A Ética do cuidado de Leonardo Boff

Prévia do material em texto

A Ética do cuidado de Leonardo Boff
Uma das percepções de Leonardo Boff seria de que a crise é capaz afetar a humanidade se não houver cuidado. Um meio para sair dessa crise é a necessidade de criarmos uma nova ética, pois, o princípio fundamental da ética é baseado no cuidado com o próximo, esse cuidado vem da essência do ser humano. Como Leonardo Boff diz, o cuidado é mais que um ato, é uma atitude de preocupação, de responsabilidade e de envolvimento afetivo com o outro.
 O cuidado é uma relação envolvente com a realidade e a ética uma atitude positiva que pode fazer com que as coisas cresçam e fortaleçam. O cuidado é condicionador antecipado de toda ação, pode se prevenir danos futuros ou resgatar os danos acontecidos.
Cada pessoa é única, tem sua consciência, seus valores e tradição e merece que isso seja respeitado. A ética é o ilimitado respeito a todos os seres, pois tudo o que está entre nos merece existir, então quando respeitamos estamos garantindo o direito das coisas têm de viver.
A solidariedade é universal. É tão essencial ao ser humano que nós nascemos graças a elas. Antigamente nossos ancestrais eram totalmente diferentes dos animais, que apenas caçavam para si, eles partilhavam de todo alimento caçado. Se foi possível fazer isso antes, porque é tão difícil que as pessoas hoje em dia tenham tanta dificuldade. Isso se deve à falta de solidariedade e compaixão com o próximo, já que estamos cercados pelo capitalismo que se baseia na competição, onde só um pode sair ganhando, enquanto que na solidariedade todos ganham.
 	A responsabilidade tem a ver com a consciência humana de dar-se conta de seus atos. Um desses atos são as toneladas de dióxido de carbono que são lançadas na atmosfera todo dia. É na responsabilidade que o caráter ético da pessoa é mostrado. Ela escuta o apelo da realidade em sua consciência e dá uma resposta negativa ou positiva sobre o determinado assunto e dessa resposta nasce a responsabilidade, o dever de responder os apelos da realidade. A partir desses comportamentos de responsabilidade surgem as diferentes morais concretas com a marca de diferentes tradições humanas. 
	Diante dessa crise com a meio ambiente e o desemprego, dão a origem a solidariedade, mas só ela não é o suficiente. Mas para essa a solidariedade universal ser constituída é necessário o diálogo em todas as frentes. Impões então uma ética do diálogo universal, mas para isso é preciso oferecer uma fundamentação filosófica.
	O ser humano é um ser de relação e comunicação. Em relação ao diálogo o ser uma impõe algumas regras: reciprocidade, reconhecimento dos sujeitos e capacidade de argumentar, que seja aceita entre todos. Isso seria uma norma que não respeita o processo comunicativo, pois colabora com a coação e manipulação dos dados, ou seja, imoral.
	O ideal é que a terra seja um lugar onde os cidadãos opinem, discutam e juntos colaborem em benefícios de todos, mas eles se unem para garantir a hegemonia sobre os outros e consolidar seu poder e com essas práticas só viram problemas sociais.
	A sociedade contemporânea, chamada sociedade do conhecimento e da comunicação, está cada vez mais a criar, contraditoriamente, incomunicação e solidão entre as pessoas. A reação primeira dessa realidade é a compaixão, a atitude de sofrer pelo o outro e de participar de sua liberdade. A máxima de compaixão e solidariedade “Liberta o pobre, o oprimido e o excluído”, essa máxima põe em xeque as totalidades éticas dadas.
	Segundo a visão da ética holística, a diferença revela a complexidade e a riqueza única da humanidade. O holismo sustentar todas as condições necessárias para o surgimento dos seres: estes só existem a partir da conjugação das energias, dos elementos físico-químicos e informacionais que, combinados entre si dão origem a tudo.
	“São princípios fundamentais para termos uma ética mínima, adequada aos dias atuais e que permite um horizonte de esperança para a humanidade, uma ética profundamente humanitária que engloba todas as pessoas, pois, está ancorada na essência do ser humano” – Leonardo Boff (1999).