Buscar

ESQUEMAS DE DIREITO CIVIL- OBRIGAÇÕES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO – FACULDADE DE DIREITO 
 
DISCIPLINA: Direito das Obrigações I – 
PROF. DRA.: Janaína Rigo Santin 
NÍVEL: III 
CRÉDITOS: 04 
 
I-CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 
 
1.Teoria Geral das Obrigações 
2.Conceito de Obrigação 
3.Elementos constitutivos da obrigação 
4.Fontes das Obrigações 
5.Classificação das Obrigações 
6.Obrigações de dar (coisa certa) 
7.Obrigações de restituir 
8.Obrigações de dar (coisa incerta) 
9.Obrigações pecuniárias 
10.Obrigações de fazer 
11.Obrigações de não fazer 
12.Obrigações alternativas 
13.Obrigações facultativas 
14.Obrigações divisíveis e indivisíveis 
15.Obrigações solidárias 
16.Solidariedade ativa 
17.Solidariedade passiva 
18.Obrigações naturais 
19.Obrigações principais e acessórias 
20.Obrigações líquidas e ilíquidas 
21. Da Transmissão das Obrigações 
22. Da cessão de créditos 
23. Da assunção de dívida 
 
II-OBJETIVOS: 
 
a) Conceituar direito das obrigações 
b) Conhecer a evolução conceitual da obrigação 
c) Reconhecer e distinguir as diversas modalidades de obrigações 
 
 
 
III-BIBLIOGRAFIA BÁSICA: 
 
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO – Ed. Saraiva. 
BITTAR, Carlos Alberto. Curso de Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2001. 
CAHALI, Francisco José. Curso Avançado de Direito Civil. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2001. 
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro – Teoria Geral das Obrigações. 
São Paulo: Saraiva, 1999. 
GOMES, Orlando. Obrigações. Rio de Janeiro: Forense, 1986. 
LIMA, João Franzen de. Curso de Direito Civil – Obrigações. Rio de Janeiro: Forense, 
1977. 
LOPES, Miguel Maria de Serpa. Curso de Direito Civil – Obrigações. 5. ed. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 1971, v. 1. 
MENDONÇA, M. I. Carvalho de. Doutrina e Prática das Obrigações. Rio de Janeiro: 
Forense, 1956. 
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Tratado de Direito Privado. Rio de Janeiro: 
Borsoi, 1954-73, 60v. 
MIRANDA, Darcy Arruda. Anotações ao Código Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 
1995. 
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 1999. 
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. 7.ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 1983, v. 1. 
RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil- Parte Geral das Obrigações. São Paulo: Saraiva, 
2000. 
SANTOS, João Manuel de Carvalho. Código Civil Brasileiro Interpretado. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 1937 
VARELA, J. M. Antunes. Direito das Obrigações. Rio de Janeiro: Forense, 1977. 
VENOSA, Sílvio de Sálvio. Direito Civil. São Paulo: Atlas, 2001. 
WALD, Arnoldo. Curso de Direito Civil Brasileiro – Obrigações. São Paulo: Sugestões 
Literárias, 1969. 
 
 ESQUEMA: 
(Veja-se que o presente esquema abrange a matéria a partir do ponto n. 5 do 
Conteúdo Programático) 
 
5. CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 
1) Direito Francês: 
Obrigações convencionais e não convencionais. 
 
2) Direito Romano: quanto ao objeto da prestação 
Dare – todas relações obrigacionais que tivessem por fim a entrega de uma coisa, ou de 
certa quantia. 
Facere – o devedor se comprometia a fazer certo trabalho ou executar determinado 
serviço em proveito do credor 
Praestare – para uns, abrangia prestações que se revestiam de um duplo caráter, dare e 
facere ao mesmo tempo; para outros se referia às antigas ações ex delicto, a respeito das 
quais a fórmula não podia ser precisada nem no facere, nem no dare. Além disso, seria 
compreensivo do ato tendente a indenizar o dano causado. Uma garantia de um evento. 
 
3) Direito Brasileiro: 
a) Quanto ao objeto da prestação 
Dar – obrigações em que o devedor deve entregar transmitindo o domínio de 
determinada coisa. 
Fazer – obrigações em que o devedor se acha adstrito a realizar um serviço em 
proveito do credor. 
Não fazer – o devedor se obriga a não realizar um ato que poderia realizar 
livremente se não tivesse se obrigado. 
 
Não fazer: Negativa: 
-Natureza particular ou especial -inerente aos direitos reais, geral e abstrata 
-Compromete-se o devedor, -a obrigação é vaga e indeterminada - não 
especificamente, a abster-se da prejudicar direito alheio. 
prática de determinado ato 
-relação de direito pessoal, só -direito real, oponível erga omnes, atingindo 
vincula o próprio devedor. Todos seres de uma comunidade. 
I) Simples, cumulativas, alternativas, facultativas 
Simples – tem por objeto uma só prestação, ou entrega de uma só coisa. A prestação 
abrange um único ato, ou uma só coisa. 
Cumulativas ou conjuntas – recaem sobre várias coisas e todas devem ser pagas 
ou cumpridas pelo devedor. A conjugação “e” indica essa obrigação. 
 Alternativas ou disjuntivas – embora exista pluralidade de prestações, o devedor 
só está adstrito a uma delas. A conjugação “ou” indica essa obrigação. 
Facultativas – obrigações que não tendo por objeto senão uma só prestação, 
confere ao devedor a faculdade de substituí-lo por outro (Art. 252 NCC). 
 
II) Meio e resultado (Título IX – da Responsabilidade Civil) 
Meio – aquela em que o devedor se obriga a um determinado comportamento, a 
empregar diligência, a conduzir-se com prudência, para atingir ao objetivo. Para 
comprovar a responsabilidade, torna-se imprescindível o exame do modo de 
proceder do devedor. 
Resultado – aquelas em que o devedor se obriga a realizar um fato determinado, a 
alcançar determinado objetivo. A simples verificação material do inadimplemento 
basta para determinar a responsabilidade do devedor, e para que este se isente de 
responsabilidade, deverá provar a ocorrência de caso fortuito ou de força maior 
 
III) Líquidas e ilíquidas 
O NCC já não traz um capítulo específico sobre a liquidação das obrigações. 
Antes preferiu divisar, ainda mais claramente, as obrigações oriundas do negócio 
jurídico, daquelas resultantes do cometimento de ato ilícito. Não repete, portanto, 
as normas descritivas do Código revogado, ainda que em outros dispositivos tenha 
o legislador sutilmente empregado a clássica conceituação (Art. 352, 369 e 816, 
por exemplo). 
Líquida – obrigações certas, quanto à existência e determinadas quanto ao objeto. 
Ilíquidas – são as que dependem de prévia apuração, visto ser incerto o montante da 
prestação. (Art. 947 NCC) 
 
IV) Instantâneas e periódicas 
Instantâneas – se exaurem num só ato ou fato. Ex. entrega do objeto que a pessoa 
deve ao credor. 
Periódicas – são solvidas em trato sucessivo de tempo, num espaço mais ou menos 
longo de tempo. 
 
b) Quanto ao sujeito ativo ou passivo: 
I) Única e múltipla (conjunta, solidárias, indivisíveis) 
Única – há um só credor e um só devedor. 
Múltipla – concorrem vários credores ou vários devedores. 
Conjuntas: cada titular responde ou só tem direito à respectiva quota-parte da 
prestação. Todos devem ou todos têm direito à prestação. 
Solidárias: cada titular, isoladamente, tem direito ou responde pela totalidade da 
prestação. 
Divisíveis: podem ser suscetíveis de fracionamento. 
Indivisíveis: obrigações que devem ser cumpridas ao todo, resultante da lei, 
contratual ou pela materialidade do objeto. 
 
c) Quanto ao vínculo: 
I) Civis ou naturais: 
Civis – disciplinadas pelo direito positivo, reunindo todos os elementos 
indispensáveis, é a obrigação perfeita. 
Naturais – não são obrigações jurídicas, pois lhes nega o direito essencial 
característico, o direito de ação 
 
d) Quanto aos elementos: 
I) Puras e simples ou condicionais, modais ou a termo: 
Puras e simples: quando sua eficácia não fica subordinada a qualquer das 
modalidades dos atos jurídicos mencionadas nos arts. 121 e seguintes do NCC 
condicionais: subordinadas por um acontecimento futuro e incerto, que pode se 
verificar ou não. 
Modais: subordinadas a um encargo, se impõe um ônus ao devedor beneficiado 
com determinada liberalidade. 
A termo: quando a eficácia de um ato é submetida a termo, prazo, certo ou incerto,inicial ou final. 
 
e) Quanto à recíproca importância: 
I) Principais e acessórias: 
Principais: dotadas de vida autônoma, não dependem da existência de outra 
obrigação. 
Acessórias: acham-se subordinadas às primeiras. Não tem as acessórias existência 
própria, sua sorte está ligada às primeiras. 
 
