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RESUMO DE GRANDES (EQUINOS)

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SISTEMA DIGESTÓRIO - EQUINOS
Depois da boca vem a faringe, esôfago (tubo de lúmen virtual), estômago (pequeno, esse animal deveria comer o dia inteiro várias vezes ao dia), intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo - maior porção do trato gastrointestinal), intestino grosso (ceco - cúpula fermentativa; cólons - ascendentes maior e descendente ou menor; reto e ânus). 
O intestino delgado além de longo é preso por mesentério que parece um véu de noiva. Isso predispõe a muitos problemas de torção pois ele é muito livre. O estômago e cólons já são mais presos na cavidade.  
Fatores predisponente a problemas nesse sistema
O cavalo tem estômago pequeno, relação ao tamanho dele;
O cavalo não vomita - cárdia muito potente, não permite fazer movimento anti retrógrado, o cavalo não tem o centro do vomito no sistema nervoso central, e o ângulo de entrada entre o esôfago e estômago é muito abrupto o que não permite que o alimento volte. Isso é um problema pois toda vez que tem repleção estomacal seria mais fácil jogar para fora para evitar problemas de ruptura estomacal, como nele isso não é possível ele pode ter essa ruptura; 
Cavalo tem longo mesentério e isso predispõe a problemas; 
Tem flexura pélvica que é uma curvatura abrupta no intestino, com alteração de 180 graus na passagem do alimento o que predispõe a muitas doenças; 
OBS.: Cavalo tem três flexuras, duas de posição que é a esternal e a diafragmática (elas se desfazem) e a pélvica que é a única flexura verdadeira pois ela não se desfaz. Essa flexura pélvica está entre o cólon ventral esquerdo e o cólon dorsal esquerdo e ela faz uma alteração abrupta de curva e de volume (é um trânsito dificultoso, dependendo do alimento pode entupir esse local). 
O cavalo é um herbívoro por natureza, faz fermentação cecal, ele deveria comer só volumoso (digestão no ceco), só que com a domesticação a alimentação dos cavalos mudou. 
Hoje ele come volumoso mais ressecado (feno), e concentrado o que predispõe muitos problemas pois é de difícil digestão (predominantemente intestino delgado). 
Exame clínico completo
Identificação 
Nome, raça (pônei forma pedra no intestino), idade (quanto mais senil mais predisposição a distúrbios), sexo. 
Histórico/Anamnese
Animal olhando para o flanco, cavando, rolando = sinais de cólica. Investigar o manejo alimentar, o que ele come, quanto ele come, quantas vezes por dia e onde esse alimento é armazenado. Saber se é vermifugado ou não (2 em 2 meses é o certo). Cavalo uma semana com cólica não pode ser torção mas pode ser gastrite. Se a cólica começou agora pode ser torção e pode ser gastrite. Saber se teve episódios anteriores. Se já foi tratado ou não. Defecação e micção. Ingestão de alimentos se foi recente ou não. Se tem algum tipo de vício (como aerofagia).
Exame físico
Tentar avaliar os parâmetros: hidratação, coloração das mucosas (perde o brilho e fica congesta no animal desidratado), TPC (aumenta no animal desidratado), e turgor de pele (aumenta no animal desidratado). Temperatura (normal é 37,5). FC (30-40 é o normal), e FR (aumentam no animal desidratado).   Motilidade deve avaliar a presença ou ausência (divide o flanco do animal em 4 quadrantes - dorsal esquerdo, ventral esquerdo, dorsal direito, ventral direito - e ouve porções intestinais diferentes na auscultação. Mas porções centrais se vê motilidade de cólon. Dorsal direito se ouve válvula íleo cecal (1 a 3 movimentos em 2 minutos). No dorsal esquerdo ouve intestino delgado. A motilidade normal (se usa 2 cruzes ++), hipomotilidade (1 cruz +), atonia intestinal (negativo -), e hipermotilidade (três cruzes +++). 
Isso tudo é muito rápido de ser feito. Se o animal está com cólica, devo ainda fazer sondagem nasogástrica para não perder esse animal com ruptura estomacal. 
Inspeção (atitude, comportamento, físico). 
