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Síntese - Psique, Subjetividade e Psicoterapia em "Psicoterapia, Subjetividade e Pós-Modernidade" - Gonzalez Rey

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INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR SANT’ANA 
PSICOLOGIA 
 
JUSSARA PRADO 
 
 
 
 
 
 
 
SÍNTESE: PSIQUE, SUBJETIVIDADE E PSICOTERAPIA EM “PSICOTERAPIA, 
SUBJETIVIDADE E PÓS-MODERNIDADE” DE FERNANDO GONZÁLEZ REY 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PONTA GROSSA 
2014 
 
Atualmente, os psicólogos ainda encontram uma grande dificuldade em definir o que é 
a psique, e tal dificuldade nos deixa um grande problema, já que a psique é objeto de estudo da 
Psicologia. Um dos motivos para tal dificuldade é a quantidade de abordagens que existem 
dentro da Psicologia, como a Psicanálise, a Humanista, a Comportamental, entre outros. Cada 
uma delas enxerga a psique com diferentes aparatos, e como há muitas definições do que é 
psique, há também, diversas formas de se encarar o mesmo sintoma, a mesma doença e a mesma 
pessoa. E como a Psicologia é uma ciência, ao menos é considerada como uma, deveria seguir 
um padrão científico, ao invés de possuir diversas maneiras de se olhar para um mesmo objeto 
de estudo. 
 Um segundo motivo para essa dificuldade é a rejeição da teoria que encontramos, onde 
os psicólogos buscam modelos e práticas que vão contra à teoria que adotavam anteriormente. 
Acabam moldando a concepção de psique àquilo que testemunham nos consultórios, passam a 
trabalhar a favor do empirismo, aquilo que buscam como ciência, de sua prática, de sua 
pesquisa, não se remetendo mais à uma teoria mais fechada que os embasou no início. Tal 
rejeição é positiva em termos evolutivos, e negativa em relação à dificuldade de se definir o 
verdadeiro objeto de estudo da Psicologia. 
 Na realidade, não é que ninguém saiba o que é a psique, apenas não existe uma 
especificidade do que é a psique. Definiram o objeto, mas não conseguiram chegar em algo em 
comum nas diversas abordagens da Psicologia sobre o que é a psique, logo, o estudo acaba 
ficando fragmentado por diversos olhares. Tal representação empírica e instrumentalista da 
psique acabou por fragmentar a psicologia, havendo um distanciamento da origem. E por não 
se definir o que é a psique, não é possível chegar a uma unicidade do termo do objeto de estudo 
da Psicologia, logo, não é possível saber mais o que é doença. 
 Diante disso, fica-se na indefinição do que é patológico, nos levando a continuar o 
modelo biomédico, onde não saberemos como alcançar a ontologia da patologia e passaremos 
a estudar apenas os sintomas, adotando uma visão semiológica. Os testes usados na Psicologia 
são um exemplo clássico disso, pois pega-se as características do indivíduo buscando taxa-lo 
de ‘alguma coisa’ para colocá-lo em algum grupo, onde será tratado apenas por seus sintomas, 
as características que o levaram a ser rotulado. A Psicologia deveria ser mais subjetiva do que 
isso, deveria se aproximar mais do que realmente a interessa, que é o ponto de vista filosófico, 
e não atuar aplicando testes e rotulando os pacientes. Tal saber biomédico deveria apenas servir 
como um instrumento para um entendimento inicial, e não como efetivo para uma rotulação, 
descartando a subjetividade do indivíduo. 
 Diante do contexto histórico da Psicologia, é evidente que o tema da subjetividade ficou 
essencialmente associado à compreensão do intrapsíquico. Além disso, foi associada à 
tendências universais, como a pulsão ou a tendência de autotranscedência ou auto realização. 
A representação da subjetividade em sua especificidade e unicidade não foi desenvolvida por 
nenhuma das escolas, representa-la associando-a às mutações e mudanças de tendências sexuais 
fundadoras, e aos conflitos associados a elas, é negar a sua versatilidade e a sua independência 
com relação a qualquer conteúdo absoluto que possa ser considerado na base de suas dinâmicas. 
 O indivíduo não é apenas o resultado de uma dinâmica familiar, ele é resultado também, 
de uma vida social e histórica, onde suas ações e relacionamentos produzem um sentido 
subjetivo que é inseparável de sua condição. A subjetividade não é uma cópia, muito menos um 
reflexo do real, e também não é uma expressão universal associada a invariantes de uma 
natureza humana. A subjetividade de cada indivíduo é única. A psique e a subjetividade não 
possuem limites, pois são um conjunto de fenômenos, de entidades inconscientes e conscientes. 
 Historicamente, a psicoterapia se associa a duas tendências fundamentais do 
desenvolvimento humano: a produção de alívio a estados emocionais, que faz parte das práticas 
de saúde nas diversas culturas; e o advento da ciência moderna, em sinônimo de conhecimento 
útil e comprovado. Por mais que a psicoterapia esteja aliada à um processo patológico, buscando 
o tratamento da mente humana, ela se encontra no meio de um enorme problema. 
 O fato de não possuirmos ainda a especificidade do que é a psique, algo que esteja em 
comum nas diversas abordagens da Psicologia, nos leva ao fato de que não se sabe exatamente 
o que é doença, o que é patológico. Não sabendo exatamente e especificamente o que é cada 
um desses, somos levados à o mais árduo fato que podemos nos deparar: não se sabe que tipo 
de psicoterapia irá trabalhar essa doença que ainda não definimos, numa subjetividade 
associada à conceitos universais dentro de uma psique, que infelizmente, ainda não sabemos 
exatamente o que é. Diante disso, podemos compreender em que barco a Psicologia atual está, 
numa situação onde não existe especificidade para a psique, para a subjetividade, para a 
psicoterapia e para nada. Tal discurso não é perda de tempo, pelo contrário, é um investimento 
para a salvação da existência e credibilidade da Psicologia. 
 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
GONZÁLEZ REY, F. Psicoterapia, Subjetividade e Pós-modernidade: uma aproximação 
histórico-cultural. São Paulo: Thomson Learning, 2007.