 
6. OBRIGAÇÕES DE DAR (Arts. 233 a 246 NCC) 
 
1) Conceito: 
a) Obrigações de dar coisa certa e específica: 
Na obrigação de dar coisa certa e específica consiste no vínculo jurídico pelo qual o 
devedor fica adstrito a fornecer ao credor determinado bem, perfeitamente individuado, 
móvel ou imóvel, explicitando que a coisa certa há de constar de objeto preciso, que se 
possa distinguir por características próprias, de outros da mesma espécie. 
b) Obrigação de dar coisa incerta: ao contrário, o objeto não é considerado em sua 
individualidade, mas no gênero a que pertence e na sua quantidade. A coisa é 
considerada genericamente 
c) Obrigação de restituir: caso do depositário ou comodatário que havendo recebido 
coisa alheia, deve devolvê-la. Na obrigação de restituir o credor é o dono da coisa, o 
que não acontece na obrigação de dar. 
 
2) Princípios: 
a) direito pessoal (jus ad rem) e não real (jus in re) 
Só confere, a obrigação de dar, ao credor, um simples direito pessoal. Efetivamente, 
antes da tradição, o objeto continua a pertencer ao alienante. Ver art. 1.267 NCC , - 
o domínio das coisas não se transfere pelos contratos. Só com a tradição, real ou 
simbólica, o comprador adquire o domínio, ainda que tenha pago todo o preço.. 
I) Sistema romano: CC alemão, CC Suíço, CC Brasileiro 
A obrigação de dar cria um mero direito pessoal, e não real. . Por si só, ela não 
transfere o domínio, adquirido só pela tradição. A transferência se dá por dois 
momentos. 
-compra e venda (obrigacional) – tradição (entrega da coisa, direito real) 
A aquisição do direito pessoal é feita com a tradição, quando recebe a coisa (M) ou 
registra publicamente (I). 
II) Sistema de unidade formal: CC Francês, CC Belga, CC Italiano, CC 
Português. 
Determina que o contrato já gera a propriedade, mesmo sem ter a posse. O contrato 
gera a obrigação de dar e transfere o direito real. Transforma o credor em 
proprietário, aceitando-lhe os riscos desde o instante em que a coisa deveria ter sido 
entregue, ainda que não tenha havido a tradição. 
b) Nemo aliud pro alio invito creditore solvere potest 
O credor de coisa certa não pode ser obrigado a receber outra, ainda que mais 
valiosa (art. 313 NCC). O devedor não pode realmente liberar-se mediante entrega 
de coisa diversa da ajustada, porque não lhe é lícito, unilateralmente, modificar o 
objeto da prestação. Nem pode-se substituir a coisa devida pelo respectivo valor. A 
recíproca é verdadeira: O credor não pode exigir coisa diferente, ainda que menos 
valiosa. O devedor não pode desobrigar-se por partes, se assim não convencionado. 
A entrega parcelada só é possível mediante pacto expresso. (Art. 313 do NCC) 
 c) Acessorium sequitur suum principale 
(art. 233 NCC). O acessório segue o principal, salvo se compactuado entre as partes. 
Tais acessórios não têm individualidade própria e por isso desprovidos são de 
autonomia jurídica Quem aliena um imóvel transmite simultaneamente o ônus do 
imposto como acessório, além das servidões existentes. Questionado dispositivo só 
deixará de ser observado em duas hipóteses: expressa declaração em contrário no 
título da obrigação e exclusão resultante de circunstâncias evidentes (ex. 
conhecimento do vício pelo adquirente). 
d) Res perit domino (casum sentit domino) 
Art. 492- A coisa se perde para o dono. O dano patrimonial do objeto da prestação é 
a responsabilidade do dono. 
e) Dever de conservação da coisa 
O devedor, adstrito à entrega de coisa certa, é obrigado à conservá-la com todo 
cuidado, zelo e diligência. É uma obrigação de meio, em que o devedor deve velar 
pela conservação da coisa - art. 234 NCC . 
 
3) Disposições legais – Art. 234 a 236 NCC 
a) perda da coisa, antes da tradição, sem culpa do devedor – efeitos. 
Art. 234. Apesar de sua diligência, pode a coisa se perder, sem a culpa do devedor, 
antes da tradição, ou pendente à condição suspensiva. Nesse caso, fica resolvida a 
obrigação para ambas as partes. A obrigação se desfaz e as partes dentro do possível 
são postas no estado em que se encontravam antes do negócio. O vendedor devolve 
o preço e sofre o prejuízo, já que até a tradição ele é o dono da coisa, e quem sofre o 
prejuízo pela perda é o dono. (art. 492 NCC – res perit domino) 
b) perda da coisa, antes da tradição, por culpa do devedor – efeitos. 
Se o negócio jurídico não pode ser mais cumprido por culpa do devedor, este 
responde pelo equivalente ao valor real da coisa no momento da perda mais perdas e 
danos. Art. 234, parte final; Art. 389 e 402 NCC. 
Impossibilitada a entrega da coisa certa urge a entrega ao credor de entidade 
econômica equivalente, expressa em dinheiro, que é o denominador comum de 
todos os valores, mais perdas e danos (Art. 947 NCC). 
c) deterioração da coisa, antes da tradição, sem culpa do devedor – efeitos. 
(degradação física, diminuição material do valor respectivo) 
Se a coisa se deteriora, não sendo culpado o devedor, poderá o credor resolver a 
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido ao seu preço o valor que perdeu. (art. 235). O 
devedor não pode constranger o credor a receber coisa diversa da que havia sido 
ajustada. Terá o credor a alternativa seguinte: dar como resolvida a obrigação, ou 
aceitar a coisa deteriorada, deduzido o valor da depreciação sofrida. 
d) deterioração da coisa, antes da tradição, por culpa do devedor – efeitos. 
Poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, 
com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. 
(art. 236). 
 
4) Direito aos melhoramentos e acrescidos. 
(art. 237). Como o domínio só se transfere com a tradição, até a tradição, pertence ao 
devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir 
aumento do preço. Como acessórios que são do principal, seguem seu destino, 
incorporando ao patrimônio do titular, que pode, por essa razão, exigir aumento no 
preço. Se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Da mesma forma 
que o proprietário arca com os ônus derivados da deterioração, beneficia-se com os 
melhoramentos e acrescidos experimentados pela coisa. 
 
5) Execução da obrigação de entregar coisa certa (arts. 621 a 628 CPC). 
Caso em que o devedor não cumpre voluntariamente a sua obrigação de dar ou restituir. 
Deve o ordenamento jurídico, dentro do possível, atuar no sentido de que as obrigações 
sejam cumpridas na forma como foram convencionadas, só se possibilitando a solução 
através de indenização das perdas e danos quando a execução direta for impossível ou 
dela resultar constrangimento físico à pessoa do devedor. Em contrário, impõe-se a 
execução específica, in natura, proporcionando ao credor exatamente aquilo que foi 
avençado. 
 
7. OBRIGAÇÕES DE RESTITUIR 
 
1) Conceito Obrigação de restituir: 
A prestação consiste no ato de devolver determinado objeto, cuja propriedade já era do 
credor, por título anterior ao ato gerador do vínculo obrigacional. 
 
2) Distinção entre obrigação de dar e obrigação de restituir: 
 Difere da obrigação de dar coisa certa em que na de dar coisa certa a coisa pertence ao 
devedor até a data da tradição e o credor recebe o que não lhe pertence. Na obrigação de 
restituir, ao inverso, a coisa é de propriedade do credor, antes mesmo do ato gerador da 
obrigação. Ou seja, a coisa encontrava-se legitimamente em poder do devedor, 
pertencendo, porém, ao credor, que tinha sobre a mesma direito real. 
 
3) Princípios: 
As obrigações de restituir estão regidas pelos mesmosprincípios das obrigações de dar. 
O devedor não pode restituir coisa diferente daquele do negócio jurídico. O acessório 
segue o principal, a coisa se perde para o dono, onde na de dar o prejuízo é da conta do 
devedor, que é o proprietário, e na de restituir quem sofre é o credor. 
 
