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1. INTRODUÇÃO AO CROMOSSOMO Cromossomos são estruturas compostas por fitas de cromatina que se tornam extremamente compactas durante a divisão celular. Cada cromossomo é composto por uma longa cadeira dupla e contínua de DNA associado a histonas. A melhor fase para o estudo dos cromossomos é a Metáfase e dentre as técnicas para o estudo pode-se destacar o corte de tecidos, esmagamento e cultura de tecidos, utilizando- se a coloração Feulgen ou corantes básicos. 2. RELAÇÃO DO CROMOSSOMO COM O APARELHO MITÓTICO São reconhecidos dois tipos de aparelhos mitóticos, usando-se os critérios da presença ou ausência do Áster: Áster- contém um grupo de microtúbulos radiados que convergem na direção de um par de centríolos ao redor do qual existe uma região denominada centrossoma ou centro celular. Fuso- forma-se entre os Ásteres durante a mitose em células animais e também é composto por microtúbulos. Inicialmente as fibras do Fuso eram divididas em cromossômicas (unindo os cromossomos aos polos), contínuas (estendendo-se de polo a polo) e interzonais (observadas entre os cromossomos das células filhas, durante a Anáfase e a Telófase). 3. MITOSE A mitose é o fenômeno pelo qual o material celular se divide em várias partes iguais entre células filhas. Ela é característica em todas as células somáticas de vegetais e animais. Nos eucariotos, sucessivas divisões mitóticas são responsáveis pelo desenvolvimento, crescimento e manutenção dos organismos multicelulares. Em formas de vida unicelulares, novos indivíduos são originados por meio de divisões mitóticas, sendo esse processo crucial para a continuidade da espécie. Fases da Mitose: Prófase, pró-metáfase, metáfase, anáfase, telófase e citocinese. 3.1 Prófase A prófase é caracterizada pelo início da condensação da cromatina, Nessa fase pode se observar os filamentos mais espessos. Nessa fase ocorre de forma gradativa a fragmentação do nucléolo cujos componentes em parte se dispersam pelo citoplasma na forma de ribonucleoproteínas e em parte permanecem associados à periferia dos cromossomos. Os dois centrossomos começam a se mover para polos opostos da célula e entre eles, observa-se a formação de fibras polares. Todas essas modificações que ocorrem na célula são desencadeadas por fosforilações nas proteínas histônicas, alterando o comportamento da cromatina, levando à desmontagem do envoltório nuclear e do nucléolo e nas proteínas associadas aos microtúbulos, causando mudanças rápidas para a formação do fuso I. 3.2 Pró-Metáfase Na Pró-metáfase a cromatina encontrasse mais condensada, mostrando filamentos mais grossos e mais curtos, e o nucléolo não é mais visualizado. O envoltório nuclear e as organelas membranosas fragmentam-se em pequenas vesículas. As vesículas do envoltório nuclear contêm as lâminas betas, que permanecem associadas à sua membrana interna, os centrossomos continuam migrando para os polos opostos. Forma-se o cinetócoro na qual os microtúbulos se associam e exercem tensão sobre essas cromátides. Ainda nessa fase, na maioria dos organismos, ocorre a remoção das coesinas presentes entre os braços das cromátides irmãs, mas não da coesina da região centromérica. 3.3 Metáfase A metáfase é a fase em que a cromatina atinge o máximo de condensação. A tensão proporcional que os microtúbulos exercem em direções opostas sobre as cromátides irmãs leva os cromossomos a assumir uma posição de equilíbrio em um plano na região equatorial da célula entre os dois polos. 4 3.4 Anáfase A anáfase começa com a separação das cromátides irmãs, que se movem para os polos. O posicionamento de cada homólogo do par independente um do outro no equador da célula permite que, ao separar as cromátides, cada célula filha receba todos os pares de cromossomos, mantendo assim a ploidia. O movimento das cromátides para os polos opostos é resultante da combinação de dois processos, denominados de Anáfase A e B, que estão relacionados com a mecânica do fuso mitótico. Na Anáfase A, o movimento dos cromossomos filhos é consequência da ação de proteínas motoras presentes no cinetócoro, que aparecem usar a energia da quebra de ATP para puxar os cromossomos em direção aos polos. Nesse processo ocorre o encurtamento dos microtúbulos por meio da despolimerização na sua extremidade (+) ligada ao cinetócoro. A Anáfase B opera pelo distanciamento dos dois polos do fuso, levando a um alongamento da célula. Esse processo é garantido pela interação entre dois fatores. Um deles é mediado por proteínas motoras do tipo Dineína que se associam à extremidade (+) dos microtúbulos astrais e ao córtex celular. Essas proteínas, ao se moverem em direção à extremidade (-) desses microtúbulos, promovem sua despolimerização e consequentemente encurtamento, forçando o afastamento dos polos. O segundo fator ocorre pela ligação de proteínas motoras do tipo Cinesina à extremidade (+) dos microtúbulos polares, O deslocamento dessas proteínas promove o afastamento dos polos. Todas as células em divisão mitótica cumprem as etapas A e B da anáfase, utilizando predominantemente um ou outro mecanismo, dependendo do tipo celular. 