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01/04/2015 1 Enfermagem na Unidade de Centro Cirúrgico Processamento de Materiais e Central de Material Esterilizado 1 SILVANA VIEIRA SILVANA e TELMA 1. Conceitos importantes 2. CME: Estrutura física Tipos de esterilização Invólucros Monitorização , validação 2. Limpeza e produtos para a higienização da CME. 1. Manutenção de autoclaves 3. Biossegurança: Fluxo dos artigos Riscos ocupacionais da equipe de enfermagem 2 SILVANA VIEIRA Por que precisamos de uma CME? • Fornecer uma assistência de saúde de qualidade aos usuários dos EAS, artigos críticos, semi-criticos e não críticos para serem reprocessados de maneira adequada; • Necessidade de um sistema complexo e seqüencial, esquematizado de maneira que permita a passagem por todas as etapas envolvidas desse processo, seguindo os métodos e critérios, conforme as diretrizes norteadoras e legais. SILVANA VIEIRA 3 • O planejamento deve seguir um modelo criterioso, abordando diversos fatores, como a classificação e indicação correta do artigo reprocessado, estabelecimento de fluxos adequados, previsão da estrutura física com as devidas instalações, além da utilização adequada dos recursos tecnológicos, humanos e de insumos necessários. Association for the Advancement of Medical Instrumentation - AAMI and American National Standards Institute - ANSI. Steam sterilization and sterility assurance in health care facilities. ST46, USA; 2002. 4 SILVANA VIEIRA O que é preciso: • Acompanhamento continuo da esterilização dos artigos; • Identificação de situações inadequadas e permitir suas correções, pois em caso de situações adversas, certamente a qualidade desse procedimento, será prejudicada, assim como a saúde dos usuários também ficará comprometida. 5 Costa LFV. Reprocessamento de artigos críticos em unidades básicas de saúde. Campinas - SP, 2008, 165p. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Universidade Estadual de Campinas / SP. SILVANA VIEIRA Situação Atual nas UBS e UH • O reprocessamento de artigos é rotineiramente utilizado nas unidades estudadas em procedimentos odontológicos, curativos, suturas, pequenos procedimentos cirúrgicos e ginecológicos, realizado predominantemente por auxiliares de enfermagem. • Os operadores responsáveis exercem funções concomitantes como imunizações, curativos e coleta de exames. • O uso incorreto de equipamentos de proteção individual, • Possibilidade de disseminação de infecção no ambiente de trabalho • Risco ocupacional e da segurança ao próprio usuário. 6 SILVANA VIEIRA 01/04/2015 2 CONCEITOS IMPORTANTES • Serviço de saúde: estabelecimento destinado ao desenvolvimento de ações de atenção à saúde da população, em regime de internação ou não, incluindo atenção realizada em consultórios e domicílios. SILVANA VIEIRA 7 CONCEITOS IMPORTANTES • Artigos - Compreendem instrumentos de naturezas diversas: utensílios (talheres, louças, comadres, papagaios, etc.), acessórios de equipamentos e outros. • Artigo Descartável - É o produto que, após o uso, perde suas características originais e não deve ser reutilizado e nem reprocessado. • Artigo Médico-Hospitalar de Uso Único - É o produto que, após o uso, perde suas características originais ou que, em função de outros riscos reais ou potenciais à saúde do usuário, não deva ser reutilizado. SILVANA VIEIRA 8 • Artigos Críticos: são artigos ou produtos utilizados em procedimentos invasivos com penetração de pele e mucosas adjacentes, tecidos subepteliais, e sistema vascular, incluindo também todos os artigos que estejam diretamente conectados