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Mateus Gomes Rangel Português III RESUMO DE PORTUGUÊS III AULA 1 – MECANISMOS DE ARTICULAÇÃO ENTRE ORAÇÕES: COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO – VISÃO TRADICIONAL E VISÃO CONTEMPORÂNEA 1. caracterizar os processos sintáticos de coordenação e de subordinação; De acordo com o trecho supracitado, as orações possuem níveis de integração diferentes. Quando uma oração é coordenada, seu nível de integração sintática é menor, sendo facilmente identificada através de sua independência e autonomia frasal. Ao passo que as orações subordinadas, apresentam uma integração mais acentuada expressa de forma sintática, demonstrando uma dependência e coesão semântica entre os constituintes. O “continuum” exprime a visão panorâmica das orações e seus graus de integração entre os constituintes frásicos, a saber: os sujeitos e complementos verbais e nominais. Ex.: No primeiro exemplo, podemos notar que os atos de “chegar cedo do trabalho” e “treinar”, revelam uma sequência de ações independentes sintaticamente, sendo assim coordenada. Enquanto no segundo exemplo, a mesma frase foi constituída de forma subordinada; haja vista condicionar o ato de “ir ao treino” com a ação de “chegar cedo do trabalho”. A diferença mais acentuada entre os exemplos é que, no primeiro, o sujeito decide “ir treinar” porque estava com o tempo livre; ao passo que, no segundo exemplo, o sujeito “só pode ir ao treino” porque “chegou cedo”. 2. distinguir orações coordenadas de subordinadas. A coordenação é um mecanismo por meio do qual elementos do mesmo nível associam- se, formando uma sequência; são independentes sintaticamente uns dos outros. A subordinação é um mecanismo que cria funções, sintagmas, uma vez que estabelece uma relação de dependência entre dois termos, de modo que um passa a ser função do outro. No âmbito do período composto, vimos que se coordenam orações de mesma natureza sintática e se subordinam orações que estão em uma relação de hierarquização. É uma palavra invariável que une duas orações ou termos parecidos. Conjunções Coordenativas (Ligam orações ou termos semelhantes da mesma oração. Divide-se em) 1 Aditivas: “e” – Ex. Comprei pão e leite. 2 Adversativas: “mas” – Ex. Estudou, mas não passou. 3 Alternativas: “ora...ora” – Ex. Ora sorria, ora chorava. 4 Conclusivas: “portanto” – Ex. Ela está preparada, portanto se sairá na entrevista. 5 Explicativas: “porque” – Ex. Não veio porque esqueceu as chaves do carro no trabalho. Conjunções Subordinativas (Ligam duas orações subordinando uma à outra. As conjunções subordinativas são divididas em) 1 Causais: visto que; 2 Comparativas: como, que nem; Mateus Gomes Rangel Português III 3 Concessivas: ainda que; 4 Condicionais: contanto que; 5 Conformativas: conforme; 6 Consecutivas: de modo que; 7 Finais: a fim de que; 8 Integrantes: que, se; 9 Proporcionais: à proporção que; 10 Temporais: enquanto, mal, quando, logo que, até que, antes que; 11 Locução Conjuntiva: conjunto de palavras com valor de conjunção. Mateus Gomes Rangel Português III AULA 2 – NÍVEIS DE INTEGRAÇÃO ENTRE ORAÇÕES: AUTONOMIA X DEPENDÊNCIA 1. reconhecer que a articulação de orações extrapola a dicotomia coordenação e subordinação ORAÇÃO HIPOTÁTICA ADVERBIAL: As orações hipotáticas adverbiais mantêm uma relação de dependência com a oração principal, indicando as circunstâncias de causa, comparação, conformidade, concessão, tempo, finalidade, condição, proporção e modo. Elas se destacam por não funcionarem como constituinte obrigatório, como é o caso das subordinadas. Podem equivaler a um advérbio, segundo a Gramática Tradicional – GT. Ex.: (4) Ah, se eu ganhasse na Loteria... Já no exemplo (4), a ORAÇÃO HIPOTÁTICA ADVERBIAL temporal não possui uma oração principal. Ela está articulada ao próprio ato de fala. Assim, as pessoas, ao lerem ou falarem o exemplo (4), vão preencher o espaço da oração principal com os próprios desejos e anseios, o que vai variar de um falante para outro. Desse modo, alguns vão preencher a oração principal com “eu compraria várias casas bonitas”, um outro falante diria: “eu viajaria pelo mundo todo”, e assim vai. As hipotáticas adverbiais não apresentam o mesmo nível de integração das demais subordinadas, não funcionam como constituintes e apresentam dependência semântica, portanto, ficam no meio do continuum. Já, em contrapartida, as subordinadas não poderiam existir sozinhas. As subordinadas substantivas funcionam como constituintes da outra oração e as adjetivas, como um adjetivo. A Figura 2.1. representa o continuum. CONSTITUÊNCIA: Os constituintes sintáticos são: sujeito, objeto direto, objeto indireto e agente da passiva, selecionados pelo verbo, e complemento nominal, que é selecionado por um nome. VALÊNCIA: Indica o número e o tipo de laços que podem existir entre os elementos da oração, com um elemento fundamental, geralmente o verbo, e um certo número de elementos dependentes (denominados argumentos, ou seja, o sujeito e os complementos). Por exemplo, a valência de pesquisar inclui o sujeito e o objeto direto. FALSAS COORDENADAS: As justapostas adverbiais (DECAT, 1999) ou falsas coordenadas (GARCIA, 1988, p. 24) são aquelas orações que apresentam orações independentes do ponto de vista sintático, mas não do ponto de vista semântico ou psicológico. Por exemplo, em O dia estava muito quente e eu fiquei logo exausto, temos independência sintática, já que as duas orações poderiam ser usadas separadas em contextos independentes. Mas, do ponto de vista semântico, há uma dependência, já que podemos considerar a paráfrase com valor causal, que ficaria Como o dia estava muito quente, fiquei logo exausto. A conjunção “e”, nesse caso, não é aditiva. 2. reconhecer que o processo de “subordinação” extrapola a sintaxe. Faz-se necessário verificar que tipo de dependência está sendo considerado para essas definições: dependência de forma? De sentido? Dependência pragmática? Além disso, não constitui novidade a existência, seja na língua oral, seja na escrita, de conexões implícitas e conexões explícitas. Mateus Gomes Rangel Português III AULA 3 – COORDENAÇÃO: CARACTERIZAÇÃO E INSTRUMENTOS 1. caracterizar o período composto por coordenação; ORAÇÃO COMPLEXA: De acordo com alguns gramáticos, entre os quais Evanildo Bechara, é a unidade sintática formada de mais de uma oração. Para simplificar, pode-se dizer que é a denominação do período composto por subordinação da gramática tradicional. 