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LIVRO MORFOLOGIA VEGETAL DAS FANEROGAMAS - UFPI.pdf.pdf

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- 2 - 
PRESI DENTE DA REP ÚBLICA 
Luiz Inác io Lula da Silva 
 
M INISTRO DA EDUCAÇÃO 
Fernando Haddad 
 
GOV ERNA DOR DO ESTADO DO PIA UÍ 
José Wellington Bar roso de Araújo Dias 
 
REITOR DA UNIV ERSI DADE FEDERAL DO PIAUÍ 
Luiz de Sousa Santos Júnior 
 
SEC RETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO M EC 
Car los Eduardo Bielschow sky 
 
COORDENADOR GERAL DA UNIV ERSI DADE A BERTA DO BRASIL 
Celso Cos ta José da Cos ta 
 
DIRETOR DO C ENT RO DE EDUCAÇÃO ABERTA A DISTÂNCIA DA UFPI 
Gildás io Guedes Fernandes 
 
DIRETOR DO C ENT RO DE CI ÊNCIAS DA NATUREZA 
Helder Nunes da Cunha 
 
COORDENADOR DO CURSO DE BIOLOGIA NA M ODALIDADE EAD 
Mar ia da Conceição Prado de Oliveira 
 
COORDENADORA DE M ATERIAL DI DÁTICO DO C EAD/ UFPI 
Cleid inalva Mar ia Barbosa Oliveira 
 
DIAGRAM AÇÃO 
Samuel Falcão Silva 
 
COORDENADOR DE REV ISÃO DE TEXTO 
Naz iozênio A ntonio Larcerda 
 
REV ISÃO 
Beatr iz Gama Rodr igues 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 3 - 
 
 
As angiospermas compreendem a divisão Anthophyta, 
que inclui cerca de 235.000 espécies. Nas suas características 
vegetativas, as angiospermas são enormemente diversificadas. 
Seus representantes variam em tamanho, desde espécies de 
Eucalyptus L’Her (Myrtaceae) com mais de 100m de altura e 
troncos de quase 20m de circunferência, até representantes de 
Lemna L. (Lemnaceae) aquáticas com menos de 1mm de 
comprimento. Alguns dos representantes de angiospermas são 
lianas, outros epífitas; alguns estão adaptados para crescer em 
regiões áridas, outros crescem em regiões extremamente frias. 
As angiospermas são um grupo de plantas com 
características especiais como a presença de flores, frutos e 
sementes e com um ciclo de vida que as distingue de todas as 
outras plantas. 
Este livro é destinado aos estudantes do curso de 
Graduação em Ciências Biológicas, disciplina Morfologia 
Vegetal das Fanerógamas, que participam do programa de 
Educação a Distância da Universidade Federal do Piauí. 
Neste livro serão apresentadas as características da 
morfologia externa dos órgãos vegetativos e reprodutivos das 
angiospermas. Está composto de cinco unidades, contendo 
itens e subitens, que discorrem sobre as características 
morfológicas das angiospermas, bem como as síndromes de 
polinização das flores e dispersão dos frutos e sementes. 
As Unidades 1, 2, 3 contemplam a morfologia dos órgãos 
vegetativos (raiz, caule e folha), ressaltando respectivamente: 
morfologia e conceitos dos tipos de raízes encontrados nas 
 
 
 
 - 4 - 
angiospermas, suas adaptações e listando alguns exemplos que 
ressaltam sua importância como órgão de 
reserva; morfologia e conceito dos tipos de caules, adaptações, 
formas de vida de cada tipo; para as folhas serão contempladas 
as formas encontradas, variações morfológicas de ápice, base e 
margem, além de diferentes colorações. 
Nas Unidades 4 e 5, abordamos a morfologia dos órgãos 
reprodutivos (flores e frutos), contemplando: morfologia floral, 
tipos de inflorescências e as adaptações das flores em relação 
aos seus polinizadores (síndromes de polinização); os diferentes 
tipos de frutos e a forma de dispersão dos frutos e sementes 
(síndrome de dispersão). 
O objetivo deste livro é reunir e apresentar de forma 
didática, e em uma única fonte, as estruturas vegetativas e 
reprodutivas das angiospermas, como também as terminologias 
utilizadas. Espera-se ao final do curso que os alunos possam 
reconhecer e identificar com maior facilidade as variações 
encontradas nesse vasto universo morfológico das plantas. 
 
 
 
 - 5 - 
 
UNIDADE 1. MORFOLOGIA DA RAIZ 
1.1 Introdução .......................................................................................... 10 
1.2 Características morfológicas e fisiológicas da raiz...................... 12 
1.3. Tipos fundamentais de sistemas radiculares .............................. 12 
1.4. Associações encontradas em raízes ............................................ 19 
1.5 Atividades........................................................................................... 20 
 
UNIDADE 2. MORFOLOGIA DO CAULE 
2.1. Introdução ......................................................................................... 23 
2.2. Características morfológicas e fisiológicas do caule ................. 24 
2.3. Classificação do caule .................................................................... 25 
2.4. Forma de vida das plantas vasculares......................................... 36 
2.5. Atividades.......................................................................................... 38 
 
UNIDADE 3. MORFOLOGIA DA FOLHA 
3.1. Introdução ......................................................................................... 41 
3.2. Classificação das folhas ................................................................. 45 
3.3. Modificações estruturais da folha.................................................. 65 
3.4. Atividades.......................................................................................... 67 
 
UNIDADE 4. MORFOLOGIA FLORAL, INFLORESCÊNCIAS E 
SÍNDROME DE POLINIZAÇÃO 
4.1. Introdução ......................................................................................... 71 
4.2. Classificação da flor quanto à presença dos verticilos florais .. 73 
4.3. Cálice ................................................................................................. 74 
4.4. Corola ................................................................................................ 76 
4.5. Androceu ........................................................................................... 86 
4.6. Gineceu ............................................................................................. 97 
4.7. Inflorescências ................................................................................. 105 
4.8. Síndrome de polinização ................................................................ 121 
 
 
 
 - 6 - 
4.9 Atividades................................................................ 134 
 
UNIDADE 5. MORFOLOGIA DO FRUTO E 
DISPERSÃO 
5.1. Introdução .............................................................. 137 
5.2. Partes constituintes .............................................. 138 
5.3. Classificação dos frutos ....................................... 139 
5.4. Semente ................................................................. 150 
5.5. Dispersão ............................................................... 151 
5.6. Atividades............................................................... 153 
 
6. BIBLIOGRAFIA........................................................ 154 
 
 
 
 - 7 - 
 
 
 
 
 - 8 - 
 
 
 
 
 
 - 9 - 
 
 
UNIDADE 1. MORFOLOGIA DA RAIZ 
 
1.1 Introdução ..................................................................................... 10 
1.2 Características morfológicas e fisiológicas da raiz ................ 12 
1.3. Tipos fundamentais de sistemas radiculares......................... 12 
1.4. Associações encontradas em raízes ...................................... 19 
1.5 Atividades ..................................................................................... 20 
 
 
 
 - 10 - 
1. MORFOLOGIA DA RAIZ 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
 
Origem 
 
As raízes têm sua origem na radícula do embrião da 
semente a partir de tecidos profundos (raiz principal-endógena) 
ou brotam de órgãos aéreos como ramos e folhas (raízes 
adventícias). O principal fenômeno da origemda raiz no 
embrião é a organização do meristema apical na extremidade 
inferior do hipocótilo . 
 
Funções 
As principais funções das raízes são fixação do vegetal 
ao substrato, absorção e condução de água e sais minerais, 
podendo também reservar água e carboidratos. 
Algumas raízes são especializadas para outras funções, 
como a de fotossíntese (algumas Orchidaceae epífitas). 
 
Regiões da raiz 
 
 As raízes apresentam as regiões abaixorrelacionadas 
com suas respectivas funções: 
 
1. COIFA - Reveste o cone vegetativo e dá proteção ao ápice 
da raiz. Além de proteger o meristema apical e ajudar a raiz 
a penetrar no solo, a coifa tem função de controlar as 
respostas da raiz à gravidade. 
2. ZONA LISA OU DE CRESCIMENTO – região da raiz sem 
pelos absorventes, onde as células recém-produzidas estão 
 HIPOCÓTILO: 
Termo que 
designa o eixo 
embrionário que 
se estende da 
inserção do(s) 
cotilédone(s) até a 
radícula. Pode 
ramificar-se e 
crescer, até 
originar o eixo 
principal da planta. 
) 
 
 
 
 - 11 - 
em rápido processo de crescimento (multiplicação) em 
comprimento. 
3. ZONA PILÍFERA (MATURAÇÃO) – região da raiz onde os 
pelos absorventes já estão se diferenciando. Promove a 
absorção de água e íons orgânicos. 
4. ZONA DE RAMIFICAÇÃO – apresenta células com paredes 
impregnadas de suberina. Origina raízes laterais. 
5. COLO OU COLETO - região de transição entre caule e raiz. 
 
 Fig. 1. Regiões da raiz (Fonte wikipédia) 
 
 
 
 - 12 - 
1.2. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E FISIOLÓGICAS 
DA RAIZ 
 
 Geralmente as raízes são subterrâneas, mas podem 
também ocorrer raízes aéreas e aquáticas; não possuem corpo 
segmentado em nós e entrenós; não possuem folhas ou gemas e 
são geralmente aclorofiladas. Fisiologicamente, as raízes são 
responsáveis pela absorção e condução da seiva bruta (água e 
sais minerais); geralmente apresentam geotropismo positivo e 
fototropismo negativo. Apresentam também crescimento 
subterminal, devido à atividade meristemática da região de 
crescimento que renova as células da coifa. Raramente as raízes 
realizam fotossíntese, com exceção de algumas Orchidaceae 
epífitas. 
 
1.3. TIPOS FUNDAMENTAIS DE SISTEMAS RADICULARES 
 
• Sistema radicular axial ou pivotante – Nesse sistema, a 
radícula origina uma raiz principal extremamente 
desenvolvida com raízes mais finas e secundárias. Ocorre 
em eudicotiledôneas e gimnospermas. 
Sistema radicular axial ou pivotante (Fonte: Autoras) 
 
GEOTROPISMO: 
respostas de 
sistemas 
radiculares ou 
caulinares à força 
da gravidade da 
terra. 
 
