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A Competência Internacional no Novo CPC

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A Competência Internacional no Novo CPC
Tanto a Jurisdição como a Competência, dizem respeito à capacidade de dizer o Direito de forma definitiva. No entanto, no caso da jurisdição essa capacidade é genérica; já a competência é a capacidade aplicada a cada caso concreto. Dessa forma, um juiz tem jurisdição em todo território nacional, pois ela é una; mas nem todo juiz é competente para julgar um crime, por exemplo. Por isso dizemos que a competência é uma limitação à jurisdição.
A competência ainda vai se dividir em: Internacional e Interna. Para saber em qual delas o fato irá se encaixar fará a seguinte pergunta: O Brasil pode julgar essa demanda?
Como iremos encontrar essa resposta?
 Primeiro, temos os princípios (ou critérios) norteadores, quais sejam: Efetividade, Interesse e Submissão. 
Embora a recomendação seja pela comutatividade desses princípios, isso não é obrigatório, e algumas vezes um deles irá prevalecer sobre o outro. 
Princípio da Efetividade diz que o país deve julgar aquela demanda que ele é capaz de executar (ex: um divórcio entre um russo e uma romena domiciliados na Inglaterra. Como o Brasil tornaria eficaz uma sentença aqui proferida?); 
 Principio Do Interesse assinala que cada país deve julgar aquilo que é do seu interesse em julgar; 
 Principio Da Submissão diz que deverá haver o respeito à autonomia da vontade das partes (foro de eleição de jurisdição).
Depois de estabelecidos tais critérios, a nossa própria legislação aponta quais demandas devem ser julgadas pelo Brasil, seja exclusiva ou concorrentemente.
 Na Competência Internacional Exclusiva, o art. 23 do Novo CPC traz as hipóteses em que somente o Brasil é competente para julgar, excluindo os demais países, não cabendo o foro de eleição de jurisdição e, mesmo havendo sentença estrangeira sobre o fato, nosso judiciário não homologará tal decisão (um exemplo desse tipo de competência é quando a ação disser respeito a imóveis situados no Brasil).
A Competência Internacional Concorrente é abordada nos arts. 21 e 22do NCPC. Aqui, tanto o Brasil quanto outro país pode proferir decisões a respeito do mesmo fato, porém, valerá aquela que transitar julgado primeiro. Você pode pensar que nesse caso estaria ocorrendo litispendência, mas o próprio código, no art. 24, já assinalou que a ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência. Assim, só nos resta saber qual decisão transitou em julgado primeiro. Sabemos que, nacionalmente, uma decisão é considerada como transitada em julgado quando não são mais cabíveis recursos; já as sentenças estrangeiras só transitarão em julgado quando forem homologadas aqui pelo STJ! Dessa forma, deve analisar quando a sentença estrangeira foi homologada e quando a decisão brasileira não coube mais recursos.
Obtendo a resposta para nossa primeira pergunta: O Brasil pode julgar essa demanda? Se ela for positiva, passaremos da Competência Internacional para a Interna, tema do nosso próximo resumo!
Entendendo o que é competência e jurisdição, a gente parte pra seguinte pergunta: Pode o Brasil julgar essa demanda? Se a resposta for positiva, teremos que analisar então a Competência Interna.
Ao falarmos de competência, temos que ter em mente que o Brasil adota quatro critérios para se chegar ao juiz que deverá julgar a ação, 
 São eles: Funcional ou Hierárquico; Material; Valorativo e Territorial.
Lembrando que esses critérios devem ser analisados na ordem apresentada! 
 Vamos falar de cada um deles?
Critério Funcional ou Hierárquico: esse critério se dá em razão da pessoa (ratione personae). Nele, você vai observar se há Foro Privilegiado (arts. 102, I; 105, I; 108; 114, CF) ou se há relação de acessoriedade ou dependência entre as causas (art. 286, NCPC). Presente uma dessas duas hipóteses, você já conseguiu definir quem é competente para julgar a demanda. Caso ele seja ausente, chegamos a duas conclusões: que o processo vai para o 1º grau e que será de distribuição livre.
2. Critério Material: aqui nós vamos descobrir qual será a justiça competente, também observando a ordem que aqui será apresentada. Será a Justiça Eleitoral? Do Trabalho? Federal? Estadual?
A competência da Justiça Eleitoral está definida no art. 121, CF e no Código Eleitoral (causas concernentes a sufrágio, etc). Já o art. 114, CF traz a competência da Justiça do Trabalho. Importante ressaltar que nessas duas justiças, o que vai definir qual delas poderá julgar a demanda é a CAUSA DE PEDIR, ou seja, ações relativas a questões político-partidárias, Justiça Eleitoral; ações relativas a direito de greve de trabalhadores celetistas, Justiça do Trabalho. Já a Justiça Federal está descrita no art. 109, CF. Aqui há um diferencial, e ela será a justiça competente tanto devido a CAUSA DE PEDIR (ex: disputa sobre direitos indígenas), quanto devido às PARTES (causas em que a União for parte, por exemplo). Por fim, a Justiça Estadual que possui competência residual.
OBS: Competência Material Delegada (arts. 109, § 3º e 112, CF)– significa a transferência da competência da Justiça Federal ou do Trabalho para a competência estadual. Não havendo no local do domicilio do autor JF ou JT, a competência poderá, em certas hipóteses, ser delegada à justiça estadual. Quais são elas? No caso da JF -> JE: no tocante a benefício previdenciário; quando a Lei estabelecer outros casos; ou em produção antecipada de provas (art. 381, § 4º, NCPC). No caso da JT -> JE: a Lei definirá os casos.
3. Critério Valorativo: arts. 291 e ss, NCPC. Diz respeito ao valor da causa. Até 40 salários mínimos, Juizado Especial Cível; até 60 salários mínimos quando for Juizado Especial da Fazenda Pública ou Juizado Especial Federal.
4. Critério Territorial: art. 42 a 63, NCPC. Nesse caso, a competência será definida pelo local. Exemplo: No Código de 73, a ação de Divórcio era processada no local do domicílio da mulher; já no NCPC, será competente o foro do domicilio do guardião do filho incapaz; ou, não havendo filho incapaz, do último domicilio do casal; ou do domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal.
Dos 4 critérios apresentados, no tocante ao Regime Jurídico, o critério Funcional e Material são de competência absoluta e o Valorativo e Territorial, de competência relativa.

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