2. distinguir os tipos de orações coordenadas; Há dois tipos de instrumentos instauradores da coordenação: a conjunção e a pausa, que ocorrem sós ou se combinam para coordenar elementos. Duas orações, conforme se expôs, podem estar coordenadas por um conectivo que explicite a relação de sentido desejada pelo enunciador ou sem qualquer elemento de ligação que as una. Estas últimas são as coordenadas assindéticas, que embora sem o nexo coordenativo, são capazes de explicitar várias relações semânticas, conforme se observa dos exemplos seguintes: (17) [O complexo de favelas dá uma virada], [atrai turistas] [e vira cenário de novela]: cada oração apenas acrescenta conteúdo à anterior. (18) [O governo está inerte], [a especulação acentua-se]: a segunda oração contém um efeito da primeira. 3. reconhecer os efeitos discursivos do emprego da coordenação de orações. As orações coordenadas representam expansões de uma sentença simples, em que a oração acrescentada tem valor sintático e semântico equivalente ao das orações preexistentes com que se articula. Mateus Gomes Rangel Português III AULA 4 – COORDENAÇÃO E “FALSA COORDENAÇÃO” 1. reconhecer que a falsa coordenada e/ou a justaposta adverbial se localizam num continuum entre coordenação e hipotaxe adverbial; JUSTAPOSTAS OU COORDENADAS ASSINDÉTICAS: As justapostas, segundo Garcia (1988, p. 23), “são orações não ligadas por conectivo, separadas na fala por uma ligeira pausa com entoação variável, marcada na escrita por vírgula, ponto e vírgula ou, mais comumente, por dois-pontos”. Alguns autores chamam as justapostas de coordenadas assindéticas. Estas ficam no continuum entre as coordenadas e as subordinadas. 2. reconhecer que a falsa coordenação não se confunde com a coordenação e a aposição. Eu posso dizer que vou de carro, e pronto. Ou posso dizer que vou de Kombi, e a comunicação fica completa. Quando o falante coloca as duas orações uma do lado da outra, nós percebemos que a segunda oração delimita o tipo de carro, apresentando uma relação HIPONÍMICA. Tal relação semântica é peculiar da aposição e não da coordenação. Ou seja, a Kombi é um tipo de carro, assim como Fiat etc. Então não temos uma estrutura de coordenação ou justaposição, sem conector, mas uma falsa coordenada, já que de fato a relação é peculiar da aposição. Mateus Gomes Rangel Português III AULA 5 – A HIPOTAXE ADVERBIAL NO USO 1. identificar os tipos de orações hipotáticas adverbiais; As orações hipotáticas adverbiais que indicam valores circunstanciais determinantes na classificação das orações. Temos as causais, as comparativas, as concessivas, as condicionais, as conformativas, as consecutivas, as finais, as temporais e as proporcionais. Além dessas reconhecidas pela nomenclatura gramatical brasileira, temos ainda as modais e as locativas que já são reconhecidas por alguns gramáticos. 2. reconhecer as relações circunstanciais em orações sem a presença de conjunções adverbiais. As orações hipotáticas adverbiais não foram consideradas dentro do grupo das subordinadas, por não serem constituintes obrigatórios exigidos pelo verbo da oração principal. A função de adjunção, peculiar das hipotáticas adverbiais, existe para realçar, embelezar, expandir a informação Contida na oração principal. Mateus Gomes Rangel Português III AULA 6 – HIPOTAXE ADVERBIAL (CONTINUAÇÃO) E FIXAÇÃO DE CONTEÚDOS CORRELATOS 1. caracterizar o mecanismo sintático da hipotaxe adverbial; Compreendemos também que a dicotomia coordenação x subordinação não é sufi ciente para dar conta de suas particularidades sintáticas e que, com mais propriedade, deve ser adotada a noção de hipotaxe para a expressão de seu papel discursivo de adjunção a uma cláusula matriz. Esse conceito evidencia que existem diferentes tipos de interdependência entre as cláusulas em um enunciado e, em suma, propicia uma análise que vai além do nível da sentença e atinge o nível do discurso. 2. distinguir orações hipotáticas de subordinadas. As orações adverbiais, consideradas pela tradição gramatical, como subordinadas, têm, diferentemente das subordinadas substantivas e adjetivas, uma ligação mais fraca em relação à sentença matriz, em função de seu papel de adjunto. Linguistas funcionalistas, por tal razão, propõem um estatuto próprio para essas orações, situando-as a meio termo entre as coordenadas e as subordinadas, caracterizando o que denominam de hipotaxe adverbial. As hipotáticas podem organizar-se formalmente com elementos correlatos ou não. Conteúdos circunstanciais são veiculados não apenas por orações ditas adverbiais, mas também ocorrem, com noções subsidiárias, em orações adjetivas explicativas e em orações coordenadas Mateus Gomes Rangel Português III AULA 7 – REVISÃO DE CONTEÚDOS FAZER AS ATIVIDADES 1. distinguir os mecanismos sintáticos da coordenação e da subordinação; Resumindo: Coordenação = independência sintática; subordinação = dependência sintática. 2. caracterizar as orações coordenadas e hipotáticas; 3. diferenciar as orações hipotáticas das subordinadas. Mateus Gomes Rangel Português III Ap 1 – 2019. 1 GABARITO 1 - Leia o fragmento de texto e julgue as afirmativas (C ou E): (2,0) a) O primeiro período do texto é composto por coordenação. (E) b) No terceiro período, não há oração principal. (C) c) No segundo período, a oração “de conhecer coisa alguma” depende do substantivo tempo. (C) d) A palavra grifada (QUE) retoma o sintagma a gente. (E) e) A oração com a forma verbal queres depende semanticamente da oração seguinte. (C) 2 -Reconheça, então, as circunstâncias expressas pelas adjetivas em destaque. (1,5) a) CAUSA; b) CONCESSÃO; c) CONDIÇÃO 3 – (2,0) Com a expressão “falsas coordenadas”, Othon Garcia refere-se a períodos ditos coordenados em que as orações são FORMALMENTE coordenadas, no caso dos exemplos, JUSTAPOSTAS (sem conectores), mas manifestam uma RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA SEMÂNTICA entre si. Nos exemplos, as segundas orações de cada um dos períodos não são autônomas QUANTO AO SENTIDO. No período 1, a segunda oração manifesta uma noção de causa em relação ao conteúdo da primeira oração. No período 2, a segunda oração estabelece um valor de conclusão ou consequência em relação à primeira. Para Othon Garcia essas seriam as “falsas coordenadas”. 4 -. Reconheça esse termo e explique a relação entre ele e a oração destacada. (2,0) O termo é a forma verbal CONSIDERO do verbo CONSIDERAR, transitivo direto. A oração entre colchetes funciona como objeto direto do verbo e, portanto, é uma oração subordinada substantiva objetiva direta. 5 - Classifique as orações coordenadas destacadas (Aula 3, livro de Português III, vol.1, p. 42/43). (1,5) 5.1 [de sorte que não posso receber amigos agora] Coord. sindética conclusiva A oração encabeçada por “de sorte que” expressa uma conclusão/consequência manifestada na primeira oração. 5.2 [tanto que estão muito caros]. Coord. sindética explicativa A oração encabeçada por “tanto que” serve de argumento para justificar a “tese” manifestada na primeira oração 5.3 [no entanto a obra está atrasada.] Coord. sindética adversativa A oração encabeçada por “no entanto” expressa uma ideia contrastante em relação ao significado da primeira oração. OBS.: Não é necessário explicar as classificações; estão aí para auxiliar a compreensão dos que, por acaso, tiverem errado as respostas. 