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Narradores de Javé

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
Disciplina: Filosofia da Ciência 
Professora: Gabriel Siqueira
Alunos: Ana Miguez 
 Cheyenne Araújo
 Dennys Henrique Miranda Nunes
 Lucas da Silva
 Lucas Viera Manhães de Almeida
Turma: 2014.1
Ref.: Resenha sobre o filme: Narradores de Javé
São Gonçalo, 2014
“Apoiar-se constantemente sobre uma filosofia como sobre um absoluto é realizar uma censura da qual nunca se estudou a legalidade.” 
- Bachelard
 Reducionismo, Fragilidade teórica, Opinião, Historicismo e Empirismo são teorias que compõem o saber. Um erro que muitas das vezes efetuamos é considerar apenas a ciência como forma do saber, o conhecimento científico, e menosprezamos as demais. A ciência é apenas uma das formas do saber!
TEXTO 1
O Que é Saber?
 Antes de falar sobre “o que é o saber”, é necessário que tenhamos as seguintes definições de filosofia em mente: “a filosofia já nasceu como o exercício do ‘pensamento crítico’, da arte da reflexão’ e da ‘argumentação’, tendo em vista buscar a sabedoria da vida.”
 Em “Narradores de Javé”, o principal problema em se ter uma “história”, é que as histórias nunca chegam a um senso comum. Contada através de diversos pontos de vistas, não se tem verdades, apenas padrões próprios e favoráveis. 
O método de Sócrates: 
 O pai da crítica, Sócrates criou o método da dúvida, onde a verdade nasce da dúvida. Um dos principais ensinamentos consistia a: “conhece-te a ti mesmo”, ou seja, Sócrates dialoga e interroga, não ensina.
 Antônio Biá, autor do livro que salvaria a população de Javé, teve a todo instante esses temas citados acima como ponto de partida. Não o fazendo talvez por capricho, ou por falta de vontade.
Pasteur:
“Um pouco de ciência afasta de Deus, muita ciência nos aproxima d’Ele” (Pasteur).
 A população de Javé não obtinha a escrita a seu favor, tendo que recorrer a Antônio Biá (o traidor da cidade) para poder escrever o tal livro salvador.
 O povo, pelo que ficou claro, se afastava de Deus pelo simples fato de ter pouca ciência a seu favor. Ciência essa chamada de escrita.
Kant e a importância de ideia e experiência:
“Nosso conhecimento só é possível porque, no ponto de partida, acreditamos na inteligibilidade do mundo!”
 No filme, assim como supôs Kant, a experiência é precisa, assim como a ideia. Um problema que Antônio Biá de fato encontrou foi, excesso de ideias e pouquíssimas experiências. Não sabendo lidar com tais fatos Antônio Biá deixou-se levar pela distração e acabou não correspondendo as expectativas, deixando assim o povo de Javé literalmente na mão.
Os supostos motivos pelo fracasso de Antônio Biá e suas semelhanças com antigos pensadores gregos:
 Antônio Biá em um passado bem remoto foi expulso da cidade por dar asas a imaginação e distorcer histórias de moradores da cidade, publicando através de cartas midiáticas;
 Vale a pena lembrar que assim como Antônio Biá, Sócrates também foi julgado por “pensar demais”. Talvez por isso o primeiro tivesse tanto medo de exercer tal papel de salvador de Javé.
 Assim como um velho sacerdote egípcio alertou Solón de que o povo “grego havia inventado tudo sozinho, nada tendo aprendido das tradições de outros povos” Antônio Biá cometeu o mesmo erro e tentou escrever, de acordo com o que bem lhe entendia, sem dar muito valor as histórias contadas pela população de Javé.
 Ao contrário de Thales de Mileto que ficou rico graças aos seus conhecimentos, Antônio Biá se manteve em constante fracasso por não saber usar os excessos de ideias que lhe foram oferecidas pelo povo da cidade.
