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Recursos renováveis e não renováveis Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS) Bacharelado Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade Fontes Alternativas de Energia e Aplicações Osvaldo Soliano Pereira, Ph.D. Outubro 2016 Conteúdo •Definições: renováveis e não renováveis •Prós e contras •Reservas e potenciais •Fontes •Participação nas matrizes global e nacional •Matriz elétrica brasileira: renováveis e não renováveis •Perspectivas Recursos energéticos •Recursos não renováveis • Recursos que podem se exaurir dentro de um espaço de tempo relativamente curto como resultado de sua exploração (ex.: petróleo – 50 anos ??) • Biomassa se converte em fóssil mas num período de tempo demasiadamente longo para nossas necessidades • Combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás natural, xisto, turfa), U235 (fissão nuclear), deutério (fusão nuclear), algumas geotérmicas •Recursos renováveis • Recursos que se não exaurem com o consumo • Energia solar, geotérmica e de marés • Solar: solar direta, eólica, hidrelétrica, biomassa, correntes oceânicas e ondas, OTEC Economia circular ER: Recursos exauríveis RR: Recursos renováveis W: resíduos; A: Capacidade assimilativa h: extrair; y: produzirFonte: Pearce, 1990 Recursos não renováveis •Fósseis ou nuclear (físsil) •Tendem a se tornar mais caros com a proximidade da exaustão •Podem vir a não ser completamente explorados •Fósseis: resultantes da fossilização de matéria orgânica, ocorrida, na maior parte, há 325 milhões de anos. São hidrocarbonetos [Cx(H2O)y], oriundos da fotossíntese e grandes emissores de gases de efeito estufa (CCS) • Boom recente do gás de xisto nos EUA através do fracionamento geológico (fracking) •Urânio físsil (U235): 0,7% do urânio natural, reação em cadeia, moderador (água/U enriquecido; água pesada/U natural), produção de plutônio (P239). Recursos renováveis •Tendem a se tornar mais baratos a medida que a escala de seus usos crescem •A maior parte deles ainda estão em diversos estágios de desenvolvimento tecnológico, o que tenderia barateá-los ainda mais •Alguns deles têm seus potenciais de utilização limitados, a exemplo das hidrelétricas •Tendem emitirem muito pouco gases de efeito estufa, e ainda quando analisados nos seus ciclos de vida. A biomassa podem reduzir os níveis de concentração dos gases na atmosfera Análise de ciclo de vida de emissões de GEE Fonte: IPCC 2011 Agressões ambientais devido à oferta comercial de energia Fonte: WEA 2000 Custo anualizado da energia (BNEF) Reservas de combustíveis fósseis Fonte: IPCC 2011 Reservas Comprovadas (2015) Combustível Reservas Reservas/Produção (anos) Petróleo (10⁹ barris) 1697.6 50,7 (40,3 em 2001) Gás natural (10¹² m³) 186.9 52,8 (61,9, em 2001) Carvão (10⁹ ton) 891,5 114,0 (216,0 em 2001) Fonte: BP Statistical, 2016 Potenciais Técnicos Globais Demanda de Energia em 2008: 492 EJ Fonte: IPCC 2011 Fósseis •80% do total da energia primária •Carvão: principal fonte •Reservas gigantescas: Idade da Pedra •Percentual importante até o final deste século •Renováveis através de ponte do gás natural • IPCC: 2007 e 2013, mudanças tímidas • Protocolo de Kyoto •Transição: lenta/balanceada (indústria fóssil) • CCS • Nuclear 14 Petróleo e derivados •Óleo cru: hidrocarbonetos (CnHn) •Leve a extrapesado: densidade: < 0,87; 0,92; 1,0; > 1,0 •Refinarias: derivados • Impactos • Efluentes: SOx, NOx, CO2 • Vazamentos •Principal componente da matriz global •Baixo custo (visão econômica) • Importação e vulnerabilidade estratégica: • Crises: 1973 (US$ 3 => 11.70), 1979 (US$ 35.00) • Volatilidade dos preços 15 Preços do petróleo Carvão mineral • Substância mineral, composto basicamente por carbono, mas contém quantidades variáveis de S, O e N. É classificiado em funçao do conteúdo de voláteis (ou de carbono), indo do carvão subetuminoso (lignito), com mais de 18% de voláteis (65 a 75% de C), passando pelo betuminoso (hulha), com 10 a 18% de voláteis, até o antracito, com 5 a 10% de voláteis (92 a 98% de C). Alguns autores colocam a turfa como um tipo de carvão. • Revolução industrial: lenha para carvão • 2ª. Fonte na matriz global => baixo custo • Custos de transportes mais elevados que o petróleo • Altamente poluente: NOx, SOx, CO2 17 Carvão limpo (clean coal) •Leito fluidizado: • 150 – 300 MW, maiores são demonstrações •Gaseificação do carvão •Aumento da criticalidade do ciclo a vapor: • temperaturas na faixa de 600/610° C => redução de 