6 – Forme orações complexas que expressem as relações indicadas entre parênteses. (1,0) a) (consequência; hipotaxe adverbial; a primeira oração será a principal) Houve tantas greves e protestos que as políticas mudaram. b) (concessão; hipotaxe adverbial; a segunda oração será a principal) As políticas não mudaram embora tenha havido greves e protestos. OBSERVAÇÕES: 1 - A resposta somente será julgada correta se apresentar todas as características solicitadas no enunciado da questão. 2- O verbo HAVER com o sentido de existir é impessoal de modo que é conjugado apenas na 3.ª pessoa do singular. Mateus Gomes Rangel Português III AD2 DE PORTUGUÊS III 1 – Destaque e classifique as orações subordinadas. (Aula 9) (4x0,5 = 2,0) a) Nota-se [que as provas têm sido menos complexas]. Subordinada substantiva subjetiva b) Pudemos observar [que as provas têm sido menos complexas]. Subordinada substantiva objetiva direta c) Lembre-se [de que sua adesão ao candidato terá consequências]. Subordinada substantiva objetiva indireta d) O problema é [que não se fiscalizam as novas obras nas encostas cariocas] Subordinada substantiva predicativa. 2 – Comente a afirmativa a seguir e construa exemplos que ilustrem seus comentários. (Aula 11) Para Azeredo (1990:96), as orações adjetivas modificam um nome ou um pronome e podem vir integradas no SN, como um adjunto, ou logo após ele, como um aposto. (2,0) As orações adjetivas, segundo o autor, têm o papel de um adjetivo e como tal modificam um nome ou pronome, especificando o seu sentido – caso das restritivas – ou apenas acrescentando-lhe uma explicação suplementar – caso das explicativas (ou não restritivas). As restritivas formam um sintagma com o antecedente do relativo, na função de adjunto adnominal do antecedente. As não restritivas funcionam como um aposto do antecedente. EXEMPLOS: LIVRES Os filmes [que a Academia de cinema premiou] não tiveram grande bilheteria. A oração destacada modifica o nome FILMES e funciona como seu adjunto adnominal: é restritiva. O mesmo ocorre com a oração entre colchetes a seguir, que modifica o pronome demonstrativo O: Ela viajou, o [que me deixou triste]. A cidade do Rio de Janeiro, [que sempre deslumbra o visitante], apresenta problemas difíceis de solucionar. Aqui a oração funciona como um aposto do antecedente A cidade do Rio de Janeiro: é explicativa ou não restritiva. 3. Em cada item (1 e 2) a seguir, há dois períodos semelhantes. (Aula 8) ITEM 1 - A- [Não só mora longe] [como também seu bairro é perigoso]. B- [Mora longe[ [e seu bairro é perigoso]. ITEM 2 - C- [Foi tão eloquente] [que convenceu a plateia]. D- [Foi muito eloquente] [de modo que convenceu a plateia]. Considerando-se a existência da correlação como processo autônomo no português, responda: a) Como você classifica as orações desses períodos? ITEM 1 – A Orações correlativas aditivas; B – Coord. assindética / coordenada sindética aditiva ITEM 2 – C - Orações correlativas consecutivas; D- Coord. assindética/ coord. sindética conclusiva b) Qual a diferença discursiva entre os períodos A e B (do item 1)? E entre os períodos C e D (do item 2)? (2,0) No item 1, tanto em A quanto em B, há o acréscimo de informações, mas em A essa adição manifesta uma gradação enfática. No item 2, de forma semelhante, as segundas orações representam resultados dos fatos enunciados nas primeiras, mas em C, há ênfase na informação. 4. Explique a diferença entre coordenação e subordinação com base nos SINTAGMAS destacados na estrutura sintática a seguir transcrita. Atente para o fato de que há apenas UMA oração no período. (2,0) As previsões para a próxima eleição para Prefeito demonstram desejo de mudança e, ao mesmo tempo, desconfiança nos novos projetos. No exemplo, não há subordinação entre orações, uma vez que o período é formado de apenas UMA oração. Observamos, no entanto SUBORDINAÇÃO entre os termos oracionais. No Mateus Gomes Rangel Português III sintagma desejo de mudança, o sintagma “de mudança” subordina-se ao substantivo “desejo” como seu complemento, isto é, “de mudança” é função de “desejo”, depende sintaticamente do substantivo, o que significa subordinação. Também em desconfiança nos novos projetos, “nos novos projetos” é complemento do substantivo “desconfiança”, é subordinado ao referido substantivo. Por outro lado entre os dois sintagmas DESEJO DE MUDANÇA e DESCONFIANÇA NOS NOVOS PROJETOS, há uma relação de coordenação, já que ambos têm o mesmo valor sintático, a mesma função: são objetos diretos da forma verbal demonstram e estão ligados pela conjunção coordenativa E. 5. Considerando o que é apresentado na Aula 10 do caderno didático, página 14, a seguir transcrito, comente o papel modalizador das orações principais dos períodos abaixo: (2,0) “Algumas matrizes ou a oração principal podem expressar também uma avaliação do conteúdo expresso na subordinada substantiva (DIAS; MOURA, 2011). (...) Assim, alguns verbos ou adjetivos que ocorrem na oração principal podem apresentar algumas propriedades semânticas modalizadoras em relação à oração subordinada subjetiva (NEVES, 2000)". a) [Não é correto] omitir uma informação tão importante. b) [É obrigatório] que usemos cinto de segurança. Segundo os autores mencionados, as OP podem indicar valores atribuídos às orações subordinadas. No exemplo do item “a”, o adjetivo CORRETO da OP indica avaliação subjetiva do conteúdo da subordinada: modalização avaliativa. No exemplo do item “b”, o adjetivo OBRIGATÓRIO indica que o conteúdo da subordinada é entendido como obrigatório: modalização deôntica. Mateus Gomes Rangel Português III AULA 8 - CORRELAÇÃO ATIVIDADE: Embora alguns gramáticos vejam as orações correlativas como um processo diferenciado da coordenação e da subordinação, a maioria concorda com a ideia de que a correlação pode apresentar-se com características de ambos os processos de articulação de orações. Verifique, então, nos períodos seguintes quais os correlatores, identifique a prótase e a apódose e justifique sua resposta. (1) Não só costumava ler os jornais pela manhã, como também assistia aos telejornais à noite. O exemplo (1) apresenta a prótase (“Não só costumava ler os jornais pela manhã”), e a apódose (“como também assistia aos telejornais à noite”). Os correlatores são: não só ... como também. É uma correlação aditiva. (2) Em muitos cartórios, os cargos não apenas são preenchidos por parentes, mas também são indicados por tabeliães sem concurso. O exemplo (2) apresenta a prótase - “Em muitos cartórios, os cargos não apenas são preenchidos por parentes” - e a apódose é “mas também são indicados por tabeliães sem concurso.” Os correlatores são: nãoapenas ... mas também. É uma correlação