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Livro de Anatomia Aplicada a Educação Física

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ANATOMIA APLICADA
À EDUCAÇÃO FÍSICA
PROFESSORA
Dra. Carmem Patrícia Barbosa
Quando identi� car o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. 
O download do aplicativo está disponível nas plataformas:
Acesse o seu livro também disponível na versão digital.
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2 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação 
Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
BARBOSA, Carmem Patrícia.
Anatomia Aplicada à Educação Física. Carmem Patrícia Barbosa.
Maringá - PR.:Unicesumar, 2019.
204 p.
“Graduação em Educação Física - EaD”.
1. Anatomia . 2. Educação Física . 3. EaD. I. Título.
CDD - 22ª Ed. 613.7
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-85-459-1754-0 
Impresso por: 
Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD 
William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação e 
Pós-graduação Kátia Coelho, Diretoria de Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de Design 
Educacional Débora Leite, Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho, Head de 
Curadoria e Inovação Jorge Luiz Vargas Prudencio de Barros Pires, Gerência de Produção de Conteúdo 
Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Gerência de Processos 
Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Giovana Costa Alfredo, Supervisão do 
Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo, Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard.
Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecília Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração 
Humberto Garcia da Silva, Designer Educacional Rossana Costa Giani, Revisão Textual Silvia Caroline 
Gonçalves, Ariane Andrade Fabreti, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock.
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional 
e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de 
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil 
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro 
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa 
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, 
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. 
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais 
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos 
pelo MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 
maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educadores 
soluções inteligentes para as necessidades de todos. 
Para continuar relevante, a instituição de educação 
precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, 
coragem e compromisso com a qualidade. Por 
isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, 
metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor 
do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento 
e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
boas-vindas
Débora do Nascimento Leite
Diretoria de Design Educacional
Janes Fidélis Tomelin
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Kátia Solange Coelho
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduaçãoLeonardo Spaine
Diretoria de Permanência
autora
Dra. Carmem Patrícia Barbosa
Possui graduação em Fisioterapia pela Universidade Estadual de Londrina (1997). 
Especialização em Morfofi siologia Aplicada à Educação Corporal e à Reabilitação 
pela Universidade Estadual de Maringá (2000). Mestrado (2003) e doutorado 
(2015) em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Maringá - Área de 
Concentração em Biologia Celular. Foi professora das disciplinas de Anatomia 
Humana, Fisiologia Humana, Cinesiologia e Biomecânica e Bases Neurofuncionais 
do Movimento no Unicesumar (Centro de Ensino Superior de Maringá) de 2002 
a 2013. Professora Adjunto A de Anatomia Humana na Universidade Estadual 
de Maringá desde 2012. Tem experiência com os cursos de Medicina, Educação 
Física, Odontologia, Ciências Biológicas, Enfermagem, Nutrição, Biomedicina e 
Estética. Foi membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Unicesumar e 
faz parte do corpo editorial da Revista Saúde e Pesquisa, Revista de Iniciação 
Científi ca do Unicesumar e da Revista Arquivos do MUDI-UEM.
Link: <http://lattes.cnpq.br/9374304100882579>.
apresentação do material
Anatomia Aplicada à Educação Física
Dra. Carmem Patrícia Barbosa
A Anatomia Humana (que do grego significa “cortar 
em partes”) estuda a constituição e o desenvolvimento 
do ser humano. O seu desenvolvimento esteve dire-
tamente relacionado ao ato de dissecar, por meio do 
qual o corpo é metodicamente exposto por incisões 
cirúrgicas, mantendo a sua organização natural e pos-
sibilitando a associação entre forma e função. O surgi-
mento do microscópio favoreceu estudos específicos 
e desenvolveu a embriologia, a citologia e a histologia 
(ramos da Anatomia).
Embora o estudo anatômico fosse, inicialmente, feito 
por comparação com animais (Anatomia Compa-
rativa), na atualidade, ele é realizado em cadáveres 
humanos considerados “normais”, uma vez que as 
doenças são estudadas pela patologia e outras ciências. 
O conceito de normalidade em Anatomia deve con-
siderar variações anatômicas individuais e diferenças 
morfológicas em decorrência da passagem do estado 
vivo ao cadavérico. Assim, é necessário considerar os 
conceitos idealístico e estatístico. Enquanto o primeiro 
considera normal aquilo que é melhor para o desem-
penho da função da estrutura anatômica, o segundo 
afirma ser normal aquilo que ocorre com a maioria das 
pessoas (WATANABE, 2000). Por exemplo, conside-
ra-se normal ter cinco dedos em cada mão para que a 
função de pinça fina seja possível (conceito idealístico) 
e porque quase todos têm esta quantidade de dedos 
na mão (conceito estatístico).
Ao se comparar diferentes pessoas, no entanto, po-
de-se observar que existem várias diferenças entre 
elas. Quando estas não prejudicam a função da es-
trutura, diz-se que são apenas “variações anatômi-
cas”. No entanto quando atrapalham a função, são 
ditas “anomalias” e, inclusive, podem ser chamadas 
de “monstruosidades” se impedirem que o indivíduo 
permaneça vivo (WATANABE, 2000). Os diferentes 
tons de pele são variações anatômicas, um olho míope 
é uma anomalia e gêmeos siameses (xifópagos) repre-
sentam uma monstruosidade. Fatores como idade, 
sexo, grupo étnico e biótipo podem gerar variações 
corpóreas. É normal, por exemplo, que um japonês 
tenha cabelos lisos e pele clara, mas não são normais 
tais características em uma pessoa negra; é normal que 
um bebê não tenha dentes, mas não é normal que isto 
ocorra em um adulto.
Uma das maiores dificuldades encontradas no estudo 
da Anatomia Humana é a nomenclatura anatômica. 
Isto porque cientistas e profissionais da área da saúde 
usam uma linguagem própria ao se referirem às estru-
turas do corpo humano e à forma como a dissecção 
é feita. Essa nomenclatura engloba termos normal-
mente originados do grego, do latim e de outras lín-
guas e, em conjunto, recebe o nome de Terminologia 
Anatômica. O seu objetivo é padronizar os nomes 
dados às estruturas do corpo nos diversos centros 
de estudos e pesquisas no mundo (DI DIO, 2002). 
Ela consta de mais de 6 mil termos esporadicamente revistos e atualizados, os 
quais podem ser abreviados para facilitar o seu uso prático e que são traduzidos 
pelas sociedades de Anatomia de cada país. No Brasil, a terminologia é traduzida 
pela Comissão de Terminologia Anatômica da Sociedade Brasileira de Anatomia 
(SBA) (CFTA, 2001). Os termos relacionam-se à forma da estrutura (músculo 
deltoide, por exemplo), à sua situação (artéria vertebral), à sua função (glândula 
lacrimal) e outras peculiaridades (FREITAS, 2004; TORTORA et al., 2010).
A fim de evitar erros em relação à nomenclatura e ao posicionamento do corpo, 
a posição anatômica de descrição, ou posição de referência, foi instituída. Nela, 
supõe-se que o cadáver está em posição ortostática (em pé), com a cabeça em 
nível horizontal, olhos para frente, pés apoiados no chão e voltados à frente, 
membros superiores ao lado do corpo com as palmas voltadas para frente (MO-
ORE et al., 2014).
As várias regiões do corpo são denominadas como cabeça, pescoço, tronco, mem-
bros superiores e inferiores. A cabeça apresenta o crânio facial (viscerocrânio) e 
o crânio neural (neurocrânio). Enquanto o facial é anterior, menor, constituído 
por 14 ossos e cujas funções incluem abrigar e proteger os órgãos dos sentidos e 
possibilitar a fonação e a mastigação, o crânio neural é posterior, maior, constituído 
por oito ossos, os quais se relacionam à proteção do sistema nervoso (TORTORA 
et al., 2010). A parte posterior do pescoço é chamada de nuca, e o tronco é subdi-
vidido em tórax (superiormente ao músculo diafragma), abdome (entre o músculo 
diafragma e a abertura superior da pelve) e pelve (entre os ossos do quadril). Os 
membros superiores e inferiores subdividem-se em cíngulo (região conectada 
ao tronco) e parte livre. O cíngulo do membro superior é a cintura escapular e a 
sua parte livre inclui braço, antebraço e mão (sendo palma a sua parte anterior, 
e dorso, a posterior). O cíngulo do membro inferior é a cintura pélvica e a sua 
parte livre inclui coxa, perna e pé (sendo o dorso a sua parte superior, e planta, a 
inferior) (FREITAS, 2004).
A partir da posição anatômica de descrição, supõe-se a existência de planos imagi-
nários que tocam externamente o corpo (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014). Os 
planos superior (cranial), inferior (podálico), laterais (direito e esquerdo), anterior 
(ventral) e posterior (dorsal) auxiliam a denominar estruturas. Por exemplo, as 
clavículas são estruturas superiores ao joelho, pois se localizam mais próximas ao 
plano superior; o osso occipital é posterior em relação ao osso frontal, uma vez 
que está mais próximo ao plano posterior. Complementarmente, planos de secção 
(sagital, transversal e coronal) foram adotados (FREITAS, 2004). Enquanto o pla-
no sagital divide estruturas em porções direita e esquerda (antímeros), o coronal 
divide em porção anterior e posterior (paquímeros), e o transversal divide em 
porção superior e inferior (metâmeros).