com esses sistemas. Pelo grande risco de transmissão, devem ser esterilizados. • Artigos Semi-Críticos: são artigos ou produtos que entram em contato com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras. Requerem desinfecção de alto nível ou esterilização para ter garantida a qualidade do seu múltiplo uso. SILVANA VIEIRA 9 CONCEITOS IMPORTANTES Classificação dos artigos crítico entra em contato com vasos sanguíneos ou tecidos livres de microorganismos Ex: instrumental Esterilização semi-crítico entra em contato com mucosa ou pele não íntegra. Ex: inaladores Desinfecção não crítico entra em contato com pele íntegra. Ex: comadre Limpeza 10 SILVANA VIEIRA Limpeza Manual detergente (enzimático) escovas jatos de água água quente E.P.I. – luvas grossas, avental impermeável, óculos e máscara Remoção mecânica da sujidade 11 SILVANA VIEIRA • Artigos Não-Críticos: São os de uso externo ao paciente, entrando em contato apenas com a pele integra ou não entram em contato direto com o paciente. Requer um processo de limpeza (completa remoção da sujidade) ou desinfecção de baixo nível. Ex. Cubas, mesas auxiliares, termômetros e outros. SILVANA VIEIRA 12 CONCEITOS IMPORTANTES 01/04/2015 3 • Esterilização - É o processo físico ou químico que destrói todos os tipos de microorganismos, inclusive os esporulados. • Embalagem: serve para proteger o artigo durante o transporte e o manuseio • Empacotamento: deve garantir e manter o conteúdo estéril durante o armazenamento e transporte. SILVANA VIEIRA 13 CONCEITOS IMPORTANTES • Limpeza: consiste na remoção de sujidade visível. Contribui para redução da carga microbiana. • Validação: É a documentação correspondente de evidências que dão razoáveis garantia, segundo o nível atual da ciência, de que o processo em consideração realiza e/ou pode realizar aquilo para o qual foi proposto. O processo de validar é mais abrangente que o de monitorar. SILVANA VIEIRA 14 CONCEITOS IMPORTANTES • Desinfecção: processo físico ou químico que elimina a maioria dos microrganismos patogênicos de objetos inanimados e superfícies. • Desinfecção Baixo Nível - Quando os desinfetantes têm atividade contra bactérias vegetativas, mas não destroem esporos. • Desinfecção de Nível Médio ou Nível Intermediário - Quando os desinfetantes não destroem os esporos, tem ação sobre o bacilo da tuberculose, ampla ação sobre vírus e fungos, mas não destroem, obrigatoriamente, todos eles. • Desinfecção Alto Nível - Quando os desinfetantes são eficazes contra todas as formas vegetativas, destroem uma parte dos esporos quando utilizados entre 10 e 30 minutos. SILVANA VIEIRA 15 CONCEITOS IMPORTANTES • Descontaminação - É o processo de eliminação total ou parcial da carga microbiana de artigos e superfícies, tornando-os aptos para o manuseio seguro. Este processo pode ser aplicado através de limpeza, desinfecção ou esterilização. Artigos descontaminados, devem seguir o processamento adequado. • EPI - Equipamento de Proteção Individual que se compõe de óculos, máscaras, botas, luvas e avental impermeável ou não e protetor para ruídos entre outros SILVANA VIEIRA 16 CONCEITOS IMPORTANTES EPC: Equipamento de Proteção Coletiva são aqueles equipamentos ou dispositivos, que são utilizados para minimizar a exposição dos trabalhadores aos riscos e, em caso de acidentes reduzir suas conseqüências. Temos como exemplos: Extintor, corrimão e fitas antiderrapantes nas escadas, placas sinalizadoras e etc. SILVANA VIEIRA 17 CONCEITOS IMPORTANTES 18 SILVANA VIEIRA 01/04/2015 4 Atentar para a degermação SILVANA VIEIRA 19 Antissépticos - PVP-I