Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Ana Paula Backes ATM 2023/2 - UNISC Semiologia 1 ANAMNESE Identificação: • Nome: • Idade: • Ocupação: • Naturalidade (Procedência e Residência): • Religião: • Convênio: • Acompanhante: • Convênio: QP: • O que te traz aqui hoje? HDA: • Quando começou? Preciso de detalhes da progressão da QP: • 0-10 o quanto isso te incomoda? • Fator de melhora ou piora • DOR: ela caminha ou é localizada? Aspecto da dor: fisgada, contínua, ardência, desconforto... • Teve febre relacionada? (como é?) • Tomou algum remédio para isso? • Quanto isso atrapalha em sua rotina? • Resumo da HDA, para revisar se entendeu e dar a oportunidade do paciente complementar: APP: • Isso já te aconteceu antes? • Já procurou atendimento médico antes de estar aqui? • Faz uso de alguma medicação contínua? • Já realizou algum procedimento cirúrgico? • Tem histórico familiar de doenças crônicas? (pais falecidos: de quê? Viveram até que idade?) • Tem alguma alergia? • Tem algum problema de saúde? Relacionado ou não com a QP: APF: • Como foi sua infância e puberdade? Desenvolvimento: • Menarca/ Ciclos/ Menopausa • Gestações APS: • Alimentação: • Rotina: • Atividades físicas: • Hábitos (fumar e beber/drogas → quanto?): • Horas vagas (lazer): • Foi viajar recentemente? Para onde, por quanto tempo e com quem? • Vida e relações interpessoais (quem mora com você? Você se da bem com as pessoas da sua família? Seus filhos, pais e irmãos.): • Acompanhante/ Cônjuge: como é a relação? Tem vida sexual ativa? RS: • CUIDAR: não perguntar o que já foi falado ao longo da entrevista; • Explicar que irá realizar uma revisão ”de cima a baixo” para ter certeza que “pegou tudo”; • Apresenta cansaço? • Cabeça e Pescoço • Dor, tontura/ apagões; • Alterações de movimento; • Dor de cabeça/ febre; • Dor cervical; • Nódulos/ massas/ crostas/ feridas; • Sistema Músculo Esquelético • Cãibras, atrofia, dor, dificuldades, deformidades, edemas, fraturas e rigidez; • Olhos • Lacrimejamento, sensação de olho seco, secreção; • Alterações na visão; • Dor ocular; • Tremor no olho; • Ouvidos • Zumbido; • Dor; • Alterações na audição; • Nariz • Sangramento (epistaxe); • Coriza; 2 • Dor; • Alterações no olfato; • Orofaringe • Dor; • Lesões; • Dentição; • Halitose; • Sangramento; • Sistema Respiratório • Tosse; • Dor; • Expectoração; • Soluço; • Dificuldade para respirar; • Alterações no formato do tórax; • Cianose; • Sistema Cardiovascular • Dor; • Arritmias, palpitações; • Sincope, astenia, edema, claudicação; • Turgência jugular; • Aparelho Digestório • Dispepsia: dor epigástrica, estufamento, desconforto; • Náusea/ vômito: como é? • Diarreia; • Aspecto do abdome; • Aparelho Geniturinário • Homem: impotência, massas, alterações morfológicas, dor, lesões, secreções... • Mulher: prurido, corrimento (como é?), amenorreia, metrorragia (escape), menorragia (fluxo), hiper/hipomenorréia... FEBRE E SINAIS VITAIS FEBRE: alterações de temperatura/infecção → centro termorregulador do hipotálamo → liberação ou conservação de calor conforme ajuste feito pelo termostato hipotalâmico. Temperatura Normal: - Axilar: 35,5 - 37,5ºC - Oral: 36 – 37,4ºC - Retal: 36 – 37,8ºC → Sinal de Lenander: indica pelviperitonites Febre: A liberação dessas substâncias pirogênicas (citocinas produzidas por leucócitos) é desencadeada pela presença de agentes pirogênios (bactérias [exógenos], vírus e outros invasores) e influenciam o centro termorregulador do hipotálamo, através da produção de prostaglandinas a partir do ácido araquidônico, a cessar as atividades de perda de calor e passe a conservá-lo, elevando a temperatura. em resumo: pirogênio exógeno→leucócitos→citocinas pirogênicas→células endoteliais hipotalâmicas→aumento do set point→aumento da temperatura Pirogênios endógenos: IL1, TNF, IFN, alfa, IL6 e IL2 Pirogênios exógenos: LPS, substâncias liberadas pelos invasores Hipertermia: sem relação com os agentes pirogênios, a temperatura corporal aumenta devido a excessiva produção e transferência de calor para o corpo, sem poder liberá-lo, mesmo com esses mecanismos funcionando plenamente. Também pode ser causada por choque térmico, fármacos, síndrome febril, hipertermia maligna (genético), síndrome neuroléptica maligna, etc. Intermação: por exposição prolongada a altas temperaturas Insolação: por exposição prolongada ao sol Após as refeições (pela tarde) +0,5ºC. Após a ovulação +0,6ºC. 3 Síndrome Febril: elevação da temperatura, astenia, inapetência, cefaleia, taquicardia, taquipneia, taquisfigmia (aceleração do pulso), oligúria (pouca produção de urina), dor no corpo, calafrios, sudorese, náusea, vômito, delírio, confusão mental, convulsões. Relembrando a Anamnese: início súbito (malária) ou gradual (gripe); intensidade: leve/febrícula (até 37,5ºC), moderada (37,5 – 38,5ºC), alta/elevada (38,5 – 41,5ºC); duração; modo de evolução (tipos); 4 SINAIS VITAIS: Pressão Arterial: PAm= 2Pd + Ps = Pd + Pp → Pp é a diferença entre Ps e Pd 3 3 Semiotécnica: 1)Método palpatório: braço estendido ao nível do coração, palpar o pulso radial e inflar o manguito até que o pulso desapareça (desinflando devagar, quando voltar a sentir o pulso radial) identifica-se a pressão sistólica. 2)Método auscultatório: usar estetoscópio sobre a artéria braquial, inflar o manguito 30mmHg acima do valor obtido durante o método palpatório. Desinflando com calma, quando se escuta o primeiro batimento (TUM), pode-se comparar a Ps obtida anteriormente e, quando se escuta o último batimento (TÁ), tem-se a Pd. Hiato Auscultatório: intervalos de tempo em que os sons de Korotkoff não são audíveis, entre Ps e Pd (fase II), podendo levar ao erro de aferição. Diferenças de PA: -Entre os MMSS: acima de 10-15mmHg sugere obstrução arterial do lado de menor pressão, por coarctação da aorta, síndrome do desfiladeiro cervicoaxilar, doença vascular periférica. -Entre MMSS e MMIS: pressão nos inferiores é 20mmHg maior que dos superiores. Caso contrário, sugere-se obstrução das ilíacas a partir da aorta (coarctação da aorta), aneurisma dissecante da aorta, Síndrome de Leriche (aterosclerose entre aorta e ilíaca). -Devido à posição corporal: pressão cai quando o paciente passa de decúbito à posição vertical, porém, se essa redução for maior que 20mmHg, indica hipotensão ortostática/postural. Diastólica Esperada: Ps + (10-20mmHg)/3 Hipertensão Arterial Sistólica (HAS): >140mmHg de Ps e >90mmHg de Pd; causa efeitos em órgãos como olhos, coração, cérebro, rins e sistema vascular periférico. Primária/Essencial: genética, obesidade, dieta, maus hábitos e sedentarismo. Secundária: medicação (contraceptivos, descongestionantes nasais, glicocorticoides), doenças renais (estenose de artéria renal e doença renal parenquimatosa), aterosclerose, PRINCIPAIS CAUSAS: infecções, neoplasias malignas (linfomas, leucemia, carcinoma broncogênico), anemias hemolíticas, doenças hemorrágicas (púrpura, hemofilia, escorbuto), reações inflamatórias, doenças autoimunes, medicamentos (ansiolíticos, diuréticos, anticonvulsivantes). Pacientes que fazem uso de hipertensivos, histórico de desmaio, suspeita de hipovolemia ou hipotensão postural → afere-se em decúbito, sentado e em pé. 5 coarctação de aorta, doenças endócrinas (Síndrome de Cushing, hiperaldosterismo, feocromocitoma). Sistólica Isolada: esclerose, calcificação e endurecimento de artéria braquial (pseudohipertensão/idosos). Convergente: Pd>Ps, ocorre por hipovolemia, estenose aórtica, pericardite constritiva, insuficiência cardíaca grave. Divergente: Pd menor que a esperada, ocorre por síndromes hispercinéticas (febre, hipertireoidismo, insuficiência aórtica, fístula arteriovenosa, fibrose senil de grandes vasos). Pulso Alternante: na fase I, quando sentido na palpação radial com o manguito insuflado ao nível da Ps, indica insuficiência ventricular esquerda. Pulso Paradoxal: similar ao método auscultatório. Há redução da amplitude dos ruídos na inspiração forçada, sendo sinal de tamponamento cardíaco, provocado por pericardite constritiva, derrame pericárdico volumoso ou enfisema pulmonar (pela hiperinsuflação pulmonar). Pulso Arterial: cuidar frequência, ritmo, amplitude, tensão, estado da parede arterial, tipos de onda de pulso, comparar artérias homólogas em sua frequência (isocronicidade) e amplitude (simetria). Semiotécnica: geralmente utilizando-se da artéria radial, avalia-se o pulso pelas polpas dos II e III dedos, com polegar no dorso do punho. (D/E;E/D) Frequência: normalmente igual ao ritmo cardíaco. Taquicardia: pulso acima de 100bpm; Bradicardia: pulso abaixo de 60bpm. Fc>Fp = deficiência em contrações ventriculares, comum em extra-sistolia e fibrilação arterial. Ritmo: regularidade entre os pulsos. Regular: frequência constante; Irregular: frequência variável, devido a arritmia sinusal, extra-sistolia ventricular, fibrilação arterial, bloqueio atrioventricular. Amplitude: grau de enchimento da artéria na sístole e seu esvaziamento da diástole (amplo/magnus: por síndromes hipercinéticas; normal; pequeno/parvus: estenose aórtica, hipovolemia, insuficiência cardíaca grave). Tensão: resistência arterial a compressão externa do fluxo (duro; normal; mole). Estado da parede arterial: endurecimento, tortuosidades e irregularidades de superfície. Manobra de Osler: palpação da artéria radial sem pulso mesmo com auxilio do manguito. Ocorre por rigidez aterosclerótica arterial. Sinal de pseudohipertensão vascular. Simetria e Isocronicidade: diferenças quanto a amplitude e frequência dos pulsos. Tipos de onda de pulso: • Normal: pressão entre 30-40mmHg, com contorno regular e arredondado, entalhe impalpável. • Parvus e Tardus: pequena e longa amplitudes, provocados por estenose aórtica, hipovolemia, insuficiência cardíaca grave, canal arterial patente. Outros pulsos a serem analisados: temporal superficial, facial, angular, carotídeo, axilar, braquial, femoral, poplíteo, pedioso e tibial posterior. 6 • Célere/ Martelo d’Água: aparece e some com rapidez, pressão de pulso bem aumentada , por síndromes hipercinéticas. • Bisferiens: amplitude aumentada com 2 picos sistólicos, provocados por cardiomiopatias hipertróficas, dupla lesão aórtica e insuficiência aórtica. • Bigeminado: alternância de onda normal e extra sistólica, que se somam. Causado por extra- sístoles supraventriculares. • Alternante: alternância entre onda ampla e de menor amplitude, provocado por insuficiência ventricular esquerda. • Paradoxal: redução palpável na amplitude do pulso durante a inspiração tranquila, ocorrendo por tamponamento cardíaco, pericardite constritiva, doença pulmonar obstrutiva. Respiração: Frequência: em 1 minuto, sendo o normal 16-20mrpm. Taquipneia: fr>20mrom. Bradipneia: fr<16mrpm. Ritmo: regularidade dos intervalos respiratórios. Amplitude: profundidade dos movimentos respiratórios → capacidade da parede torácica em variar o volume. Tipos Respiratórios: • Normal/eupneia: tudo normal. • Taquipneia/respiração rápida e superficial: amplitude normal ou reduzida, causada por doença pulmonar restritiva, dor torácica pleurítica, elevação do diafragma por hepatomegalia ou abcesso subfrênico. • Hiperpneia/ritmo de Cantani/respiração rápida e profunda: amplitude aumentada por exercício físico, ansiedade, acidose metabólica, IAM, hipóxia, hipoglicemia. • Respiração de Kussmaul: inspiração e expiração demorados e com períodos de apneia ao fim de cada movimento (fome de ar), causado por acidose metabólica, cetoacidose diabética, síndrome metabólica. • Bradipneia/respiração lenta: amplitude normal ou aumentada e intervalos mais longos entre os movimentos. Causada por coma diabético, depressão respiratória por fármacos, HIC. • Respiração de Cheyne-Stokes: apneia → movimentos respiratórios superficiais e quase imperceptíveis → profundos, amplos, longos e ruidosos → menos amplos, longos profundos → apneia. Comum em AVC, HIC, insuficiência cardíaca grave, uremia, depressão respiratória por fármacos, tumor cerebral, TCE. 7 • Atáxica/Respiração de Biot: apneia → frequência e amplitude anárquicas. • Respiração Suspirosa: respiração normal interrompida por suspiros isolados ou agrupados, por ansiedade ou tensão emocional. • Obstrutiva: expiração prolongada pela obstrução das vias aéreas, como na asma e bronquite crônica. ANOTAÇÕES: _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ 8 _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ CABEÇA E PESCOÇO FALA E LINGUAGEM: • Disfonia/Afonia: alteração no timbre da voz (rouquidão, bitonalidade, fanhosa), significando problema no órgão fonador. • Dislalia: pequenas alterações da fala, como trocas de letras (“pobrema”). • Distrimolalia: alteração no ritmo da fala (gagueira). • Disartria: problema na articulação da fala, pelos músculos da fonação. Por descoordenação cerebral (semelhante a embriaguez), hipertonia (Parkinson – voz baixa, monótona e lenta) ou descontrole piramidal (paralisia pseudobulbar). • Disfasia/Afasia: alterações na interpretação ou expressão da fala, não envolvendo musculo fonador. • Disgrafia: perda da capacidade de escrever. • Dislexia: perda da capacidade de ler. FÁCIES: Fácies Hipocrática: enoftalmia (olhos profundos) olhar parado e inexpressivo. Nariz e lábios finos levemente cianóticos. Batimento de asa de nariz, sudorese facial, palidez, ausência de gordura facial. Em pacientes com doenças crônicas terminais (câncer e AIDS). Fácies Renal: edema facial (periorbital e mais intenso ao acordar), palidez cutânea, lábios inchados. Em pacientes com síndromes nefróticas. Fácies Leonina: pele espessa (lepromas), supercílios deprimidos, nariz espesso e alargado, lábios grossos e proeminentes, nódulos nas bochechas mento. Escassez ou desaparecimento de pelos. Em pacientes com hanseníase. 9 Fácies Parkinsoniana: cabeça inclinada para frente e imóvel, olhar fixo com supercílios elevados em expressão de espanto. Em pacientes acometidos pelo Parkinson. Fácies Basedowiana: exoftalmia e olhos brilhantes, rosto magro e com bócio. Em pacientes com hipertireoidismo. Fácies Mixedematosa: rosto arredondado, com nariz e lábios grossos, pele seca e espessa. Pálpebras enrugadas e infiltradas, madarose (supercílios escassos), cabelos secos e sem brilho. Em pacientes de com hipotireoidismo. Fácies Acromegálicas: saliência dos arcos supra orbitais, proeminência mandibular, aumento do nariz, orelhas e lábios, além da diminuição dos olhos. Fácies Cushingóide (lua cheia): rosto arredondado, bochechas vermelhas, acne e hirsutismo. Em pacientes com Síndrome de Cushing, com hiperfunção do córtex da adrenal e em pacientes em corticoterapia. Fácies da Paralisia Facial Periférica: assimetria facial com desvio da comissura labial e desaparecimento do sulco nasolabial. Geralmente em pacientes que sofreram AVC. Fácies Miastênica (de Hutchinson): ptose palpebral bilateral. Paciente franze a testa e levanta a cabeça. Em pacientes com miastenia grave e demais miopatias que atingem músculos da pálpebra superior. Fácies Etílica: olhos vermelhos, ruborização da face, hálito etílico, voz pastosa e sorriso indefinido. 