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1 Ad m in ist ra çã o pú bl ic a 1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2 Pareceres em Consultas Coletânea de Entendimentos TCEMG FICHA CATALOGRÁFICA Revista do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. Ano 1, n. 1 (dez. 1983- ). Belo Horizonte: Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, 1983 - Periodicidade irregular (1983-87) Publicação interrompida (1988-92) Periodicidade trimestral (1993- ) ISSN 0102-1052 1. Tribunal de Contas — Minas Gerais — Periódicos 2. Minas Gerais — Tribunal de Contas — Periódicos. CDU 336.126.55(815.1)(05) Capa e projeto gráfico: Revista do TCEMG Impressão e acabamento: Rona Editora Gráfica ISSN 0102-1052 Publicação do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais Av. Raja Gabaglia, 1.315 — Luxemburgo Belo Horizonte — MG — CEP: 30380-435 Revista: Edifício anexo — (0xx31) 3348-2142 Endereço eletrônico: <revista@tce.mg.gov.br> Site: <www.tce.mg.gov.br> Permite-se a reprodução desta publicação, em parte ou no todo, sem alteração do conteúdo, desde que citada a fonte e sem fins comerciais. Os pareceres contidos nesta edição referem-se aos mais relevantes de jan./2001 a dez./2011. Coletânea de Entendimentos — TCEMG Pareceres em Consultas PALAVRA DO PRESIDENTE A sociedade vive um novo tempo com profundas alterações paradigmáticas com reflexos significativos na Administração Pública. Devido a essas transformações, impõe-se aos órgãos de controle o dever de reavaliar seus métodos e sistemática de atuação. As tradicionais análises formais e burocratizadas não mais condizem com a realidade da Administração Pública atual. É premente a fiscalização qualitativa e legítima das políticas públicas, que vá além do formalismo e das tecnicidades burocratizantes. Ademais, as Cortes de Contas são um celeiro de dados importantes e de informações sobre o conjunto de ações do Poder Público. É esse potencial que os Tribunais de Contas, como integrantes principais do sistema de controle dos atos públicos, necessitam desenvolver no exercício de suas atividades, de modo a ofertar à sociedade, além de um controle eficaz e resultados, em menor espaço de tempo, uma vasta gama de análises qualitativas, comparativas e também projeções acerca da administração pública. Tal atuação contribuirá sobremaneira para o fortalecimento do controle social mais autêntico e legítimo, porque emanado da população detentora do poder soberano sobre os agentes públicos. Assim, quanto mais informações analíticas o Tribunal de Contas disponibilizar à sociedade, maior será a capacidade crítica dos cidadãos e das organizações civis para exigir dos governos e seus agentes ampla transparência da máquina administrativa e das políticas públicas adotadas. A busca de maior interação entre o Tribunal de Contas, os jurisdicionados e a sociedade deve ser incessante, de modo que o Tribunal possa cumprir sua função pedagógica e orientadora, atuando de forma preventiva. Para tanto, traz-se a lume a presente publicação que tem por escopo evidenciar o entendimento deste Tribunal de Contas acerca dos diferentes temas afetos à gestão pública e ao controle externo, de forma organizada e transparente. Com esse trabalho, conclui-se mais uma etapa do programa “O TCEMG e os Jurisdicionados”, instituído pela Resolução n. 03/2010, que tem por objetivo o desenvolvimento de ações pedagógicas que contribuam para melhorar a qualidade dos serviços prestados à sociedade. Esta coletânea reúne excertos de pareceres exarados nas consultas respondidas pela Casa, no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2011. Esse trabalho da Diretoria de Jurisprudência, Assuntos Técnicos e Publicações foi elaborado conforme o plano institucional de consolidação de entendimentos e divulgação dos principais posicionamentos do Tribunal de Contas. A todos uma boa leitura! Antônio Carlos Doorgal de Andrada Conselheiro Presidente Antônio Carlos Doorgal de Andrada CONSELHEIROS Antônio Carlos Doorgal de Andrada Presidente Adriene Barbosa de Faria Andrade Vice-Presidente Sebastião Helvecio Ramos de Castro Corregedor Eduardo Carone Costa Wanderley Geraldo de Ávila Cláudio Couto Terrão Ouvidor Mauri José Torres Duarte AUDITORES Gilberto Diniz Licurgo Joseph Mourão de Oliveira Hamilton Antônio Coelho PROCURADORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS Glaydson Santo Soprani Massaria Procurador-Geral Marcilio Barenco Correa de Mello Subprocurador-Geral Maria Cecília Mendes Borges Sara Meinberg Schmidt de Andrade Duarte Elke Andrade Soares de Moura Silva Cristina Andrade Melo TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS CORPO INSTRUTIVO SECRETARIA EXECUTIVA DO TRIBUNAL DE CONTAS Leonardo de Araújo Ferraz SECRETARIA DA PRESIDÊNCIA Joeny Oliveira de Souza Furtado SUPERINTENDÊNCIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Cristina Márcia de Oliveira Mendonça SUPERINTENDÊNCIA DE APOIO AO CONTROLE EXTERNO Heloísa Helena Nascimento Rocha DIRETORIA DE CONTROLE EXTERNO DO ESTADO Valquíria de Sousa Pinheiro Baia DIRETORIA DE ASSUNTOS ESPECIAIS E DE ENGENHARIA E PERÍCIA Jacqueline Soares Gervásio Vianna de Paula DIRETORIA DE CONTROLE EXTERNO DOS MUNICÍPIOS Cristiana de Lemos Souza Prates DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO Giovanna Bonfante DIRETORIA DE GESTÃO DE PESSOAS Leila Renault da Silva DIRETORIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E FINANÇAS Sandra Bezerra Gomes DIRETORIA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Anna Flávia Lourenço Esteves Martins Bako DIRETORIA DE JURISPRUDÊNCIA, ASSUNTOS TÉCNICOS E PUBLICAÇÕES Cláudia Costa de Araújo DIRETORIA DA SECRETARIA DO PLENO Alexandre Pires de Lima DIRETORIA DA ESCOLA DE CONTAS Gustavo Costa Nassif DIRETORIA DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL Musso José Veloso DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO Lúcio Braga Guimarães GABINETE DA PRESIDÊNCIA José Eduardo Lewer de Amorim Chefe de Gabinete José Augusto de Oliveira Penna Naves Assessor CONSULTORIA-GERAL Caio de Carvalho Pereira Publicação do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais sob responsabilidade do Conselheiro Presidente Antônio Carlos Doorgal de Andrada - Organização - Diretoria de Jurisprudência, Assuntos Técnicos e Publicações Cláudia Costa de Araújo - Elaboração - Coordenadoria e Comissão de Jurisprudência e Súmula Luisa Pinho Ribeiro Kaukal — Coordenação Reuder Rodrigues Madureira de Almeida Túlio César Pereira Machado Martins - Pesquisa - Lucas Gil Carneiro Salim - Edição e Revisão - Coordenadoria da Revista Juliana Mara Marchesani — Coordenação Diego Felipe Silva Abreu Eliana Engler Sanches Lívia Maria Barbosa Salgado SUMÁRIO INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------- 15 1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA --------------------------------------------------- 17 1.1 Administração pública direta ------------------------------------------------17 1.2 Administração pública indireta ----------------------------------------------18 1.3 Entes de cooperação ----------------------------------------------------------19 1.4 Associação de municípios ----------------------------------------------------22 1.5 Publicidade de atos -----------------------------------------------------------25 2 PATRIMôNIO PÚBLICO --------------------------------------------------------- 29 3 PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO -------------------------------------- 33 3.1 Fase interna -------------------------------------------------------------------33 3.2 Habilitação --------------------------------------------------------------------35 3.3 Objeto -------------------------------------------------------------------------37 3.4 Parcelamento e fracionamento ----------------------------------------------38 4 LICITAÇÃO -------------------------------------------------------------------------42 4.1 Cooperativas e consórcios públicos -----------------------------------------42 4.2 Modalidades ------------------------------------------------------------------44 4.3 Obrigatoriedade --------------------------------------------------------------47 4.4 Participação e competitividade ----------------------------------------------50 4.5 Publicidade dos atos ----------------------------------------------------------53 4.6 Registro de Preços ------------------------------------------------------------54 4.7 Outros -------------------------------------------------------------------------56 5 CONTRATAÇÃO DIRETA -------------------------------------------------------- 59 5.1 Dispensa de Licitação --------------------------------------------------------59 5.2 Inexigibilidade ----------------------------------------------------------------63 5.3 Licitação Dispensada ---------------------------------------------------------72 5.4 Outros -------------------------------------------------------------------------73 6 CONTRATOS ----------------------------------------------------------------------- 74 6.1 Prorrogação -------------------------------------------------------------------74 6.2 Reequilíbrio econômico-financeiro -----------------------------------------78 6.3 Sanção contratual -------------------------------------------------------------80 6.4 Outros -------------------------------------------------------------------------81 7 CONVÊNIOS E INSTRUMENTOS CONTRATUAIS CONGÊNERES ----- 84 7.1 Execução e fiscalização -------------------------------------------------------84 7.2 Outros -------------------------------------------------------------------------85 8 FINANÇAS PÚBLICAS ------------------------------------------------------------ 97 8.1 Créditos adicionais -----------------------------------------------------------97 