aditiva. (3) Os governantes estavam tão preocupados, que consideraram o caso como de calamidade pública. O exemplo (3) apresenta a prótase até “preocupados” e a apódose toda a segunda oração. Os correlatores são tão (...) que. É uma correlação consecutiva, portanto possui traços da hipotaxe adverbial. (4) O animal ora atacava, ora se defendia. O exemplo (4) apresenta a prótase “O animal ora atacava” e a apódose “ora se defendia”. Os correlatores são ora...ora. É uma correlação alternativa, logo, poderia também ser classificada como uma coordenada alternativa. Mateus Gomes Rangel Português III AULA 9 – SUBORDINAÇÃO: CARACTERIZAÇÃO, INSTRUMENTOS. ORAÇÕES SUBSTANTIVAS EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES SOBRE ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS 1 - No período: "Consideramos que sua ideia é muito boa”, a oração sublinhada tem, em relação à primeira, valor de: a) substantivo e função sintática de sujeito. b) advérbio e função sintática de adjunto adverbial de modo. c) adjetivo e função sintática de predicativo do sujeito. d) substantivo e função sintática de objeto direto. e) substantivo e função sintática de complemento nominal. 2 - Relacione as orações subordinadas substantivas assinaladas à classificação adequada: (De acordo com a NGB) (5) Era impossível que ele terminasse o trabalho no mesmo dia. ( 1 ) Oração subordinada substantiva objetiva direta. (2) O novo técnico deu certeza de que ele viria. ( 2 ) Oração subordinada substantiva completiva nominal. (1) Eles jamais aceitariam que os funcionário os desacatasse. ( 3 ) Oração subordinada substantiva agente da passiva. (5) Não será necessário que você compareça ao escritório. ( 4 ) Oração subordinada substantiva objetiva indireta. (4) Todos desconfiam de que ele nos enganou. ( 5 ) Oração subordinada substantiva subjetiva. (3) O trabalho será feito por quem passar na seleção. 3 - Em relação à classificação das orações subordinadas substantivas, considere certa ou errada a classificação das orações assinaladas, justificando sua resposta: a) É evidente que ele não acredita em nossas explicações! (oração subordinada substantiva predicativa) Errada, porque a oração em destaque exerce a função de sujeito da oração principal. b) Convém que você estude melhor a proposta. (oração subordinada substantiva subjetiva) Certa, porque a oração em destaque exerce a função de sujeito da oração principal Mateus Gomes Rangel Português III c) Tenho a impressão de que Ana não gosta de mim. (oração subordinada substantiva completiva nominal) Certa, porque a oração em destaque exerce a função de complemento nominal do substantivo impressão, situado na oração principal. d) De você quero apenas uma coisa: que me deixe em paz. (oração subordinada substantiva apositiva) Certa, porque a oração em destaque exerce a função de aposto, explicando, esclarecendo o substantivo coisa, termo da oração principal. e) Lembre-se de que somos amigos. (oração subordinada substantiva completiva nominal) Errada, porque a oração em destaque exerce a função de complemento do verbo presente na oração principal: lembre-se. 4 - Na sentença: “Perguntei se seria justo que o zelador ouvisse tantos desaforos”, as orações destacadas são, respectivamente: a) Ambas subordinadas substantivas objetivas diretas. b) Ambas subordinadas substantivas subjetivas. c) Subordinada substantiva objetiva direta e subordinada substantiva subjetiva. d) Subordinada substantiva objetiva direta e subordinada substantiva objetiva indireta. 5. Complete os períodos com orações subordinadas substantivas e classifique-as: a) Descobriu-se que a verdade é outra. - oração subordinada substantiva subjetiva. b) Estou receoso de que ela não aceite minhas desculpas. - oração subordinada substantiva completiva nominal. c) Não é verdade que estou chateado com você. - oração subordinada substantiva subjetiva. d) A novidade é que Pedro conseguiu um trabalho. - oração subordinada substantiva predicativa. e) Ele prometeu aos filhos aos filhos que os levaria à praia. - oração subordinada substantiva objetiva direta. Mateus Gomes Rangel Português III AULA 10 - ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS: FIXAÇÃO DE CONTEÚDOS - Apresentar, numa abordagem funcionalista, a subordinada substantiva como um constituinte da oração principal, e a oração principal como propícia a expressar determinados valores semânticos. - 1. identificar os tipos de orações substantivas; O funcionalismo destaca, contudo, as peculiaridades das duas últimas: na função predicativa, a oração predicativa seleciona um sujeito e, na função apositiva, a oração apositiva detalha um nome de uma oração anterior, o que leva alguns teóricos a considerar esta Última como parte das relações coordenadas. FRASE CLASSIFICAÇÃO EXPLICAÇÃO Meu desejo é que haja paz Oração Subordinada Substantiva Predicativa (Função de Predicativo) Verbo de ligação “é” + conjunção integrante “que” fará com que a oração subordinada seja predicativa. Meu desejo é um só: que haja paz! Oração Subordinada Substantiva Apositiva (Função de Aposto) Os dois pontos “:” indicam o aposto. Convém que haja paz. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva (Função de Sujeito) Quando não encontramos o sujeito na oração principal e na sequência uma conjunção integrante “que” ou “se”, a próxima oração fará a função sintática de sujeito. Eu acho que necessitamos de paz Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta (Função de Objeto Direto) O verbo da oração principal é “transitivo direto” (acho). Neste caso a oração subordinada faz a função sintática de objeto direto. Necessito de que haja paz. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta (Função de Objeto Indireto) A oração principal inicia com um “sujeito oculto” e a oração subordinada possui uma “preposição” (de) antes da “conjunção integrante” (que) complementando um “verbo” (Necessito). Tenho medo de que esses assessores me traiam Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal (Função de Complemento Nominal) Quando temos na oração principal uma “preposição” (de) complementando um “substantivo abstrato” (medo), temos na oração subordinada um “complemento nominal”. Mateus Gomes Rangel Português III 2. reconhecer alguns dos valores semântico pragmáticos expressos pela oração principal. Foram destacados apenas alguns valores semânticos de verbos e de nomes que ocorrem na oração principal e funcionam como predicadores ou selecionadores. Os verbos transitivos podem indicar os seguintes valores semânticos: elocução (dizer, declarar, informar etc.), volitivos (querer, desejar), causativos (deixar, fazer, mandar), perceptivos (ver, ouvir), cognição (saber e aprender), de modalidade (deôntica, epistêmica), entre outros valores semânticos. Mateus Gomes Rangel Português III AULA 11 - SUBORDINAÇÃO: ORAÇÕES ADJETIVAS 1. reconhecer a função adjetiva das orações; ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS São ligadas por pronomes relativos: que (podendo ser substituído por “o qual/ os quais” sem incorrer em perca de valor semântica), quem, quando, cujo, cuja, o qual, a qual, onde. RESTRITIVAS “Os jovens que estão acostumados com as novas tecnologias encontram boas oportunidades de trabalho.” A ausência da vírgula restringe e especifica o termo genérico “jovem” a apenas os jovens “que estão acostumados com as novas tendências.”