Auscultação de ceco, delgado (tem borborigmo), cólon e íleo cecal. Dos dois lados. 
Palpação abdominal em potros e transretal em cavalo adulto. Avaliar posição, volume e consistência. Palpar do lado direito ceco, válvula íleo cecal. Do lado esquerdo palpar flexura pélvica (cólon dorsal, ventral, etc.), ligamento nefro esplênico (entre o baço e o cólon caudal). Na região medial palpar cólon menor. Intestino delgado não é palpável, se senti ele é sinal de problema. 
Sintomas de cólica 
Deitar, cavar, inquietação, olhar para o flanco, cara de sofrimento, sudorese intensa (dor).
OBS.: Sondagem tem que ser feita. Além de ser exame é um tratamento. Para realizar a sondagem existem três tipos de sondas que são flexíveis e siliconadas, de vários tamanhos. Tem uma posição adequada para sondar cabeça que é o mais contraída (ventrofletida), passa a sonda e ela bate na laringe aí você vê ele deglutir. O importante é que se a sonda está entrando muito fácil é porque está na traqueia, nesse caso o animal pode tossir também. Se ela está indo com dificuldade então está no esôfago e vai ter cheiro de conteúdo estomacal. A narina do cavalo é ampla, tem que passar sonda pela região mais ventro medial. Se eu passar sonda e sair pouco líquido está certo, mas se saiu muito tem coisa a mais ali. Tem que fazer uma avaliação macroscópica desse líquido que tende a ser esverdeada se ele comeu capim ou amarronzada se ele comeu ração. O odor é suis generis e o volume no máximo 15l que é o tamanho do estômago. Constituição do alimento (depende do que ele se alimentou). Medir o ph (levemente ácido é o normal, perto do 7), se está ácido deve ser distúrbio estomacal, mas se está mais alcalino está fazendo refluxo enterogastrico. Se escorrer sangue perisonda ignorar pois é normal romper alguns capilares na narina. 
O sistema digestório dos equinos começa na boca: podem ter problemas na boca – dentes, língua (embocadura).
Esôfago
Alimentação muito seca (feno muito ressecado, ração também pode formar embolo alimentar), engolir a ração muito rápido = obstrução esofágica (corpo estranho não é comum). Isso tudo ocorre normalmente em terço médio de esôfago. Obstrução é rara pois os equinos são seletivos na preensão de alimentos mas pode ocorrer com corpos estranhos ou mesmo alimento compactado.
Sintomas 
Animal fica com cabeça baixa, tem muita sialorréia, refluxo de saliva pelas narinas, incomodo, tentativa de deglutição, ânsia de vomito (para resolver isso tenta passar a sonda nasogástrica e só ela normalmente já resolve), estica o pescoço.
Tratamento 
Passagem de sonda com cuidado (pode infundir óleo mineral, agua quente para tentar dissolver a obstrução), vai tirando e colocando a sonda para tentar “cavar” (tratamento conservativo). Se não resolver, se faz endoscopia e esofagotomia (tratamento cirúrgico). 
OBS.: Pneumonia por falsa via é a principal preocupação. 
Estômago
Gastrite (inflamação da mucosa gástrica) e ulcera gástrica (perfuração da mucosa gástrica) = estresse é o principal fator predisponente (alteração de manejo, etc.).
O cavalo deveria comer pouco e o dia inteiro então o organismo libera ácido clorídrico o dia inteiro no estomago. O problema é que hoje me dia se coloca ele em baia e alimenta 2x ao dia. Também existe um fator genético hereditário relacionado a esses problemas. 
Terapia com AINE por longo período pode levar a uma gastrite. Fenilbutazona por exemplo, por 3 dias, já induz gastrite. Animais de alto desempenho são mais acometidos (mais estresse), e dar omeprazol é muito caro. As lesões mais comuns estão no margo plicatus (área de transição). 
OBS.: Região ventral de estomago = Região glandular = Ácido é produzido e já é jogado ali mesmo ela suporta mais a presença de ácido. Região glandular suporta menos a presença de ácido = mais comum ter ulcera e gastrite nessa região. 
Exame complementar
Gastroscopia/Endoscopia. 
