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Curso de Sentença Cível Descomplicada - Udemy

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1 
APRESENTAÇÃO DO CURSO 
O curso será disponibilizado em forma de vídeo-aulas, distribuídas em 
12 aulas, sendo 10(dez) delas expositivas, ministradas no período de 
aproximadamente 15 (quinze) minutos cada; as outras 02(duas) contém o áudio 
explicativo com base do teor de uma tese de concurso e de uma sentença (que 
constará na tela). 
• Vídeo 000 
 Título: Introdução 
 Conteúdo: Conceito de sentença (e suas modificações ao longo das últimas 
alterações legislativas e no NCPC). Conteúdo do curso distribuído em seus 6 módulos (1. 
conceitos; 2. relatório; 3. fundamentação; 4. dispositivo; 5. estruturação do raciocínio; 6. 
prática/análise de sentenças). 
 Tempo: 5:54 
 
• Vídeo 001 – Módulo 1 – Aula 1 
Título: Reflexões Iniciais. A Vida do Juiz e os Pronunciamentos Judiciais. 
Conteúdo: Reflexões iniciais. A vida do juiz e os pronunciamentos judiciais 
(despachos, decisões interlocutórias e sentenças). 
Tempo: 15:02 
 
• Vídeo 002 – Módulo 1 – Aula 2 
Título: A Sentença – Considerações Gerais. 
Conteúdo: Sentença: conteúdo, objetivo e importância. Sentença terminativa e 
definitiva. Perspectivas da atuação judicial à luz do NCPC. 
Tempo: 13:08 
 
• Vídeo 003 – Módulo 2 – Aula 1 
Título: Relatório – Dicas de Redação. Importância e Requisitos. 
Conteúdo: Elementos da sentença. Dicas de redação. Importância dos requisitos 
de regularidade formal, de validade, de existência e de inteligência. Relatório (o 
que deve constar, como deve ser desenvolvido). 
Tempo: 14:18 
 
• Vídeo 004 – Módulo 2 – Aula 2 
Título: Relatório – Critérios para Elaboração 
Conteúdo: Nomes das partes. Identificação do caso. Suma do pedido e da 
contestação. Registro das principais ocorrências. Questões incidentais. Tempo 
verbal. 
Tempo: 13:57 
 
• Vídeo 005 – Módulo 3 – Aula 1 
Título: Fundamentação – Estruturação. Questões Preliminares. 
Conteúdo: Estruturação da fundamentação (ordenação e desenvolvimento). 
Preliminares. 
Tempo: 18:17 
 
 
 
2 
• Vídeo 006 – Módulo 3 – Aula 2 
Título: Fundamentação – Questões Prejudiciais. Mérito da Causa. 
Conteúdo: Questão Prejudicial. Mérito da causa. Motivação: princípio da 
persuasão racional. Aspectos processuais destacados, como julgamento 
antecipado da lide. Aplicabilidade do CDC. Inversão do ônus da prova. 
Tempo: 15:32 
 
• Vídeo 007 – Módulo 3 – Aula 3 
Título: Fundamentação – Alterações no NCPC (art. 489, §1º) 
Conteúdo: Exigências previstas no §1º do art. 489 do NCPC. Importância do 
sistema de precedentes. Orientações complementares (sugestões sobre o 
desenvolvimento do raciocínio). 
 Tempo: 17:21 
• Vídeo 008 – Módulo 4 – Aula 1 
Título: Dispositivo – Comando Principal e Encargos Sucumbenciais 
Conteúdo: Importância do dispositivo. Rigor técnico. Conteúdo: comando principal 
e encargos sucumbenciais (art. 85 do NCPC). 
 Tempo: 13:00 
• Vídeo 009 – Módulo 4 – Aula 2 
Título: Dispositivo – Encargos Sucumbenciais 
Conteúdo: Encargos sucumbenciais (continuação). Outros comandos e 
regramentos específicos. 
 Tempo: 18:03 
• Vídeo 010 – Módulo 5 – Aula 1 
Título: Estruturação do Raciocínio 
Conteúdo: Dicas sobre a estruturação do raciocínio por ocasião da elaboração da 
sentença em prova de concurso (a partir da tese apresentada). Método CPC 
(conhecer, planejar e conferir). 
 Tempo: 16:21 
• Vídeo 011 – Módulo 6 – Aula 1 
Título: Análise do Teor de uma Tese de Concurso da Magistratura. 
Conteúdo: Leitura e breve interpretação de uma tese de sentença cível (aplicada 
no concurso da magistratura no estado de Santa Catarina no ano de 2010). 
 Tempo: 25:49 
• Vídeo 012 – Módulo 6 – Aula 2 
Título: Análise da Sentença Cível. 
Conteúdo: Dicas sobre a elaboração da sentença cível (explicadas a partir do seu 
teor já redigido). Erros mais comuns praticados. Considerações finais. 
Tempo: 02:00:37 
 
 
 
 
 
3 
SUMÁRIO 
PALAVRAS INICIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 
 
DA SENTENÇA 
REFLEXÃO INICIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 
OS PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS. A SENTENÇA, A DECISÃO 
INTERLOCUTÓRIA E O DESPACHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 
O QUE O NCPC PROMETE? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 
O QUE O NCPC ESPERA DO JULGADOR? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 
ELEMENTOS ESSENCIAIS DA SENTENÇA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 
DICA DE REDAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 
DICA QUANTO À FORMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 
 
DO RELATÓRIO 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 
COMO REDIGIR O RELATÓRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 
DICAS IMPORTANTES PARA A ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO . . . . . . . . . . . . 14 
TEMPO VERBAL A SER EMPREGADO NO RELATÓRIO . . . . . . . . . . . . . . . 15 
 
DA FUNDAMENTAÇÃO 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 
EM QUE CONSISTE A FUNDAMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 
ORDEM A SER OBSERVADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 
PRELIMINARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 
QUESTÃO PREJUDICIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 
MÉRITO DA CAUSA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 
ALTERAÇÕES PROMOVIDAS COM O NCPC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 
A FUNDAMENTAÇÃO COMO CRITÉRIO PARA ENFRENTAMENTO 
DA COLISÃO ENTRE NORMAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 
REFERÊNCIAS LEGISLATIVAS USUAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 
INTERPRETAÇÃO DA DECISÃO JUDICIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 
A COERÊNCIA COMO MEIO INTERPRETATIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 
A PREVALÊNCIA DA SENTENÇA COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO . . . . . . . . . . . 23 
A SENTENÇA SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 
ESPECIFICAÇÕES NECESSÁRIAS – OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA . . . . . 24 
PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 
FATO SUPERVENIENTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 
SISTEMA DE PRECEDENTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 
 
