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^oCk A EVOLUÇÃO DA CifNCIA PSICOLÓGICA | 101 C A P Í T U L O n i 25 RS A PSICOLOGIA C O M O Psicologia é uma ciência e uma profissão. Como profissão, está regulamentada no Brasil desde 1962 e atualmente (2008) existem cerca 200 mil profissionais - _i.atuatuk) no mercado de trabalho Saber com clareza o que é ser psicólogo e sua prática e fundamental para os jovens que pretendem ingressar nessa profissão Assim como é relevante superar os preconcei- tos e equívocos a respeito dela Para isso, abordamos até aqui a ciência psicológica que busca a compreensão do ser humano a partir da constituição de sua subjetividade - sonhos, desejos, emo- ções, pensattientos, comportamentos Neste capítulo, ao abordar a Psicologia como profissão, vamos verificar as inúmeras possibilidades de aplicação do conhecimento produzido por ela. o QLiando f ."izemos um cuiso de Psicologia, passamos a nos conhecer melhor? » Que diítíi'^nç^i há entre a ajuda prestada por um psicólogo e um bom amigo' . O que dilerencia o ti abalho do psiquiatra do trabalho do psicólogo? o Quais as áreas e os locais em que o psicólogo atua? Claro que não pretendemos esgotar todas as dúvidas sobre Psicologia existentes entre os estudantes Mas acreditamos serem essas as mais firequentes. Esperamos que as suas estejam dentre elas, pois gostaríamos muito de ajudá-lo a esclarecê-las Então, vamos ao desafio das respostas Antes, porém, gostaiiamos de alertá-lo de que as nossas respostas expressam posi- ções pesjoais dos autores Por isso, sempre que você encontrar um psicólogo, não se acanhe ^ voice a lev^antar suas dúvidas QUE PROFISSÃO É ESSA? A Psicologia, no Brasil, é uma profissão reconhecida por lei - Lei 4.119, de 1962 São psicólogos, habilitados ao exeicício profissional, aqueles que completam o curso de gra- duação em r^ologia e se registram no órgão profissional competente. O exerdcio da profissão, na forma como se apresenta na Lei 4.119, está relacionado ao uso (que é privativo dos psicólogos) de métodos e técnicas da Psicologia para fins de diagnóstico psicológico, orientação e seleção profissional, orientação psicopedagógica e solução de pcablemas de ajustamento. Mas essas são 'formalidades da profissão" que você não predsa saber em profundida- de. Aqui, nosso enfoque pode ser outro. Podemos refletir a partir de questões formula- das por jovens que estão escolhendo seu futuro profissional ou por estudantes que fazem a discipliraera airsos do Ensino Médio ou Superior, ou ainda pelos próprios alunos dos cursos de Psicologia. Então, vamos às questões: • O que os psicólogos sabem sobre as pessoas' • Qual a finalidade do trabalho do psicólogo? • O psicólogpadvinha o que os outros pensam' ADIVINHA NADA Os psicólogos procuiam com seu trabalho conhecer e dar visibilidade ao que cha- mamos jqui de dimensão subjetiva ou psicológica da realidade. £ a dimensão dos sentimentos, emoções, açóes, sentidos, significados, desejos e pensamentos que os sujeitos v-ío construindo no decorrer da vida e que permite pensar e sentir algo em lelàçâo à: oúü as pessoas e situações vividas. Podemos pensar essa dimensão como um esi,"iái;c> dos legisti-j'^ individuais ou coletivos, conscientes ou não. que vamos fa- zendo a pailir de nossas vivências Pare aí um pouquinho e pense sobre sua vida Você se reliciona com muitas pessoas, faz muitas coisas no seu dia a dia, conhece lu- gares, enrra em contato com informações e com objettw de nossa cultura, e tudo isso (ou quase cudoj vai sendo registrado em você, como imagem, como sensação, como símbolo e como emoção Esse conjunto de registros emocionados é constitutivD do que você conhece como seu "euT Ou seja, somos o que vivemos, somos o que conhecemos e o que sentimos dessas wèfícias Nosso vida psíquica é constituída por tudo isso e está em nós e fora de i i ó s r . 0 mundo onde vivemos com um con/unto de outras pessoas Está em nós como registros (imagens, lembranças, ideias, valores, sentimentos) e está fora de nós como um mundo de objetos e significados que nos são familiares e, portanto, são parte de nós mesmos. Esses regislios recebem (também de nós) uma carga afetiva e são, portanto, pi-a7ei-rtsos ou não, ou seja, fontes de prazer ou de sofrimento. Somos caas tná tores de nós mesmos e fezemos essa construção a partir da relação com os outi-os e do contato ativo que temos sobre o níiundo cultural humanizado. Esses registros vão se organizando em nós e podemos chamar essa organização de subjeiivicÇade. £ importante perceber que a subjetividade está em nós e fora de nós, está eni «ossa relação com o mundo social e cultural e nos constitui. A P.sicoiogia possui recuisos teórico-técnicos para compreender e dar visibilidade e intdigjbilidade a esse mundo subjetivo e pode fazer isso em relação a um sujeito ou a um coieiivo de sujeitos É isso mesmo O psicólogo tiabalha na compreensão dos registros ou das expKssàes e relações de um sujeito, ou trabalha na compreensão de um coletivo de su|eitos - oí registros coletivos que fazem, por exemplo, como as regras adotadas em uma Esse conjunto de registros emocionados é constitutivo do que você conhece como seu "eu" Ou seja, somos o que vivemos, somos o que conhecemos e o