10% na emissão de CO2 •CCS: plantas com taxa de captura de 90 % e fator de capacidade de 60% • US$/MWh aumentam em cerca de 70% • Custos de investimento (US$/kW) em cerca de 90% 18 Preço do carvão Gás Natural • Hidrocarboneto em estado gasoso nas condições atmosféricas normais, extraído diretamente a partir de reservatórios petrolíferos ou gasíferos, incluindo gases úmidos, secos, residuais e gases raros: • metano (principal) + etano, propano, butano + impurezas (CO2, gás sulfídrico) removidas • Crescimento após crises do petróleo • 3º combustível da matriz energética (21,4%), 2º na produção de eletricidade (22,2%) • Substitui qualquer combustível exceto querosene de aviação • Emite muito menos CO2 • Requer grandes investimentos em gasodutos 20 Preços do gás natural Combustíveis nucleares •Liberação de energia térmica na fissão de certos isótopos do urânio •Fusão nuclear: muito mais energia, mas ainda em desenvolvimento •Enriquecimento: • Países do Conselho Permanente da ONU + alguns •Não há poluentes, mas riscos associados • Acidentes, resíduos, produção de armas • Grande rejeição popular • Chernobyl e Fukushima •4º lugar na produção de energia elétrica •Excedente do produto enriquecido 22 Investimento 2013-2014 23 Geotermia •Calor oriundo do subsolo terrestre •Proximidade com vulcões e regiões vulneráveis a abalos sísmicos •Vapor a alta temperatura e pressão aciona turbina a vapor acoplada a gerador •Recursos de elevada entalpia (150 ͦ - 200 ͦ C) •Eventual injeção de água fria •Uso direto (bombas de calor) e produção de eletricidade 24 Energia hidrelétrica •Forma de energia solar, oriunda do ciclo da água: • Evaporação, Precipitação, Infiltração, Escoamento •E = m.g.h • Depende da vazão e da altura •Grande impacto ambiental local • Barragem e reservatório • UHEs e PCHs Biomassa • Recurso solar coletado pela fotossíntese: custo de coleta e intermitência minimizados • Recurso universalmente disponível • 10% do consumo mundial • Uso ineficiente na cocção e aquecimento • Uso como combustível sólido, líquido ou gasoso • Restrição ligada ao uso do solo e água • Cinzas como fertilizante, menor enxofre • Renovável quando oriunda de manejo • Externalidades geralmente não consideradas • Não emite dióxidos de enxofre e nitrogênio • CO2 emitido é reabsorvido pela fotossíntese • Grande geração de empregos Biomassa: Fontes, conversão e produtos Biocombustíveis: substância derivada de biomassa renovável, (biodiesel, etanol, etc.) que pode ser empregada diretamente ou mediante alterações em motores a combustão interna ou para outro tipo de geração de energia, podendo substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil. Energia solar direta: aplicações • Solar Passivo e aplicações com luz diurna • Solar ativo para aquecimento ou resfriamento • Solar Fotovoltaico: produção de energia elétrica • Concentradores solares para produção de energia elétrica • Produção de combustível solar29 Topaz Solar Farm • 550 MW • 9 milhões de módulos • 377.000 tonCO2/ano • Condado de San Luis Obispo, California 30 Energia solar nas construções Ivanpah: California 32 300.000 mil espelhos 2m x 3m Torre de 140 m 392 MW 13 km² Aguas Calientes Arizona 33 Energia Eólica • Recurso solar criado pela diferença de temperatura entre mar, terra e ar e pelo gradient de temperatura entre equador e pólos • Energia intermitente: diária e sazonalmente • Área varrida pela pá e velocidade local do vento • Tecnologia disponível de W a MW • On-shore e off-shore • Limites impostos por eficiência de conversão das turbinas, interferência das demais máquinas nas fazendas, intrusão visual, etc, Aerogeradores em fazendas eólicas The London Array • Alsthon • 6 MW • Pá: 73 m • 100 m acima do mar • 175 turbinas • 630 MW • 925.000 ton CO2/ano 36 Maior pá: 88,5 m • Turbina eólica AD 8- 180, da Adwen • 8 MW • 180 metros de diâmetro do rotor. 