Termos anatômicos como flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial 
e lateral, supinação e pronação descrevem movimentos (MOORE et al., 2014; 
TORTORA et al., 2010). Tais movimentos ocorrem em um plano (sagital, coronal 
ou transversal) e por meio de linhas imaginárias denominadas eixos, as quais são 
perpendiculares aos planos. A flexão e a extensão, por exemplo, ocorrem no plano 
sagital e no eixo coronal; a abdução e a adução ocorrem no plano coronal e no 
eixo sagital; as rotações medial e lateral ocorrem no plano transversal e no eixo 
longitudinal (GRABINER et al., 1991).
Embora a Anatomia possa ser estudada do ponto de vista radiológico, antropo-
lógico, de imagem, artístico, regional, clínico e outros, neste livro, estudaremos a 
Anatomia sistêmica (de cada sistema do corpo) e a Anatomia voltada ao movimento.Em cada unidade, será apresentada uma introdução (apresentando inicialmente 
o tema), um desenvolvimento (em que o conteúdo programático será abordado), 
considerações finais (que resumirão os estudos teóricos e práticos do tema) e ati-
vidades de estudo (para reforço e memorização do conteúdo apresentado).
Desejo que você se apaixone pela Anatomia Humana e que tenha a consciência 
de que é impossível ser um bom profissional de Educação Física sem conhecê-la 
profundamente. Esta ciência está diretamente relacionada à constituição e ao fun-
cionamento do corpo humano. O salmista, por exemplo, expressou a sua admiração 
pela grandiosidade do milagre da criação nos versos 13 a 16 do capítulo 139 (leia 
quando puder; é perfeito!). De igual modo, desejo que você descubra que é possí-
vel gerar modificações benéficas no corpo e minimizar as maléficas a partir dele.
Bom estudo!
UNIDADE I
APARELHO CARDIORRESPIRATÓRIO
16 Sistema Circulatório
28 Sistema Circulatório Linfático
36 Sistema Respiratório
45 Considerações fi nais
51 Referências
52 Gabarito
UNIDADE II
SISTEMAS DIGESTÓRIO E ENDÓCRINO
58 Sistema Digestório
70 Sistema Endócrino
78 Considerações fi nais
83 Referências
84 Gabarito
UNIDADE III
APARELHO UROGENITAL
90 Sistema Urinário
96 Sistema Genital Masculino
104 Sistema Genital Feminino
111 Considerações fi nais
116 Referências
116 Gabarito
UNIDADE IV
APARELHO LOCOMOTOR
122 Sistema Esquelético
134 Sistema Articular
140 Sistema Muscular
157 Considerações fi nais
162 Referências
163 Gabarito
UNIDADE V
NEUROANATOMIA APLICADA AO MOVIMENTO
168 Tecido Nervoso
172 Sistema Nervoso Central
182 Sistema Nervoso Periférico
190 Sistema Nervoso Autônomo
195 Considerações fi nais
200 Referências
201 Gabarito
202 Conclusão geral
sumário
Professora Dra. Carmem Patrícia Barbosa
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Sistema circulatório
• Sistema linfático 
• Sistema respiratório
Objetivos de Aprendizagem
• Estudar os principais aspectos morfológicos e funcionais 
dos componentes do sistema circulatório: sangue, coração 
e vasos sanguíneos. 
• Entender os principais aspectos morfológicos e funcionais 
dos componentes do sistema linfático: linfa, capilares, 
vasos, ductos e troncos linfáticos, linfonodos, baço, timo, 
tonsilas.
• Descrever os principais aspectos morfológicos e funcionais 
dos componentes do sistema respiratório: nariz, faringe, 
laringe, traqueia, brônquios/árvore brônquica, pulmões/
alvéolos pulmonares, pleuras, divisões do sistema 
respiratório, cavidade torácica e mediastino.
APARELHO CARDIORRESPIRATÓRIO
 unidade 
I
INTRODUÇÃO
A 
vida, de fato, é um milagre, e a sua continuidade depende da manutenção 
das células em perfeito equilíbrio. Assim, para que a homeostasia corpó-
rea seja possível, todos os sistemas do corpo agem em conjunto, desem-
penhando funções específicas e coordenadas. Neste contexto, o aparelho 
cardiorrespiratório e o sistema nervoso se destacam, pois permitem que nutrientes e 
oxigênio sejam encaminhados às células ao mesmo tempo em que delas são retirados 
materiais residuais produzidos pelo metabolismo normal (como metabólitos e gás 
carbônico), mantendo o meio intracelular constante.
Para tanto, o sistema nervoso controla as condições intracelulares e possibilita 
adaptações no aparelho cardiorrespiratório. Coração, vasos sanguíneos e pulmões 
agem em conjunto, enviando sangue oxigenado ao corpo e reoxigenando o sangue 
vindo do corpo por meio da hematose que ocorre no pulmão.
O objetivo desta unidade é estudar detalhadamente as estruturas anatômicas 
que compõem o aparelho cardiorrespiratório, pormenorizando as suas funções. 
Este conhecimento preparará você para compreender as alterações desencadea-
das pela prática de exercícios físicos, ou seja, entender conceitos específicos que 
você verá posteriormente na Fisiologia do Exercício.
De maneira geral, o aparelho cardiorrespiratório é composto pelos sistemas 
circulatório e respiratório. No entanto o sistema circulatório é subdividido em 
sistema circulatório sanguífero (destinado à circulação do sangue e composto 
pelo sangue, pelo coração e pelos vasos sanguíneos) e sistema vascular lin-
fático (destinado à circulação da linfa e composto pela linfa, pelos órgãos 
linfoides e vasos linfáticos).
Nosso objetivo é que você se conscientize de que o(a) professor(a) de 
Educação Física precisa ter amplo conhecimento sobre esses sistemas, 
uma vez que a contração muscular efetiva e, consequentemente, a rea-
lização de movimentos harmônicos e precisos necessários à prática do 
exercício físico dependem integralmente da atuação de tais sistemas. 
Portanto, aproveite bem os conhecimentos aqui oferecidos, dedique-se 
e tenha um ótimo estudo.
16 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Caro(a) aluno(a), o sistema circulatório possibilita a 
circulação dos líquidos, também chamados humo-
res corpóreos. Assim, quando o líquido é represen-
tado pelo sangue, denomina-se sistema circulatório 
sanguíneo; quando o líquido é representado pela 
linfa, denomina-se sistema circulatório linfático.
FUNÇÕES
O sistema circulatório sanguíneo está relacionado a 
diversas funções, como nutrição, oxigenação e dre-
nagem de substâncias tóxicas produzidas pelas célu-
las. Além disso, o sangue contribui para o controle da 
temperatura corpórea, relaciona-se à defesa imunoló-
gica (por meio das células brancas), à coagulação san-
guínea (pelas plaquetas), à distribuição de hormônios 
pelo corpo e à administração de medicações endove-
nosas (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
COMPONENTES
Sangue
O sangue apresenta uma coloração avermelhada 
devido, principalmente, à hemoglobina presente 
em uma de suas células, as hemácias. Assim, ele é 
Sistema Circulatório
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 17
constituído por uma parte líquida chamada plasma 
sanguíneo e uma parte celular formada pelas hemá-
cias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos), leucócitos 
(glóbulos brancos) e plaquetas (trombócitos).
Enquanto as hemácias realizam o transporte de 
gases pela corrente sanguínea, os leucócitos possibi-
litam a defesa imunológica, pois realizam fagocito-
se ou produzem substâncias capazes de inviabilizar 
células invasoras ( por exemplo, vírus, bactérias ou 
mesmo células anômalas). Por sua vez, as plaquetas 
atuam na coagulação do sangue (FREITAS, 2004). 
Coração
Embora saibamos que a função de controle geral 
do corpo é de responsabilidade do cérebro, mui-
tas pessoas ainda cometem o equívoco de atribuir 
ao coração funções relacionadas às emoções (como 
amor, ódio e perdão). Na verdade, este órgão estu-
dado pela cardiologia desempenha apenas a função 
de atuar como uma “bolsa” ou um “saco” capaz de se 
dilatar para se encher de sangue e de se contrair para 
mandar o sangue contido em seu interior a regiões 
específi cas.
É um órgão ímpar, localizado no centro da cavi-
dade torácica, entre os dois pulmões (em uma região 
chamada mediastino). Ele fi ca posterior ao osso es-
terno e às cartilagens costais, anterior às vértebras 
torácicas e superior ao músculo diafragma.
A sua constituição é predominantemente mus-
cular e ele é oco. Apresenta 12 cm de comprimento, 
9 de largura e 6 de espessura, e pesa 250 gramas nas 
mulheres e 300 gramas nos homens. Tem forma de 
uma pirâmide, com o ápice apontando para baixo 
e para a esquerda, e a base apontando para cima e 
para a direita. Os principais vasos sanguíneos que 
chegam e saem do coração o fazem pela base do ór-
gão (DI DIO, 2002).
O coração apresenta três camadas: endocárdio (in-
ternamente), pericárdio (externamente) e mio-
cárdio (entre as anteriores). O endocárdio forra as 
cavidades e as válvulas do coração. O pericárdio, 
constituído por tecido conjuntivo fi broso e subdivi-
dido empericárdio fi broso e seroso, tem por função 
fi xar e proteger o coração. O miocárdio é o tecido 
muscular estriado cardíaco e a sua espessura varia 
de acordo com a câmara cardíaca avaliada. Assim, é 
mais fi no nos átrios e mais espesso nos ventrículos. 
Dele emergem os septos cardíacos, os músculos pec-
tíneos e os músculos papilares pelos quais as cordas 
tendíneas se prendem (TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010).
Figura 1 - Posição e forma do coração
18 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Os septos cardíacos dividem o coração em qua-
tro câmaras cardíacas. Os átrios são superiores e 
menores; os ventrículos são inferiores e maiores. Na 
face anterior dos átrios estão localizadas as aurícu-
las, cuja função é aumentar ligeiramente a capacida-
de de armazenamento de sangue do órgão.
