Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Liga Acadêmica de Ortopedia e Medicina esportiva Propedêutica do joelho Raul Prioli Laome - 2016 Anatomia do joelho Articulação uniaxial do tipo gínglimo ou dobradiça. Anatomia do joelho Propedêutica do joelho Idade, sexo, profissão. Atividade física principal, de lazer ou profissional, do esporte preferido, a sua posição e o lado acometido devem constar no preâmbulo da ficha clínica. Caracterizar se a sintomatologia surgiu após um traumatismo agudo bem definido ou de início insidioso. Propedêutica do joelho Dor - localização no joelho: anterior medial ou lateral, posterior medial ou lateral. Periodicidade (diurna ou noturna) e sua relação com a atividade profissional, recreacional ou esportiva são importantes parâmetros que devem ser analisados. - Início: insidioso, repentino ou agudo relacionado ou não com traumatismo, dor intermitente que piora aos esforços ou posição. Propedêutica do joelho Estalo ou estalido – são sintomas importantes e que podem definir o diagnóstico. O estalido que ocorre na torção aguda, ao se estender o joelho fletido e doloroso. O estalo pode ser audível ou simplesmente ser uma sensação referida. Falseio – sintoma comum em várias doenças do joelho, como: as lesões meniscais, instabilidades femoropatelares; o típico falseio desacompanhado de dor mas seguido de derrame tardio, altamente incapacitante, apresenta-se na instabilidade ligamentar. Derrame - quando presente logo após um traumatismo, sugere hemartrose e caracteriza lesão grave. Nos casos em que o derrame aparece tardiamente, é devido a uma sinovite reacional que acompanha muitas das doenças intrínsecas do joelho, associadas ou puras. Travamento- contração espontânea, momentânea e involuntária muscular, desencadeada pela dor dum pinçamento. Antecedentes (luxações) , outras queixas e cirurgias anteriores. Exame físico do joelho Inspeção estática Inspeção dinâmica Palpação (sentado e/ou deitado) Testes complementares (testes meniscais e testes ligamentares) ‹#› Inspeção estática Observação do paciente: Em pé em posição anatômica de frente e perfil. - Alinhamento dos membros inferiores no mesmo plano (varo ou valgo) - Alinhamento patelar, presença de edema, derrame, atrofias musculares. Inspeção estática Inspeção estática Inspeção estática Inspeção dinâmica Marcha (andando de frente e de costas para o examinador). Alterações dinâmicas nas diferentes fases da marcha e presença de deformidades A claudicação é detectada na marcha e o estudo do tempo de apoio separa a decorrente de afecções do quadril da do joelho. O sinal de Trendelenburg é visível nesse momento do exame. O sinal de Trendelenburg é encontrado em pessoas com fraqueza da musculatura abdutora do quadril (glúteos médio e mínimo) Nessa fase do exame, ainda podemos analisar a mobilidade articular e os contornos musculares que, muitas vezes diferentes dum lado e outro, podem caracterizar a atrofia. Inspeção dinâmica Inspeção dinâmica O movimento de flexo-extensão do joelho permite ao examinador sentir o deslizamento da patela no sulco troclear e analisar a presença de crepitação e eventuais estalidos articulares. Essa manobra é sentida quando o examinador coloca sua mão espalmada sobre a patela no movimento e pode ser sensibilizada quando pressiona a patela contra a tróclea femoral (leve, moderada e grave) Palpação Paciente sentado: realizamos a palpação dos tendões da pata de ganso, região posterior presença de cistos (baker), linhas, interlinhas articulares e possíveis cistos sobre os meniscos. Paciente deitado posição supina: tônus e contornos musculares, atrofias. Palpação Sinal da tecla O examinador pressiona o bolsa suprapatelar (acima da patela) no sentido “esvaziá-la”. Mantendo a pressão sobre o saco suprapatelar, o examinador deve pressionar levemente a patela. Um teste positivo é indicado por um abaixamento da patela, com uma sensação semelhante à de