Histórico
Alteração de comportamento (muito excitados – andando na baia ou prostração total)
Cólica recorrente
Dor silenciosa (sem sintomas)
FC não se altera, FR não se altera, auscultação não se altera, mucosa normal, hidratação normal
Animal com cólica sempre se passa a sonda, mas se ele tiver gastrite/ulcera,quando passar não vai ter conteúdo
Normalmente tem histórico de ter usado analgésico ou anti-inflamatório e o animal piorou depois disso
Perda de peso, pelos arrepiados, raramente diarreia
Utilização de AINE por longo período (fator determinante = tem que parar de dar ou proteger o estomago).
Sintomas
Dor recorrente
Depressão
Sialorreia e bruxismo
Pelos feios
Ao passar a sonda não vê refluxo gástrico, e quando vê tem muito muco (saliva), o ideal seria fazer gastroscopia, mas para fazer isso tem que deixar o animal 24h em jejum, mas não posso fazer isso pois ele já está com gastrite então tem que proteger a mucosa com omeprazol. Eles aceitam melhor a lavagem estomacal do que a gastroscopia. 
Tratamento
Diminuir estresse – manejo
Cessar aplicação de AINE
Antagonistas de H2 – 4x ao dia = Ranitidina
Inibidores de H+ - 1x ao dia = Omeprazol – no mínimo 20 dias, depois de 15 dias pode fazer dia sim e dia não.
Antiácidos – Hidróxido de alumínio ou de magnésio (dar na crise) – Sucralfato
Sobrecarga ou dilatação gástrica
É a doença mais comum desse sistema em equinos. É decorrente do excesso de alimento ou fermentação excessiva. 
Fatores predisponentes
Dentição = cavalo senil
Não mastigar direito
Alimentos de má qualidade
Aerofagia
Comer concentrado (que para no estomago e fica fermentando)
Equinos não vomitam, se não sondar ele vai ter ruptura estomacal. A cólica acontece tipicamente depois da ingestão de concentrado (9-10h da manhã ou 6-7h da noite). Comer volumoso não predispõe a sobrecarga a não ser que o alimento seja muito seco. 
Histórico
Dor
Cólica – ingestão de concentrado a pouco tempo
Aerofagia
Ansiedade na alimentação (ingestão rápida)
Sintomas
Deitando, rolando, cavando = dor/cólica
Não há alteração de FC, FR, mucosa normal, hidratação normal
Se tem cólica, tem que passar a sonda, e nesse caso tem refluxo de conteúdo que é ácido, tem odor azedo e isso diferencia da gastrite (aqui tem refluxo positivo). Tem grande volume, muita ração, muito fermentado. Essa ração pode estar muito compactada aí vou fazendo lavagens com agua morna até sair o refluxo. 
Exames complementares
Palpação normal e liquido peritoneal normal (paracentese). 
Tratamento
Sondagem nasogástrica (descompressão gástrica)
Lavagem com agua morna repetidas vezes (até sair limpo)
Administração via sonda – laxantes emolientes (Timpanol, Ruminol), reguladores de ph (leite de magnésia), depois de lavar repetidas vezes.
Fluidoterapia se necessário 
Analgésico se necessário (quando lava o estomago repetidas vezes não é preciso, só se ele ainda tiver dor) – Flunexim Meglumine – dar volumoso por um tempo ao invés de concentrado
No dia do problema = só volumoso
No dia seguinte ao problema = ½ da ração
No 3º dia depois do problema = alimentação normal
Intestino delgado
Processos obstrutivos
Estrangulativo: causa lesão isquêmica (vólvulo – maior porção do intestino; torção – uma alça só; hérnia) – tratamento é cirúrgico (enterectomia).
Não estrangulativo: não causa lesão isquêmica (corpo estranho)
Não estrangulativos
Compactação de íleo – resolve com cirurgia (embolo verminótico/alimentar)
Intussuscepção inicial (cirurgia)
Corpo estranho (cirurgia)
Verminoses (vermífugo)
Eventração (processo inicial – cirurgia)
Duodeno jejunite proximal (clinico) 
Duodeno jejunite
Inflamação das porções iniciais do intestino delgado = enterite anterior. Normalmente tem envolvimento bacteriano (Clostridium). Se não lavar o estomago direito na sobrecarga gástrica gera isso. 
