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CAP. 01 INTRODUÇÃO À HIDRÁULICA Prof. Fabiano da Veiga HIDRÁULICA • Etimologia – do grego – Hydor – água – Aulos – tubo, condução • O significado atual é mais amplo • Estudo do comportamento da água e de outros líquidos, quer em repouso, quer em movimento • É responsável pelo conhecimento das leis que regem o transporte, a conversão de energia, a regulação e o controle do fluido agindo sobre suas variáveis (pressão, vazão, temperatura, viscosidade, etc). HIDRÁULICA – SUBDIVISÕES • HIDRÁULICA GERAL OU TEÓRICA – Hidrostática – fluídos em repouso ou em equilíbrio – Hidrodinâmica – refere-se às velocidades, às acelerações e às forças que atuam em fluídos em movimento • HIDRÁULICA APLICADA OU HIDROTÉCNICA – Aplicação prática dos conhecimentos acima. – Exemplos de áreas de atuação SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA SISTEMA DE IRRIGAÇÃO INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA GERAÇÃO DE ENERGIA BARRAGENS VERTEDORES / EXTRAVASORES CANAIS • 3750 A.C. – Mesopotâmia – canais de irrigação (Rios Tigres e Eufrates) • 2500 A.C – Egito – irrigação e lago artificial (Rio Nilo) • 691 A.C. – Assíria – primeiro sistema público de abastecimento • 250 A.C. – Grécia – princípios da Hidrostática – Arquimedes • 150 A.C – Roma - Aquedutos UM POUCO DE HISTÓRIA EVENTOS HISTÓRICOS NO BRASIL • 1723 – Primeiro sistema de abastecimento de água – Rio de Janeiro / RJ • 1864 – Primeira cidade com rede de esgotos – Rio de Janeiro / RJ • 1883 – Primeira hidrelétrica para mineração – Diamantina / MG • 1889 – Primeira hidrelétrica para abastecimento – Juiz de Fora / MG – Usina de Marmelos, inaugurada em 05/09/1889, com potência de 3x 125 kW – Como referência => Usina de Itaipu – 14 GW USINA DE MARMELOS DIMENSÕES FUNDAMENTAIS E SUAS UNIDADES UNIDADES DERIVADAS NOÇÕES SOBRE CONVERSÃO DE UNIDADES FLUÍDOS – DEFINIÇÕES • FLUÍDOS são substâncias ou corpos cujas moléculas ou partículas têm a propriedade de se mover, umas em relação às outras, sob a ação de forças de mínima grandeza (Azevedo Netto) • FLUÍDO é a substância que se deforma continuamente sob a ação de uma tensão cisalhante (tangencial), por menor que seja a tensão de cisalhamento aplicada (Potter/Wiggert). • Os sólidos e os fluídos apresentam comportamentos diferentes quando submetidos a uma tensão cisalhante, pois as forças de coesão internas são grandes nos sólidos e muito pequena nos fluídos. LÍQUIDOS X GASES • Têm uma superfície livre, e uma determinada massa, a uma mesma temperatura, ocupa só um determinado volume de qualquer recipiente em que caiba. São pouco compressíveis e resistem pouco a trações e muito pouco a esforços cortantes. • Quando colocados em um recipiente, ocupam todo o volume, independente de sua massa ou do tamanho do recipiente. São altamente compressíveis e de pequena densidade, relativamente aos líquidos. PROPRIEDADES DOS FLUÍDOS • Massa específica, densidade e peso específico • Compressibilidade • Elasticidade • Viscosidade • Coesão, Adesão e Tensão Superficial • Pressão de vapor MASSA ESPECÍFICA, DENSIDADE E PESO ESPECÍFICO • A massa de um fluído em uma unidade de volume é denominada densidade absoluta, também conhecida como massa específica – símbolo => letra grega (ro) – unidade => kg / m3 • O peso específico de um fluído é o peso da unidade de volume desse fluído – Símbolo => letra grega (gama) – Unidade => N / m3 MASSA ESPECÍFICA, DENSIDADE E PESO ESPECÍFICO • Dependem do número de moléculas do fluído na unidade de volume. Portanto, dependem da temperatura, da pressão e do arranjo entre as moléculas. MASSA ESPECÍFICA, DENSIDADE E PESO ESPECÍFICO COMPRESSIBILIDADE • Propriedade que tem os corpos de reduzir seus volumes sob a ação de pressões externas. • Todos os fluídos se comprimem se a pressão aumenta, resultando em um aumento de massa específica. • Para provocar uma mudança de 1% na massa específica da água, uma pressão de 21 Mpa (210 atm) é necessária. Essa pressão é muito grande para gerar uma mudança tão pequena! • Assim, os líquidos são muitas vezes considerados incompressíveis. • De uma forma geral vamos considerar a água como líquido incompressível. COMPRESSIBILIDADE • Para gases, se mudanças significativas ocorrerem, digamos 4%, eles devem ser considerados como compressíveis. Para pequenas mudanças de massa específica, abaixo de 3%, eles também poderão ser tratados como incompressíveis. ELASTICIDADE • Capacidade que tem os líquidos de aumentar seu