que sentimos dessas vivências , n i P S I C O I O C I A S Saúde é um conjunto de condições criadas coletivamente, quepenmltema continuidade da própria sodedade. A EVOlUÇÃO DA CIÍNCIA PIlCOLijCIC^ instituição ou tuinia ou ainda os valoi-es e as i-egras morais adotados por um conjunto social sobre as relações entre si e a possibilidade ou não do uso da violência). Então, o psicólogo é um profissional que trabalha a partu dos conhecimentos daí ' | Psicologia dando visibilidade e inCeligibilidade à dimensão subjetiva e transformando-a;; quando é fonte de sofrimento ou quando há interesse em sua mudança. Poderíamos, de*" forma simplificada, mas com certeza didática, afirmar que os psicólogos trabalham parai^ t ressignificar as experiências vividas, potencializando as pessoas como agentes ativos e de'• transformação de si mesmos e do mundo Mas isso já diz respeito à finalidade do traba-- lho do psicólogo, que é nossa segunda questão O TRABALHO DO P.'-:iCCl-0 '^3 0 A finalidade do trabalho de um psicólogo é interferir, a partir dos conhecimentos da Psicologia, em aspectos da dimensão subjetiva da realidade para potencializar os sujeitos^ na direção de maior autonomia e autoria de suas histórias de vida. Esse tipo de interferência pode ser feito na relação com um sujeito que, por exem-i pio, sofre com alguma vivência ou experiência, ou ainda em um conjunto de pessoaj que produziram registros (regras ou leis coletivas) que as impedem de conseguir o que planejaram. Podemos então avançar para a ideia de que os psicólogos agem com a fi- nalidade de contribuir para que a atuação das pessoas seja mais potente, no sentido de ser mais adequada para conseguir maior satisfação pai-a si e para o conjunto social onde estão inseridas. Pode-se resumir essa finalidade no termo: promoção de saúde Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é o 'estado de bem-estar físi- co, mental e social' Saúde se refere, portanto, a um conjunto de condições, criadas coleü-. vãmente, que permitem a continuidade da própria sodedade Estamos felando, portanta, das condições de alunentação, de educação, de lazer, de trabalho, de participação social etc. que permitem a um conjunto social produzir e reproduzii-se de modo saudável. São os sujeitos que compõem a sociedade que produzem as suas próprias condições de vida, e as condições pessoais que apresentam para isso são do campo das preocu- pações dos psicólogos. Um sujeito fi^gilizado por um medo, por uma experiência de abandono ou de humilhação, ou mesmo poi uma doença, torna-se um parceiro social comdificuldades de construir as condições dignas de vida pai-a si e para todos; apresenta _ dificuldades de ser mais autônomo e mais autor de sua vida. Assim, um conjunto social de pessoas pode também passar por dificuldades para realizar seus projetos comuns • porque se encontra fragilizado por relações tensas, por regras que não respondem aos mteresses, por falta de engajamento e pertencimento ao coletivo ou por enfrentarem preconceitos e situações de desigualdade entre elas. Os psicólogos estão atentos a essas situações e trabalham para promover saúde Os psicólogos não interferem somente onde ocorre sofrimento. Eles atuam em situ- ações de planejamento ou de construção de políticas públicas, dando visibilidade à di- mensão subjetiva que acompanha esses projetos. Nesse sentido, humamzam políticas e planos, pois contribuem para que os sujeitos sejam referência fundamental dos projetos. Com essa finalidade clara e com os recursos técnicos e teóricos da Psicologia, os psi- cólogos trabalham em divei-sas e diferentes situações e locais, com pessoas de diferentes idades, gênero e necessidades As condições que se apresentam comq realidade de vida dos sujeitos e os recursos que se tem pai a a mudança são importantes para a interferên- cia profissional dos psicólogos e para o alcance de seu objetivo de promover s a ú d e A saúde dos indivíduos e do coletivo está diretamente ligada às condições materiais de vida, pois a miséria material - caracterizada por fome, condições precárias de habita- ção, desemprego, analfabetismo, altas taxas de mortalidade infantil entre outros aspec- tos - torna-se, nessa visão, a condição que prejudica o desenvolvimento do mdivíduo. Poderíamos usar a seguinte unagem para tomar mais claro nosso pensamento: Como construir um mundo psíquico com matéria-pnma inadequada? Com elementos produ- tores de sofrimento ou poucos recursos para um bom desenvolvimento, as construções {os registros) serão fiigeis. Os psicólogos trabalham então para promover saúde, isto é, trabalham para que as pessoas desenvolvam uma compreensão cada vez maior e melhor da inserção de cada um nas relações sociais e de sua contribuição hisfiáricaesodal como ser humano. Busca-se interferir nos registros, promovendo ressignificaçõesque carreguem uma compi-eensão mais rica em termos de número e de relações enfie aspectos da realidade que permitam interferu: nela em direção à construção de um mundo melhor. A finalidade do tcabalho do psicólogo é inrçortaníE pois nos permite defender que esses profissionais não atuam de forma estreita, pois mesmo atendendo a pessoas no espaço de quatro paredes (consultório), esse trabaftio tem relação