4) Disposições legais: 
a)perda da coisa, antes da tradição, sem culpa do devedor – efeitos. Art. 238 NCC 
Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder 
antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá sem 
indenização, salvos, porém, a ele, os seus direitos até o dia da perda. 
b)perda da coisa, antes da tradição, por culpa do devedor – efeitos. Art. 239 NCC 
Se a coisa se perder, por culpa do devedor, responderá ele pelo equivalente, mais as 
perdas e danos. 
c)deterioração da coisa, antes da tradição, sem culpa do devedor – efeitos. Art. 240 
NCC. (degradação física, diminuição material do valor respectivo) 
Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á tal qual se 
ache, o credor, sem direito a indenização. O dono, que é o credor, sofre o prejuízo. 
Quem é o credor? O depositante, dono da coisa. 
d)deterioração da coisa, antes da tradição, por culpa do devedor – efeitos. Art. 240 
NCC, segunda parte. 
Se o devedor omitiu, por exemplo, o dever de custodiar, cabe-lhe suportar as 
conseqüências de sua desídia. Poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a 
coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, 
indenização das perdas e danos. Interessante que o novo Código, neste ponto 
específico, afastou-se do Código de 1916 cuja disciplina fielmente seguia. Deve ser 
observado que o novo art. 240, segunda parte, não fez remissão ao art. 236 – 
possibilidade do credor aceitar a coisa no estado em que se acha - mas sim ao art. 
239... Era de se esperar que o art. 240 segui-se a lógica do art. 871 revogado, que 
fazia remissão ao art. 867 e não ao art. 865, 2º parte. De qualquer sorte, tal deve 
ter ocorrido por um cochilo do legislador, não se vedando, é claro, que o credor 
aceite a coisa deteriorada. Afinal, quem pode o mais, que é exigir o equivalente, 
também pode o menos. 
5)Direito aos melhoramentos e acrescidos. 
 Os melhoramentos são de direito do dono, credor. 
a) Melhoramentos ocorridos sem interferência do devedor. 
Art. 241 - Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem 
despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.. 
 
b) Melhoramentos ocorridos com interferência do devedor. 
Entretanto, se para o melhoramento ou aumento empregou o devedor trabalho ou 
dispêndio, equipara-se às benfeitorias, para efeito de ressarcimento pelo credor. 
Deve-ser observar os preceitos relativos à posse, ou seja, averiguar se o devedor é 
de boa ou má fé. (Art. 242 NCC) 
 
 
8. OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA 
 
1) Conceito: 
Nessa modalidade de obrigação, o respectivo objeto ou conteúdo da prestação é 
indicado genericamente no começo da relação, vindo a ser determinado por um ato de 
escolha, no instante do pagamento. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero 
a que pertence e quantidade devida. (Art. 243 NCC) 
O pagamento é precedido de ato preparatório de escolha, que individualizará ou 
determinará a coisa a ser entregue ao credor. Realizada a escolha, de acordo com as 
condições estabelecidas no contrato ou segundo regras legais, a obrigação de dar coisa 
incerta transmuda-se na obrigação de dar coisa certa. 
2) Diferenças entre obrigações de dar coisa certa e dar coisa incerta 
Dar coisa certa 
- prestação tem desde logo conteúdo determinado 
- o devedor libera-se entregando a própria coisa devida, já qualificada e individuada, o 
que a distingue das demais de mesma espécie. 
dar coisa incerta 
- a prestação não é determinada, mas determinável em meio a uma pluralidade 
indeterminada de coisas ou objetos, desobrigando-se o devedor mediante entrega de 
qualquer das coisas ou objetos incluídos no respectivo gênero. 
- O pagamento é precedido de um ato preparatório de escolha, que individualizará a coisa 
a ser entregue ao credor. Realizada a escolha, a obrigação de dar coisa incerta 
transmuda-se em dar coisa certa, e a prestação passará a objetivar precisamente o ato de 
entrega da coisa escolhida. 
 
3) Diferenças entre obrigações genéricas ou de dar coisa incerta e alternativas: 
Alternativas: 
- existem dois ou mais objetos individuados e a escolha recai num deles. A incerteza 
resulta da multiplicidade de prestações. Há uma prestação determinável em meio a uma 
pluralidade determinada de prestações. Conjunção “ou” as caracteriza. 
- O fenômeno da escolha ou concentração pode ocorrer independentemente de ato 
volitivo, como sucede na hipótese em que venha a se impossibilitar uma das prestações. 
Dar coisa incerta: 
- o objeto é um só, conquanto não determinado por elementos precisos e específicos, mas 
genéricos e comuns. São constituídas por prestação não determinada, mas determinável 
numa pluralidade indeterminada de prestações. 
- A obrigação não se extingue, ou não se altera com a perda da coisa. Não se cogita dos 
riscos derivados de seu perecimento ou deterioração – o gênero não perece (Art. 246 
NCC) 
 
4) Disposições Gerais (Art. 243 NCC) 
A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e quantidade. 
 
5) Direito de escolha. 
Nas coisas determinadas pelo gênero e quantidade, a escolha pertence ao devedor, mas não 
poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.(Art. 244 NCC) A escolha 
efetua-se mediante ato jurídico unilateral denominado concentração. 
Concentração: que é a individuação da coisa manifestada no ato do pagamento ou 
cumprimento da obrigação. Cabe ao devedor, se não houver pacto expresso em contrário. 
Mas, em tal conjuntura, o devedor deve guardar o meio-termo, entre os congêneres de 
melhor e pior qualidade. 
Para a escolha, não basta que o devedor separe o produto para entregá-lo ao credor. É 
mister realize ainda o ato positivo de colocá-lo à disposição deste. 
 
6) Princípio genus nunquam perit (Art. 246 NCC) – genus limitatum e genus 
illimitatum. 
O gênero nunca perece. O devedor não pode alegar perda da coisa antes da escolha para 
exonerar-se do vínculo obrigacional. A liberação da obrigação não se dá nem por caso 
fortuito ou força maior. 
Genus limitatum – existe uma limitação. É circunscrita às coisas que se acham num 
certo lugar, no patrimônio de alguém, ou sejam relativas à determinada época ou 
acontecimento. Se o gênero é delimitado, o perecimento ou inviabilidade de todas as 
espécies que o componham acarretará o fim da obrigação. Ou, se o gênero se reduz a 
um número muito restrito de unidades, a obrigação deixará de ser genérica para ser 
alternativa. 
Genus illimitatum – não existe qualquer restrição à regra de “gênero nunca parece”. 
 
7) Exercício do direito de escolha 
Incumbe as partes estipular a quem compete a escolha. Se não o fizerem o art. 244 NCC 
determina pertencer ao devedor o direito de escolher. 
a) escolha do devedor: art. 629 do CPC 
b) escolha do credor: art. 342 CC e 629 e 894 do CPC) 
 
8) Execução da obrigação de dar coisa incerta – art. 629 a 631 do CPC, e 585 inc. II 
CPC). 
 
 
9. OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS 
 
1) Conceito: 
Obrigações pecuniárias são aquelas em que o devedor tem de entregar ao credor uma 
certa soma em dinheiro. A obrigação pecuniária é modalidade da obrigação de dar, que 
se caracteriza pelo valor da quantia devida, valor nominal da moeda, ou seja, valor legal 
outorgado pelo Estado, no ato da emissão ou da cunhagem. Logo, esse valor é o que se 
encontra impresso na cédula. 
Nossa unidade monetária é o real (Lei 9.069/95). 
 
2) O princípio do nominalismo 
Considera como valor da moeda o valornominal que o Estado lhe atribui no momento 
do ato da emissão ou da cunhagem. Rege todas as obrigações que têm por objeto o 
pagamento de soma em dinheiro. Somente nas obrigações originariamente pecuniárias 
que, desde o instante inicial de sua constituição tenham por objeto certa quantia em 
dinheiro. Nas obrigações pecuniárias o devedor sofrerá as conseqüências da 
desvalorização da moeda. Mas, contra a rigidez do princípio nominalista os interessados 
incluem, nas suas convenções, cláusulas de atualização da prestação, que são: 
a) cláusulas de escala móvel – estabelecem uma revisão pré-convencionada pelas partes, 
dos pagamentos que deverão ser feitos de acordo com as variações do preço de 
determinadas mercadorias ou serviços. A revisão da obrigação pecuniária é feita por 
convenção das partes, em função do valor, expresso em moeda corrente, de certos bens 
(petróleo) ou serviços ou de uma generalidade de bens ou serviços (índices gerais de 
preços). 
b) Cláusulas de correção monetária – consistem em revisões estipuladas pelas partes, ou 
impostas por lei, que têm por ponto de referência a desvalorização da moeda. A 
correção monetária tem por fim restabelecer o poder aquisitivo da moeda. Não é sanção 
que dependa de prévia lei ou condenação do devedor, mas tão somente base de cálculo 
da execução, simples critério de avaliação do montante atual da dívida, da maneira que 
a condenação não é alterada, mas atualizada. É equivalência, não se confundindo com 
juros, pois ela é atualização do próprio débito. 
 
3) Dívidas de dinheiro e dívidas de valor: 
a) dívidas de dinheiro: tem por objeto uma quantia em si, em dinheiro. Se subordinam ao 
princípio do nominalismo e devem ser satisfeitas com a entrega do número de unidades 
monetárias mencionado no título obrigacional ou contrato, ainda que tenha havido 
alteração do poder aquisitivo. 
b) Dívidas de valor: não tem diretamente por objeto o dinheiro. Visa o pagamento de 
soma de dinheiro que não é, por seu valor nominal, o objeto da prestação, mas sim o 
meio de medi-lo ou de valorá-lo. Seu objeto não é o dinheiro, mas uma prestação de 
outra natureza, sendo aquele apenas um meio necessário de liquidação da prestação em 
certo momento. 
 
4) Títulos: 
As dívidas pecuniárias só são solvidas em dinheiro. Exige-se o assentimento deste para 
que o devedor possa substituir dinheiro por títulos. 
 
10. OBRIGAÇÕES DE FAZER 
 
1) Conceito: 
A prestação consiste na prática de um ato ou na realização de um trabalho pelo devedor 
em proveito do credor. 
 