DO DISPOSITIVO 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 
COMANDO PRINCIPAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 
ENCARGOS SUCUMBENCIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 
SUCUMBÊNCIA MÍNIMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 
AUSÊNCIA DE FIXAÇÃO DOS ENCARGOS SUCUMBENCIAIS . . . . . . . . . . . . . 33 
DEMAIS COMANDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 
 
PALAVRAS FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA PARA ESTUDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 
 
 
4 
PALAVRAS INICIAIS 
 
Se você foi capaz de sonhar com algo, tenha certeza de que também 
é capaz de realizá-lo. Rogando que compartilhe desta convicção, cumprimento-
o carinhosamente e lhe desejo boa sorte em seus propósitos, pois todo o resto 
depende apenas de você. 
É sob esta perspectiva que o presente curso SENTENÇA CÍVEL 
DESCOMPLICADA está sendo disponibilizado de modo online, justamente para 
permitir que este conhecimento seja acessível a todo aquele que tiver interesse 
em aprender ou aperfeiçoar a técnica de elaboração da sentença cível. 
A presente apostila se presta apenas a servir de material de apoio 
para eventual consulta, sobretudo após a conclusão do curso, daí porque nela 
constam alguns destacados registros do seu conteúdo (dos módulos 1 a 4). Além 
disso, permitirá que nela sejam lançadas suas anotações ao longo dos estudos 
e das atividades práticas realizadas. 
Lembro que, para alcançar o desafio de conceber a tarefa de elaborar 
uma sentença cível como algo simples e descomplicado, duas atitudes 
complementares, de sua parte, além do curso, são necessárias: 
A primeira é a constante leitura de sentenças. Tente montar um 
banco de dados (que pode ser virtual e facilmente obtido em consulta aos sites 
dos tribunais) e assim se disciplinar para ler atentamente, e com olhos críticos, 
pelo menos uma sentença cível por dia, procurando diversificar o conteúdo (de 
modo a ler, por ex., num dia uma sentença em demanda possessória, noutro, 
uma rescisória de contrato, noutro indenização por acidente de trânsito, e assim 
sucessivamente). 
A segunda é o permanente treinamento da elaboração de 
sentenças em relação a casos concretos (minutas) ou a partir de teses de 
concurso (simulação). Tais teses podem ser facilmente obtidas pela internet. 
 
 
5 
Priorize aquelas aplicadas nos concursos da magistratura realizados em 
diversos locais, conforme o ramo da justiça por você escolhido. Importa que você 
treine, treine e treine muito. Somente assim, perceberá a evolução alcançada, a 
qual fará com que, dia após dia, melhor compreenda a tese, estruture o raciocínio 
e desenvolva a elaboração da sentença. 
Este é o nosso desafio, sendo certo que o resultado proporcionará a 
aproximação ao seu objetivo que pode ser a aprovação no concurso da 
magistratura ou outro, como o aprimoramento do seu trabalho já desempenhado 
na assessoria de gabinete de magistrado ou até mesmo a atuação como juiz 
leigo (no âmbito dos juizados especiais). 
E é assim, compartilhando deste propósito, que se disponibiliza este 
curso na plataforma UDEMY (http://www.udemy.com) e que, eu e você, 
seguimos caminhando em busca do permanente aprimoramento. 
So, let’s go! The dream is waiting for you! (Não o contrário) 
 
 
 
6 
DA SENTENÇA 
 
REFLEXÃO INICIAL 
Sobre a atuação do Poder Judiciário, sugerimos inaugural reflexão 
sobre as palavras ditas por WARREN BURGER, Presidente da Suprema Corte 
norte-americana na década de 70, citado por CALMON: "Não é correta a noção 
de que os cidadãos comuns querem juízes com toga preta, advogados bem 
vestidos e tribunais bem revestidos como características para resolver suas 
disputas. As pessoas com problemas são como os doentes, querem remédios e 
os querem o mais rápido e barato possível.", citado por Calmon (2007, p. 164, 
original dem grifo) 
 
OS PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS. A SENTENÇA, A DECISÃO 
INTERLOCUTÓRIA E O DESPACHO. 
Ato processual do juiz é categoria mais ampla (abrange os 
pronunciamentos, inquirição de testemunha, inspeção judicial). Logo, ato 
processual é gênero, do qual pronunciamento é espécie. 
 
NCPC, Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
§1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença 
é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 
487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a 
execução. 
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória 
que não se enquadre no § 1o. 
§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no 
processo, de ofício ou a requerimento da parte. 
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, 
independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos 
pelo juiz quando necessário. 
 
 
7 
 
Vale lembrar que as decisões interlocutórias consistem nos 
pronunciamentos judiciais (em qualquer grau de jurisdição) que durante o 
processo, resolvem uma questão incidente, um incidente processual ou 
uma parcela do mérito sem, contudo, pôr fim a fase cognitiva do 
procedimento comum ou extinguir a execução. 
SENTENÇA, por sua vez, é o pronunciamento por meio do qual o 
juiz, com fundamento no art. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do 
procedimento comum, bem como extingue a execução. 
Como identificar a sentença como pronunciamento judicial? 
1. ANTES DA REFORMA (LEI N. 11.232/05). Em sua redação 
anterior à Lei n. 11.232/05, o Parag. 1o do art. 162 preconizava: "sentença é o 
ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa". 
2. DEPOIS DA LEI N. 11.232/05). A redação dada pela Lei n. 
11.232/05 estabeleceu: "sentença é o ato do juiz que implica alguma das 
situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei." 
3. COM O NOVO CPC. É necessário que concorram duas 
circunstâncias: 
1) Que o pronunciamento tenha fundamento nos arts. 485 
e 487; 
2) Que extinga o processo (fase cognitiva ou execução) 
 
Diz o §2ª do art. 203 do NCPC que decisão interlocutória é todo 
pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º (em 
relação aos dois requisitos). 
 
