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Antropologia Forense

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Antropologia 
Forense 
�
Faculdade de Ciências 
Cadeira de Antropologia Biológica 
 
Trabalho Realizado por: 
Bárbara Vinhas nº35705 
João Pedro Nunes nº 35768 
Ricardo Coutinho nº35820 
Faculdade�de�Ciências�da�Universidade�de�Lisboa�
Cadeira�de�Antropologia�Biológica�
�
O QUE É A ANTROPOLOGIA FORENSE? 
 
� �A�antropologia�é�a�ciência�que�estuda�o�Homem�num�âmbito�cultural�e� físico,�considerando�
igualmente�as�suas�relações.�Por�outro� lado,�o�termo�““forense””� implica�uma�ciência�aplicada�à� justiça.�
Logo,�a�antropologia�forense�é�a�aplicação� legal�da�ciência�antropológica,�com�o�objectivo�de�ajudar�à�
identificação� de� cadáveres� e� à� determinação� da� causa� de�
morte.�Este�ramo�da�antropologia�é�aplicado�em�situações�em�
que� existem� danos� consideráveis� induzidos� ao� cadáver,� tais�
como�a�decomposição�do�mesmo,�amputações,�queimaduras�
severas�ou�qualquer�outro�elemento�que�cause�a�deformação�
do� corpo� ao� ponto� de� se� tornar� irreconhecível.� Todo� o�
trabalho�em�questão�é� realizado�por� técnicos�especializados�
denominados�antropólogos�forenses�que�se�auxiliam�noutras�
áreas� científicas� como� a�patologia,� investigação� criminal,�de�
entre�outras.�
� O� antropólogo� forense� não� se� limita� a�
conhecimentos� de� antropologia� biológica,�mas� deve� possuir� instrução� em� técnicas� como� escavação�
arqueológica;� examinação� de� cabelos,� pegadas,� insectos� e� material� vegetal;� reconstrução� facial;�
sobreposição� fotográfica;� identificação� de� variações� anatómicas� e� análise� de� historiais�médicos;� Por�
outro� lado,� técnicas� mais� forenses� como� análise� da� cena� do� crime,� manejo� de� provas,� fotografia,�
toxologia�ou�balística�e�armamento.�
http://www.picturesofrecord.com/forensic_anthropology_copyͲmedium.jpg�
� ““Apesar� de� todos� os� humanos� adultos� terem� os� mesmos� 206� ossos,� não� existem� dois�
esqueletos�iguais””.�
�
PROCESSOS DA ANTROPOLOGIA FORENSE! 
�
� A� antropologia� forense� estabeleceͲse� de� acordo� certas� bases� bastante� consistentes� e�
sistemáticas�quanto�ao�seu�método�de�trabalho,�seguindo�passos�definidos�e�universais.�
� Antes�de�qualquer�outro�procedimento,�a�principal�preocupação�de�um�antropólogo� forense,�
ao�confrontarͲse�com�um�corpo,�vestígios�esqueléticos�ou�outro�qualquer�material�que�se�assemelhe�a�
tecido�ósseo,�é� classificaͲlos� como�humanos,� animais�ou�
matéria� inorgânica.� Numa� situação� em� que� os�
remanescentes�não� são�humanos�ou�os�vestígios� são�de�
carácter� histórico� ou� mesmo� préͲhistórico� (como� por�
exemplo� vestígios� que� apresentem� setas� cravadas� no�
corpo� ou� marcas� de� rituais� características� de� épocas�
passadas),� o� caso� é� classificado� como� encerrado� ou� é�
transferido� para� outras� áreas� de� estudos� científicos� por�
falta�de�interesse�prático�forense.�http://www.picturesofrecord.com/forensic_anthropology_copyͲmedium.jpg�
� Após�revelado�o�interesse�legal�e�forense�no�material�descoberto,�este�é�direccionado�para�um�
processo�de�identificação�de�determinados�caracteres�de�relevância�para�a�investigação�e�reconstituição�
do� indivíduo�ante�mortem.�Factores�a� identificar�nesta�análise�antropológica�serão:� idade�aquando�da�
morte,�sexo,�estatura,�peso,�filiação�racial�e�patologias�e�historial�médico�do�indivíduo.�Para�além�de�se�
focar� nestes� caracteres,� o� antropólogo� forense� deve� compreender� e� concluir� o�modo� e� a� causa� da�
morte,�tal�como,�no�caso�de�homicídio,�identificar�o�agressor.�
�
�
�
�
1�
Antropologia�Forense�
USER
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USER
Highlight
Faculdade�de�Ciências�da�Universidade�de�Lisboa�
Cadeira�de�Antropologia�Biológica�
 Inventário:�
O� inventário� é� a� primeira� etapa� de� todo� o� trabalho� do� antropólogo� forense,� sendo�
composto�pela� identificação,�registo�e�descrição�pormenorizada�de� todos�os�ossos�relevantes�
na�identificação�do�cadáver.��
Neste�processo�é�vital�a�abstracção�de�o�esqueleto�como�um�todo,�tendo�cada�osso�a�
necessidade�de�ser�observado�individualmente,�não�havendo�por�isso�conceitos�como�crânio�ou�
coluna�vertebral,�mas�termos�como�occipital�ou�vértebra.��
Quanto�à�descrição,�esta�deve�ser�realizada�de�modo�preciso�e�rigoroso,�tal�como�deve�
registar� a� condição� geral�dos�ossos,�dimensões,�presença/ausência�e�qualquer�outro� tipo�de�
anomalia�ou�saliência�de�relevância.�
�
 Filiação�racial:�
A� identificação� da� filiação� racial� é� um� método� de� fraca�
fidelidade,�pois�baseiaͲse�num� conjunto�de� correlações�entre� raças�e�
características� morfológicas� que� podem� não� ser� verificadas�
empiricamente.��
De� modo� a� obter� esta� informação,� utilizamͲse�
particularidades,�nomeadamente�da�face,�que�diferenciam�populações�
com� diferentes� ascendências� raciais.� Exemplificando,� indivíduos�
caucasianos�apresentam�faces�mais�estreitas,�narizes� longos�e�queixos�
proeminentes.� Por�outro� lado,� indivíduos�de� raça�negra�destacamͲse�
por� possuírem� grandes� aberturas� nasais� e� cavidades� subnasais.� Os� asiáticos� e� os� índios�
americanos�exibem�os�ossos�das�bochechas�salientes�e�características�dentárias�particulares.�
�
 Sexo: �
A�determinação�do�sexo�do�cadáver�passa�por�uma�série�de�metodologias�de�análise�
de�medidas�de�vários�componentes�do�esqueleto,�tais�como�a�pélvis,�margens�supraorbitais�e�o�
crânio.�
�
Características� Sexo�Masculino� Sexo�Feminino�
Estatura� Grande� Pequena�
Arquitectura� Rugosa� Lisa�
Margem�supraorbital� Arredondada� Aguçada�
Processo�mastóide� Grande� Pequeno�
Osso�occipital�
Marcas�musculares�
bem�marcadas�
Marcas�musculares�
não�marcadas�
Glabela� Ossuda� Lisa�
Palatinos�
Grandes�e�em�forma�
de�U�
Pequenos�e�em�forma�
de�parábola�
Côndilos�occipitais� Grandes� Pequenos�
�
�
�
Acima�––�tabela�com�diferenças�entre�o�sexo�masculino�e�feminino�
À�direita�––�diferenças�na�bacia�entre�sexos�
�
 Idade:�
A�melhor�forma�de�determinar�a� idade�do� individuo�aquando�a�sua�morte�é�a�análise�
dos� seus� dentes� e�mandíbula.�Quando� estes� elementos�não� são� encontrados,� são� utilizadas�
técnicas�comparativas�entre�as�suturas�do�crânio�e�a�fusão�das�epífises.��
Inicialmente� procedeͲse� à� análise� das� suturas� endocranianas� uma� vez� que� são� estas� as� que�
menos�são�expostas�a�factores�ambientais.�
� A�determinação�da�idade�é�um�procedimento�muito�pouco�rigoroso,�sendo�o�resultado�
final�representado�com�uma�margem�de�erro�relativamente�grande.�
2�
Antropologia�Forense�
Faculdade�de�Ciências�da�Universidade�de�Lisboa�
Cadeira�de�Antropologia�Biológica�
�
�
�
Osso� Anos�
�Cotovelo� 14�
Mãos�e�Pés� 15�
Calcanhar� 16�
Fémur�proximal� 17�
Joelho� 18�
Pulso� 19�
Ombro� 20�
Anca� 21�
Clavícula�proximal� 28� http://www.fpc.ba.gov.br/img/noticia/Velhice%20na%20Bahia%20Ͳ%20site.jpg�
Acima�––�Tabela�que�correlaciona�a�união�total�das�epífeses�com�a�idade.��
 Estatura�e�Peso:�
Outra�característica� importante�a�determinar�é�a�altura�do� indivíduo�em�vida,�que�é�
dada�por�uma�fórmula�que�considera�a�dimensão�de�três�ossos�pares�(tanto�o�direito�como�o�
esquerdo):�úmero,�rádio�e�ulna.�A�fórmula�em�questão�seria�a�seguinte:�
������������Estatura� =� 3.26� x� (úmero)� +� 62.10� � (erro� =� +/Ͳ4.43cm)�
������������Estatura� =� 3.42� x� (rádio)� +� 81.56� � (erro� =� � +/Ͳ4.30)�
������������Estatura� =� 3.26� x� (ulna)� +� 78.29� (erro� =� +/Ͳ4.42)�
� Nesta�fórmula�aplicaͲse�a�média�das�medidas�de�ambos�os�ossos�do� lado�esquerdo�e�
direito.� De� seguida� calculaͲse� a� média� das� alturas� obtidas� e� dos� erros� referidos.� Por� fim,�
achamos�a�margem�de�erro�da�idade�que�consiste�em�somar�e�subtrair�ao�valor�final�da�altura.�
� Exemplo:�
Úmero�––�direito�(33,3)�e�direito�(33,4)�––�média�(33,35)�ї3,26�×�33,35�+�62,1�=�
170,82�
Rádio�––�direito�e�esquerdo�(25,9)�ї�3,42�×�25,9�+�81,56�=�170,14�Ulna�––�direito�(28,5)�e�esquerdo�(28,4)�––�média�(28,45)�ї�3,26�×�28,45�+�78,29�
=�171,04�
Média�de�Alturas�––�170,67�
Médias�de�Erros�––�4,38�
Altura�final�––�entre�166,29�(170,67�––�4,38)�e�175,05�(170,67�+�4,38)�
�
Por�outro� lado,�após�calcular�a�altura�prevista�do�indivíduo,�podemos�alcançar�o�peso�
do�mesmo�pela�aplicação�directa�da�seguinte�fórmula:�
P�(libras)�=�4,4�×�altura�(em�polegadas)�––�143�
�
http://www.fibrocis.com.br/alimentacao/balanca.gif�
 Tempo�desde�a�morte:�
Uma�das�questões�de�mais�difícil�resposta�para�um�antropólogo�forense�colocaͲse�em�
relação�ao�tempo�decorrido�entre�a�morte�do�indivíduo�e�o�momento�da�autópsia.��
Os�ossos�não�se�decompõem� tão� facilmente�como�os�outros� tecidos,�numa�primeira�
fase� de� decomposição� a� pele� e� os� tecidos� moles� são� putrificados.� Quando� um� corpo� se�
encontra� parcialmente� decomposto,� significa� que� ainda�
apresenta�articulações�e�cartilagens.��
A� decomposição� de� um� corpo� depende� de� vários�
factores,� tais� como:� a� temperatura�do� solo� e� a� sua� acidez.�
Quando� um� corpo� é� deixado� à� superfície� a� actividade� dos�
insectos�vai�ocorrer� imediatamente�e,�em�duas� semanas,�o�
corpo� estará� parcialmente� decomposto� e,� ao� fim� de� oito�
meses,�estará�decomposto�na� sua� totalidade.� Se�um� corpo� http://towishwishes.files.wordpress.com/2007/03/relogio.jpg
3�
Antropologia�Forense�
Faculdade�de�Ciências�da�Universidade�de�Lisboa�
Cadeira�de�Antropologia�Biológica�
for�queimado�leva�entre�um�a�dois�anos�até�ficar�totalmente�decomposto,�por�outro�lado,�um�
corpo�deixado�em�solos�arenosos�pode�mumificar�ficando�então�conservado.��
O�número�e�o�tipo�de�ossos�disponíveis�na�cena�do�crime�podem�ajudar�a�determinar�
há�quanto� tempo� se�deu� a�morte�do� indivíduo,�por� exemplo:�ossos�pequenos�dispersamͲse�
mais�facilmente.��
Quanto�mais� tempo� sucede� desde� a�morte,�mais� difícil� se� torna� de� determinar� o�
momento�da�morte.�
�
 Modo�e�Causa�da�morte:�
Causa�e�modo�da�morte�são�conceitos�distintos.�O�primeiro,�refereͲse�ao�factor�que�na�
prática�provocou�a�morte�do� indivíduo,�ou�seja,�descrições�como�doença,�ferimento�ou� lesão.�
Por�outro� lado,�o�conceito�de�modo�da�morte�aborda�o�tipo�de�morte�do� indivíduo,�pode�ser�
integrado�em�5�tipos:�homicídio,�suicídio,�acidental,�natural�e�desconhecida.�
A�determinação�da�causa�da�morte�
é� relativamente� fácil� quando� o� cadáver�
ainda� apresenta� toda� a� sua� estrutura� de�
tecidos,�músculos� e� carne.� Técnicas� como�
raioͲx� são� de� máxima� importância� nestes�
processos,�e�neste�caso� toda�uma�gama�de�
características� de� interesse� são� exaltadas,�
como� lesões� ósseas,� restos� de� metais,�
dentes�serrados�ou�fragmentos�de�balas.��
No� entanto,� apesar� de� toda� esta�
contribuição�do�antropólogo�forense,�quem�
declara�a�causa�e�modo�da�morte�do�indivíduo�é�um�médico�que�analisa�e�avalia�a�informação�
cedida�pelo�antropólogo�em�conjunto�com�a�sua�própria�autópsia.�
�
http://www.coxacreme.com.br/wpͲcontent/uploads/2007/04/facaͲperdida.jpg�
 Trauma�e�Marcas:�
Nesta� fase�pretendeͲse� identificar�particularidades�do� indivíduo�que�permitam�a� sua�
identificação.�Para�isso,�pormenores�como�fracturas,�vestígios�de�cirurgias,�marcas�de�agressões�
passadas�ou�mesmo�envolvidas�na�causa�da�morte,�deformações�ósseas�causadas�por�doenças�
ou�outro�factor,�de�entre�muitos�outras�pequenas�malformações�ou�alterações�que�são�únicas�
de�cada�ser.�Este�análise�extensiva�em�conjunto�com�um�historial�médico�do�cadáver�permitem�
identificar� em�muitas� situações� cadáveres� que� seriam� classificados� como� desconhecidos� de�
outro�modo.�
�
CASO PRÁTICO 
�
� O� caso� que� se� segue� pretende� exemplificar,� brevemente,� uma� investigação� criminal,�
sublinhando� a� participação� do� antropólogo� forense� na�mesma.� (foi� baseado� no� seguinte� endereço:�
http://www.crimeandclues.com/forensicanthropologist.htm)�
�
É reportado à polícia por um caçador a presença de um esqueleto ainda coberto por roupas desfeitas e 
dispersas numa zona densamente arborizada. Ao local deslocaram-se agentes policiais e técnicos forenses, que garantiram 
que toda a área envolvente foi devidamente fotografada e revista. Prontamente o esqueleto foi transportado para a 
morgue mais próxima. 
 Uma vez na morgue o esqueleto é examinado exaustivamente por um médico que procura marcas variadas 
que permitam identificar a causa da morte ou mesmo o indivíduo. O cadáver não apresentava qualquer tipo de lesões 
que o identificassem, tal como não possuía qualquer documento identificativo nas suas roupas. 
4�
Antropologia�Forense�
Faculdade�de�Ciências�da�Universidade�de�Lisboa�
Cadeira�de�Antropologia�Biológica�
 O médico que examinou o corpo determina que se trata de um esqueleto de um indivíduo do sexo masculino 
de meia-idade, através de medições da zona púbica. O médico tenta ainda caracterizar outros factores identificativos do 
cadáver mas o mesmo não apresenta nenhuma outra evidência visual. 
 Uma vez terminado o papel do médico, é chamado um antropólogo forense 
para continuar o trabalho de identificação. Primeiro, o antropólogo tenta caracterizar a 
filiação racial do indivíduo. Examinando o crânio, foi possível concluir que os seus traços 
eram consistentes com aqueles de um caucasiano e estudando microscópicamente um 
cabelo louro encontrado no esqueleto obteve-se uma confirmação. 
 Logo depois, a bacia, o esmalte dos dentes, o crânio, alterações na medula 
espinal e estudos microscópicos dos ossos e dos dentes foram examinados e o antropólogo 
forense concluiu que o indivíduo teria uma idade entre 35 e 45 anos quando faleceu. 