10 CABEÇA: Inspeção: fácies + tamanho e formato do crânio, posição e movimentos, exame geral da face e exames dos sentidos. Assimetria (tumefações, depressões, paralisia facial, crescimento parotídeo), expressões (tristeza, desânimo...), pele (coloração, textura, temperatura, elasticidade, sensibilidade, lesões elementares). • Tamanho do crânio: microcefalia, macrocefalia. • Formas de crânio: Acrocefalia: crânio em torre, pontuda. Em casos de cranioestenose. Escafocefalia: levantamento da parte mediana do crânio (casco de navio invertido). Dolicocefalia: aumento do diâmetro. Braquicefalia: aumento do Diâmetro transverso. Plagiocefalia: crânio com aspecto assimétrico. • Posição e Movimento: torcicolo, tiques. Presença de sinais coreicos, tremores e Sinal de Musset (movimentos da cabeça sincronizados com as pulsações aórticas, sendo comum em insuficiência aórtica). Superfície e Couro Cabeludo: presença de saliências (questionar), como tumores, hematomas, presença de depressões e pontos dolorosos, além de aspectos do cabelo (coloração e distribuição). Fontanela Anterior: se hipertensa e saliente, indica aumento da pressão intracraniana. Fontanela Posterior: se hipotensa, indica desidratação. Olhos e Supercílios: Pálpebras: procura por edema, retração, epicanto, ectópio (inversão da margem palpebral para dentro do olho, cílio em contato com a órbita), equimose, xantelasma. Ptose palpebral: queda da pálpebra (uni ou bilateral, causada pelo dano ao nervo oculomotor (III NC), paralisando a pálpebra superior). Pode levar a lagoftalmia (só a pálpebra inferior funciona na tentativa de fechar os olhos, alteração no VII NC) e causar Sinal de Bell (um olho “vira” quando fecha o outro). Madarose: queda do supercílio. Em pacientes com hanseníase, mixedema, esclerodermia e desnutrição. 11 ESTRABISMO: - Divergente: “para fora”; lesão no nervo oculomotor (m. reto medial). - Convergente: “para dentro”; lesão no nervo troclear (m. reto lateral). NISTAGMOS: são movimentos involuntários do globo ocular que se desenvolvem de forma adquirida, doença de labirinto, cerebelo, tronco cerebral ou infecção alcoólica; pode ser horizontal, vertical ou rotatório. Fenda Palpebral: normal, aumentada (exoftalmia), diminuída (enoftalmia), ausente (ptose palpebral) ou que pode ser substituída por prega cutânea (Em pacientes com mongolismo). Globos Oculares: Exoftalmia (presente em casos de tumores oculares - unilateral- ou de hipertireoidismo -bilateral), Enoftalmia (globo ocular afundado na órbita, ocorrendo de forma bilateral em casos de desidratação), Estrabismo e Nistagmos. Conjuntivas: analisadas ao pedir que o paciente olhe para cima (+ esclerótica, córnea e cristalino). Normalmente são rosadas, sem secreções e com rede vascular levemente desenhada. • Coloração: pálida (anemia), amarelada (icterícia), hiperemiadas (conjuntivites, infecções córneas, hemorragias subconjugais). • Vermelhidão ocular: traumas, infecções, alergias, glaucoma. • Hemorragia subconjuntival: crises de tosse e vômitos. • Conjuntivite: dilatação difusa de vasos na periferia do olho. Catarata atinge o cristalino, deixando-o opaco e com áreas brancas no interior da pupila, podendo ser acompanhado por pterígio (um espessamento triangular na conjuntiva bulbar, que cresce na superfície externa da córnea). lagoftalmia 12 Pupilas: sua forma normal é arredondada a ovalada de posição variável conforme a claridade do local, mais isocóricas. Midríase: dilatação (pouca luz) Miose: contração (excesso de luz) Aniscoria: tamanhos desiguais Reflexos: reflexo fotomotor direto (pupila contrai quando estimulada pela luz), reflexo fotomotor indireto/consensual (contração de uma pupila quando a outra é estimulada) e reflexo fotomotor de acomodação/convergência (contração das pupilas e convergência dos globos oculares à medida que aproximamos a luz do nariz). × Nervo óptico leva o estímulo para o córtex que envia sua resposta através do nervo oculomotor. → Exame Físico do olho: • Teste de Acuidade Visual: tabela de Snellen (letras) • Campimetria: pede-se que o paciente feche um olho e o examinador fecha seu próprio olho correspondente. Em movimento de losango pede-se se o paciente vê a mão livre do médico aberta ou fechada nos campos. → Hemianopsia Homônima: afetando ambos os olhos igualemente → Hemianopsia Heterônima Bilateral: por lesão do quiasma óptico, afetando as porções temporais de cada olho 13 → Movimentação Ocular: teste da bandeira da Inglaterra, para a musculatura extrínseca do globo ocular. → Reflexos de Fundo de Olho: com o uso do oftalmoscópio, em ambiente escuro, pedindo para o paciente olhar para um ponto fixo a sua frente (D/D; E/E). Nesse exame são observados o reflexo vermelho e o disco óptico, a mácula, nervo óptico, vasos e fóvea. Deve-se descrever o disco conforme sua coloração (amarelo- alaranjado ao róseo-creme), observando em todas as direções (X). Ouvidos: Inspeção inicial: pavilhão auricular, procura por deformidades, nódulos, implantação, simetria e pele. Posicionar paciente com a cabeça reta, retificar o conduto auditivo (puxando a orelha para frente e elevando-a) e introduzir o otoscópio (otocone mais fino). Analisa-se a integridade do conduto auditivo, presença de eritema, edema, corpos estranhos, cerume, otorragia (traumatismo de meato acústico externo, ruptura da membrana timpânica ou por fraturas na base do crânio), descamação e otorreia, (saída de líquidos pelo ouvido – aquosos, cerosos, mucosos, purulentos ou sanguinolentos). • No fundo do conduto auditivo, analisar a membrana timpânica (uma pequena concavidade de cor perolada e brilhante, fixa ao cabo do martelo). Também se procura a presença do triângulo luminoso. Devemos analisar a integridade, aspecto coloração, forma e contorno. Pressionando o tragus e mastoide podemos identificar otite externa e demais inflamações. Aquosos são líquor, proveniente de fraturas na base do crânio; Sanguinolentos são devidos a pólipos neoplásicos, otite gripal, neoplasias ulceradas e traumas; Serosos/ Mucosos/ Purulentos tem origem em alterações externas (eczemas, otites externas, furúnculos, otites médias e mastoidites crônicas. 14 Acuidade Auditiva: pela movimentação dos dedos próximos ao conduto auditivo. • A pesquisa de condução auditiva é realizada pelos testes de Rinne e Weber. A perda auditiva pode dar-se por perda neurossensorial (falha no ouvido médio, no ramo coclear do VIII NC, ou nas conexões centrais do nervo coclear, que impedem a transmissão de impulsos nervosos para o cérebro) ou por condução (acontece por problema no ouvido médio ou externo, impedindo o a transmissão normal do som – percebido através do osso por um intervalo de tempo igual ou mais longo que o de transmissão pelo ar). → Rinne + é quando o som é ouvido por mais tempo no ar. 15 Nariz: Inspeção Externa: busca por deformidades, como o rinofima (pele “engrossa”, tornando-se vermelha e brilhante com glândulas sebáceas). Hipertrofia de Nariz: mixedema e acromegalia. Nariz em Sela: de origem congênita, por sífilis intrauterina. Rubicundez: vermelhidão por consumo de álcool, lúpus eritematoso e rinofima, com acne rósea. Batimentos de Asa de Nariz; em fácies hipocráticas, comum quando acometido por pneumonia. Corrimento Nasal. Permeabilidade da Narina: teste do I NC, distinguir cheiros de olhos fechados (lembrando de excluir resfriados e gripes). Rinoscopia: com a menor ponta do otoscópio na mão direita, empurra- se a ponta do nariz com o polegar esquerdo, visualiza-se o vestíbulo nasal, cornetos e septo. Em uma narina normal, a mucosa é úmida, rosada e lisa. Seios Paranasais: busca por pontos sensíveis, causados por sinusite. Boca e Cavidade Bucal: Orofaringoscopia: observa-se lábios, dentes, gengivas, face interna das bochechas, assoalho da boca, óstios glandulares – auxilio de lanterna. + pilares amigdalianos, palato mole, base da língua e parede posterior da orofaringe – com auxílio de palito. A mucosa da região, em condições normais é rosada, brilhante e úmida. • Testar, também, os nervos: Trigêmeo, Facial, Vago, Acessório e Hipoglosso (especificados mais para frente). Lábios: coloração (palidez e cianose), forma, textura, flexibilidade, lesões. → Lábio leporino, edema, herpes labial, lesões ulceradas, leucoplasias (placas brancas, indolores e pré-cancerosas), neoplasias, queilite (exposição excessiva ao sol) e candidíase. 