3.5 Telófase A telófase se caracteriza pela reestruturação do envoltório nuclear a partir da reassociação dos componentes dispersos pelo citosol na pró-metáfase. Essa reassociação ocorre após a desfosforilação das lâminas sob ação das fosfatases. As vesículas das membranas do envoltório nuclear se fundem em torno dos cromossomos, os complexos de poro se inserem nas membranas, a lâmina nuclear se reorganiza e ao final da telófase, o envoltório nuclear está totalmente reconstituído. Os cromossomos irão se descompactar gradativamente até o final desta fase, assumindo o estado mais distendido da cromatina e característico da Interfáse. O nucléolo é reconstituído a partir dos fragmentos dissociados na Prófase. Os microtúbulos cinetocóricos desaparecem e os polares permanecem apenas na região equatorial. 3.6 Citocinese A citocinese é a divisão citoplasmática da célula em duas, de maneira a assegurar que cada célula filha receba um núcleo e quantidades suficientes dos constituintes celulares. Logo, nessa etapa da divisão celular é concluída a separação equitativa de todos os componentes nucleares e citoplasmáticos. O sucesso da mitose requer um controle temporal e espacial da citocinese, que só pode iniciar após os dois lotes cromossômicos estarem completamente segregados e deve ocorrer em um plano perpendicular ao do fuso. Além disso, também é importante a determinação do local exato em que se dará a separação, quer seja para garantir a simetria das duas novas células, quer seja para a ocorrência de citocineses assimétricas. É válido citar as principais diferenças entre a citocinese das células animais e das células vegetais. Na célula animal, o local que vai ocorrer a citocinese é marcado na anáfase por um anel de actina e miosina II, associado à membrana plasmática, na região equatorial, denominada anel contrátil. Na telófase, esse anel contrai e essa região, também marcada pelo fuso residual de microtúbulos polares, vai sendo estrangulada, dividindo a célula em duas. Através da imunofluorescência, na região do estrangulamento que ocorre entre as duas células-filhas, destacou-se a presença de actina, α-actina e miosina. Em síntese, a citocinese na célula animal seria 5 um processo de clivagem e separação do citoplasma, com a distribuição dos componentes e organóides citoplasmáticos entre as células-filhas. Nas células vegetais, uma banda pré-profásica forma, em G2, um anel justaposto à membrana plasmática, marcando o local em quevai se formar a nova parede. Ao final da anáfase, ocorre uma concentração de material na região equatorial da célula, a partir da fusão de vesículas achatadas produzidas pelo complexo Golgi, formando uma estrutura que contém actina e miosina, bem como microtúbulos associados que são necessários para a sua formação e função. Essa estrutura denomina-se fragmoplasto. O fragmoplasto transforma-se na placa celular, que por sua vez separa os territórios das células-filhas. No interior dos fragmossomos, estão presentes os precursores das macromoléculas formadoras da parede celular, com destaque para as substâncias pécticas. A nova parede cresce do interior em direção à parede celular original e as membranas das vesículas formam a mebrana plasmática. Vale ressaltar que em alguns tecidos animais a divisão nuclear pode ocorrer sem que haja citocinese, o que origina células multinucleadas, como pode ser encontrado em alguns hepatócitos e em células musculares. 4. RESULTADOS DA MITOSE Em suma, ao final da mitose tem-se como resultado o material celular dividido em partes iguais entre células-filhas. Durante a Intérfase que antecede a Mitose, em ambos os casos, vê-se a duplicação do DNA e do Centrossomo. Constata-se que a célula dobra em massa e volume e assim, todos os eventos sintéticos essenciais para a divisão celular estão completos. Como objetivo da mitose, pode-se citar a regeneração de tecidos e o crescimento dos embriões jovens, além de manter constante o número de cromossomos das espécies Além disso, observa-se o ponto de checagem do fuso que seria o mecanismo regulador da transição metáfase-anáfase sendo responsável pela averiguação e manutenção das condições Pré-anáfase, com a intenção de minimizar as chances de ocorrência de erros na segregação dos cromossomos. Esse ponto de checagem garante um atraso na sequência do ciclo celular enquanto as condições para entrada na Anáfase não forem alcançadas. A segregação não balanceada dos cromossomos pode levar à produção de células aneuplóides e erros de segregação cromossômica em células somáticas podem levar a célula à morte por apoptose ou contribuir para uma proliferação descontrolada e em células da linhagem germinativa, pode ter como consequência a formação de gametas aneuplóides. O funcionamento do ponto de checagem do fuso pode ser relacionado com as proteínas presentes no cinetocoro que por sua vez “sinalizam” a necessidade de prolongamento da metáfase. Nesta fase, os cinetocoros que ainda não estabeleceram ligação com os microtúbulos recebem um complexo protéico contendo, dentre outras, as proteínas Mad2 e BubR1, que recrutam a proteína Cdc20 para esse local, formando o complexo de checagem. Não tendo como sair do complexo de checagem, Cdc20 não é capaz de ativar o APC, bloqueando o início da anáfase. Quando ocorre a ligação de microtúbulos ao cinetocoro, o complexo de checagem se desfaz, liberando a Cdc20. Essa proteína se liga ao APC o ativando e possibilitando a degradação da securina, que por sua vez libera a separase, que degradará as coesinas, permitindo, desse modo, o desencadeamento da anáfase. Além da ausência de ligação dos microtúbulos aos cinetocoros, outro fator que sinalizaria que as condições para a entrada na anáfase ainda não foram alcançadas seria a falta de tensão nos cromossomos que estão com seus cinetocoros ligados às fibras do fuso provenientes do mesmo polo. Contudo, o mecanismo pelo qual a falta de tensão sinalizaria para atrasar a progressão da mitose ainda não é claro. 