TEXTO 3 
“Em ciência, como no senso comum, existe uma estreita relação entre ver com clareza e dizer com clareza.”
 Cientistas não necessariamente são os detentores da sabedoria sem questionamento. Para se provar algo, existe a necessidade de refutar para haver uma veracidade. 
 É corriqueiro pressupormos que exista uma ordem a ser seguida. No filme Narradores de Javé, o carteiro tenta desvendar a ordem do que lhe é dito. Ninguém garante que haja tal ordem de acontecimentos, igualmente acontece com as perguntas do texto 3. Sempre partimos da ideia de que já tenha uma ordem a ser seguida.
 Crescemos sabendo exatamente como distinguir alguém que sabe mais pela estética, não se pode restringir a sabedoria por cargos ou aparência de alguém. Temos a “mania” de achar que se uma pessoa estudou para aquilo, devemos aceitar o que é dito e não e não questionar. Afinal, “se o médico não soube resolver, eu é que não vou conseguir”.No filme a escolha de quem vai escrever as “memórias” da cidade não é a toa e sem base. A escolha é alguém que sabe ler, escrever e que já reproduziu muitas histórias, sendo essas verdadeiras ou não. Quando o ex-carteiro da cidade precisa coletar as histórias ele acaba “caindo” no senso comum.
 No texto 3 a maioria das perguntas partem de uma problemática a ser resolvida fazendo analogia à situação da cidade, que chega a um nível alarmante. É toamada a iniciativa de registrar a história da cidade. O senso comum ganha legitimidade a partir de uma necessidade. 
TEXTO 5
 Marilena Chauí em seu livro  Convite a filosofia relata sobre as concepções da ciência, cientificidade e racionalidade. Em seu texto Marilena descreve as ciências humanas como aquelas que têm o próprio ser humano como objeto, no filme pode observar que a historia de Javé e construída através do seu povo, a população tenta salvar seu povoado através de suas historias, para isso se possível era necessário que alguém escrevesse a historia do povo. Antônio Biá, que era o único que sabia escrever no povoado, foi designado a tal feito. Biá começa a buscar a historia das pessoas do povoado, porém ao ir atrás de uma única teoria sobre a origem de Javé percebe que não existe uma só versão e sim várias histórias contadas por cada residente daquele povoado, ou seja, em busca da verdade, Biá vê que não existe nenhuma verdade. Relacionando a trama do filme, podemos ver que o que Biá percebe é que a ciência do povo de Javé é baseada no senso comum, sendo assim rica em cultura, mas longe do saber científico que é o que eles precisam para tomar a cidade e não perder suas casas.
TEXTO 6
Atenção: Vale à pena destacar que vou trabalhar com apenas alguns comparativos de pressuposições entre o filme, Narradores de javé, e o método cientifico. Com isso, não se pode afirmar que tal ideia esteja correta. 
 O método se reduz a um conjunto de regras que por si só garantem a obtenção dos resultados desejados. O investigador que as conheça bem e que consiga agir puramente de acordo com elas chegará certamente a bom termo no seu trabalho. (1)
Método (O termo vem do grego meta = através e hodos = caminho) segundo o dicionário Michaelis significa:
1. Conjunto dos meios dispostos convenientemente para alcançar um fim.
2. Ordem ou sistema que se segue no estudo ou no ensino de qualquer disciplina.
3. Maneira sistemática de dispor as matérias de um livro.
4. Maneira de fazer as coisas; modo de proceder.
5. Mat. Conjunto de regras para resolver problemas análogos.
6. Classificação ou distribuição sistemática dos diversos seres, segundo os caracteres ou semelhanças que apresentam. (2)
 O que tem haver com os Narradores de Javé? Ao longo do filme, Antônio Bia, o escritor do livro historia de javé, utilizam algumas regras do método cientifico ao decorrer de sua pesquisa. Consiste no seguinte:
Observação - Uma observação pode ser feita de forma simples, ou seja, é realizada a olho nu, ou pode utilizar-se de instrumentos apropriados. Todavia, deve ser controlada com o objetivo de que seus resultados correspondam à verdade e não a ilusões advindas das deficiências inerentes próprias dos sentidos humanos em obter a realidade. (3)
 A escrita também pode ser considerada como uma regra,pois, ter o cuidado de anotar os passos percorridos e fundamentais para se atingir um fim indesejável ou desejável. 