com a vida coletiva da sociedade na qual o pióprio trabalho do psicólogo se insere r-'sicó!ogo não tem bola de cristal nem é o bruxo da sociedade contemporânea Ele dispõe cie um coniunto dê técnicas e de conhecimentos que lhe possibilitam compre- endei o que o outro -diz, compreender as expressões e os gestos que o outro faz, inte- grando tudo isso en\ um quadi-o de análise que busca dar visibilidade e mteligibilidade à dimensão subjetiva. Os instnunentos teóricos e técnicos dos psicólogos permitem compreender o que está muitas vezes implícito, não aparente, e, nesse sentido, a pessoa ou o grupo tem um pjpe! fundamental, pois todos os dados com os quais o psicólogo j traballia são fornec: los por eles. Para poder trabalhai; o profissional precisa que as pes- \ soas falem de si, coni>-,?n suas Wstórias, falem de seus projetos, de seus sentimentos, ex- ponham suas idéias, átuera, interatuem para poderem ser ouvidas e observadas Essas são as fontes de dados com os quais os psicólogos trabalham Poderíamos dizei, pai-a sermos didáticos, que as pessoas sabem muito de si mesmas, no entanto, o psicólogo possui instrumentos adequados para auxiliar os indivíduos, grupos e instituições a compreenderem aspectos que não estavam visíveis ou inteligíveis, organiza- rem e aplicarem esse saísar, pennitindo a transformação de si e de sua ação sobre o mundo. o Psicólogo nâo tem bola de Cristal nenié o bruxo da sociedade contemporânea A Psicologia, como ciência humana, permitiu-nos ter um conhecimento abrangen- te sobi-e os seres humanos. Sabemos mais sobre suas emoções, seus sentimentos, seus comportamentos; sat:emos sobre seu desenvolvimento e suas formas de aprender; co- nhecemos suas inquietações, vivências, angústias, alegrias. Apesar do grande desenvol- U14 I P S I C O L O G I A S O aprendizado dos conhedmentos científicos possibilita sempre um melhor conhecimento sobre a vida humana. A, EVOLUÇÃO OA CitNCIA CSICOI ÓCICA A imerven^o dopslcdlogoá Intendonat planejada e fieiia com i utfUnfão de conhecimentos especificas do campo da ciência. vimento alcançado pela Psicologia, ainda há muito o que pesquisar sobre o psiquismo humano e tentar conhecê-lo melhor é sempre uma forma de tentar se conhecer melhot Mas é importante fazermos aqui alguns esclarecimentos sobre isso. Os conhecimentos científicos construídos pelo ser humano estão todos voltados para ele. Mesmo aqueles que lhe parecem mais distantes foram construídos para per:, mitir ao homem uma compreensão maior sobre o mundo que o cerca, e isso significa saber mais sobre si mesmo. O que estamos querendo dividir com você é a ideia de, que o aprendizado dos conhecimentos científicos possibilita sempre um melhor co- nhecimento sobre a vida humana. A Biologia, por exemplo, permite-nos um tipo de conhecimento sobre o ser humano: seu corpo, sua constituição e sua origem. A História possibilita-nos compreender o ser humano como parte da humamdade, isto é. o huma- no que no decorrer do tempo foi construindo formas de vida e, portanto, formas de sec A Economia abrange outro conhecimento sobre os seres humanos, rta medida em que nos ajuda a compreender as formas de construção da sobrevivência. Não há dúvida de que todos os conhecimentos permitem um saber sobre o mundo e, portanto, aumen- tam seu conhecimento sobre você mesmo PSICÓLOGO É D I F E R E N T E U M A^/l iGO o apoio de qualquer pessoa pode, sem dúvida alguma, ter uma função de ajuda para a superação de dificuldades - assim como fazer ginástica, ouvir música, dançai, tomar- uma cei-vejinha no bar com os amigos Se tomarmos a intenção da busca do bem-estar, podemos dizer que psicólogos e ami- gos são parecidos Se não formos tão rigorosos, poderemos dizer que os humanos cons- truli-am ao longo de sua história formas de ajudar uns aos outros na busca de uma vida melhore mais feliz. Amigos são, sem dúvida, uma "invenção" muito boa (já dizia o poe- ma: "Amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito.."). Não devemos, contudo, confimdu- essas tentativas com a atuação especializada do psicólogo. O psicólogo utiliza em seu titibalho o conhecimento cientifico na uitervenção técni- ca. A Psicologia dispõe de técnicas e de instrumentos apropi lados e cientificamente ela- borados, que lhe possibilitam diagnosticai os problemas, e possui t imbém um modelo de interpretação e de intei venção. A intervenção do psicólogo é intencional, planejada e feita com a utilização de conhe- cimentos específicos do campo da ciência. Portanto, difeie do amigo, que não planeja sua intervenção, não usa conhecimentos específicos nem pretende diagnosticar ou in- tervir em algum aspecto percebido como crucial. Mesmo quando os psicólogos não atuam para curar, ou melhor, para reduzir o sofrimento e promovei saúde, eles o fazem a partir de um planejamento e da pers- pectiva da ciência O psicólogo é um profissional que desenvolve uma intervenção no processo psicoló- gico ou no aspecto psicológico dos sujeitos e da realidade, fortalecendo-os para enfren- tarem o cotidiano e seus problemas ou dificuldades. Faz isso a paitir de conhecimentos acumulados pelas pesquisas científicas na área da PsicologiaA Psicologia, em seu desenvolvimento histórico como ciência, ciiou teorias