 
8 
Logo, haverá decisões interlocutórias agraváveis (quando couber 
agravo de instrumento) e outras apeláveis (quando forem impugnadas na 
apelação. 
Além disso, haverá decisões com conteúdo típico de sentença que 
serão agraváveis (como JAPM – Julgamento Antecipado Parcial do Mérito). 
Há, portanto, decisões interlocutórias que tem conteúdo de sentença. 
Por isso, nestes casos, se recomenda que contenham os mesmos elementos 
(relatório, fundamentação e dispositivo). 
São os casos em que parcela do mérito é resolvida no curso do 
processo e/ou em que o processo é parcialmente extinto sem resolução do 
mérito. 
Seção I - Da Extinção do Processo 
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos 
II e III, o juiz proferirá sentença.Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas 
parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento. 
 
Seção III - Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos 
formulados ou parcela deles: 
I - mostrar-se incontroverso; 
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. 
 
QUANTO AO CONTEÚDO DA SENTENÇA. Poderá ser 
PROCESSUAL (art. 485) ou DE MERITO (art. 487). 
A primeira, também é conhecida como SENTENÇA TERMINATIVA. 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - indeferir a petição inicial; 
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
 
 
9 
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar 
a causa por mais de 30 (trinta) dias; 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento 
válido e regular do processo; 
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o 
juízo arbitral reconhecer sua competência; 
VIII - homologar a desistência da ação; 
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por 
disposição legal; e 
X - nos demais casos prescritos neste Código. 
 
A segunda é conhecida como SENTENÇA DEFINITIVA 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou 
prescrição; 
III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na 
reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
 
 
 
 
10 
 
O QUE O NCPC PROMETE? 
Vejamos, a partir da própria letra da norma jurídica, algumas 
promessas veiculadas com o NCPC. 
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do 
mérito, incluída a atividade satisfativa. 
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, 
em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. (Princípio da primazia da 
sentença de mérito). 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
 
O QUE O NCPC ESPERA DO JULGADOR? 
Espera que a parte encontra o que procura, ou seja, uma tutela de 
mérito que resolva o conflito e, que para isso, seja efetiva. 
Espera que a parte compreenda as razões que levaram o juiz a formar 
tal convicção, 
Espera que o sistema de precedentes, formado pelas decisões 
prolatadas nos tribunais superiores, especialmente por meio do julgamento 
repetitivo e das súmulas vinculantes, proporcione mais segurança jurídica e, até 
mesmo, maior celeridade e efetividade processual (como efeitos reflexos). 
E, para tudo isso, o que ele pede ao julgador, é que desenvolva uma 
motivação qualificada. 
 
 
 
 
11 
 
ELEMENTOS ESSENCIAIS DA SENTENÇA. DICAS DE REDAÇÃO 
Todos sabemos que a sentença é composta de três partes essenciais: 
o relatório, a fundamentação e o dispositivo. 
Façamos, então, uma comparação, entre o teor do art. 458 do CPC 
de 1973 com o art. 489 do NCPC. 
CPC/1973: Art. 458. São requisitos essenciais da sentença: 
NCPC: Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
 
CPC/1973: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma 
do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências 
havidas no andamento do processo; 
NCPC: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a 
identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro 
das principais ocorrências havidas no andamento do processo; 
 
CPC/1973: II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões 
de fato e de direito; 
NCPC: II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de 
fato e de direito; [MESMA REDAÇÃO] 
 
CPC/1973: III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que 
as partes Ihe submeterem. 
NCPC: III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões 
principais que as partes lhe submeterem. 
 
 
12 
 
Tais elementos essenciais (especialmente a fundamentação e o 
dispositivo) se aplicam a qualquer decisão e instância. 
NCPC, art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
 
DICA DE REDAÇÃO 
Dentre tantas outras, veiculadas no curso on line, segue destacada a 
seguinte pela sua importância: a sentença deve ser escrita em bom vernáculo, 
de modo que todos possam compreendê-la, inclusive as partes (evitar uso 
excessivo de jargões forenses, expressões em latim, gírias, etc) 
Vale lembrar que a sentença é um ato de comunicação (não somente 
do juiz com os advogados, mas também, e principalmente, com as partes, que, 
em tese, são os destinatários da jurisdição). 
 
DICA QUANTO À FORMA 
A regularidade formal da sentença está diretamente ligada à garantia 
do devido processo legal, daí porque seu atendimento assegura importante 
coerência interna do próprio ato. 
HÁ REQUISITOS DE VALIDADE (relatório e fundamentação). 
HÁ REQUISITOS DE EXISTÊNCIA (dispositivo). 
MAS HÁ TAMBÉM REQUISITOS DE INTELIGÊNCIA (que são 
clareza e precisão), os quais devem estar presentes em todos os elementos 
da sentença (tanto no relatório, quanto na fundamentação e no dispositivo). 
 
 
13 
DO RELATÓRIO 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Quanto ao conteúdo, segundo exigência legal, temos o seguinte: "o 
relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma 
do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no 
andamento do processo” (NCPC, art. 489, inc. I) 
A importância do relatório foi ressaltada pelo NCPC, tanto que o 
manteve como elemento essencial da sentença e fez questão de incluir, na sua 
concepção, a identificação do caso, a partir do que será possível identificar os 
elementos necessários à aplicabilidade da teoria dos precedentes. 
No relatório, são historiados os fatos relevantes ocorridos ao longo da 
tramitação processual. Tem-se por relevantes aqueles que compõe as principais 
etapas da marcha processual, especialmente os que, de alguma forma, 
influenciaram a formação da convicção judicial. Tal relato deve ser feito de modo 
imparcial, ou seja, a narrativa há de ser desenvolvida com isenção. 
Devemos, assim, formular algumas perguntas básicas: Quem litiga? 
Por que? O que deseja? Com base em quais argumentos a parte contrária 
formula sua resistência? 
 
COMO REDIGIR O RELATÓRIO 
 DESCREVA O CONTEÚDO COM OBJETIVIDADE, como se 
estivesse contando uma história. 
 TODAVIA, FAÇA-O COM IMPARCIALIDADE, ou seja, não permita 
que, nesta etapa da elaboração, o leitor identifique indícios do seu 
posicionamento. Ex.: não expressar juízo de valoração da prova, 
nem mencionar o que foi declarado pelas testemunhas, nem o 
 
 
14 
resultado do laudo pericial. Apenas mencionar quantas 
testemunhas foram inquiridas e/ou que, realizada a prova pericial, 
o laudo pericial foi juntado às fls. 00-00, sobre o qual se 
manifestaram as partes. 
 Em síntese: para que o relato seja desenvolvido de modo imparcial, 
narre os fatos com máxima isenção. 
 