8.2 Despesa --------------------------------------------------------------------- 100 8.3 Despesas com pessoal ------------------------------------------------------ 106 8.4 Disponibilidades financeiras ----------------------------------------------- 115 8.5 Educação -------------------------------------------------------------------- 119 8.6 Fundeb ---------------------------------------------------------------------- 129 8.7 Operações de crédito ------------------------------------------------------- 138 8.8 Planejamento e orçamento ------------------------------------------------- 139 8.9 Receita ---------------------------------------------------------------------- 141 8.10 Saúde ----------------------------------------------------------------------- 144 8.11 Transferências ------------------------------------------------------------- 148 9 CONTROLE INTERNO ----------------------------------------------------------150 10 CÂMARA MUNICIPAL ----------------------------------------------------------155 10.1 Competência -------------------------------------------------------------- 155 10.2 Folha de pagamento (gastos com pessoal) ------------------------------- 159 10.3 Repasse de recursos ao Poder Legislativo -------------------------------- 162 10.4 Saldo financeiro de caixa ------------------------------------------------- 171 10.5 Outros --------------------------------------------------------------------- 175 11 AGENTES POLÍTICOS -----------------------------------------------------------177 11.1 Conceituação -------------------------------------------------------------- 177 11.2 Acumulação --------------------------------------------------------------- 177 11.3 Aposentadoria ------------------------------------------------------------- 183 11.4 Fixação de subsídios ------------------------------------------------------ 184 11.5 Gratificação natalina ------------------------------------------------------ 191 11.6 Prefeito e vice-prefeito ---------------------------------------------------- 192 11.7 Recomposição ------------------------------------------------------------- 193 11.8 Secretário municipal ------------------------------------------------------ 197 11.9 Verba indenizatória ------------------------------------------------------- 198 11.10 Vereador ------------------------------------------------------------------ 206 11.11 Outros -------------------------------------------------------------------- 209 12 PESSOAL ----------------------------------------------------------------------------210 12.1 Criação e extinção de cargos --------------------------------------------- 210 12.2 Acumulação de cargos ---------------------------------------------------- 211 12.3 Admissão ------------------------------------------------------------------ 213 12.4 Retribuição pecuniária---------------------------------------------------- 220 12.5 Adicionais e vantagens ---------------------------------------------------- 228 12.6 Verba indenizatória ------------------------------------------------------- 238 12.7 Cessão --------------------------------------------------------------------- 240 12.8 Aposentadoria e reforma ------------------------------------------------- 243 12.9 Pensão --------------------------------------------------------------------- 258 12.10 Fiscalização pelo TCE --------------------------------------------------- 260 13 TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA ---------------------------------------262 14 RESPONSABILIDADE -----------------------------------------------------------266 15 TOMADA E PRESTAÇÃO DE CONTAS ---------------------------------------269 15 INTRODUÇÃO O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais tem se destacado como órgão de controle, que prima pela transparência dos atos públicos. A Corte de Contas mineira, no cumprimento da função constitucional, se propõe a ser uma instituição de referência na garantia do direito da sociedade de acompanhar a regular e efetiva gestão dos recursos públicos. A abertura dos canais de comunicação com os jurisdicionados e a sociedade bem como a disseminação do conhecimento mediante divulgação do trabalho do Tribunal constituem valores estratégicos da Casa. Entre as atribuições do Tribunal, salienta-se sobretudo a de orientar, por meio de respostas a consultas formuladas pelos legitimados, elucidando dúvidas quanto à correta aplicação da legislação vigente. Assim, a Corte de Contas mineira atua de forma preventiva, evitando a ocorrência de irregularidades e danos ao erário. Nesse contexto, o TCEMG publica esta coletânea, na qual disponibiliza excertos dos entendimentos relativos às consultas mais relevantes dirigidas ao Tribunal, no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2011, agrupados por áreas e temas. Com base no Regimento Interno, os pareceres exarados em resposta a consultas possuem caráter normativo e pedagógico, na medida em que visam orientar os gestores sobre o entendimento do Tribunal acerca dos aspectos financeiro, orçamentário, contábil e patrimonial da gestão pública. Recomenda-se que os gestores se mantenham atualizados em relação aos posicionamentos mais recentes deste Tribunal, disponíveis para pesquisa no Informativo de Jurisprudência do TCEMG (http://www.tce.mg.gov.br/informativo), no D.O.C. (http://doc.tce.mg.gov.br) e no sítio eletrônico do Tribunal (http://www.tce.mg.gov.br) onde é possível acessar, na íntegra, todas as decisões. É oportuno ressaltar que os pareceres, exarados após esta edição, serão inseridos no Sistema de Mapeamento e Sistematização da Jurisprudência do TCEMG (Mapjuris), em fase final de elaboração, e que possibilitará a pesquisa das teses extraídas dos julgados e deliberações separadas por assunto. Como visto, o TCEMG tem envidado esforços contínuos para a efetiva publicidade de suas ações e disseminação de seus entendimentos e deliberações, a fim de não só orientar a atuação dos gestores, mas também de fomentar o debate acerca das melhores práticas na gestão de recursos. 17 1ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA [Criação de Defensoria Pública no âmbito municipal] A colaboração dos municípios com a Defensoria do Estado, se assim exigir o peculiar interesse local, devidamente comprovado e justificado, não pode ir além da cooperação prevista nos arts. 181 e 182 da Lei Maior Mineira, vedado o fornecimento de recursos humanos, salvo estagiários, sob pena de intermediação de mão de obra de servidor público estadual, numa verdadeira burla ao concurso público e, por conseguinte, aos direitos difusos (...) se de um lado os municípios estão, pela Constituição, desobrigados de organizar defensoria, por outro têm eles o dever legal de manter serviços de apoio jurídico à população carente, do que se conclui, com suporte na forma federativa adotada pela Carta da República de 1988, que é constitucional a instituição, por lei, de defensoria pública municipal (...) além de a Carta Magna não proibir a criação de defensoria pública pelos municípios, o art. 30, II, do mesmo diploma, possibilita a esses entes locais suplementar a legislação federal e estadual, inclusive nas matérias do art. 24 da referida Carta (...) não cabe aos municípios consulentes contratar advogados e colocá-los à disposição da Defensoria do Estado. Todavia poderá ele, o município, (...) instituir, organizar e manter a sua própria defensoria municipal desde que reclamada pela população local (Consulta n. 703162. Rel. Cons. Moura e Castro. Sessão do dia 08/03/2006). [Município. Instituição de fundo de aval. Impossibilidade] (...) [há] impossibilidade de o município constituir Fundo de Aval para garantir obrigações creditícias contraídas por particulares (...). Como garantia típica de Direito Cambial, o aval tem por objetivo fortalecer o crédito de seus signatários. Sendo a obrigação cambial autônoma e abstrata, no caso de o Poder Público ser avalista, vincular-se-ia pela declaração unilateral de vontade expressa no título, o que significaria sua responsabilização por obrigação alheia perante a instituição bancária, o que afronta os princípios norteadores de Direito Administrativo, destacando-se a supremacia do interesse público sobre o particular e a inalienabilidade dos direitos concernentes ao interesse público (Consulta n. 692542. Rel. Cons. Wanderley Ávila. Sessão do dia 09/03/2005). ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1818 [Competência para prover a segurança pública nos Municípios] (...) em matéria de segurança pública, o art. 144 da Constituição Federal tem caráter exaustivo, ao definir como órgãos do sistema de segurança as polícias federal, rodoviária e ferroviária federal, e as polícias civis e as polícias militares dos Estados, não comportando inovação por parte do legislador estadual e/ou municipal. (...). Feitas essas considerações, respondo ao consulente ser do Estado, por meio de sua polícia civil e militar, a responsabilidade pela segurança pública em municípios localizados em seu território. (...) em que pese incumbir ao Estado a construção de quartéis e/ou delegacias, bem como fornecer armamentos, veículos, combustíveis, fardas etc., para as suas polícias, pode o município colaborar financeiramente na manutenção de tais instalações técnicas e do referido serviço, se assim reclamar o peculiar interesse de sua população (Consulta n. 657444. Rel. Cons. Moura e Castro. Sessão do dia 19/06/2002). [Implementação e participação de município em associação de crédito popular] (...) o município pode participar de uma associação como descrita [de crédito popular], desde que sejam observados: 1 — as exigências da Lei Federal nº 4.595/64, que dispõe sobre a política e as instituições monetárias bancárias e creditícias; 2 — a indispensável autorização legislativa municipal; 3 — todos os princípios constitucionais do art. 37 da Constituição Federal de modo que, nas questões contratuais e financeiras decorrentes das operações da instituição que se deseja criar, sejam, compulsoriamente, exigidas a prática de atos que encontrem suporte legal, finalidade ética, transparência e isonomia de tratamento entre os micro e pequenos empreendedores. Cumpre acrescentar que a Lei de Responsabilidade Fiscal também condiciona a destinação de recursos públicos para o setor privado à autorização legislativa, ao atendimento da lei de diretrizes orçamentárias e à respectiva previsão no orçamento ou em seus créditos adicionais (Consulta n. 638721. Rel. Cons. Elmo Braz Soares. Sessão do dia 12/12/2001). 