O septo atrioventricular é horizontal e divide o 
coração em parte superior e inferior. Os septos in-
teratrial e interventricular são verticais e dividem, 
respectivamente, os átrios e os ventrículos direitos e 
esquerdos. A face externa do coração apresenta uma 
quantidade variável de gordura e de sulcos que mar-
cam o limite externo entre estas câmaras cardíacas.
É importante destacar que o treinamento físi-
co pode modifi car a espessura do miocárdio, assim 
como as doenças podem alterar a sua estrutura exi-
gindo, inclusive, transplante cardíaco (DÂNGELO; 
FATTINI, 2011).
O sangue circula entre as câmaras cardíacas, passan-
do por orifícios chamados óstios, os quais apresen-
tam dispositivos orientadores da corrente sanguínea, 
chamados valvas cardíacas. As principais são as val-
vas atrioventricular direita, atrioventricular esquer-
da, valva do tronco pulmonar e valva da aorta. Tais 
estruturas, por sua vez, são constituídas por lâminas 
de tecido conjuntivo chamadas válvulas, folhetos ou 
cúspides. Elas impedem o refl uxo de sangue e se não 
estiverem em perfeito funcionamento, podem de-
sencadear sopro cardíaco (WATANABE, 2000).
Figura 2 – Câmaras e septos cardíacos
Figura 3 – Valvas e válvulas cardíacas, músculos papilares e cordas tendíneas
Valva átrioventricular
esquerda
Valva átrioventricular
direita
Cordas tendíneas
Septo interventricular
Músculos papilares
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 19
A circulação do sangue (ou seja, sua passagem 
pelo coração e vasos sanguíneos) se faz por meio 
de duas correntes que partem ao mesmo tempo do 
coração. A primeira é chamada de pequena circu-
lação, ou circulação pulmonar, e tem por objeti-
vo oxigenar o sangue. Para tanto, o sangue sai do 
ventrículo direito pelo tronco pulmonar e se diri-
ge aos pulmões, onde ocorre a hematose. O san-
gue oxigenado volta ao átrio esquerdo pelas veias 
pulmonares e é lançado no ventrículo esquerdo. A 
segunda é chamada de grande circulação, ou cir-
culação sistêmica, e tem por objetivo distribuir o 
sangue oxigenado e rico em nutrientes ao corpo e 
dele remover o CO2 e os produtos residuais. Para 
tanto, o sangue sai do ventrículo esquerdo pela ar-
téria aorta, se dirige aos tecidos do corpo e retorna 
ao coração pelas veias cavas que desembocam no 
átrio direito do coração, de onde o sangue é dirigido 
ao ventrículo direito (TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010). 
Bulhas cardíacas e sopro
O barulho característico do coração (“tum-tá, 
tum-tá, tum-tá”...) ocorre devido aos fecha-
mentos consecutivos das valvas do coração. 
Durante a sístole, os ventrículos se contraem 
comprimindo o sangue que, devido à pressão 
no ventrículo, tende a refluir do ventrículo 
para o átrio. Assim, o sangue turbilhona-se 
contra as valvas atrioventriculares, as quais se 
fecham fortemente para impedir tal refluxo. O 
fechamento dessas valvas gera uma vibração, 
que é convertida em som pela caixa torácica. 
Este som é chamado de primeira bulha car-
díaca (é o “tum”). No entanto os ventrículos 
continuam a se contrair até que a pressão 
em seu interior seja maior do que a pressão 
dentro do tronco pulmonar e da artéria aorta. 
Isto faz com que as valvas semilunares pul-
monares e aórticas se abram. À medida que 
o sangue vai saindo dos ventrículos para as 
artérias, elas se distendem para acomodar 
o sangue, e isto aumenta a pressão dentro 
delas ao mesmo tempo em que diminui a 
pressão no ventrículo. Então, para impedir 
que o sangue reflua das artérias para o ven-
trículo, ocorre o forte fechamento das valvas 
semilunares. Este fechamento gera a segunda 
bulha cardíaca (é o som do “tá”).
Fonte: Pazin-Filho, Schmidt e Maciel (2004).
SAIBA MAIS
Figura 4 – Tipos de circulação
Em azul, notar a circulação de sangue venoso
na pequena circulação ou circulação pulmonar
Em rosa, notar a circulação de sangue arterial
na grande circulação ou circulação sistêmica
20 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
A inervação do coração é diferente daquela em ou-
tros órgãos do corpo, uma vez que ela se dá por duas 
maneiras: pela inervação extrínseca e pela inervação 
intrínseca. A inervação extrínseca é realizada pelo 
sistema nervoso autônomo (SNA) por meio de seus 
componentes simpáticos (que lhe causam taquicar-
dia) e parassimpáticos (que lhe causam bradicardia). 
Essa inervação é necessária às demandas do dia a 
dia, pois, por ela, o SNA possibilita ao coração adap-
tações e reações conforme ocorrem modificações do 
ambiente (WATANABE, 2000).
A inervação intrínseca (sistema de condução do 
coração ou complexo estimulante do coração) não é 
feita por elementos nervosos, e sim, por fibras mus-
culares cardíacas especiais que formam o tecido no-
dal capaz de gerar impulsos eletroquímicos que, por 
sua vez, se propagam pelo coração, causando a con-
tração deste. Esta inervação é considerada o marca-
-passo do coração.
É interessante salientar que a atividade elétrica do 
coração gera uma corrente elétrica que pode ser de-
tectada na superfície do corpo e registrada pelo ele-
trocardiograma (ECG). Alterações neste exame po-
dem diagnosticar doenças cardíacas. Estas doenças 
também podem ser previamente identificadas por 
meio da aplicação de um teste de esforço, avaliando, 
assim, a resposta do coração ao exercício físico.
Vasos sanguíneos
As artérias, as veias e os capilares possibilitam o 
transporte de sangue pelo corpo e, por isto, cons-
tituem os vasos sanguíneos. Artérias e veias têm 
suas paredes formadas por três camadas sobrepos-
tas. A mais externa, chamada de túnica adventícia, 
dá resistência ao vaso; a média apresenta músculo 
liso, possibilitando vasoconstrição e vasodilatação; 
a túnica íntima (ou endotélio) é formada por uma 
camada de células que possibilitam o deslizamento 
do sangue (FREITAS, 2004). 
Os vasos sanguíneos apresentam particularidades 
estruturais diretamente relacionadas às funções que 
desempenham na mecânica circulatória. Grande par-
te destas diferenças se devem ao fato de que o sangue 
que circula pelas artérias transita com maior pressão 
do que o sangue que circula no sistema venoso. As 
veias, por exemplo, têm paredes mais finas e maior luz 
(ou seja, o espaço para o sangue circular é maior) por 
que por elas deve retornar ao coração o mesmo volu-
me de sangue que saiu pelas artérias. Na circulação 
venosa, todavia, a pressão é praticamente irrelevante, 
e o retorno venoso ocorre de modo passivo, ou seja, 
sem um órgão análogo ao coração para mandá-lo de 
volta para bombeá-lo contra a ação da gravidade.
As artérias são tubos cilíndricos, elásticos, de 
direção centrífuga (pois levam sangue para fora do 
coração) e responsáveis por transportar sangue rico 
em O2 e nutrientes para as células. Todavia as artérias 
pulmonares representam uma exceção, pois condu-
zem sangue venoso aos pulmões (DI DIO, 2002).
São menos numerosas do que as veias, têm pul-
sação, normalmente são mais profundas para fica-
rem protegidas e evitar que uma ruptura cause um 
fluxo ininterrupto de sangue ou uma hemorragia.No entanto podem apresentar parte do seu trajeto 
superficialmente (como a artéria radial).
Podem ser acompanhadas por veias satélites, se 
comunicar entre si por anastomoses e se ramificar 
emitindo ramos terminais (quando a artéria deixa 
de existir) ou ramos colaterais (quando a artéria 
continua a existir, mas emite um ramo com direção 
oblíqua ou a 90º; quando o ramo forma um ângulo 
obtuso, é chamado de ramo recorrente). Assim, as 
artérias, geralmente, começam de grande calibre e 
diminuem de diâmetro à medida que se ramificam.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 21
Os capilares sanguíneos têm diâmetro microscó-
pico e ligam as arteríolas às vênulas. As suas paredes 
são muito delgadas e, por isso, permitem a passagem 
de substâncias através de suas paredes, ou seja, per-
mitem trocas entre sangue e tecido por meio do lí-
quido intersticial (microcirculação), sendo, por isso, 
conhecidos como vasos de troca.
Os capilares apresentam vasomotricidade, ou 
seja, fazem vasodilatação e vasoconstrição de ma-
neira infl uenciada por substâncias químicas libe-
radas pelas células endoteliais (óxido nítrico, por 
exemplo). São considerados os vasos mais numero-
sos do corpo, mas dependendo da atividade meta-
bólica do tecido, pode haver mais deles ou menos. 
Assim, nos músculos, no fígado, nos rins e no SNC, 
os quais têm alta atividade metabólica, há mais ca-
pilares do que nos tendões e ligamentos. Ademais, 
eles podem apresentar poros (sendo chamados de 
fenestrados), podem ter interrupções em suas pare-
des (sendo chamados de sinusoides) ou podem ter 
parede sem poros ou interrupções (sendo chamados 
de contínuos) (TORTORA; DERRICKSON; WER-
NECK, 2010).