. EXPLICATIVAS “Os jovens, que estão acostumados com as novas tecnologias, encontram boas oportunidades de trabalho.” A explicativa por sua vez faz o uso da vírgula “,” de modo a trazer um relevo sobre a expressão “os jovens” comunicando através desta expressão a ideia de “todos os jovens” de forma mais ampla e genérica. Isso causado apenas pelo uso da vírgula. 2. empregar preposições antes de pronomes relativos no registro culto; A respeito do emprego do pronome relativo “cujo”, Azeredo (1990, p. 59) destaca que ele vem imediatamente seguido do nome que determina e com o qual concorda em gênero e número (“o pássaro cujo peito é vermelho”; “a cidade cujas igrejas são barrocas”), embora nós saibamos que usualmente muitos construam frases do tipo: “Esse é o pássaro que o peito é vermelho”, ou “Esse é o pássaro que o peito dele é vermelho”. 3. empregar adequadamente “cujo” e suas variações. “Cujo” só é utilizado quando se indica posse, isto é, se algo pertence a alguém. A concordância em gênero e número é feita com a palavra seguinte ao “cujo”. Ex: O projeto, cujo funcionário responsável está viajando, já está pronto. Embora comum, é errado usar artigos definidos depois do pronome. A equipe cujo o resultado foi o melhor terá financiamento. (Uso inadequado) Os artigos devem ser unidos ao “cujo”: cujo + o = cujo / cujo + a = cuja / cujo +os = cujos / cujo + as = cujas. Exs: A equipe cujo resultado foi o melhor terá financiamento. (Uso correto) ‘ Cuidado também quando o verbo seguinte ao “cujo” for regido por preposição, pois ela não pode ser omitida. Exs: Aquela é a empresa a cuja diretora me refiro (quem se refere, refere-se a). Esta é a funcionaria com cujas ideias todos concordam (quem concorda, concorda com). Mateus Gomes Rangel Português III AULA 12 - ORAÇÕES ADJETIVAS: ABORDAGEM FUNCIONALISTA. FUNÇÕES DOS RELATIVOS 1 – Identifique as funções sintáticas das orações subordinadas e indique as propriedades semântico-discursivas da oração principal sublinhada. (2,0) a) Nota-se que as provas têm sido menos complexas. b) Pudemos observar que as provas têm sido menos complexas. c) Alguns supunham que o candidato X venceria a eleição. d) As autoridades exigiram que os moradores cuidassem das ruas. a) sujeito - Cognitiva: expressa conhecimento do sujeito da oração principal acerca de eventos do mundo real. b) objeto direto -Cognitiva: expressa conhecimento do sujeito da oração principal acerca de eventos do mundo real. c) objeto direto –avaliativa: expressa o julgamento do falante, tendo em vista conhecimento da realidade política. d) objeto direto - modalizador deôntico, tipo de modalidade que diz respeito às noções de obrigatório, permitido e proibido. 2.Comente a questão a que o fragmento abaixo se refere e construa exemplos que ilustrem seus comentários. Para Azeredo(1990:96), as orações adjetivas modificam um nome ou um pronome e podem vir integradas no SN, como um adjunto, ou logo após ele, como um aposto. O texto se refere ao papel sintático das orações adjetivas. Essas orações são introduzidas por um pronome relativo e retomam o significado de um substantivo (nome ou pronome) da OP (o antecedente do relativo). Seu papel sintático poderá ser de adjunto adnominal, quando restringe, ajuda a identificar o significado do antecedente e, por isso, classifica-se como subordinada adjetiva restritiva. Ex.: Os jovens [que foram classificados no programa do governo] viajaram para Madrid]. Nesse caso, nem todos os jovens foram classificados, mas apenas os classificados viajaram. Pode também acrescentar uma mera explicação ao significado do antecedente, como um aposto, razão pela qual será classificada como adjetiva explicativa (NGB) ou não restritiva (Azeredo). Ex.: Os jovens, [que foram classificados no programa do governo], viajaram para Madrid]. No exemplo, todos os jovens foram classificados e, consequentemente, todos viajaram. 3. Em cada item (I e II) a seguir, há dois períodos semelhantes. I A- Leu tanto que ficou com dor de cabeça. B - Leu muito de modo que ficou com dor de cabeça. Mateus Gomes Rangel Português III II C- Ou estudarei ou serei reprovado! D- Estudarei ou serei reprovado! Considerando-se a existência da correlação como processo autônomo no português, responda: a) Como você classifica as orações desses períodos? b) Qual a diferença discursiva entre os períodos A e B (do item I)? E entre os períodos C e D (do item II)? Considerando-se a correlação como processo diferenciado da coordenação e da subordinação, as orações em I: no 1.º período: são CORRELATIVAS CONSECUTIVAS; e no 2.º período: Leu muito - coordenada assindética; de modo que ficou com dor de cabeça – coordenada sindética consecutiva. Em ambas, há a noção de causa / consequência, mas no 1.º exemplo, enfatiza-se a situação expressa, o que não ocorre no 2.°. as orações em II: no 1.º período: são CORRELATIVAS ALTERNATIVAS; e no 2.º período: Estudarei – coordenada assindética; ou serei reprovado! – coordenada sindética conclusiva. Em ambas, há a noção de alternância, mas no 1.º exemplo, enfatiza-se a situação expressa, o que não ocorre no 2°. 4. Explique a diferença entre coordenação e subordinação com base nos sintagmas destacados na estrutura sintática a seguir transcrita. As previsões para a próxima eleição para Prefeito demonstram desejo de mudança e, ao mesmo tempo, desconfiança nos novos projetos. A coordenação é um mecanismo sintático por meio do qual associam-se termos de mesmo nível funcional, independentes sintaticamente, com a formação de sequências. Pode- se exemplificar com a sequência: desejo de mudança e desconfiança nos novos projetos, em queos elementos destacados têm a função de núcleos do objeto direto da forma verbal mostraram (um sintagma não é função do outro). Por sua vez, a subordinação é um mecanismo sintático por meio do qual se associam termos entre os quais há uma dependência sintática (um deles é o determinante e o outro é o determinado), com a formação de sintagmas. No exemplo, os sintagmas desejo de mudança e desconfiança nos novos projetossubordinam-se ao verbo, na função de seu objeto direto. Há, assim, uma relação de subordinação dos dois sintagmas ao verbo. Mateus Gomes Rangel Português III 5. Considerando o que é apresentado na Aula 10 do caderno didático, página 14, a seguir transcrito, comente