1.2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA [Incidência de ITBI sobre operações de realização de capital por ocasião de reorganização societária] Não incide Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Inter Vivos (ITBI) sobre a transferência, por sociedade de economia mista, de imóveis às suas subsidiárias a título de realização de capital, uma vez que a não incidência disposta no art. 156, § 2º, inciso I, da Constituição Federal, afasta as 19 Ad m in ist ra çã o pú bl ic a 1 19 hipóteses de imunidade, isenção e renúncia de receita (Consulta n. 778246. Rel. Cons. em Exerc. Licurgo Mourão. Sessão do dia 29/07/2009). [Sociedades de Economia Mista. Despesas com pagamento de empregados afastados para exercício de mandato eletivo] (...) o texto constitucional transcrito [art. 38] e que regula a matéria estabelece de maneira didática seu alcance e destinatários, ou seja, servidores públicos da administração direta, autárquica e fundacional. Não fala em [sociedade de economia] mista. A [omissis], sociedade de economia mista, ainda que definida na Constituição Estadual como integrante de sua administração indireta, não é alcançada pelas determinações contidas no artigo 38 da Constituição Federal. Assim, (...) não há que se falar em ressarcimento integral pelas Prefeituras Municipais das despesas com o pagamento de seus empregados licenciados para o exercício de mandato eletivo, uma vez que não têm eles sequer direito a pleitear tal opção na percepção de suas remunerações (Consulta n. 700417. Rel. Cons. Sylo Costa. Sessão do dia 09/11/2005). [Empresas estatais. Patrimônio] (...) empresas estatais criadas para execução de atividade econômica podem utilizar, onerar ou alienar seus bens na forma estatutária, independentemente de autorização legislativa, e suas licitações e contratações sujeitam-se apenas aos princípios da administração pública; empresas estatais prestadoras de serviços públicos só poderão ter seus bens onerados, penhorados ou alienados se houver autorização de lei específica, e suas contratações de obra, serviços e compras, bem como a alienação de seus bens ficam sujeitas a licitação, nos termos do art. 119 da Lei nº 8.666/93 (Consulta n. 644080. Rel. Cons. Elmo Braz Soares. Sessão do dia 12/12/2001). 1.3 ENTES DE COOPERAÇÃO [Entidade privada beneficiária de recurso público. Prestação e Tomada de Contas. Observância dos princípios constitucionais. Não inclusão no cômputo das despesas com pessoal] (...) obrigatoriedade de se prestar contas pela entidade privada beneficiária de recurso público. (...) a obrigatoriedade pela tomada de contas, na hipótese de não prestação das contas pela entidade beneficiada, é da entidade pública que repassa a verba. Também é do ente público a responsabilidade pelo envio dessa tomada de contas ao Tribunal. (...) [as] entidades privadas que recebem transferências voluntárias dos entes públicos, não ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 20 controladas diretamente ou indiretamente pelo Poder Público, estão obrigadas a observar aos princípios básicos constitucionais (...), que são impostergáveis a todos aqueles que utilizem ou administrem bens e valores públicos. (...) A Lei Complementar nº 101/2000, no seu art. 18, considera como Despesa Total com Pessoal o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativosa mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias (...). O parágrafo único do mesmo artigo estabelece que os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se referirem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados com “Outras Despesas de Pessoal”. Assim, as entidades subvencionadas têm obrigação de prestar contas dos recursos recebidos ao órgão repassador, mas as despesas com pessoal dessas entidades não entram no cômputo da Despesa de Pessoal do município, até porque não fazem parte do quadro funcional da Prefeitura Municipal (Consulta n. 685317. Rel. Cons. Wanderley Ávila. Sessão do dia 07/12/2005). [OSCIP. Contratação para prestação de atividades de saúde. Contabilização] (...) é possível a contratação de OSCIP por município para desempenho de atividades de saúde, em caráter complementar, vedadas as de agentes comunitários de saúde e de agentes de combate às endemias; (...) a forma de contratação e o regime de execução e controle das atividades da OSCIP devem ter previsão na legislação municipal, devendo ser feita licitação ou formalizado procedimento de dispensa ou inexigibilidade, se for o caso, para a contratação da entidade parceira; (...) os repasses às OSCIPs deverão ser classificados como despesas de transferências correntes para efeito de apuração de limites com gasto de pessoal; (...) os percentuais mínimos de aplicação em saúde deverão ser aferidos, utilizando-se as despesas executadas pelas OSCIPs, em conformidade com as classificações contábeis previstas no Termo de Parceria e com o disposto na IN TC n. 19/2008 (Consulta n. 809494. Rel. Cons. Sebastião Helvecio. Sessão do dia 24/02/2010). [OSCIP. Termo de Parceria. Fiscalização] (...) cumpre ao órgão estatal parceiro verificar e deter consigo documentação, em geral, que ateste a regularidade do procedimento de qualificação da OSCIP, se foram atendidos todos os requisitos constantes em lei para obtenção do título; o procedimento de seleção da OSCIP, independentemente de ter-se dado por meio de licitação, inexigibilidade ou dispensa, desde que regularmente formalizados; a formalização do termo de 21 Ad m in ist ra çã o pú bl ic a 1 parceria, com o respectivo plano de trabalho e cronograma de desembolso de valores; o competente regulamento da OSCIP para compras e contratações de serviços, com o comprovante de sua publicação; ao final de cada exercício, o relatório de execução do termo de parceria, com o quadro comparativo entre metas propostas e resultados alcançados; ao final do termo de parceria, o relatório conclusivo da Comissão de Avaliação sobre as atividades da OSCIP e a execução de seu plano de trabalho. (...). É de se esclarecer que caberá ao Tribunal de Contas acompanhar a fiscalização da execução do termo de parceria que, obrigatoriamente, deve ser feita pelo órgão estatal parceiro sobre a OSCIP. Ou seja, a fiscalização imediata do termo de parceria cabe ao parceiro estatal (Consulta n. 716238. Rel. Cons. Antônio Carlos Andrada. Sessão do dia 27/11/2008). [OSCIP. Ano eleitoral. Repasse de recursos e celebração de termos de parceria] (...) art. 73, VI, a, da Lei nº 9.504/97 (...) Da interpretação de precitado dispositivo não pode defluir o entendimento de que, durante o lapso temporal de três meses antes do pleito, deva-se paralisar o repasse de recursos a OSCIPs que, anteriormente, já houvessem firmado termo de parceria com a Administração, já o estivessem executando de maneira adequada e que os recursos já estivessem previstos na Lei Orçamentária Anual. Deve-se coibir que a celebração de termos de parceria seja utilizada como artifício eleitoreiro. Assim, mais razoável é que se evite a celebração de novos termos de parceria nos três meses que antecedem o pleito, a fim de que tal iniciativa não se configure como manobra para captação de votos. Por fim, cumpre apenas a observância dos ditames do art. 42, da Lei de Responsabilidade Fiscal, segundo o qual é vedado, nos dois últimos quadrimestres, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida totalmente no mesmo mandato, ou que, tendo parcelas a serem pagas nos exercícios seguintes, não foram previstas suficientes disponibilidades de caixa para suportá-las (Consulta n. 716238. Rel. Cons. Antônio Carlos Andrada. Sessão do dia 27/11/2008). [OSCIP. Termo de parceria. Objeto. Assistência jurídica. Não inclusão dos repasses como despesa de pessoal] (...) é possível firmar termo de parceria com OSCIP objetivando promover a assistência judiciária, à população carente, nas áreas de direito previdenciário e de direito do consumidor. Contudo, como pressupostos à assinatura desse termo de parceria, a matéria deverá estar devidamente regulamentada em âmbito municipal. Além disso, em não se configurando as hipóteses de dispensa ou inexigibilidade, nos termos da Lei nº 8.666/93, há que se realizar licitação para contratação de tais entidades, sob ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 22 pena de malferir os princípios que regem a administração pública. Também é imprescindível que seja verificada a adequação da constituição da OSCIP à Lei nº 8.906/94, quando verificado que o termo de parceria prevê o exercício de atividade privativa da advocacia, sendo recomendável evitar que os termos de parceria prevejam o acompanhamento de demandas nas esferas administrativa e judicial, dada a possibilidade de a OSCIP se extinguir antes de finalizados os processos por ela acompanhados. No tocante ao questionamento se as despesas com o pagamento dos funcionários da OSCIP deveriam ser computadas a fim de se apurar o limite das despesas com gasto de pessoal da Administração Municipal, responde-se negativamente, uma vez que esses funcionários não compõem o quadro de servidores, e os repasses à OSCIP deverão ser classificados como despesas de transferências correntes (Consulta n. 716238. Rel. Cons. Antônio Carlos Andrada. Sessão do dia 27/11/2008). [Aplicação da lei de licitações às OSCIPs] (...) as ONGs qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público pelo Ministério da Justiça não se submetem ao regramento comum da Lei n. 8.666/93, mas ao especial da Lei n. 9.790/99 e do Decreto n. 3.100/99. Todavia convém asseverar que, considerando a regra do art. 116 da Lei n. 8.666/93, de utilização subsidiária, aplicam-se, no que couber, as disposições dessa lei aos convênios, acordos, ajustes e instrumentos congêneres, inclusive ao Termo de Parceria por ser ele um instrumento similar aos convênios (Consulta n. 683832. Rel. Cons. Moura e Castro. Sessão do dia 04/02/2004). 