16 Cavidade Bucal: • Mucosa: rosa avermelhada (normal). Pode-se encontrar estomatites (processos inflamatórios, geralmente de origem hepática, sifilítica ou tuberculosa + AFTA). Azulada: Doença de Addison. Mais amarelada em negros. Manchas de Koplik (esbranquiçadas): investiga-se sarampo. Pesquisa-se por lesões tumorais, perfurações de palato, mal formações congênitas (lábio leporino e alterações na dentição) e Síndrome de Steve-Johnson (ulceração associada a eritema grave e com sufusão hemorrágica, geralmente relacionado com problemas com medicamentos). • Língua: em repouso, para fora e tocando o céu da boca. Analisando-se a posição, tamanho, coloração, umidade, textura, movimentos e lesões. Língua Normal: situada medialmente, pequena e constante movimentação. Coloração rosa avermelhada, levemente úmida e com superfície levemente rugosa. → Tipos de língua: Saburrosa: acúmulo de substância branca-acinzentada ou amarelada na superfície, por higiene bucal precária, febre e em tabagistas. 17 Seca: sem umidade, mas podendo apresenta saliva e acentuando-se em casos de febre. Indica desidratação, respiração pela boca ou causado pela ingesta de alguns medicamentos, especialmente antidepressivos e atropina. Lisa: ocorre por atrofia das papilas, perdendo a rugosidade normal, em decorrência de anemia ou desnutrição proteica. Pilosa: surgem pelos em decorrência de papilas filiformes alongadas, pelo uso de antibióticos, infecções e tabagismo. Framboesa: superfície vermelha, brilhante e granulosa, sendo característica da escarlatina. ➔ A língua geográfica é caracterizada por áreas irregulares delimitadas por bordas esbranquiçadas, sendo desencadeada por estresse emocional. ➔ A língua escrotal é caracterizada por sulcos irregulares e ser fundida, tendo sua origem em função de deficiência de vitaminas do complexo B. → A macroglossia geralmente ocorre por hipotireoidismo e acromegalia. → A língua trêmula ocorre por hipertireoidismo, alcoolismo e por Parkinson. → Glossite é a denominação geral de inflamação na língua. → Desvio da língua da linha média ocorre por lesão do nervo hipoglosso. • Gengiva: analisa-se a cor, consistência, forma, desenvolvimento e presença de lesões localizadas. Normal: rosa avermelhada, de consistência firme e sem lesões. ◊ Palidez: anemia. ◊ Cianose: aumento da Hg, uma vez reduzida, do sangue. ◊ Hipertrofia: leucemia. Adquirindo aspecto rugoso, cobrindo os dentes e sangrando com facilidade. ◊ Gengivite: vermelha, esponjosa e sangrável. ◊ Edema: em casos de gravidez ou por uso medicamentoso; ◊ Machas hemorrágicas, ulcerações, atrofias, aftas e pigmentos anormais. ◊ + torus palatino é um crescimento ósseo benigno na linha média do palato duro. • Dentes: analisar o número e estado, podendo eles estarem cariados, hipoplásicos em relação ao esmalte, desalinhados, desgastados da superfície mastigatória. 18 → Dentes de Hutchinson: incisivos em forma de chave de fenda → molares em mola). • Glândulas Salivares: normalmente não são visíveis. As maiores são as parótidas, submandibulares e sublinguais. Sendo visíveis apenas quando inflamadas e em casos de obstrução dos ductos. PESCOÇO: inspeção, palpação e ausculta. Inspeção: → Pele: sinais flogísticos (dor, edema, calor e rubor) e fistulação na área dos linfonodos. → Forma e Volume: aumento da tireoide (anterior), linfonodos infartados (lateralmente) ou aumento das parótidas (superior). Quando há tumefação, há deformações irregulares. → Posição: análise da linha média. → Mobilidade; testar a movimentação ativa (força contrária) e passiva (movimentos cotidianos). → rigidez indica infecção meníngea. → Turgência ou ingurgitamento das Jugulares; sugere hipertensão venosa e é um sinal de insuficiência ventricular direita. → Batimentos Arteriais e Venosos: pulso carotídeo e venosos. Tireoide: quando aumentada → ausculta. paciente sentado. Examinador de pé, atrás dele. Procura-se as cartilagens tireóidea e cricoidea. Palpa-se a região e pede-se para o paciente deglutir, elevando a tireoide e permitindo que o examinador analise a movimentação da mesma. + tamanho (normal, aumentado, diminuído, difuso, segmentar), consistência (normal, firme, endurecida, pétrea), mobilidade (normal ou imóvel), superfície (lisa, nodular, irregular), temperatura da pele local, sensibilidade e frêmito das carótidas (palpação + ausculta). DOENÇAS MAIS COMUNS: • Amigdalite Aguda: causada, geralmente, por Estreptococos B hemolítico. • Rinite Catarral Aguda: infecção das fossas nasais, causada, geralmente, por pneumococos ou estafilococos. • Sinusite Aguda: infecção dos seios da face, geralmente causada por bactérias ou vírus. • Otite Média Aguda: secundária às infecções das vias aéreas superiores. • Rolha Ceruminosa: acúmulo de cera ou descamação epidérmica que bloqueia o conduto auditivo. • Laringite: com secreção purulenta e rouquidão. • Câncer de Laringe: compromete as cordas vocais. 19 NORMAL: palpável, lisa, elástica, móvel, indolor, com temperatura da pele normal, sem frêmitos ou bócio. Alterações possíveis: bócio, inflamação, neoplasias, cistos e higroma. Vasos: Palpação: para detecção de frêmitos no trajeto carotídeo (estenose da valva aórtica ou da carótida). Ausculta: da tireoide e carótidas para análise de frêmitos e sopros (preferencialmente com a campânula); NORMAL: sem sopros, apenas rumor venoso. Linfonodos: tonsilares, occipitais e auriculares posteriores [recebem linfa do couro cabeludo, pavilhão auditivo e ouvido interno], auriculares posteriores, submandibulares e submentonianos [orofaringe, língua, lábios, dentes e glândulas salivares], cervicais anteriores, cervicais posteriores e supraclaviculares e cervicais profundos [órgãos intratorácicos e intra-abdominais]. analisar a localização, tamanho (0,5-2,5cm), volume, coalescência (junção deles), consistência, mobilidade, sensibilidade e alterações na pele. Em adultos: aumentam quando existe processo inflamatório próximo. ➔ Gânglio de Virchow: aumento de gânglio da cadeia supraclavicular esquerda que indica processo neoplásico na cavidade abdominal, geralmente no estômago. ➔ Adenomegalia: linfonodos volumosos (linfomas), duros - decorrente de neoplasias malignas, ou fistulosos – decorrentes de tuberculose. ANOTAÇÕES: _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ Quando são auscultados sopros, indica lesão estenótica de carótida ou artérias vertebrais; estado hipercinético, aumento do fluxo arterial na tireoide em casos de hiperfusão da glândula (bócio tóxico) e turbilhonamento do sangue nas jugulares, causando um sopro venoso (normal). 