o papel modalizador das orações principais dos períodos abaixo: (2,0) “Algumas matrizes ou a oração principal podem expressar também uma avaliação do conteúdo expresso na subordinada substantiva (DIAS; MOURA, 2011). (...) Assim, alguns verbos ou adjetivos que ocorrem na oração principal podem apresentar algumas propriedades semânticas modalizadoras em relação à oração subordinada subjetiva (NEVES, 2000)". a) Não é correto omitir uma informação tão importante. A oração principal "não é correto" apresenta modalização avaliativa, visto que expressa o julgamento negativo do falante em relação ao conteúdo da oração subordinada. b) É obrigatório que usemos cinto de segurança. A oração principal "é obrigatório" manifesta modalização deôntica, já que expressa o sentido de obrigatoriedade em relação ao conteúdo da oração subordinada. Mateus Gomes Rangel Português III AULA 13 - EMPREGO DE CONECTORES. FUNÇÕES SEMÂNTICAS E DISCURSIVAS. EFEITOS DE EXPRESSIVIDADE 1 – Explique a seguinte afirmativa e ilustre sua resposta com exemplos dos contextos referidos em a) e b): O rótulo de subordinação indica a relação de dependência a) entre sentenças e b) entre um núcleo lexical (substantivo, adjetivo, verbo) e os seus adjuntos e / ou complementos. RESPOSTA: Subordinar é estabelecer uma relação entre dois elementos linguísticos, de modo que um passa a ser função do outro. Isso quer dizer que haverá entre os dois uma relação de dependência. Examinem-se os exemplos: a) [Maria disse] [que participaria da solenidade]: a segunda oração (ou cláusula ou sentença, de acordo com o funcionalismo) estabelece com a forma verbal dizer uma relação de dependência, uma vez que funciona como seu argumento, seu objeto direto . b) Age certo [por temor a Deus]: o sintagma prepositivo a Deus liga-se ao substantivo temor com o qual contrai uma relação de dependência, pois funciona como seu argumento, na função de complemento nominal. 2 – A afirmação abaixo é VERDADEIRA ou FALSA? Justifique sua resposta. Conjunções subordinativas e pronomes relativos são instrumentos gramaticais da subordinação. VERDADEIRA. São as conjunções subordinativas e os pronomes relativos que conectam, articulam orações a termos de outras e fazem com que as primeiras (subordinadas) se comportem como funções dessas últimas (principais). As subordinadas vão exercer nas principais funções típicas de substantivos, de adjetivos ou de advérbios (NGB). Segundo o funcionalismo, essa orações serão as substantivas ou as adjetivas restritivas (não incluem as adverbiais). 3. Complete os períodos com orações subordinadas substantivas e classifique as orações por você elaboradas. a) É improvável que consigamos descobrir o culpado das explosões em Boston. b) Acontece que o conselho já tinha chegado a uma decisão sobre o problema. c) Sabe-se que hoje a vida tem mais qualidade. d) Foi amplamente divulgado que o candidato da situação foi o vencedor das eleições. Todas as orações são subordinadas substantivas subjetivas OBSERVAÇÃO: Resposta pessoal, salvo a classificação. Mateus Gomes Rangel Português III 4. Comente os períodos a seguir e apresente as possibilidades de classificação das orações que integram cada um deles. a) [Alguns cursos de Direito obtiveram nota tão baixa no ENADE] [ que o MEC suspendeu novos vestibulares para esses cursos]. b) [O professor não só transmite informações] [como também, segundo o MEC, é um orientador da família]. De acordo com a gramática tradicional, no primeiro período, a primeira oração é O.P. e a segunda é uma subordinada adverbial consecutiva. No segundo período, a primeira oração é coordenada assindética e a segunda é coordenada sindética aditiva. Esses estudos reconhecem a existência de termos correlatos (entre os quais há uma relação de interdependência ou paradependência) que estabelecem a ligação entre as orações, mas não aceitam que essa relação signifique a autonomia do processo de correlação. Para esses autores, os mecanismos de articulação de orações são a coordenação e a subordinação. Para outros estudiosos, os dois períodos são correlatos, o primeiro consecutivo e o segundo aditivo, de modo que consideram a correlação como processo diferente da subordinação e da coordenação. 5. Numere as frases, de modo a classificar o tipo de correlação nos períodos seguintes. ( 4 ) Quanto mais o Tribunal proíbe, mais aparecem propagandas fora de época. ( 5 ) A vida agora está mais cara do que na minha infância. ( 1 ) Tal foi a dificuldade do exercício que machuquei as costas. ( 2 ) Não só queria o amor do marido, mas também sua fidelidade absoluta. ( 3 ) Ou decidimos por um critério uniforme ou as avaliações serão sempre injustas. ( 1 ) Correlação consecutiva. ( 2 ) Correlação aditiva ( 3 ) Correlação alternativa ( 4 ) Correlação proporcional. ( 5 ) Correlação comparativa Mateus Gomes Rangel Português III AULA 14 - ORDENAÇÃO DE ORAÇÕES – PADRÕES DE COLOCAÇÃO. EFEITOS EXPRESSIVOS DA COLOCAÇÃO 1) Reconhecer o tratamento tradicional dado à ordenação de orações no âmbito do período composto; a) As alterações na ordem dos termos da oração ou das orações no interior do período são consideradas procedimentos desviantes, fora do padrão esperado. b) Como são “desviantes”, supõe-se que não seriam os procedimentos mais habituais na língua, ou seja, esses usos não representariam grande frequência de uso. c) Não há consenso quanto aos “limites” de cada figura de sintaxe (ou de construção). Assim, por exemplo, há diferentes concepções para o hipérbato e para a sínquise. Isso significa também que nem sempre é fácil classificar as inversões de ordem pelos conceitos apresentados pelos autores. d) Dispensa-se pouca ou nenhuma atenção à ordem das orações no período. Em geral, as observações são mais destinadas à reflexão acerca da ordem dos termos na oração. FIGURA DE SINTAXE DEFINIÇÃO EXEMPLO OBSERVAÇÃO ANÁSTROFE “é o tipo de inversão que consiste na anteposição do determinante (preposição + substantivo) ao determinado” Cunha e Cintra (2001, p. 627). Vingai a pátria ou valentes / Da pátria tombai no chão! A ordem “natural” desses versos seria: “Vingai a pátria ou valentes/Tombai no chão da pátria”. Conforme Cunha e Cintra (2001) “as Anástrofes não associam a anástrofe ao campo das relações entre orações, ou seja, essa figura de sintaxe não operaria no nível do período composto.” HIPÉRBATO O hipérbato “é a separação de palavras que pertencem ao mesmo sintagma, pela intercalação de um membro frásico” Cunha e Cintra (2001, p. 627). Essas que ao vento vêm / Belas chuvas de junho! A ordem natural: “Essas belas chuvas de junho que ao vento vêm!” Trata-se, portanto, de um hipérbato, pois houve separação de palavras que pertencem a um mesmo sintagma. Conforme Cunha e Cintra (2001) “em sentido corrente, [...] hipérbato é termo genérico para designar toda inversão de ordem normal das