1.4 ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS [Vinculação de percentual de recursos do Fundo de Participação dos Municípios às contribuições mensais destinadas às associações de municípios] (...) as associações de municípios são entidades dotadas de personalidade jurídica própria, instituídas e mantidas por contribuições dos municípios associados, de sorte que a associação de municípios não pode ser enquadrada nas definições de órgão ou fundo aludidas no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal. (...) Caso a associação de municípios seja constituída como consórcio público, a forma de repasse de recursos dos municípios à associação deverá ser o contrato de rateio (...) consignadas as dotações correspondentes na lei orçamentária ou 23 Ad m in ist ra çã o pú bl ic a 1 em lei de créditos adicionais, sob pena de exclusão do município inadimplente do consórcio. Caso a associação não assuma a forma de um consórcio, o repasse poderá ser feito por meio da celebração de convênio (...). Quanto à despesa com a contribuição mensal dos municípios filiados à associação de municípios (...), o que se veda é a vinculação de receitas de impostos municipais paracusteio da despesa com a referida contribuição. [Assim] respondo (...) pela possibilidade de vinculação de percentual de recursos do FPM para fazer face à contribuição devida à associação de municípios, tendo em vista que os recursos do FPM são (...) receitas de transferências intergovernamentais, não se lhes aplicando a vedação do inciso IV do art. 167 da Carta Magna (Princípio da Não Afetação das Receitas). (...) a referida contribuição dependerá de autorização legislativa para o compromisso de associação e para a execução da despesa de contribuição, bem como da existência de um contrato de rateio ou de um convênio, e, ainda, de disponibilidade orçamentária e financeira. Outra regra (...) é a necessidade de contabilização da contribuição pelo município (...) (Consulta n. 809502. Rel. Cons. Antônio Carlos Andrada. Sessão do dia 05/05/2010). [Associações de municípios. Consórcios Públicos. Regime de licitação e contratação, de pessoal, de recebimento de recursos] (...) as associações de municípios, que são entidades de direito privado (controladas e mantidas pelos municípios) estão sujeitas à licitação para contratar com municípios, bem como com terceiros. (...) em sendo os recursos públicos, as entidades em tela, em que pese serem instituídas como pessoas de direito privado, ao aplicá-los, estão obrigadas a observar aos princípios básicos constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, incluindo o dever de licitar, que são impostergáveis a todos aqueles que utilizem ou administrem bens e valores públicos. (...) O Consórcio Público, criado com prazo de duração determinado ou indeterminado, pode adotar personalidade jurídica de direito público ou de direito privado. Na primeira hipótese, cria-se uma autarquia especial, chamada de associação pública e, na segunda, cria-se uma fundação ou uma associação. Em quaisquer dessas hipóteses, os servidores do Consórcio são regidos pelas normas da CLT (Consulta n. 731118. Rel. Cons. Eduardo Carone Costa. Sessão do dia 20/06/2007). ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 24 [Associação de municípios. Necessidade de licitar para contratar terceiros] (...) o Tribunal firmou seu posicionamento no sentido de que as associações de municípios, que são entidades de direito privado (controladas pelos municípios) estão sujeitas à licitação para contratar com terceiros (...). Quanto à forma pela qual devem relacionar-se com os municípios, entendeu esta Corte que o instrumento mais adequado, em sendo estabelecida relação de cooperação, é a celebração de convênio, observadas as formalidades legais arroladas no art. 116 da Lei nº 8.666/93. De outra feita, para que possam estabelecer relação de caráter obrigacional com os municípios (contrato com obrigações recíprocas — objeto e contraprestação), devem-se submeter à licitação (Consulta n. 703949. Rel. Cons. Simão Pedro Toledo. Sessão do dia 21/12/2005). [Impossibilidade de atuação de associações de municípios por meio do sistema de credenciamento] (...) é facultado à Administração Pública utilizar o sistema de credenciamento de prestadores de serviços, nas hipóteses em que não for possível promover a licitação em decorrência de inviabilidade de competição, desde que observados os princípios da isonomia, impessoalidade, publicidade e eficiência. (...). Em 2005, foi editada a Lei nº 11.107/05, que dispõe sobre as normas gerais para os consórcios públicos. De acordo com a mencionada Lei, os consórcios podem adquirir personalidade jurídica de direito público ou de direito privado. O objeto do consórcio deverá ser sempre a prestação de serviços públicos, sem fins lucrativos. Todas as obrigações financeiras dos entes consorciados são estipuladas em um contrato paralelo ao contrato de consórcio, denominado contrato de rateio. (...) a atuação das associações de municípios no setor de saúde, por meio do sistema de credenciamento, a meu ver, não tem respaldo jurídico, visto que as associações de municípios não foram criadas sob as rédeas da Lei nº 11.107/05, que permite a união de entes federados unicamente para prestar serviços públicos adequados utilizando os recursos públicos como fonte de financiamento. (...) Assim, se uma associação de municípios disponibilizar serviços de saúde financiados pelo próprio usuário, sua atuação será regida pelo regime jurídico de direito privado, devendo, contudo, observar aos princípios éticos e às normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme previsto no art. 22 da Lei nº 8080/90, Lei Orgânica da Saúde. (...) considerando que a CR/88 e a legislação infraconstitucional estabelecem que a gestão associada de serviços públicos, inclusive na área de saúde, deve ser exercida pelos consórcios públicos, entendo que não compete às associações de 25 Ad m in ist ra çã o pú bl ic a 1 municípios tal prática (Consulta n. 791229. Rel. Cons. Adriene Andrade. Sessão do dia 01/12/2010). [Associação de câmaras municipais. Impossibilidade] Quanto à contribuição mensal pelo Legislativo local à associação de câmaras municipais, o Tribunal também se posicionou, de forma negativa, sobre o tema, na Consulta nº 113706, especialmente em relação à inviabilidade legal da própria Associação (...). (...). Com efeito, as câmaras representam o Poder Legislativo municipal, porém, são desprovidas de personalidade e capacidade jurídicas, razão pela qual não podem congregar-se em Associações (Consulta n. 727149. Rel. Cons. Simão Pedro Toledo. Sessão do dia 16/04/2008). 1.5 PUBLICIDADE DE ATOS [Publicidade dos atos do município. Meio eletrônico. Operacionalização pela iniciativa privada. Sítio oficial do poder público. Disponibilização dos atos municipais exclusivamente pela Administração Pública] (...) Princípio da Publicidade está indubitavelmente atendido quando houver publicação do ato em órgão oficial. (...) com a inexorável tendência à incorporação da tecnologia da informação em todos os domínios da Administração Pública, afigura-se perfeitamente possível que as publicações oficiais de Poderes ou órgãos públicos sejam feitas por meio eletrônico (internet), a exemplo do TJMG e da iniciativa deste Tribunal, desde que haja amparo legal, situação diversa de uma publicação pura e simples na internet, como parece perquirir o consulente. (...) A publicação dos atos oficiais municipais deve fazer-se na conformidade não apenas da lei local, mas também da legislação heterônoma porventura aplicável; (...) havendo dispositivo legal impondo a publicação no Diário Oficial do Estado e/ou no Diário Oficial da União, tem ela de ser feita nesses jornais, sob a forma legalmente prevista. (...). Não pode o município terceirizar serviços que abrangem sua atividade-fim, traduzindo atribuições típicas de cargos permanentes, que só podem ser preenchidos por concurso público. (...) não seria razoável utilizar de um veículo já existente para ser sítio oficial de publicação de atos municipais. Para tanto, faz-se necessário que o município tenha um sítio oficial do Poder Público para ser utilizado como meio eletrônico de divulgação oficial dos seus atos. (...) compreendo que apenas a operacionalização de um diário eletrônico municipal possa pertencer à iniciativa privada, visto que ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 26 a disponibilização dos atos municipais, considerando que sua autenticidade e integridade hão ser preservadas, deve ser de responsabilidade exclusiva da Administração Pública, observando as normas referentes à Infraestrutura de Chaves Públicas (ICP), por exemplo. (...). É possível, quando da publicação do extrato do edital nos Diários Oficiais do Estado ou da União, fazer remissão de