídicas. c) A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. d) Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades simples. Comentários: Alternativa “A”: parcialmente equivocada. Está correto dizer que a EIRELI pode adotar firma ou denominação. Todavia, o empresário (leia-se: empresário individual, que é uma pessoa física exercente de atividade empresarial) deve adotar firma. CC: “Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. ............................... Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 32! maior salário-mínimo vigente no País. § 1o O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.” Alternativa “B”: errada. Vejamos: ⇒ a EIRELI é uma pessoa jurídica (art. 44, inciso VI, do CC); ⇒ o empresário individual é uma pessoa física (arts. 966, caput, e 968, inciso I,do CC); e ⇒ lembre-se que as sociedades empresárias também são pessoas jurídicas (arts. 44, inciso II, e 982, do CC). CC: “Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. ............................... Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. ............................... Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha: I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; ............................... Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 33! empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.” Alternativa “C”: correta. É o que diz exatamente o § 2o do art. 980-A, do CC. Alternativa “D”: errada. Às EIRELIs aplicam-se, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas, e não as das sociedades simples! CC: Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. ................................... § 2o A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. § 3o A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. § 4o (vetado). § 5o Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. § 6o Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.” Resposta: alternativa “D”. QUESTÃO 2*: CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 34! Assinale a alternativa correta: a) a empresa individual de responsabilidade limitada pode ser formada por uma única pessoa jurídica. b) a empresa individual de responsabilidade limitada pode ser constituída por, pelo menos, uma pessoa física. c) a empresa individual de responsabilidade limitada pode ser constituída por apenas uma pessoa física. Comentários: Apenas a alternativa “C” está de acordo com o CC, pois a EIRELI deve ser composta de apenas uma pessoa natural (ou física). CC: Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. § 1o O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. § 2o A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. § 3o A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração.” Resposta: alternativa “C”. QUESTÃO 3*: A empresa individual de responsabilidade limitada pode ter seu capital social: a) parcialmente integralizado, e não deverá ser inferior a 50 (cinquenta) vezes o maior salário-mínimo vigente no país. CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 35! b) totalmente integralizado, e não deverá ser inferior a 50 (cinquenta) vezes o maior salário-mínimo vigente no país. c) parcialmente integralizado, e não deverá ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no país. d) totalmente integralizado, e não deverá ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no país. Comentários: A resposta é a letra “D”, pois o capital deve ser totalmente integralizado, e não poderá ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. CC: “Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.” Resposta: alternativa “D”. QUESTÃO 4: CESPE - 2008 - EXAME DE ORDEM – OAB/SP Não constitui elemento do contrato de sociedade referido no Código Civil a) o exercício de atividade econômica. b) a partilha dos resultados. c) a contribuição dos sócios consistente apenas em bens. d) a “affectio societatis”. Comentários: A reposta é a letra “C”, pois os serviços também podem servir de contribuição (art. 981, do CC). O Código prevê, inclusive, a possibilidade da figura do “sócio de indústria”, que é aquele que contribui apenas com serviços (art. 1.007, do CC). Essa figura do “sócio de indústria” não é permitida para as sociedades limitadas, para as sociedades por ações e para o sócio comanditário em sociedades em comandita simples. CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 36! CC: “Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados. ............................................... Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas.” Todas as outras alternativas (“A”,“B” e “D”) estão de acordo com o art. 981, do CC. Vamos recordar quais são as características gerais das sociedades? Vejamos: 1. pluralidade: uma sociedade deve ser formada entre duas ou mais pessoas (exceção: lembrem-se que a lei admite, excepcionalmente, que algumas sociedades possuam apenas um sócio, que são as chamadas sociedades unipessoais, as quais serão vistas um pouco mais à frente); 2. vontade de cooperação ativa (o mesmo que “affectio societatis” — está em latim, mas é assim mesmo que aparece em provas!): significa a vontade de criação uma sociedade e permanecerem unidos, para a execução de uma ou mais atividades econômicas; 3. exploração de atividade econômica: a sociedade deve ter o propósito de executar atividades ligadas à produção ou circulação de bens ou serviços; 4. contribuição de bens ou serviços: para que a sociedade possa funcionar, o capital social deve ser constituído, mediante contribuição de seus sócios, tanto em forma de bens (dinheiro, móveis, aparelhos, etc.), como em serviços, pelo chamado “sócio de indústria” (pode