20 _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ EXAME FÍSICO-NEUROLÓGICO • Análise do nível de consciência: alerta, sonolento, torporoso e comatoso. → Glasglow • Orientação: sabe quem é e onde. • Atenção e concentração • Estado de espírito e afeto • Desenvolvimento da fala (Broca: sabe o que quer falar, mas não consegue falar/ Afasia de Wernicke: consegue falar, mas não entende o que está dizendo) → Dislalia: não consegue articular uma palavra sem origem no SN. (Cebolinha) → Disartria: articulação lenta (pacientes de AVC) → Disritmolalia: gagueira → Dislexia • Dor, parestesia (formigamento), paresia (perda de força→perda de movimento incompleta), paralisia (perda de movimento total), paraparesia (apenas um hemisfério superior/inferior perde movimentação), hemiparesia (perda de movimento em um dos lados) PESCOÇO E COLUNA CERVICAL: • Limitação de movimentos: movimentos de pescoço (extensão, flexão, rotação e lateralização); quando apresentar dificuldade, investigar meningite, doença osteoarticular, muscular, radiculopatias ou hemorragia subaracnóidea. • Rigidez de nuca: paciente em decúbito dorsal, eleva-se a cabeça, pela região occipital. Quando o movimento apresenta resistência ou defesa, investiga-se meningite ou irritação subaracnóidea. → Prova de Brudzinski: exame de rigidez com mão no peito do paciente; quando a rigidez gera uma dor tão insuportável que leva o paciente a fletir os MI, diz-se que é Brudzinski positivo. 21 • Transição crânio vertebral: existência de pescoço curto (deformidades ósseas, como redução de vértebras e platibasia – má-formação na base do crânio, tornando-o achatado, permitindo que estruturas craniais passem para a coluna pelo forame magno) e impressão basilar. COLUNA LOMBOSSACRAL: • Limitação de movimentos: pedir para paciente realizar movimentos com a coluna. • Provas de estiramento de raiz nervosa: se positivos, indicam meningite, hemorragia subaracnóidea e radiculopatias isquiáticas. → Prova de Lasègue: paciente deitado, com MI esticados. Examinador eleva uma das pernas → Lasègue Positivo: quando doloroso na região posterior em elevação menor que 30º. Começar pelo lado esquerdo, cuidando para não confundir com a dor de apendicite. → Prova de Kernig: coxa fletida em 90º, começa-se a elevar a canela→ Kernig Positivo: se doloroso na região do isquiático e tentativa de impedimento do movimento. • Marcha e Equilíbrio Dinâmico: → Ceifante/Helicópode: parece estar levando um cajado do mesmo lado em que o MI não flexiona, provocando arraste do mesmo (semicírculos). Geralmente em pacientes acometidos por AVC. → Anserina/Pato: lordose acentuada, mãos na posição lombar, com perda da força muscular nos MI. Geralmente em gravidez avançada ou pacientes acometidos por doenças musculares. → Parkinsoniana: paciente anda em bloco, enrijecido, passos curtos e rápidos, sem movimentos automáticos dos braços. Cabeça inclinada para frente. (“contando dinheiro”92) → Cerebelar/Ébrio: marcha em ziguezague, parecendo sob efeito de álcool. → Tabética/Soldado: olhar fixado no chão. Paciente imitando uma marcha militar. Geralmente por lesão de cordão posterior de medula. → Pequenos passos: passos curtos e arrastados. Por doenças psudobulbares e extrapiramidais. → Vestibular/Estrela: paciente não consegue andar em linha reta, sempre “puxando” para ao lado. Por lesão vestibular ou tumores no 4º ventrículo. → Escarvante/Soldado da Prússia: por arraste da ponta dos pés, paciente passa a elevar mais a perna. Por paralisia dos movimentos do dorso do pé. → Tesoura/Espástica: Mi enrijecidos, semi-fletidos, os pés se arrastam. Pernas se cruzam ao caminhar. Ocorre na paralisia cerebral. 22 → Claudicante: paciente manca. Decorrente de insuficiência renal periférica e lesão do aparelho locomotor. → Idoso; marcha lenta, de passos curtos e movimentação dos MS diminuída. Alteração do equilíbrio, coordenação, força e sensibilidade. • Equilíbrio Estático: Prova de Romberg Paciente de pé, com os pés juntos e olhando para frente, próximo a uma parede, com olhos fechados. Se houver desiquilíbrio, oscilações corporais e tendência a queda → Romberg Positivo. Quando essas manifestações ocorrem sempre para o mesmo lado, depois de um tempo de latência, indica lesão vestibular. Quando as oscilações ocorrem imediatamente após interrupção da visão, há indicio de lesão nas vias de sensibilidade de propriocepção consciente. Ocorre por tabes dorsales, degeneração da medula, polineuropatias periféricas e nas labirintopatias. ➔ Em casos de lesão cerebelar, Romberg Negativo pelo paciente não conseguir permanecer em pé (atrasia) ou ter dificuldade para fazê-lo (distasia). ➔ Distúrbio de marcha: disbasia. • Motricidade Espontânea: observar amplitude dos movimentos. Redução ou abolição dos movimentos podem ocorrer por condições extraneurológicas, lesão de nervos motores/vias piramidais/colunas ventrais da medula e nervos. • Força Muscular: examinador realiza força oposta enquanto o paciente faz força para a realização de determinado movimento. Provas Deficitárias: +Braços Estendidos: Mingazzini de MS. TÔNUS MUSCULAR: tensão constante na qual se encontram os músculos, em repouso ou movimento. 5 graus de progressão (normal é o nível 5). Procura-se por achatamento de massas musculares (mais comuns nas coxas), palpa-se para analisar a consistência muscular (aumentada em lesões motoras centrais e diminuída nas periféricas). → Hipotonia: achatamento de massas musculares no plano do leito, consistência reduzida. Lesões de cerebelo, coma profundo, lesões de vias de propriocepção consciente, lesões de pontas anteriores da medula, coreia aguda, mongolismo. 23 → Hipertonia: consistência muscular aumentada, extensibilidade aumentada... Lesões de vias motoras piramidais e extrapiramidais. → Hipertonia Piramidal: espasticidade: hemiplegia, diplegia cerebral infantil, ELA e mielopatias compressivas. Eletiva: extensores de MI e flexores de MS (Wernicke-Mann). Elástica: retorna à posição normal. → Hipertonia Extrapiramidal: rigidez: Parkinson e degeneração hepatolenticular → não é eletiva, acometendo tanto a musculatura agonista quanto a antagonista e sinergista. Não é plástica, oferecendo resistência à movimentação passiva associada ao sinal de roda denteada. → Hipertonia Transitória/Intermitente: descerebração, síndrome meníngea, tétano (tetania). → Miotonia: relaxamento alentecido após a contração muscular, pedindo para o paciente cerrar o punho e então abrir a mão rapidamente. Se houver miotonia, a mão se abrirá lentamente. Ocorre na distrofia miotônica de Steinert, miotonia congênita de Thomsen. → Distonia: contração simultânea de agonistas e antagonistas, ocasionando posturas anômalas de extrema flexão ou extensão. Ocorrendo em torcicolos espasmódico, cãibra, distonia muscular deformante. → Paratonia: paciente se opõe a tentativa do examinador de movimentar seu membro. Decorrente de lesões frontais bilaterais. COORDENAÇÃO: cerebelo + sensibilidade de propriocepção Ataxia: perda da coordenação (cerebelar, sensorial ou mista) Dismetria: paciente não alcança alvos com precisão Diadococinesia: movimentos de coordenação, se realizados são chamados de eudiadococinesia; realizados com dificuldade, disdiadococinesia; não realizados, adiadococinesia. → Prova indicador-nariz: olhos abeto e, depois, fechados. → Prova calcanhar-joelho: em decúbito dorsal, repetir o exercício com olhos abertos e fechados. Pode-se pedir para deslizar o calcanhar pela crista tibial. → Prova de membros alternados: pedir para o paciente realizar movimentos rápidos e alternados, como abrir e fechar mãos/braços... REFLEXOS: • Cutâneoplantar: com paciente em decúbito dorsal, estimula-se a região plantar lateral em forma de “L”. Normal: flexão dos dedos. Patológico: ocorre extensão dos dedos (Babinski), por lesão da via piramidal ou corticoespinhal. • Cutâneoabdominal: com paciente em decúbito dorsal e parede abdominal relaxada, estimula-se no sentido da linha mediana (superior, média e inferior), gerando uma contração dos músculos e pequeno desvio da cicatriz