FOTOTROPISMO: 
crescimento no 
qual a direção da 
luz é o fator 
determinante, 
como o 
crescimento de 
uma planta em 
direção à fonte 
luminosa. 
 
 
 
 - 13 - 
 Sistema radicular fasciculado ou em cabeleira – 
Nesse sistema, a raiz primária geralmente tem vida 
curta. Assim, o sistema radicular da planta é formado por 
raízes adventícias (que se formam a partir do caule). 
Ocorre nas monocotiledôneas. 
 
Sistema radicular fasciculado ou em cabeleira (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema adventíceo – Pode surgir em qualquer parte do 
sistema caulinar da planta e eventualmente também de folhas, 
servindo às mais diversas finalidades, mas geralmente muito 
frágil para dar sustentação. 
Sistema adventício caulinar 
(Fonte: Autoras) 
Sistema adventício 
foliar (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 14 - 
 As raízes são bastante uniformes em sua aparência e, 
por isso, uma planta dificilmente pode ser identificada 
utilizando-se seus caracteres morfológicos. Todavia, as raízes 
são úteis para determinar se uma planta é anual ou perene, e 
variações no sistema radicular podem ter uma importância 
taxonômica. Classificamos as raízes quanto ao habitat em que 
vivem em: 
Raízes aéreas – Quando expostas ao ar; 
Raízes aquáticas – De ambientes aquáticos, com duas 
denominações: lodosas, quando ocorrem em macrófitas fixas 
ao substrato; e natantes, quando ocorrem em macrófitas 
flutuantes, ou seja, que flutuam livremente na água; 
Subterrâneas – quando se fixam ao solo. 
Planta aquática lodosa (Victoria amazonica (Poepp.) Sowerby - 
Vitória-régia (Fonte: Autoras) 
 
 ANUAL: planta 
que vive por 
apenas uma 
estação de 
crescimento 
durante um ano 
 
PERENE: planta 
que vive por três 
ou mais anos e 
usualmente 
floresce e 
frutifica 
repetidamente. 
 
Planta aquática natante (Eichornia crassipes 
(Mart.) Solms. – aguapé; (Fonte: Autoras). 
 
 
 
 - 15 - 
Podemos encontrar alguns termos de uso comum relacionados 
às raízes. Esses termos estão diretamente ligados às 
adaptações ou modificações que algumas raízes apresentam, 
devido às funções que exercem ou por influência do meio: 
 
Raízes tuberosas - Contêm grande reserva de substância 
nutritiva, sendo bastante utilizadas na alimentação humana 
(cenoura - Daucus carota L.; batata-doce - Ipomoea batatas (L.) 
Lam); beterraba - Beta vulgaris L.; nabo - Brassica rapa L.; 
rabanete - Raphanus sativus L.; mandioca - Manihot esculenta 
Crantz). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Raízes estranguladoras – São adventícias que se 
desenvolvem “abraçando” o outro vegetal, muitas vezes 
chegando a matar o suporte. 
 
Raízes tuberosas laterais 
da batata-doce. 
(Fonte: Autoras) 
Raiz tuberosa axial da 
cenoura (Fonte: Autoras) 
Raiz estranguladora 
(Fonte: Autoras) 
Raiz estranguladora 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 16 - 
Raízes sugadoras ou haustórios – Especializadas em 
penetrar no sistema de condução de outras plantas e absorver 
seiva bruta ou elaborada. Apresentam órgão de contato 
(apressórios/apresso-aperto), de onde partem as raízes 
absorventes. Quando absorvem a seiva elaborada, os vegetais 
que as possuem são chamados de holoparasitas (Figuras 8 e 
9), como o cipó-chumbo (Cuscuta sp-Cuscutaceae). Quando 
absorvem apenas a seiva bruta, os vegetais que as possuem 
são denominados hemiparasitas (Figuras 9 e 10), como as 
ervas-de-passarinho (Psitacanthus sp e Struthanthus sp – 
Loranthaceae). 
 
 
 
 
 
 
 
Cuscuta sp,: hábito 
(Fonte: Autoras) 
Cuscuta sp: detalhe do 
ramo e flores 
(Fonte: Autoras) 
Psitacanthus sp: hábito 
(Fonte: Autoras) 
Struthanthus sp: detalhe da 
ramificação no ramo 
suporte (Fonte: Autoras) 
HEMIPARASITAS: 
Planta que cresce 
sobre outra e nela 
penetra raízes 
alimentadoras e 
haustórios. 
Entretanto, ao 
contrário das 
parasitas, as raízes 
só retiram água e 
sais do xilema, não 
subtraindo seiva do 
floema. 
 
 
 
 - 17 - 
Raízes grampiformes – São adventícias encontradas em 
vários representantes epífitas e trepadores, que ajudam na 
fixação da planta a um suporte, nesses casos, a absorção de 
nutrientes é feita por raízes alimentadoras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Raízes respiratórias ou pneumatóforos – Ocorrem em 
algumas plantas que se desenvolvem em locais alagadiços. 
Nesses ambientes, como os mangues, o solo é geralmente 
muito pobre em oxigênio. Essas raízes partem de outras 
existentes no solo e crescem verticalmente, emergindo da água 
(geotropismo negativo); possuem orifícios (pneumatódios) que 
permitem a absorção de oxigênio atmosférico. 
 
Raiz grampiforme de 
Araceae 
(Fonte: Autoras) 
Raiz grampiforme de 
Araceae 
(Fonte: Autoras) 
 Pneumatóforo 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 18 - 
Raízes suporte ou escora – 
Adventícias que brotam do caule em 
direção ao solo. Servem comoescora, 
dando maior suporte e estabilidade à 
planta. Quando elas entram em contato 
com o solo, ramificam-se e também 
participam da absorção de água e 
minerais. São produzidas a partir do 
caule e ramos de muitas árvores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Raízes tabulares – atingem grande desenvolvimento e 
apresentam o aspecto de tábua perpendicular ao solo, 
ampliando a base da planta, dando-lhe maior estabilidade. 
Ocorrem geralmente em plantas de grande porte e são 
vulgarmente conhecidas como sapopemas. 
 
 
 
 
Raiz suporte 
(Fonte: Autoras) 
Raiz suporte no milho 
(Fonte: Autoras) 
Raízes tabulares (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 19 - 
Raízes assimiladoras, alimentadoras ou velame - São 
aéreas, clorofiladas e, portanto, podem realizar a fotossíntese. 
Sua função primordial é a de absorção de água da atmosfera. 
Presentes nas Orchidaceae. 
 
 
1.4. ASSOCIAÇÕES ENCONTRADAS EM RAÍZES 
 
As raízes podem apresentar modificações causadas por 
associações com fungos ou bactérias: 
 
Micorrizas – São associações íntimas, simbióticas, mutualístas 
e benéficas entre fungos e raízes, e ocorrem na grande maioria 
das plantas vasculares, tanto selvagens, como cultivadas. 
 Os fungos beneficiam as plantas hospedeiras pelo 
aumento da habilidade da planta na absorção da água e dos 
elementos essenciais, principalmente o fósforo. Os fungos 
micorrízicos também fornecem proteção contra ataques por 
fungos patogênicos e nematóides. Em troca desses benefícios, 
o fungo recebe da planta hospedeira carboidratos e vitaminas 
essenciais para seu crescimento. 
 Há dois tipos principais de micorrizas: 
 Endomicorrizas - suas hifas penetram nas células 
facilitando a absorção de nutrientes minerais. Ocorrem 
principalmente em espécies tropicais, em locais de solos 
pobres, onde há uma maior dificuldade na absorção de 
fosfatos pelas raízes. 
 Ectomicorrizas - as hifas formam um invólucro em torno 
das células das raízes, nunca as penetrando, mas 
aumentando grandemente a área de absorção, o que, 
aparentemente, as torna mais resistentes às rigorosas 
condições de seca e baixas temperaturas, e prolonga a 
 
 
 
 - 20 - 
vida das raízes. São comuns em árvores ou arbustos de 
regiões temperadas. 
Bactérias fixadoras de nitrogênio – As mais comuns são 
Rhizobium e Bradyrhizobium, que invadem raízes de 
leguminosas como ervilha (Pisum sativum L.), soja (Glycine 
max (L.) Merr.) e feijões (Phaseolus spp). Nessa associação 
simbiótica, as bactérias suprem a planta com uma forma de 
nitrogênio que pode ser usada na síntese das proteínas, a 
planta, por sua vez, supre a bactéria com uma fonte de energia 
para sua atividade de fixação de nitrogênio e com moléculas 
que contêm carbono, as quais são necessárias para a produção 
de compostos nitrogenados. 
 
 
 
 
 
1.5 Teórico-práticas 
 
1. Coletar raízes de plantas herbáceas representantes de 
eudicotiledôneas e monocotiledôneas, e fazer desenhos 
esquemáticos identificando suas partes. 
 
2. Coletar e ilustrar ou desenhar, através de observação direta, 
exemplos das várias adaptações que as raízes apresentam, 
tais como: tuberosas, aquáticas, haustório, suporte, 
grampiformes, estranguladoras, respiratórias e tabulares. 
 
 
 
 - 21 - 
 
 
 
 
 - 22 - 
 
 
UNIDADE 2. MORFOLOGIA DO CAULE 
 
2.1. Introdução .......................................................................... 23 
2.2. Características morfológicas e fisiológicas do caule .. 24 
2.3. Classificação do caule ..................................................... 25 
2.4. Forma de vida das plantas vasculares.......................... 36 
2.5. Atividades........................................................................... 38 
 
 
 
 
 - 23 - 
2. MORFOLOGIA DO CAULE 
 
2.1. INTRODUÇÃO 
 
O caule desenvolve-se a partir do epicótilo (região acima 
dos cotilédones), embora a parte superior do eixo hipocótilo-
radicula (abaixo dos cotilédones) possa também constituí-lo. 
 
Funções 
Sustentação de folhas, flores e frutos; distribuição das seivas 
bruta e elaborada; reserva de substâncias nutritivas e princípios 
ativos medicinais. Promove conexão entre todos os órgãos do 
vegetal. Alguns caules são os principais órgãos 
fotossintetizantes como os cactos que estocam água ou 
carboidratos, outros são trepadores como as lianas e alguns 
promovem a proteção da planta pela presença de acúleos e 
espinhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Regiões do caule 
 
Nó – Região de produção e emissão de folhas e gemas 
caulinares; 
ACÚLEOS 
Processo epidérmico 
usualmente 
pontiagudo, que se 
destaca com relativa 
facilidade. São 
confundidos com 
espinhos, mas 
diferem destes por 
não serem 
vascularizados. 
Ocorrem em vários 
órgãos da planta 
Rosa sp). 
 