2) Distinção entre obrigação de dar e de fazer: 
a) quanto ao objeto 
-dar: consiste na entrega de algo certo ou incerto pelo devedor ao credor. 
-fazer: consiste na prática de um ato ou serviço do devedor. 
 
b) quanto à pessoa do devedor: 
-dar: a pessoa do devedor está em plano secundário. É viável até o cumprimento por 
terceiros, estranhos aos interessados (Art. 305 do NCC). O que importa é a entrega da 
coisa. 
-fazer: (Art, 247 NCC) é relevante a pessoa do devedor, pois a personalidade do 
obrigado assume quase sempre especial significação. O erro sobre a pessoa raramente 
acarreta anulabilidade do ato nas obrigações de dar, e quase sempre anula o 
consentimento nas obrigações de fazer. (Art. 139, II NCC) 
 
c) quanto á execução: 
-dar: geralmente comportam execução específica, pela entrega da coisa devida. 
-fazer: geralmente não comportam execução específica, execução in natura, pois o 
credor não pode constranger o devedor a fazer. A sentença pode condenar o devedor, 
mas não obrigá-lo a fazer. 
 
3) O princípio “nemo potest precise cogi ad factum” 
Ninguém pode ser diretamente coagido a praticar o ato a que se obrigara. A sentença 
pode ser condenatória, mas não pode coagir a pessoa a fazer a coisa. 
 
4) Obrigações de fazer de natureza infungível e de natureza fungível 
Infungível - Nas obrigações de fazer, ao serem contraídas, se leva em conta a pessoa do 
devedor, onde o credor confia na sua reputação, capacidade, habilitação profissional, 
idoneidade. Em tal hipótese, é óbvio que a obrigação só será satisfeita, executando o 
próprio devedor, em pessoa, ato ou serviço prometido. A regra é a execução pelo 
próprio devedor nas prestações infungíveis, mesmo não existindo cláusula expressa. 
(Art. 247 NCC). 
Fungível - Execução por terceiro- Evidentemente, há casos em que indiferente será ao 
credor a individualidade do devedor, como a pintura de uma parede, conserto de um 
relógio. Pouco importa ao credor seja tal serviço executado por este ou por aquele 
operário, contanto que se efetive o serviço desejado. Nesses casos, uma terceira pessoa 
assume o encargo de executar a prestação prometida, à custa do devedor, ou o devedor 
originário resolve o contrato, com ressarcimento das perdas e danos. Art. 249 NCC. 
 
5) Inadimplemento 
(Art. 248 NCC) Cumpre lembrar que a impossibilidade, suscetível de produzir efeito 
liberatório, há de ser provada pelo interessado que a invoca. E ainda, para conter o 
efeito liberatório, deve ser absoluta, permanente e irremovível. Se se trata de simples 
dificuldade, a ser superada com maior esforço, não exonera o devedor. (Art. 106 NCC) 
 Verificada a impossibilidade, cumpre averiguar se ela sobreveio sem culpa, ou por 
culpa do devedor. No primeiro caso, resolvida fica a obrigação. No segundo caso, por 
culpa, a impossibilidade foi intencionalmente provocada, e o obrigado deve suportar as 
conseqüências de seu ato lesivo. 
 Nas prestações fungíveis, vigora o art. 249 NCC. Nas obrigações infungíveis, 
vigora o art. 247. 
 
6) Casos de urgência 
Conforme art. 249, parágrafo único do NCC, em casos de urgência, pode o credor, 
indepentendemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo 
depois ressarcido. 
 
7) Execução das obrigações de fazer: arts. 632 a 641 do CPC – execução pelo 
judiciário. 
 
11. OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER 
 
1) Conceito 
Obrigação de não-fazer é aquela pela qual o devedor se compromete a não praticar certo 
ato, que poderia livremente praticar, se não houvesse se obrigado. É um direito pessoal, 
incide sobre a pessoa. 
 
2) Princípio “nemo potest precise cogi ad factum” 
Tudo o que a lei anteriormente estabeleceu para as obrigações de fazer se aplica por 
igual às de não fazer. 
 
3) Adimplemento e inadimplemento 
Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele 
que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e 
danos. (Art. 251 NCC). Agora, se tornar-se impossível abter-se do ato a que se obrigou 
não praticar, sem culpa do devedor, extingue-se a obrigação de não fazer. (Art. 250 
NCC) 
 
Mora: Art. 390 NCC - Nas obrigações negativas, o devedor fica constituído em mora, 
desde o dia em que executar o ato a que se devia abster. Confunde-se a mora com o 
próprio inadimplemento. 
 
4) Execução das obrigações de não fazer (arts. 642 e 643 do CPC) 
 Importante verificar a possibilidade de o credor, em caso de urgência, mandar 
desfazer ou desfazer o ato a que o devedor se obrigara, independentemente de autorização 
judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. (art. 251, parágrafo único NCC) 
 
 
12. OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS 
 
1. Conceito e caracteres 
 Nas obrigações alternativas, várias prestações são contempladas na relação jurídica, 
mas o devedor se libera com a satisfação de uma única. Em tese o devedor deve todas 
as prestações, mas se exonera com a entrega de uma delas apenas. 
a) multiplicidade de prestações 
b) fato de o devedor exonerar-se entregando apenas 1 delas. 
Realizada a escolha, as demais prestações desligam-se do vínculo. 
 
2. Obrigações alternativas e obrigações cumulativas 
Alternativas: tem por objeto duas ou mais prestações com exoneração pela entrega de uma 
delas. “ou”. É obrigação única,com prestação não individualizada, mas individualizável. 
Feita a escolha, o vínculo obrigacional rescinde a prestação escolhida, liberando as demais. 
Cumulativas: há pluralidade de objetos e o devedor deve todos eles. Há tantas obrigações 
quantos os objetos. “e”. 
 
3. Direito de escolha e concentração 
Concentração: ato jurídico de escolha, pelo qual se determina o objeto da prestação. A 
natureza jurídica da concentração é a de ato jurídico unilateral. Transforma a obrigação 
alternativa em simples, onde efetuada a escolha, torna-se irrevogável e definitiva. 
Comunicada esta escolha, ela cristaliza-se e não pode mais variar, o que ocorre até o 
presente momento, a não ser por contrato das partes. 
Com o ato da escolha, individualiza-se a prestação e as demais ficam liberadas, como se 
desde o início fosse única a obrigação. As prestações são múltiplas, mas, efetuada a 
escolha, quer pelo devedor quer pelo credor, individualiza-se a prestação e as demais ficam 
liberadas, como se, desde o início, fosse a única objetivada na obrigação. 
O NCC traz algumas inovações a respeito da escolha do devedor de prestações periódicas, 
bem como traz soluções para conflitos que eventualmente surjam no processo de escolha. 
A primeira delas é o alargamento da possibilidade de opção que o devedor tinha apenas 
anualmente, nas obrigações de trato continuado e que estava prevista no art. 884, § 2º do 
CC/1916. Agora, pela redação do art. 252, § 2º, em toda e qualquer prestação periódica, 
seja ela anual ou não, o direito de opção poderá ser exercido em cada período. 
Também remeteu ao juiz o encargo de solucionar desacordos quando forem vários os 
devedores optantes (em caso de solidariedade passiva, certamente) ou quando houver 
impossibilidade ou recusa de terceiro optante eleito no contrato pelas partes (na lei lê-se 
‘título’). No primeiro caso, se trata de processo judicial onde não participa o credor, 
porque o ato de escolha é ato jurídico “strictu sensu”. É demanda que tem como partes os 
próprios devedores optantes. No segundo caso, a manifestação do juiz pode ser feita em 
sede de jurisdição voluntária, pois o desacordo, ali, não diz com o inadimplemento de 
obrigações contratuais e nem com defeituosidade do sinalagma genético do pacto. 
 
4) Inexequibilidade das prestações, sem culpa do devedor 
a) Inexequibilidade de uma das prestações – concentração do débito – Art. 253 NCC. 
Se uma das prestações não for objeto de obrigação, ou se tornar inexequível, subsistirá o 
débito quanto a outra. O fenômeno da escolha pode ocorrer sem ato volitivo, o que não 
ocorre nas obrigações de dar coisa incerta. 
b) Inexequibilidade de todas as prestações sem culpa do devedor – Art. 256 NCC. 
Extingue-se a obrigação, liberando-se as partes contratantes. A inexequibilidade sobrevinda 
sem culpa exime o devedor do cumprimento. 
 