ser algum trabalho a ser desenvolvido com conhecimentos técnicos especiais em benefício da sociedade; como CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 37! já falamos, essa possibilidade de contribuição em serviços não é válida para as sociedades limitadas, para as sociedades por ações e para o sócio comanditário nas sociedades em comandita simples); 5. fins lucrativos: a sociedade deve ter intuito de gerar novos recursos para serem distribuídos entre os sócios, sendo proibida a cláusula que exclua algum sócio de compartilhar dos lucros ou dos prejuízos sociais, pelo princípio da vedação da cláusula leonina (art. 1.008, do CC). ATENÇÃO: proibição de cláusula leonina! ! O apelido da chamada “cláusula leonina” é inspirado no comportamento do leão macho, que, normalmente, não permite que as fêmeas de seu bando usufruam do resultado da caça! As leoas ficam “de fora”, assistindo o leão devorar o “almoço”. CC: “Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.” Resposta: alternativa “C”. QUESTÃO 5: CESPE - 2011 – JUIZ SUBSTITUTO - TJ/PB ( ) O sócio que for admitido em sociedade já constituída não responderá pelas dívidas anteriores à data de sua admissão, independentemente do tipo de sociedade. Comentários: Errada (art. 1.025, do CC). “Art. 1.025. O sócio, admitido em sociedade já constituída, não se exime das dívidas sociais anteriores à admissão.” Resposta: Falsa. QUESTÃO 6: CESPE - 2011 – JUIZ SUBSTITUTO - TJ/PB CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 38! ( ) Em atenção ao princípio da continuidade da empresa, a sociedade empresarial, uma vez regularmente constituída, não se dissolve pela superveniência da falta de pluralidade de sócios e pode continuar operando por prazo indeterminado. Comentários: É incorreto dizer que as sociedades unipessoais funcionarão “por prazo indeterminado”. Na realidade, elas funcionarão, dessa forma, apenas temporariamente: 1. sociedade unipessoal temporária do art. 1.033, inciso IV, do CC: sociedade de apenas um único sócio, no máximo por cento e oitenta dias, sob pena de extinção (pode ser requerida a transformação do registro da sociedade em registro de empresário individual ou de empresa individual de responsabilidade limitada); 2. sociedade unipessoal temporária do art. 206, inciso I, alínea “d”, da Lei das SAs: sociedade por ações de apenas um sócio deve aumentar o número de sócios para, no mínimo dois, até a próxima assembleia geral anual, sob pena de dissolvição. Como já sabemos, as sociedades subsidiárias unipessoais integrais e a empresa pública unipessoal já são unipessoais desde a sua criação, então não se encaixam no enunciado da questão: 1. sociedade subsidiária unipessoal integral do art. 251, da Lei das SAs: uma sociedade por ações pode ser formada por apenas um sócio, quando este for uma sociedade brasileira; 2. empresa pública unipessoal: caso seja formada com 100% de recursos pertencentes a um único ente da Federação (União, Estados, Distrito Federal ou Município), e sua criação depende de prévia autorização legislativa (art. 37, inciso XX, da Constituição), como é o caso, na esfera federal, da Caixa Econômica Federal (CEF) e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Resposta: Falsa. QUESTÃO 7: ESAF - 2010 - SMF - RJ - FISCAL DE RENDAS Para o direito empresarial, assinale abaixo a opção que contém uma sociedade empresária personificada. CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 39! a) Sociedade anônima. b) Sociedade em conta de participação. c) Sociedade simples. d) Sociedade em comum. e) Sociedade cooperativa. Comentários: Alternativa “A”: correto. As sociedades anônimas (S/A) são sempre empresárias e adquirem personalidade jurídica pelo registro (art. 982, parágrafo único, do CC). Alternativa “B”: errado. As sociedades em conta de participação (S/C) são “secretas”, não adquirem personalidade jurídica, mesmo que sejam inscritos os seus atos constitutivos (art. 993, caput, do CC). Alternativa “C”: errado, pois uma sociedade não pode ser de natureza simples e empresária ao mesmo tempo (art. 982, caput, do CC). Devemos rever que, quanto à natureza, as sociedades podem ser: 1. sociedade empresária: as que praticam atos sujeitos a registro de empresário; ou 2. sociedade simples: as quem praticam atividades civis não empresariais (sociedades de médicos, sem terceiros contratados para a atividade-fim; sociedades de advogados; sociedade rural não registrada na Junta Comercial, etc.). Alternativa “D”: errada (art. 986, do CC). A sociedade que ainda não foi submetida a registro será considerada sociedade em comum (art. 986, do CC). Pelo Código, sem registro, não há como adquirir personalidade jurídica (art. 985, do CC). Segundo a doutrina, as sociedades em comum são as seguintes: 1. irregular: contrato ainda não registrado (não inscrito em cartório competente); e 2. de fato: sem contrato escrito. Alternativa “E”: errado. As sociedades cooperativas são sempre simples , independentemente do objeto (art. 982, parágrafo único, do CC). Resposta: alternativa “A”. CURSO DE DIREITO EMPRESARIAL EM TEORIA E EXERCÍCIOS P/TJDFT CARGOS: ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA (INCLUINDO A ESPECIALIDADE DE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR JUDICIAL) AULA 02 - PROF. CARLOS BANDEIRA __________________________________________________________________________ Prof. Carlos Bandeira www.pontodosconcursos.com.br ! 40! QUESTÃO 8: CESPE - 2008 - ANALISTA DE GESTÃO CORPORATIVA – ADVOGADO ( ) O registro do contrato social ou dos estatutos sociais em cartório de registro de pessoas jurídicas ou nas juntas comerciais,
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