As veias conduzem o sangue em direção centrí-
peta, ou seja, por elas o sangue chega ao coração. Ex-
ceto pelas veias pulmonares, que conduzem sangue 
arterial para o coração, as demais fazem a drenagem 
(ou retorno venoso) coletando sangue rico em CO2 
e metabólitos dos tecidos.
Estes vasos não têm pulsação, normalmente são 
menos espessos do que as artérias e, por isso, não re-
sistem a pressões muito altas e tendem a colaborar (as 
suas fi nas paredes fi cam aderidas). As veias podem 
ser superfi ciais ou profundas, as quais se comunicam 
por meio das veias comunicantes ou perfurantes. O 
calibre das veias pode aumentar gradativamente, 
elas podem apresentar válvulas para impedir o refl u-
xo do sangue e o leito venoso é praticamente o do-
bro do leito arterial. Vale lembrar que veias, artérias 
e nervos se unem formando feixes vásculo-nervosos 
(MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Figura 5 – Diferenças entre artérias, capilares e veias
O sangue não se distribui igualmente a todos 
os órgãos do corpo, pois o fl uxo sanguíneo 
depende da demanda funcional. Desta for-
ma, em repouso, a maior parte do volume de 
sangue (64%) permanece nas veias e vênulas 
sistêmicas. As artérias sistêmicas têm 13%, os 
capilares sanguíneos têm 7%, os vasos pulmo-
nares, 9% e o coração, 7%. Todavia este estado 
pode ser totalmente alterado em condições 
específi cas, como exercício físico e estresse.
Como visto, veias e vênulas sistêmicas atuam 
como reservatório de sangue a partir do qual 
este sangue pode ser rapidamente redirecio-
nado em casos, por exemplo, de hemorragia 
ou de atividade muscular intensa. Para tanto, 
ocorre venoconstrição para ajudar a contraba-
lancear a queda na pressão arterial. As prin-
cipais veias e vênulas do corpo que realizam 
tal função são as do fígado, do baço e da pele.
Fonte: Moore et al. (2014).
SAIBA MAIS
22 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Principais vasos sanguíneos do corpo
Coração
De maneira geral, o coração é irrigado pelas artérias 
coronárias, ramos da parte ascendente da artéria 
aorta. Geralmente, a coronária esquerda é mais ca-
librosa e tem maior área de distribuição de sangue.
A drenagem do coração é feita por várias veias 
cardíacas que se abrem no seio coronário (a prin-
cipal veia do coração), o qual desemboca no átrio 
direito (WATANABE, 2000).
Cabeça e pescoço
A vascularização da cabeça e do pescoço depende 
das artérias carótidas comuns e subclávias, as quais 
se originam do arco da aorta. O tronco braquio-
cefálico (localizado à direita desse arco) emite a 
artéria carótida comum direita e a artéria subclá-
via direita. As artérias carótida comum esquerda 
e subclávia esquerda surgem do próprio arco da 
aorta. As artérias carótidas comuns se bifurcam em 
artéria carótida interna (que entra no crânio irri-
gando estruturas como a retina e o encéfalo) e arté-
ria carótida externa (que irriga estruturas da face e 
do couro cabeludo). A região posterior do encéfalo 
é irrigada pelas artérias vertebrais (ramos das arté-
rias subclávias).
O retorno venoso da cabeça e do pescoço depen-
de dos seios venosos da dura-máter e de veias su-
perfi ciais que desembocam na veia jugular interna. 
Esta veia se une à veia subclávia, formando a veia 
braquiocefálica. As veias braquiocefálicas direita e 
esquerda se anastomosam formando a veia cava su-
perior que, por sua vez, desemboca no átrio direito 
do coração (DANGELO; FATTINI, 2011).
Figura 6 – Vascularização da cabeça e do pescoço
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 23
Tórax
A irrigação do tórax é feita pela parte torácica da ar-
téria aorta por meio de ramos viscerais e parietais, 
como as artérias esofágicas, pericárdicas, medias-
tinais, bronquiais, frênicas superiores, subcostais e 
intercostais posteriores. As artérias subclávia e axilar 
também participam da irrigação da parede torácica.
A drenagem do tórax é feita por várias veias que 
drenam para a veia ázigo, a qual conduz sangue ve-
noso até a veia cava superior (MOORE et al., 2014).
Figura 7 – Vascularização do tórax
Abdome
A irrigação do abdome é feita pela parte abdominal 
da artéria aorta que emite ramos viscerais e parietais, 
como as artérias epigástrica superfi cial, epigástrica in-
ferior, musculofrênica, 10ª e 11ª artérias intercostais 
posteriores, subcostal, circunfl exa ilíaca profunda, cir-
cunfl exa ilíaca superfi cial, frênicas inferiores, tronco 
celíaco, mesentérica superior, mesentérica inferior, su-
prarrenais médias, renais, gonadais e ilíacas comuns. 
Estas últimas se ramifi cam em artérias ilíacas externas 
(que vão aos membros inferiores) e ilíacas internas 
(que irrigam bexiga urinária, útero e próstata).
A drenagem venosa das vísceras abdominais é 
feita, principalmente, pela veia porta e pela veia cava 
inferior (DI DIO, 2002).
24 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Pelve
A parede e vísceras da pelve são irrigadas pela arté-
ria ilíaca interna. As principais artérias da pelve são 
umbilical, obturatória, sacral mediana, retal supe-
rior, gonadal, do ducto deferente, ramos prostáticos, 
vesical superior e inferior e uterina.
Os plexos venosos pélvicos são formados por 
veias que circundam as vísceras pélvicas (plexo re-
tal, vesical, prostático, uterino, vaginal). As veias 
iliolombares, sacral mediana e sacrais laterais tam-
bém são importantes nesta drenagem. Em última 
instância, as veias ilíacas interna e externa se unem 
na pelve para formar a veia ilíaca comum. As veias 
ilíacas comuns direita e esquerda se anastomosam 
formando a veia cava inferior, que recebe outras 
tributárias e desemboca no átrio direito do coração 
(FREITAS, 2004).
Membro superior
Os membros superiores são irrigados pelas arté-
rias subclávias, as quais, na região axilar, passam a 
ser chamadas de artérias axilares, e no braço, são 
chamadas de artérias braquiais. As braquiais se 
ramificam em artérias ulnar e radial (na altura da 
fossa cubital).
Veias profundas e superficiais drenam o membro 
superior. Por exemplo, as veias cefálica, basílica, ra-
dial e ulnar. Por fim, e como já visto anteriormente, 
as veias subclávias se unem às jugulares formando as 
veias braquiocefálicas, asquais se unem formando 
a veia cava superior (TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010).
Membro inferior
Os membros inferiores são irrigados pelas artérias 
ilíacas externas, as quais atravessam o ligamento 
inguinal e passam a ser chamadas de artérias femo-
rais. Estas passam à região poplítea (posterior ao 
joelho) e recebem o nome de artérias poplíteas, as 
quais se bifurcam em artérias tibial anterior, tibial 
posterior e fibular.
Veias profundas e superficiais drenam o membro 
inferior, como as veias tibial anterior, tibial poste-
rior, fibular, safena magna e safena parva. Em última 
instância, drenam para a veia femoral, atravessam o 
ligamento inguinal e passam a ser chamadas de veias 
ilíacas externas. Estas se unem às veias ilíacas inter-
nas formando as veias ilíacas comuns, as quais se 
unem formando a veia cava inferior (DI DIO, 2002).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 25
Figura 8 – Ilustração esquemática das principais artérias 
26 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Figura 9 – Vascularização do corpo humano
Fonte: Colicigno et al. (2009, p. 164-165).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 27
CURIOSIDADES
O retorno venoso dos membros inferiores ocorre 
contra a ação da gravidade. É possibilitado por fato-
res como o gradiente de pressão entre a cavidade to-
rácica e a abdominal durante a respiração, a ação de 
“esponja venosa” das plantas dos pés, a ação massa-
geadora dos músculos do membro inferior sobre os 
vasos e a pulsação das artérias adjacentes, transmi-
tindo o pulso para a parede da veia acompanhante 
(veia satélite). Além disso, as veias dos membros in-
feriores têm válvulas que ajudam no direcionamento 
do sangue. No entanto permanecer em pé por muito 
tempo pode fazer com que o sangue se acumule nas 
veias, causando dilatação, insuficiência valvular e 
varizes. Tal fato faz com que haja refluxo do sangue, 
estase sanguínea e edema.
A ressuscitação cardiopulmonar (compressão 
cardíaca associada à ventilação artificial dos pul-
mões) é útil para manter o sangue oxigenado até que 
o coração volte a bater. Isto porque o coração fica 
posicionado entre a coluna vertebral e o osso ester-
no, ou seja, duas estruturas rígidas que podem ser 
comprimidas, ajudando o coração a bombear san-
gue para a circulação sistêmica (FREITAS, 2004).
O envelhecimento altera progressivamente o sis-
tema circulatório gerando, por exemplo, a diminui-
ção no tamanho das fibras musculares cardíacas, a 
perda de força muscular do coração, a redução da 
frequência cardíaca máxima, o aumento da pressão 
sistólica e a diminuição da complacência arterial. O 
exercício físico tem sido apontado como capaz de 
minimizar tais ocorrências e, por isto, ele é mun-
dialmente visto como uma das melhoras formas de 
prevenção às doenças cardiocirculatórias.
28 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sistema Circulatório
Linfático
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 29
Como visto anteriormente, o sistema linfático per-
tence ao sistema circulatório. O que o diferencia do 
sistema circulatório sanguíneo é o fato de que a linfa 
é o líquido circulante no sistema linfático enquanto 
o sangue é o líquido circulante no sistema sanguí-
neo. Como o sistema sanguíneo foi estudado na aula 
anterior, a presente aula enfatizará os componentes, 
as funções e os principais detalhes do sistema circu-
latório linfático.