ESPINHOS 
É um órgão axial ou 
apendicular, duro e 
pontiagudo, 
constituído por um 
tecido lignificado e 
que, se for arrancado, 
destrói os tecidos 
subjacentes. O 
espinho não pode ser 
retirado com 
facilidade porque 
nasce no cerne, isto 
é, na parte interna do 
tronco ou dos ramos 
das árvores (Citrus 
sp). 
Acúleo (Fonte: O. Pereira) Espinho (Fonte Autoras) 
 
 
 
 - 24 - 
Entrenó ou meritalo - Região que separa dois nós 
consecutivos; 
Gema Terminal – Situada no ápice ou ponto vegetativo, 
constituída por escamas e primórdios foliares, promove 
crescimento vertical da planta; 
Gemas laterais (ou axilares) – Encontram-se na axila das 
folhas, podendo produzir novos ramos, folhas ou flores. 
 
 
 
2.2. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E FISIOLÓGICAS 
DO CAULE 
 
Geralmente os caules são aclorofilados e aéreos, mas 
podem também ocorrer caules subterrâneos e aquáticos; 
possuem o corpo segmentado em nós e entrenós e portam 
folhas, flores, frutos e botões vegetativos. Fisiologicamente os 
Esquema representativo da divisão do 
caule (Apezzato-da-Glória et al., 2006) 
 
 
 
 
 - 25 - 
caules são responsáveis pela distribuição das seivas; 
geralmente apresentam fototropismo positivo e geotropismo 
negativo e crescimento terminal, podendo realizar fotossíntese 
ou não. 
 
2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS CAULES 
 
Os caules podem ser classificados de acordo com a 
forma, a consistência, o desenvolvimento, a ramificação e tipos. 
 
 Quanto à forma: 
• Caules cilíndricos – São aqueles que se apresentam 
aproximadamente circulares em secção transversal, como os 
estipes do babaçu (Orbignia phalerata Mart.) e do buriti 
(Mauritia flexuosa L. f.); 
• Caules cônicos - Apresentam-se em secção transversal 
com contorno obtuso-poligonal, como os da mangueira 
(Mangifera indica L.) e do piquizeiro (Caryocar coriaceum Witt.); 
• Caules achatados – Apresentam-se achatados, como 
exemplo o caule de alguns cactos como a palma-forrageira 
(Opuntia ficus-indica (L.) Mill.); 
• Caules angulosos - Formam ângulos em secção 
transversal, encontramos em alguns cactos, como os da coroa-
de-frade (Melocactus sp) e bamburral (Hyptis suaveolens (L.) 
Poit.) ; 
• Caules sulcados – Formam sulcos, muitas vezes os 
sulcos chegam a dividir o caule como no caneleiro (Cenostigma 
spp); 
• Caules bojudos ou barrigudos – Apresentam uma parte 
bastante dilatada, pelo acúmulo de água ou substâncias 
nutritivas, como ocorre na barriguda (Chorisia sp) e na 
macaúba (Acrocomia intumescens Drude). 
 
 
 
 - 26 - 
Quanto à consistência: 
• Caules herbáceos - Geralmente são caulesfinos, com 
pouca lignificação e fotossintetizantes; presentes nas 
ervas; 
• Caules sublenhosos – São caules que apresentam a 
base lignificada e são tenros nas extremidades; 
presentes nos subarbustos; 
• Caules lenhosos – São caules rígidos, consistentes, 
devido à grande lignificação; presentes em arbustos e 
árvores. 
 
Quanto ao desenvolvimento: 
• Ervas – Possuem caule fino, pouco lignificado e 
usualmente verde ou esverdeado; 
• Subarbusto – Apresenta uma base lenhosa, mas o dos 
ramos tem consistência herbácea; 
• Arbusto – Possui caule lenhoso e ramificado desde a 
base, não formando um fuste definido; 
• Árvore – Desenvolve-se comumente em plantas 
terrestres lenhosas, onde inicialmente a planta 
apresenta um tronco não ramificado (fuste) e depois 
desenvolve a copa. 
Fuste em uma angiosperma 
(Fonte: Autoras) 
FUSTE 
Porção caulinar 
lenhosa não-
ramificada na 
base das árvores, 
podendo ser reta 
ou bastante 
contorcida. Pode 
ser fino ou 
intumescido. É o 
mesmo que 
tronco. 
 
 
 
 - 27 - 
Quanto à ramificação: 
 
 Indivisos – Caules que não apresentam ramificações, 
como os da família Arecaceae (p.ex: carnaúba – 
Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore). 
 Ramificados – Caules que apresentam ramificações 
laterais: 
 Monopodial – O eixo principal mantém a hegemonia 
(atividade de uma só gema), gerando um único eixo, 
normalmente apresentam tronco retilíneo e único, como 
o das Gimnospermas (p. ex: pinheiros - Pinus spp e da 
araucária Araucaria angustifolia (Bertol) Kuntze). 
 Simpodial – Neste tipo de ramificação, a gema terminal 
tem vida efêmera e a gema lateral, que se encontra 
logo abaixo, entra em franca atividade. Nesse 
sistema, o eixo principal tem crescimento limitado e o 
eixo que o continua é constituído pelos ramos laterais 
colocados, em geral, na mesma direção em ordem 
gradual do desenvolvimento das gemas laterais. 
Ramificação monopodial em Gimnospermas 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 28 - 
 
 
 
Quanto aos tipos: 
 
Caules aéreos erguidos: 
 
Haste – Herbáceos, não lignificados, geralmente verdes, que 
ocorrem em vegetais de pequeno porte. 
 
 
Tronco – Lenhoso, ramificado, bem desenvolvido, robusto, 
ocorrendo geralmente em vegetais de médio a grande porte, 
comum entre árvores e arbustos das eudicotiledôneas. 
Ramificação simpodial em eudicotiledôneas 
(Fonte: Autoras) 
Caule tipo haste (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 
 - 29 - 
 
 
Estipe – Cilíndrico, geralmente não ramificado, com entrenós 
curtos e folhas localizadas no ápice, comum nas 
monocoti ledôneas, caule típico das palmeiras. 
 
 
 
Colmo - Cilíndrico, apresentando nós e entrenós bem 
evidenciados. Pode se apresentar cheio (cálamo) ou oco 
(fistuloso). Possui folhas desde a base, característico da cana-
de-açúcar (Saccharum officinarum L.) e dos bambus (Bambusa 
spp). 
Caule tipo tronco (Fonte: Autoras) 
Caule tipo estipe Copernicia prunifera 
(Mill.) H.E. Moore) (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 
 - 30 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cladódio - Caule modificado, clorofilado, áfi lo ou com folhas 
rudimentares ou, ainda, transformadas em espinhos. Pode 
apresentar-se suculento e dilatado. Quando achatado e 
laminar, é denominado de filocládio. Característico de algumas 
plantas de climas áridos, como as Cactaceae e Euphorbiaceae. 
 
 
 
 
Saccharum officinarum L. (Fonte: 
Autoras) 
 
Bambusa sp (Fonte: Autoras) 
Cladódios em Cactaceae (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 31 - 
 
 
 
Caules rasteiros: 
 
Radicantes, estolho ou estolão – Apresentam entrenós 
alongados e desenvolvem-se paralelamente à superfície do 
solo, emitindo raízes adventícias e uma nova parte aérea a 
espaços regulares, gerando uma nova planta como no 
morangueiro (Fragaria spp). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prostrados ou rastejantes – crescem paralelamente à 
superfície do solo, mas não emitem raízes adventícias. 
Cladódios em Euphorbiaceae 
(Fonte: Autoras) 
 
Estolão (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 32 - 
Prendem-se ao solo por um único ponto de fixação como na 
aboboreira (Cucurbita pepo L.). 
 
 
Caules trepadores: 
 
Volúveis – Caules que não apresentam órgão de fixação e 
apenas enrolam-se no suporte. Podem ser de dois tipos: 
dextrorsos: quando se enrolam da esquerda para a direita; ou 
sinistrorsos: quando se enrolam da direita para a esquerda . 
 
 
 
Caule rastejante em abóbora – Cucarbita pepol L. 
Caule volúvel em Asdepiadaceae 
(Fonte: Autoras) 
Caule volúvel em Leguminosae 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 33 - 
Sarmentosos – Quando a planta possui uma adaptação que 
lhe permite subir em um suporte com o auxílio de gavinhas ou 
de outras estruturas de fixação, como no maracujazeiro 
(Passiflora spp) e na videira (Vitis vinifera L.). 
 