que o texto integral do instrumento convocatório está disponível no diário eletrônico oficial do município, desde que esse seja definido como veículo da imprensa oficial(Consulta n. 837145. Rel. Cons. Antônio Carlos Andrada. Sessão do dia 19/10/2011). [Vinculação de símbolos ou imagens do vereador à publicidade da Prefeitura] Publicidade de atos governamentais. Princípio da impessoalidade. [...] O caput e o parágrafo 1º do art. 37 da Constituição Federal impedem que haja qualquer tipo de identificação da publicidade com os titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a que pertençam. O rigor do dispositivo constitucional que assegura o princípio da impessoalidade vincula a publicidade ao caráter educativo, informativo ou de orientação social, é incompatível com a menção de nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans, que caracterizem promoção pessoal ou de servidores públicos. A possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação com o partido político a que pertença o titular do cargo público mancha o princípio da impessoalidade e desnatura o caráter educativo, informativo ou de orientação (...). (Consulta n. 788106. Rel. Cons. Eduardo Carone Costa. Sessão do dia 16/03/2011). [Publicidade dos atos do município em sítio eletrônico oficial] É legal a publicação de atos oficiais dos municípios em diário oficial eletrônico em site diverso do do órgão emissor, desde que haja previsão na lei orgânica do município, que seja propagada amplamente esta nova forma de divulgação dos atos oficiais e que sejam observados os dispositivos das legislações federal e estadual que determinam outras formas de publicação. Por derradeiro, mesmo que utilize o meio eletrônico para a divulgação de seus atos oficiais, o município deverá publicar o extrato do conteúdo do ato administrativo no diário oficial (Consulta n. 833157. Rel. Cons. Cláudio Couto Terrão. Sessão do dia 02/03/2011). 27 Ad m in ist ra çã o pú bl ic a 1 [Instituição de diário oficial municipal. Possibilidade. Instituição por lei de iniciativa privativa do Prefeito Municipal] (...) a iniciativa de se instituir diário oficial, no âmbito municipal, é medida salutar que atende ao princípio da publicidade consagrado no art. 37, caput, da Constituição Federal, sendo um dos instrumentos de transparência inerente à atividade da Administração Pública. Por fim, a criação de diário oficial local deve ser precedida de lei de iniciativa privativa do prefeito municipal, (...), bem como de recursos orçamentários próprios (Consulta n. 695855. Rel. Cons. Simão Pedro Toledo. Sessão do dia 26/10/2005). [Gastos com publicidade. Respeito ao princípio da impessoalidade] (...) pelo mandamento constitucional [§ 1º do art. 37] (...), infere-se que a utilização de recurso público para realização de publicidade institucional é possível desde que tenha caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. (...) não é a mera inserção de nome, símbolo ou mesmo imagem na publicidade estatal condição, por si, suficiente para que se possa caracterizar o desvio de finalidade do administrador. Não é sustentável, até como corolário do princípio da publicidade e transparência dos atos estatais, parâmetros basilares da administração pública e garantia dos cidadãos, que a administração se mantivesse silente sobre a publicidade de algum ato, a título ilustrativo, sobre a inauguração de determinado posto de saúde, unicamente, pelo fato de o administrador ter sido fotografado juntamente com os demais presentes. (...). Não é isto que o preceito constitucional visa coibir. A vedação normativa não pressupõe a simples presença de nomes, símbolos ou imagens, mas sim a ocorrência de vício insanável na publicidade estatal que caracterize que o administrador ou servidor público dela se utilizou para se autopromover à custa do erário. Cabe, pois, como já aludido, questionar o propósito da publicidade. É fundamental que fique comprovado, em cada caso concreto, o intuito de alardear ou elevar os méritos e atributos pessoais, enaltecer virtudes do administrador, enfim, a busca de promoção indevida à custa da publicidade veiculada. Isso, obviamente, na intenção de se obter um bônus de natureza político-pessoal que lhe confira uma posição de vantagem em relação aos demais, em decorrência ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 28 da utilização da propaganda estatal, violando, assim, de forma clara, o princípio constitucional da isonomia. Nesse caso, aí sim, estaremos diante de uma atitude infensa à norma a caracterizar o desvio de finalidade. Obviamente, o que se quer evitar é o mero apontamento de possíveis irregularidades com base numa interpretação automática, para não dizer subjetiva ou discricionária, sem atentar para as particularidades de cada caso concreto, fruto de uma visão de mundo não associada com o dinamismo que deve pautar a concretização do direito pelo intérprete (Consulta n. 711005. Rel. Cons. Antônio Carlos Andrada. Sessão do dia 07/06/2006). 29 2 PATRIMôNIO PÚBLICO [Bens públicos. Adoção da concessão de direito real de uso e da concessão especial para fins de moradia. Possibilidade de doação, em caráter excepcional, de imóveis a particulares] 1) No que diz respeito aos bens imóveis de propriedade do município ocupados por pessoas carentes que estabeleceram lá sua residência, sob o ponto de vista do interesse público, é mais vantajoso para o município a adoção do instituto da concessão de direito real de uso e da concessão especial para fins de moradia, que permitem maior controle quanto à preservação da finalidade social do uso pelo particular e não configuram mera disponibilidade do patrimônio público (...); 2) Possibilidade de o município realizar doação, em caráter excepcional, dos imóveis de sua propriedade, ocupados por pessoas carentes, desde que vinculada a políticas públicas consistentes, sob autorização legislativa, avaliação prévia, indiscutível demonstração de interesse social e licitação (dispensada nos casos do art. 17, I, f, da Lei Federal n. 8.666/93), observados os princípios administrativos, notadamente os da impessoalidade e da moralidade (Consulta n. 862440. Rel. Cons. Mauri Torres. Publicada no D.O.C. em 24/11/2011). [Instituição de almoxarifado na estrutura da Administração. Controle patrimonial e de almoxarifado] A instituição de um almoxarifado gera um custo e, portanto, para que seja efetivada, deve-se verificar se o custo de manutenção de estoques a justifica. Se a manutenção de bens em estoques se mostra vantajosa, de forma a reduzir os custos que representam solicitações de fornecimento feitas com elevada frequência, bem como reduzir os eventuais prejuízos com falta de produtos de uso contínuo, a resposta é positiva quanto à necessidade de sua instituição. Mas se, por exemplo, os bens adquiridos por uma Câmara de um pequeno município são tão poucos que a sua guarda e controle implicam custos desproporcionais à sua implantação, então a resposta deve ser negativa. (...) independentemente da existência de um almoxarifado propriamente dito, há a necessidade de controle efetivo de todas as aquisições procedidas pela Administração Pública (...) exercido na forma prevista pelo inciso IV do art. 5º da IN TC nº 08/2003, com a redação PATRIMÔNIO PÚBLICO 30 dada pelo art. 2º da IN TC nº 06/2004, que estabelece medida de caráter gerencial que não se confunde com a implantação de um “departamento de patrimônio e almoxarifado”. (...) a não instituição de um setor de patrimônio e almoxarifado quando ele se fizer necessário, abrangendo inclusive a disponibilização de espaço físico para o estoque, se for o caso, seria um atentando ao princípio da eficiência, podendo o responsável (...) ser responsabilizado pela sua omissão e pelos prejuízos dela decorrentes (Consulta n. 859097. Rel. Cons. Wanderley Ávila. Sessão do dia 26/10/2011). [Bens móveis públicosinsersíveis. Condições da desincorporação] 1) As desincorporações de bens móveis públicos inservíveis podem ser realizadas por meio de empréstimo, alienação e doação, devendo os bens serem oferecidos inicialmente aos demais órgãos da Administração Pública Municipal e, só em um segundo plano, serem ofertados a entidades particulares de interesse público. (...); 2) Obrigatoriedade de realização de leilão, previsto no art. 17 da Lei Federal 8.666/93, para alienação de bens móveis inservíveis, desde que haja interesse público devidamente justificado e avaliação do bem e que não haja exigência na lei federal de autorização legislativa. (...); 3) As desincorporações de bens móveis públicos realizadas por doação estão condicionadas à existência de interesse público justificado, avaliação e licitação, sendo a última dispensada quando os fins e a utilização têm interesse social, vedada a doação em proveito pessoal ou particular. (...); 4) A receita obtida com a alienação de bens móveis públicos deve ser classificada contabilmente como receita de capital. (...); 5) A Câmara Municipal pode ‘emprestar, alienar ou doar bens móveis inservíveis que estão sob o seu controle patrimonial sem ingerência do Poder Executivo’. (...) (Consulta n. 838957. Rel. Cons. Mauri Torres. Publicada no D.O.C. em 24/10/2011). [Locação de veículos pelo município com cláusula de doação ao final do contrato] Em suma, entendo que a modalidade de locação com doação ao final do contrato não se coaduna com o princípio básico da licitação, que é imprescindível para a contratação, e o qual corresponde à ampla competitividade do certame, podendo ocasionar, sobretudo, verdadeira restrição à oferta da proposta mais vantajosa para a Administração. (...). O entendimento do Tribunal sobre a matéria, em linhas gerais, é de que o município pode celebrar contrato de arrendamento mercantil ou leasing, desde