DICAS IMPORTANTES PARA A ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO 
NOMEDAS PARTES: Citar todos os nomes textualmente, sem 
abreviações (evitar expressões como "e outros" ou "e sua mulher“). 
IDENTIFICAÇÃO DO CASO: SUMA DO PEDIDO E DA 
CONTESTAÇÃO: Atentar para a causa de pedir e para as razões invocadas na 
defesa. 
REGISTRO DAS PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS: Narrar apenas as 
relevantes. Não é necessário citar o que ocorreu em todas as folhas do processo. 
Ao abordar cada uma delas, priorizar a revelação do seu desencadeamento. 
Mencionar os principais fatos ocorridos ao longo da tramitação, 
respeitando o nexo lógico e também, dentro do possível, a cronologia. Importa 
que o leitor compreenda o desencadeamento da tramitação processual. Ou seja, 
ao relatar um incidente, já apontar o seu desfecho (ex.: recurso de agravo, 
impugnação assistência judiciaria, etc). 
Como se percebe, estabelece-se um nexo lógico entre os fatos 
narrados e o resultado do julgamento, pois aqueles serão o suporte fático da 
fundamentação deste. 
 
 
 
 
 
15 
TEMPO VERBAL A SER EMPREGADO NO RELATÓRIO 
Considerando que, ao redigir a sentença, os fatos narrados já 
aconteceram, justamente porque se deram nas fases antecedentes (postulatória, 
de saneamento e instrutória), sugere-se o emprego do verbo no tempo 
PASSADO. 
Nada impede que seja feito no tempo presente (ex.: para tanto, alega 
...). Todavia, uma vez empregado um tempo verbal, sugere-se mantê-lo até o 
final do relatório (padronizando-se a linguagem). 
REGRA DE OURO: O relatório há de ser sucinto, porém sem deixar 
de constar o necessário. 
 
 
 
16 
FUNDAMENTAÇÃO 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Primeiramente, vale salientar que, no NCPC, a fundamentação foi a 
parte da sentença que recebeu a maior atenção do legislador, tendo sido alvo de 
importante modificação (cujo objetivo foi contemplar expressamente as 
exigências que devem ser atendidas pelo juiz, ao elaborar a sentença, para que 
seja considerada adequada). Estabeleceu, assim, parâmetros para definir os 
marcos de uma fundamentação qualificada. 
Ou seja, é preciso que o juiz enfrente todas as questões e as decida 
motivadamente, apontando as razões que o levaram àquele entendimento. 
A motivação, não só da sentença (mas de toda decisão judicial), 
constitui exigência constitucional (CF, art. 93, IX). 
 
EM QUE CONSISTE A FUNDAMENTAÇÃO 
A fundamentação revela uma operação lógico-psicológica, por meio 
da qual o juiz desenvolve, de modo justificado, o raciocínio empregado para 
conectar as circunstâncias fáticas ao entendimento jurídico aplicado, 
externando, assim, com clareza e concatenadamente, as razões de decidir 
então adotadas. 
 
ORDEM A SER OBSERVADA 
No desenvolvimento da fundamentação, sugere-se a seguinte ordem: 
• Parágrafo de abertura (facultativo) 
 
 
17 
• Preliminares. Primeiramente, as processuais (NCPC, art. 337); 
depois as mérito (prescrição ou decadência), se houver; 
• Questões prejudiciais (NCPC, art. 503, §§1º e 2º). São aquelas cuja 
decisão influenciará ou determinará o conteúdo da decisão 
vinculada; 
• Mérito da causa. 
 
PRELIMINARES 
A preliminar, que pode ser processual ou de mérito, de regra diz 
respeito a um fato que poderá impedir a apreciação das questões de mérito, daí 
porque precisa ser resolvida anteriormente. Justamente por isso, o acolhimento 
de uma preliminar impedirá a apreciação das questões logicamente 
subseqüentes. 
Há preliminares processuais que revelam problemas que podem ser 
sanados, caso em que tal providência será oportunizada (preliminares dilatórias) 
e outras que revelam problemas irremediáveis (preliminares peremptórias), caso 
em que o feito, de regra, aquela relação processual deverá ser extinta. 
 
QUESTÃO PREJUDICIAL 
A questão prejudicial pode ser entendida como "a relação jurídica reda 
lide em andamento, dita principal, e apta, em tese, a ser objeto de uma ação 
principal autônoma"1. Ex.: a alegação de nulidade de contrato numa demanda 
em que busca a condenação ao pagamento da multa contratual nele prevista. 
 
 
1 GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 6.ed., vol. 2, p. 149 apud SANTOS, Nelton 
Agnaldo Moraes dos. A Técnica de Elaboração da Sentença Cível. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 163. 
 
 
18 
MÉRITO DA CAUSA 
No mérito propriamente dito, o juiz enfrentará as teses formuladas 
pela parte autora e pela parte contrária, promovendo a análise das provas 
respectivas e alinhando suas premissas atinentes às circunstâncias fáticas com 
o respectivo entendimento jurídico aplicável. 
Ao analisar os fatos, deve o juiz atentar para a prova e apontar as 
razões que motivaram a formação da sua convicção, observando, assim, o 
princípio da persuasão racional - NCPC, art. 371: 
 
NCPC, art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente 
do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de 
seu convencimento. 
 
Cabe ao juiz promover o exame crítico dos elementos probatórios 
(deve valorar e não apenas indicar os elementos de prova, mesmo porque pode 
haver aparente conflito). 
 