DEFINIÇÃO
O sistema linfático auxilia o sistema venoso a dre-
nar a linfa dos tecidos para a circulação sanguínea. 
É constituído por uma vasta rede de vasos (capila-
res, vasos e ductos linfáticos) que se distribuem por 
todo o corpo captando líquido tecidual que não re-
tornou aos capilares sanguíneos. Assim, além da 
linfa, esse sistema apresenta tecidos e órgãos lin-
foides, como baço, timo, linfonodos e tonsilas, os 
quais estão distribuídos por praticamente todo o 
corpo (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014; MO-
ORE et al., 2014).
FUNÇÕES
A principal função do sistema linfático é drenar o 
excesso de líquido intersticial para os vasos linfá-
ticos mantendo, assim, a homeostasia dos fl uidos 
do corpo, e também participar ativamente da imu-
nidade corpórea, uma vez que esse sistema está 
relacionado à produção e à maturação de células 
imunológicas. Figura 10 – Visão geral do sistema linfático
30 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Adicionalmente, o sistema linfático se relaciona 
à absorção e ao transporte das gorduras dos alimen-
tos por meio dos capilares lácteos, os quais recebem 
todos os lipídios e vitaminas lipossolúveis absorvi-
dos pelo intestino. Após essa absorção, o quilo (linfa 
drenada do intestino delgado com aparência leitosa) 
é conduzido pelos vasos linfáticos viscerais para o 
ducto torácico e o sistema venoso. Em outros teci-
dos, a linfa é um líquido amarelo-claro translúcido 
(DANGELO; FATTINI, 2011).
COMPONENTES
Linfa
A linfa é um líquido incolor presente no espaço in-
tersticial, resultante das trocas entre o sangue dos 
capilares e o tecido. Em termos de composição, ela 
se parece com o plasma sanguíneo, porém é mais 
rica em água, tem menos proteínas e não tem hemá-
cias ou plaquetas.
Como o sistema linfático não dispõe de um ór-
gão central bombeador de linfa (como o coração), 
a sua circulação depende dos mesmos mecanismos 
que auxiliam o retorno venoso e, por isto, o seu fluxo 
é lento nos períodos de inatividade física, mas au-
menta com o exercício, o peristaltismo e os movi-
mentos respiratórios (TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010).
Capilares, vasos e ductos linfáticos
Quando a linfa intersticial é recolhida pelas ca-
pilares linfáticos, ela passa a ser chamada de lin-
fa circulante. Embora estes capilares sejam os de 
menor calibre do sistema linfático, eles são muito 
importantes, pois recolhem também diversas mo-
léculas do líquido intersticial que não retornam aos 
capilares sanguíneos (como proteínas, por exem-
plo). Para tanto, são mais calibrosos e têm maior 
permeabilidade do que os capilares sanguíneos 
(são fenestrados, pois apresentam espaço entre as 
suas células; não têm membrana basal e as bordas 
de suas células endoteliais ficam em posição dife-
renciada como uma porta vaivém unidirecional). 
Além disso, para garantir um fluxo unidirecional 
da linfa em direção ao capilar sanguíneo, eles ter-
minam em fundo cego e dispõem de válvulas que 
os estreitam, dando-lhes o aspecto de “rosário” ou 
“colar de conta”.
Os capilares linfáticos são abundantes na pele e 
nas mucosas, mas não existem nos dentes, nos ossos, 
na medula óssea vermelha, no sistema nervoso cen-
tral, nos tecidos avasculares (cartilagem, epiderme e 
córnea do bulbo) e no músculo estriado esquelético 
(mas existem no tecido conjuntivo que os envolve). 
Eles se unem para formar os vasos linfáticos.
Os vasos linfáticos podem ser superficiais ou pro-
fundos. Os superficiais anastomosam-se livremente e 
drenam para os profundos, que também recebem a 
drenagem dos órgãos internos. Eles tornam-se pro-
gressivamente maiores e atravessam os linfonodos 
antes de desembocar nos troncos linfáticos.
Os principais troncos linfáticos são: intestinal 
(recebe linfa dos órgãos abdominais), lombar (drena 
membros inferiores e alguns órgãos pélvicos), subclá-
vio (drena membros superiores, parte do tórax e do 
dorso), jugular (drena cabeça e pescoço) e broncome-
diastinal (drena tórax). Estes troncos drenam para o 
ducto linfático direito ou para o ducto torácico.
O ducto linfático direito é um pequeno vaso (1,0 
cm de comprimento) formado pela união dos tron-
cos subclávio, jugular e broncomediastinal direito. 
Ele desemboca na junção da veias subclávia direita 
e jugular interna direita. Já o ducto torácico é maior 
(45 cm de comprimento) e recebe a linfa dos troncos 
lombares e intestinal, atravessa o músculo diafragma 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 31
e recebe vasos linfáticos que drenam a metade es-
querdado tórax. Também recebe o tronco subclávio 
esquerdo e o tronco jugular esquerdo e desemboca 
na veia subclávia esquerda. Assim, o ducto torácico 
recolhe a linfa de todo o corpo, menos do membro 
superior direito e da metade direita da cabeça, do 
pescoço e do tórax (que é recolhida pelo ducto lin-
fático direito). Por fim, a linfa é direcionada às veias 
e passa a circular junto com o plasma, retornando à 
corrente sanguínea (FREITAS, 2004).
Baço
Figura 11 – Capilares, vasos e ductos linfáticos
Figura 12 - Localização in situ dos órgãos do sistema digestório
O baço é o maior órgão linfoide (10 cm), com forma 
elíptica e cor vermelho-escura. Localizado à esquer-
da da cavidade abdominal, fica quase completamen-
te recoberto pelo estômago e é envolto pelo peritô-
nio visceral e por uma cápsula de tecido conjuntivo 
fibroso. Internamente, apresenta polpa vermelha 
(mais abundante) e branca (por dentro da vermelha, 
com grande quantidade de linfócitos e macrófagos).
Ele atua produzindo linfócitos e plasmócitos, 
maturando linfócitos B, armazenando plaquetas, 
destruindo células sanguíneas velhas (hemocatere-
se), produzindo células sanguíneas (hemopoiese) 
e como reservatório de sangue (é capaz de liberar 
cerca de 200 ml para a circulação sistêmica em si-
tuações de emergência, como uma hemorragia, por 
exemplo). Normalmente, esse sangue fica na polpa 
vermelha e é liberado pela contração das células 
musculares lisas presentes em sua cápsula.
Este órgão pode aumentar de tamanho em de-
Linfonodos
Os linfonodos são pequenas porções de tecido linfoi-
de localizadas ao longo dos vasos linfáticos de todo o 
corpo. Eles são envoltos por uma cápsula fibrosa, se 
apresentam em grupos superficial e profundo e atuam 
como órgãos filtradores da linfa antes de esta adentrar 
o sistema venoso. Isto porque dentro deles existem 
células imunológicas (como macrófagos e linfócitos) 
hábeis em destruir microrganismos, toxinas, células 
anômalas e partículas estranhas (WATANABE, 2000).
32 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
corrência de algumas doenças infecciosas (esple-
nomegalia), pode ser rompido devido a traumas 
abdominais, obrigando a realização de sua remo-
ção cirúrgica (esplenectomia) a fim de evitar san-
gramento intraperitoneal e morte por hemorragia. 
Nesta situação em específico, fígado, medula óssea 
vermelha, linfonodos e tonsilas podem assumir as 
suas funções, embora as funções imunes possam 
permanecer debilitadas por algum tempo.
Quando se faz exercício físico extenuante sem 
um bom preparo físico, o baço pode causar dor 
na região lateral esquerda do abdome. Isto porque 
durante o exercício, ele necessita cumprir várias 
de suas funções ao mesmo tempo, ou seja, realizar 
hemocaterese, hemopoiese e liberar sangue extra à 
circulação periférica para suprir a necessidade dos 
músculos em exercício. Todavia a continuidade do 
exercício muda a constituição do sangue (aumen-
tando, por exemplo, a quantidade de eritrócitos e 
otimizando o transporte de O2 para os músculos). 
Respirar intensamente e diminuir a intensidade do 
exercício podem ajudar a melhorar o desconforto 
(DI DIO, 2002).
Timo
O timo é uma massa linfoide envolta por uma cáp-
sula de tecido conjuntivo, localizada, em parte, na 
região inferior do pescoço (anterior e lateralmente à 
traqueia) e em parte na cavidade torácica (posterior-
mente ao osso esterno, no mediastino). Linfócitos T 
necessitam dele para amadurecer e, quando madu-
ros, o deixam e são transportados aos linfonodos, 
ao baço e aos outros tecidos linfáticos. Este órgão 
também produz o hormônio timosina, que estimula 
o crescimento de linfócitos nos tecidos linfáticos do 
corpo, atuando, assim, como glândula endócrina.
Embora algumas de suas células continuem a 
se proliferar durante toda a vida, o timo é maior na 
infância, pois, gradativamente, é substituído por 
tecido conjuntivo e gordura, de forma que as suas 
funções são assumidas por outros órgãos. Este 
fato justifica o pouco conhecimento que a maioria 
das pessoas tem a respeito deste órgão (FREITAS, 
2004). 
Figura 13 – Baço Figura 14 – Timo
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 33
Nódulos linfáticos
Nódulos linfáticos são massas de tecido linfático 
não revestidas por tecido conjuntivo. Enquanto al-
guns deles são pequenos e solitários, outros formam 
grandes agregações (tonsilas, nódulos linfáticos do 
íleo e do apêndice vermiforme).