Através dos ossos longos encontrados calculou-se a estatura do homem encontrado, que 
seria cerca de 1,72m com uma pequena margem de erro de cerca de 2 a 3 cm. 
 Posteriormente, o antropólogo forense procurou achar o intervalo de tempo decorrido desde a morte do 
indivíduo à análise do cadáver. A conclusão a que o técnico chegou foi que a morte teria ocorrido num intervalo de 6 a 
9 meses, tendo em conta as condições dos tecidos moles e o crescimento de raízes nas roupas do cadáver. 
 Finalmente, depois de ter uma ideia de como o indivíduo seria em vida, 
o antropólogo relatou que havia pequenos cortes em 3 costelas e numa vértebra, o 
que significa que o indivíduo foi esfaqueado pelo menos três vezes. Verificou-se 
também uma fractura acima do olho direito e da maxila, em conjunto com um 
septo nasal desviado (devido a uma infecção nasal). 
 Assim o antropólogo forense termina o seu relatório e o médico avança 
para relatar as conclusões obtidas aos investigadores criminais que registam a 
informação em bases de dados. Neste caso, a informação não foi suficiente para 
identificar o cadáver directamente, acabando a investigação por ser resolvida por 
reprodução facial que permitiu achar conhecidos ao morto que o identificaram. 
http://i30.photobucket.com/albums/c348/Casualty1/Forensic1.jpg
�
CONCLUSÃO 
�
� A� investigação�criminal�nos�dias�que�correm�é�uma�arte�engenhosa�cada�vez�mais�científica�e�
avançada,�e�com�o�seu�desenvolvimento�outras�áreas�vêemͲse�envolvidas�na�ajuda�deste�desvendar�do�
mundo�post�mortem.�Assim,�esta�arte�passa�por�mergulhar�no�““mundo�dos�mortos””�e�obrigar�o�cadáver�
a�““falar””�e�a�““contarͲnos�a�sua�história””.��
� Neste� jogo�com�a�morte,�a�antropologia� forense�entra�a�matar�e�participa�de�modo�activo�e�
vital� levando�muitas�vezes�à�vitória.�Cada�vez�mais�esta�área�é�reconhecida�como�essencial�na�ciência�
forense�não�só�porque�trabalha�principalmente�com�os�ossos�que�são�os�vestígios�mais�frequentemente�
encontrados,�mas�também�porque�auxilia�na�reconstrução�do�indivíduo�em�vida.�
� Os�antropólogos� forenses� têm� tudo�para�contribuir�para�os� investigadores�criminais�e�podem�
ser�eles�a�determinar�o�sucesso�ou�o� fracasso�de�uma� investigação�ou�podem�ser�eles�a�direccionar�a�investigação�para�um�ou�para�outro�suspeito.�De�facto,�a�antropologia�forense�é�a�ciência�que�reconstrói�
a�vida�a�partir�do�morto.�
�
BIBLIOGRAFIA 
™ http://portofinobelize.com/art/atmIMG_2394Ͳskeleton800.jpg�(Imagem�da�capa)�
™ http://www.crimeandclues.com/forensicanthropologist.htm��
™ http://www.anthro4n6.net/forensics/��
™ http://en.wikipedia.org/wiki/Forensic_anthropology��
™ http://www.forensicanthro.com/��
™ http://images.google.com/images?hl=ptͲPT&q=racismo&btnG=Procurar+imagens&gbv=2�Imagem�da�
cara)�
™ http://www.nlm.nih.gov/visibleproofs/media/detailed/vi_c_382.jpg��(esqueleto�pág.�5)�
5�
Antropologia�Forense�
Faculdade�de�Ciências�da�Universidade�de�Lisboa�
Cadeira�de�Antropologia�Biológica�
C o m e n t á r i o s d o s c o l e g a s 
Trabalho tem imagens adequadas e bem referenciadas, mas 
não estão legendadas. Novamente neste trabalho não está indicado 
em que parte do texto foi utilizada que referências. 
Não tem erros ortográficos e cumpre os requisitos mínimos 
exigidos pelo professor. Achamos bastante interessante terem 
utilizado um caso prático para exemplificar e concluir o trabalho. Tem 
uma leitura fácil, e a escrita é clara e explícita. 