que, observados os seguintes pré-requisitos: autorização legislativa e procedimento licitatório. (...). Nesse caso, sem sombra de dúvidas, seria atendido o princípio da economicidade pela administração municipal, o que não ocorrerá na situação hipotética ora colocada. Em outras palavras, a Administração está apenas Pa tr im ôn io p úb lic o 2 31 atrelando um mau negócio ao final de um contrato de locação, qual seja, a compra de um veículo usado, com pagamento realizado em prestações prévias, embutidas no preço do aluguel (Consulta n. 748953. Rel. Cons. Eduardo Carone Costa. Sessão do dia 30/03/2011). [Doação de imóveis a pessoas carentes. Requisitos] (...) possibilidade, em tese, de município efetuar doação de imóveis a pessoas comprovadamente carentes, sob autorização legislativa, avaliação prévia, irrefutável demonstração de interesse social e licitação (dispensada nos casos do art. 17, I, f, da Lei n. 8.666/93), devendo essa modalidade ser utilizada excepcionalmente, sendo, pois, preferível a adoção, para os mesmos fins de interesse social, dos institutos da concessão de direito real de uso e da concessão especial para fins de moradia, que admitem maior controle quanto à preservação da finalidade social do uso pelo particular e não se traduzem em mera disponibilidade do patrimônio público. (...) uma das condições para que se proceda a doação ou mesmo a concessão do direito real de uso é que haja, necessariamente, um programa definidor que, de forma objetiva, esclareça quem são os beneficiários e quais os critérios que serão adotados para a doação (Consulta n. 812400. Rel. Cons. Elmo Braz Soares. Sessão do dia 06/10/2010). [Alienação de bens móveis. Requisitos para leilão. Classificação contábil da receita advinda da alienação dos bens] “(...) [A Lei n. 8.666/93] exige demonstração de interesse público, prévia avaliação, licitação e autorização legislativa, este último requisito somente exigível quando se trate de bem imóvel. (...) Quando se trata de bens móveis, a autorização legislativa não é necessária...” (...) De qualquer forma, é preciso ressalvar a possibilidade de haver sim a exigência de autorização legislativa para alienação de bens móveis, desde que haja lei estadual ou municipal assim dispondo. (...) visando a um maior resguardo do patrimônio público, poderia o legislador estadual ou o municipal criar a exigência da autorização legislativa prévia como um dos requisitos da alienação de bens públicos móveis daquele ente. Tal norma não significaria nenhuma violação às normas gerais estabelecidas pela Lei Federal n. 8.666/93, mas mera complementação, de acordo com uma decisão política local. (...) o art. 44 da LC n. 101/2000 já prevê que são receitas de capital os valores provenientes da alienação de bens do município e determina que tais receitas devem ser utilizadas na aquisição de outros bens ou na realização de investimentos. (...) A receita obtida com a alienação de bens públicos móveis deve ser classificada contabilmente como receita de capital e pode ser utilizada na aquisição de veículos, pois essa operação não configura pagamento de despesa corrente (Consulta n. 720900. Rel. Cons. Antônio Carlos Andrada. Sessão do dia 06/05/2009). PATRIMÔNIO PÚBLICO 32 [Sociedade de Economia Mista. Direito de uso de seu patrimônio à terceiros] (...) empresas estatais criadas para execução de atividade econômica podem utilizar, onerar ou alienar seus bens na forma estatutária, independentemente de autorização legislativa, e suas licitações e contratações sujeitam-se apenas aos princípios da administração pública; empresas estatais prestadoras de serviços públicos só poderão ter seus bens onerados, penhorados ou alienados se houver autorização em lei específica, e suas contratações de obra, serviços e compras, bem como a alienação de seus bens ficam sujeitas a licitação, nos termos do art. 119 da Lei nº 8.666/93 (Consulta n. 644080. Rel. Cons. Elmo Braz Soares. Sessão do dia 12/12/2001). 33 3 PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO 3.1 FASE INTERNA [Edital. Delegação. Presidente da Comissão de Licitação] “A competência para expedição do edital apura-se pelas regras comuns de direito administrativo. Nada impede a delegação de competência, no plano administrativo, para que autoridade inferior firme o edital. Discute-se acerca da possibilidade de o edital ser elaborado e firmado pela própria comissão de licitação. Parece que a questão não se enquadra no conceito de ‘norma geral sobre licitações’. Cada ente federativo dispõe de competência para regular a questão, no âmbito da autonomia para dispor sobre sua organização interna” (JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 8. ed. São Paulo: Dialética, 2001, p. 414-415). Com base no entendimento do eminente doutrinador, entende-se que a atribuição de expedir editais de licitação pode ser delegada ao Presidente da Comissão de Licitação (Consulta n. 706765. Rel. Cons. Simão Pedro Toledo. Sessão do dia 25/04/2007). [Fase interna. Previsão de recursos orçamentários para a contratação do objeto do certame] (...) É na fase interna (...) que a Administração verificará o atendimento dos pressupostos legais para a contratação pretendida, entre os quais, a existência de recursos orçamentários. A prévia existência de recursos orçamentários, como requisito necessário à instauração da licitação, ressai com clareza solar da Lei Federal n. 8.666/93 (...). (...) a existência de dotação orçamentária é condição sine qua non para a instauração de procedimento licitatório, tanto para obras e serviços, quanto para compra de bens. (...) na fase interna da licitação, além de observar as disposições contidas na Lei Federal n. 8.666/93, o gestor público deverá acautelar- se com o cumprimento das regras contidas na Lei Complementar n. 101/2000, sobretudo aquelas estatuídas no mencionado art. 16. É que (...) os incisos I e II do caput do art. 16 daLei Complementar n. 101/2000 determinam novas providências a serem observadas na fase interna da licitação, exigências, essas, que deverão se agregar àquelas contidas nos arts. 7º, 14 e 38 da Lei Federal n. 8.666/93. (...) além PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO 34 de comprovar a existência de recursos orçamentários e a adequação da despesa às leis de natureza orçamentária (LOA, LDO e PPA), é preciso que se demonstre a viabilidade financeira para a assunção da nova obrigação, com a possibilidade real de pagamento das obrigações assumidas durante o exercício financeiro, a fim de evitar o desequilíbrio das contas públicas. (...) à Administração Pública é vedado iniciar procedimento licitatório sem prévia dotação orçamentária suficiente para suportar a respectiva despesa, bem como sem verificar a estimativa do impacto orçamentário- financeiro da despesa a ser gerada, no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes, como também se o aumento da despesa tem adequação orçamentária e financeira com a Lei Orçamentária Anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias (Consulta n. 706745. Rel. Cons. Antônio Carlos Andrada. Sessão do dia 28/02/2007). [Fase interna. Exigências impostas pelo art. 16 da LRF. Despesa considerada irrelevante] As especificações do art. 16 devem ser introduzidas na chamada fase interna das licitações, também designada como processo (art. 38, da Lei nº 8.666/93). (...) A presente LRF acrescenta à fase interna do certame, além das exigências dos arts. 7º, 14 e 38 da Lei nº 8.666/93, os documentos contemplados nos itens I e II do art. 16. (...) Integram-se, destarte, as diretrizes dos incisos I e II, ora comentadas, aos direitos subjetivos do licitante; e somam-se ainda às demais normas legais que asseguram o chamado “preço limpo” nas licitações. Exatamente, em face do diploma legal licitatório é que, segundo Ivan Barbosa Rigolin, pode-se extrair o conceito de despesa considerada irrelevante ou “de pequena monta”, a que alude o art. 16, § 3º, da LRF. Com efeito, um parâmetro para essa espécie de despesa estaria contido no art. 60, parágrafo único, da Lei n. 8.666/93, ou seja, “aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea a, correspondente a compras e serviços não referidos no inciso I, aplicável para convite.” (...) Em síntese, a exceção às exigências inseridas nos incisos I e II do art. 16 da LRF está prevista no próprio § 3º, para a despesa considerada irrelevante, assim definida na LDO, ou, se inexistente, pode-se utilizar o valor fixado no art. 60, parágrafo único, da Lei n. 8.666/93, retroindicado, haja vista o princípio da razoabilidade (Consulta n. 668638. Rel. Cons. Simão Pedro Toledo. Sessão do dia 13/11/2002). [Projeto básico. Necessidade] O projeto básico constitui elemento importante na caracterização do objeto a ser licitado, de forma a indicar seu custo, o prazo de execução, sua viabilidade técnica e econômica, visando possibilitar a todos o mais amplo conhecimento sobre o objeto licitado, desde a solução técnica Pl an ej am en to d a c on tr at aç ão 3 35 pretendida até os tipos de materiais e serviços que serão, no futuro, exigidos pelo órgão público, bem como garantir a regular execução da obra ou serviço licitado, evitando-se correções e aditamentos custosos. (...) Na mesma vertente, a lição abalizada do Professor Jorge Ulisses Jacoby Fernandes em seu artigo intitulado A nova dimensão do projeto básico nas licitações, (...): “Entre as boas inovações trazidas pela Lei nº 8.666/93, que disciplinou no âmbito da Administração Pública o tema da licitação e contratos, está a obrigatoriedade do projeto básico, para a contratação de qualquer obra ou serviço.” (...) o projeto básico é exigência legal para contratação de obras e serviços, sem nenhuma distinção. A inobservância desse requisito, essencial à fase interna e que reflete na fase externa da licitação, pode ensejar a nulidade de todo o certame, haja vista que a ausência desse detalhamento prévio é considerado vício insanável (Consulta n. 657018. Rel. Cons. Eduardo Carone Costa. Sessão do dia 07/08/2002). 