Nos segmentos gastrointestinais, eles são conhe-
cidos como placas de Peyer e podem estar espalhados 
pela mucosa que reveste os sistemas genital, digestó-
rio, urinário e respiratório. Neste caso, são chama-
dos de tecido linfático associado à mucosa (MALT) 
(TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010).
Tonsilas
Tonsilas são pequenas massas de tecido linfoide lo-
calizadas em várias regiões do corpo, por exemplo, 
na parte nasal da faringe (tonsila faríngea), próximo 
ao óstio faríngeo da tuba auditiva (tonsila tubária), 
na raiz da língua (tonsila lingual), na fossa tonsilar 
(tonsila palatina) e na laringe (tonsila laríngea). O 
conjunto destas é conhecido como anel linfático, o 
qual se relaciona à imunidade, representando a pri-
meira defesa do organismo.
Quando as tonsilas são ativadas, elas intensi-
ficam a produção de anticorpos, ficam dolorosas 
e hipertrofiadas. A hipertrofia da tonsila tubária e 
faríngea, por exemplo, recebe o nome de adenoi-
de e pode dificultar o funcionamento da tuba au-
ditiva, da qualidade da voz e da respiração nasal. 
Assim, o indivíduo desenvolve respiração bucal e 
passa a roncar enquanto dorme. A hipertrofia da 
tonsila palatina (popularmente chamada de ami-
dalite) também dificulta a deglutição (WATANA-
BE, 2000).
Figura 15 – Tonsilas
Tonsila
faríngea
Tonsila
palatina
Tonsila
lingual
34 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
PRINCIPAIS LINFONODOS DO CORPO
Cabeça
Incluem os linfonodos occipital, mastoideos, pré-auriculares, parotídeos e linfo-
nodos da face (infra-orbitais, mandibulares e bucinatórios) (MOORE et al., 2014).
Figura 16 – Principais linfonodos do corpo humano
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 35
Pescoço
Incluem os linfonodos submandibulares, submen-
tuais, cervicais superficiais, cervicais profundos su-
periores, cervicais inferiores e cervicais superiores 
(FREITAS, 2004).
Tórax
Os linfonodos do tórax podem ser parietais ou vis-
cerais. Os parietais incluem os linfonodos paraester-
nais, estercostais e frênicos. Os viscerais incluem os 
mediastinais anteriores e posteriores e os traqueo-
bronquiais (MOORE et al., 2014)
Abdome e pelve
Os linfonodos do abdome e da pelve também 
podem ser parietais ou viscerais. Os parietais in-
cluem os linfonodos ilíacos comuns, ilíacos ex-
ternos e internos, sacrais e lombares. Os viscerais 
incluem os celíacos, mesentéricos e inferiores 
(FREITAS, 2004).
Membros superiores
Os principais linfonodos dos membros superiores 
são os supratrocleares, deltopeitorais e axilares) (DI 
DIO, 2002).
Membros inferiores
Os principais linfonodos dos membros inferiores 
são os poplíteos, os inguinais superficiais e profun-
dos (DANGELO; FATTINI, 2011).
DISSEMINAÇÃO DO CÂNCER
Células cancerígenas podem se disseminar pelo cor-
po por proximidade ou por metástase (neste caso, 
por meio do sangue ou da circulação linfática). A 
disseminação pelo sangue (hematogênica) é a via 
mais comum de propagação de sarcomas (tumores 
mais malignos que ocorrem predominantemente no 
fígado e nos pulmões). A disseminação linfática é 
a via mais comum de disseminação de carcinomas 
(tumores menos malignos).
Quando a metástase ocorre por via linfática, 
os linfonodos cancerosos ficam aumentados, mais 
firmes, são insensíveis (pouco dolorosos) e fixos às 
estruturas próximas. É importante diferenciar tais 
alterações daquelas que ocorrem em decorrência de 
quadros infecciosos, em que os linfonodostornam-
-se aumentados, no entanto, moles, móveis e muito 
dolorosos (MOORE et al., 2014).
LINFANGITE, LINFADENITE E LINFEDEMA
Linfangite é caracterizada como a inflamação secun-
dária dos vasos linfáticos. Linfadenite é a inflamação 
secundária dos linfonodos (conhecida popularmen-
te como íngua). Linfedema é um tipo de edema que 
ocorre quando a linfa não é drenada adequadamen-
te (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014).
Você sabia que o envelhecimento pode al-
terar o funcionamento do sistema linfático? 
É comum, por exemplo, que a produção de 
células imunológicas diminua e que a produ-
ção de anticorpos contra o próprio organismo 
aumente, fazendo com que haja, respectiva-
mente, debilidade imunológica e maior índice 
de doenças autoimunes.
REFLITA
36 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sistema Respiratório
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 37
Nesta última aula da unidade, o sistema respiratório 
será abordado de maneira correlacionada aos siste-
mas sanguíneo e linfático. Assim, será realizada uma 
abordagem bem direcionada referente à sua defini-
ção, função e divisão, aos seus componentes e às suas 
relações com o exercício físico. Também serão citadas 
algumas de suas aplicabilidades práticas. Será muito 
bom se você puder realizar a leitura do material com-
plementar a fim de enriquecer o seu aprendizado. 
DEFINIÇÃO E FUNÇÃO
O sistema respiratório é um conjunto de estruturas 
anatômicas as quais, em conjunto, captam o ar do 
meio ambiente e o transportam ao órgão respirató-
rio para que a hematose ocorra (o O2 do ar inspirado 
difunde-se dos alvéolos pulmonares para as células, 
e o CO2 resultante do metabolismo celular é trazido 
das células aos pulmões para ser eliminado com o ar 
expirado) (DANGELO; FATTINI, 2011).
DIVISÃO
As estruturas anatômicas que compõem o sistema 
respiratório podem ser dividas em porção de 
condução e porção respiratória. A porção de 
condução é formada por órgãos tubulares que levam 
o ar inspirado até a porção respiratória e o trazem 
de volta para ser expirado. Ela é composta por nariz, 
faringe, laringe, traqueia, brônquios e todas as suas 
ramificações. Já a porção respiratória é representada 
exclusivamente pelos pulmões, pois é onde ocorrem 
as trocas gasosas ou hematose.
Adicionalmente, as estruturas anatômicas do siste-
ma respiratório podem ser agrupadas em via aérea 
superior (do nariz à laringe) e via aérea inferior (da 
traqueia aos pulmões) (FREITAS, 2004).
COMPONENTES
Nariz
Como a primeira estrutura do sistema respiratório, a 
sua função é captar o ar do meio ambiente, filtrá-lo, 
aquecê-lo e umidificá-lo. Além disso, o nariz permi-
te o olfato, recebe e elimina as secreções dos seios 
paranasais e do ducto lacrimonasal.
Está localizado no plano mediano da face, aci-
ma do palato duro, e é composto por uma parte 
externa e pela cavidade nasal. Apresenta estrutura 
ósteo-cartilagínea, sendo que os seus ossos exter-
nos incluem os nasais e as maxilas, e os seus ossos 
internos incluem o etmóide, o vômer e as conchas 
nasais inferiores.
Figura 17 - Sistema respiratório
38 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Externamente, o nariz é subdividido em raiz 
(superiormente), base (inferiormente), ápice (ponto 
projetado mais anteriormente), dorso (entre a raiz e 
o ápice), asa (lateralmente) e narinas (aberturas se-
paradas por um septo que fazem a comunicação da 
cavidade nasal com o meio externo).
A cavidade nasal pode ser dividida em vestíbu-
lo (anteriormente e com pelos chamados vibrissas), 
região respiratória (inferiormente) e região olfató-
ria (concha nasal superior e terço superior do septo 
nasal). A cavidade nasal é dividida pelo septo nasal 
em porções direita e esquerda. Este septo apresenta 
uma parte cartilagínea (cartilagem do septo nasal) 
e uma parte óssea (formada pelos ossos etmóide 
e vômer). O termo cavidade nasal pode ser usado 
para toda a cavidade ou para cada parte.
Figura 18 – Cavidade nasal
Fonte: Colicigno et al. (2009, p. 172).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 39
Dentro da cavidade nasal existem as conchas nasais, 
que delimitam espaços chamados meatos. Toda esta 
região é muito vascularizada e nela, a ruptura de va-
sos pode causar sangramento nasal, também conhe-
cido como epistaxe.
Os seios paranasais, ou seios da face, desem-
bocam nos meatos, lançando neles as suas secre-
ções. Esses seios são cavidades que alguns ossos do 
crânio (frontal, maxila, esfenoide, etmoide) apre-
sentam e, por isto, são chamados de pneumáticos. 
Cada osso pneumático apresenta o seu próprio 
seio (seio frontal, seio maxilar, seio esfenoidal e 
seio ou células etmoidais). Eles tornam a cabeça 
mais leve, estão relacionados à ampliação da voz 
e ajudam a aquecer e a umidificar o ar. Os seios 
contêm ar e são recobertos por mucosa respirató-
ria (DI DIO, 2002).
Faringe
É uma estrutura músculo-membranácea que se 
inicia na base do crânio e termina ao nível da 6ª 
vértebra cervical, onde continua com o esôfago e 
mantém contato com a coluna vertebral. Como a 
faringe fica localizada posteriormente à cavidade 
nasal, à cavidade oral e à laringe, ela apresenta três 
partes sem limites precisos entre elas: a parte nasal 
(que se comunica com a cavidade nasal), a parte 
oral (que se comunica com a cavidade oral) e a par-
te laríngea (que se comunica com a laringe). Assim, 
a faringe se associa aos sistemas respiratório e di-
gestório, sendo um canal comum à passagem de ar 
e alimento. Inclusive, os músculos da faringe apre-
sentam movimentos peristálticos, possibilitando a 
deglutição dos alimentos.
