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Da Organização do Estado • Forma de Estado • Forma de governo • Sistema de governo •A organização e a estrutura do Estado podem ser analisadas sob três aspectos: • Forma de governo: república ou monarquia; • Sistema de governo: presidencialismo ou parlamentarismo; • Forma de estado: estado unitário ou federação. •Brasil: forma republicana de governo; sistema presidencialista de governo a e forma federativa de Estado. FEDERAÇÃO A forma federativa de Estado teve origem nos EUA, e data de 1787. Em 1776, ocorre a proclamação de independência das 13 colônias britânicas da América. Cada qual passa a se intitular um novo Estado soberano, com liberdade e independência. Formaram um tratado internacional, intitulado ARTIGOS DE CONFEDERAÇÃO, a CONFEDERAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS, um pacto de colaboração, a fim de se protegerem das constantes ameaças da antiga metrópole inglesa. Era permitida a denúncia do tratado a qualquer tempo, ou seja, o direito de RETIRADA, DE SEPARAÇÃO, DE SECESSÃO do pacto. O direito de secessão representava ameaças diante da fragilidade perante iminentes ataques. • Por isso, resolveram, em reunião na Filadélfia, discutir as bases para uma FEDERAÇÃO americana, pela qual não se permitia mais o direito de secessão. • Cada Estado cedia parcela de sua soberania para um órgão central, responsável pela centralização e unificação, formando os ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, ou seja, autônomos entre si (não mais soberanos), dentro do pacto federativo. • A formação da Federação americana decorreu de um MOVIMENTO CENTRÍPETO (DE FORA PARA DENTRO), ou seja, Estados soberanos cedendo parcela de sua soberania, em verdadeiro MOVIMENTO DE AGLUTINAÇÃO. • No Brasil ocorreu o MOVIMENTO CENTRÍFUGO (DE DENTRO PARA FORA), ou seja, um Estado Unitário centralizado descentralizando-se. • Por tal motivo, entendemos historicamente porque os Estados norte- americanos tem autonomia muito maior que os Estados-Membros do Brasil. • IMPORTANTE RESSALTAR QUE AQUI SE ANALISA O MOVIMENTO DE FORMAÇÃO DA FEDERAÇÃO. JÁ NO MODELO DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA, QUE VEREMOS, A DOUTRINA VISLUMBRA TANTO UM FEDERALISMO CENTRÍPETO COMO UM FEDERALISMO CENTRÍFUGO OU POR SEGREGAÇÃO, em sentido diverso do acima apresentado. CARACTERÍSTICAS DA FEDERAÇÃO • Descentralização política: a CF prevê núcleos de poder político, concedendo autonomia para os referidos entes. • Repartição de competência: garantia autonomia aos entes federados (gera equilíbrio); • Constituição rígida como base jurídica: garante a distribuição de competências entre os entes autônomos, surgindo uma verdadeira estabilidade institucional. • Inexistência do direito de secessão: não permite a retirada após a criação do pacto federativo. Ver artigo 34, I, da CF, que trata da intervenção federal no Estado rebelante. A forma federativa é um dos limites materiais ao poder de emenda (art. 60,par. 4º., I,CF). • Soberania do Estado Federal: os estados federados perdem a soberania e passam a ser autônomos. A soberania é característica do todo, do Estado Federal, no do caso do Brasil, tanto é que se trata se fundamento da RFB (art. 1º., I, da CR/88). • Intervenção: em situações de crise, o processo interventivo surge como instrumento para assegurar o equilíbrio federativo e assim manter a federação. • Auto-organização dos Estados-Membros: por meios das constituições estaduais (art. 25 CF). • Órgão representativo dos Estados-Membros: no Brasil ocorrer pelo Senado Federal (art. 46 da CR) • Guardião da Constituição: No Brasil, o STF. • Repartição das receitas: assegura o equilíbrio entre os entes federados (arts. 157 a 159 da CF). FEDERAÇÃO BRASILEIRA A) Forma de governo: republicana B) Forma de Estado: Federação C) Característica do Estado brasileiro: trata-se de Estado de Direito, democratizado, qual seja, Estado Democrático de Direito; D) Entes componentes da Federação: União, Estados, Distrito Federal e Municípios E) Sistema de governo: presidencialista. COMPETÊNCIAS • COMPETÊNCIAS DA UNIÃO FEDERAL • Competência não legislativa (administrativa ou material): Trata-se de competência que toca a atuação político- administrativa, regulamentando o campo do exercício das funções governamentais. • Pode ser: - Exclusiva (art. 21 da CF/88); - Comum (cumulativa, concorrente, administrativa ou paralela): - art. 23 da CF/88 – competência não legislativa comum aos 4 entres federativos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios. - Na competência comum, o art.23, p. único, da CF/88 estabelece a possibilidade de edição de Leis Complementares para fixação de normas para cooperação entre União, Estados, DF e Municípios, em busca do equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar de âmbito nacional. Ex. LC 140/2011 (meio ambiente, poluição etc) E se ocorrer conflitos entre os entes federados? • Se o critério de colaboração não surtir efeitos, deve-se utilizar o critério da preponderância de interesses. • Mesmo não havendo hierarquia entre os entes da Federação, pode-se falar em hierarquia de interesses, em que os mais amplos (da União) devem preferir aos mais restritos (dos Estados). Competência legislativa • Competências constitucionalmente definidas para elaborar leis. Para a União Federal foram assim definidas: a) Privativa (art. 22 da CF/88). As matérias privativas da União pode ser regulamentadas também