explica- tivas da realidade psicológica, bem como métodos e técnicas próprias de investigação 5 e de inteivfnção na dimei^ão subjetiva de nossa realidade. A Psicologia possui instru- mentos pi o|vi los para obter dados sobre essa dimensão, seja no âmbito individual ou no coletivo, tomo os teaes psicológicos (de personalidade, de atenção, de inteligência, de inteiesses etc), as técnicas de entrevista (individual ou grupai), as técnicas aprimoradas de observação e de registro de dados do comportamento, das relações ou do discurso de cada sujeito Os dados coletados por esses meios devem ser compreendidos a partir de modelos teóricos sobie a dimensão subjetiva da realidade, isto é, cada teoria em Psicologia tem ou se consiii i ii em um modelo de análise dos dados coletados. Com base nesse procedi- mento, o psicólogo planejará sua intervenção, que pode ser uma psicoterapia (existem inúmeras delas relacionadas às diversas teorias), um treinamentJíum trabalho em orien- tação de giupo ou individual especificando algum aspecto de interesse (por exemplo, orientação profissional orientação de gestantes, aconselhamento); enfim, as possibili- dades de intervenção S30 também bastante diversificadas e procuram responder àquilo que se configurou como demanda ou necessidade. P s i . ••rOS !: f ü Q U i A T R A S A Psiccil.igia e a Psiquiatria são áreas do saber fundadas em campos de pre- ocupações diferentes. Desde \X'undt, a Psicologia tem seu objeto de estudo mar- cado pclii busca da compreensão do funcionamento da consciência, enquanto a Psiquiatii.i lem tiabaibado para construii e catalogar um saber sobre a loucura, sobre a iloL-nça mentaL Os conhecimentos alcançados pela Psicologia permitiram realçar n existência de uma "normalidade" bem como compreender os processos e o funcionamento psicológicos, não assumindo compromisso com o patológico. A Psiquiatria, por sua vez, desenvolveu uma sistematização do conhecimento e, mais precisamente, dos aspectos e do funcionamento psicológicos que se desviavam de uma norni.ilidade, sendo entendidos e significados socialmente como patológicos, como dofiiças. De certa forma, poderíamos dizer, correndo o risco de certo exa- gero ou i' .lucionisir.G, que enquanto a Psiquiatria se constitui como um saber da doença mental ou psicológica, a Psicologia tornou-se um saber sobre o funciona- mento m. mal ou p.sicoÉógico. O módico Sigmunc Freud, com suas teorizações, foi responsável pela aproxima- ção entre essas duas á/eas, por ter dado continuidade ao funcionamento normal e patológico Freud postulou que o patológico não era mais do que uma exacerbação do funcionamento normal, ou seja, uma exacerbação entre o que era normal e doen- tio no mundo psíquic j, ocorrendo apenas uma diferença de grau. Com isso, as duas áreas estavam articuladas e as lespectivas práticas se assemelharam e se aproxima- ram muito, a ponto de estarmos aqui ocupando este espaço para esclarecer a você as diferenças entre elas. Mas se Freud apro:vimou esses saberes em suas preocupações, a década de 1950, no século XX, traria o desenvolvimento da Psicofarmacologia, o qual foi responsável por uma retomada das bases biológicas e orgânicas da Psiquiatria, tributária dos métodos e das técnic.i<: da Medicina. Assim, ocorreu um novo distanciamento entre a Psicologia e a Psiquiati la. sobretudo em relação aos métodos e às técnicas de intei-venção utilizados por essas duas especialídí.des profissionais. A Psicologia e a Psiqulama são áreas do saber fundadas em campos de preocupações diferentes > tOf P S I C O L O G I A S A CVOUlÇÃO OA C I C H C I A PSICOl tok-A . I » Altoeivenfao iviCiiif I o sofrimento oüiinpllaro aeaamhedrnenta A Psicologlá deu continuidade à expansão de seus conhecimentos por outtosj campos, sempre marcada pela busca da compreensão dos prooesáos de funcfona-^^ mento do mundo psicológico, dedicando-se a processos, como o da aprendizagem,^ dos condicíonamentòs. dá relação entre os comportamentos e as relações sociais ou' entte os comportamentos e o meio ambiente, do mundo afetivo, das diversas possi-. bilidades humanas. Enfim, a Psicologia centrou-se nos variados aspectos que foram^ sendo apontados conio constitutivos do mundo subjetivo, do mundo psta)Iógiéo dosi seres humanos. - ' . As fironteitas enbe a I^icologia e a Psiquiatria, excemando-se as práticas profissionais % faimacológicasi tenilem a diminuir no campo profissional ho que diz léspàto às inler-f venções nos processos patológicos da subjetividade humana. Os a â z o e s desses profis-" sionais realméhte se ^raxitnatn muito! Os psiquiatras tém buscado itiuitos oonheci-j mentos e técnicas na ídcdogia; e òs psicólogos tém se dedicado mais à compreensão' das patologias pata qualificar seus a&zéres profissionais. Quando se toma especificamente a patologia, a loucura, a doença mental ou os^' distúrbios psicológicas como temas ou objetos de trabalho, os potitos de contato des^ '^ sas áreas são muitos e o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar tem sido a'^ ' meta de ambos os profissionais. Mas, se sairmos desse campo do sofrimento intenso^ e permanente que caracteriza os quadros graves de adoecimento, os psicólogos aja recerio acompanhados de outros profissionais, como assistentes sociais, pedàgogos, • administradores, sociólogos, antropólogos e outros. Nesse campo, as possibilidades . ! teóricas e técnicas da Psicologia são outras: intervenções nas relações sociais e nas f relações institucionais; desenvohrimento de trabalhos em Educação e de programas | de intervenção no trãnsítoi, nos esportes, nas questões juridicas, em projetos de urba- ^ nização, nas artes etc. ^ A \ A R r A s O r A T t j A r À O \!