Exame físico geral
Palpação retal (se for muito irregular, faz laparotomia)
Paracentese abdominal
Ultrassonografia transabdominal
Inflamação intensa
Na duodeno jejunite o intestino delgado para de se movimentar e isso é um processo obstrutivo fisiológico por alteração da mobilidade intestinal. 
A inflamação faz com que comece a perder liquido para dentro do lúmen intestinal e aí o intestino incha e fica cheio de liquido. Por isso ele para. Esse liquido vem dos vasos (do mesentério), o animal vai ter desidratação severa. Isso tudo começa a refluir para o estomago, o animal tem cólica aí quando eu passo a sonda vai vir liquido que é alcalino, com odor de fezes (refluxo enterogástrico), tem coloração esverdeada. 
Histórico
Cólica severa com dor incontrolável (estomago repleto de liquido inflamatório). 
Apatia
Sobrecargas gástricas previas mal resolvidas
Sintomas
Dor (sobrecarga gástrica)
Desidratação (turgor de pele e TPC alterados, mucosa congesta e hiperêmica). 
Na sondagem nasogástrica o refluxo é alcalino
Cólica e febre (único que tem esses dois juntos)
Taquicardia e taquipneia compensatória (pela desidratação)
Endotoxemia (bactérias circulando / pode levar a laminite) – halo toxêmico na gengiva
Prostração
Hipomotilidade (dorsais parados e ventrais continuam tendo motilidade)
Palpação – alças de intestino delgado
Tratamento
Descompressão estomacal a cada 4-6h
Fluidoterapia muito intensiva
Anti-inflamatório / Analgésico – Flunixin Meglumine por 3 dias, 1,1mg, e depois o animal não tendo dor faço ¼ da dose. Só para controlar a endotoxemia.
Pode usar DMSO
Antibioticoterapia – Penicilina associada à Gentamicina
Estimuladores / Reguladores de motilidade – Metoclopramida (dose muito baixa, infusão lenta, diluído pois pode causar alucinação)
Suporte
Prognóstico 
Bom – resolução nas primeiras 24h
Reservado – resolução em 72h
Ruim – resolução não ocorrer neste período 
Intestino delgado e grosso
Cólica espasmódica (comum em potrancos). Contração da parede intestinal abusiva. Tem várias origens, sendo a mais comum alimentação com broto de capim. 
Sintomas
Ataques agudos de dor
Auscultação abdominal muito aumentada
Tratamento
Antiespasmódico – Escopolamina (Buscopan®), 0,3mg/kg
Analgésico – Flunixin Meglumine
Prevenção
Manejo adequado (vermifugação)
Não colocar potro em pasto novo
Intestino grosso 
Vólvulo, torções.
Processos não estrangulativos
Compactação, enterólitos (depósito de cálcio e sílica, vira uma pedra), CE
Compactação = Causa comum de alteração de IG (flexura pélvica)
Causas questionáveis: alterações de dieta.
Compactação
Doença mais comum de resolução inicialmente clínica. Comum de acontecer na flexura pélvica. É não estrangulativa. 
Origem
Erro de dieta – época seca, comem mais feno
Verminoses
Problemas dentários
Diagnóstico
Palpação
Flexura pélvica aumentada com tensão muito firme 
Sintomas
Dor leve
Nenhuma alteração de sinal
Hipomotilidade de cólon, na auscultação abdominal
Distensão abdominal variável (mas não é comum)
Sondagem nasogástrica negativa
Palpação (dá diagnóstico) – intestino grosso aumentado e repleto de conteúdo, consegue pegar na flexura
Liquido peritoneal – sem alteração inicialmente
Tratamento
Flunixim meglumine
Laxantes – Bisacodil 40-80 drágeas (faz via sonda)
Sondagem para liberação de gás
Fluido
Tratamento sintomático
SEMIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO EM EQUINOS
Em relação á anamnese, um dos maiores problemas quanto á esse sistema é que o cuidador/peão não relata a verdade ou não sabe relatar detalhadamente (“quando fui ver já estava assim”). Muitas doenças do sistema nervoso não têm cura, como por exemplo a raiva, então quando o diagnóstico é dado esse animal é sacrificado, mas é de extrema importância levar o rebanho/plantel em consideração visando a prevenção de novos casos. As doenças observadas frequentemente como raiva, tétano, encefalomielite e herpes vírus podem ser prevenidas com vacinas, e todas acometem o sistema nervoso.