por outros federativos, desde que a União, por meio de lei complementar, autorize os Estados (e o DF) a legislar sobre questões específicas das matérias previstas no artigo 22, conforme seu parágrafo único. • Concorrente (art. 24 da CF/88). União, Estados e Distrito Federal. A União estabelecerá normas gerais. Em caso de inércia da União, os Estados e o DF poderão suplementar a União e legislar também sobre normas gerais, com competência legislativa plena. Se a União resolver legislar, a norma geral do Estado ou do DF fica eficácia suspensa no ponto em que for conflitante. Trata-se de suspensão e não de revogação, tanto que pode voltar a surtir efeito caso a norma geral da União seja revogada. • Competência tributária expressa (art. 153) • Competência tributária residual (art.154, I) – instituição mediante lei complementar de impostos não previstos no art.153, desde que não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos outros descritos na CF; • e) Competência tributária extraordinária (art. 154, II) – instituição, na iminência de ou no caso de guerra externa, de impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária Estados-Membros • A partir do estudo sobre poder constituinte derivado decorrente, tem-se que os Estados federados são autônomos em decorrência da capacidade de auto-organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação. Trata-se de autonomia e não de soberania, eis que esta é fundamento da RFB. • Os Estados-Membros constituem pessoas jurídicas de direito público interno, autônomos, nos seguintes termos: • - Auto-organização: Cf. art 25 da CF, podem se organizar e serão regidos pelas leis e Constituições que adotarem, respeitando as regras da CF/88; • - Autogoverno: Cf. arts. 27, 28 e 125 da CF, podem estruturar seus poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário); • - Autoadministração e autolegislação: Cf. arts 18 e 25 a 28 – competências legislativa e não legislativas. Formação dos Estados-Membros • REGRA GERAL: Segundo o art. 18, par. 3º, da CF/88, “os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar”. • Fusão (incorporar-se);• Cisão (subdividir-se); • Desmembramento (desmembrar-se). Requisitos para formação de Estado- Membro • -Plebiscito: a população interessada deverá aprovar a formação do novo Estado. Trata-se de condição prévia, essencial e prejudicial. • Propositura de projeto de lei complementar: Com manifestação favorável no plebiscito, será proposto projeto de lei perante qualquer das Casas do CN (Lei 9709/98) • Audiência das Assembleias Legislativas: O parecer não é vinculativo, no entanto. •Aprovação pelo Congresso Nacional: Após, passa-se à fase de aprovação do projeto de LC, através de quórum de maioria absoluta. •O CN está obrigado a aprovar o projeto? E uma vez aprovado, o Presidente tem que sancionar? - FUSÃO: Os Estado podem incorporar-se entre si. Dois ou mais Estados se unem geograficamente, formando um terceiro e novo Estado ou Território Federal, distinto dos Estados anteriores, os quais perderão a sua personalidade primitiva. Exemplo: Fusão do Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara (LC 20/74). - CISÃO: Ocorre quando um Estado que já existe subdivide-se, formando 2 ou mais Estados-Membros novos, com personalidades distintas, ou Territórios Federais. O Estado originário que se subdividiu-se desaparece. • DESMEMBRAMENTO: Possibilidade de um ou mais Estados cederem parte de seu território geográfico para formar um novo Estado ou Território Federal que não existia ou se anexar a parte desmembrada) a um outro Estado que já existia. Como regra, o Estado originário não desaparece. Ex: Estado de Goiás em relação ao Estado do Tocantins (art. 13 ADCT) e com o do Mato Grosso em relação ao Mato Grosso do Sul (LC31/77) - Duas modalidades de desmembramento: - - Desmembramento anexação: A parte desmembrad anexa- se a um Estado que já existe, ampliando o seu território geográfico. - -Desmembramento formação: A parte desmembrada se transformará em um ou mais de um Estado novo ou Território Federal, que não existia. Competências dos Estados-Membros Competência não legislativa (administrativa ou material): - Comum (cumulativa, concorrente, administrativa ou paralela): competência não legislativa comum aos 4 entes federativos (União, Estados, DF e Municípios), cf. art. 23 da CF; - Residual (remanescente ou reservada):são reservadas aos Estados as competências administrativas que não lhe sejam vedadas, ou a competência que sobra e não seja dos outros entes; - Competência legislativa: - Expressa: art. 25 CF. capacidade de auto-organização. Estados regem-se pela Constituição e leis que adotarem. - Residual (remanescente ou reservada): art.25, par. 1º. – toda competência que não for vedada e não for da competência dos outros entes; - Delegada da União: art. 22, par. Único. A União pode autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias de sua competência privativa, mediante lei complementar. • Competência legislativa (continuação): • -Concorrente: art. 24 – entre União, Estados e DF. À União cabe legislar sobre normas gerais e aos Estados sobre normas específicas; • - Suplementar: art.24, par. 1º. a 4º. Na competência concorrente, em caso de inércia da União, os Estados podem suplementar a norma, editando normas gerais sobre o tema. Se a União legislar posteriormente a norma editada pelo Estado fica suspensa. A competência suplementar divide-se em duas: a) - Competência