\. Colocadas as informações básicas sobre o trabalho do psicólogo, podemos agora falat das áreas e dos locais em que ele trabalha.' • ' Talvez a prática do psicólogo mais conhecida por pai te da sociedade èm geral seja g a psiooterapia. realizada em consultórios particulares, clinicas, hospitais gerais • especialiiados, ambulatórios, unidades de saúde ou ainda em iiutituiçães que não ão.i ' de saúde mas necessitam dessa prática. A intervenção do psicólogo, nápsicoterapia,^ visa reduzir o sofrimento ou ampliar o autoconhecimento. Em gexajL se inicia ç o m ^ um psicodíaghósticó qaé ajuda a planejar a intervenção. Cabe esclarecer que nem'| todo psicoterapeuta é um psicólogo, pois outros profissionais também se habüitamf ; para esSa prática, mas, sem dúvida, os psiaSlogos estão muito pireparados por sua^ formação graduada para ser psícoterapeutas é são, em nossa sociedade,' a maioria! significativa deles. ' A Psicologia Clinica engloba a psicoterapia como uma de suas mais importantes '5 intervenções, mas não se reduz a ela. O psicoHiagnóstico que precede as terapias esâ ^ t incluído na Psicologia Clínica, assim como aconselhametitos, orientações clinicas, psi-1| òoterapias breves, apoio a processos de perda e luto, trabalho dSnitxf aah femilias ou | | grupos ètc. , Quando os psicólogos estão atuando em outras instituições, poderrt desenvolver uma prática clínica, mas podem atuar em promoção de saúde acompanhando os processos qué lá se desenvolvem. Vamos ver melhor isso. •-Nas escolas ou nas iristituições educacionais (creches, orfanatos, na aplicação de inedidas socioeducativas etc.), o processo educacíoiial que ali se desenvoh/e vai se cobcar como a realidade principal para os profissionais. O trabalho do psicólogo se dará em ftmçâo desse processo e para ele será direcionado. A escolha de técnicas será feita em íimção dos limites e das exigências que o processo educacional colocar. Estará sendo psicólogo porque estará atento à dimènsão subjetiva do processo. Isto é, no decorrer do processo de educação Os sujeitos envolvidosnele (professores, ahi- nos, funcionários e técntcos da Educação, pais e outros agente^ vão produzítido seus registros psíquicos, vão produzindo subjetividade. Desenvolvem sentimentos e idéias sobre todos os aspectos da experiência. Gostam ou não de uma disciplina; tém ou não boas relações entce colegas e com os professores; gostam ou não da escola ou da instituição; a escoiarízação tem um sentido para cada um deles (alguns acreditam que melhorarão de vida com a escola, outros gostam de estudac ler é aprender coisas, ou- tros nem sabem por que estão ali); se sentem valorizados ou nâo; enfim, no decorrer do processos todos os sujeitos envolvidos nele vão desenvolvendo "registros subjeti- vos' e vão produzindo significados coletivos para a experiência, que são importantes determinantes do processo. MuiUs vezes, uma erperiéncia educacional tem bons resultados porque envoWe a todos de forma positá^a. potencializadora. Outras,;ao contrário, são despontecializa- doras, humilhantes, carregadas e produtoras de sofrimento psíquico... Os psicólogos estão lá, atentos a essã •determinação do processo educacional. E não só acompa- nham o que vai se pasrmdo, mas ajudam a formular projetos educacionais que sejam produtivos. As chamadas difículd^les de aprendizagem passam a ser acompanhadas pelos psicólogos con:u> dificuldades geradas no processo de ensino-^rendizagem e todos os agerites estarã r. envolvidos na busca coletiva de soIuçõ<es. Esse é o psicólogo que denominamos psic51ogo educacional. ' Em empresas, indústrias e organizações em geral podemos otcontiar outro psicólo- go: o psicólogo do trabaüvo ou das organizações. São diversificadas as práticas depen- dendo do que se ei^ Êttizã ou ddimita, mas são profissionais atentos e interferindo no processo de produçâT' do- trabalüo. Pode-se estar mais atento à saúde das pessoas que " trabalhanii ou às reúçüSi entre elas para a produção das tareÉJS; pqde-se estar atento às formas corno a instituição organiza sua força de trabalho e gere as pessoas envohadas. Pode-se trabalhar paia a sdeção dos trabalhadores, para seu aprimoramento, sua realo- cação, enfim, todas as tare&s decorrentes da preocupação com a dimensão'subjetiva do processo de trabalha As técnicas ütijizadas por esse profissional são diferentes das do psicólogo educacional, ma.