ALTERAÇÕES PROMOVIDAS COM O NCPC 
No NCPC, o art. 489, especialmente em seu §1º, foi o que mais 
impactou a elaboração da sentença. Nele estão enumeradas as circunstâncias 
que, se configuradas, importarão em nulidade da sentença por falta ou 
insuficiência da fundamentação. 
Ou seja, o artigo do §1º do art. 489, do NCPC aponta os aspectos que 
não podem deixar de constar abordados na fundamentação da sentença, sob 
pena de nulidade. 
Vejamos seu teor: 
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
 
 
19 
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma 
do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no 
andamento do processo; 
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; 
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe 
submeterem. 
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar 
sua relação com a causa ou a questão decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de 
sua incidência no caso; (ex.: “A pretensão encontra respaldo na boa-fé”). 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; (ex.: diz-
se da decisão conhecida como padrão, de todo inadmitida, assim denominada por 
ser aplicada a vários casos, sem atentar para as suas particularidades. Ex.: “os fatos 
alegados pelo autor encontram na prova produzida o necessário respaldo”. Ou, “tal 
concussão tem respaldo no ordenamento jurídico”.) 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em 
tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; (Com isso, resultará inaplicável o 
entendimento jurisprudencial seguinte, reiteradamente seguido na vigência do 
CPC/1973: “(...) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL - 
CADERNETA DE POUPANÇA - SUPOSTA OFENSA AO ARTIGO 535 DO 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - OMISSÃO E AUSÊNCIA DE APRECIAÇÃO DOS 
FUNDAMENDOS DA APELAÇÃO NÃO EVIDENCIADOS - MATÉRIA 
DEVIDAMENTE SOPESADA NO V.ACÓRDÃO OBJURGADO - O JUIZ NÃO 
PRECISA REBATER TODOS OS ARGUMENTOS DAS PARTES - ACÓRDÃO 
DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO - EMBARGOS REJEIÇÃO. 1. O juiz não está 
obrigado a responder a todas as alegações das partes, quando já tenha encontrado 
motivo suficiente para fundar a decisão, nem se obriga a ater-se aos fundamentos 
indicados por elas e tampouco a responderum a um todos os seus argumentos (TJ-
PR - EMBDECCV: 650258301 PR 0650258-3/01, Relator: Themis Furquim Cortes, 
Data de Julgamento: 25/08/2010, 14ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 474)”) 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus 
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta 
àqueles fundamentos; (Ao desenvolver a fundamentação, deve o juiz demonstrar, 
com argumentos, que o caso concreto está de acordo com o precedente. Cabe ao 
juiz tal ônus argumentativo). 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado 
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a 
superação do entendimento. (Identicamente ao previsto no item supra, deve o juiz 
demonstrar, com argumentos, que o caso concreto não se amolda às circunstâncias 
que ensejaram a formação do precedente invocado). 
§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios 
gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência 
na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. 
 
 
20 
§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os 
seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé. 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
Prestigiando a força dos precedentes, o NCPC apontou, em seu art. 
1.022, as hipóteses em que serão cabíveis os embargos de declaração; 
inclusive, no seu parágrafo único, especificou as circunstâncias que configurarão 
omissão. 
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: 
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; 
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de 
ofício ou a requerimento; 
III - corrigir erro material. 
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: 
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou 
em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; 
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o. 
Com isso, deve o juiz estabelecer clara correlação (diálogo) entre o caso concreto 
(objeto do julgamento) e o precedente. 
 
 
A FUNDAMENTAÇÃO COMO CRITÉRIO PARA 
ENFRENTAMENTO DA COLISÃO ENTRE NORMAS 
Se houver aparente colisão entre normas, o próprio NCPC traça, no 
§2º do art. 489, a orientação a ser aplicada: deverá o juiz justificar e fundamentar 
a conclusão adotada. 
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
(...) 
§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios 
gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência 
na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. 
 
 
 
21 
REFERÊNCIAS LEGISLATIVAS USUAIS 
Os artigos abaixo traduzem marcante importância na tarefa de 
articulação dos argumentos desenvolvidos pelo juiz ao longo da fundamentação, 
seja quanto à análise dos fatos, seja quanto à aplicação da norma ao caso 
concreto, daí porque frequentemente são citados na sentença. Vejamos: 
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as 
alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as 
não impugnadas, salvo se: 
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar 
da substância do ato; 
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao 
defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. 
 
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as 
provas necessárias ao julgamento do mérito. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis 
ou meramente protelatórias. 
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do 
sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de 
seu convencimento. 
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, 
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do 
direito do autor. 
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas 
à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos 
do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz 
atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão 
 
 
22 
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir 
do ônus que lhe foi atribuído. 
§ 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a 
desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. 
§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção 
das partes, salvo quando: 
I - recair sobre direito indisponível da parte; 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
§ 4o A convenção de que trata o § 3o pode ser celebrada antes ou durante o 
processo. 
Art. 374. Não dependem de prova os fatos: 
I - notórios; 
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; 
III - admitidos no processo como incontroversos; 
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. 
Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela 
observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência 
técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial. 
 
INTERPRETAÇÃO DA DECISÃO JUDICIAL 
A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de 
todos os seus elementos (relatório, fundamentação e dispositivo) e em 
conformidade com o princípio da boa-fé. 
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
(...) 
§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus 
elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé. 
 
 
 
 
23 
A COERÊNCIA COMO MEIO INTERPRETATIVO 
Para entender o comando da decisão (dispositivo), é importante ler 
atentamente o relatório e examinar as razões declinadas na fundamentação 
respectiva. Com efeito, a partir da coerência entre tais elementos, é possível 
aferir importantes elementos interpretativos. 
 
A PREVALÊNCIA DA SENTENÇA COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO 
Conforme já vimos, a sentença poderá resolver, ou não, o mérito. Esta 
é a distinção entre sentença definitiva (NCPC, art. 487) e terminativa (NCPC, art. 
485). 
Outrossim, o NCPC foi claro em concitar os juízes a prolatarem, tanto 
quanto possível, sentença que resolva o mérito. É o que se conclui a partir da 
leitura atenta do art. 490 em consonância com o art. 4º. Vejamos: 
Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os 
pedidos formulados pelas partes. 
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do 
mérito, incluída a atividade satisfativa. 
 
A SENTENÇA SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO 
A sentença sem resolução do mérito (NCPC, art. 485) pode ser 
redigida de modo mais sucinto. 
Não pode deixar de apontar, todavia, com clareza, as razões (de 
regra, processuais) que motivam referida conclusão. 
 
 
 
 
 
24 
ESPECIFICAÇÕES NECESSÁRIAS – OBRIGAÇÃO DE PAGAR 
QUANTIA CERTA 
Caso a decisão determine o cumprimento de obrigação de pagarquantia, deverá especificar os parâmetros necessários à precisa apuração do 
montante devido (índice da correção monetária e da taxa de juros moratórios). 
Apenas se não for possível precisar desde logo o valor devido, objeto da 
condenação, é que terá lugar a fase de liquidação. 
 Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado 
pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o 
índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a 
periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando: 
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido; 
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização 
demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença. 
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por 
liquidação. 
§ 2o O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença. 
 