suplementar complementar: Existindo lei federal sobre o assunto, o Estado e o DF pode (na competência estadual) complementar a norma; b)- Competência suplementar supletiva: inexiste lei federal, ficando os Estados e o DF com competência plena. • - Tributária expressa: art. 155 (estudar especialmente em dir.tributário) MUNICÍPIOS • O Município trata-se de pessoa jurídica de direito público interno e autônoma nos termos da CF/88. • São entes federativos, dotados de autonomia própria, ante a sua capacidade de auto-organização, autogoverno, autoadministraçao e autolegislação (análise dos arts. 1º. e 18 CF/88) • Auto-organização: organizam-se por Lei Orgânica, votada em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias, e aprovada por 2/3 da Câmara Municipal, que a promulgará. • Autogoverno: elege diretamente o Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores • Autoadministração e autolegislação: art. 30 – Cf. STF a autoadministração dos Municípios implica capacidade decisória quanto aos interesses locais, sem delegação ou aprovação hierárquica (ADI 1842). Formação dos Municípios • Lei Complementar Federal: determina o período para a criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios, e os procedimentos aplicáveis; • Estudo de viabilidade municipal: demonstração da viabilidade da criação, incorporação, fusão ou desmembramento. Deve ser apresentado, publicado e divulgado. • Plebiscito: se o EVM for positivo, as populações interessadas dos municípios envolvidos serão consultadas. Será convocado pela Assembleia Legislativa, de cf. com a legislação federal e estadual (art. 5º. Lei 9709/980). Condição de procedibilidade. • Lei estadual: Após cumpridos os requisitos acima. Competência dos Municípios • Competências não legislativas (administrativas ou materiais) • - Comum (cumulativa, concorrente, administrativa ou paralela) - competência não legislativa comum aos 4 entes (art. 23) • - Privativa (enumerada): art. 30, III a IX. • Competências legislativa • - Expressa: art. 29 (capacidade de auto-organização através de Lei Orgânica) • - Interesse local: art. 30,I. Diz respeito às peculiaridades e necessidades ínsitas à localidade. Peculiar interesse. • Suplementar: art. 30, II – suplementar a legislação federal e estadual no que couber (interesse local). • Plano diretor: art. 182, par. 1º. Deverá ser aprovada pela Câmara Municipal, sendo obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes. Instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. • Competência tributária expressa. Art. 156 (estuar especialmente em direito tributário). DISTRITO FEDERAL • - DF como unidade federativa: Possui capacidade de: • -Auto-organização: art.32. Rege-se por Lei Orgânica, votada em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 da Câmara Legislativa, que a promulgará. Parâmetros da CF/88. • -Autogoverno: Eleição de Governador e vice, e dos Deputados Distritais • Autoadministração e autolegislação: competências legislativas e não legislativas. • Outras características relevantes: • - Impossibilidade de divisão do DF em municípios (art. 32, caput, CF/88). Ao contrário do que ocorre com os Estados e Territórios; • - Autonomia parcialmente tutelada pela União (art. 32, par. 4º): polícias civil, militar e corpo de bombeiros, embora subordinados ao Governador do DF, são organizados e mantidos diretamente pela União; Poder Judiciário e Ministério Público do DF e dos Territórios são organizados e mantidos pela União; • - EC 69/2012 transferiu da União para o DF as atribuições de organizar e manter a Defensoria Pública do DF. Competências do DF • Competências não legislativas (administrativas ou materiais): • Comum (cumulativa ou paralela): competência não legislativa comum aos 4 entes federativos. • - Competências legislativas: art. 32, par. 1º, CF/88. Ao DF são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Tudo o que se refere neste tema aos Estados e Municípios aplica-se ao DF. • Expressa (art.32, caput): elaboração da própria Lei Orgânica. Ei-las: • Residual (art. 24, par. 1º): toda a competência que não for vedada, ao DF estará reservada. • Delegada (art. 22, p. único): A União pode autorizar o DF a legislar sobre questões específicas das matérias de sua competência privativa (da União), mediante autorização em Lei Complementar.• Concorrente (art. 24): União- normas gerais. DF – normas específicas; • Suplementar (art. 24, par. 1º. a 4º): Legislação concorrente. Inércia da União em fixar normas gerais. DF poderá suplementar e regulamentar as regras gerais sobre o assunto. Caso a União regule posteriormente, a norma do DF fica suspensa no que for contrário, e não revogada. • Interesse local: art. 30, I, c/c art. 32, par. 1º. • Competência tributária expressa: art.147, parte final, c/c arts. 156 e 155. TERRITÓRIOS FEDERAIS • Natureza jurídica: não é dotado de autonomia política. Trata-se de descentralização administrativo-territorial da União, ou seja, uma autarquia. Integra a União. • CF/88: Até a CF de 1988 existiam 3 territórios: Roraima, Amapá e Fernando de Noronha. Roraima e Amapá foram transformados em Estados (art.14, caput, do ADCT), e o de Fernando de Noronha foi extinto, sendo sua área reincorporada ao Estado de Pernambuco. Atualmente, Fernando de Noronha é Distrito Estadual, prevendo a Constituição de PE a sua transformação em Município quando alcançar os requisitos e exigências mínimas, previstos em Lei Complementar Estadual. • Atualmente é