% ambos estarão atentei a essa dimensão da realidade - senti- inentos, idéias, desejos, sentidos e significados que vão se constituindo e determinando o processo que acontece na instituição òom aqude conjunto de pessoas. Há ainda psicíMogos atuando em instituições prisionais. Ali eles procuram cola- borar com a socialização dos presos ou ainda acompanhar fiamdias para que possam adquirir condições de receber e acolher um de seus membros que ficou fora (aprião- nádo) por muito tempo. Há psicólogos nas Vaiis de Família e da Inânda e Juventude atuando nos confiítos e "as disputas judiçiats, por exemplo, pela guarda de filhos entre casais que se separam. lOS ! P S I C O L O G I A S Uma prática Interessante que os psicólogos realizam em vários locais é a mediação de conflitos. A [VOLUíAO OA C1ÍNCIA (-SICOlCCl. Psicólogos ambientais são aqueles que atuam na relação dos sujeitos com os ani-'i bientes onde vivem, seja uma cidade ou uma instituição Podemos englobar aqui oi-':. psicólogos do trânsito e da mobilidade humana, aqueles que trabalham com arqui-í' tetos no planejamento dos espaços, os que trabalhaffi na educação ambiental, enfiiní"i| todos os que estão atentos à dimensão subjetivada relação dos seres humanos com o^^i espaço onde vivem. - \S Uma prática interessante que os psicólogos realizam em vários locais é a mediação'??,, de conflitos. Cada vez mais os psicólogos são valorizados por esse trabalho. São inter- - ji venções feitas na busca do acordo entre partes em conflito, seja na disputa de filhos, na.'; disputa entre vizúihos e moradores de um condomínio ou ainda na disputa de heranças.^ [ ou negócios. Qualquer tipo de conflito tem merecido, hoje. uma intervenção na busca, do acordo antes que se gerem processos judiciais. Essas tentativas são chan^das de m e - \ diaçôes, e ali também encontramos os psicólogos. £ | Há ainda os psicólogos da comunicação, que atuam junto a meios de comunicação";)) colaborando no planejamento da programação, assessorando na organização ou mesmo -A no conteúdo da programação. Os psicólogos, conhecedores do desenvolvimento hu-.fj mano, têm condições de contribuir para a adequação da programação à faixa etária da; população a que se destina. \ No campo da Educação, os psicólogos têm sido convocados pai-a ajudar na educação,- f para a m/dia, pois esse projeto se tornou importante ao se perceber a relação entre a ' l mídia e a subjetividade como uma relação da máxima importância, pois a mídia tem pi e- • f. sença intensa em nossas vidas, na sociedade atual £ a dimensão subjetiva do processo de ; j- comunicação pelos meios de comunicação de massa • [ Os psicólogos são chamados ainda para atuar nas comunidades - são os psicólogos í" sociais comunitários. Trabalham para fortalecer vínculos entre as pessoas, produziu-vjv do potência coletiva. Uma das atuações interessantes conformam a área da Psicologia * ji- das Emergências e dos Desastres, em que os psicólogos atuam junto à Defesa Civil , ' ] ; na criação de condições de defesa das comunidades que vivem em áreas de risco. Há também os psicólogos comunitários que atuam em cooperativas, em ins t i tu ições ; assistenciais, em associações de bairro etc. Os psicólogos sociais, diferentemente dos > |' PsicôJògo em trabalho sociil comunitária psicólogos clínicos, estlc sempre voltados à dimensão subjetiva de um fenômeno social, coletivo Estudaiâ gangues, processos organizativos de um coletivo, eleições, manifestações públicas e movimentos sociais, violência, preconceito, desigualdade social, ti abalho, relações de gênero, exclusão social, sempre voltados à compreensão do processo como produção de um conjunto de pessoas em que estão presentes e envolvidas diversas e diferentes subjetividades. Há ainda o psicólogo que se dedica às práticas esportivas. São times ou esportistas que tôm acompanlummto de um profissional atento à dimensão subjetiva que se cons- titui e é, ao mesmo tempo, determinante importante de todo o trabalho de esportistas competidores. ^ Há psicólogos n abai h^ n^do e pesquisando as relações entre os sujeitos e a infomática, nlém de bi iscarem formai de trabalho mais avançadas para a Psicologia, que englobem a possibilidade da inclusão da informática como ferramenta de trabalho. Sem dúvida, podeiíamos citar aqui muitas coisas importantes e interessantes que fazem os psicólogcp, .Tias o importante é entendermos que eles podem atuar em qual- quer lugar onde se queira dar atenção à sempre presente dimensão subjetiva. Sempre que se quiser tei v i : i" idaade e compreensão de sentimentos, pensamentos, emoções, sentidos, desejo-, " sign.ficados que as pessoas envolvidas nos diversos processos e expeiiéncias do crjdtl.auo possam ter, entendendo que esse conhecimento contribui enormementc p.iir, a -í-;livação dos fazeres e para a transformação das vivências, é opoi tiiiio convoc.i, .1 Psicologia Duas obsei vaç.V.-s são ainda necessárias: a primeira é que a Psicologia possui um co- nhecimento impo. 1 nte, como vimos, mas a dimensão subjetiva não é a única dimensão da realidade nem ; .A descolada de todos os outros aspectos que a compõem. Por isso, cs psicólogos ptec'.<-i~ estudai- e compreender outras áreas do conhecimento, depen- dendo do local e das piocessos em que &çam suas intervenções. Soaologia, Filosofia, Biologia, Farmacoiogia, Educação, Informática, Medicina, Arquitetura, Engenharia são áreas com as quais js psicólogos dialogam e estudam. Além disso, como uma segunda observação, os ps!-:ó'.ogos não atuam deforma isolada, pois sua intervenção não dá con- ta da i iqueza e da ..l.