 
 
Lianas ou cipós – Lenhosas que crescem apoiando-se no 
substrato, emaranhando-se com ele, e não possuem órgão de 
fixação. 
Caule sarmentoso com 
gavinhas (Fonte: Autoras) 
Detalhe do cipó-escada. 
Bauhinia sp (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 
 - 34 - 
Caules subterrâneos 
 
Rizoma – Desenvolvem-se paralelamente à superfície do solo, 
produzem folhas e/ou ramos laterais e emitem raízes 
adventícias, como na bananeira (Musa paradisíaca L.) e na 
espada-de-são-jorge (Sansevieria trifasciata Prain.); 
 
Tubérculo – Hipertrofiados pelo acúmulo de substâncias 
nutritivas. Têm porção terminal dilatada e cheia de reservas, 
formando uma “batata”, com cicatrizes e gemas, como na 
batata-inglesa (Solanum tuberosum L.); 
 
Bulbos – Caule extremamente comprimido, usualmente 
discóide, cujo ápice encontra-se protegido por numerosos 
catáfilos (folhas) suculentos e usualmente amilíferos, que se 
fixam a um receptáculo que recebe o nome de disco ou prato. 
Dependendo do arranjo dos catáfilos, os bulbos são 
denominados de tunicados, escamosos e sólidos; 
 
Bulbo tunicado – Os catáfilos mais externos recobrem 
totalmente os mais internos, são densamente sobrepostos, e o 
prato é pequeno, como na cebola (Allium cepa L.); 
Bulbos tunicados 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 35 - 
Bulbo escamoso – Os catáfilos mais externos recobrem 
parcialmente os mais internos, com disposição imbricada. As 
escamas (folhas) se desenvolvem mais que o prato, como nos 
lírios (Lilium spp); 
 
Bulbo sólido – Caracteriza-se por apresentar o prato bem 
desenvolvido, com reservas nutritivas, constituindo a quase 
totalidade do bulbo, revestido de túnicas reduzidíssimas, em 
pequeno número dispostas em várias camadas à semelhança 
de casca, como no açafrão (Crocus sativus L.); 
Bulbo composto - Possui a mesma organização da cebola 
(Allium cepa L.), todavia cada dente ou bulbilho equivale a um 
bulbo completo de cebola e o conjunto forma a conhecida 
cabeça-de-alho (Allium sativum L.); 
Pseudobulbo – Estrutura caulinar de reserva encontrada nas 
orquídeas; pode ser formada por um único entrenó ou por uma 
sucessão de vários nós e entrenós, com ou sem as folhas; 
 
Xilopódios – Estrutura subterrânea, intumescida, rica em 
substâncias de reserva, inclusive água e de elementos 
mecânicos lignificados, algumas vezes de origem anatômica 
mista (raiz e caule), e que é especialmente comum em 
formações savanosas, garantindo a sobrevivência da planta, 
quando, por causa do frio e da seca, as partes aéreas não 
podem sobreviver. Após uma seca ou queimada, rebrotam dos 
xilopódios ramos com folhas e flores; 
 
Caulesaquáticos – Presentes em plantas que habitam o 
ambiente aquático (macrófitas aquáticas). 
 
 
 
 - 36 - 
 
 
 
 
2.4. FORMAS DE VIDA DAS PLANTAS VASCULARES 
 
Holoparasitas – Plantas que crescem sobre autótrofas vivas, 
com dependência fisiológica (ex. cipó-chumbo – Cuscuta sp). 
 
Saprófitas – Plantas que crescem sobre matéria orgânica 
morta e dependem dela para sua nutrição (ex. Burmaniaceae). 
 
Hemiparasitas – Plantas providas de função fotossintetizante, 
mas com dependência fisiológica de plantas holoautótrofas 
vivas (providas de função fotossintetizantes autônomas), pois 
sugam sua seiva bruta, como as ervas-de-passarinho 
(Psitacanthus sp e Struthanthus sp). 
 
Hidrófita errante – Plantas que vivem sobre a superfície da 
água, mas não estão fixas, como o aguapé (Eichornia spp) e a 
alface-d’água (Pistia stratioides L.). 
 
Fanerófito – Plantas lenhosas ou herbáceas perenes, com 
mais de 50cm de altura, cujos ramos não morrem 
periodicamente e suas gemas elevam-se a mais ou menos 
Detalhe do caule de 
Neptunia sp (Fonte: Autoras) 
Detalhe da flor de Neptunia 
sp (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 37 - 
25cm acima do solo. A proteção da gema de brotamento pode 
ser feita através da presença de pelos, escamas e catáfilos. 
 
Caméfito – Plantas com gemas de brotamento no sistema 
aéreo a cerca de 20 a 50cm acima da superfície do solo. 
Podem ou não enraizar, apesar de viverem sobre o solo; neste 
grupo incluem-se as lenhosas e herbáceas perenes, com 
menos de 50cm de altura. 
 
Geófitos – Plantas que apresentam gemas de brotamento no 
sistema subterrâneo radiculares ou caulinares (tubérculos ou 
rizomas). Possuem um sistema aéreo totalmente herbáceo, 
morrendo periodicamente na estação desfavorável. 
 
Criptófitos – Plantas que apresentam gemas perenes que se 
encontram a certa profundidade do solo (geófitos) ou na água 
(hidrófitos). Possuem órgãos subterrâneos que acumulam 
reservas, devido a essa característica são capazes de 
sobreviver a longos períodos de seca, crescendo em todas as 
regiões áridas. 
 
Hemicriptófitos – Plantas perenes, herbáceas, com redução 
periódica do sistema caulinar a um órgão com as gemas ao 
nível da superfície do solo, podendo ser um rizoma ou 
xilopódio. Apresentam gemas de brotamento também no 
sistema subterrâneo, mas no nível do solo e não abaixo dele 
como os geófitos. As gemas são protegidas por escamas, 
folhas ou bainhas foliares. 
 
Terófitos – Ervas anuais com seu ciclo de vida dentro de um 
ano, morrendo após a frutificação e passando a estação 
desfavorável sob a forma de semente. O brotamento está 
representado pela gema apical (ex. invasoras). 
 
 
 
 
 - 38 - 
Trepadeiras – Plantas que germinam no solo, sobem num 
suporte, contudo mantêm sempre o contato com o solo, sem 
caule lenhoso (ex. flor-de-são-joão, Pyrostegia). 
 
Epífitas - Plantas que germinam e enraízam sobre outras 
plantas vivas ou mortas, ou eventualmente sobre outros 
suportes (ex. orquídeas e bromélias). 
 
Devido a essas diferentes estratégias de sobrevivência, certas 
zonas climáticas são mais apropriadas a determinadas formas 
de vida. Por exemplo, nas regiões tropicais úmidas cerca de 
61% das espécies ocorrentes são fanerófitas, havendo muita 
incidência de epífitas e lianas; já nas regiões áridas, como os 
desertos, entre 42 e 92% das espécies são terófitas. 
 
 
 
 
2.5 Teórico-práticas 
 
1. Coletar caules jovens (herbáceos), desenhar e caracterizar o 
caule quanto a sua consistência e ramificações. 
 
2. Coletar e ilustrar ou desenhar, através de observação direta, 
exemplos dos vários tipos de caules: 
Aéreos 
Erguidos: Haste, tronco, colmo, estipe e cladódio 
Rasteiros: radicantes e prostados 
Trepadores: sarmentosos, volúveis e lianas 
Subterrâneos Rizoma, tubérculos, bulbo (tunicado, escamoso, 
solido e composto), Pseudobulbos, Xilopódios. 
 
 
 
 - 39 - 
 
 
 
 - 40 - 
 
 
UNIDADE 3. MORFOLOGIA DA FOLHA 
 
3.1. Introdução ....................................................................... 41 
3.2. Classificação das folhas ............................................... 45 
3.3. Modificações estruturais da folha................................ 65 
3.4. Atividades........................................................................ 67 
 
 
 
 
 - 41 - 
3. MORFOLOGIA DA FOLHA 
 
3.1. INTRODUÇÃO 
 
As folhas têm sua origem na região dos nós caulinares, 
geralmente abaixo de uma gema. Comumente não apresentam 
crescimento contínuo, ano a ano. A maioria das folhas possui 
simetria bilateral, possuindo uma superfície adaxial (superior ou 
ventral) e abaxial (inferior ou dorsal), mas às vezes podem ser 
unifaciais não apresentando esta diferenciação entre as 
superfícies. 
 
Superfície abaxial - Melastomataceae (Fonte: Autoras) 
Superfície adaxial – Melastomataceae (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 42 - 
Funções 
 
São as principais partes fotossintetizantes da maioria 
das plantas (nutrição). Realizam a respiração (captação de CO2 
atmosférico e liberação de O2), transpiração (perda de água 
sob a forma gasosa) e gutação (perda de água sob a forma 
líquida). Conduzem e distribuem as seivas. Também podem ser 
modificadas para a proteção, formando espinhos; para 
estocagem de água, como em plantas suculentas; para escalar 
outras plantas como as trepadeiras e aquelas que possuem 
gavinhas; para a captura de insetos como nas plantas 
carnívoras ou para fornecer abrigo a formigas ou pequenos 
insetos. Podem, ainda, ser usadas na alimentação, para fins 
medicinais, para ornamentação e fins comerciais. 
 
Regiões da folha 
 
 As partes principais de uma folha completa das 
fanerógamas são: pecíolo, bainha e limbo, que podem ser 
visualizadas na figura abaixo: 
 
Representação das principais partes de uma 
folha de angiosperma (JUDD et al., 2009). 
 
 
 
 - 43 - 
Limbo: porção achatada da folha, geralmente responsável pela 
maior parte da área foliar fotossintética. 
 
Pecíolo: estrutura usualmente filiforme que faz a ligação entre 
a porção laminar da folha e o caule, permitindo maior 
mobilidade. 
 
Bainha: encontra-se na base de algumas folhas (comum em 
algumas monocotiledôneas), diferenciada em uma estrutura 
mais ou menos laminar que pode envolver completamente o 
caule e guarnecer a gema apical, axilares ou outras estruturas 
florais em desenvolvimento. 
 
Estípulas: estruturas geralmente presentes em pares na base 
das folhas, na forma de pequenas lâminas, frequentemente 
caducas. Também podem ser solitárias e, neste caso, originam-
se entre o pecíolo e o caule. Possuem a função primordial de 
proteção das folhas jovens. 
 
Pulvinos: é a porção engrossada e morfologicamente distinta 
do pecíolo, é comum e está envolvida no movimento foliar, 
pode ser encontrada na base da folha, no ápice do pecíolo, no 
meio do pecíolo, ou nos peciólulos dos folíolos de folhas 
compostas 
 
 De acordo com a ocorrência das suas partes componentes, 
podem ser classificadas como: 
 
Folha peciolada – Quando o pecíolo encontra-se presente; 
PECIÓLULO 
Termo que 
designa o 
pequeno pecíolo 
que se forma na 
base de cada 
folíolo de uma 
folha composta. 
 
 
 
 - 44 - 
 
 
 
Folha séssil – Quando o pecíolo está ausente e a lâmina 
funde-se diretamente ao caule; 
 
 
Folha invaginante – Quando a base da folha está diferenciada 
em uma estrutura laminar que envolve parcial ou 
completamente o caule e guarnece a gema apical, gemas 
axilaresou outras estruturas florais em desenvolvimento. 
 