palavras na oração, ou da ordem das orações no período, com finalidade expressiva”. ANACOLUTO “é a mudança de construção sintática no meio do enunciado, geralmente depois de uma pausa sensível” Cunha e Cintra (2001, p. 630). Umas carabinas que guardava atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão imprestáveis. Os gramáticos consideram o anacoluto como uma situação em que não há um “seguimento normal” da frase, ou seja, novamente se retoma a ideia de desvio. SÍNQUISE “inversão de tal modo violenta das palavras de uma frase, que torna difícil a sua interpretação” (Cunha; Cintra, 2001, p. 628). Lícias, pastor – enquanto o sol recebe, Mugindo, o manso armento e ao largo espraia, Em sede abrasa, qual de amor por Febe – Sede também, sede maior, desmaia. (Alberto de Oliveira) ORDEM NATURAL: Lícias, pastor – enquanto o manso armento recebe o sol e, mugindo, espraia ao largo –, abrasa em sede, qual de amor por Febe, sede também, sede maior. É pouquíssimo provável (diríamos quase impossível) haver exemplos de sínquise na linguagem do dia a dia. Aliás, até mesmo em textos escritos modernos, essas construções são raríssimas ou inexistentes. Mateus Gomes Rangel Português III 2) Comparar o tratamento tradicional com o das abordagens mais atuais, no que diz respeito à ordenação das orações. Segundo os estudos da linguística funcional centrada no uso, a ordem das orações não pode ser considerada gratuita e nem desviante, como indicam os gramáticos normativos. Ao contrário, a ordem das orações revela importantes aspectos organizacionais do discurso. Encontramos algumas propriedades em comum, no que tange à anteposição das concessivas. De uma forma geral, essas concessivas preparam o ouvinte/leitor para a informação que a sucede. Funcionam, dessa forma, como uma espécie de guia ou fio condutor pelo qual a argumentação será empregada. Nos termos de Cunha, Oliveira e Martelotta (2003), funcionam como fundo para a informação mais central que virá em seguida. CONCLUINDO: A primeira abordagem, calcada na gramática tradicional, é mais restritiva, reservando à inversão da ordem um caráter desviante do comum. Por outro lado, comprovamos que a linguística pode auxiliar na descrição gramatical ao lançar luzes sobre aspectos cognitivos, semântico-pragmáticos dos fenômenos linguísticos. Foi pelo viés da linguística funcional centrada no uso que analisamos as construções concessivas antepostas, pospostas e intercaladas. Mateus Gomes Rangel Português III ANTEPOSTAS Preparam o ouvinte/leitor para a informação que a sucede. Funcionam como uma espécie de guia ou fio condutor pelo qual a argumentação será empregada. Nos termos de Cunha, Oliveira e Martelotta (2003) ela trabalha um argumento “mais fraco” e em seguida um argumento “mais forte”. POSPOSTAS Ativam um mecanismo de focalização de elementos da principal. Via de regra, um elemento é eleito como mais importante ou saliente e é retomado ou focalizado na concessiva posposta. As pospostas funcionam como uma espécie de observação a posteriori, adendo ou pós- reflexão INTERCALADAS/NOMINALIZADAS Produzem uma quebra no fluxo discursivo, com vistas a uma maior topicidade, desempenhando a função pragmática de foco, justamente por apresentarem informação mais saliente em posição de destaque. Isso contribui para uma carga ainda maior de argumentatividade. Mateus Gomes Rangel Português III AULA 15 - TERMOS ORACIONAIS E CLASSES DE PALAVRAS: FUNÇÕES SINTÁTICAS, SEMÂNTICAS E DISCURSIVAS DAS CLASSES (PARTE I) 1) Identificar e relacionar classes de palavras – substantivo e adjetivo – aos termos oracionais sujeito e objeto, na função substantiva (núcleo) e na função adjetiva (adjunto adnominal); Segundo Castilho (2010), adjetivo e substantivo compartilham propriedades morfológicas de gênero e número, mas se afastam nos seguintes quesitos: a) O adjetivo aceita flexão de grau, expressa por sufixos produtivos, ou seja, sufixos mais usados pelos falantes. b) O adjetivo pode ser criado por derivação de modo, como em amável. c) O adjetivo aceita a derivação em –mente transformando-se em advérbio, como em sabiamente. d) O adjetivo aceita a derivação por quantificação, como em estudioso. Mas, quanto à sintaxe, podemos verificar que: i) O adjetivo ocorre na função atributiva, temos o adjunto adnominal. ii) O adjetivo ocorre como predicativo. iii) O adjetivo pode ser pré-modificado por intensificador como em muito caro. iv) O adjetivo pode assumir formas comparativas e superlativas, como tem um livro mais caro do que o caderno, um livro caríssimo. Do ponto de vista semântico, o adjetivo pode ser modalizador, qualificador e quantificador. Vamos observar, nos exemplos, componentes da sintaxe, da morfologia e da semântica. MODALIZADOR: verbaliza uma avaliação pessoal do falante sobre o conteúdo do substantivo. O significado resultante mostra a intervenção do falante. QUALIFICADOR: afeta as propriedades do substantivo, de modo a agregar traços. Pode qualificar, graduar a propriedade ou mostrar alguma aspectualização. QUANTIFICADOR: modifica a extensão do substantivo, adicionando ou subtraindo traços semânticos de um conjunto. 2) identificar e relacionar classes de palavras – pronomes e numerais – aos termos oracionais, sujeito e objetos, na função substantiva (núcleo) e na função adjetiva (adjunto adnominal). PRONOME: O semântico-discursivo abarca a propriedade dos pronomes de representar as pessoas do discurso, a dêixis (1ª, 2ª e 3ª pessoa do singular/plural) e de permitir o caminho da foricidade, ou seja, a retomada ou antecipação de participantes, o que nos leva à anáfora e à catáfora, que pertencem à foricidade. O aspecto gramatical da categoria diz respeito às propriedades morfológicas de caso, número/pessoa e gênero. O caso pode ser observado através da marcação na própria palavra, que é o caso dos pronomes pessoais. Quanto à sintaxe, o pronome pode apresentar relação de proximidade ou adjacência, se a forma pronominal acompanha o substantivo; ou de substituição, quando o pronome substitui o substantivo (CASTILHO, 2010 e NEVES, 2000). Assim, os pronomes podem, sintaticamente, ser agrupados por adjacência, ou função adjetiva, e substituição, ou função substantiva. a) pronomes possessivos, demonstrativos e quantificadores (acompanham os substantivos); b) pessoais (somente na 3ª pessoa, há substituição). Mateus Gomes Rangel Português III NUMERAIS: Os numerais servem para atribuir quantidade ou termos numéricos aos seres. Podem ser cardinais, ordinais, multiplicativos, fracionários, coletivos, partitivos e romanos. Selecionaremos apenas os dois primeiros. Alguns cardinais concordam em gênero e número com o substantivo, mas todos os ordinais estabelecem a referida concordância CONCLUSÃO: Abordamos as classes de palavras – substantivo, adjetivo, pronomes e numeral. O substantivo funciona como núcleo das funções