í èi -idade da realidade. Assim, a atuação multidisciplinar caracteriza a prática dessa ni is£ão A í ' ' R O F i s s à o NO BRASIL Psicólogos podem atuar em qualquer lugar onde se queira dar atenção à sempre presente dimensão subjetiva A Psicologia, como informamos no início deste capítulo, foi regulamentada no Brasil pela Lei n- 4119, de 1962 Foi reconhecida como uma profissão necessária no país, e isso se deu porque seu conhecimento foi entendido como importante. Naquele momento históiico. a Psicologi3 ^ .argia como uma possibilidade de contribuição para o projeto de modernização do país Wo final da primeira metade do século XX, o Brasil passou a so- nhar com o desenvolvimento e a modernização, e tudo que se apresentasse como tecno- logia para caracterizar alguma intervenção seria bem-vinda. A Psicologia se apresentou com os testes psicológicos, que havian» sido desenvolvidos a partir da Segunda Guerra Mundial e depois «tilízsdos para outras situações nas quais a classificação fosse vista como adequada pai-i desenvolvimento e a produção de atividades específicas, seja na indústria, na escola ou nas organizações em geral. , 10 P S i r c i L ú c i ^ i S Aelite brasileira viu na Psicologia e nos seus recursos tecnológicos de seleção e orien- tação proôssional uma fonte rica de possibilidades de mtervenções objetivas, baseadas ' em conitecimentos científicos. Assim, a Psicologia aparece como necessidade social No entanto, não havia ainda uma categoria profissional identificada como tal nem mesmo .• um discurso unificador de um coletivo A Psicologia recebeu sua certidão de nascimento ' antes mesmo que "o bebê tivesse nascido" Nesses anos de profissão regulamentada, os psicólogos foram "inventando" a profis- são e a categoria profissional. Hoje, são milhares de psicólogos atuando nas mais diversas reahdades, que eru-iquecem a cada dia seus fazeres, permitindo que a Psicologia cumpra com as expectativas que a sociedade tem em relação a ela Mas é importante também deixar te^stiado que os psicólogos estão guiados hoje pela ideia de redirecionar o com-1 promisso qpe mantêm com a sociedade brasileii-a. A Psicologia como profissão busca um compromisso com as urgências e as necessidades da maioria da população em nosso país, escapando de uma relação restrita aos interesses das elites. A Psicologia quer ser • uma ciência importante e uma profissão acessível a todos os brasileiros Esse é o com- • promisso sodal da Psicologia. 1 PsicoEogia como piofissão o que faz um psicólogo, onde atua, que conheci- mentos utiliza em sua prática A attiaçào do psicólogo pai a saber o que sabe .sobte as pessoas 3 PSicofogia e suas diferenças com outros saberei como a Psiquiatria, a Psicolo- gia e um bom amigo. ^ As diversas áreas da Psicologia 5 Psicologia e compromisso social h IVOLUÇAO OA CitNCIA r i lCOlÔCICA O twhallio piofissional do psicólogo deve sei definido em função das circunstâncias concretas da popiil^ção a que deva atender. A situação atuai dos povos centro-ainerícanos pode ser caracteri- zada por: a) a injustiça estrutural, b) as Quaras ou quase-guen^s revolucionárias, e c) a perda da sci;oiania nai lonal Ainda que o psicólogo não seja chamado para resolver tais problemas, ele deve cDiiiiiiiüii, a p.irtirde sua especificidade, para b u s a r uma resposta. Propõe-se como horizonte do seu •.'fSi ÍÍIJSÍ a conscientização, isto ele deve ajudar as pessoas a superarem sua identidade alienada, pessoal e social, ao transfoimai as oondições opressivas do seu contexto. Aceitar a cons- cientização como horizonte não exige tanto mudar o a m p o de trabalho, mas a perspectiva teórica e prática a p?itir da qual se trabalha. Pressupõe que o psicólogo centro-americano recoloque seu conhecimento e sua práxis, assuma a perspectiva das maiorias populares e opte por acompanhá-las no seu caminho histórico em direção i l ibertação. lgiiidoM]nlii-BanS.ln CsludoiáePslalogiii 1997 A Psicciogin tem construído ideias que precisam ser superadas, como por exemplo: crianças não apiendem ii.i escala porque não se esforçam ou porque t ê m pais que bebem e mães ausentes; as m ã e s pobieb não tratam adequadamente seus filhos porque n ã o conhecem os saberes da Psicolo- gia; as pes í Gas não melhoi am de vida parque n ã o querem; os trabalhadores perdem suas mãos nas máquinas devido a impulsos incontroláveís que caracterizam sua relação com o trabalho Os jovens matam ci:,- r.QS com tiros porque t é m natureza violenta ou porque seus pais. E assim a Psicologia vai explic;'i:Mo todas as questões sociais a partir de mecanismos naturais do mundo psicológico. £ preciso trabalhar criticamente e inverter essas explicações. É preciso compreender as relações sociais e as tormas de produção da vidaoomo fatores responsáveis pela produção do mundo psi- cológico, t pieciso incluirmos o mundo cotidiano e o mundo cultural e social na produção e na compreensão do mundo psicológico. A Psicnlogia precisa, para superar suas construções ideológi- cas, analisai todos os elementos que se constituem como determinações do humano, sem isolar o mundo psíquico no Interior do indivíduo, como algo natural, universal e dotado de força própria. A mudança nesta concepção permitirá a superação da ideologia presente na Psicologia e consolidará um Rovo cu.iipi omisso dos psicólogos