 
PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA 
Deve o juiz prestar a tutela segundo o que foi pleiteado. Não pode 
fazê-lo a menor, nem a maior e nem diferentemente do que foi pedido. 
 Há de haver, portanto, precisa congruência entre o que foi pedido, 
debatido e decidido. 
 Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem 
como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi 
demandado. 
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica 
condicional. 
 
 
 
 
 
25 
FATO SUPERVENIENTE 
Se houver fato superveniente (ou seja, ocorrido depois da propositura 
da demanda), hábil a influenciar no julgamento, será considerado pelo juiz, 
respeitado, sempre, o contraditório (logo, antes de decidir a respeito, será 
oportunizada a manifestação da parte contrária, além da ampla produção de 
provas a respeito por ambas as partes). 
 Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo 
ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em 
consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a 
decisão. 
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre 
ele antes de decidir. 
 
SISTEMA DE PRECEDENTES 
O sistema de precedentes constitui o conjunto de decisões 
consideradas relevantes prolatadas nos tribunais com o intuito de servirem de 
paradigma nos julgamentos, daí porque traduz importante repercussão na 
direção dos entendimentos firmados nos julgamentos prolatados pelas 
instâncias inferiores. Inspiram-se no propósito de assegurar a possível coerência 
nos julgamentos de casos similares, justamente para que sejam julgados 
também de maneira similar, proporcionando, assim, a tão esperada segurança 
jurídica. 
 Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de 
constitucionalidade; 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de 
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial 
repetitivos; 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria 
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; 
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. 
 
 
26 
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, 
quando decidirem com fundamento neste artigo. 
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento 
de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação 
de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese. 
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal 
Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos 
repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no 
da segurança jurídica. 
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese 
adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de 
fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança 
jurídica, da proteção da confiança e da isonomia. 
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão 
jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de 
computadores. 
 
 
27 
DISPOSITIVO 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
O dispositivo é eminentemente técnico e objetivo. Traduz-se no 
resultado final do julgamento e seu teor faz coisa julgada material. 
Deve conter as palavras exatas, nenhuma a mais (desnecessária), 
nem a menos (sob pena de exigir embargos declaratórios para alcançar a devida 
complementação). 
De regra, terá, no mínimo, dois parágrafos: 
1º) COMANDO PRINCIPAL - com resolução do mérito (procedência, 
improcedência, etc) ou sem (art. 487 e 485, respectivamente). 
2º) ENCARGOS SUCUMBENCIAIS - condenação da parte vencida 
ao pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios. 
Contudo, além destes comandos, outros podem ser necessários, 
conforme a natureza da decisão e a extensão das providências cabíveis para o 
adequado cumprimento da tutela jurisdicional prestada. 
 
COMANDO PRINCIPAL 
É o primeiro e mais importante, pois aponta o resultado principal do 
julgamento. 
Ex. 1: PROCEDÊNCIA TOTAL DO PEDIDO 
... julgo procedente o pedido para o fim de condenar o requerido FULANO DE TAL 
ao pagamento, em favor do requerente BELTRANO DE TAL, do valor de 
R$1.000,00 (um mil reais), incidindo correção monetária (INPC/IBGE) a partir do 
[apontar marco inicial] e juros moratórias (1% ao mês) a partir da [apontar marco 
inicial – 00/00/0000 – fl. 00]. 
 
 
 
28 
Ex. 2: PROCEDÊNCIA PARCIAL DO PEDIDO 
... julgo parcialmente procedente o pedido para o fim de condenar o requerido 
FULANO DE TAL apenas ao pagamento, em favor do requerente BELTRANO DE 
TAL, do valor de R$500,00 (quinhentos reais), incidindo correção monetária 
(INPC/IBGE) a partir do [apontar marco inicial] e juros moratórias (1% ao mês) a 
partir do [apontar marco inicial – 00/00/0000 – fl. 00]. 
. 
 
[opcional] Julgo improcedente, portanto, o pedido de indenização por danos morais. 
 
Ex. 3: IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO 
... julgo improcedente o pedido. 
 
ENCARGOS SUCUMBENCIAIS 
Além do comando principal, haverá outro que se prestará a condenar 
a parte vencida ao pagamento das despesas processuais (NCPC, art. 85). 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do 
vencedor. 
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento 
de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos 
recursos interpostos, cumulativamente. 
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte 
por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não 
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: 
I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação do serviço; 
III - a natureza e a importância da causa; 
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 
§ 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários 
observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes 
percentuais: 
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos; 
 
 
29 
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenaçãoou do 
proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 
(dois mil) salários-mínimos; 
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 
(vinte mil) salários-mínimos; 
IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou 
do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 
100.000 (cem mil) salários-mínimos; 
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do 
proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos. 
§ 4o Em qualquer das hipóteses do § 3o: 
I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, 
quando for líquida a sentença; 
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos 
nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado; 
III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito 
econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado 
da causa; 
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida 
ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação. 
§ 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o 
benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor 
previsto no inciso I do § 3o, a fixação do percentual de honorários deve observar a 
faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente. 
§ 6o Os limites e critérios previstos nos §§ 2o e 3o aplicam-se 
independentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos 
de improcedência ou de sentença sem resolução de mérito. 
§ 7o Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda 
Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada. 
§ 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, 
ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos 
honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do 
§ 2o. 
§ 9o Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de 
honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 
(doze) prestações vincendas. 
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu 
causa ao processo. 
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente 
levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, 
conforme o caso, o disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo 
geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os 
respectivos limites estabelecidos nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento. 
 
 
30 
§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras sanções 
processuais, inclusive as previstas no art. 77. 
§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução rejeitados ou 
julgados improcedentes e em fase de cumprimento de sentença serão acrescidas 
no valor do débito principal, para todos os efeitos legais. 
§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com 
os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo 
vedada a compensação em caso de sucumbência parcial. 
§ 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam 
seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de 
sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no § 14. 
§ 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios 
incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão. 
§ 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa própria. 
§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos 
honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança. 
§ 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos 
da lei. 
 