 
 
Folha peciolada (RADFORD et al.,1974) 
Folha séssi l (RADFORD et al.,1974) 
Folha com bainha (RADFORD et al.,1974) 
 
 
 
 - 45 - 
3.2. CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS 
 
1. Quanto à disposição da folha no caule – FILOTAXIA 
 
 As folhas encontram-se arranjadas ao longo do eixo 
caulinar. Podem estar organizadas em três padrões diferentes, 
como mostra o esquema abaixo: 
 
 
Alternas – Desenvolvem-se isoladas entre si e estão 
geralmente dispostas em uma espiral ao longo do caule. 
Podem, também, estar dispostas em uma forma não 
espiralada,organizadas sequencialmente ao longo dos dois 
lados do caule (dísticas) ou ao longo de três lados do mesmo 
(trísticas). Folhas dísticas achatadas no mesmo plano e com 
ambas as superfícies idênticas são chamadas equitantes, 
ocorrendo em espécies de Iridaceae. 
 
Opostas – Desenvolvem-se aos pares e ficam posicionadas 
em lados opostos do caule. Também podem apresentar a 
disposição dística ou cruzada. 
 
Padrões principais de filotaxia (JUDD et al., 2009) 
 
 
 
 - 46 - 
Verticiladas – Desenvolvem-se em número de três ou mais, 
partindo de diferentes pontos de um mesmo nó. 
Fasciculadas – Desenvolvem-se em número de duas ou mais, 
partindo de um mesmo ponto em um nó. 
 
 
Rosuladas – Desenvolvem-se formando uma roseta.
Filotaxia fasciculada (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 47 - 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DO LIMBO 
 
1. Quanto à superfície, as folhas podem apresentar-se: 
 
Glabra – superfície sem pelos. 
 
Pilosa – superfície coberta por pelos curtos, frágeis e finos. 
 
 
Folha rosulada (Fonte: Autoras) 
Folhas evidenciando superfície pilosa (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 
 - 48 - 
 
Lisa – superfície sem a ocorrência de elevações. 
 
 
 
 
Rugosa – superfície coberta com elevações côncavas 
limitadas e individualizada por uma rede de sulcos. 
 
 
 
 
Folha com superfície lisa (Fonte: Autoras) 
Folha rugosa (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 49 - 
2. Quanto à consistência, podemos encontrar: 
 
Membranácea – folha em que o limbo apresenta consistência 
de membrana (bastante fina). 
 
Coriácea - folha em que o limbo apresenta consistência dura, 
quebradiça. 
 
Crassa ou suculenta – folha em que o limbo contém reserva 
de água. 
 
3. Quanto à coloração, as folhas geralmente são verdes nas 
duas faces (concolores), mas podemos encontrar 
variações entre os diferentes tipos de folhas. 
 
 
 
Folha maculada 
(Fonte: Autoras) 
Folha variegada 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 50 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Quanto à subdivisão do limbo 
 
 Uma folha com lâmina única (inteira) é chamada de 
simples; uma folha com duas ou mais lâminas, ou folíolos, é 
chamada de composta. Quando a nervura central forma um 
eixo alongado onde se inserem os folíolos, é chamada de folha 
pinada ou penada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Folha bicolor (ou discolor) 
(Fonte: Autoras) 
Folha listrada 
(Fonte: Autoras) 
Folha de limbo simples 
(Fonte: Autoras) 
Folha de limbo composto 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 51 - 
4.1. Tipos de folhas compostas 
 
As folhas compostas podem apresentar variações na forma e 
número de folíolos encontrados. Destacaremos aqui os mais 
comuns. 
 
Paripinada - Neste tipo, os folíolos se inserem ao longo da 
ráquis foliar e o ápice termina em um número par de folíolos. 
 
Imparipinada – Os folíolos se inserem ao longo da ráquis foliar 
e o ápice foliar termina em um só folíolo. 
 
 
Bipinado – Quando cada um dos folíolos também é composto 
pinado, gerando um padrão recorrente, ou seja, o folíolo se 
divide duas vezes. 
Folha composta imparipinada 
(Fonte: Autoras) 
Folha composta bipinada 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 52 - 
Palmada ou digitada – Quando, nas folhas compostas, as 
nervuras principais irradiam de um mesmo ponto na base, 
formando uma estrutura que lembra a palma da mão. 
 
Trifoliolada – Quando a folha é composta por três folíolos. 
 
Unifoliolada – Quando a folha apresenta apenas um folíolo. 
 Organização dos folíolos 
(JUDD et al., 2009) 
 
 
 
 - 53 - 
5. Forma do limbo: 
 
 Em geral, considera-se que uma folha pode apresentar 
quatro formas básicas (ovada, obovada, elíptica, oblonga), 
dependendo da porção onde a folha se apresenta mais larga. 
Outros formatos também podem ser encontrados. A lâmina 
ainda pode se apresentar simétrica e assimétrica. 
 
 
 
Outras formas encontradas: 
 
Falciforme – Lâmina em forma de foice; 
Formas básicas da lâmina 
foliar (JUDD et al., 2009) 
Folha falciforme (RADFORD et al.,1974) 
 
 
 
 - 54 - 
Hastiforme – Lâmina com forma triangular com dois lobos 
basais; 
 
 
 
Reniforme – Lâmina em forma de rim; 
 
 
 
Runcinada – Lâmina com margens partidas e laceradas 
Folha hastiforme 
(RADFORD et al.,1974) 
Folha reniforme 
(Radford et al.,1974) 
Folha runcinada 
(RADFORD et al.,1974) 
 
 
 
 
 - 55 - 
Sagitiforme – Forma de seta; triangular com dois lobos basais 
retos ou ligeiramente encurvados; 
 
 
 
Espatulada – Lâmina em forma de espata; oblonga ou 
obovada no ápice com base atenuada. 
 
 
Cordiforme – Lâmina em forma de coração; 
Folha sagitiforme 
(RADFORD et al.,1974) 
Folha espatulada 
(RADFORD et al.,1974) 
Folha cordiforme 
(RADFORD et al.,1974) 
 
 
 
 - 56 - 
Peltiforme – Lâmina arredondada onde o pecíolo se insere no 
centro do limbo. 
 
 
 
6. Formas do ápice 
Vários são os termos descritivos para a forma do ápice da 
lâmina foliar, a seguir veremos os principais: 
 
 
 
Agudo – Quando os bordos da lâmina formam no ápice um 
ângulo agudo, menor que 90°. 
 
Obtuso – Quando os bordos da lâmina formam no ápice um 
ângulo obtuso, ou seja, maior que 90°. 
Folha peltiforme 
(RADFORD et al.,1974) 
Diferentes formas do ápice foliar 
(JUDD et al., 2009) 
 
 
 
 - 57 - 
Acuminado – Quando os bordos da lâmina formam no ápice 
uma ponta aguda e comprida. 
 
Retuso – Quando os bordos da lâmina formam no ápice uma 
pequena reentrância. 
 
Emarginado – Quando os bordos da lâmina formam 
gradualmente no ápice uma reentrância. 
 
Truncado – Quando o ápice da lâmina acaba abruptamente, 
parecendo ter sido cortado. 
 
Mucronado – Quando o ápice da lâmina termina por uma 
ponta aguda e rígida, como se fosse um espinho. 
 
Arredondado – Quando o ápice da lâmina apresenta uma 
forma arredondada, formando um arco. 
 
Atenuado – Quando o ápice da lâmina vai afinando 
gradativamente, formando uma ponta aguda. 
 
7. Formas da base 
 
Vários são os termos descritivos para a forma da base da 
lâmina foliar, a seguir veremos os principais: 
Diferentes formas da base 
foliar (JUDD et al., 2009). 
 
 
 
 - 58 - 
Aguda – Quando na base da lâmina, na inserção do pecíolo, 
as margens formam um ângulo agudo, menor que 90°. 
 
Obtusa – Quando na base da lâmina, na inserção do pecíolo, 
as margens formam um ângulo obtuso, maior que 90°. 
 
Cuneada – Quando na base da lâmina, na inserção do peciolo, 
as margens juntam-se em um ângulo de 45°. 
 
Arredondada - Quando as margens, na inserção do pecíolo, 
apresentam uma forma arredondada. 
 
Decurrente (decorrente) – Quando a lâmina prolonga-se 
abaixo do ponto de inserção, ficando mais estreita em direção 
à base. 
 
Truncada– Quando a lâmina, no ponto de inserção com o 
pecíolo, parece ter sido cortada, ou seja, acaba abruptamente. 
 
Cordada – Quando na base do pecíolo, as margens recurvam-
se, dando à base uma forma de coração. 
 
Lobada – Quando na base do pecíolo, as margens encontram-
se divididas em dois segmentos iguais entre si. 
 
Sagitada ou sagitiforme – Quando na base do pecíolo, as 
margens se mostram mais alargadas, formando dois lobos. 
 
Outros formatos também podem ser encontrados: 
 
Amplexicaule – Quando na base das folhas (bainha), as 
margens da lâmina envolvem totalmente o caule. São 
 
 
 
 - 59 - 
normalmente encontradas em folhas sésseis, mas podem 
ocorrer com plantas de pecíolo alongado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Perfoliada (conada) – Quando a base da folha acaba 
fundindo-se, dando a impressão de que o caule trespassa a 
folha. 
 
 
 
Peltada – Quando o pecíolo se insere no centro do limbo. 
Base amplexicaule 
(RADFORD et al.,1974) 
Base perfoliada 
(RADFORD et al.,1974) 
Base peltada 
(RADFORD et al.,1974) 
 
 
 
 - 60 - 
Auriculada – Quando na margem da lâmina, na base, forma 
uma aba ou orelha; 
 
 
 
8. Formas da margem 
 
 A lâmina foliar pode apresentar diversos tipos de 
margens, a seguir apresentaremos alguns mais encontrados: 
 
Inteira – margens que não apresentam nenhum tipo de incisão 
ou lobos. 
 
 
 
Serreada – margens com lobos agudos e ascendentes. 
Base auriculada 
(RADFORD et al.,1974) 
Margem inteira 
(RADFORD et al.,1974) 
 
 
 
 - 61 - 
 
 
 
Crenada – margem com lobos arredondados, ascendentes. 
 
 
 
Ciliada – margem com pelos finos. 
 
 
 
Aculeada – margem espinescente, porém não rígidos. 
Margem serreada 
(RADFORD et al.,1974) 
Margem crenada 
(RADFORD et al.,1974) 
Margem ciliada 
(RADFORD et al.,1974) 
Margem aculeada 
(RADFORD et al.,1974) 
 
 
 
 - 62 - 
Crispada – margem dividida, ondulada, torcida e irregular. 
 