6 5. MEIOSE A meiose é o nome dado ao processo de divisão celular através do qual uma célula tem o seu número de cromossomos reduzido pela metade. Nos organismos de reprodução ocorre por meio desse tipo de divisão celular. Quando ocorre fecundação, pela fusão de dois desses gametas, ressurge uma célula diploide, que passará por numerosas mitoses comuns até formar um novo individuo cujas células serão, também, diploides. Na primeira etapa, também denominada de reducional, ocorre a diminuição do número de cromossomos. Na segunda etapa equacional o número de cromossomos das células que se dividem é mantido igual aos das células que se formam. 5.1 Fases da meiose I Prófase I é uma fase muito extensa, constituída por cinco subfases: Leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese. Metáfase I, os cromossomos ficam agrupados na região equatorial das células, associadas as fibras do fuso; Anáfase I, encurtamento das fibras do fuso; Telófase I, desespiralização dos cromossomos, retornando ao aspecto filamentoso, havendo também o reaparecimento do núcleo, bem como da carioteca, e divisão do citoplasma (citocinese), originando duas células haploides. 5.2 Fases da meiose II Prófase II, os cromossomos voltam se condensar, e o nucléolo e a carioteca desaparecem novamente. Os centríolos duplicam-se e dirigem-se para os polos, formando o fuso cromático. Metáfase II, os cromossomos organizam-se no polo equatorial, com suas cromátides ainda unidas pelo centrômero, lingando-se as fibras do fuso. Anáfase II, separação das cromátides irmãs, puxadas pelas fibras em direção a polos opostos. Telófase II, aparecimento da carioteca, reorganização do nucléolo e divisão do citoplasma, completando a divisão meiótica e totalizado 4 células filhas haploides. 5.3 Principais eventos da meiose I Crossing- over, isto é, troca de segmentos (permutação de genes) entre cromossomos homólogos. Os cromossomos se agrupam na região equatorial da célula; se separam sem romper as cromátides, cada um começa a migrar para um polo. O reaparecimento do nucléolo e da carioteca e a divisão do citoplasma (citocinese). 5.4 Resultados da meiose I Uma célula- mãe produz quatro células-filhas, os conteúdos genéticos das células-filhas diferem da célula-mãe e também diferem-se entre si, ocorre nas células germinativas. Produtos meióticos não podem sofrer outra divisão meiótica, embora possam ser submetidos a divisão mitótica, importante para a diferenciação da espécie, e para que possíveis anomalias genéticas não passem para a futura geração 5.5 Meiose II Profáse II – cada uma das duas células-filhas tem apenas um lote de cromossomos duplicados. Nesta fase os centríolos duplicam novamente e as células em que houve formação da carioteca, esta começa a se desintegrar. Metafase II - como na mitose, os cromossomos prendem-se pelo centrômero às fibras do fuso, que partem de ambos os pólos. Anafase II– Ocorre duplicação dos centrômeros, só agora as cromátides-irmãs separam-se (lembrando a mitose). 7 Telofase II e Citocinese – com o término da telófase II reorganizam-se os núcleos. A citocinese separa as quatro células-filhas haploides, isto é, sem cromossomos homólogos e com a metade do número de cromossomos em relação à célula que iniciou a meiose. Embora ambos os tipos de divisão celular sejam encontrados em muitos animais, plantas e fungos, a mitose é mais comum do que a meiose e possui uma variedade maior de funções. A mitose é responsável pela reprodução assexuada em organismos unicelulares, mas também é o que permite o crescimento celular e o reparo em organismos multicelulares, como humanos. Na mitose, uma célula faz um clone exato de si mesmo. Este processo é o que está por trás do crescimento dos humanos, da cura de cortes e lesões, e até mesmo a regeneração de pele, membros e partes de animais como lagartixas e lagartos. Já a meiose é um tipo mais específico de divisão celular que resulta em gametas, óvulos ou esperma, que contém metade dos cromossomos encontrados em uma célula-mãe. Ao contrário da mitose, a meiosetem um propósito único mas significativo: auxiliar a reprodução sexual. É o processo que permite que os filhos tenham genes em comum com os pais, mas que sejam diferentes deles. 6. REFERÊNCIAS JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. Carvalho, H.F. & Recco-Pimentel, S.M. A célula, 2ª. ed., Ed. Manole Ltda., Barueri/SP, 287 p.; 2008. 8
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