Na porção nasal da faringe existe uma aber-
tura chamada óstio faríngeo da tuba auditiva, que 
comunica a parte nasal da faringe com a cavida-
de timpânica da orelha média. Esta comunicação 
serve para igualar a pressão do ar atmosférico à 
pressão do ar de dentro da cavidade timpânica. 
Também serve para drenar muco e perilinfa dos ca-
nais semicirculares (TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010).
Figura 19 – Faringe e seus principais acidentes anatômicos
40 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Laringe
A laringe é um órgão que se localiza no plano me-
diano e anterior do pescoço, à frente da faringe, en-
tre a 3ª e a 6ª vértebras cervicais. Ela dá continuidade 
à traqueia e serve como via aerífera, permitindo a 
passagem do ar da faringe para a traqueia. Além dis-
so, é considerada o órgão da fonação, uma vez que 
dentro dela estão as pregas vocais.
Ela é constituída por cartilagens, ligamentos, 
membranas e músculos estriados esqueléticos que 
atuam sobre as pregas vocais ou na movimentação 
da laringe durante a deglutição. As suas nove cartila-
gens são ímpares (como a cartilagem tireoidea, a cri-
coidea e a epiglótica) ou pares (como a aritenóidea, a 
corniculada e a cuneiforme). A cartilagem tireoidea 
é a maior delas. Ela é constituída por duas lâminas 
que se unem, formando, assim, a proeminência la-
ríngea (popularmente conhecida como “gogó” ou 
“pomo-de-Adão”). A cartilagem epiglótica lembra 
uma folha e protege a entrada da laringe contra a 
entrada de alimentos durante a deglutição (WATA-
NABE, 2000). 
Figura 20 – Laringe
SISTEMA DIGESTÓRIO HUMANO
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 41
Traqueia
A traqueia é uma estrutura mediana no pescoço 
que representa a continuação direta da laringe. A 
sua função é servir como via aerífera, conduzindo 
ar da laringe até os brônquios principais. Ela inicia 
na região cervical, mas segue em direção ao tórax, 
passando anteriormente ao esôfago.
A sua estrutura cilíndrica é fibrocartilagínea 
(anéis incompletos de cartilagem em forma de “C” 
se sobrepõem e se ligam por meio dos ligamentos 
anulares). Enquanto tais anéis lhe dão rigidez e im-
pedem que as suas paredes colabam, o seu tecido 
elástico lhe possibilita a mobilidade e a flexibilidade 
necessárias à respiração e à deglutição.A sua pare-
de posterior (parede membranácea) é formada por 
músculo liso (músculo traqueal) e tecido conjuntivo.
Antes de se dividir nos brônquios principais 
direito e esquerdo, a traqueia sofre um leve des-
vio à direita, fazendo com que o brônquio prin-
cipal esquerdo seja mais longo do que o direito. 
No ponto de sua bifurcação, a traqueia apresenta 
uma crista interna chamada carina. Internamen-
te, este órgão é revestido por mucosa e apresenta 
células ciliadas que auxiliam na limpeza das vias 
aéreas. O cigarro faz com que as células ciliadas 
percam a mobilidade de seus cílios e que as glân-
dulas traqueais se tornem hiperativas e passem 
a secretar muco em excesso. Por isso, fumantes 
crônicos têm muita secreção e dificuldade em fa-
zer a boa higiene traqueobrônquica (DANGELO; 
FATTINI, 2011).
Figura 21 – Traqueia e brônquios
42 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
Brônquios
Os brônquios são estrutural e funcionalmente se-
melhantes à traqueia, porém ao invés de anéis car-
tilagíneos, eles apresentam placas irregulares de 
cartilagem.
Após a sua origem, são chamados de brônquios 
principais. As suas primeiras ramificações são os 
brônquios lobares (os quais ventilam os lobos pul-
monares) e depois os brônquios segmentares (que 
vão até os segmentos broncopulmonares, sofrem 
várias divisões e terminam nos alvéolos, formando 
a árvore brônquica). O brônquio principal direito é 
mais vertical, mais calibroso e mais curto do que o 
esquerdo, de forma que ele é mais facilmente obstru-
ído por corpos estranhos que passam pela traqueia 
(MOORE et al., 2014).
Pulmão
Os pulmões são os principais órgãos da respiração, 
pois é dentro deles que ocorre a hematose. In vivo, 
são esponjosos, macios, leves e elásticos. Ao nasci-
mento, são rosados, embora se tornem acinzentados 
e com manchas devido à inalação de diversas partí-
culas durante a vida.
Eles ficam alojados na cavidade torácica e en-
tre eles há uma região central chamada mediastino, 
onde se localizam importantes estruturas anatômi-
cas, como o coração e os seus grandes vasos, a tra-
quéia,o esôfago, o timo, os brônquios principais etc.
Este órgão tem forma cônica, com uma região 
superior chamada ápice e uma região inferior cha-
mada base (como esta se apoia sobre o múscu-
lo diafragma, pode também ser chamada de face 
diafragmática). Além dessa, o pulmão tem a face 
costal (em contato com as costelas) e a medial ou 
mediastinal (voltada ao mediastino e com uma 
abertura chamada hilo pulmonar, por onde entram 
e saem estruturas como brônquios, artérias, veias e 
vasos linfáticos).
O direito pulmão é maior, mais pesado, mais 
curto e mais largo do que o esquerdo devido à po-
sição do coração (o pulmão esquerdo chega a ser 
10% menor do que o direito). Além disso, o pulmão 
direito apresenta três subdivisões chamadas lobos 
(superior, médio e inferior) enquanto o esquerdo 
apresenta apenas duas (lobo superior e inferior). A 
separação dos lobos pulmonares ocorre por fendas 
profundas chamadas fissuras (no pulmão direito 
existem as fissuras oblíqua e horizontal, e no pulmão 
esquerdo existe apenas a fissura oblíqua). Por fim, o 
pulmão esquerdo apresenta uma projeção chamada 
língula do pulmão (DI DIO, 2002).
Figura 22 – Pulmão direito e esquerdo
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 43
Pleura e cavidade pleural
Pleura é um saco seroso que reveste os pulmões. 
É constituída por dois folhetos, a pleura pulmonar 
ou visceral e a pleura parietal. A primeira reveste 
a superfície do pulmão, penetrando, inclusive, as 
suas fissuras. A segunda recobre a face interna do 
tórax e o músculo diafragma. Ambas são contínuas 
entre si por meio de um espaço chamado cavida-
de pleural, onde existe uma pequena quantidade 
de líquido que permite o deslizamento entre elas 
durante os movimentos respiratórios (MOORE et 
al., 2014).
Figura 23 – Pleuras e cavidade pleural
44 
ANATOMIA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA 
MECÂNICA RESPIRATÓRIA
Para que a respiração normal em repouso ocorra, a 
contração do músculo diafragma é a única necessá-
ria. Ele se contrai, se projeta em direção à cavidade 
abdominal comprimindo as vísceras ali localizadas e 
aumentando a pressão nesta região. Por outro lado, a 
pressão no tórax diminui, fazendo com que o ar en-
tre, a favor do gradiente de pressão, do meio externo 
(onde é maior a pressão) para a cavidade torácica 
(onde a pressão é menor). Assim ocorre a inspira-
ção. A expiração normal ocorre na sequência e não 
necessita da contração de nenhum músculo respira-
tório, pois a própria elasticidade do tecido pulmonar 
faz com que o ar saia quando a pressão interna e ex-
terna se igualarem.
Se a inspiração ou a expiração forem forçadas 
(por exemplo, em exercício físico intenso ou em 
caso de doença respiratória), vários outros músculos 
passam a agir, como os intercostais externos e alguns 
músculos do pescoço, a exemplo do esternocleido-
mastoideo e dos escalenos (ajudando na inspiração) 
e dos músculos intercostais internos e dos abdomi-
nais (ajudando na expiração).
O sistema nervoso (controle nervoso) e os es-
tímulos químicos (controle químico) controlam 
a mecânica respiratória. O controle nervoso de-
pende da medula espinal e do tronco encefálico; 
o controle químico se baseia na concentração dos 
gases O2 e CO2. Assim, modificações sobre a fre-
quência e o volume respiratório são responsáveis 
por ajustes essenciais da mecânica respiratória 
que, por sua vez, depende das condições do in-
divíduo (como temperatura ambiental, esforço 
físico e doenças) (TORTORA; DERRICKSON; 
WERNECK, 2010).
Assim finalizamos o nosso estudo sobre o sistema 
respiratório em termos anatômicos e funcionais. 
Lembre-se de que sua atuação é essencial ao fun-
cionamento do corpo como um todo e determina a 
efetividade da prática do exercício físico.
Figura 24 – Principais músculos da respiração
Os problemas respiratórios são responsáveis 
pela má qualidade de vida de muitas pessoas 
no mundo (no Brasil, estima-se que um em 
cada cinco brasileiros possui alguma doença 
respiratória). Dentre as mais comuns estão 
a asma alérgica, a bronquite crônica, a rinite 
e o enfisema pulmonar. Embora a maioria 
das pessoas com disfunção respiratória pen-
se que não pode fazer exercícios físicos, o 
exercício supervisionado e bem orientado 
ajuda a diminuir o cansaço, a indisposição e 
a fadiga. Desta forma, a adoção de um estilo 
de vida mais ativo é importante para evitar o 
agravamento dessas doenças.