 
 
 
 
 
 
Palmatífida – margem com incisão palmada, semelhante à 
palma da mão. 
 
 
 
 
 
 
 
Lacerada – margem cortada irregularmente. 
 
 
 
Revoluta – margem curvada para baixo. 
Margem crispada 
(RADFORD et al.,1974) 
Margem palmatífida 
(RADFORD et al.,1974) 
Margem lacerada 
(RADFORD et al.,1974) 
Margem revoluta 
(RADFORD et al.,1974) 
 
 
 
 - 63 - 
Ondulada – margem que apresenta onda em plano vertical. 
 
 
 
9.Tipos de venação ou nervação 
 
 É o arranjo das nervuras na lâmina foliar. Sempre que 
houver uma nervura mais proeminente em uma folha, esta é 
chamada de nervura principal ou central; ramificações dessa 
nervura são chamadas de nervuras secundárias. As nervuras 
terciárias, por sua vez, geralmente conectam as nervuras 
secundárias, formando um padrão escalariforme ou reticulado. 
 
Há três padrões principais de organização de nervuras: 
pinado, palmado e paralelo. 
 
Pinado ou peninérvea – Quando a folha apresenta uma 
nervura primária única e as nervuras secundárias divergindo ao 
Margem ondulada 
(RADFORD et al.,1974) 
Padrão de organização das 
nervuras terciárias 
(JUDD et al., 2009) 
 
 
 
 - 64 - 
longo de seu comprimento. É predominante em 
eudicotiledôneas; 
 
 
 
Palmado – Quando a folha apresenta nervuras primárias 
divergindo da base ou próximo dela, como os dedos da mão; 
 
Paralelo – Quando a folha apresenta diversas nervuras que 
são ou tendem a ser paralelas, uma ao lado da outra, partem 
da base do limbo até o ápice onde convergem. É predominante 
em monocotiledôneas. 
Tipos de organização peninérvea 
(JUDD et al., 2009) 
Tipos de venação: A) Padrão palmado; B) 
padrão paralelo (JUDD et al., 2009) 
 
 
 
 - 65 - 
3.3. Modificações estruturais da folhas 
 
 Ascídia ou ascídio – Estrutura existente em algumas plantas 
insetívoras. Apresentam-se em forma de vaso ou copo, onde 
acumulam água e são liberadas enzimas digestivas para 
assimilar insetos que ali caem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espinho – Estrutura fortemente endurecida, lenhosa e 
pontiaguda. Diferentemente do acúleo, os espinhos são 
vascularizados. Em geral é uma folha modificada ou parte de 
uma folha. 
Ascídia em Nepenthes sp 
(Fonte: Autoras) 
Espinhos em cactos 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 66 - 
Gavinha – Modificações de folhas ou partes desta ou ainda do 
caule, em uma estrutura alongada que se enrola, auxiliando na 
sustentação dos caules. 
 
 
 
Bráctea – Folha usualmente modificada, que ocorre no eixo 
floral, muitas vezes com forma, cor ou textura diferentes das 
folhas fotossintetizantes. Podem ser bastante vistosas e 
chamativas para o polinizador. 
 
 
Gavinhas (Fonte: Autoras) 
Gavinhas (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 67 - 
 
 
 
 
 
 
3.4 Teórico-práticas 
 
1. Coletar uma folha e fazer desenho esquemático 
indicando suas regiões, tais como: bainha, pecíolo, 
limbo, superfície adaxial e abaxial. 
 
2. Coletar e ilustrar ou desenhar, através de 
observação direta, exemplos de folhas pecioladas, 
invaginantes e sésseis. 
 
3. Colete e desenhe cinco tipos diferentes de folhas 
simples, dando sua classificação quanto: 
a. Forma do limbo; 
b. Forma do ápice; 
c. Forma da base; 
d. Nervação; 
e. Superfície; 
f. Margem; 
Bráctea floral em Vriesea sp 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 68 - 
g. Coloração; 
h. Consistência. 
 
4. Colete e desenhe diferentes tipos de folhas compostas 
a. composta (paripenada ou imparipenada); 
b. bicomposta (paripenada ou imparipenada); 
c. trifoliolada; 
d. digitada. 
 
5. Esquematize, através de desenho, os vários tipos de fi lotaxia 
encontrados nas plantas estudadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 - 69 - 
 
 
 
 - 70 - 
 
 
UNIDADE 4. MORFOLOGIA FLORAL, INFLORESCÊNCIAS E 
SÍNDROME DE POLINIZAÇÃO 
 
4.1. Introdução ............................................................................. 71 
4.2. Classificação da flor quanto à presença dos verticilos 
florais ............................................................................................. 73 
4.3. Cálice ..................................................................................... 74 
4.4. Corola .................................................................................... 76 
4.5. Androceu ............................................................................... 86 
4.6. Gineceu ................................................................................. 97 
4.7. Inflorescências ..................................................................... 105 
4.8. Síndrome de polinização .................................................... 121 
4.9 Atividades............................................................................... 134 
 
 
 
 
 - 71 - 
4. MORFOLOGIA FLORAL, INFLORESCÊNCIAS E SÍNDROME 
DE POLINIZAÇÃO 
 
4.1. INTRODUÇÃO 
 
Órgão de reprodução sexuada das Angiospermas e 
Gimnospermas, constituío pelos ontófilos (folhas modificadas), 
que formam os verticilos de proteção (cálice e corola) e os de 
reprodução (androceu e gineceu). Um ou mais destes verticilos 
podem estar ausentes. Sua morfologia é bastante variável entre 
as plantas, refletindo a especialização no uso de diferentes 
polinizadores. 
 
 
 
Origem 
 Origina-se nas gemas terminais e axilares. 
 
Partes constituintes 
 Uma florcompleta é constituída pelos seguintes 
elementos: o pedúnculo floral, chamado de pedicelo; o ramo 
modificado (eixo floral), chamado de receptáculo; o perianto, 
que são as estruturas mais externas, protetoras e/ou coloridas 
(sépalas e pétalas); o androceu, estrutura produtora de pólen; e 
o gineceu, estrutura produtora de óvulos. 
 
Corte longitudinal de uma flor evidenciando 
corola, androceu e gineceu. 
 
 
 
 
 - 72 - 
Pedicelo – Eixo que liga cada flor a uma inflorescência ou ao 
caule. O pedicelo pode ter comprimento variável e estar ou não 
guarnecido por uma bráctea. Tem forma geralmente cilíndrica. 
Às vezes, pode estar ausente e a flor é classificada como 
séssil; nesse caso, a flor está ligada diretamente ao ramo ou 
eixo da inflorescência ou ao caule. 
 
Receptáculo – Porção apical e usualmente alargada do 
pedicelo, onde estão inseridos os verticilos florais. Pode se 
apresentar achatado, numa forma mais ou menos aplanada ou 
alongado quando se apresenta prolongado de forma mais ou 
menos cônica. 
 
 
Perianto – É constituído pelos elementos vegetativos da flor, 
cálice e corola e tem a função de proteger os órgãos 
reprodutores e atrair polinizadores. 
 
Esquema de uma flor com suas partes 
constituintes (Fonte: MORANDINI, 1970) 
 
 
 
 
 - 73 - 
4.2. CLASSIFICAÇÃO DA FLOR QUANTO À PRESENÇA 
DOS VERTICILOS DE PROTEÇÃO 
 
Periantada: Flor que apresenta cálice e corola, o mesmo que 
flor diclamídea. Quando cálice e corola são diferenciados em 
forma e em cor, esta é denominada heteroclamídea. 
 
 
Perigoniada: Flor que apresenta os verticilos vegetativos não 
diferenciados tanto na forma, quanto na coloração 
(cálice=corola). Neste caso, o perianto é constituído por tépalas 
(é o mesmo que flor homoclamídea). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Flor periantada, heteroclamídea 
(Fonte: Autoras) 
Flores perigoniadas (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 74 - 
Monoclamídea – Flor que apresenta somente um dos verticilos 
vegetativos indistintamente, geralmente cálice. 
 
 
 
Aclamídea – Flor desprovida de cálice e corola. É geralmente 
pequena e normalmente agrupada em uma espiga, amentilho 
ou espádice. 
 
 
4.3. CÁLICE 
 
 Verticilo floral vegetativo. Cada unidade é chamada de 
sépala, que é geralmente verde e usualmente envolve o botão 
floral em desenvolvimento. 
Flor de Bougainvillea 
(Fonte: Autoras) 
Espádice em Araceae (Fonte: Autoras). 
 
 
 
 - 75 - 
Classificação do cálice 
 
a) Quanto à cor: 
A sépala pode apresentar-se geralmente verde ou 
petalóide (da cor da pétala). 
 
b) Quanto à concrescência (união) das sépalas: 
A sépala pode apresentar-se gamossépala (todas unidas 
desde a base total ou parcial) ou dialissépala (todas separadas 
desde a base). 
 
c) Quanto ao número de sépalas: 
Trímera (três sépalas), tetrâmera (quatro) ou pentâmera 
(cinco). 
 
d) Quanto à duração: 
 
Caduco – Quando o cálice cai antes da flor ser fecundada; 
Persistente – Quando o cálice persiste no fruto; 
Decíduo – Quando o cálice cai após a corola; 
Acrescente – Quando, após a fertilização da flor, o cálice 
aumenta de tamanho, desenvolve-se e cerca o fruto. 
 
 
Sépala acrescente envolvendo 
o fruto de canapu - Physalis 
angulata L. (Fonte: Autoras) 
Sépala acrescente rasgada 
demonstrando o fruto de 
canapu - Physalis angulata L. 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 76 - 
4.4. COROLA 
 
 Verticilo floral vegetativo, onde cada unidade é chamada 
de pétala. São geralmente coloridas e apresentam a função de 
atrair polinizadores. 
 
Classificação da corola 
 
a) Quanto à cor: 
A corola pode apresentar-se de várias cores como 
branca, colorida ou sepalóide (da cor da sépala). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Quanto à concrescência (união) das pétalas: 
A corola pode apresentar-se gamopétala ou simpétala 
(todas unidas desde a base total ou parcial) ou dialipétala 
(todas separadas desde a base). 
 