volume quando se lhes diminui a pressão. • O aumento de volume, devido a uma certa depressão, tem o mesmo valor absoluto que a diminuição do volume, para uma compressão de igual valor absoluto. VISCOSIDADE • Quando um fluído escoa, observa-se um movimento relativo entre as suas partículas, resultando um atrito entre as mesmas. • Atrito interno ou viscosidade é a propriedade dos fluídos responsável pela sua resistência à deformação. • Pode-se definir ainda a viscosidade como a capacidade do fluído em converter energia cinética em calor, ou capacidade do fluído em resistir ao cisalhamento (esforços cortantes). RELAÇÃO VISCOSIDADE x FLUIDEZ • Mel • Óleos/graxas • Água • Gasolina • Álcool VISCOSIDADE – FLUÍDOS NEWTONIANOS • Fluído newtoniano => quando a tensão de cisalhamento do fluído é diretamente proporcional ao gradiente de velocidade. VISCOSIDADE VARIAÇÃO DA VISCOSIDADE COM A TEMPERATURA COESÃO, ADESÃO e TENSÃO SUPERFICIAL • Coesão permite às partículas fluídas resistirem a pequenos esforços de tensão. Uma gota se forma através da coesão. • Ocorre a Adesão quando, um líquido em contato com um sólido, a atração exercida pelas moléculas do sólido é maior que a atração existente entre as moléculas do próprio líquido. TENSÃO SUPERFICIAL • Tensão superficial é um efeito físico que ocorre na interface entre duas fases químicas. Ela faz com que a camada superficial de um líquido venha a se comportar como uma membrana elástica. Esta propriedade é causada pelas forças de coesão entre moléculas semelhantes, cuja resultante vetorial é diferente na interface. Enquanto as moléculas situadas no interior de um líquido são atraídas em todas as direções pelas moléculas vizinhas, as moléculas da superfície do líquido sofrem apenas atrações laterais e internas. Este desbalanço de forças de atração que faz a interface se comportar como uma película elástica. TENSÃO SUPERFICIAL FENÔMENOS CAUSADOS PELA TENSÃO SUPERFICIAL • Por causa da tensão superficial, alguns objetos mais densos que o líquido podem flutuar na superfície, caso estes se manterem secos sobre a interface. Este efeito permite, por exemplo, que alguns insetos caminhem sobre a superfície da água e que poeira fina não afunde. A tensão superficial também é responsável pelo efeito de capilaridade, formação de gotas e bolhas, e imiscibilidade entre líquidos polares e apolares (separação de óleo e água). FENÔMENOS CAUSADOS PELA TENSÃO SUPERFICIAL PRESSÃO DE VAPOR • Pressão de vapor é a pressão exercida por um vapor quando este está em equilíbrio termodinâmico com o líquido que lhe deu origem, ou seja, a quantidade de líquido (solução) que evapora é a mesma que se condensa. A pressão de vapor é uma medida da tendência de evaporação de um líquido. Quanto maior for a sua pressão de vapor, mais volátil será o líquido, e menor será sua temperatura de ebulição relativamente a outros líquidos com menor pressão de vapor à mesma temperatura de referência. PRESSÃO DE VAPOR • A pressão de vapor é uma propriedade física que depende intimamente do valor da temperatura. Qualquer que seja a temperatura, a tendência é de o líquido se vaporizaraté atingir equilíbrio termodinâmico com o vapor; em termos cinéticos, esse equilíbrio se manifesta quando a taxa de líquido vaporizado é igual à taxa de vapor condensado. Uma substância líquida entra em ebulição quando a pressão do sistema ao qual faz parte atinge a pressão de vapor dessa substância. Esse ponto recebe o nome de ponto de ebulição ou temperatura de ebulição. O ponto de ebulição normal é a temperatura de ebulição da substância à pressão de uma atmosfera. • Em locais com maior altitude, onde a pressão atmosférica é menor, a temperatura de ebulição das substâncias líquidas são mais baixas já que sua pressão de vapor precisa se igualar a um valor menor (considerando que o sistema é aberto). PRESSÃO DE VAPOR • Esboço do equilíbrio líquido-vapor da água ao nível do mar. Quanto mais se aumenta a temperatura, maior será a taxa de ebulição da água, mas, enquanto a pressão exercida pelo vapor for menor do que a pressão exercida pela atmosfera, a quantidade de moléculas que se condensa aumenta a medida que compensa a quantidade de moléculas que vaporiza, restabelecendo assim o equilíbrio dinâmico. Quando a temperatura atinge 100 graus Celsius (temperatura de ebulição da água no nível do mar), a taxa de vaporização vence a taxa de condensação: ocorre assim a mudança de fase da água.
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