Fonte: a autora.
SAIBA MAIS
 45
considerações finais
A manutenção das adequadas oxigenação e nutrição tecidual, e a drenagem efe-
tiva das células dependem do funcionamento do sistema circulatório em atuação 
conjunta com o sistema respiratório e sob o rigoroso controle do sistema nervoso.
Embora tais sistemas possam ser acometidos por diversas doenças, pesquisas 
têm comprovado que a prática de exercícios físicos específicos e supervisiona-
dos têm minimizado os danos morfofuncionais que esses sistemas podem sofrer 
em decorrência da inatividade física. Todavia é essencial que os profissionais di-
retamente ligados ao condicionamento físico desses sistemas ( por exemplo, o 
profissional de Educação Física e o fisioterapeuta) tenham pleno conhecimento 
histológico, anatômico e fisiológico a fim de prevenir e tratar disfunções incapa-
citantes desses sistemas.
Ademais, faz-se necessário que tais profissionais tenham total conhecimento 
acerca das modificações que o exercício físico é capaz de gerar sobre tais estrutu-
ras. O coração é um bom exemplo de órgão que pode ser modificado pelo treina-
mento. Ele se fortalece, aumenta a sua força de contração, ejeta maior quantidade 
de sangue a cada batimento cardíaco (aumenta o volume de ejeção), podendo, in-
clusive, bater menos vezes por minuto mantendo a mesma quantidade de sangue 
ejetado(atletas, por exemplo, têm menor frequência cardíaca e maior volume de 
ejeção). Ao contrário, pessoas sedentárias têm elevada frequência cardíaca para 
manter o volume de ejeção, pois o miocárdio é menos forte.
O exercício físico também está relacionado às modificações que ocorrem no 
funcionamento do sistema linfático. Os movimentos e as contrações musculares 
estimulam a circulação da linfa, ao passo que esta é lentificada pelo imobilismo. 
Por isso, as contrações musculares são ditas auxiliares da drenagem linfática e 
favorecedoras da homeostasia corpórea.
O sistema respiratório é grandemente otimizado pela prática regular do exer-
cício. Tal fato pode ser visto ao se comparar atletas e indivíduos sedentários no 
que se refere aos volumes e às capacidades pulmonares, os quais são avaliados 
por um exame chamado espirometria. Neste exame, é possível mensurar as quan-
tidades de ar que entram e saem dos pulmões a cada inspiração e/ou expiração 
normais ou forçadas. Além disso, todos os músculos respiratórios são fortaleci-
dos pelo exercício físico. Portanto, um(a) bom(a) professor(a) de Educação Física 
deve conhecer em profundidade o aparelho cardiorrespiratório.
46 
atividades de estudo
1. Em relação ao sistema circulatório, leia as afirma-
ções a seguir: 
I) A irrigação do membro superior depen-
de das artérias carótidas comuns direita 
e esquerda.
II) A irrigação do membro inferior depende 
da artéria aorta (parte descendente abdo-
minal), a qual se bifurca originando a arté-
ria ilíaca comum (direita e esquerda). As 
artérias ilíacas comuns se ramificam origi-
nando as artérias ilíacas externa e interna. 
A externa passa o ligamento inguinal e, na 
coxa, passa a ser chamada de femoral. Na 
altura da fossa poplítea, recebe o nome de 
artéria poplítea, a qual se bifurca em tibial 
anterior, tibial posterior e fibular. Tais arté-
rias irrigam todo o membro inferior (inclu-
sive os pés).
III) Na grande circulação, o sangue sai do ven-
trículo esquerdo pela artéria aorta e transi-
ta pelo corpo oxigenando todas as células. 
Em contrapartida, capilares teciduais cap-
tam o CO2 produzido pelo metabolismo 
das células, se anastomosam, originam 
vênulas e veias de calibre cada vez maior 
até retornarem ao átrio direito do coração 
pelas veias cavas superior e inferior.
IV) O vaso que mantém relação com o ventrí-
culo esquerdo do coração é o tronco pul-
monar. Já o vaso que mantém relação com 
o ventrículo direito do coração é a artéria 
aorta.
V) A irrigação da cabeça depende das artérias 
subclávias direita e esquerda. 
É correto o que se afirma em: 
a) I e II, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II e V, apenas.
e) III e IV, apenas.
2. O sistema respiratório é essencial à manutenção 
da vida e, por isso, conta com estruturas especia-
lizadas responsáveis pelas funções de condução 
do ar e de trocas gasosas. Com base nesta afir-
mação, leia as afirmações a seguir:
I - É prática relativamente comum a nível 
hospitalar a realização de traqueostomia 
em pacientes que apresentem importante 
condição clínica impossibilitadora da res-
piração (o edema de glote é um exemplo). 
Em caso de traqueostomizar o paciente, 
um dos problemas que este apresenta é a 
impossibilidade de fonação em decorrên-
cia das pregas vocais serem seccionadas 
durante o procedimento cirúrgico.
II - As tonsilas linguais, faríngeas, palatinas, 
tubárias e laríngeas têm por função pro-
duzir anticorpos para proteger o corpo 
contra microrganismos que possam cau-
sar malefícios. Juntas, elas formam o anel 
linfático, uma importante estrutura do 
sistema linfático, que se posiciona próxi-
mo às cavidades nasal e oral, e à farínge 
e à laringe.
III - Em ordem, as estruturas anatômicas que 
o ar percorre dentro do sistema respira-
tório são: vestíbulo do nariz, cavidade na-
sal, laringe, faringe, traqueia, brônquios 
principais, brônquios segmentares, brô-
nquios lobares, bronquíolos e alvéolos 
pulmonares.
IV - As pleuras revestem e protegem os pul-
mões. Enquanto a pleura pulmonar é mais 
externa e mantém contato com a parede 
do tórax, a pleura parietal fica bastante 
aderida ao parênquima pulmonar, pene-
trando, inclusive, as fissuras do pulmão. 
V - O pulmão direito é maior do que o pulmão 
esquerdo.
 47
atividades de estudo
É correto o que se afirma em: 
a) I e II, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II e V, apenas.
e) IV e V, apenas.
3. O sistema circulatório depende da ação de bom-
ba do coração e da capacidade dos vasos em 
conduzir sangue arterial e venoso pelo corpo. 
Assim, artérias e veias participam da grande e da 
pequena circulação. Com base nesta afirmação, 
leia as afirmações a seguir:
I - A pequena circulação manda sangue aos 
pulmões a fim de possibilitar a hematose.
II - As principais artérias que irrigam o cora-
ção são as coronárias (direita e esquerda).
III - A principal veia que drena a cabeça e o 
pescoço é a veia subclávia.
IV - Os átrios são as maiores câmaras cardí-
acas. A sua função é ejetar sangue para 
fora do coração e, por isso, são chamados 
de câmaras de ejeção. 
V - A pequena circulação tem por objetivo 
oxigenar e nutrir as células do corpo e 
delas remover todo o gás carbônico e as 
impurezas. 
É correto o que se afirma em: 
a) I e II, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II e V, apenas.
e) III e IV, apenas.
4. O sistema linfático é auxiliar do sistema venoso, 
uma vez que ambos realizam a drenagem celu-
lar. Com base nesta afirmação, leia as afirmações 
a seguir:
I - O pulmão direito apresenta apenas dois 
lobos e uma única fissura.
II - Ao contrário do proposto anteriormente, 
o pulmão esquerdo apresenta apenas 
dois lobos e uma única fissura.
III - Os linfonodos são estruturas de filtragem 
da linfa. Eles dispõem de células imuno-
lógicas (como os linfócitos), as quais são 
capazes de destruir microrganismos, 
células anômalas ou mesmo moléculas 
grandes e inúteis.
IV - Apesar de existir poucos vasos linfáti-
cos dispersos pelo corpo, eles são muito 
abundantes nos ossos e nas cartilagens.
V - O ducto linfático direito e o ducto torácico 
drenam a linfa para as principais artérias 
que chegam ao coração. Assim, o sistema 
linfático auxilia a irrigação que o sistema 
arterial realiza.
É correto o que se afirma em: 
a) I e II, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II e V, apenas.
e) III e V, apenas.
48 
atividades de estudo
5. Observe a imagem a seguir, leia as afirmações e 
assinale a alternativa que contém as proposições 
corretas:
a) O região representada pelo número 1 é 
responsável pelo olfato.
b) O número 2 representa a parte laríngea da 
faringe.
c) O número 3 representa a faringe.
d) O número 4 representa o brônquio princi-
pal esquerdo.
e) O número 5 representa o brônquio princi-
pal direito.
 49
LEITURA
COMPLEMENTAR
Leia o artigo a seguir que trata da infl uência do exercício físico sobre os parâmetros respi-
ratórios de pacientes submetidos à hemodiálise. 
RESUMO
Modelo do estudo: Estudo experimental. Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) refere-se 
a um diagnóstico sindrômico de perda progressiva e irreversível da função renal. O paciente 
submetido à hemodiálise pode apresentar limitações na capacidade funcional, função pulmo-
nar e força muscular respiratória, com consequentes prejuízos na qualidade de vida. 
Objetivo: Avaliar os efeitos de um programa de exercício físico sobre a função pulmonar, 
capacidade funcional, qualidade de vida e dor, em pacientes que realizam hemodiálise. 
Metodologia: Participaram do estudo 28 pacientes de ambos os sexos, com idade entre 40 
e 60 anos, em programa de hemodiálise no Instituto do Rim da Santa Casa de Misericórdia 
de Presidente Prudente-SP. A

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