 Ainda na anamnese, é muito importante saber qual é a alimentação do animal pois alguns alimentos como grãos podem conter aflatoxinas (qual a origem? O que come? Onde é armazenado?).
Quanto ao exame físico é possível realizar inspeção, palpação, percussão, olfação e auscultação. Para o sistema nervoso são realizadas a inspeção e palpação estritamente (apesar do sistema nervoso ser protegido podemos palpar para estimular uma resposta). Observa-se uma limitação na realização de examesnesse sistema, o que se faz é relacionar a sintomatologia com a região acometida. A inspeção irá analisar o animal como um todo, está mais apático? Está mais agressivo? Qual nível de consciência? Qual sua postura e movimento?
	
Quando realizar exame físico em animais com problemas neurológicos sempre usar luvas e ter cuidado durante o exame, pode ser uma zoonose (raiva e encefalomielite).
Quanto aos exames complementares pode fazer tomografia, ressonância. 
O sistema nervoso tem duas grandes divisões: sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. O periférico são os grandes axônios e gânglios; normalmente em grandes animais, doenças de sistema nervoso periférico estão relacionadas a trauma. O sistema nervoso central é composto pelo encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) + canal medular; qualquer alteração encefálica leva a cefaléia que pode levar a qualquer outra alteração por dor.
A alteração de humor e comportamento é classificada em positiva e negativa. A negativa é apatia, prostração enquanto que na positiva o animal é mais agitado, agressivo. Existem provas protoceptivas/ avaliação funcional que avaliam o SNC como o reflexo pupilar: aproxima dois dedos fechados nos olhos e abre repentinamente - se ele afastar a cabeça ele está enxergando, se não tem reação é porque provavelmente ele está cego. Essa cegueira pode ter origem periférica ou central, por isso se faz estímulo luminoso para avaliar o quiasma óptico (cruzamento entre os nervos óticos): cegueira central permite que faça miose contralateral. Se ele não faz miose contralateral é porque o problema está antes do quiasma ótico, logo essa cegueira é periférica. 
	
Todos os 12 pares de nervos cranianos saem do tronco, cada um dos pares inerva uma região da cabeça. Por isso pode fazer estímulo em vários lugares como puxar língua, colocar dedo na orelha, nariz. Podemos palpar grosseiramente a coluna do animal, lembrando que a coluna é ventral ao pescoço e depois ela passa a ser dorsal. 
	Os nervos que tem sensibilidade para levar para o SNC á medula o reflexo são chamados de protoceptivos (?) eferentes e os que saem aferentes. Quando o animal sente calor na pata por exemplo, quem sente são os nervos protoceptivos e quem tira a pata é o motor. Para avaliar esses nervos o que se faz é colocar o animal em repouso e para andar e ver como é seu comportamento.
Exames complementares
- Análise do líquido encefalorraquidiano (muito utilizado). Ele é produzido nos ventrículos e acompanha todo SNC. Tem que ser translúcido, incolor, inodoro. 
- Radiografia de crânio.
- Radiografia de cervical.
- Mielografia (pouco utilizado).
- Tomografia.
Região anatômica x sintomatologia
SNC: cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula. 
Ex1: se o animal tem convulsão é o cérebro que tá acometido. 
Ex2: o animal apresenta comportamento preservado, mas tem alteração de membro pélvico é a medula (baixa) que está acometida. 
Sintomas comuns de lesão cerebral:
- Convulsão.
- Alterações de comportamento: mais apático, agressivo, qualquer alteração. 
- Cegueira central.
- Headpressing (reação á dor da cefaléia).
Sintomas comuns de lesão em cerebelo – responsável pelo equilíbrio:
- Animal incoordenado dos 4 membros.