 
Corola colorida (Fonte: Autoras) 
Corola gamopétala 
(Fonte: Autoras) 
Corola dialipétala (Fonte 
Autoras) 
 
 
 
 - 77 - 
c) Quanto ao número de pétalas: 
Trímera (três pétalas), tetrâmera (quatro), pentâmera 
(cinco ) ou múltiplo desses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
d) Quanto à simetria: 
 
É a possibilidade de a flor poder ser ou não dividida em 
planos imaginários, que passam no seu eixo central, resultando 
em partes similares. Pode ser classificada em três tipos: 
 
Actinomorfa – Diz-se da flor onde podem ser traçados dois ou 
mais planos imaginários, que resultam em lados iguais. 
Flor trímera 
(Fonte: Autoras) 
Flor tetrâmera 
(Fonte: Autoras) 
Flor pentâmera 
(Fonte: Autoras) 
Esquema de flor 
actinomorfa 
(Fonte: JUDD et al., 2009) 
Flor actinomorfa 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 78 - 
Flor zigomorfa - Diz-se da flor onde pode ser traçado apenas 
um plano imaginário, que resulta em dois lados iguais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Flor assimétrica – Diz-se da flor que não pode ser dividida em 
planos iguais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
e) Quanto ao tipo ou forma da corola: 
 
 A corola pode apresentar tipos ou formas variadas: 
 
 Corola dialipétala e actinomorfa 
Esquema de flor zigomorfa 
(Fonte: JUDD et al., 2009) 
Flor zigomorfa 
(Fonte: Autoras) 
Esquema de flor assimétrica 
(Fonte: JUDD et al;. 2009) 
Flor assimétrica 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 79 - 
 
 
 
 Corola dialipétala e zigomorfa 
 
 
 Corola gamopétala e actinomorfa 
Flor actinomorfa 
(Fonte: Autoras) 
(Fonte: Autoras) 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 80 - 
 Corolas gamopétalas e zigomorfas 
 
 
 
Algumas formas de corola simpétala (gamopétala) e 
dialipétala: 
 
 Campanulada: Corola em forma de sino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Infundibuliforme: Apresenta pétalas fundidas em um tubo 
estreito na base e alargando-se para o ápice, em forma de 
funil. 
(Fonte: Autoras) 
Corola campanulada 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 81 - 
 
 
 Hipocrateriforme: Tubo comprido, alargando-se no ápice, 
com lobos livres e expandidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ligulada: Corola assimétrica, gamopétala, com 1-5 lobos 
fundidos em uma estrutura alongada e fina na base e que se 
expande no ápice. 
Corola infundibuliforme 
(Fonte: Autoras) 
Corola hipocrateriforme 
(Fonte: Autoras) 
Corola ligulada em Asteraceae 
(Fonte:Autoras) 
 
 
 
 - 82 - 
 Labiada: Corola unida na base e com a parte apical livre, 
apresentando duas divisões desiguais, simulando uma boca. 
 
 
 Digitaliforme: Corola tubulosa em forma de um dedo de luva, 
com tubo não muito estreito que se alarga suavemente em 
direção ao ápice, mas estreita-se na base. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Unguiculada: Pétala estreita na porção basal e uma porção 
apical expandida, em forma de unha. 
Corola labiada (Fonte: Autoras) 
Corola digitaliforme (Fonte: Autoras) 
Corola unguiculada (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 83 - 
 Orquidácea: Corola que apresenta duas pétalas laterais 
(asas) e uma pétala altamente modificada (labelo). 
 
 
 Papilionácea: Corola que apresenta uma pétala superior 
grande (estandarte), duas pétalas laterais (asas) e duas pétalas 
inferiores conadas (carenas). 
 
 
 
PREFLORAÇÃO 
 
 É a maneira como os elementos protetores arranjam-se no 
botãofloral. A prefloração é observada através de um corte 
transversal na região mediana do botão floral. Podem 
apresentar-se principalmente em quatro tipos: 
Orchidaceae (Fonte: Autoras) 
Leguminosae - Papilionoideae 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 84 - 
 
 
 
 
 
 
Valvar – Quando os verticilos encontram-se unidos apenas 
pelos bordos de cada um deles, apenas se tocando pela 
margem. 
 
Contorcida – Quando cada um dos verticilos sobrepõe o outro. 
 
Quincuncial – Quando o verticilo apresenta cinco peças: duas 
mais internas, duas externas e uma quinta que cobre parte de 
uma peça interna e parte de uma peça externa. 
 
Imbricada – Quando o verticilo apresenta uma peça floral 
totalmente externa, uma totalmente interna e duas ou três 
intermediárias. 
 
Tipo especial de flor 
 
Flor calcarada – Calcar é uma estrutura em forma de um chifre 
oco, originado das pétalas ou das sépalas, dentro da qual o 
néctar é produzido e armazenado. O néctar não fica acessível 
para organismos sem prosbóscide. 
Valvar 
(GONÇALVES; 
LORENZI, 2007) 
Contorcida 
(GONÇALVES; 
LORENZI, 2007) 
 
Quincuncial 
(GONÇALVES; 
LORENZI, 2007) 
 
Imbricada 
(GONÇALVES; 
LORENZI, 2007) 
 
Flor calcarada (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 85 - 
Algumas flores apresentam pedicelo floral provido de uma 
bráctea modificada em nectários, semelhantes a uma jarra, 
como em Marcgraviaceae. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação da flor quanto à presença do aparelho 
reprodutivo 
 
Flor monóclina, hermafrodita ou andrógina – Possui androceu 
e gineceu na mesma flor. 
 
Flor díclina ou unissexual – Possui apenas androceu 
(estaminadas) ou gineceu (carpeladas). 
 
Flor estéril – Sem a presença do aparelho reprodutor. 
 
Classificação das plantas quanto ao sexo das flores 
 
Planta monóica – Apresenta flores unissexuais masculinas e 
femininas no mesmo indivíduo. Ex: mamona (Ricinus communis 
L.). 
Detalhe da flor de 
Marcgraviaceae 
(Fonte: SMITH et al. 2004) 
Nectários 
em Marcgraviaceae 
(Fonte: SMITH et al. 2004) 
 
 
 
 - 86 - 
Planta dióica – São aquelas onde as flores masculinas 
ocorrem em um indivíduo e as flores femininas ocorrem em 
outro indivíduo. Ex: pitomba (Talisia esculenta Radlk.). 
 
Planta hermafrodita – São aquelas onde todas as flores do 
indivíduo são hermafoditas. Ex: acerola (Malpighia emarginata 
DC.). 
 
Planta poligâmica – São aquelas que possuem flores 
hermafroditas, unissexuais masculinas e unissexuais femininas 
no mesmo indivíduo. Ex: manga (Mangifera indica L.). 
 
4.5. ANDROCEU 
 
Parte da flor que desempenha o papel masculino na 
reprodução sexuada (produtora de pólen), cada uma de suas 
unidades é chamada de estame, a qual pode variar em número 
em diferentes flores. 
 
Detalhe dos estames em 
Velloziaceae (Fonte: Autoras). 
 
 
 
 - 87 - 
Estrutura do androceu 
 
 Cada estame é constituído por filete, conectivo e antera. 
 
Filete – Geralmente é cilíndrico e suporta as anteras em um 
estame, pode variar de tamanho. 
 
Conectivo – Parte que une as tecas de uma antera. Em 
algumas plantas pode ser maior que o filete e as anteras 
(=conectivo rostrado). 
 
Antera – Região apical dos estames, onde os grãos de pólen 
são produzidos. Geralmente a antera possui duas tecas, que 
possuem aberturas diferenciadas para a liberação dos grãos de 
pólen. 
 
 
 
Classificação do androceu 
 
1. Quanto à concrescência (união) dos estames 
 
Dialistêmone – Os estames são individualizados desde a base. 
Detalhe do estame em 
Melastomataceae (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 88 - 
Gamostêmone – Os estames são fundidos entre si pelos filetes 
(adelfia) ou pelas anteras (sinanteria), podendo ser: 
 
 Monodelfo: filetes soldados desde a base em um único feixe, 
formando um tubo estaminal. 
 
 
 Diadelfo: filetes soldados desde a base em dois feixes 
 Triadelfo: filetes soldados desde a base em três feixes 
 Poliadelfo: filetes soldados desde a base em mais de 
três feixes, formando vários grupos 
 
Sinanteria: Estames unidos pelas anteras, como em 
alguns representantes de Asteraceae. 
 
 
Estames monadelfos 
(Fonte: Autoras) 
Sinanteria em flores de Asteraceae 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 89 - 
Outras estruturas ocorrem em alguns grupos de 
angiospermas que são característicos em algumas famílias: 
 Andróforo - Quando os estames estão unidos pelos filetes, 
formando um tubo. 
 Ginóforo - Tubo que eleva o gineceu acima do receptáculo. 
 Andróginóforo – Tubo que eleva o gineceu e o androceu 
acima do receptáculo. 
 
 
 
 
Andróforo em Hibiscus rosa-
sinensis L. (Fonte: Autoras) 
Androginóforo em Passiflora sp 
(Fonte: Smith et al., 2009) 
 
 
 
 - 90 - 
2. Quanto à posição em relação à corola: 
 
 Inclusos – Os estames se localizam dentro do tubo da 
corola. 
 
 
 Exclusos ou exsertos – Os estames projetam-se para 
fora do tubo da corola. 
 
 
3. Quanto à inserção na flor: 
 
 Epipétalos – Estames inseridos nas pétalas. 
Estames inclusos em Salsa 
(Fonte: Autoras) 
Estames exclusos em Vriesea sp 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 91 - 
 
 
 
 Hipóginos – Estames inseridos abaixo do receptáculo. 
 
Epissépalos – Estames inseridos nas sépalas. 
 
 
 
Alternipétalos – Estames inseridos de forma alternada com as 
pétalas. 
 
4. Quanto à relação de diferentes tamanhos exibidos pelos 
estames: 
 Isodínamos – Todos os estames se apresentam do mesmo 
tamanho. 
Estames epipétalos em 
Velloziaceae (Fonte: Autoras). 
Estames hipóginos em Marcgraviaceae 
(Fonte: SMITH et al. 2004) 
 
 
 
 - 92 - 
 
 
 Heterodínamos – Estames com filetes de diferentes 
tamanhos. 
 