umbilical para o lado estimulado. Ausente em casos de interrupção do arco reflexo, lesão da via piramidal e alterações no SN. Lesão piramidal: espasticidade e elasticidade → sinal do canivete Lesão extrapiramidal: rigidez e plasticidade → sinal da roda denteada Transitória: meningite e tétano 24 • Corneopalpebral: reflexo mucoso, estimulando-se a córnea e esclera do paciente. Pede-se para que o paciente olhe para o lado oposto. Normalmente leva o paciente a fechar o olho, sendo ausente em casos com lesão do Nervo Trigêmeo. • Reflexos Miotáticos/Profundos: fásicos/clônicos (percussão do tendão) ou tônicos/posturais. → classificados como normais, abolidos, diminuídos, vivos ou exaltados. → Reflexo Aquileu: nervo isquiático → Reflexo Patelar: nervo isquiático → Reflexo Tricipital: nervo radial → Reflexo Bicipital: nervo músculocutâneo → Reflexo Flexor dos Dedos: nervo mediano → Reflexo Estilorradial (supinador): nervo radial → Reflexo Pronador: nervo ulnar • Arreflexia/Hiporreflexia ocorrem em lesões no arco reflexo (poliomielite, polineuropatia periférica e miopatias). • Hiperreflexia ocorre em lesões da via piramidal (AVC, tumor, doença desmielinizante, trauma). Sendo policinético, amplo e brusco. • Quando há lesão de cerebelo, há resposta patelar em pêndulo, ocasionada por hipotonia. NERVOS CRANIANOS: I: Nervo Olfatório: usa-se cheiros para avaliar a capacidade de distinção dos mesmos. Realizado com os olhos fechados, precisando reconhecer o odor em cada narina. Cuidar interferências, como resfriados. II: Nervo Óptico: avalia-se a acuidade visual (tabela de Snellen – 20/20), o campimetria (olhando nos olhos do examinador, ocluindo o olho não examinado, move-se a mão ao lado da cabeça do paciente questionando se a vê) e o fundo de olho (realizada com o oftalmoscópio, pode-se ver o tecido mucoso, com a retina e a papila óptica → reflexo pálido indica patologia), além do reflexo fotomotor (direto e indireto). Hiposmia: perda parcial do olfato Anosmia: perda total do olfato Parosmia: sente cheiro de algo diferente do apresentado Cacosmia: “alucinação” de cheiros 25 III, IV e VI: Nervos Oculomotor, Troclear e Abducente: teste da Bandeira Inglesa para testar a motilidade extrínseca (m. Reto Medial, Reto Inferior, Reto Superior, Oblíquo Inferior e Levantador da Pálpebra; Oblíquo Superior; Reto Lateral). • Estrabismo: paresia ou paralisia de um antagonista. (ex. reto medial com problema ocasiona estrabismo divergente e vice-versa). • Ptose Palpebral: lesão do oculomotor. • Motilidade Intrínseca: análise da pupila (reflexo). • Discorria: irregularidade do contorno pupilar (midríase/miose). V: Nervo Trigêmeo: nervo misto com três ramificações: → Nervo Mastigador: para m. temporal, masseter e pterigoideos. → quando lesionado, leva ao desvio mandibular para o lado da lesão e dificuldade de lateralização mandibular. Testado colocando os dedos sobre a ATM e pedindo para “mastigar”. → Raiz Sensitiva: sensibilidade superficial dos ramos oftálmico, maxilar e mandibular (algodãozinho). VII: Nervo Facial: analisa-se seu ramo motor (musculatura da mímica), pedindo para que o paciente enrugue a testa, franza o cenho, cerre as pálpebras, mostre os dentes, abra a boca, infle as bochechas e contraia o Platisma. • Paralisia de Bell: toda a hemiface (periférica) do lado acometido (boca puxa para o lado bom) • Paralisia Central: somente a porção inferior do lado contrário ao acometido sofrem com a paralisia (boca puxa para o lado ruim) • Nervo Intermediário de Wrisberg: acompanha o facial e é responsável pela gustação dos 2/3 anteriores da língua VIII: Nervo Vestíbulo-Coclear: 2 ramos responsáveis pela audição e equilíbrio. O Ramo Coclear é avaliado pelo atrito das polpas digitais próximo ao ouvido. Já o Ramo Vestibular é analisado pela presença de nistagmo, desvio lateral durante a marcha, desvio postural, sinal de Romberg... IX e X: Nervo Glossofaríngeo e Vago: tem origem, trajeto e distribuição semelhantes • Lesão unilateral do nervo glossofaríngeo afeta a gustação do terço posterior da língua. →Testa-se a função de ambos pedindo para pronunciar as vogais (rouquidão e desvio do palato e da língua para o lado lesionado). XI: Nervo Acessório: é testado quando o examinador pede para o paciente elevar os ombros e rotacionar a cabeça. XII: Nervo Hipoglosso: avalia-se quando se pede para o paciente colocar a língua para fora. Quando há lesão, há desvio para o lado acometido (em protusão) ou para o lado contrário (relaxada dentro da boca). Atenção às diferenças de inervação motora (NC XII), sensitiva geral (1/3 posterior NC IX e 2/3 anteriores NC V) e sensitiva especial (1/3 posterior NC IX e 2/3 anteriores NC VII). 26 ANOTAÇÕES: _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ 27 TÓRAX (RESPIRATÓRIO) Pontos de Referência Anatômica: • 1ª costela não é palpável. • 2ª costela é reconhecida palpando-se o ângulo de Louis (articulação manúbrio-esternal) • Linhas torácicas: Inspeção: avaliar a pele e estruturas superficiais, unhas, extremidades cianóticas, batimentos de asa de nariz e presença de nevos. Estática: Forma do tórax, presença de abaulamentos ou elevações, presença de sons audíveis, cianose oral, baqueteamento digital Brevelíneo/longilíneo, normolíneo. → Tórax Plano/ Chato: diâmetro ântero-posterior>diâmetro latero-lateral. → Tórax Infundibuliforme/ Pectus Excavatum: depressão no nível do terço inferior do esterno e região epigástrica. → Tórax Cariniforme/ Pectus Carinatum: no nível do esterno surge uma forma de peito de pomba, não afetando a ventilação pulmonar. → Tórax Piriforme: em forma de Pêra/sino, com a base mais alargada. 28 → Tórax Cifótico: curvamento acentuado da coluna, aumentando as curvas sacrais e torácicas para trás e o tórax para frente. → Tórax Escoliótico: desvio lateral da coluna. → Tórax Cifoescoliótico: pode produzir restrição grave de expansão torácica, provocando insuficiência respiratória. → Tórax Instável/ Traumático: decorrente de várias fraturas nas costelas, que se movimentam conforme a respiração. → Tórax em Tonel: diâmetro latero-lateral<diâmetro ântero-posterior. Dinâmica: tipo, frequência e ritmo respiratórios, amplitude dos movimentos (expansibilidade), presença de tiragem, Sinal de Lemos Torres (abaulamento dos EI na expiração, sinalizando derrame pleural, associado a batimento de asa de nariz, que indica insuficiência respiratória). INSPEÇÃO ESTÁTICA NORMAL: tórax plano, simétrico, sem abaulamentos ou elevações, ausência de sons audíveis, sem baqueteamento digital ou pontos cianóticos. Tórax normocorado, ausência de nódulos, cicatrizes ou telegectasias (vasos finos aparentes). 