5) Inexequibilidade das prestações, por culpa do devedor: 
a) se a escolha não competir ao credor: Art. 254 NCC. 
Ficará o devedor obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as 
perdas e danos que o caso determinar. 
b) se a escolha competir ao credor 
I) perda de uma das prestações: Art. 255 NCC. 
Escolhe ou a coisa remanescente com perdas e danos ou o equivalente ao valor da coisa que 
se perdeu mais as perdas e danos. O legislador demonstrou certa preocupação com a 
precisão terminológica, optando por usar o termo ‘inexequível’ em lugar de ‘impossível’ 
da anterior codificação. É certo que ambos os termos foram utilizados pelo legislador de 
1916 com o mesmo sentido, porém tal flexibilidade não mais condiz com o 
aperfeiçoamento científico do Direito.Lamenta-se, contudo, que esse cuidado não tenha 
sido rigorosamente observado, eis que o termo ‘impossível’ volta a aparecer nos arts. 248 
e 250 do NCC. 
II) perda de todas as prestações: Art. 255 NCC. 
Poderá o credor reclamar o valor de qualquer prestação, mais perdas e danos. 
 
6) Hipóteses de escolha do credor 
a) perece uma das coisas sem culpa do devedor: Art. 253 - subsiste o débito quanto ao 
objeto remanescente. 
b) Perece uma das coisas por culpa do devedor: Art. 255, 1º parte. O credor Terá 
direito de exigir ou a prestação subsistente ou o valor da outra com perdas e danos. 
c) Perecem ambas por culpa do devedor: Art. 255, 2º parte. O credor pode reclamar o 
valor de qualquer das duas, mais perdas e danos. 
d) Perecem ambas sem culpa do devedor: extingue-se a obrigação – Art. 256 NCC. 
e) Perece a primeira sem culpa e outra por culpa do devedor: Art. 253 NCC. Subsiste 
o débito quanto ao objeto remanescente, respondendo o devedor, outrossim, pelos 
prejuízos. 
f) Perece a primeira por culpa do devedor e a Segunda sem culpa: Art. 255, 1º parte 
Assiste ao credor o direito de optar entre a prestação subsistente ou o valor da outra, 
mais perdas e danos. 
 
7) Cumprimento 
a) escolha do devedor: a concentração cristaliza-se com a comunicação à outra parte. 
I) realização da opção (ação de consignação em pagamento) Efetua a opção, 
entregando ao credor o que escolher. Se o credor não quiser receber, o devedor entra com 
uma ação de consignação em pagamento para exonerar-se da obrigação, com depósito 
judicial da coisa. 
II) Não realização da opção: art. 571 CPC 
A escolha deve ser realizada no prazo fixado pela convenção, se não houver fixação de 
prazo, o devedor será notificado, para efeito de sua constituição em mora. Efetivamente, a 
escolha pertence ao devedor, mas se ele não a efetua na época do vencimento, ou no prazo 
fixado, incorre em mora. Todavia, a mora não o priva do direito de escolha, nem acarreta a 
inversão. Assim, ao ingressar em juízo o credor para reclamar o cumprimento da obrigação, 
caber-lhe-á formular alternativamente seu pedido, deixando ao devedor plena liberdade de 
escolha. Não pode ele escolher ou pedir cumulação de pedidos. A sentença, por sua vez, 
igualmente será exarada sob forma alternativa (art. 571 CPC) 
b) escolha do credor: -quando o título obrigacional outorgar este direito. 
I) realização da opção (art. 571, par. 2. CPC) 
Indicará desde logo na petição inicial da execução. Ao credor assiste igualmente 
direito de ajuizar a ação actio ad exibendum, ação de exibição, ação em que o 
credor pede para o devedor exibir as coisas para ele fazer a escolha. 
II) não realização da opção (Art. 342 NCC e 894 CPC) 
Ao credor que tendo o direito de eleição, não o exercita oportunamente incorre em 
mora creditoris, invertendo-se a opção. 
 
8) Pagamento, por erro, de todas as prestações 
 É um pagamento indevido, em que o devedor se confunde com a obrigação 
cumulativa. A falta de causa para o pagamento global legitima a repetição, nos termos dos 
arts. 876 e 877 do NCC. 
a) possibilidade jurídica de repetição 
O devedor prova que pagou por erro e recebe o que pagou indevidamente. Se foi uma 
doação espontânea, não é admitida a repetição. 
b) prestação a ser devolvida 
I) escolha do devedor: 
Notificar o credor a restituir os outros objetos que o devedor escolher. 
II) escolha do credor: 
O credor, que já possui os objetos, é notificado pelo devedor que houve o 
pagamento indevido, e que ele deve fazer a escolha de um dos objetos em tal prazo, 
e devolver os demais. 
 
13. OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS 
 
1) Conceito: 
É aquela que não tendo por objeto senão uma só prestação, confere ao devedor a 
faculdade de substituí-la por outra. A prestação devida é uma só, mas há faculdade do 
devedor substituir o objeto da prestação. Ex: Arts. 1.234 e 1.382 do NCC. 
Ao nascer a obrigação, existe unidade de objetos, a prestação é única, todavia para facilitar-
lhe o pagamento, outorga-se ao devedor a excepcional faculdade de liberar-se mediante 
prestação diferente. 
 
2) Impropriedade da denominação (obrigações de pagamento facultativo, com 
faculdade alternativa, com faculdade de solução e com faculdade de substituição)3) Obrigações facultativas x obrigações alternativas 
a) distinção: objeto da prestação numa e noutra 
-alternativa: há 2 ou + objetos, e o cumprimento se dá pela entrega de um deles (illud aut 
illud) 2 ou + objetos na obrigação, 1 na solução. São devidos, em tese, todos os objetos 
previstos na estipulação 
-facultativa: o objeto devido é um só, mas o devedor tem a faculdade de substituí-lo por 
outro (aliud pro allio). Um objeto na obrigação, duas soluções. Há a faculdade de 
substituição. 
 Na 1ª, em tese, todos os objetos são devidos, na 2ª o objeto devido é um só, com a 
faculdade de substituição. 
 
b) consequências da distinção entre alternativa e facultativa 
I) quanto ao pedido judicial de cumprimento pelo credor numa e noutra. 
-alternativa: ao exigir seu cumprimento, o credor deve pedir uma ou outra prestação, com 
liberdade para o devedor de entregar ou solver qualquer delas (quando a escolha lhe 
competir). 
-facultativa: o credor só pode postular o objeto principal ou devido, ressalvando-se ao 
devedor o direito de substituí-lo pelo que se acha na solução facultativo. O devedor pode 
optar por este se quiser, mas não pode ser coagido pelo credor. 
II) quanto ao direito de opção 
-alternativa: compete em regra ao devedor, mas pode convencionar-se a escolha efetuada 
pelo credor. 
-facultativa: não há possibilidade de um direito de substituição (inversão) ao credor, pois a 
substituição é mera faculdade que, por sua natureza compete necessariamente ao devedor. 
III) quanto à inexequibilidade ou impossibilidade de uma das obrigações numa e 
noutra. 
-alternativa: o vínculo remanesce na prestação que sobra - art. 253 NCC. 
-facultativa: a inexequibilidade do objeto principal extingue o vínculo obrigacional. 
IV) quanto à extinção da relação obrigacional pela perda total dos objetos numa e 
noutra 
-alternativa: para que haja a extinção é necessário que se percam todas as prestações. 
Perecendo todos os objetos, sem culpa do devedor, desaparece a relação obrigacional. 
-facultativas: basta que se perca o objeto principal. Verifica a extinção da obrigação com a 
simples eliminação do objeto in obrigatione, posto que remanesça o objeto in facultate 
solutionis. 
 
4) obrigações facultativas x obrigações com cláusula penal 
cláusula penal: pacto acessório ou secundário em que se estipula pena ou multa aquele 
dos contratantes que se subtrair ao cumprimento da obrigação ou que retardar o 
cumprimento da obrigação. É obrigação acessória que adere a outro vínculo 
obrigacional. É um meio de resolver e não como cumprir a obrigação. Atendendo a um 
critério lógico-sistemático, o legislador corretamente retirou o instituto da cláusula 
penal do Título das Modalidades das Obrigações, colocando-o junto do 
Inadimplemento. Na verdade, a cláusula penal nada tem que ver com o modo como 
nascem, se constituem ou se caracterizam as obrigações, mantendo íntima relação, isto 
sim, com os modos pelos quais se reparam as conseqüências de seu descumprimento. 
a) pontos de contato 
I) objeto devido é um só: nos dois tipos o objeto devido é um só, com possibilidade 
para o devedor exonerar-se entregando objeto diferente 
II) perecimento do objeto devido- efeitos 
em ambos, com o perecimento do objeto principal, sem culpa, do objeto, desaparece 
a obrigação de entregar ou a prestação in facultate solutionis, que é de substituição 
ou pena convencional. 
b) pontos de dissemelhança 
I) quanto ao pedido do credor numa e noutra 
facultativas- o credor só pode pedir o objeto principal, jamais o que está na 
faculdade de substituição 
cláusula penal- Art. 410 NCC - pode o credor pedir exclusivamente a pena 
convencional. 
II) quanto à exoneração em pagamento 
facultativas- o devedor se exonera entregando o objeto principal ou o objeto em 
faculdade de substituição, que é um direito do devedor. 
Cláusula penal- não assiste ao devedor, em regra, a faculdade de ofertar a multa, 
em lugar da obrigação principal, pois a multa é uma pena do não cumprimento. 
 