e da Psicologia com a sociedade, um compromisso de traba- llio pela melhoria da qualidade de vida; um compromisso em nome dos direitos humanos e do fim das desKjii.ildades sociais BOCK.AnaM B i^icilogüdnB ideologia «anos de compramisso tom as elites In 60CK,A M B Malogtaeoaimpitmlaomkí Sio Paulo Cortei, 2003 Discutam em pequenos grupos o que sabem sobre a Psicologia como profissão. Discutam o entendimento sobre o conceito de Psicologia como o estudo da di- mensão subjetiva da realidade. Ainda em grupo, relacionem o que foi debatido com a possibilidade de atuação de um psicólogo. i „ I P S I C O L O G I A S 2. Convidar um ou mais psicólogos para conversar com a classe, procurando variar a área de atuação. A classe deverá formular questões para o debate, que deverão ser entregues ao psicólogo antes da conversa 3. Em que a disciplina de Psicologia tem contribuído para a sua fomnação? Pode ser realizado um debate na sala. 4. Procurem em revistas e jornais pronunciamentos de psicólogos e relacionem o que está sendo analisado e como está sendo analisado com a ideia de visibilidade da dimensão subjetiva da realidade como objetivo do trabalho dos psicólogos. 5. A partir dos textos complementares, discutam o compromisso social da psicolo- gia no Brasil. P a r a s a b e r m a i s D Bibliografia básica O livro Aventuras do barão de Murt- chhauser) rta Psicologia, de Ana M. B. Bock (São Paulo: Educ e Cortez, 1999) relata uma pesquisa sobre a concepção de fe- nômeno psicológico entre os psicólogos e traz para a análise muitos dados sobre a profissão. O Conselho Federal de Psicologia tem duas publicações interessantes sobre a profissão: Quem é o psicólogo brasileiro? (Educ/Edicon, 1988) traz uma pesquisa sobre a categoria no Brasil. Os dados des- sa pesquisa foram, em parte, atualizados e podem ser acessados no site www.pol. org.br. Outra publicação, de 2007, se inti- tula Profissão psla6logo - legislação e reso- luções para a prática profissional. Os dados sobre legislação também podem ser en- contrados no site www.pol.org.br. • Bibliografia avançada Para uma avaliação critica do traba- lho dos psicólogos nas diferentes áreas de atuação profissional, o livro Psicologia so- cial: o homem em movimento (São Paulo: Brasiliense, 2006), organizado por Silvia T. M. Lane e Wãnderley Codo, apresenta uma parte intitulada'Práxis do psicólogo* em que quatro autores analisam critica-mente cada uma das áreas - a Psicologia educacional analisada por José Carlos Llbâneo; a Psicologia clinica, por Alfredo Naffah Neto; a Psicologia Industrial, por Wanderley Codo; e a área da Psicologia na comunidade, por Alberto Abib Andery. Psicólogo, irjformações sobre o exer- cício da profissão, do Sindicato dos Psicó- logos no Estado de São Paulo (São Paulo: Cortez, 1987), e O perfil do psicólogo no estado de São Paulo, do Sindicato dos Psi- cólogos no Estado de São Paulo e Conse- lho Regional de Psicologia - 6* região (São Paulo: Cortez, 1984). Do Conselho Federal, há duas boas publicações: Quem é o psicó- logo brasileiro? (São Paulo: Edicon/Educ/ Scientiae et Labor, 1988) e Psicólogo bra- sileiro: práticas emergentes e desafios para a formação (São Paulo: Casa do Psicólogo, 1994), publicação do Conselho Federal de Psicologia que apresenta e debate as ten- dências da profissão. Cf/f/ca dos Âmdamentos da Psicolo- gia, de Georges Politzer (Lisboa: Presença, 1975), é um livro de grande reconheci- mento e sua critica tem sido referência para os psicólogos. s Filmes Há urna série de vídeos- Wõo é o que parece, realizado pelo Conselho Fe- deral de Psicologia em parceria com a TV Futura, que apresenta de forma inovado- ra e interessante vários temas de nossa realidade, de interesse de Jovens e edu- cadores, enfatizando a dimensão^subje- tiva. Os vídeos podem ser conseguidos A EVOLUÇÃO OA CitNCIA PSICOLÓGICA junto n c CFP Stigere-se para o debate sobre essa aimsnsão, que é objeto da Psicologia, os vídeos sobre Espaço (Lugar comum). Tempo (A invenção do tempo) e Amor (Arnor Ltca). <• Terapia do amor (Estados Unidos). Di- reção de Ben Younger. Focus Features/ Europa F'l.nes, 2006.105 min. Meryl Streeo vive uma terapeuta jiuja cliente acaba se envolvendo com seu filho. Interessante para discutir o tra- balho dc psicólogo como psicotEra- peuca e seus dilemas. • Gênio indomável (Estados Unidos). Dí- leção de Gus Van Sant e outros. Bue- na \.%t=i tnternational/MIramajt Rlms, 1997.126 iilin. O filme mostra a vida de um Jovem muito inteligente, que apresenta con- duta social bastante inadequada. Vá- rios profissionais tentam atendé-lo sem, contudo, obter sucesso. Sua vida muda quando um psicólogo consegue realizar o tratamento. B Outros recursos Os sites dos conselhos regionais e do Conselho Federal são excelentes fon- tes de dados e de Informações sobre a profissão. Inclusive com acesso ao Jornal e à revisô Psicologia: Ciência e Profissão e Psicologia: Oência e Profissão - Diálogos, que são duas publicações Importantes sobre Psicologia. O Conselho Federal de Psicologia e os Conselhos Regionais mantêm publica- ções interessantes sobre a profissão. Vale a pena entrar em contato com o site (www. pol.org.br) para conhecer o que oferece.
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