 
 Didínamos – Estames iguais dois a dois. 
Estames isodínamos 
Estames heterodínamos em 
Leguminosae (Fonte: Autoras) 
Estames didínamos em 
Bignoniaceae 
(Fonte: JUDD et al., 2009) 
 
 
 
 - 93 - 
 Tetradínamo – seis estames, quatro de um tamanho e dois 
de outro. 
 
5. Quanto à relação entre o número de estames e número 
de pétalas: 
 
 Isostêmone: Quando o número de estames é igual ao 
número de pétalas (5P e 5E). 
 
 Oligostêmone: Quando o número de estames é menor que o 
das pétalas (4E e 5P ). 
 
Diplostêmone: Quando o número de estames é o dobro do 
número de pétalas (4Pe 8E). 
 
 
 
 
 Polistêmone: Quando o número de estames é maior que o 
número de pétalas (5P e 6E, 7, 8, 9, 11 E, etc.). 
Flor diplostêmone em 
Melastomataceae (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 94 - 
 
 
 
Antera 
 
 Região apical dos estames onde os grãos de pólen são 
produzidos. Geralmente a antera possui duas tecas, que 
apresentam diferentes tipos de aberturas por onde são 
liberados os grãos de pólen. 
 
Grãos de pólen: esporos masculinos formados no interior dos 
sacos polínicos que são liberados na maturação das anteras. 
São recobertos por duas camadas protetoras, a exina, mais 
externa e não contínua e a intina, camada delgada de celulose, 
delimitando o conteúdo citoplasmático. 
 
Podem ser classificados quanto ao agrupamento em: 
 mônades: grãos de pólen livres entre si. 
 tétrades: grãos de pólen unidos formando grupos de 4. 
 políades: grãos de pólen formando grupos de mais de 4. 
 políneas: grãos de pólen reunidos em massas únicas. 
São estruturas muito ricas em ornamentação e padrões de 
aberturas,sendo a palinologia a ciência que estuda não só os 
grãos de pólen, mas também os esporos, sejam eles recentes 
ou fósseis. 
Flor polistêmone em Caryocar 
coriaceum Wittm. (Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 95 - 
1. Classificação da antera quanto à deiscência das tecas: 
 
 Poricida - A liberação dos grãos de pólen é feita através de 
poros que usualmente localizam-se no ápice da antera. Para 
liberar os grãos de pólen é necessária alguma agitação 
mecânica. 
 
 
 
 
 
 
Antera poricida em 
Melastomataceae (Fonte: Autoras) 
Antera poricida em Leguminosae 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 
 - 96 - 
 Rimosa (longitudinal) – A liberação dos grãos de pólen se 
dá por meio de uma fenda longitudinal em cada teca. 
Antera rimosa em Vochysiaceae (Fonte: Autoras) 
 
 Valvar – A liberação dos grãos de pólen se dá através de 
valvas ou janelas. Raro nas famílias botânicas, sendo 
observado na família Lauraceae. Ex: abacate (Persea 
americana Mill.). 
 
2. Classificação das anteras quanto à posição de acordo 
com a deiscência: 
 
 Introrsa – Antera em que a deiscência está voltada para o 
centro da flor (gineceu). 
 
 Extrorsa - Antera em que a deiscência está voltada para fora 
da flor, para as pétalas. 
 
3. Classificação da antera quanto à inserção do filete: 
 
 Basal – Quando o filete se liga à antera pela base 
 
 
 
 - 97 - 
 
 
 
 Dorsal – Quando o filete se liga à antera pelo dorso 
 
 
 
4.6. GINECEU 
 
 É o órgão que desempenha o papel feminino na reprodução 
sexuada, sendo constituído pela(s) folha(s) carpelar(es). 
Inserção basal do filete em Cassia 
sp (Fonte: Autoras) 
Filete com inserção dorsal 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 98 - 
Morfologicamente, o gineceu é composto pelo(s) pistilo(s): 
ovário, estilete e estigma. 
 
 Ovário – Região basal ou sub-basal do pistilo, usualmente 
dilatada, na qual se desenvolvem os óvulos. 
 Estilete – Porção mediana do carpelo entre o ovário e 
estigma. Pode ser reduzido ou estar ausente em alguns grupos. 
 Estigma – Porção distal de um pistilo que tem como principal 
função receber os grãos de pólen trazidos pelos agentes 
polinizadores. 
 
Classificação do gineceu 
 
1. Quanto à posição do ovário na flor: 
 
 O ovário pode se apresentar em três posições na flor. 
Sendo que esta poderá ser classificada como flor hipógina, 
perígina e epígina: 
(Fonte: JUDD et al., 2009) 
 
 
 
 - 99 - 
 Ovário súpero (Flor hipógina) – Flor com as peças florais 
inseridas abaixo do ovário, sem a presença de um hipanto. 
 
 Ovário semi-ínfero (Flor perígina) - Flor com as peças florais 
inseridas em um receptáculo côncavo (hipanto), que pode 
deixar o ovário livre ou estar concrescido a ele, até a metade de 
seu comprimento 
 
 Ovário ínfero (Flor epígina) – Flor com as peças florais 
inseridas em um receptáculo côncavo, concrescido com o 
ovário em todo o seu comprimento. 
 
 
2. Quanto à concrescência dos carpelos: 
 
 Dialicarpelar ou apocárpico – Os carpelos estão livres entre si. 
 (Fonte: JUDD et al, 2009) 
HIPANTO 
 
Estrutura em 
formato de cálice 
que reveste o 
ovário de uma flor 
perígina, 
geralmente é 
originário do 
receptáculo. Se o 
hipanto englobar 
completamente o 
ovário, transforma-
o em uma flor 
epígina. 
 
 
 
 - 100 - 
(Fonte: JUDD et al., 2009) 
 
 Gamocarpelar ou sincárpico – Os carpelos estão unidos 
entre si. 
Carpelos unidos no bacuri (Platonia insignis Mart.). 
(Fonte: Autoras) 
 
3. Quanto ao número de carpelos e lóculos: 
 
 O número de carpelos e lóculos pode ser observado 
através do corte transversal de um gineceu sincárpico. Em 
geral, o número de carpelos e lóculos é igual; entretanto, 
podem ocorrer variações. Podemos encontrar ovários com a 
seguinte classificação: 
 
 
 
 - 101 - 
Unicarpelar/Unilocular 
Bicarpelar/Unilocular 
Bicarpelar/Bilocular 
Tricarpelar/Unilocular 
Tricarpelar/Trilocular 
Tetracarpelar/Unilocular 
Pentacarpelar/Pentalocular 
 
Esquema de cortes transversais de ovários evidenciando 
carpelos e lóculos. (Fonte: RUDFORD et al 1974) 
 
4. Quanto à placentação: 
 Os óvulos estão organizados em diferentes padrões dentro do 
ovário, o que permite o reconhecimento de vários tipos de 
placentação. A placenta é a parte do ovário na qual os óvulos 
estão ligados. Os principais tipos de placentação são ilustrados 
acima e descritos abaixo: 
 
 Axial: Os óvulos estão presos ao eixo central (ovário 
septado). 
 Central: Os óvulos estão presos ao eixo central (ovário 
unilocular). 
 
 
 
 - 102 - 
 Parietal: Os óvulos estão presos à parede do ovário. 
 Apical: Os óvulos estão presos no ápice do ovário. 
 Basal: Os óvulos estão presos na base do ovário. 
 
5. Quanto ao número e à inserção do estilete no ovário: 
 O número de estilete pode variar em diferentes flores e 
pode estar associado ao número de carpelos. 
 
Estilete indiviso – O gineceu apresenta um só estilete, sem 
divisões. 
Estilete bífido – O gineceu apresenta o estilete unido na base 
e dividido no ápice em duas partes. 
Estilete trífido – O gineceu apresenta o estilete unido na base 
e dividido no ápice em três partes. 
Dois estiletes – O gineceu apresenta dois estiletes. 
Três estiletes – O gineceu apresenta três estiletes. 
Inserção terminal – O estilete se insere na porção apical do 
ovário. 
Inserção lateral - O estilete se insere na porção lateral do 
ovário. 
Inserção ginobásica ou basal - O estilete se insere na base 
do ovário, em uma depressão basal. 
Inserção terminal do estilete no ovário (Fonte: O. Pereira) 
 
 
 
 - 103 - 
O fenômeno da heterostilia é pouco frequente, conformando-se 
como um sistema de autoincompatibilidade esporofítica que 
envolve diferenças estruturais nas flores. É a ocorrência de 
flores com estilete de diferentes tamanhos no mesmo indivíduo 
ou em indivíduos diferentes na mesma espécie. Pode ser 
expresso na forma de dois (distilia), a forma mais comum, ou 
três (tristilia). 
(Fonte: JUDD et al., 2009). 
 
6. Quanto à forma do estigma: 
 
 O estigma pode apresentar formas variadas, tais como: 
 
 Globoso – estigma apresenta estrutura esférica. 
 Capitado – estigma bem desenvolvido e intumescido, 
formando uma estrutura hemisférica, esférica ou cilíndrica em 
forma de cabeça. 
 Plumoso – estigma em forma de pluma. 
 
 
 
 - 104 - 
 Foliáceo – estigma laminar em forma de folha . 
 
Estigma globoso (Fonte: JUDD et al., 2009) 
Estigma capitado em Tiliaceae (Fonte: Autoras) 
 
7. Quanto à divisão do estigma: 
 
Indiviso – o estigma é único, sem ramificações. 
Estigma indiviso 
(Fonte: Autoras) 
 
 
 
 - 105 - 
Ramificado - o estigma apresenta subdivisões em números 
variados. 
 Estigma ramificado (três estigmas) (Fonte: Autoras) 
 
 
4.7 INFLORESCÊNCIA 
 
Na grande maioria das angiospermas as flores são 
produzidas em agrupamentos denominados inflorescências, 
embora ocorram também flores isoladas. 
Morfologicamente, uma inflorescência é um ramo ou um 
sistema de ramos caulinares que portam flores. Para Troll 
(1964) uma inflorescência pode ser definida como “um sistema 
caulinar que atua na formação de flores e que é modificado 
apropriadamente para esta função”. 
Funcionalmente, o meristema apical do eixo caulinar que 
está formando uma inflorescência produz primórdios foliares 
que se diferenciam em brácteas, e na axi la de cada

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