No texto há uma citação, mas não é referido quem a fez nem 
de onde a retiraram. Na figura em que é apresentado as diferenças na 
bacia entre os sexos achamos que podiam ter mudado os nomes em 
inglês para português. Um título encontra-se com um ponto de 
exclamação que achamos desnecessário. Na parte do trabalho em 
que se referem à estatura e peso, no exemplo do úmero, referem duas 
vezes o úmero direito. (6/6) 
Márcia Vieira, Mauro Silva e Pedro Rodrigues 
Relativamente ao aspecto geral, este trabalho evidencia uma 
estrutura correcta, pois encontra-se bem organizado, além de 
apresentar um texto simples, de fácil compreensão e com poucas 
incorrecções a nível gramatical. Embora o número de páginas seja 
superior ao permitido, cumpre o número de palavras e a percentagem 
de imagens indicada, apesar de estas não terem legenda. A maioria 
das referências relativas às imagens não nos direccionaram para o site 
em questão. Também constatámos que as referências são inexistentes 
ao longo do texto, inclusivamente na única citação feita no trabalho. 
Mas os sites de texto indicados na bibliografia são relevantes e 
contêm quase toda a informação utilizada. 
Entre o principal aspecto positivo conta-se a colocação do caso 
prático, que auxiliou na compreensão da informação abordada, além 
de exemplificarem a informação dada através de tabelas e exemplos, 
como é o caso da determinação da altura. No texto apenas a 
informação necessária é utilizada, não esquecendo que foi realizada 
uma conclusão ao tema. 
Apesar de tudo, a referida conclusão é um dos pontos mais 
negativos a apontar no trabalho que, embora com um rigor 
adequado, revela nesta uma linguagem pouco cuidada e pouco 
científica, que não se encontra em concordância com o restante 
texto. A capa foi desnecessariamente colocada e não considerámos 
inteiramente correcto algumas das referências às imagens serem 
colocadas junto às mesmas e outras na bibliografia. (5/6) 
Inês Silva, Leonor Lopes e Sara Carona 
A apresentação do trabalho está muito boa, as ilustrações são 
adequadas, sendo que deveriam estar legendadas, e existe uma falta 
de rigor nas referências. 
O conteúdo está muito bom, nota-se que a informação foi bem 
tratada. O texto está muito bem dividido tornando fácil e agradável a 
leitura. O caso prático foi uma ideia muito boa, permite-nos fazer bem 
6�
Antropologia�Forense�
Faculdade�de�Ciências�da�Universidade�de�Lisboa�
Cadeira�de�Antropologia�Biológica�
a distinção entre o papel desempenhado pelo médico e pelo 
antropólogo forense. 
Os aspectos a melhorar são as referências, algumas imagens 
apresentam bibliografia incorrecta, umas nem sequer apresentam e 
outras têm a bibliografia referida no final, porém, os sites indicados 
não abrem nenhuma página na Internet. O mesmo acontece com 
outro site referente ao texto. Para além das referências outro aspecto 
a referir é uma imagem que deveriam ter traduzido a legenda. Seria 
melhor se todas as imagens fossem legendadas e optassem por uma 
das hipóteses: colocar toda as referências das imagens no final ou 
junto das mesmas. (5/6) 
Cátia Gonçalves, Miguel Landum e Nádia Pedroso 
Neste trabalho é-nos explicado como funciona a Antropologia 
Forense as suas técnicas e processos de um modo conciso, simples e 
acessível, sendo importante referir que o texto apresenta uma boa 
estruturação e organização. Tem uma boa escolha de imagens que se 
encontram todas devidamente referenciadas. Alguns dos links 
referidos são «mini motores de busca». 
A formatação está boa e apresenta um caso prático, cativando, 
assim, o leitor e que enriquece e complementa o trabalho. 
Como aspecto negativo tem o facto de ser, apenas, baseado em 
sites, tal como estes não estão devidamente indicados na bibliografia, 
pois não apresentam autor/título nem o dia em que foram 
consultados. Ao longo do texto também não existem referências 
bibliográficas o que dificulta ao leitor encontrar a fonte da 
informação referida. Em alguns pontos poderia ter havido mais 
desenvolvimento e talvez devesse ter havido uma maior preocupação 
em apresentar mais casos práticos que permitem compreender bem 
as dificuldades que se encontram, por exemplo, na análise de 
ossadas, que por estarem sujeitas a vários factores podem levar a 
observações inconcludentes. O trabalho deveria apresentar ainda 
uma discussão mais pertinente do tema escolhido, para além da 
descrição do que consiste a antropologia forense em si. 