3.2 HABILITAÇÃO ENUNCIADO DE SÚMULA N. 117. Nos atos convocatórios de licitação, as Administrações Públicas Estadual e Municipais não poderão exigir apresentação de certificado de qualidade ISO ou outro que apresente as mesmas especificidades como requisito para habilitação de interessados e classificação de propostas. ENUNCIADO DE SÚMULA N. 40. A prova de habilitação profissional é um dos requisitos indispensáveis para que seja considerada legal a contratação, pelo Poder Público, de pessoal para prestar serviços técnicos especializados que requeiram formação escolar de nível médio ou superior. [Execução por estabelecimento filial. Exigência editalícia] (...) somente será possível a execução do objeto de um contrato por intermédio do estabelecimento filial, se, nas condições de habilitação, o edital tiver exigido a apresentação da comprovação da regularidade fiscal perante todos os fiscos, não apenas o do estabelecimento matriz, sede da empresa, como também os daqueles pertinentes ao estabelecimento filial, encarregado da execução contratual, e, por óbvio, se esses documentos estiverem regulares (Consulta n. 724015. Rel. Cons. Wanderley Ávila. Sessão do dia 23/05/2007). [Convite. Habilitação] (...) esta Corte já se manifestou (...) pela obrigatoriedade de se inserir no edital do convite as exigências de prova de regularidade com a seguridade social e com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) (...) (Consulta n. 654063. Rel. Cons. José Ferraz. Sessão do dia 25/08/2004). PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO 36 [SICAF. Não restrição da licitação a licitantes cadastrados] A matéria está definida no art. 34 da Lei nº 8.666/93, quando determina que os órgãos e entidades da Administração Pública — aqui incluídos, também, os municípios — que realizem frequentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. (...) O cadastramento é de grande utilidade operacional; entretanto, sua obrigatoriedade, adotada na esfera federal como condição de habilitação e qualificação de fornecedores, não encontra apoio nem na doutrina nem na jurisprudência e muito menos na Lei nº 8.666/93; ao contrário, agride algumas de suas diretrizes, como os arts. 3º, § 1º, I; 22, §§ 1º, 2º e 3º; 27; e 115. É certo que a lei autoriza os órgãos da Administração Pública, inclusive os dos municípios, a regulamentarem aspectos operacionais em matéria de licitações, mas daí a vedar a ampla participação de licitantes é contrariar o princípio da igualdade, pressuposto constitucional que rege o instituto das licitações. (...) aos municípios não é vedada a adoção de um sistema de cadastro, como aquele adotado pela União visando operacionalizar com rapidez e eficiência as licitações; entretanto, incluir cláusula, em ato convocatório, que restrinja a participação de licitantes, fere o princípio constitucional da igualdade e afronta, literalmente e especificamente, diretrizes da Lei nº 8.666/93 (Consulta n. 680805. Rel. Cons. Elmo Braz Soares. Sessão do dia 17/12/2003). [Tipo de licitação e critérios de apuração da classificação dos licitantes no certame para atividade de transporte individual de passageiros por táxi] 1 — A permissão para exploração de serviço de táxi deve ocorrer por meio de processo de licitação, podendo ser adotado o tipo melhor técnica e estipulado, como critério de classificação técnica, pontuação relativa ao tempo de efetivo exercício como motorista profissional, desde que não seja fixada restrição territorial, nos termos dos arts. 44 e 46, § 1º, I, da Lei Federal nº 8.666/93; 2 — Não é possívela estipulação de reserva de vaga, mediante cláusula de preferência, a condutor com determinado tempo de experiência, nos procedimentos licitatórios para permissão do serviço de táxi, devendo o administrador evitar cláusulas restritivas injustificadas ou inadequadas que estabeleçam condições que beneficiem alguns particulares, haja vista a obrigação de respeitar o princípio da ampla competitividade, em atenção ao disposto no art. 3º, § 1º, I, da Lei nº 8.666/93 (Consulta n. 841512. Rel. Cons. Mauri Torres. Sessão do dia 16/11/2011). Pl an ej am en to d a c on tr at aç ão 3 37 3.3 OBJETO ENUNCIADO DE SÚMULA N. 86. É irregular a substituição do objeto licitado dos contratos ou convênios, mediante termo aditivo. [Necessidade de motivação e de licitação para a aquisição de bens usados. Economicidade] (...) tendo em vista que as licitações instauradas pelo Poder Público destinam-se à aquisição de bens novos, entendo que é indispensável que sejam elencadas razões aptas a justificar a opção pela aquisição de bens usados, merecendo destaque o aspecto relativo à economicidade e também como será assegurada a qualidade do produto usado. Assim, se após as análises necessárias a Administração concluir que a melhor opção para satisfazer a necessidade pública é a aquisição de bens usados, é necessária a realização de uma licitação na modalidade compatível com o valor do bem a adquirir, devendo ser acostadas aos autos do processo licitatório justificativas aptas a respaldar essa opção. (...) Se, entretanto, o valor estimado do bem permitir a dispensa da licitação, devem ser obedecidas as determinações do art. 26 da Lei nº 8.666/93 (Consulta n. 696405. Rel. Cons. Elmo Braz Soares. Sessão do dia 26/04/2006). [Fornecimento de alimentação. Serviço de caráter continuo] (...) embora omissa a legislação de regência, predomina, na doutrina, entendimento segundo o qual a natureza jurídica do fornecimento de alimento é de prestação de serviços e não de compra. (...) Logo, não devemos confundir compras de natureza ininterrupta com serviços de caráter contínuo, pois os contratos destes, ao contrário dos daquelas, que têm prazo de vigência limitados aos respectivos exercícios financeiros (art. 57, caput), podem ser celebrados por períodos superiores (Lei nº 8.666/93, art. 57, II). (...) Este tipo de serviço, para efeito da legislação de licitação e contratos (Lei nº 8.666/93), enquadra-se nos contratos de execução continuada, que admite a prorrogação por iguais e sucessivos períodos até o limite máximo de 60 meses (art. 57, II) desde que prevista expressamente no termo de ajuste, justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente (§ 2º, art. 57), (...) (Consulta n. 678606. Rel. Cons. Moura e Castro. Sessão do dia 13/08/2003). [Aquisição de medicamentos mediante licitação. Análise das quantidades estimadas com base em anos anteriores] Na Administração Pública vige, acerca das contratações, o princípio basilar da exigência da licitação, salvo as exceções legais, insculpido no art. 37, XXI, da Constituição. Vale dizer que contratação de obras, serviços, inclusive publicidade, compras, alienações e locações no âmbito da PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO 38 administração só pode dar-se com observância das normas gerais sobre licitações e contratos estabelecidas pela Lei Federal nº 8.666/93. Portanto, a Prefeitura Municipal não pode pagar receitas médicas de pessoas carentes do município, sem a realização de licitação. O que se recomenda é que, segundo o magistério de Maurício Balesdent Barreira, “deve a Prefeitura adquirir, mediante licitação, os medicamentos em quantidades estimadas segundo o montante doado nos exercícios anteriores, procedendo, após, à doação direta aos beneficiários; ou, adotando o mesmo procedimento licitatório, pode deixar que as farmácias os entreguem diretamente às pessoas que apresentem a autorização expedida pela autoridade competente. A doação de bens móveis para fins de interesse social dispensa licitação, como dispõe o art. 17, II, a.” (BARREIRA, Maurício Balesdent. Licitações e contratações municipais. Rio de Janeiro: IBAM, 1996, v. 1) (Consulta n. 654472. Rel. Cons. Sylo Costa. Sessão do dia 27/02/2002). 3.4 PARCELAMENTO E FRACIONAMENTO ENUNCIADO DE SÚMULA N. 113. O lapso temporal a ser considerado como parâmetro de definição da modalidade licitatória cabível às contratações relativas a parcelas de um mesmo objeto ou a objetos de natureza semelhante, cuja duração encontra-se regida pelo caput do art. 57 da Lei n. 8.666/93, deverá corresponder ao próprio exercício financeiro, adotando-se, nesses casos, a modalidade licitatória compatível com o valor global das contratações. ENUNCIADO DE SÚMULA N. 114. É obrigatória a realização de licitação por itens ou por lotes, com exigências de habilitação proporcionais à dimensão de cada parcela, quando o objeto da contratação for divisível e a medida propiciar melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e a ampla participação de licitantes, sem perda da economia de escala, adotando-se, em cada certame, a modalidade licitatória compatível com o valor global das contratações. [Dispensa por pequeno valor. Considerar valor total das contratações de mesma natureza] De fato, conforme registrado nas decisões precedentes, para fins de enquadramento nas hipóteses de dispensa de licitação em virtude do pequeno valor ou para a escolha da modalidade licitatória a ser utilizada, deverá ser considerada a totalidade de contratações de mesma natureza a serem executadas em um exercício financeiro, ainda que com pessoas distintas. Esse entendimento encontra-se pacificado neste Tribunal, por meio do Enunciado de Súmula nº 113 (...) (Consulta n. 858218. Rel. Cons. Adriene Andrade. Publicada no D.O.C. em 21/11/2011). Pl an ej am en to d a c on tr at aç ão 3 39 [Contratação de empresa terceirizada para realização dos serviços, mediante licitação