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PARTIDOS POLÍTICOS •CONCEITO: •Celso Bastos: “...organização de pessoas reunidas em torno de um programa político com a finalidade de assumir o poder e de mantê-lo ou, ao menos, de influenciar na gestão da coisa pública através de críticas e oposição”. • José Afonso da Silva: “... É uma agremiação de um grupo social que se propõe organizar, coordenar e instrumentar a vontade popular com o fim de assumir o poder para realizar seu programa de governo”. •REGRAS CONSTITUCIONAIS: • A primeira refere-se à liberdade de organização partidária, visto ser livre a criação, a fusão, a incorporação e a extinção de partidos políticos. • Não se trata de liberdade partidária absoluta, no entanto, uma vez que deverão ser resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: ❖Caráter nacional; ❖Proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; ❖Prestação de contas à Justiça Eleitoral; ❖Funcionamento parlamentar de acordo com a lei; ❖Vedação de utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. • A constituição dos partidos políticos consolida-se na forma civil, perante o Serviço de Registro Civil de Pessoas Jurídicas competente (Capital Federal, Brasília – art. 8º da Lei 9.096/95) e, posteriormente, já tendo adquirido a personalidade jurídica, formaliza-se com o registro de seus estatutos perante o TSE – Tribunal Superior Eleitoral. • Os partidos políticos são verdadeira instituições, pessoas jurídicas de direito privado, na medida em que sua constituição se dá de acordo com a lei civil, no caso, a Lei dos Registros Públicos (Lei 6.015/73). Corrobado pelos arts. 45 e 985 do Código Civil. • Os partidos políticos, uma vez constituídos e com registro perante TSE, têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei (art. 17, §3º), sendo beneficiados pela imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “c”, da CF (imposto sobre patrimônio, renda ou serviços...) • O PRINCÍPIO DA VERTICALIZAÇÃO DAS COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS E A EC 52/2006 • Com base no preceito do caráter nacional dos partidos políticos, o TSE entendeu que a circunscrição maior (federal – candidatos à presidência da república) englobava a menor (estadual – governador, senadores, deputados federais e estaduais. Essa regra não se aplicava às alianças em eleições municipais. • Todavia, a EC 52/2006 acabou com a obrigatoriedade da verticalização das coligações partidárias em campanhas eleitorais, com a nova redação ao art. 17, §1º . • FIDELIDADE PARTIDÁRIA: • O STF, em 03 e 04.10.2007, julgando os MS 26.602 e 26.604, resolveu a matéria sobre a questão da fidelidade partidária e entendeu que a fidelidade partidária é princípio constitucional e deve ser respeitado pelos candidatos eleitos. • Teoricamente, aquele que mudar de partido (transferência de legenda) sem motivo justificado perderá o cargo eletivo. • O STF reconheceu o caráter eminentemente partidário do sistema proporcional e as inter-relações entre o eleitor, o partido e o representante eleito. • Mudar de partido caracteriza desvio ético-político e gera desequilíbrio no Parlamento. É fraude contra a vontade do povo. • O processo de perda de cargo eletivo, bem como a justificação de desfiliação partidária, foi estabelecido na Resolução 22.610, do TSE, com redação dada pela Resolução 22.733/2008, também do TSE. A ação tramitará perante o TSE para pedidos relativos a mandato federal e, nos demais casos, perante o TRE do respectivo Estado. Segundo a resolução, considera-se justa causa: ❖Incorporação ou fusão do partido; ❖Criação de novo partido; ❖Mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; ❖Grave discriminação pessoal. Não há regra expressa, mas a ideia de fidelidade partidária decorre de uma análise sistemática da Constituição. • FINANCIAMENTO DAS CAMPANHAS – ADI 4650 Decisão: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Ministro Relator, julgou procedente em parte o pedido formulado na ação direta para declarar a inconstitucionalidade dos dispositivos legais que autorizavam as contribuições de pessoas jurídicas às campanhas eleitorais, vencidos, em menor extensão, os Ministros Teori Zavascki, Celso de Mello e Gilmar Mendes, que davam interpretação conforme, nos termos do voto ora reajustado do Ministro Teori Zavascki. O Tribunal rejeitou a modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade por não ter alcançado o número de votos exigido pelo art. 27 da Lei 9.868/99, e, consequentemente, a decisão aplica-se às eleições de 2016 e seguintes, a partir da Sessão de Julgamento, independentemente da publicação do acórdão. • Com relação às pessoas físicas, as contribuições ficam reguladas pela lei em vigor. Ausentes, justificadamente, o Ministro Dias Toffoli, participando, na qualidade de Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, do Encontro do Conselho Ministerial dos Estados Membros e Sessão Comemorativa do 20º Aniversário do Instituto Internacional para a Democracia e a Assistência Eleitoral (IDEA Internacional), na Suécia, e o Ministro Roberto Barroso, participando do Global Constitutionalism Seminar na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Presidiu o julgamento o Ministro Ricardo Lewandowski. Plenário, 17.09.2015.
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