29 →Atelactesias: falta de expansão nos alvéolos devido a uma ausência de ventilação consecutiva à obstrução do brônquio (lesões fibróticas). • Homem é mais abdominal e Mulher é mais costal. Tipos Respiratórios: • Normal: regular, sem variações • Dispneia: movimentos respiratórios amplos, rápidos e desconfortáveis. Comum em insuficiência respiratória, enfisema pulmonar, pneumotórax e derrame pleural. • Dispneia Paroxística Noturna: sono interrompido por falta de ar, normal em acometido por insuficiência ventricular esquerda • Platipneia: dificuldade para respirar quando ereto. • Ortopneia: dificuldade para respirar quando em decúbito. • Trepopneia: paciente sente mais facilidade para respirar quando em decúbito lateral. Comum em insuficiência cardíaca congestiva e derrame pleural. • Cheyne-Stokes: dispneia periódica que aumenta progressivamente as inspirações, as tornando cada vez mais profundas, até atingirem uma máxima e começarem a reduzir até o ponto de apneia (“regulada” pelos níveis de ac. Carbônico no sangue). Normal em neonatos com sistema respiratório imaturo e pessoas acometidas por AVC, traumatismos crânio- cefálicos, intoxicações por morfina e insuficiência cardíaca congestiva. • De Biot: períodos de apneia intercalados por inspirações de ampla amplitude e irregulares. • De Kussmaul: amplas e rápidas inspirações interrompidas por pequenas apneias. Ocorre então a expiração profunda e ruidosa seguida de apneia. Comum em casos de cetoacidose. • Suspirosa: em uma respiração normal que é interrompida por uma respiração profunda, caracterizando ansiedade e problemas emocionais. Amplitude da Respiração: superficial (durante o sono) e profunda (durante esforço). Frequência Respiratória: RN: 40-45 Lactentes: 25-35 Pré-escolares: 20-35 Escolares: 18-35 Adultos: 18-20 Palpação: estrutura da parede torácica, expansibilidade pulmonar, mobilidade e frêmito toracovocal. → Estrutura: pele, tecido subcutâneo, músculos, cartilagens e ossos → Palpação da coluna: analisar integridade e procura por pontos dolorosos (soquinhos) → Expansibilidade e mobilidade: examinador coloca-se atrás do paciente sentado com as mãos postas na região dos ombros do mesmo, na região supra-escapular e os polegares formando uma prega com a pele do examinado(C7 e 9º-10ºEI). Pede-se para o paciente inspirar e expirar profundamente. Taquipneia: acima dos valores normais, relacionada com emoções, febre e lesões pleuropulmonares Bradipneia: abaixo dos valores normais Apneia: perda respiratória Eupneia: frequência normal e sem esforços INSPEÇÃO DINÂMICA NORMAL: frequência respiratória eupneica (16-2-mrpm), amplitude de movimentos respiratórios normais, ritmo normal, ausência de tiragem, expansibilidade normal e simétrica, sinal de Lemos Torres negativo e ausência de batimentos de asa de nariz. 30 Assimetrias indicam pneumotórax, pneumonia e pleurites; derrames pleurais, hepatomegalias, esplenomegalias... → Frêmito toracovocal: vibração percebida na parede torácica pela mão do examinador. Pede-se para o examinado falar 33 enquanto o examinador compara regiões homólogas (pode ser feito D/E separadas ou ao mesmo tempo). A intensidade do frêmito varia conforme a região do tórax, sendo mais nítida no ápice direito e na região interescapular- vertebral direita pelo menor comprimento do brônquio principal. Manobra facilitadora: paciente coloca o travesseiro no colo e “se abraça”, inclinando-se para frente. Percussão: realizada com o paciente sentado; pedindo para que “se abrace”, afim de aumentar a área entre as escápulas para percussão dorsal e que coloque a mão na cabeça, para a percussão lateral. Percutir, pelo menos, 6 regiões homólogas, de forma comparativa ➔ NORMAL: som claro-pulmonar presente e simétrico / Punho-percussão negativa. Alterações: → Hipersonoridade pulmonar: percussão mais clara e intensa devido ao aumento de ar nos pulmões, provocado por asma, enfisema e pneumotórax. → Submacicez e Macicez: redução ou desaparecimento do ar dos alvéolos, provocado por derrames e espessamento pleural e por condensações pulmonares (derrames espessamentos pleurais) e por condensações pulmonares (pneumonias, tuberculose, infarto pulmonar e neoplasias). → Som timpânico: ar aprisionado nos alvéolos, ocasionado por tuberculose e pneumotórax. Ausculta: com o paciente sentado, solicita-se que respire fundo com a boca entreaberta e realize as mesmas manobras facilitadoras da percussão. Tórax Posterior: realizar em 5 focos dorsais e 1 axilar, com ausculta da ressonância da voz em 3 deles. → Som Bronco-vesicular: entre as escápulas, possui maior intensidade que no murmúrio vesicular → Centro das costas: som vesicular Tórax Anterior: 2ºEI e traqueia → Som traqueal: na fúrcula, ruído soproso na inspiração, substituído por um mais forte e prolongado na expiração. → Som brônquico: no 2 EI, próximo ao ângulo de Louis, ausculta-se um som menos intenso na expiração (que no traqueal) → Murmúrio vesicular: produzido pela turbulência do ar ao passar pelas bifurcações do sistema, sendo melhor auscultado na região anterossuperior, nas axilas e nas regiões infraclaviculares. Mais prolongado na inspiração (quando mais longo na expiração é sinal de asma, enfisema ou bronquite com broncoespasmo). 31 ( https://www.youtube.com/watch?v=IEmtZkh9wjk) SONS ANORMAIS: Descontínuos/Estertores: ◊ Estertores Finos/Crepitantes: no final da inspiração, sendo agudos, tendo alta frequência, curta duração e audíveis nas bases pulmonares, que são áreas influenciadas pela gravidade. Soam parecidos com atrito de cabelo. Característico de pneumonia, congestão pulmonar por insuficiência cardíaca esquerda. ◊ Estertores Grossos/Bolhosos: no inicio da inspiração e em toda a expiração, tendo frequência menor e maior duração que os finos, podendo ser ouvidos em todo o tórax e não se modificando conforme mudança de posição. Indica bronquite crônica e bronquiecstasia. Contínuos: ◊ Roncos: sons graves, mutáveis e fugazes, principalmente na expiração, originados nas vibrações das paredes brônquicas e dos gases quando há estreitamento dos ductos por espasmos. Indica asma brônquica, bronquite, bronquiecstasia e obstruções localizadas. ◊ Sibilos: sons agudos que ocorrem na inspiração e na expiração. São múltiplos e disseminados por todo o tórax. Indicam asma, bronquite, obstrução por neoplasia. ◊ Estridor: originado pela semi-obstrução da laringe ou traqueia, tendo som pequeno quando a respiração é calma e superficial, mas em respiração profunda o aumento do fluxo de ar eleva sua intensidade. Decorrentes de difteria, laringite aguda, câncer de laringe e estenose de traqueia. De Origem Pleural: ◊ Atrito Pleural: ruído irregular, descontinuo, mais intenso na inspiração, frequência baixa e tonalidade grave Comum na região axilar e indica pleurite. » Derrame pleural indica o desaparecimento do atrito pleural. ➔ Ausculta da voz: pedir para o paciente falar uma palavra conhecida em voz normal e depois cochicha-la, enquanto o examinador analisa os mesmos pontos do frêmito toracovocal de modo comparativo. Os sons produzidos pela voz e auscultados na parede torácica são chamados de ressonância vocal. Esta é mais intensa no ápice do pulmão, regiões escapulovertebrais e na região esternal superior. Broncofonia/aumento da ressonância da voz: ocorre por condensação pulmonar devido a neoplasias, inflamações, pneumonias, infarto pulmonar. Diminuição da ressonância vocal: decorrente de atalectasias (falta de expansão dos alvéolos de uma parte do pulmão ou inteiro, devido a uma ausência de ventilação), espessamento pleural, derrames pleurais e enfisema. Pectorilóquia fônica: voz falada é ouvida com nitidez. AUSCULTA RESPIRATÓRIA NORMAL: ausculta bronco-vesicular presente e simétrica, murmúrio vesicular presente e simétrico e bem distribuído, som traqueal presente, respiração brônquica presente e ressonância vocal normal NORMAL: tanto a voz falada quanto a cochichada são incompreensíveis, visto que o parênquima pulmonar absorve a maioria dos componentes sonoros. 