37 Sem pás • A estrutura de um Vortex Mini tem pouco mais de 12 metros de altura, e o cone pesa apenas 3,8 Kg 38 Kite wind turbines 39 Geração de energia Elétrica Não Renováveis • Termelétricas • Derivados de petróleo • Carvão mineral • Gás Natural • Elementos radioativos: urânio, tório, plutônio Renováveis • Termelétricas • Biomassa: plantações manejadas, bagaço, lixo, etc. • Energia geotérmica • Centrais termossolares • Hidrelétricas • Novas Renováveis • Solar • Eólica • Oceânica Instalação Líquida de Novas Fontes de Geração de Energia Elétrica na Europa (MW) (1995-2015) 41 Fonte: EWEA Petróleo e derivados no Brasil • Óleo combustível • Óleo diesel: • Sistemas isolados • Alto ESS (RN e PE) • Back-up e ponta • Brasil: • Plataforma continental • Pré-sal: royalties; concessão vs partilha 42 Carvão no Brasil • Reservas: • Alto Amazonas, Rio Fresco, Tocantins-Araguaia, Piauí Ocidental, Brasil Meridional • Economicamente viável: Brasil Meridional – RS e SC • Carvão pobre: baixo poder calorífico, alto teor de cinzas • Uso de carvão importado da Colômbia: CE, MA e RJ 43 Carvão no Brasil Reservas (10³t) Estado Medida Indicada Inferida Lavrável Maranhão 1.092 1.728 - 1.092 Paraná 4,184 212 - 3.509 Rio Grande do Sul 5.255.915 10.098.475 6.317.050 5.376.789 Santa Catarina 1.354.211 593.216 217.069 1.212.340 São Paulo 2.050 1.111 1.263 2.050 Total 6.617.453 10.694.744 6.535.382 6.595.781 44 Fonte: Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), 2006 Características gerais dos carvões brasileiros UF Jazida Poder Calorífico (kcal/kg) Carbono (% m/m) Cinzas (% m/m) Enxofre (% m/m) PR Cambuí 4.850 30,0 45,0 6,0 Sapopema 4.900 30,5 43,5 7,8 SC Barro Branco 2.700 21,4 62,1 4,3 Bonito 2.800 26,5 58,3 4,7 RS Candiota 3.200 23,3 52,5 1,6 Santa Teresinha 3.800-4.300 28,0-30,0 41,0-49,5 0,5-1,9 Morungava/Chico Lomã 3.700-4.500 27,5-30,5 40,0-49,0 0,6-2,0 Charqueadas 2.950 24,3 54,0 1,3 Leão 2.950 24,1 56,6 1,3 Iruí 3.200 23,1 52,0 2,5 Capané 3.100 29,5 52,0 0,8 45 Gás natural no Brasil • Investimentos para a produção • Investimentos na malha de gasodutos •Principais •Gás da Bolívia: 30 milhões m3/dia •Gás da Argentina: ?? •Gás de Urucu •Gás do Pré-sal •Cogeração: maior eficiência que apenas produção de energia elétrica •Take-or-pay 46 Gás natural no Brasil Emissões para 1.000 MW Nuclear no Brasil •Angra 1 e 2 • 2007 MW •Angra 3 • 1350 MW • 2017 •PNE 2030 • 8 centrais, mas nada novo previsto até 2024 49 Biomassa •Bagaço: • Baixa densidade energética • Aproveitamento próximo a usina • Cogeração • Complementação da energia hidrelétrica (7%)] • Hidrólise enzimática •Biomassa florestal • Indústria siderúrgica e de papel e celulose (licor negro) • Eucalipto (cavacos) •Outras formas • Casca de arroz, resíduos florestais, outros resíduos • RSU e esgotos (Chamada estratégica da ANEEL) • Capim elefante 50 Biomassa no Brasil 51 Cenário das tecnologias para produção de energia das usinas sucroalcooleiras 52 •Passado: • Energia térmica e elétrica para consumo próprio • Venda de excedentes a baixo preço •Avanços • Investimento adicional => recuperação do capital • Aumento da pressão das caldeiras e temperaturas máximas do ciclo a vapor • Produção de energia na entressafra • Uso do ciclo combinado: complementação com GN • Queima de palhas e pontas: mecanização • Gaseificação do bagaço Energia solar no Brasil • Aquecimento solar • Substituição do chuveiro elétrico • > 10 milhões de m² • Fotovoltaico no mercado rural • ~ 30 mil projetos • Projetos emblemáticos • Estádios da Copa • Net-metering • Quase 4.000 projetos • Leilões específicos Hidrelétricas no Brasil • Grandes empreendimentos em construção/planejamento • Santo Antônio e Jirau • Belo Monte • Usinas do Tapajós Eólica no Brasil 56 Cenário Greenpeace 2030: Revolução Energética Diversificação das Matrizes nos Cenários FEE a partir da capacidade instalada em 2050 58 Expansão do Setor Elétrico 59 Eletricidade fornecida por diferentes tecnologias em 2050 - GEA 60 Observações finais •Potencial gigantesco das renováveis •Falta de política energética •Ao bel prazer do mercado e do clima •Falta de estratégia casada: energética+industrial •Política cosmética de compensação para solar •Necessidade de leilões específicos e regionais Referências • IPCC: Special Report on Renewables. 2011. http://srren.ipcc- wg3.de/report •UNDP: World Energy Assessment: Energy and the Challenge of Sustainability. 2000. http://www.undp.org/content/undp/en/home/librarypage/environment- energy/sustainable_energy/world_energy_assessmentenergyandthechallengeofsustainability.html •BP Statistical Review of World Energy June 2013 bp.com/statisticalreview • IIASA: Global Energy Assessment (GEA). 2012. http://www.iiasa.ac.at/web/home/research/Flagship-Projects/Global-Energy-Assessment/Home-GEA.en.html • IEA: Key World Energy Statistics. 2013. http://www.iea.org/publications/freepublications/publication/KeyWorld2013_FINAL_WEB.pdf •REN21. Global Status Report. 2013. http://www.ren21.net/REN21Activities/GlobalStatusReport.aspx •EPE. Balanço Energético Nacional (BEN). 2013. https://ben.epe.gov.br/
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