HIPÓTESE 1 – Regra geral, aplicável às sentenças 
independentemente do seu conteúdo, inclusive nas hipóteses de 
improcedência do pedido ou de extinção sem resolução do mérito (caso 
não se configure qualquer das demais situações específicas previstas no 
art. 85 do NCPC): arbitrar percentual (entre 10 e 20%) sobre o valor da 
condenação, do proveito econômico obtido, ou, não sendo possível mensurá-lo, 
sobre o valor atualizado da causa, atendidos os critérios atinentes ao grau de 
zelo do profissional, o lugar da prestação do serviço, a natureza e a importância 
da causa e também o trabalho realizado pelo advogado, além do tempo exigido 
para o seu serviço (NCPC, art. 85, § 2º). 
EXEMPLO: 
Em consequência, condeno o requerido ao pagamento das despesas processuais 
e honorários advocatícios, estes arbitrados na base de 20% (vinte por cento) sobre 
o valor da condenação, na forma do art. 85, §2º, do NCPC. 
 
HIPÓTESE 2 - Se a Fazenda Pública for parte: arbitrar honorários 
advocatícios segundo os parâmetros estabelecidos no §3º do art. 85 do NCPC. 
 
 
31 
 
HIPÓTESE 3 – Se a causa for inestimável, for irrisório o proveito 
econômico obtido ou, ainda, o valor da causa for muito baixo: arbitrar 
honorários advocatícios segundo apreciação equitativa, observando os critérios 
previstos no §2º do art. 85 do NCPC (a saber: ao grau de zelo do profissional, o 
lugar da prestação do serviço, a natureza e importância da causa e também o 
trabalho realizado pelo advogado, além do tempo exigido para o seu serviço). 
Neste caso, o juiz arbitrará o valor específico, em moeda (R$...) (NCPC, art. 85, 
§8º). 
 
HIPÓTESE 4 - Atentar para as regras especiais, como a hipótese 
em que houver condenação ao pagamento de indenização por ato ilícito 
contra a pessoa (quando consistir trato sucessivo): neste caso, arbitrar 
honorários advocatícios mediante fixação de percentual (segundo os critérios 
previstos no §2º do art. 85 do NCPC), o qual incidirá sobre a soma das 
prestações vencidas, acrescida de uma anuidade (concernente às vincendas). 
(NCPC, art. 85, §9º). 
 
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA 
Configurar-se-á sucumbência recíproca quando houver procedência 
parcial do pedido, ou seja, nos casos em que apenas parte dos pedidos 
formulados tiverem sido acolhidos (desde que a parte rejeitada não seja 
inexpressiva, hipótese que caracterizaria sucumbência mínima). A proporção da 
derrota, para a definição da espécie de sucumbência – se recíproca ou mínima 
– não é prevista na legislação, mas há pronunciamento jurisprudencial 
apontando o seguinte: se o autor tiver sido sucumbente em até 10% (dez por 
cento) do total dos pleitos formulados, considerar-se-á inexpressiva sua derrota, 
daí porque reputar-se-á mínima a sucumbência (hipótese em que todos os 
 
 
32 
encargos sucumbenciais serão atribuídos à parte contrária); se, diferentemente, 
o autor tiver sido sucumbente em mais de 10% (dez por cento) do total dos pleitos 
formulados, considerar-se-á expressiva sua derrota, daí porque reputar-se-á 
recíproca a sucumbência (hipótese em que todos os encargos sucumbenciais 
serão distribuídos proporcionalmente entre as partes) . 
Assim, não se configurando inexpressiva a derrota sofrida pelo autor, 
será considerada recíproca a sucumbência, caso em que, por terem sido 
sucumbentes em parte ambos os litigantes, ambos serão condenados ao 
pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios, observando-
se a proporção da derrota de cada qual (o autor, naquilo que deixou de lograr a 
procedência, seja em relação a alguns pedidos ou a parte deles, e, o réu, naquilo 
que sofreu condenação,ainda que em parte, quer ao pagamento de algum valor, 
quer ao cumprimento de alguma obrigação de dar, fazer ou não fazer). Vale notar 
que, a partir do NCPC, restou vedada a compensação de honorários 
advocatícios (antes admitida segundo entendimento jurisprudencial 
predominante). 
Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão 
proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas. 
Parágrafo único. (...). 
 
Art. 85. (...) 
§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com 
os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo 
vedada a compensação em caso de sucumbência parcial. 
 
EXEMPLO: 
Operada a sucumbência recíproca (NCPC, art. 85, caput), as despesas processuais 
devem ser proporcionalmente distribuídas, daí porque condeno os autores ao 
pagamento correspondente a 20% e os requeridos ao restante (80%). Quanto aos 
honorários advocatícios, condeno os requeridos ao pagamento na base total de 
20% (vinte por cento) do valor total do débito objeto da condenação respectiva, na 
forma do art. 85, §2º, do NCPC; e, igualmente, condeno os autores ao pagamento 
do mesmo percentual, a incidir, contudo, sobre o cômputo dos pleitos rejeitados. 
Ressalto, ainda, que não é cabível a compensação de honorários advocatícios 
(NCPC, art. 85, §14) e que os autores ficam dispensados do referido pagamento 
 
 
33 
por serem beneficiários da gratuidade da justiça (NCPC, art. 98, ressalvado o 
disposto no seu §3º). 
 
SUCUMBÊNCIA MÍNIMA 
Conforme explicação supra (alusiva à sucumbência recíproca), 
configurar-se-á sucumbência mínima quando, havendo procedência parcial do 
pedido, a parte rejeitada tenha sido inexpressiva (de regra, inferior a dez por 
cento do total dos pleitos formulados pelo autor). Em tal caso, por ter sido 
inexpressiva a derrota (sucumbência) sofrida pelo autor, os ônus sucumbenciais 
(despesas processuais e honorários advocatícios) serão integralmente 
atribuídos à parte contrária. 
Art. 86. (...). 
Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro 
responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários. 
 
EXEMPLO: 
Operada a sucumbência mínima, condeno o requerido ao pagamento das despesas 
processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados na base de 20% (vinte por 
cento) sobre o valor da condenação, na forma do art. 85, §2º e art. 86, Parágrafo 
Único, do NCPC. 
 
AUSÊNCIA DE FIXAÇÃO DOS ENCARGOS SUCUMBENCIAIS 
Caso a sentença não tenha contemplado, por omissão, a fixação dos 
honorários advocatícios sucumbenciais, seja quanto ao direito ou ao seu valor, 
o advogado interessado poderá ajuizar ação autônoma para lograr sua definição 
e viabilizar sua cobrança. 
Tal situação constou regulada pelo art. 85 do NCPC, precisamente 
em seu §18º. Vejamos: 
Art. 85. (...) 
 