- Animal desiquilibrado dos 4 membros.
- Abertura dos membros.
- Tremor intencional da cabeça.
- Sinal de magnus-klein: cabeça baixa
- Hiperventria: andar como “soldadinho de chumbo”.
Sintomas comuns em tronco encefálico:
- Síndrome vestibular.
- Estágmo: movimento rítmico e involuntário horizontal do globo ocular.
- Desvio lateral da cabeça e pescoço.
- Andar em círculos: anda para o lado da lesão. 
- Paralisia de nervo facial.
- Síndromes medulares: lesões que podem ser demonstradas por incoordenações. A paresia é reversível e a paralisia é irreversível. 
CONTINUAÇÃO SISTEMA NERVOSO EQUINOS
4 síndromes:
Síndrome cerebral;
Síndrome cerebelar;
Síndrome vestibular;
Síndrome espinhal;
Alteração em cérebro: 
Convulsão
Alteração de comportamento
Cegueira central (pupila faz miose nos dois olhos e não responde quando chego com os dedos perto dos olhos)
“Head pressing”
Síndrome cerebral:
Várias afecções
Traumáticas (concussões)
Infecciosas (raiva,encefalite viral)
Degenerativos (leucoencefalomalacea)
Raiva:
É uma encefalite que causa síndrome cerebral (vai ter os sintomas dessa síndrome - convulsão, alteração de comportamento, etc). É terminal no equino (o vírus não faz multiplicação na glândula salivar), ele não transmite para outros animais, mesmo assim tem que tomar cuidado ao manipular esse animal. 
Tem 3 formas: furiosa (mais comum tem todos os sintomas cerebrais), obscura (animal fica deitado no pasto e rapidamente vem a óbito) e paralítica (animal deitado no pasto com paralisia de membros).
Os animais morrem muito rápido, não tem muito exame então o diagnóstico é post mortem (morrem em 8h).
Transmissão
Por morcegos (qualquer um)
Reservatórios: vários animais 
Diagnóstico
Post mortem - retira a cabeça do animal e coloca no isopor com gelo, leva para o laboratório (prova rápida - anticorpo imunofluorescente; prova lenta - inoculação em camundongo) sempre faz as duas provas. 
Ante mortem é só uma suspeita - indicação de eutanásia. 
OBS.: Esse diagnóstico serve para prevenir novos casos, ver efetividade de vacina, etc. tem que pensar no plantel. 
Tratamento 
Não sei que é raiva, tenho que tratar sintomático.
Se tem forte suspeita de raiva, indica eutanásia. 
Prevenção - vacinação (muito eficaz e barata, anual, semestral para região endêmica) 
Encefalite viral:
Mesmos sintomas, outra classe de vírus, tem três cepas (leste - tem vacina, oeste - tem vacina e venezuelana - não tem vacina)
É zoonose
Transmitida por vetor (insetos - mosquitos)
Reservatórios: animais selvagens assintomáticos
Diagnóstico 
Histórico + sintomas clínicos (aparecem e ficam por longos períodos, cerca de 20 dias o que difere da raiva)
Sorologia (fixação de complemento - Igm; Elisa - Igg)
Se for positivo tem que fazer exame pareado: 
Amostra    +15 dias    Outra amostra 
 X                                       XX (doente)
 X                                         X (normal)
Tratamento 
Sintomático
Prevenção: vacinação anual que começa aos 4 meses e tem reforço um tempo depois. 
Leucoencefalomalácea:
(Amolecimento da substância branca do encéfalo)
Causada principalmente por um fungo - Fusarium moniliforme que produz uma toxina - fumonisina B1 (ela causa a doença).
Animais que se alimentam do grão de milho (70% do milho brasileiro é contaminado), podem ter essa doença (se for industrializado não tem problema).
Sintomas 
Clássicos da síndrome cerebral.