 Porem notou que no final do filme tal observação e a escrita não foi utilizada de maneira correta. Pois Antônio Biá tinha alguns problemas para produzir a historia, como: Quais as formulações mais adequadas da investigação? Que caminho seguir? Questões comuns entre pesquisadores. 
 Entretanto havia um motivo mais forte era que cada pessoa contava a mesma historia com versões diferentes, isto e, o método científico quer descobrir a realidade dos fatos e esses, ao serem descobertos devem, por sua vez, guiar o uso do método (4). Sendo assim, corrompendo a elaboração, escrita, do patrimônio histórico (historia de javé). Por conta da falta legitimidade, ou seja, não se encontra de acordo com os aspectos de validade dos argumentos. Definição: 
Validade: um argumento e valido se, em qualquer contexto, e impossível que sua conclusão seja falsa, caso se admita que suas premissas sejam verdadeiras. Um argumento e invalido se não e valido, isto e, se e possível que, em algum contexto, admitindo que suas premissas sejam verdadeiras se possa ter a conclusão falsa. (5)
 Outro ponto que esta atrelada a método e a historia de javé, pois fórmula uma hipótese - é uma proposição especulativa que se aceita de forma provisória como ponto de partida de uma investigação. A verdade ou refutação da hipótese é determinada graças a raciocínios ou experiências. (6) - para solucionar o problema, ou seja, uma proposta de evitar a destruição da cidade (toda investigação nasce do problema observado) 
 Ao fim do filme o pesquisador, no caso o escritor, corrige e formula novos testes, Isto é, consistindo na reformulação do livro. Comprovando assim uma falha em sua hipótese.
 Por conseguinte, a sabedoria é pessoal, como dizia Sócrates sua sabedoria era limitada a própria ignorância, não se pode ter como certeza apenas uma vertente da sabedoria, cada indivíduo aplica ao seu próprio saber a vivência, a experiência e os fatos que o rodeiam. O que não desclassifica o saber desta pessoa comum ao saber científico. No decorrer dos textos e do filme concluímos que a mente humana ainda é complicada e diversa, fazendo com que a sabedoria seja algo individual e legitimado pelo conhecimento de cada pessoa que a detêm. Porém, analisamos que o conhecimento é algo muito maior que simplesmente “poder” científico. 
Bibliografia: 
1 - JAPIASSU, Hilton. O que é o saber? In: Filosofia da Ciência: uma introdução. Rio de Janeiro – UAPÊ: SEAF, 2010. Pág. 21-54
3 - ALVES, Rubem. O senso comum e a ciência. In. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras.. – 1981
5 - CHAUI, Marilena. Convite a filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
- A ciência na história
- Ciências Humanas
6 – CARDOSO, Miriam Limoeiro. O mito do Método. Trabalho apresentado no Seminário de Metodologia Estatística, realizado na PUC do Rio de Janeiro, 1971.
(1) CARDOSO, Miriam Limoeiro. O mito do Método. Trabalho apresentado no Seminário de Metodologia Estatística, realizada na PUC do Rio de Janeiro, 1971. Pag. 3
(2) e (4) www.aedb.br/faculdades/eng_auto/Downloads/metodo_cientifico.doc
(3) pt.wikipedia.org/wiki/Metodo_Cientifico
(5) Petrucio Viana. Validade, Forma e Conteúdo de Argumentos. Pag.7 
(6) www.significados.com.br/hipotese/

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