5) obrigações facultativas e dação em pagamento 
Dação em pagamento- acordo estabelecido entre credor e devedor pelo qual consente o 
primeiro em receber do segundo para desobrigá-lo de uma dívida, objeto diferente do que 
constituiu a obrigação. Art. 356 NCC. 
a) distinção 
I) na facultativa substituição do objeto é um ato unilateral e livre do devedor, 
podendo ser feita até mesmo contra a vontade do credor. 
II) na dação a substituição é concedida pelo credor 
III) mora 
 
 
14. OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS 
 
1) Noção e compreensão: 
 
2) Distinção entre obrigações divisíveis e indivisíveis. 
Divisíveis: aquelas cujas prestações possibilitam cumprimento parcial ou fracionado. 
Cada credor só tem direito a uma parte, podendo reclamá-la, independentemente dos 
demais sujeitos. Por seu turno, cada devedor responde exclusivamente por sua quota, 
liberando-se assim como o respectivo pagamento. Vale a regra geral (Arts. 1.297; 
1.272; 1.326; 1.007; NCC). 
Indivisíveis: aquelas cujas prestações somente por inteiro podem ser cumpridas. Cada 
credor pode exigir o cumprimento integral, como cada devedor responde pela 
totalidade. Vários credores: indivisibilidade ativa. Vários devedores: indivisibilidade 
passiva. (art. 259) 
 
3) Disposições legais: 
Art. 314 NCC – Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o 
credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. 
 
Art. 257 NCC - Regra concursu partes fiunt – cada um só responde pela sua parte – 
regra geral das obrigações divisíveis. Cada credor não pode exigir senão sua quota e cada 
devedor não responde senão pela parte respectiva. A prestação é assim distribuída 
rateadamente. 
Exceções à regra: indivisibilidade e solidariedade. Numa e noutra, embora concorram 
varias pessoas, cada credor tem direito de reclamar a prestação por inteiro e cada devedor 
responde também pelo todo. 
 
4) Espécies de indivisibilidade – (art. 258) 
Indivisibilidade física ou material –A prestação é exigível por inteiro de um só dos 
devedores, em virtude da natureza de seu objeto, insuscetível de ser repartido sem perda 
do seu valor ou identidade. É a própria natureza da obrigação que a torna indivisível. 
Indivisibilidade legal – a obrigação pode naturalmente ser divisível, mas a lei a torna 
indivisível, em proveito do interesse social. 
Indivisibilidade contratual (vontade das partes) – a indivisibilidade provém da 
vontade das partes, embora em tese seja materialmente divisível. 
 
5) Da indivisibilidade em relação às várias modalidades de obrigação 
dar- são em regra divisíveis, quando se trata de obrigação pecuniária ou quando a mesma 
compreende número certo de objetos da mesma espécie, igual ao dos concredores ou dos 
co-devedores, ou submúltiplo desse número. 
restituir – são em regra indivisíveis, pois o credor não pode ser compelido a receber em 
partes a coisa que se achava em posse alheia. “Havendo unidade na locação não pode ela 
ser cindida parcialmente, para efeito de continuar uma parte em poder do locatário e outra 
ser retomada pelo locador” (RT 197/380). 
Fazer- podem tanto ser divisíveis como indivisíveis. Deve-se observar o objeto da 
prestação. Serão divisíveis quando o trabalho puder ser partido em razão do tempo ou 
unidades a serem produzidas 
Não fazer – em regra indivisíveis, pois o devedor sendo obrigado a uma abstenção deve-a 
por inteiro, insuscetível de prestação parcelada. É admissível a obrigação ser divisível 
quando a obrigação consiste num conjunto de omissões que não guardem relações entre si. 
Alternativas ou genéricas (dar coisa incerta) – são indivisíveis, pois até a concentração 
não se sabe exatamente qual a prestação devida, ficando assim em suspenso o caráter 
divisível ou indivisível da obrigação. É indivisível até a concentração. 
 
6)Efeitos da indivisibilidade da prestação 
a) caso de pluralidade de devedores 
Havendo dois ou mais devedores de prestação indivisível, cada um será obrigado pela 
dívida toda (Art. 259 NCC). Exceção à regra concursu partes fiunt. Cada um dos 
devedores só deve parte da dívida, todavia, em virtude da natureza indivisível da 
prestação, pode ser compelido a satisfazê-la por inteiro. 
Art. 259, § único NCC - ao devedor que paga a dívida, cabe-lhe a prerrogativa de sub-
rogar-se no direito do credor, em relação aos outros coobrigados. A lei não só lhe defere 
o direito de cobrar dos co-devedores a parte a eles cabente, como ainda o mune das 
garantias que asseguravam o direito ao credor original. 
Art. 263 NCC – a qualidade de indivisível da prestação é perdida no caso da obrigação 
ser resolvida em perdas e danos.Assim a regra concursu partes fiunt que deixara 
excepcionalmente de viger volta a incidir e cada um dos devedores passa a responder 
apenas por sua parte na obrigação. 
 
b) caso de pluralidade de credores 
Art. 260 NCC - Cada um deles poderá exigir a dívida por inteiro. Mas o devedor ou os 
devedores só se desobrigarão pagando: I) a todos os credores conjuntamente; II) a um, 
dando este caução de ratificação dos outros credores. 
 
7) Extinção das obrigações – Art. 262 NCC. 
Remissão- perdão da dívida por parte do credor. Se são vários os credores e um deles 
perdoa a dívida, experimenta o devedor um lucro, pois foi para beneficiá-lo que ocorreu a 
remissão. Portanto, os outros credores só poderão exigir a entrega do objeto in obligatione, 
descontada a quota do credor remitente, pois, caso contrário, haveria um empobrecimento 
sem causa do devedor, e um enriquecimento injustificado por parte dos credores 
remanescentes (art. 385 a 388 NCC) 
Transação – contrato pelo qual, mediante concessões recíprocas, se previne ou termina 
uma lide. Se um dos credores, em obrigação indivisível, transige com o devedor, faz 
extinguir entre ambos a relação obrigacional. Mas como o ato não aproveita senão aos que 
nele tomaram parte, mesmo que diga respeito a coisa indivisível, segue-se que aos demais 
credores inibidos não ficam de cobrar do devedor comum, deduzindo-se a quota que 
pertenceria ao credor transigente (Arts 840 a 850 NCC). 
Novação – uma nova relação jurídica surge para substituir a anterior. Celebrada entre um 
dos credores e o devedor comum, extingue-se a dívida deste, não pelo total, naturalmente, 
mas pela sua quota, podendo os demais credores reclamar a qualquer tempo as parcelas a 
que tem direito (Arts. 360 a 367 NCC). 
Compensação – duas dívidas se extinguem em virtude das partes serem reciprocamente 
credoras e devedoras uma das outras (Arts. 368 a 380 NCC). 
Confusão – desaparece a dívida por se reunírem na mesma pessoa as condições de credor e 
devedor (Arts.381 a 384 NCC). 
 
8) Conseqüências jurídicas 
Divisíveis 
a) cada um dos credores só tem direito de exigir sua fração no crédito 
b) cada um dos devedores só tem de pagar a própria quota no débito 
c) se o devedor solver integralmente a dívida a um só dos vários credores, não se 
desobrigará com relação aos demais concredores 
d) o credor que recusar o recebimento de sua quota, por pretender solução integral, 
pode ser constituído em mora. 
e) A insolvência de um dos co-devedores não aumentará a quota dos demais 
f) A suspensão da prescrição, especial a um dos devedores, não aproveita aos demais 
(Arts. 201 NCC) 
g) A interrupção da prescrição por um dos credores não beneficia os outros, operada 
contra um dos devedores não prejudica os demais (Art. 204 NCC). 
Indivisíveis 
a) cada um dos credores pode exigir a dívida por inteiro 
b) cada um dos devedores responde integralmente pela dívida 
c) o devedor que paga integralmente o débito a um dos vários credores desonerar-
se-á em relação aos demais 
d) o credor não pode recusar o pagamento por inteiro, sob pena de ser constituído 
em mora 
e) sendo indivisível a obrigação, a prescrição aproveita a todos os devedores, desde 
que em favor de um venha a ser reconhecida 
f) sua suspensão ou interrupção aproveita ou prejudica todos 
g) a nulidade, quanto a um dos interessados, se estende a todos 
 
 
15. OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 
 
Art. 264 e 265 NCC - Segunda exceção ao princípio concurso partes fiunt. Existindo 
pluralidade de credores ou devedores, pode qualquer daqueles exigir a prestação total, 
como se fora único credor, ou pode qualquer destes ser compelido a solver a dívida toda, 
como se fora único devedor 
Múltiplas ou conjuntas: o direito e a responsabilidade de cada titular são proporcionais, 
cada um responde ou tem direito à sua parte exclusivamente. 
Solidárias: havendo pluralidade de credores ou devedores, cada um tem o direito ou é 
obrigado pela dívida toda. 
 
A solidariedade não se presume, resulta da lei ou vontade das partes. Se a lei não impõe e o 
contrato não a estipula, inexiste solidariedade. Precisa ser expressa, por manifestação 
equivalente das partes, explícita ou implícita. Na dúvida, presume-se não exista a 
solidariedade. 
 