por preço global] Nesse ponto, é imperioso destacar que o Tribunal de Contas já se manifestou inúmeras vezes pela obrigatoriedade de se parcelar o objeto licitado quando ele for divisível e for mais vantajoso técnica e economicamente para a administração, sendo a matéria objeto da Súmula nº 114. O Tribunal de Contas da União, da mesma forma, unificou o entendimento sobre o tema com a edição da Súmula nº 247. Diante do esposado, (...) considero que a realização de licitação por preço global objetivando a aquisição de materiais e mão de obra somente estará legitimada no caso de não ser possível o fracionamento do objeto licitado, nos termos do § 1º do art. 23 da Lei de Licitações e das Súmulas nº 114 do TCEMG e nº 247 do TCU (Consulta n. 838756. Rel. Cons. Cláudio Couto Terrão. Sessão do dia 14/09/2011). [Contratação direta por valor acima do previsto em lei para dispensa. Fracionamento] Os casos de dispensa de licitação devido ao valor do objeto licitado, previstos à primeira vista nos incisos I e II do art. 24 da Lei nº 8.666/93, encerram previsão taxativa, sem nenhum conteúdo variável ou passível de interpretação, precedendo, portanto, a edição de ato tipicamente vinculado. (...) Extrapolado o limite estabelecido pela legislação para contratações com dispensa de licitação, a irrisoriedade ou insignificância do valor excedente é uma circunstância que deve ser considerada no que se refere à aplicação de normas punitivas, de acordo com o exame de cada caso concreto (Consulta n. 833254. Rel. Cons. Sebastião Helvecio. Sessão do dia 02/03/2011). [Parcelamento da execução do objeto. Unidades desconcentradas] Ao contrário do que comumente se apregoa, o parcelamento da execução do objeto pretendido pela Administração não é vedado. A vontade legislativa, preconizada nos incisos do art. 23, impõe ao administrador o deverde parcelar desde que não ocorram impedimentos de ordem técnica e econômica. Com isso se privilegia o princípio da competitividade e o desenvolvimento da economia local na busca pela melhor oferta. Ao prever o respeito à modalidade cabível para o somatório global, na parte final do § 2º do art. 23, o legislador acautelou-se contra o fracionamento indevido, que se caracteriza quando o administrador, de forma ilegal, vale-se de exigências e procedimentos menos formais visando, deliberadamente, fugir da modalidade de licitação legalmente determinada pelo valor. Na esteira dessa determinação legal, seguem os comandos contidos no § 5º do art. 23 e nos incisos I e II do art. 24 nos quais, frisa-se, não há vedação ao parcelamento. A lei, para se considerarem globalmente os valores das contratações, exige, PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO 40 apenas, que os objetos sejam da mesma natureza e, ainda, os seguintes requisitos legais: execução conjunta, concomitante e no mesmo local. (...). Desse modo, não estando presentes, cumulativamente, os requisitos acima arrolados, não estará a Administração adstrita ao dever de considerar a integralidade do valor a ser contratado. Por conseguinte, as entidades desconcentradas em municípios distintos, dotadas de autonomia financeira, ao contratarem obras e serviços de engenharia ou outros serviços e compras, concomitantemente ou não, respeitados os limites estabelecidos nos incisos I e II do art. 24 da Lei de Licitações, poderão utilizar-se da modalidade convite ou, se for o caso, da dispensa pelo valor, ainda que o somatório global das contratações referentes ao conjunto das unidades administrativas ultrapasse os limites para os referidos procedimentos licitatórios. Ademais, não teria sentido desconcentrar a execução de atividades administrativas em órgãos, diretamente integrantes do poder central, cujo objetivo é alcançar a maior plenitude da eficiência administrativa, se entraves de ordem operacional, como falta de material de expediente ou demora na sua entrega, por exemplo, comprometerem o pronto atendimento das necessidades locais. (...) as licitações realizadas por unidades desconcentradas localizadas em municípios distintos podem ser consideradas de forma autônoma para fim de escolha da modalidade adequada, não precisando somar os valores de seus contratos aos realizados pelas demais unidades (Consulta n. 741568. Rel. Cons. Substituto Gilberto Diniz. Sessão do dia 06/08/2008). [Parcelamento de obras em diversas licitações] Consoante reiteradas decisões desta Casa e da jurisprudência de outros tribunais de contas, o parcelamento do objeto das licitações em si mesmo não configura irregularidade, pelo contrário, estando preenchidos os requisitos da lei, sendo o objeto divisível, trata-se de medida a ser observada para evitar a centralização, favorecer a competição e garantir a economia de escala. (...). Extrai-se da regra citada as condições para que possa ocorrer o parcelamento, as quais devem ser motivadas pela Administração, na fase interna da licitação: a escolha da modalidade licitatória a ser adotada em cada licitação deve levar em conta o valor total da obra, somando-se os valores de cada parcela, ou seja, se o somatório dos valores estimados para cada licitação, estiver no limite para a realização da concorrência, cada parcela a ser licitada será na modalidade concorrência ainda que o valor de cada uma delas esteja dentro do limite para tomada de preços; que se trate de uma mesma obra, de mesma natureza e divisível; que o local de sua realização também seja o mesmo; que as obras possam ser realizadas no mesmo local, conjunta e concomitantente. (Consulta n. 725044. Rel. Cons. Wanderley Ávila. Sessão do dia 09/05/2007). Pl an ej am en to d a c on tr at aç ão 3 41 [Possibilidade de os valores limites de dispensa e os valores limites das diversas modalidades, previstos na Lei n. 8.666/93, serem considerados conforme cada unidade orçamentária que compõe o orçamento municipal] “(...) para fins de definição da modalidade licitatória a ser adotada, deve a instituição considerar a totalidade dos produtos de mesma natureza a serem adquiridos ao longo de um exercício financeiro, tendo em conta os respectivos valores e quantidades. Trata-se de efetuar o planejamento das compras durante o exercício. No caso de parcelamento das compras de produtos de mesma natureza ao longo do orçamento anual, em processos licitatórios distintos, (...) [deve-se] comprovar a viabilidade técnica e econômica de tal procedimento e (...) preservar a modalidade pertinente para a totalidade do objeto em licitação, observando-se as disposições dos §§ 1º e 2º do art. 23 da Lei nº 8.666/93. O mesmo ocorre com os serviços e obras, devendo a instituição realizar licitação na modalidade compatível com o valor estimado para a totalidade dos mesmos. (...). A implantação do procedimento de descentralização administrativa, orçamentária e financeira está a exigir (...) um rigoroso controle interno do fluxo de recursos e uma cuidadosa rede de comunicação entre as unidades orçamentárias e gestoras, uma vez que as dotações descentralizadas devem ser empregadas obrigatória e integralmente na execução do objeto previsto pelo programa de trabalho pertinente, respeitada fielmente a classificação funcional programática da despesa, sem discrepar do inciso VI do art. 167 da Constituição Federal. Pode-se afirmar que a regulamentação da descentralização do crédito orçamentário por unidades gestoras não é tarefa fácil, da mesma forma que também não o é a execução dessa tarefa em nível gerencial, visto exigir uma reforma organizacional e operacional da administração, cujos custos têm que ser avaliados à luz dos princípios constitucionais da razoabilidade e da economicidade. (...) a adoção da descentralização por unidades gestoras em municípios menores deve ser afastada, haja vista que as aquisições setorizadas em unidades gestoras poderão representar o caminho da fragmentação da despesa pública, que, diferentemente do parcelamento, previsto no art. 23, §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.666/93, pode causar sério prejuízo aos princípios das licitações. (...) os limites previstos (...) para cada modalidade de licitação e (...) para as dispensas (...) poderão ser considerados, tendo em vista o montante global das despesas a serem executadas por meio das compras, das obras e dos serviços, observada a natureza do objeto licitado, em cada uma das unidades gestoras criadas pelo ente político municipal, levando em conta o exercício financeiro, observado o montante do crédito orçamentário do qual se originará o recurso (Consulta n. 701202. Rel. Cons. Wanderley Ávila. Sessão do dia 09/11/2005). 42 4 LICITAÇÃO1 4.1 COOPERATIVAS E CONSÓRCIOS PÚBLICOS [Impossibilidade de atuação de associações de municípios por meio do sistema de credenciamento] (...) é facultado à Administração Pública utilizar o sistema de credenciamento de prestadores de serviços, nas hipóteses em que não for possível promover a licitação em decorrência de inviabilidade de competição, desde que observados os princípios da isonomia, impessoalidade, publicidade e eficiência. (...) Em 2005, foi editada a Lei nº 11.107/05, que dispõe sobre as normas gerais para os consórcios públicos. De acordo com a mencionada lei, os consórcios podem adquirir personalidade jurídica de direito público ou de direito privado. O objeto do consórcio deverá ser sempre a prestação de serviços públicos, sem fins lucrativos. Todas as obrigações financeiras dos entes consorciados são estipuladas em um contrato paralelo ao contrato de consórcio, denominado contrato de rateio. (...) a atuação das associações de municípios no setor de saúde, por meio do sistema de credenciamento, a meu ver, não tem respaldo jurídico, uma vez que as associações de municípios
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