Diagnóstico 
Clínico pelos sintomas/histórico
Alimentação - milho ou feno pré secado
Testes laboratoriais (cromatografia do alimento e necropsia do animal)
Tratamento 
Sintomático
Prevenção - manejo adequado
Tratamento para todas
Benzodiazepinico (Diazepam)
DMSO (analgésico anti-inflamatório) sempre diluído no soro - 1 a 3 aplicações a cada 12h
Terapia de suporte
Prevenção: vacinação (raiva e encefalite) e manejo (leucoencefalomalacea)
Cerebelo - síndrome cerebelar
Incoordenação 
Desequilíbrio
Hipermetria
Tremor intencional de cabeça
Sindrome Cerebelar:
Abiotrofia cerebelar (doença):
Má formação do cerebelo 
Animal nasce com ela 
Ocorre em cavalos árabes e pôneis 
Animal nasce normal e com 1 ano ele começa a apresentar os sinais. Vai degenerando e leva a morte precoce. 
Tratamento - não existe.
Prevenção - evitar cruzamentos genéticos que levem a essa doença. 
CONTINUAÇÃO AFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO EM EQUINOS
Síndrome de tronco encefálico ou síndrome vestibular:
Nistagmo (movimento rítmico e involuntário do globo ocular);
Pleurótotono (desvio de cabeça - normalmente para o lado acometido e pescoço, - sempre para o lado acometido);
Andar em círculos (sempre para o lado acometido); 
Paralisia do nervo facial (ex: espasmo de lábio, pálpebra, pitose lingual).
Trauma(mais comum) e otite:
Inclinação (topo) da cabeça para o lado acometido;
Nistagmo; 
Incoordenação;
Andar em círculos;
Alterações de comportamento (agressividade). 
Diagnóstico:
Histórico + sintomas. 
Tratamento:
Sintomático;
Corticóide (dexametasona 0,5 - 0,2 mg/kg);
DMSO (0,5 - 1 g/kg - 10%, IV); 
Terapia de suporte (às vezes o animal pode ter algum descontrole, como febre - dar atitérmico, e se ele estiver desidratado - dar fluidoterapia). 
Síndrome de medula espinhal:
Paralisias (flácidas e espásticas);
Paresias (flácidas e espásticas). 
Várias afecções - infecciosas e traumáticas:
Sintomas medulares de incoordenação e ataxia (dependendo do local e severidade das lesões).
Mieloencefalite equina causada por protozoário (MEPE):
Sarcocystis Neurona e Neosporona Sp (protozoários que adentram a medula causando uma inflamação); 
Lesões multifocais e assimétricas do encéfalo ou medula;
Equinos são hospedeiros finais (aberrantes), gambás (principais) e também gatos são hospedeiros definitivos e pombas/pássaros/gatos são hospedeiros intermediários (formando um ciclo biológico do Sarcocystis Neurona). Porém a doença só aparece no cavalo se ele tiver uma condição de estresse, e uma alta ingestão de oócistos (que é o ovo do protozoário) que vem dos gambás e dos gatos. *Os gatos também podem ser hospedeiros definitivos, e contaminar ambiente (foi descoberto isso em estudos). 
Sintomas variáveis:
Déficit proprioceptivo (pela inflamação); 
Incoordenação; 
Atrofia muscular unilateral. 
Diagnóstico:
Histórico de estresse recente;
Sintomas físicos;
Exames laboratoriais: Western Bloot (soro e LCR) e PCR. 
*70 a 78% dos animais no Brasil que faz sorologia para essa doença, da (+), mas não significa que os animais estão doentes, significa que eles tiveram contato, e pode ser falso positivo, então, tem que repetir o exame, e se nessa repetição se der no soro (+) e no LCR (++), aí sim significa que o animal está doente. 
*No PCR se eu encontrar um liquor coletado na medula com protozoários, significa que o animal é (*), o problema é que dá muito falso negativo. 
Tratamento:
Sulfa + trimetoprim (15 - 30 mg/kg, VO, BID);
Piremetamina (0,25 - 1,0 mg/kg, VO, SID);
DMSO (10% diluído no soro e três aplicações a cada 12 horas); 
*Faz por 3 meses e custa 250 reais. 
OU 
Diclazuril (5 mg/kg, VO, SID);
DMSO (10% diluído no soro e três aplicações a cada 12 horas);
*Faz por 28 dias e custa 1.000 reais.

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