Art. 268 NCC - Enquanto algum dos credores solidários não demandar o devedor 
comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. Se ainda não existe cobrança judicial, pode 
o devedor pagar a qualquer dos credores, à sua escolha. Mas o direito de escolha cessa 
desde que um dos credores já tenha ingressado em juízo com ação de cobrança. 
 
Elementos geradores da solidariedade: (jurisprudência) 
a) condenação pela prática de ato ilícito- 
b) Partícipes de comissão promotora ou executiva de festejos respondem solidariamente 
perante terceiros, pelas despesas autorizadas por um de seus membros. 
c) Vários locatários que lhes foi concedido o uso indiviso da coisa locada, todos são 
solidariamente obrigados ao pagamento da locação. 
 
a) SOLIDARIEDADE PASSIVA 
 
 Várias são as obrigações que se encontram reunidas ou conglomeradas na obrigação 
solidária. Cada devedor passa a responder não só pela própria quota, como também pelas 
partes dos demais consortes. Passam a responder pela solução integral no montante da 
dívida. Se ele vem a solver integralmente a prestação, pode recobrar dos outros as 
respectivas porções, o devedor que pagou tem direito regressivo contra os demais. Se vários 
devedores respondem pela solução do débito, a garantia de adimplemento é maior. 
 
Art. 275 NCC – “o credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, 
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais 
devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.”. Pode o credor demandar o 
pagamento a um, alguns ou todos, a sua escolha. Se um dos devedores for acionado 
isoladamente, não pode invocar benefício de divisão, isto é, direito do réu de fazer citar o 
outro, ou os outros co-devedores, para juntos se defenderem e juntos serem absolvidos ou 
condenados. Cada devedor responde, individualmente, por si e pelos outros, por toda 
dívida. O credor que aciona um devedor isolado, conserva intacto seu direito quanto aos 
demais, se não chega a receber a prestação. Recebida esta, integralmente, liberados ficam 
todos. Se parcial o recebimento, assiste-lhe direito de obter a complementação não só do 
demandado, como de qualquer dos outros coobrigados. 
 
 
b) SOLIDARIEDADE ATIVA 
 
 Atributo externo da obrigação, em que concorrem dois ou mais credores e que a 
qualquer deles autoriza receber integralmente a prestação devida. Solidariedade do sujeito 
ativo ou titular do direito ou credor. O devedor libera-se pagando a qualquer dos credores, e 
o que recebe se adstringe a pagar aos consortes a quota de cada um, retendo a sua parte. O 
credor que recebe o pagamento responde perante os consortes pelas parcelas de cada um. O 
cumprimento da obrigação pode ser reclamado por qualquer dos consortes, realizada, 
porém,a prestação, o credor deverá repassar as demais porções aos demais. 
 
c) Solidariedade Mista: Há presença concomitante de credores e devedores. 
 
Art. 266 NCC – A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou 
co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. 
Assim, diferentes podem ser as relações jurídicas, referentes a cada titular, evidenciando a 
presença de múltiplas obrigações a integrarem o conteúdo da obrigação solidária. 
 
Falecimento do credor solidário: deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir 
e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a 
obrigação for indivisível (Art. 270 NCC). 
 
Falecimento do devedor solidário (art. 276 NCC). Deixando herdeiros, nenhum destes será 
obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a 
obrigação for indivisível. Em relação a cada um deles fragmenta-se a dívida, se divisível. 
Mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais 
devedores. Respondem os herdeiros pela dívida do falecido desde que não ultrapasse as 
forças da herança (Arts. 1.792; 1.821 e 1.997 do NCC). 
 
Conversão da prestação em perdas e danos: subsiste a solidariedade (art. 271 NCC). A 
unidade da prestação não é comprometida com sua transformação em perdas e danos. 
 
Tornando-se inexequível a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste 
para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o 
culpado (art. 279 NCC). Se a inexequibilidade decorre sem culpa, por caso fortuito ou 
força maior, extingue-se a obrigação. 
 
Pagamento parcial: art. 277 NCC – o pagamento parcial feito por um dos devedores e a 
remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até a concorrência da 
quantia paga ou relevada. 
 
Direito de regresso: o credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento, 
responderá aos outros pela parte que lhes caiba (art. 272 NCC). Extinta a obrigação quer 
pelo meio direito (pagamento) ou indireto, responde o credor favorecido perante os demais, 
pelas quotas que lhes couberem. Do recebimento decorre obrigação de prestar contas do 
benefício. Tal divisão deve ser efetuada em partes iguais, se outra coisa não constar do 
título da obrigação. Se houver nulidade da obrigação quanto a um dos concredores, sua 
quota deverá ser deduzida do todo e o mesmo não participará do rateio. 
 
 
Semelhanças entre solidariedade e indivisibilidade: 
a) ambos, cada credor exige a dívida inteira e cada devedor responde pelo todo. 
b) O credor que recebe responderá pela parte dos demais, e o devedor que paga tem direito 
de regresso pelos outros. 
 
Diferenças entre solidariedade e indivisibilidade: 
a) quanto à fonte: 
S- Oriundo de lei ou negócio jurídico. O credor pode exigir de qualquer devedor 
solidário pagamento integral da prestação, porque qualquer deles é devedor do total. 
Prima pela feição subjetiva, residindo nas próprias pessoas e advinda da lei ou título 
constitutivo da obrigação (art. 265 NCC) 
I- Oriunda da lei, convenção ou natureza da prestação, sendo indivisível, a qual não 
comporta resolução fracionária. Índole objetiva, repousa na própria coisa, que 
constitui objeto da prestação e resulta, em regra, da necessidade, da natureza da 
coisa. 
 
b) quanto às perdas e danos 
S- perdurará mesmo que se converta em perdas e danos. (art. 271 NCC). 
I- cessará a obrigação caso se converta em perdas e danos, pois passará a ser uma 
obrigação pecuniária, e por isso presume-se indivisível. (art. 263 NCC) 
 
c) quanto ao pagamento 
S- sendo vários os credores, pode qualquer deles reclamar a dívida inteira, e o 
pagamento a um dos credores libera o devedor, independente da prestação de 
caução 
I- o devedor só se desobrigará pagando a todos conjuntamente, ou a um deles apenas, 
desde que autorizado pelos demais. Faltando a autorização só deverá pagar se 
aquele que demanda o pagamento der caução de ratificação dos outros credores. 
(art. 260 NCC) 
 
 
16. DA OBRIGAÇÃO NATURAL 
 
1) Conceito: 
Relação jurídica a que o legislador retirou a ação correspondente. Nem o credor tem 
direito de exigir a prestação, nem o devedor adstrito está a solvê-la. Embora reúna todos 
os elementos da obrigação civil, a lei nega-lhe eficácia e tutela judicial. É obrigação 
civil cuja evolução não se completou, por não Ter chegado a adquirir a indispensável 
tutela judicial, ou que se degenerou, por haver perdido a ação que a resguardava. 
O CC estabelece a obrigação natural em apenas dois dispositivos legais (Arts. 882 e 
564, III NCC). 
Assim, a obrigação natural é relação não jurídica que adquire eficácia jurídica através 
de seu adimplemento. Após o pagamento espontâneo do devedor, vem a ser atraída para 
a órbita jurídica, porém com um único efeito, o direito de retenção. 
No caso de execução ou pagamento parcial da obrigação natural, não autoriza o credor 
a reclamar pagamento do restante. Ela não se transforma em civil pelo fato de haver 
pago parte da dívida. O cumprimento parcelado implica apenas reconhecimento 
também parcial da obrigação. 
 
2) Casos de obrigação natural para o direito brasileiro 
a) dívidas prescritas 
b) dívidas de jogo 
juros não convencionados – 
 
 
 
17. OBRIGAÇÕES PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS 
 
1) Conceito: 
Divisão das obrigações quanto à recíproca importância. As principais são dotadas de 
individualidade própria, vivem e existem por si, sem qualquer sujeição a outras relações 
jurídicas. Nas acessórias, ao inverso, acham-se dependentes de outra relação jurídica, da 
qual se subordinam e com a qual vivem conexas. Ex. fiança, juros. Obrigações que pela 
sua natureza dependem necessariamente de outras relações jurídicas, ditas principais, 
que lhes dão vida, continuidade e efeitos. 
 
2) Conseqüências jurídicas: 
acessorium sequitur naturam sui principalis – 
O acessório segue a condição jurídica do principal. 
a) a nulidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias (Art. 184 NCC) 
b) Prescrita a obrigação principal, prescritas ficam as acessórias. Ex. prescreve a principal 
e também os juros a ela vinculados. Mas a prescrição da acessória não atinge a principal 
ex. juros pagáveis anualmente, capitalizados ou não, prescrevem em 3 anos (art. 206, § 
3º, III). Se a obrigação principal, de que dependem, prescreve em 10 anos (art. 205 
NCC) pode ocorrer prescrição dos juros, que se extinguem, e continuar valendo a 
principal. 
c) A obrigação de dar coisa certa abrange-lhe os acessórios. 
d) O usufruto estende-se aos acessórios da coisa (Art. 1.392 NCC). Na cessão de crédito 
incluem-se os acessórios, salvo disposição em contrário (Art. 287 NCC). Ex. cedido 
crédito cede também juros, fiança, hipoteca. 
e) Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores 
solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes 
(Art. 278 NCC). 
f) A novação extingue acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver 
estipulação em contrário (Art. 364 NCC). 
g) Se o débito principal é garantido por hipoteca, esta também vale para os juros. 
 