possível a criação de novos Territórios Federais, que continuarão a ser mera autarquia, sem autonomia própria de ente federado. Eis o processo para criação: • - Lei Complementar (art. 18, par. 2º) • - Plebiscito • - Modo de criação (art.18, par. 3º): Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexar a outros, ou formar Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Características importantes dos Territórios • - Lei federal: Lei federal disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios; • - Divisão em municípios: É possível a divisão, diferentemente do DF. Regras dos arts. 29 a 31 da CF/88; • - Executivo: direção do Território por Governador nomeado pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal (art. 84, XIV); • - Legislativo (CN): Cada Território elegerá o número fixo de 04 deputados federais. • Controle das contas: a fiscalização das contas caberá ao Congresso Nacional, após parecer prévio do TCU – Tribunal de Contas da União. • - Judiciário, Ministério Público e defensores públicos federais: Territórios com mais de 100 mil habitantes, terá, além do Governador, órgãos judiciários de 1ª. e 2ª. Instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais, organizados e mantidos pela União. A jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais (Justiça Federal Comum) caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei; • - Polícia civil, polícia militar e corpo de bombeiros militar dos Territórios: A EC 19/98 não mais atribuiu à União a organização e manutenção da polícia civil, militar e do corpo de bombeiros dos Territórios, o que só ocorre em relação ao DF; • - Legislativo: A lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. • - Sistema de ensino: organizado pela União. Da União e seus bens •Previsão constitucional: ARTIGO 20. Repartição de competências • Modelo clássico: Busca fonte na Constituição Americana de 1787. Por esse modelo, cabe à União exercer os poderes enumerados e aos Estados os poderes não especificados, em campo residual. • -Modelo moderno: Verificado após a Primeira Guerra Mundial. Nas Constituições ficam escritas não apenas as atribuições exclusivas da União, como também as hipóteses de competência comum ou concorrente entre a União e os Estados. • OBS.: O clássico e o moderno levam em conta a enumeração das competências. • Modelo horizontal: Cada entre exerce a sua atribuição nos limites fixados pela Constituição e sem relação de subordinação, nem mesmo hierárquica. No Brasil predomina o modelo horizontal, nos termos dos arts. 21, 22, 23, 25 e 30 da CF/88. • Modelo vertical: A mesma matéria é partilhada entre os diferentes entes federativos, havendo, contudo, certa relação de subordinação no que tange à atuação deles. Geralmente à União cabe legislar normas gerais e princípios, e aos Estados completá-las para atender às suas peculiaridades locais. Verdadeiro condomínio legislativo. No Brasil, temos como exemplo a competência concorrente entre União, Estados e DF (art. 24 CF/88). Da intervenção federal NOÇÕES GERAIS: • Conforme estudo das normas que regem o Estado Federal, a regra é a autonomia dos entes federativos (União/Estados/Distrito Federal/Municípios), ante a capacidade que possuem de auto-organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação. No entanto, excepcionalmente será admitido o afastamento desta autonomia política, com a finalidade de preservação da existência e unidade da própria Federação através da intervenção . • INTERVENÇÃO, portanto, consiste em medida excepcional de supressão temporária da autonomia de determinado ente federativo, fundada em hipóteses taxativamente previstas no texto constitucional, e que visa à unidade e preservação da soberania do Estado Federal e das autonomias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Alexandre de Moraes). • A UNIÃO pode intervir nos Estados e no Distrito Federal e, no caso de municípios, somente naquelas existentes dentro de Território Federal. No caso de municípios localizados em Estados, não pode. • OS ESTADOS podem intervir em municípios. •REQUISITOS PARA QUE OCORRA A INTERVENÇÃO: •Uma das hipóteses taxativamente descritas na Constituição Federal (art. 34 – intervenção federal; art. 35 – intervenção estadual); •Regra: intervenção do ente político mais amplo no ente político imediatamente menos amplo (União nos Estados e Distrito Federal, e municípios de Territórios Federais; Estados nos municípios); •Ato político – decretação exclusiva – de forma discricionária ou vinculada dependendo da hipótese – do Chefe do Poder Executivo Federal (Presidente da República, no caso de intervenção federal); e do Governador do Estado, no caso de intervenção em município, a quem caberá também a execução das medidas interventivas. QUADRO -Defesa da unidade nacional - CF, art. 34, I e II Espontânea -Defesa da ordem pública - CF, art. 34, III -Defesa das finanças públicas - CF, art. 34, V Int. Federal -Por solicitação – defesa dos Poderes Executivo ou Legislativo locais - CF, art. 34, IV Provocada -STF (CF, art. 34, IV – Poder Judiciário) - STF, STJ ou TSE (CF, art. 34, VI – -Por requisição ordem ou decisão judicial) -STF (CF, art. 34, VI e VII – execução de lei federal e ação direta inconstitucionalidade interventiva). HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO FEDERAL Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendidaa proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde”. OBSERVAÇÃO: Veja-se que a regra é a não intervenção, que só ocorre excepcionalmente em situações taxativamente previstas no texto constitucional. • OBSERVAÇÃO: No caso do art. 34, V, “a”, dívida fundada, de acordo com o art. 98 da Lei 4.320/64 “compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou financeiro de obras e serviços públicos”. Portanto, trata-se de passivo financeiro. ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO • Espontânea: o Presidente da República age de ofício (art. 34, I, II, III e V); • Provocada por solicitação: Artigo 34, IV, c/c o art. 36, I, primeira parte - quando coação ou impedimento recaírem sobre o Poder Legislativo ou o Poder Executivo, impedindo o livre- exercício dos referidos Poderes nas unidades da Federação, a decretação da intervenção federal, pelo Presidente, dependerá de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido. • Provocada por requisição: a) Artigo 34, IV, c/c com o art. 36, I, segunda parte: se a coação for exercida contra o Poder Judiciário, a decretação da intervenção federal dependerá de requisição do STF; b) Artigo 34, VI, segunda parte, c/c art. 36, II: no caso de desobediência a ordem ou decisão judicial, a decretação dependerá de requisição do STF, do STJ ou do TSE, de acordo com a matéria. • Provocada, dependendo de provimento de representação: • a) Art. 34, VII, c/c o art. 36, III, primeira parte: No caso de ofensa aos princípios constitucionais sensíveis, que são aquelas previstos no art. 34, VII, da CF/88, a intervenção federal dependerá de provimento, pelo STF, de representação do Procurador Geral da República; • b) Art. 34, VI, primeira parte, c/c art. 36, III, segunda parte: para prover execução de lei federal (pressupondo ter havido recusa à execução de lei federal), a intervenção dependerá de provimento de representação pelo Procurador Geral da República pelo STF. • OBSERVAÇÕES: a) A intervenção para execução de lei federal só deve ser havida por lícita quando não existir outro tipo de ação aparelhada para a solução da questão; b) Na hipótese de solicitação pelo Poder Executivo ou Legislativo, o Presidente da República não estará obrigado a intervir, possuindo discricionariedade (conveniência e oportunidade). Mas havendo requisição do Judiciário, não sendo o caso de suspensão do ato impugnado (art. 36, §3º.), o Presidente estará vinculado e deverá decretar a intervenção federal, sob pena de responsabilização. DECRETAÇÃO E EXECUÇÃODA INTERV. FEDERAL •A decretação e execução da intervenção federal é de competência privativa do Presidente da República (art. 84, X, d CF), ocorrendo de forma espontânea ou provocada. • O Presidente da República, antes de decidir sobre a intervenção, deve ouvir o Conselho da República (art. 90, I) e o Conselho de Defesa Nacional (art. 91, §1º, II), mas sem que haja nenhuma vinculação do Chefe do Poder Executivo aos pareceres dos referidos órgãos. Ou seja, pode decretar ou não a intervenção, independentemente do parecer dos Conselhos ser favorável ou não. • A decretação materializa-se por decreto presidencial de intervenção, que deverá especificar a amplitude, o prazo e as condições de execução, e, quando couber, nomeará o interventor. CONTROLE EXERCIDO PELO CONG.NACIONAL • No prazo de 24 horas o Congresso Nacional (Legislativo) realizará o controle político sobre o decreto de intervenção expedido pelo Executivo (art. 36, §§1º e 2º), devendo ser feita a convocação extraordinária, também no prazo de 24 horas, se a Casa Legislativa estiver em recesso parlamentar. • Assim, o Congresso Nacional aprovará ou rejeitará a intervenção federal, sempre por meio de decreto legislativo. • No caso de rejeição, o decreto legislativo suspenderá a execução do decreto de intervenção; • Ainda no caso de rejeição pelo Congresso Nacional, o Presidente da República deverá cessar imediatamente a intervenção, sob pena de cometer crime de responsabilidade (art. 85, II), sendo que no caso de não cessar, o ato passa a ser inconstitucional. HIPÓTESES DE DISPENSA DE CONTROLE PELO CONGRESSO NACIONAL • Como regra, o decreto interventivo deverá ser apreciado pelo Congresso Nacional. No entanto, excepcionalmente, a CF (art. 36, §3º) dispensa a referida apreciação, caso em que o decreto se limitará a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. As hipóteses de dispensa do controle político pelo Congresso Nacional são as seguintes: • Art. 34, VI: para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; • Art. 34, VII: quando houver afronta aos princípios sensíveis da CF. • ATENÇÃO! IMPORTANTE: Se o decreto que suspendeu a execução do ato impugnado não foi suficiente para o restabelecimento da normalidade, o Presidente da República decretará a intervenção federal, nomeando, se couber, interventor, devendo submeter o ato ao exame do Congresso Nacional (controle político), no prazo de 24 horas, cf. art. 36, par. 1º. da CF). AFASTAMENTO AS AUTORIDADES ENVOLVIDAS • Por meio do decreto interventivo, que especificará a amplitude, o prazo e condições de execução, o Presidente da República nomeará (quando necessário) interventor, afastando a autoridades envolvidas. • Uma vez cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal (art. 36, par. 4º.) INTERVENÇÃO ESTADUAL • As hipóteses de intervenção estadual e federal (nos municípios localizados em Territórios Federais) encontram-se taxativamente previstas no artigo 35 da CF, in verbis: • “35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: • I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada; • II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; • III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; • IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial”. • Decretação e execução da intervenção estadual: Trata-se de competência privativa do Governador do Estado, por meio de decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições da execução e, quando couber, nomeará o interventor. • Controle exercido pelo Legislativo: Ocorre o controle político a ser exercido pelo Legislativo, devendo o decreto de intervenção ser submetido à apreciação da Assembleia Legislativa, no prazo de 24 horas. Se não estiver funcionando, a Assembleia será convocada extraordinariamente, também no prazo de 24 horas. • Hipóteses em que o controle exercido pela Assembleia Legislativa é dispensado: Em regra, decreto passa pelo controle político. No entanto, a CF dispensa o controle, devendo o decreto limitar-se a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. A hipótese em que o controle político é dispensado ocorre quando: art. 34, IV – “O Tribunal de Justiça der provimento à representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou decisão judicial”. Todavia, se a suspensão da execução do ato não for suficiente, o Governador de Estado decretará a interdição, submetendo esse ato à apreciação da Assembleia Legislativa, que se estiver em recesso será convocado extraordinariamente. • Afastamento dasautoridades envolvidas: O decreto interventivo especificará a amplitude, prazo e condições de execução, nomeando o Governador de Estado, quando necessário, interventor, afastando as autoridades envolvidas. Cessar os motivos da intervenção, as autoridades afastadas voltarão aos seus cargos, salvo impedimento legal (art. 36, par. 4º). • Súmula 637 do STF: “Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal de justiça que defere pedido de intervenção estadual em município”. Do Poder Legislativo • Estrutura, funções, competência exclusivas, das comissões parlamentares de inquérito • ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO FEDERAL: ❖No Brasil, vigora o bicameralismo federativo, no âmbito federal, ou seja, o Poder Legislativo é composto de duas Casas: a Câmara dos Deputados, constituída por representantes do povo, e o Senado Federal, composto por representantes dos Estados-Membros e do Distrito Federal. ❖O art. 44 da CF/88 diz que “O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal”. • ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO ESTADUAL: • Unicameralismo: Nos Estados, o Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa, composta por Deputados Estaduais, também representantes do povo do Estado. • ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL: • Unicameralismo: O Legislativo municipal é exercido pela Câmara Municipal (Câmara de Vereadores), composto pelos Vereadores, representantes do povo do município. • ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO DISTRITAL: • Unicameralismo: O legislativo distrital é exercido pela Câmara Legislativa (art. 32), composta pelos Deputados Distritais, que representam o povo do Distrito Federal. • Aplicação das características dos Estados: Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27 da CF, ou seja, todas as regras estabelecidas para os Estados valem para o DF. • ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO DOS TERRITÓRIOS FEDERAIS: • Regra Geral: Lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. Ainda não foi regulamentado o dispositivo do art. 33, §3º, última parte, da CF/88. Quando criados, cada Território elegerá número fixo de 4 deputados federais, para compor a Câmara dos Deputados do Congresso Nacional. •ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DO CONGRESSO NACIONAL: artigos 48 e 49 da CONSTITUIÇÃO DE 1988. CÂMARA DOS DEPUTADOS • Composição: A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, ou seja, por Deputados Federais eleitos que manifestam a vontade popular. Todo poder emana do povo, que o exercem, ou de forma direta (ex.: plebiscito, referendo e iniciativa popular – soberania popular, art. 14, I-III), ou por meio de seus representantes. • Eleição: Os Deputados Federais são eleitos pelo povo segundo o princípio proporcional, ou seja, o número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido em Lei Complementar, proporcionalmente à população, com os ajustes necessários no ano anterior às eleições, de forma que nenhuma unidade da Federação tenha menos de 8 ou mais de 70 deputados (art. 45, §1º). • Número de Deputados Federais: como visto acima, será proporcional, não podendo ser inferior a 8 e nem maior que 70 Deputados Federais. Os Territórios Federais, se vierem a ser criados, elegerão número fixo de 4 deputados. O número total de Deputados Federais foi fixado pela LC nº 78/1993 em 513. • Mandato: 4 anos, período esse que corresponde à legislatura. • Renovação dos Deputados: a cada 4 anos, permitida a reeleição. • Remuneração: O subsídio atual corresponde a R$33.763,00, cf. Decreto Legislativo nº 276/2014. Requisitos para candidatura de D.Federal • Brasileiro nato ou naturalizado (art. 14, §3º, I): exigência de ser brasileiro nato é apenas para ocupar a Presidência daquela Casa (art. 12, §3º, II) • Maior de 21 anos • Pleno exercício dos direitos políticos • Alistamento eleitoral • Domicílio eleitoral na circunscrição • Filiação partidária SENADO FEDERAL • Composição: O Senado Federal é composto por representantes dos Estados e do Distrito Federal. Quando criados, os Territórios não terão representação no Senado Federal, por não terem autonomia federativa. • Eleição: Os senadores são eleitos pelo povo segundo o princípio majoritário. • Número de Senadores: Cada Estado e o DF elegerão número fixo de 3 senadores, sendo que cada senador será eleito com 2 suplentes. • Mandato: 8 anos, portanto, 2 legislaturas. • Renovação dos Senadores: A cada 4 anos ocorrerá a renovação dos Senadores, na proporção de 1/3 e 2/3. • Remuneração: O subsídio atual corresponde a R$33.763,00, cf. Decreto Legislativo nº 276/2014. Requisitos para candidatura ao Senado • Brasileiro nato ou naturalizado (art. 14, §3º, I): a exigência de ser brasileiro nato é apenas para ocupar a presidência daquela Casa, cf. art. 12, §3º, III. • Maior de 35 anos (art. 14, §3º, VI, “a”). • Pleno exercício dos direitos políticos (art. 14, §3º, II). • Alistamento eleitoral (art. 14, §3º, III). • Domicílio eleitoral na circunscrição (art. 14, §3º, IV). • Filiação partidária (art. 14, §3º, V). COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO • As CPIs são comissões temporárias, destinadas a investigar fato certo e determinado • Pedro Lenza entende que esse papel de fiscalização e controle da Administração é verdadeira função típica do Poder Legislativo, cf. art. 70, caput, da CF/88, que estabelece que a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação da subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo e pelo sistema de controle interno de cada Poder. • Ademais, a função fiscalizadora exercida pelo Poder Legislativo consagra a perspectiva dos freios e contrapesos. • CRIAÇÃO DAS CPIs: • As CPIs serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de 1/3 de seus membros (art. 58, §3º, CF/88) • Portanto, serão criadas por requerimento de, no mínimo, 171 Deputados (1/3 de 513) e de, também, no mínimo, 27 Senadores (1/3 de 81), em conjunto ou separadamente. • 3 Requisitos: • A) requerimento subscrito por, no mínimo, 1/3 de parlamentares; • B) indicação, com precisão, de fato determinado a ser apurado na investigação parlamentar; • C) indicação de prazo certo (temporariedade) para o desenvolvimento dos trabalhos • OBJETO: • Deve ter por objeto a apuração de fato determinado • Considera-se fato determinado o acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do País, que estiver devidamente caracterizado, no requerimento de constituição da Comissão, não podendo, portanto, a CPI ser instaurada para apurar fato exclusivamente privado ou de caráter pessoal. • Diante de um mesmo fato pode ser criada CPI na Câmara dos Deputados, no Senado Federal, em conjunto, a CPMI (comissão parlamentar mista de inquérito), ou, ainda, a investigação poderá ser conduzida pelo Judiciário, por outros órgãos ou, até, por CPIs nos outros entes federativos, se houve interesse comum, devendo cada qual atuar nos limites de sua competência • Conforme art. 146 do RISF, não se admitirá comissão parlamentar de inquérito sobre matérias pertinentes: • a) à Câmara dos Deputados; • b) às atribuições do Poder Judiciário; • c) aos Estados. • Há a possibilidade de CPIs simultâneas dentro de uma mesma Casa. O RICD determinou o limite de 5, restrição essa declarada constitucional pelo STF. • PRAZO: • Por ser comissão temporária, deveter prazo certo • De acordo com o RICD, a CPI da Câmara, que poderá atuar durante o recesso parlamentar, terá o prazo de 120 dias, prorrogável por até metade do prazo, mediante deliberação do Plenário, para conclusão dos trabalhos • O RISF prescreve que as comissões temporárias e, no caso a CPI é uma comissão temporária, se extinguem: a) pela conclusão da sua tarefa; ou b) ao término do respectivo prazo; e c) ao término da sessão legislativa ordinária. Contudo, é lícito à comissão requerer a prorrogação do respectivo prazo, que no caso de CPI não poderá ultrapassar o período da legislatura em que for criada. • PODERES: • As CPIs terão poderes de investigação, próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos internos das Casas • Realiza verdadeira investigação materializada no inquérito parlamentar, que se qualifica como um “procedimento jurídico-constitucional revestido de autonomia e dotado de finalidade própria” (MS 23.652, Rel. Min. Celso de Mello, j. 22.11.2000) • Poder, por autoridade própria, ou seja, sem necessidade de qualquer intervenção judicial, sempre por decisão fundamentada e motivada, observadas todas as formalidades legais, determinar: • A) quebra do sigilo fiscal • B) quebra do sigilo bancário • C) quebra do sigilo de dados; neste último caso, destaque-se o sigilo de dados telefônicos. • Dentro da ideia de postulado de reserva constitucional de jurisdição, o que a CPI não tem é a competência para quebra do sigilo da comunicação telefônica (intercepção telefônica). No entanto, pode requerer a quebra de registros telefônicos pretéritos, ou seja, de conversas já ocorridas em determinado período. PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES E A IMPOSSIBILIDADE DE A CPI INVESTIGAR ATOS DE CONTEÚDO JURISDICIONAL O princípio da separação de poderes serve de baliza e limitação material para a atuação parlamentar, e, desse modo, a CPI não tem poderes para investigar atos de conteúdo jurisdicional, não podendo, portanto, rever os fundamentos de uma sentença judicial. No entanto, é lícito investigar atos de caráter não