se pressionar a tecla de uma máquina de escrever. Palpação Realizada a palpação da patela, deve-se prosseguir com o teste da compressão patelar, em que há a sua compressão sobre o sulco femoral, com o joelho em extensão e numa flexão de 25°-30°, podendo haver dor e crepitação que refletem condromalácia, artrose ou instabilidade femoropatelar. Logo depois, é efetuado o teste da inclinação patelar, no qual há a mobilização lateral e medial da patela em extensão e em 30° de flexão, permitindo a avaliação do grau de tensão exercido pelos retináculos medial e lateral,. Testes especiais Estresse em valgo – ligamento colateral medial Estresse em varo – ligamento colateral lateral Testes meniscais – McMurray e Appley. Testes de LCA – Gaveta anterior, Lachman e Pivot-shift Teste de LCP – gaveta posterior. Teste da abdução (valgo) e teste da adução (varo) O paciente deve estar totalmente relaxado, com o quadril em 0° de extensão; a coxa, totalmente apoiada sobre a mesa do exame. Quando se faz a manobra de abdução da perna provocando valgo do joelho, a abertura da interlinha articular, patológica, poderá ser detectada pela palpação digital. A positividade desse teste em hiperextensão pode significar lesão do LCP e em 0° e em 30°, lesão periférica medial. Teste de McMurray Realizado para a identificação das lesões dos cornos posteriores dos meniscos. - Paciente deitado em posição supina, os quadris a 90° e os joelhos em flexão máxima, o examinador, ao lado do joelho a ser examinado, palpa as interlinhas articulares com uma das mãos e com a outra, segura ao pé do paciente, provocando movimentos de rotação interna e externa da perna Teste de Appley Paciente deitado em posição pronada, inicia-se a flexão do joelho com o quadril em extensão, compressão axial junto ao pé e rotação externa da perna até o ponto de angulação em que o paciente refere dor. Marcha do pato Com o paciente agachado no chão, pede-se que ele dê alguns passos. Na lesão do corno posterior do menisco medial, há dor que o impede de executar o movimento Teste de Lachman Com o paciente posicionado em decúbito dorsal horizontal e com o joelho fletido a 30°, o examinador segura com uma das mãos a região supracondiliana do fêmur e com a outra, a região superior da tíbia e provoca movimento antagônico com cada uma das mãos, uma para frente e outra para trás, a fim de fazer o deslizamento duma superfície articular sobre a outra. Quando a tíbia se desloca para a frente, o sinal é positivo para lesão do ligamento cruzado anterior e quando se desloca para trás, para lesão do ligamento cruzado posterior. Teste da gaveta anterior Usado para detectar uma lesão do ligamento cruzado anterior. Com o paciente na mesa de exame e em decúbito dorsal horizontal, com o joelho em 80° de flexão, o examinador apoia o pé do paciente e com ambas as mãos colocadas na região posterior do ⅓ superior da tíbia do paciente e dedos na região lateral e medial da tuberosidade da tíbia, traciona-a para a frente provocando um deslizamento anterior da perna sobre a coxa. Teste da gaveta posterior Verifica a integridade do ligamento cruzado posterior, sendo pesquisado em rotação neutra da perna com o paciente posicionado da mesma forma que para ao teste da gaveta anterior. Nessa posição, o examinador empurra para trás a perna e com ambas as polpas digitais colocadas sobre o rebordo anterior dos planaltos tibiais, sente os movimentos posteriores dos 2 lados, medial e lateral. Se o lado lateral da perna se posterioriza isoladamente, trata-se de instabilidade póstero-lateral, mas se o faz de ambos os lados, o teste é positivo para lesão do ligamento cruzado posterior. Teste do “Pivot-shift” (teste de McIntosh) Com o joelho estendido e a tíbia subluxada anteriormente. Nessa posição, inicia-se lentamente a flexão quando, em torno dos 30° a 50°, será percebida repentina redução da subluxação anterior. É positivo na lesão do LCA.
Compartilhar