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HISTÓRIA DA FARMÁCIA Profª Elaine Gropp Farmácia e Profissão O uso de substâncias para tratar doenças é tão antigo quanto a humanidade! > 3.000 a.C.: poções mágicas e extratos de plantas já eram utilizadas no tratamento de doenças. PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE... Chineses há mais de 2.600 anos já preparavam remédios extraídos de plantas (Pen-T-Sao – Livro faz ervas). Mil anos depois, os egípcios faziam o mesmo, utilizando também sais de chumbo, cobre e unguentos feitos com a gordura de vários animais (hipopótamo, crocodilo, cobra). 1.500 a.C.: Papiro de Ebers cuidados médicos no antigo Egito. ANTES DE CRISTO... Na Antiguidade a Medicina e a Farmácia eram uma só profissão. Na antiga Roma começou a separação daqueles que diagnosticavam a doença, daqueles que misturavam matérias para produzir poções de cura, era a época de Hipócrates e de Galeno. HIPÓCRATES 460 a.C. a 370 a.C. PAI DA MEDICINA GALENO 130 d.C. a 210 d.C. PAI DA FARMÁCIA INÍCIO DA ERA CRISTÃ... GALENO Escreveu bastante sobre fármacos: mais de 450 referências a princípios ativos em suas obras. Elaborou uma lista de remédios vegetais, conhecidos como “galênicos”, a maioria composto com vinho. Observador metódico, classificou magistralmente as ervas. Fazia preparações denominadas “teriagas” feitas com vinho e ervas. Árabes fundam a primeira escola de farmácia de que se tem notícia. Criando inclusive uma legislação para o exercício da profissão. SÉCULO II Surge a alquimia. A palavra Alquimia é derivada da palavra árabe al-khimia que significa química, ou seja, era a química praticada na Idade Média, foi a ciência precursora da química e da medicina. IDADE MÉDIA (Séc V a XV) Foram criadas as primeiras boticas ou apotecas - na Espanha e na França precursoras das farmácias atuais. Cabia aos boticários conhecer e curar as doenças. Para o exercício da profissão deviam cumprir uma série de requisitos e ter local e equipamentos adequados para a feitura e guarda dos remédios. SÉCULO X Estudo dos remédios ganha impulso notável pesquisa sistemática de princípios ativos (plantas e minerais) capazes de curar doenças. Robert Boyle (1692) lança fundamentos da química, mas recomenda poções a base de larvas, estrume, urina e fungos do crânio de um homem morto em seu livro A Collection of Choice Remedies. SÉCULO XVI e XVII Até o início do Séc XIX o conhecimento do funcionamento normal e anormal do organismo era muito rudimentar para permitir a compreensão dos efeitos dos fármacos. Doenças e morte eram assuntos semissagrados, tratados por doutrinas mais autoritárias que científicas. No início do Séc XIX, Hahnemann introduz a prática da homeopatia. SÉCULO XIX 1805: Friedrich Sertürner (boticário alemão) purificou a morfina a partir do ópio. Posteriormente foram purificadas: quinina, digitálicos, atropina, efedrina, estricnina, outras. Começam a acreditar que produtos químicos são responsáveis pelas ações e não magia e forças vitais. 1847: Rudolf Buchheim cria o primeiro instituto de farmacologia em sua casa na Estônia. 1858: Virchow propõe a teoria celular subsídios para compreensão futura da ação dos fármacos. SÉCULO XIX 1868: uso da primeira fórmula estrutural para descrever um composto químico. 1878: Pasteur descreve as bactérias como causa de doenças. SÉCULO XIX Muitas falhas ainda ocorrem com terapias da época... “ Acredito firmemente que, se todas as substâncias medicinais usadas atualmente fossem depositadas no fundo do mar, seria a melhor coisa para a humanidade e a pior para os peixes”. Oliver Wendell Holmes, eminente médico de1860 Início do Séc. XX: começa a produção de fármacos sintéticos (antibióticos, anti-inflamatórios, barbitúricos, anestésicos locais, etc). SÉCULO XX Rápido progresso nas áreas de Química, Bioquímica e Fisiologia: Síntese de numerosas novas moléculas, Descoberta dos mediadores químicos (hormônios, neurotransmissores e mediadores inflamatórios). Descoberta dos receptores farmacológicos. Descoberta de enzimas e descrição de vias metabólicas. Desenvolvimento da indústria e do comércio de medicamentos. Crescimento espantoso da indústria farmacêutica com a criação constante de novos medicamentos. Uso da biotecnologia e engenharia genética na produção de fármacos. SÉCULO XXI Eu tenho uma dor de ouvido: 2000 a.C. - Aqui, coma essas raízes. 1000 d.C. - Raízes são pagãs, reze. 1850 d.C. - Rezas são superstição, beba essa poção. 1940 d.C. - Essa poção é óleo de cobra, tome essa pílula. 1985 d.C. - Essa pílula é inócua, tome esse antibiótico. 2016 d.C. - Antibiótico é artificial, coma essa raiz. UMA BREVE HISTÓRIA DA FARMÁCIA A TAÇA E A SERPENTE Símbolo internacional da Farmácia: uma taça com uma serpente enrolada (Cálice de Higéia). Originado da mitologia grega: Higéia (ou Hígia) era a filha de Esculápio. Era a deusa da saúde, limpeza (daí a raiz da palavra higiene) e da sanitariedade, e exercia uma importante parte no culto do pai. Enquanto seu pai (Esculápio) era mais associado diretamente com a cura, ela era associada com a prevenção da doença e a continuação da boa saúde. Posteriormente, Esculápio foi vinculado à medicina e Hygéia foi vinculada à farmácia. A TAÇA E A SERPENTE A taça significa a cura por meio daquilo que se ingere, ou seja, pelos medicamentos. A cobra é denominada Serpente de Epidauro (templo dedicado a Esculápio). Para as sociedades ocidentais e do oriente médio, a serpente simboliza o poder, a sabedoria, a imortalidade e a ciência. OUTRO SÍMBOLO DA PROFISSÃO Presente sempre no topo das prescrições, antecedendo a formulação, este símbolo tem várias explicações quanto ao seu significado. A explicação mais simples é que Rx é uma abreviação para a palavra latina recipere ou recipe, que significa “faça uso de”. Outras explicações: derivado do símbolo de Júpiter: para que o deus auxilie no tratamento. derivado o Olho de Horus: manuscritos egípcios antigos possuem o termo Ph-ar-maki (que significa “o guardião da seguridade”), atribuído ao deus Thoth, patrono dos médicos, e que recolocou, por meio de magia, o Olho de Hórus novamente no lugar.
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