jurisdicional emanados do Poder Judiciário, de seus integrantes ou de seus servidores, especialmente se se cuidar de atos que, por efeito de expressa determinação constitucional, se exponham à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Legislativo ou que configurem infração político-administrativas eventualmente praticadas por juízes do STF. • POSTULADO DE RESERVA CONSTITUCIONAL DE JURISDIÇÃO • Embora o constituinte originário tenha conferido poderes à CPI, restritos à investigação, referidos poderes não são absolutos, devendo sempre ser respeito o postulado da reserva constitucional de jurisdição. • Isso vem a significar que a CPI não poderá praticar determinados atos de jurisdição atribuídos exclusivamente ao Poder Judiciário, vale dizer, atos propriamente jurisdicionais. • Em razão do postulado da reserva constitucional de jurisdição, veda-se a CPI: ❖ diligência de busca domiciliar. Art. 5º, XI. Casa – asilo inviolável – salvo flagrante delito, desastre ou prestar socorro. Durante o dia, somente por determinação judicial. ❖Quebra do sigilo das comunicações telefônicas (interceptação telefônica). Art. 5º, XII. Somente pode ocorrer mediante ordem judicial, para fins de instrução criminal ou instrução processo penal. ❖Ordem de prisão, salvo no caso de flagrante delito, por exemplo, crime de falso testemunho. Prisão, salvo flagrante, depende de ordem de autoridade judiciária. (Ressalvam-se os casos de transgressão militar, definidos em lei, prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida durante estado de defesa e não superior a 10 dias). • POSTULADO DA COLEGIALIDADE: De acordo com a doutrina e a jurisprudência do STF, a eficácia das deliberações da CPI deve observar o postulado da colegialidade, devendo as decisões ser tomadas pela maioria dos votos e não isoladamente. • MOTIVAÇÃO: Toda deliberação da CPI deverá ser motivada, sob pena de padecer de vício de ineficácia (art. 93, IX, CF/88) • CONCLUSÕES: As CPIs não podem nunca impor penalidades ou condenações. O relatório circunstanciado da CPI, com as conclusões, deverá ser encaminhado: ✓ À Mesa, para providência de sua alçada ou do Plenário; ✓À Advocacia Geral da União ou ao Ministério Público; ➢Ao Poder Executivo; ➢À Comissão Permanente que tenha maior pertinência com a matéria; ➢À Comissão Mista Permanente de que trata o art. 166, §1º, da CF/88; ➢Ao Tribunal de Contas da União. ❑De acordo com a Lei 10.001/2000, os Presidentes da CD, do SF ou do CN encaminharão o relatório da CPI respectiva, e a resolução que o aprovar, aos chefes do Ministério Público da União ou dos Estados, ou ainda às autoridades administrativas ou judiciais com poder de decisão, conforme o caso, para prática de atos de sua competência. ❑A referida autoridade informará, no prazo de 30 dias, as providências adotadas ou a justificativa pela comissão. Semestralmente informará a fase em que se encontra o procedimento, garantindo-se prioridade sobre qualquer outro, exceto pedido relativo a habeas corpus, habeas data e mandado de segurança. ❑COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF: Ao STF compete processar e julgar Mandado de Segurança e Habeas Corpus impetrados contra CPIs, constituídas no âmbito do Congresso Nacional ou de quaisquer de suas Casas, uma vez que o STF já decidiu que a CPI, enquanto projeção orgânica do Poder Legislativo da União, nada mais é do que uma longa manus do próprio Congresso Nacional ou das Casas que o compõem. Portanto, sujeita-se ao controle originário do STF em tema de MS ou de HC. CPIs ESTADUAIS • Não há expressa previsão constitucional para a criação de CPIs não federais • A possibilidade de criação de CPIs em âmbito estadual, distrital e municipal e, assim, o exercício da função fiscalizadora, decorre da ideia de equilíbrio do pacto federativo e do princípio da separação dos poderes, parecendo razoável que cada CPI cuide de problemas afetos à sua amplitude, vale dizer CPI federal fiscaliza a Administração Federal, a CPI estadual a do respectivo Estado, e assim por diante. •PODERES DA CPI ESTADUAL • questão específica da quebra do sigilo bancário. Existem precedentes admitindo o poder de quebra do sigilo fiscal pela CPI estadual, desde que fundamentado o pedido. Quanto ao sigilo bancário, pelo princípio da simetria e de autonomia federativa, entende-se pela possibilidade. • CPIs DISTRITAIS: Entende-se pela aplicação do disposto em relação às CPIs estaduais. • CPIS MUNICIPAIS: Possível a criação de CPI Municipal que, no entanto, não terá, por si, o poder de quebra do sigilo bancário, necessitando de autorização judicial. Argumentos: o Municípios não elegem senador; oMunicípios não possuem Poder Judiciário, dentro da ideia de autogoverno; • t • COMISSÃO MISTA: São formadas por Deputados e Senadores para apreciar assuntos que devam ser examinados em sessão conjunta pelo Congresso Nacional. • COMISSÃO REPRESENTATIVA: É constituída somente durante o recesso parlamentar (período fora da sessão legislativa, prevista no art. 57, caput, da CF/88). Eleita pela CD e pelo SF na última sessão legislativa ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum. Composição deverá refletir na medida do possível a proporcionalidade da representação partidária. • Sessão legislativa é uma, e vai de 2 de fevereiro a 17 de julho, e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Cada sessão legislativa (anual) tem dois períodos legislativos.
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