32 Pectorilóquia afônica: voz cochichada é ouvida com nitidez Egofonia: broncofonia de som metálico ou nasalado. ANOTAÇÕES: _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ 33 TÓRAX (EXAME CARDÍACO) Inspeção e Palpação: simultâneo. Procurar por abaulamentos, analisar o ictus cordis (ponta do coração), batimentos e movimentos visíveis/palpáveis, palpação das bulhas e pesquisa por frêmitos cardiovasculares. Abaulamentos: podem indicar aneurisma de aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico, alterações na caixa torácica. Pesquisar por pulsações. NORMAL: tórax aparentemente plano, ictus não visível e não palpável (se palpável, analisar quantas polpas digitais), ausência de circulação colateral, distribuição de pelos normal para o sexo, ausência de abaulamentos ou cicatrizes, sem turgência jugular (ou com turgência a 0º), pulso carotídeo e batimento na fúrcula visíveis, ausência de demais batimentos visíveis. + Palpação de pulsos (radiais, braquiais, demorais, poplíteos, tibial posterior, pedioso analisados simultaneamente) presentes, simétricos e com ausência de frêmitos. ➔Ictus Cordis: • Localização: 4º/5º EI, na linha hemiclavicular. • Ictus impalpável e invisível: musculatura muito desenvolvida, enfisema, obesidade, mamas grandes e idosos. • Deslocamento: dilatação ou hipertrofia do VE por estenose aórtica, insuficiência aórtica ou mitral, hipertensão arterial, miocardiopatias, cardiopatias congênitas. EM casos de tórax infundibuliforme, ascite, escoliose e derrame pleural, não há, necessariamente, uma patologia envolvida. Hipertrofia de VD não altera a posição do ictus. • Extensão: determinar quantas polpas digitais são necessárias para cobri-lo, sendo normal 1-2 polpas (2- 3cm). • Intensidade: repousar a mão sobre a região dos batimentos, sendo manobra facilitadora o paciente estar em decúbito lateral esquerdo. • Mobilidade: normal 1-2cm. • Ritmo e frequência: determinados pela ausculta. Batimentos e movimentos visíveis: retração sistólica apical ocorre por hipertrofia ventricular direita, visto que na sístole ocorre retração da ponta e enquanto as regiões esternais e paraesternais são projetadas para frente, realizando movimento em báscula. Levantamento em massa do pericárdio decorrente de hipertrofia ventricular direita, visto que o impulso sistólico que movimenta as grandes áreas torácicas próximas ao externo. Bulhas hiperfonéticas ocorrendo por choque valvar palpável. → Pulsações epigástricas: ocorrem pela transmissão pela parede abdominal da pulsação da aorta, o que pode ser normal ou indicar hipertrofia ventricular direita quando há pulsação na região subxifoide. Quando há pulsação hepática, há indicio de estenose ou insuficiência tricúspide. → Pulsação supraesternal: é normal em pessoas normais, mas, quando muito intensas, podem indicar aneurisma de aorta ou síndrome hipercinética, a qual pode ser provocada por insuficiência ou hipertireoidismo. 34 Frêmito: sensação tátil de vibração produzida no coração ou nos vasos. Deve-se investigar sua localização, a partir da ausculta, situação no ciclo cardíaco, obtido a partir da comparação com o pulso carotídeo, podendo ser sistólico, diastólico ou sistodiastólico, e também sua intensidade. Presença de frêmitos indica sopro. Turgência Jugular: normal em paciente a 0º. Anormal se permanece após manobra da ordenha em 45º. Ausculta: Semiotécnica: colocar o paciente em decúbito dorsal, cabeça elevada com tórax descoberto. Examinador sempre ao lado direito do paciente. Usa-se, majoritariamente a membrana para a ausculta, porém nas carótidas e na fúrcula, faz-se melhor uso da campânula. FOCOS DE AUSCULTA: • Foco Aórtico: 2º EI, justaesternal direito • Foco Pulmonar: 2º EI, justaesternal esquerdo • Foco Aórtico Acessório: 3º EI, justaesternal esquerdo • Foco Tricúspide: base do apêndice xifoide, justaesternal esquerdo • Foco Mitral: 4º/5º EI esquerdo, na linha hemiclavicular, correspondendo ao ictus. MANOBRA DA ORDENHA: ➔ Elevar a cabeça do paciente em 45º ➔ Inclinar a cabeça do paciente para o lado oposto ➔ Colocar os indicadores na base da veia ➔ “empurrar” o sangue para cima, a partir da clavícula -- Normal: não volta depois da manobra// -- Patológico: volta + manobra hepato-jugular AUSCULTA EM CONDIÇÕES NORMAIS: ritmo regular, em 2 tempos, (B1 e B2), com bulhas normofonéticas, batimento de carótidas presente e simétrico, ausência de sopro, batimentos de fúrcula simétricos. 35 O CICLO CARDÍACO: Bulhas Cardíacas: B1: fechamento das valvas atrioventriculares (tricúspide e mitral) por aumento da pressão ventricular provocada pela ejeção final. Coincide com o pulso carotídeo e radial. É mais grave, durando mais que B2, com maior intensidade no foco mitral. A mitral fecha antes da tricúspide. B2: fechamento das valvas aórtica (auscultado em toda a região precordial) e pulmonar (melhor auscultado no foco pulmonar e na borda esternal esquerda), sendo que o fechamento aórtico precede o pulmonar. Na expiração forçada ausculta-se um só som, visto que ambas as valvas fecham juntas, decorrentes do aumento do retorno venoso para o átrio esquerdo e, portanto, aumentam o tempo de ejeção ventricular. É mais curta, aguda e seca, sendo melhor auscultada em adultos no foco aórtico e em crianças no foco pulmonar. Indica o final da sístole. → abolia de B2 indica sopro sistólico de regurgitamento (sobrepõe a B2). Manobra de Rivero Carvalho: para diferenciar sopros de insuficiência mitral ou tricúspide. Pede-se que o paciente inspire profundamente e prenda a respiração por alguns segundos. B3: som protodiastólico de baixa frequência, originado da subida distensão da parede ventricular, o que causará vibração. Isso ocorre pela corrente sanguínea penetrar de forma muito abrupta o ventrículo. →sistólico → de ejeção: estenose aórtica/pulmonar SOPRO → de regurgitamento: insuficiência mitral/tricúspide→ volta pro átrio →diastólico → estenose mitral ou tricúspide → insuficiência aórtica ou pulmonar Estenose: dificuldade para “sair” Insuficiência: dificuldade para “ficar dentro” 36 B4: ocorre no fim da diástole e na pré-sístole, sendo de difícil ausculta. Ocorre após a contração atrial, devido a brusca desaceleração do fluxo sanguíneo nos ventrículos. Tentativa de pôr sangue no ventrículo já cheio. • FC normal: 60-100bpm • Ausculta de grandes vasos: → Carótidas: prender a respiração → Aorta abdominal: linha média entre o apêndice xifoide e a prega umbilical → Artéria Renal: 3 dedos acima da prega umbilical, ao lado do m. Reto Abdominal → Artéria Ilíaca: 3 dedos abaixo da prega umbilical, 2 cm para a lateral → Artéria Femoral: terço médio entre a crista ilíaca e tubérculo púbico Pulsos: • Carotídeos: um de cada vez • Radial: simultâneo, D/E E/D • Braquial: um por vez • Femoral: simultâneo • Poplíteo: um por vez • Tibial posterior: simultâneo • Pedioso: simultâneo Arritmias: perturbações na forma ou condução do estímulo, por transtornos. Provocados por causas extracadíacas, medicamentosa e lesões cardíacas. → Manifestações clínicas: subjetivas (taquicardia/palpitações, fibrilação atrial, extrassistolia) e objetivas (desdobramento das bulhas que sugerem bloqueio do ramo). → Bradicardia ou taquicardia nem sempre aumentam o débito cardíaco. Se FC<40bpm, o volume diastólico final irá aumentar, originando maior volume sistólico; mas se for <40bpm ou >16obpm, os mecanismos de compensação não vão mais atuar e o DC diminui; se for >16obpm, não haverá tempo suficiente para o enchimento ventricular completo. Em casos 37 de descompensação de bradicardia ou taquicardia, poderá ocorrer isquemia, dependendo da FC atingida, da duração da arritmia, do estado do miocárdio e da permeabilidade arterial. → Arritmias por perturbação na formação dos estímulos sinusais: taquicardia sinusal, bradicardia sinusal, arritmia sinusal (inspiração profunda aumenta a FC, expiração forçada baixa a FC), parada sinusal (depressão do automatismo sinusal gera ausência de batimento temporariamente). → Arritmias por perturbação na formação dos estímulos extrasinusais: formação de ritmos juncionais quando o nodo atrioventricular assume o automatismo cardíaco em decorrência da depressão do automatismo sinusal
Compartilhar