É importante referir que este tema de entre todos os trabalhos 
apresentados foi o que mais interessou ao nosso grupo, no entanto, a 
exposição da informação poderia ter sido conseguida de forma 
diferente com a preocupação de dar uma visão mais geral. (4/6) 
Fábio Pereira, Mª Teresa Marmota e Mónica 
Do ponto de vista formal, o trabalho apresenta-se estruturado. 
Porém, as referências bibliográficas e as citações não falham apenas a 
apresentação tipográfica como também violam as mais elementares 
normas, nomeadamente do sistema de referência bibliográfica de 
uma página de Internet. É de denunciar alguns termos brasileiros que 
não nos parece ter sido uma opção dos autores. O texto é povoado 
por algumas incorrecções gramaticais e, por vezes, a construção 
frásica é confusa. Do ponto de vista de apresentação, o trabalho 
apresenta-se cuidado e sóbrio. Grande parte das figuras não se 
encontra devidamente legendada. 
7�
Antropologia�Forense�
Faculdade�de�Ciências�da�Universidade�de�Lisboa�
Cadeira�de�Antropologia�Biológica�
Embora o trabalho siga um fio condutor que nos encaminha, 
aparentemente, para uma resposta (possível) à pergunta «O que é a 
antropologia forense?», há três momentos do texto que merecem os 
nossos comentários. O primeiro relaciona-se com uma certa definição 
de antropólogo forense, que nos pareceu demasiado fantástica, no 
sentido em que, segundo os autores, deve possuir «instrução em 
técnicas de escavação arqueológica; examinação de cabelos, 
pegadas, insectos e material vegetal; reconstrução facial; 
sobreposição fotográfica; identificação de variações anatómicas e 
análise de historiais médicos. Por outro lado, técnicas mais forenses 
como aná ise da ceno do crime, manejo de provas, fotografia, 
toxologia [sic] ou bal stica e armamento». Depois, enquanto 
percorrem os «processos da antropologia forense», a informação que 
nos dão sobre a estatura e o peso é muito vaga. Aliás, a forma 
atabalhoada como apresentam os exemplos de aplicação da fórmula 
(Inventada por quem? E com base em que pressupostos?) é, na 
verdade, um mau exemplo. Finalmente, o terceiro momento 
relaciona-se com a conclusão, oca em termosde análise crítica e 
formatada num estilo linguístico inverosímil. Vejamos: «A 
investigação criminal nos dias que correm é uma arte engenhosa
l
í
 
cada vez mais científica e avançada, e com o seu desenvolvimento 
outras áreas vêem-se envolvidas na ajuda deste desvendar do mundo 
post mortem. Assim, esta arte passa por mergulhar no ““mundo dos 
mortos”” e obrigar o cadáver a ““falar”” e a ““contar-nos a sua história””. 
Neste jogo com a morte, a antropologia forense entra a matar e 
participa de modo activo e vital levando muitas vezes à vitória.» (os 
sublinhados são nossos). Além da incoerência conceptual, 
reclamamos por um rigor de conceitos e, evidentemente, alguma 
parcimónia. À laia de nota de rodapé, duas notas: consideramos a 
circunscrição da pesquisa a páginas da Internet um aspecto negativo; 
no final da secção «O que é a antropologia forense?», surge uma frase 
entreaspas sem qualquer referência e sem qualquer sentido. (3/6) 
Luís Dias, Ricardo Santos e Sónia Antunes 
Numa primeira vista do trabalho, os aspectos que sobressairam 
mais foram a capa e a estrutura do texto. A capa é apelativa mas o 
texto, apesar de se apresentar com uma boa subdivisão, pareceu 
muito condensado. 
O trabalho tem as páginas numeradas, as figuras possuem 
referências bibliográficas, tem uma linguagem de fácil leitura e a 
apresentação de um caso prático no final do trabalho prende mais a 
atenção do leitor. 
Um dos pontos mais negativos do trabalho é o facto de a 
maioria dos sites não conduzirem a páginas quer relevantes quer 
acessíveis (muitas delas dão erro). 
A bibliografia é pobre e não tem grande relevância. (3/6) 
Ana Almeida e César Esteves 
8�
Antropologia�Forense�

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