 
34 
§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos 
honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança. 
 
Com isso, está superada a Súmula n. 453 do STJ, segundo a qual: 
“Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em 
julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria.” 
 
DEMAIS COMANDOS 
Além dos comandos supra mencionados, de regra fundamentais (o 
principal, que trata sobre a direção do julgamento, e o complementar, que trata 
sobre a atribuição dos encargos sucumbenciais), outros comandos poderão ser 
necessários. 
Sugere-se que, após registrar no dispositivo da sentença os 
comandos principais referidos, o julgador atente para as especificidades do caso 
julgado e verifique se outros comandos são necessários para fazer cumprir a 
decisão. 
Abaixo seguem enumerados alguns outros comandos, 
exemplificativamente, dentre os mais comuns, para exercitar a conferência 
respectiva, como se fosse um check-list, justamente para não correr o risco de 
esquecer de apontar alguma medida necessária à adequada efetivação da tutela 
jurisdicional então prestada. Vejamos: 
• É o caso de confirmar a tutela de urgência? 
• Caso o comando principal trate de obrigação de fazer ou não fazer, 
as circunstâncias recomendam o arbitramento de multa ou outra 
ordem para fazê-la cumprir? 
• É necessária a expedição de algum ofício ou mandado? 
• É necessária a expedição de alvará? 
 
 
35 
• É necessária alguma comunicação ao Ministério Público ou a 
algum órgão de classe? 
• É o caso do duplo grau de jurisdição obrigatório? (NCPC, art. 496) 
 
 
36 
PALAVRAS FINAIS 
 
A você que concluiu o curso SENTENÇA CÍVEL DESCOMPLICADA, 
registro aqui meu sincero agradecimento pela confiança depositada. Espero que 
as lições ministradas tenham contribuído, de algum modo, para o seu 
aperfeiçoamento nesta delicada e importante tarefa de elaborar uma sentença. 
Como não poderia deixar de ser, coroando este momento com a mais 
genuína gratidão, ofereço-lhe algumas dicas finais: 
As primeiras, sobre a consecução do sucesso (assim entendido 
como o alcance do estado de felicidade obtido a partir da satisfação pela 
sua plena realização profissional). Trilhe os passos seguintes: SONHE (defina 
qual sua meta, seu objetivo de vida a ser alcançado), PLANEJE (estabeleça um 
plano de estudos, com a especificação da rotina a ser observada diariamente), 
EXECUTE (cumpra as tarefas elencadas no seu planejamento, fazendo-o com 
disciplina); MONITORE (avalie constantemente sua evolução, valendo-se para 
tanto de provas simuladas ou até mesmo realizando-as verdadeiramente quando 
se sentir minimamente preparado, exercício que, no mínimo, servirá para revelar 
as áreas de estudo que devem merecer sua atenção redobrada) e, por fim, 
PERSISTA (lembre que a diferença entre os que venceram e os que fracassaram 
é apenas uma: estes últimos desistiram antes de realizar o que desejavam). 
 As demais, também derradeiras, sobre o aprimoramento da 
técnica de elaborar a sentença cível. Após ter concluído este curso, prossiga 
estudando a matéria, cujo conhecimento não se esgota nem mesmo após longos 
anos da atuação profissional, ainda que o seja como magistrado(a). A considerar 
que, neste momento de sua vida, você está aprendendo a respeito, sugiro-lhe a 
adoção das seguintes atitudes (tal como já referido nas palavras iniciais desta 
apostila): TENTE (dedique-se a elaborar minutas de sentença, seja em casos 
reais, seja com base em teses de concursos já realizados nos mais diferentes 
 
 
37 
tribunais; se possível peça que alguém mais experiente as corrija); OBSERVE 
(pratique a leitura de sentenças e acórdãos, prestigiando diferentes assuntos e 
autores – juízes, desembargadores ou ministros -, sempre atentando para o 
modo como são empregados os argumentos ao longo da construção do 
raciocínio, sem olvidar também para o emprego da técnica processual 
respectiva); e, por fim, APERFEIÇOE-SE CONTINUAMENTE (treinando e 
observando, consoante dicas supra, naturalmente você estará aperfeiçoando 
sua habilidade em elaborar sentença, via pela qual cada vez mais se aproximará 
do grau de excelência esperado, não somente pelos membros da banca 
examinadora (na hipótese de um concurso), mas por você próprio. Para isso, 
uma sacada providencial é: desperte o senso de curiosidade. Não carregue 
dúvidas. Faça do estudo um hábito e da curiosidade um estímulo. 
Por fim, lembre-se que, num concurso (bem como na própria vida), o 
desafio é travado conosco próprio e não com os demais candidatos. Como já 
salientado, só não o alcança quem não tenta ou desiste antes. Tropeços e 
dificuldades fazem parte do caminho. Então, sempre que precisar, inspire fundo 
e resgate a forçaque habita em você, nem sempre conhecida. No mais, siga em 
frente. 
O sucesso está logo ali. Encontre-o, mas não esqueça que a 
felicidade está, sempre, no caminho. 
 
 
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38 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA PARA ESTUDO 
 
ASSIS, Araken de. Processo Civil Brasileiro. Vol. I a IV, São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2015. 
BUENO, Cássio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil Anotado. São 
Paulo: Saraiva, 2015. 
DIDIER JÚNIOR, Fredie; BRAGA, Paula Sarno; e OLIVEIRA, Rafael Alexandria 
de. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 2. 10.ed. Salvador: Jus Podivm, 
2015. 
FUX, Luiz (Coord) e NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo CPC 
Comparado. São Paulo: Método, 2015. 
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; e MITIDIERO, Daniel. 
Novo Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2015. 
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo CPC – Código de Processo Civil – 
Lei 13.105/2015. São Paulo: Método, 2015. 
OLIANI, José Alexandre Manzano. Sentença no Novo CPC. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2015. 
SANTOS, Nelton Agnaldo Moraes dos. A Técnica de Elaboração da Sentença 
Cível. São Paulo: Saraiva, 1996. 
SLAIBI FILHO, Nagib e SÁ, Romar Navarro de. Sentença Cível – Fundamentos 
e Técnica. 8.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. 
TONIAZZO, Paulo Roberto Froes. Técnica de Elaboração de Sentença Cível. 
Florianópolis: Conceito Editorial, 2014.

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