sintáticas: sujeito e objetos. Alguns substantivos podem funcionar como adjetivo, o que vai depender do modo como o falante faz a combinação na frase. Alguns dos pronomes podem exercer a função de substantivo, sendo núcleos das funções sintáticas anteriormente citadas. As demais classes podem exercer a função sintática de adjunto adnominal do núcleo substantivo, no interior das funções sintáticas selecionadas. O adjetivo pode ainda funcionar, sintaticamente, como predicativo. Mateus Gomes Rangel Português III AULA 16: TERMOS ORACIONAIS E CLASSES DE PALAVRAS: FUNÇÕES SINTÁTICAS, SEMÂNTICAS E DISCURSIVAS DAS CLASSES (PARTE II) 1. identificar a classe de palavra advérbio e relacioná-la ao papel sintático que desempenha na oração ou sentença; O advérbio é invariável e modifica ou acompanha um verbo, um adjetivo ou a si mesmo. Segundo a NGB, os advérbios podem ser classificados como de: lugar, tempo, modo, negação, dúvida, intensidade e afirmação. Tempo ontem, já, agora, afinal, tarde, breve, nisto, então. Lugar aqui, lá, fora, acima, longe, onde, detrás, além. Modo bem, mal, depressa, assim, melhor, como, aliás, -mente. Intensidade muito, pouco, tão, menos, demasiado, tanto, meio. Dúvida talvez, acaso, provavelmente, certo, decerto, quiçá. Afirmação sim, certamente, realmente, deveras, efetivamente. Negação não, tampouco. 2. identificar as classes de palavras artigos e preposições e relacioná-las aos papéis sintáticos que desenvolvem na oração ou sentença. Bechara (1999, p. 110-112) classifica artigos, preposições e conjunções como palavras morfemáticas, elementos que pertencem ao universo da gramática, isto é, dotados de significado instrumental na língua. As palavras instrumentais não representam dados do mundo extraverbal, como os seres (mesa, amor) e as ações (amar), mas têm papel estruturador, servem para combinar as que concretizam os elementos da realidade externa à da gramática. ARTIGOS Os artigos são palavras variáveis que se antepõem aos substantivos com valor semântico demonstrativo e com função de adjunto adnominal. De acordo com a NGB, os artigos se dividem em definidos (o, a, os, as) e indefinidos (um, uma, uns, umas), mas autores tais como Bechara (1999, p. 153) e Azeredo (2000, p. 125) mencionam como artigos apenas o, a, os, as – os definidos – e consideram um, uma, uns, umas variedades dos pronomes indefinidos. PREPOSIÇÕES Chamam-se preposições as palavras invariáveis que estabelecem relações entre termos oracionais de modo que o significado do primeiro (antecedente) é especificado ou complementado pelo segundo (consequente). VALORES SEMÂNTICOS: assume os significados de “companhia”(viajo com meu marido); “modo” (trabalho com prazer); “instrumento” (ferido com a tesoura); “causa” (tremia com pavor da prova); “oposição” (guerreou com os inimigos), atribuídos por nosso saber sobre as coisas. 1º GRUPO: DINAMICIDADE (a relação que a preposição estabelece indica movimento): a, contra, até, para, por, de e desde. Vou a Paris (movimento de aproximação). Venho de Paris (movimento de afastamento). Saímos da escola (movimento de afastamento). 2º GRUPO: NÃO MOVIMENTO: a relação implica um não movimento ou uma situação daí resultante: ante, trás, sob, sobre, com, sem, em e entre. Chegou a tempo. Chorava de fome. Concordo com suas decisões. Mateus Gomes Rangel Português III AULA 17: ORDENAÇÃO DE TERMOS: ASPECTOS SINTÁTICOS E SEMÂNTICOS 1. Identificar o padrão de ordem dos constituintes da oração; PRÓCLISE O pronome me está antes do verbo (proclítico). Ex.: Eu me vesti para a festa, na casa da costureira (pronome + verbo = próclise). MESÓCLISE O pronome fica entre o radical e a desinência verbal (mesoclítico). Ex.: Vestir-me-ei para a festa, na casa da costureira (radical + pronome + desinência verbal = mesóclise). ENCLISE O pronome é colocado depois do verbo (enclítico). Ex.: Vesti-me para a festa na casa da costureira (verbo + pronome = ênclise). EM TODOS OS CASOS A SUA FUNÇÃO SERÁ SEMPRE A DE OBJETO DIRETO DO VERBO VESTIR-SE. Ordem direta: Sujeito, Verbo e Completo. Ex.: Penso muito nele. Ordem Inversa: Alteração da Ordem direta. Ex.: Nele, penso muito. Topicalização: isto é, a colocação do termo que se quer realçar/enfatizar no início da oração. Geralmente o tópico é seguido de vírgula. Ex.: O homem, criou D’us a sua imagem e semelhança. Adjetivos funcionando como adjunto adnominais: O adjunto adnominal é aquele que complementa o sujeito, logo, o adjetivo colocado antes ou depois do substantivo exercerá a função de adjunto adnominal. Se colocado antes será qualitativo, depois, descritivo. a) Quando um adjetivo é colocado DEPOIS do substantivo, ele exercerá a função de Adjunto Adnominal. Pois o adjetivo apresenta valor objetivo, meramente DESCRITIVO (PREDICATIVO). Ex.: campos verdes; dia triste, homem gordo. b) Quando um adjetivo é colocado ANTES do substantivo, ele exercerá a função de Adjunto Adnominal, mas será considerado QUALITATIVO (ATRIBUTIVO). Ex.: verdes campos, triste dia, trágica notícia. Advérbios: Antes dos adjetivos ou de outros advérbios, eles sempre aparecerão antes. - modo: depois do verbo. - tempo ou lugar: antes ou depois do verbo. - negação: antes do verbo. Inversão Verbo + Sujeito: A inversão verbo + sujeito é exclusivamente de natureza gramatical e ocorre em: orações interrogativas, frases exclamativas, verbo no imperativo, orações com o verbo “dizer”, “perguntar” e “responder” e sinônimos, com o verbo “existir”, com verbos intransitivos cujos sujeitos só podem ser de terceira pessoa, verbos na voz passiva pronominal e sujeito representado por uma oração vem normalmente depois do verbo da oração principal. Ordem das orações no período: Também as orações que formam o período composto seguem um padrão de colocação, como observaremos a seguir. a) As orações principais podem vir antes – sua posição normal – ou depois das subordinadas. Ex.: Chegarei cedo se puder (OP + OS). b) As subordinadas adjetivas vêm depois dos seus antecedentes (que estão na OP). Ex.: Há livros que merecem várias leituras. c) A oração subjetiva vem, geralmente, depois do verbo da oração principal, conforme se comentou em “A inversão verbo + sujeito”, no item h. Ex.: Parece que o trem atrasou. Mateus Gomes Rangel Português III d) A oração causal iniciada por como vem, habitualmente, antes da oração principal. Ex.: Como o resultado do exame foi negativo, todos ficaram aliviados. 2. Relacionar a ordem dos termos aos seus papéis sintáticos e semânticos. Cada termo, isto é: classe de palavras pode realizar um papel sintático (complementos verbiais: objetos direto ou indireto, e nominais: substantivo, adjetivo ou advérbio), assim como as preposições e advérbios podem denotar valores semânticos de: finalidade, instrumento, companhia, intensidade, modo, causa, oposição....
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