3) Espécies: 
Juros- arts. 406 e 407 e 323 e fiança – arts. 818 a 839. 
Além disso, há os direitos de garantia – direitos reais. Penhor, hipoteca. São acessórios 
da obrigação, cujo adimplemento reforçam, vivendo por ela e com ela sucumbindo. (art. 
1.436, I NCC) – penhor. (art. 1.499, I) – hipoteca. Prescrevendo a principal prescrevem 
os acessórios. 
A evicção e os vícios redibitórios são acessórios. 
As cláusulas de irrevogabilidade e irretratabilidade inseridas nos compromissos de 
compra e venda de imóveis são acessórias. 
 
 
18. OBRIGAÇÕES LÍQUIDAS E ILÍQUIDAS 
 
1) Conceito: 
Líquida:obrigação certa quanto à existência e determinada quanto ao objeto (art. 1533 
CC/1916, sem similiar no direito novo). Nela se acham especificadas precisamente 
qualidade, quantidade e natureza do objeto devido. 
 
Ilíquida: depende de prévia apuração, visto ser incerto o montante da prestação. Não 
pode ser expressa por algarismo, não se traduz por uma cifra, que necessita, enfim, de 
prévia apuração. Esse cálculo realiza-se, processualmente, através da liquidação, que 
lhe fixa o respectivo valor, em moeda corrente, a ser pago ao credor, se o devedor não 
puder cumprir a prestação na espécie ajustada (Art. 947 NCC). 
 
 
19. TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES. 
 
 
20. CESSÃO DE CRÉDITO 
 
1. Conceito: 
Negócio jurídico bilateral gratuito ou oneroso pelo qual o credor de uma obrigação 
(cedente) transfere, no todo ou em parte, a terceiro (cessionário), independentemente do 
consentimento do devedor (cedido) sua posição na relação obrigacional, com todos os 
acessórios e garantias, salvo disposição em contrário, sem que se opere a extinção do 
vínculo obrigacional. É um ato inter vivos pelo qual alguém se priva de um direito seu, 
em favor de outrem, ou mediante o qual se transmite um crédito a um novo credor. 
É uma alteração subjetiva, sem extinção da obrigação, logo não se confunde com a 
novação. 
 
2. Modalidades: 
a) gratuita – assemelha-se à doação, pois implica liberalidade 
b) Onerosa – é uma espécie de venda que o cedente faz ao cessionário, com a diferença 
que a venda tem por objeto transmissão de uma coisa, e a cessão objetiva créditos ou 
direitos de natureza econômica. 
c) total – transferência da totalidade do crédito 
parcial – transferência de somente parte do crédito. 
d) convencional – decorre da livre e espontânea declaração de vontade entre cedente e 
cessionário. Resulta da convenção entre as partes, contrato. Efetua-se a título oneroso 
ou gratuito. 
e) Legal – resulta da lei, independente da vontade das partes 
Judicial – provém de sentença judicial condenatória, que venha a suprir declaração de 
cessão por parte de quem era obrigado a fazê-la e o de assinação do credor de crédito do 
devedor 
f) pro solvendo – transferência de um direito de crédito, feita com intuito de extinguir 
uma obrigação, que, no entanto, não se extinguirá de imediato, mas apenas se e na 
medida em que o crédito cedido for efetivamente cobrado. 
Pro soluto – há extinção da obrigação, se exonera, opera a transferência do crédito e a 
liberação, exoneração do cedente. Quitação plena do débito do cedente para com o 
cessionário. O cedente transfere seu crédito com a intenção de extinguir imediatamente 
uma obrigação preexistente, liberando-se dela independentemente do resgate da 
obrigação cedida. 
 
3. Requisitos: Art. 286 do NCC 
a) capacidade das partes: 
b) objeto lícito 
c) forma legal 
 
4. Efeitos: 
a) entre as partes contraentes (art. 288, 295 a 297 NCC) 
O cedente terá responsabilidade pela existência do crédito (295), e pela solvência do 
devedor, havendo estipulação nesse sentido (arts. 295 e 296). 
 
b) em relação ao devedor (arts. 290 a 292 e 294 NCC) 
O devedor é estranho, não participa da cessão, em que apenas intervém cedente e 
cessionário, e por isto ela não vale em relação ao devedor, senão quando a este 
notificada. A notificação serve, então, para dar-lhe ciência da transmissão do crédito, 
bem como de vinculá-lo à nova relação jurídica. Pode ser judicial ou extrajudicial. É 
indispensável, para saber-se que o crédito tem novo titular, para impedir que se faça o 
pagamento ao credor primitivo, desconhecendo-se a cessão. Qualquer dos 
intervenientes, cessionário ou cedente, pode efetuá-la. Se incapaz o devedor, fazer ao 
representante legal. Se solidária, para todos os co-devedores 
Antes da notificação: arts. 292, 1º parte e art. 298. 
Depois da notificação: arts. 292, 2º parte, 291 e 294. 
 
c) em relação a terceiro (art. 288) 
Para valer perante terceiros, a cessão deve ser celebrada: 
I- ou por escritura pública 
II- ou por instrumento particular, que contenha a indicação do lugar onde foi 
passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da 
outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. 
5. Responsabilidade do cedente: art. 295 NCC 
a) cessão a título oneroso 
b) cessão a título gratuito, se o cedente tiver procedido de má fé 
 
Exceção de responsabilidade do cedente: 
I- cessão a título gratuito se de boa fé o cedente 
 
 
21. DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA 
 
1. Conceito: 
Negócio jurídico bilateral pelo qual o devedor, com a anuência expressa ou tácita do 
credor, transfere a terceiros os encargos obrigacionais, de modo que este assume sua 
posição na relação jurídica, substituindo-o. 
 
2. Pressupostos: 
a) existência e validade da obrigação transferida 
b) Substituição do devedor sem alteração da substância do vínculo obrigacional 
c) Concordância do credor: 
d) Observância dos requisitos atinentes aos atos negociais, por ser esta a sua natureza 
jurídica: 
 
3. Espécies: 
I- por expromissão: o devedor não participa da cessão de débito. O negócio é feito 
entre credor e terceiro (expromitente), mesmo contra a vontade do devedor, é este 
liberado da obrigação, onde fica substituído pelo terceiro. O terceiro não assume a 
dívida por ordem do devedor, mas assume espontaneamente. Pode ser: 
a) Liberatória: quando há uma perfeita sucessão de débito, no sentido em que o devedor 
é substituído e excluído da relação, ficando em seu lugar o terceiro que avençou com o 
credor. Substituição do devedor da relação obrigacional pelo expromitente. 
b) Cumulativa: quando o terceiro, expromitente, entra na relação obrigacional ao lado do 
devedor primitivo, assumindo a posição de devedor solidário, em conseqüência de que 
o credor pode postular de qualquer deles o cumprimento da obrigação. 
II- por delegação: da qual participa o devedor. Se o ajuste se proceder entre devedor e 
terceiro, dependendo da anuência do credor. Haverá um contrato entre terceiro e 
devedor. O devedor-cedente designar-se-á delegante; o que transfere o débito, 
delegado, e o credor, delegatário. Trata-se de delegação imperfeita, pois não opera a 
extinção do débito. Pode ser: 
a) privativa: quando o delegante (devedor) se exonera do vínculo, e o delegado (terceiro) 
assume toda responsabilidade pelo cumprimento da obrigação, sem responder pela 
insolvência deste. 
b) Simples: quando o novo devedor entra na relação obrigacional unindo-se ao primitivo 
devedor, que continua vinculado, mas o devedor primitivo não poderá ser compelido a 
pagar senão quando o novo devedor deixar de cumprir a obrigação que assumiu, 
inexistindo, portanto, entre eles, solidariedade, somente responsabilidade. 
 
4. Efeitos: 
Se o débito transferido é o mesmo primitivo, por haver identidade de relação jurídica e 
objeto, Ter-se-á a mesma obrigação, que não se extinguirá, passando ao novo devedor, 
que assumirá a mesma posição do devedor originário. Assim, produz os seguintes 
efeitos: 
a) liberação do devedor primitivo, com subsistência do vínculo obrigacional: a não ser 
se for cumulativa ou por delegação simples 
b) transferência do débito a terceiro: 
c) Cessação dos privilégios e garantias pessoais do devedor primitivo. 
d) Sobrevivência das garantias reais que acendiam à dívida, com exceção das 
constituídas por terceiro alheio à relação obrigacional, a não ser que ele consinta 
na sua permanência.

Outros materiais