São agentes que inibem ou destroem o crescimento bacteriano; • MODO DE AÇÃO: Iodo liberado lentamente e age inibindo a síntese vital dos MO. Penetra no tecido celular, oxidando.Tem ação bactericida, com regular ação fungicida, tuberculicida e as vezes viruscida • VANTAGENS: Efeito residual de 2 a 4 horas, não mancha os tecidos, menos tóxico que o álcool iodado • DESVANTAGENS: Atividade antimicrobiana inicia-se após 2 minutos de contato; risco de hipotireoidismo; solução fotossensível. • INDICAÇÕES: Solução degermante: mãos Solução alcóolica (TINTURA): antissepsia e demarcação de campo operatório e procedimentos invasivos Solução aquosa (TÒPICA): antissepsia de membranas e mucosas 20 Vieira, S.L. 49 Antissépticos - Clorexidina • MODO DE AÇÃO: Tendência a se ligar ao tecido. Ação antimicrobiana estendida. Rompe membrana celular. • VANTAGENS: Atividade antimicrobiana inicia-se cerca de 15 segundos após a fricção. Efeito residual de 6 a 8 horas.Baixa toxicidade, seguro para o RN • DESVANTAGENS: Provoca mancha de cor marrom nos tecidos quando são lavados com hipoclorito • INDICAÇÕES: Solução degermante 2 a 4%:higiene das mãos, degermação das mãos e antebraços da equipe, do campo e pré procedimentos invasivos Solução alcoólica (TINTURA) a 0,5%:antissepsia e degermação de campo operatório e de procedimentos invasivos, curativo do sítio e de catéter Solução Aquosa (TÒPICA) a 0,2% antissepsia de membranas e mucosas: uso ginecoobstétricas Solução aquosa dentifrícia a 0,0255:higiene oral 21 Vieira, S.L. 49 Antissépticos - Álcool • MODO DE AÇÃO: desnaturação das proteínas das bactérias. Excelente ação bactericida, micobactericida, fungicida e viruscida • VANTAGENS: Redução rápida da contagem microbiana da pele e não é tóxico • DESVANTAGENS: Ausência de efeito residual, ressecamento da pele, volátil, inflamável • INDICAÇÕES: Antissepsia em procedimentos de médio e baixo risco Antissepsia de coto umbilical Higiene das mãos:uso rotineiro, exceto se houver sugidades 22 Vieira, S.L. 49 23 SILVANA VIEIRA • BIOSSEGURANÇA Conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos biológicos, químicos, físicos, ergonômicos e acidentes decorrentes das atividades hospitalares que podem comprometer a saúde do homem e do meio ambiente. SILVANA VIEIRA 24 CONCEITOS IMPORTANTES 01/04/2015 5 RISCOS AMBIENTAIS • RISCOS ERGONÔMICOS: São as posições errôneas, modo de trabalhar de forma inadequada, levantamento de peso, monotonia e repetitividade, causadores de stress físico ou psíquico. • RISCOS DE ACIDENTES: São situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes. • RISCOS RESPIRATÓRIOS: São as situações de risco num ambiente de trabalho sempre que uma substância estiver presente na atmosfera, em concentrações que sejam agressivas ao organismo ou sempre que uma deficiência de oxigênio ocorra nesta atmosfera. SILVANA VIEIRA 25 CUIDADOS COM MATERIAIS PÉRFURO-CORTANTES 26 SILVANA VIEIRA RISCOS AMBIENTAIS • RISCOS FÍSICOS: São riscos provocados por algum tipo de energia, dependendo dos equipamentos e do ambiente de trabalho. Sua ação sobre o corpo humano é mecânica. • RISCOS QUÍMICOS: São as substâncias químicas utilizadas, que podem causar danos ao colaborador e ao paciente, imediatamente ou tardiamente. • RISCOS BIOLÓGICOS: São as contaminações por vírus, bactérias, fungos, cultura de células, parasitas e/ou outros microorganismos geneticamente modificados ou não. SILVANA VIEIRA 27 Processo de saúde do trabalhador SILVANA VIEIRA 28 Processo de saúde do trabalhador SILVANA VIEIRA 29 • Físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes (BRASIL,2001). • VACINAÇÃO DO TRABALHADOR • vacina contra hepatite B, • vacina contra difteria e tétano, • vacina contra febre amarela, • vacina contra sarampo, caxumba e rubéola, vacina contra tuberculose, • vacina contra influenza e pneumococos, Saúde do Trabalhador 30 SILVANA VIEIRA 01/04/2015 6 O que é uma CME SILVANA VIEIRA 31 Fluxograma Materiais processados no CME Unidades consumidoras Unidades fornecedoras Centro de Material e Esterilização Recepção de material sujo Recepção de material lmpo Recepção de material descartáveis Limpeza e secagem de materiais Preparo e acondicionamento esterilização Armazenamento de materiais esterilizados distribuição Sobecc, 2013; p.11 32 SILVANA VIEIRA Definição • Unidade de apoio técnico, de atividade/meio; • Unidade funcional destinada ao processamento de produtos para serviços de saúde (RDC, n°15/2012, ANVISA) 33 SILVANA VIEIRA é o conjunto de elementos destinados à recepção, expurgo, preparo, esterilização, guarda e distribuição do material para as unidades do estabelecimento de saúde Unidade encarregada para expurgar, preparar, esterilizar, guardar e distribuir materiais médico- hospitalares Poderá ser descentralizado (até 50 leitos) Centralizado (mais de 70leitos) Central de Material Esterilizado 34 SILVANA VIEIRA Três tipos de Central de Material: Descentralizada – Cada unidade ou conjunto de unidades do hospital é responsável por preparar e esterilizar os materiais que utiliza; Semi-centralizada – Cada Unidade prepara os seus materiais, mas encaminha à Central de Material para serem esterilizados; Centralizada – Os materiais de uso em todas as Unidades do hospital são totalmente processados na Central de Material. Definição 35 SILVANA VIEIRA Resolução determina as atividades básicas desenvolvidas na CME, que são: §Receber, desinfetar e separar os artigos; §Lavar os artigos; §Receber as roupas vindas da lavanderia; §Preparar os artigos e as roupas em pacotes; Esterilizar os artigos e as roupas por meio de métodos físicos e/ou quími - cos proporcionando condições de areação dos produtos, conforme necessário: §Realizar controle microbiológico e de validade dos artigos esterilizados; §Armazenar os artigos e as roupas esterilizados; §Distribuir os artigos e as roupas esterilizadas; §Zelar pela proteção e pela segurança dos operadores. RDC nº 307, Brasil, 2002, 36 SILVANA VIEIRA 01/04/2015 7 Atribuições d enfermeiro/técnico /auxiliar administrativo na CME • RDC n°15/2012 • Resolução 424, 19 de abril de 2012: Atribuições do Enfermeiro na CME: - Página 16 - sobecc 37 SILVANA VIEIRA Deve localizar-se próximo: aos centros fornecedores: almoxarifado, lavanderia Aos centros receptores: Centro Cirúrgico, UTI, PA Forma retangular Parede e piso laváveis, cor neutra Janelas amplas Sistema de exaustão Setor de apoio para guarda de material Equipe multiprofissional Localização e Estrutura física 38 SILVANA VIEIRA Com o propósito de evitar a ocorrência de infecção hospitalar, os pisos e paredes devem ser laváveis, resistentes, de cor clara, de fácil limpeza, lisos e sem nada que possam favorecer o acúmulo de sujidades. Tetos e portas devem ser de superfície lisa, clara, lavável, sem juntas, cantos e saliências dispensáveis, sendo que as portas ainda devem dispor de visores. Na Sala de Lavagem e Descontaminação, as bancadas devem ter cubas fundas para evitar respingos no trabalhador; torneiras com disponibilidade de água quente e fria; adaptações para possibilitar a limpeza de tubulações e artigos com lumens e balcões em aço inoxidável; MATERIAIS DE ACABAMENTO 39 SILVANA VIEIRA Recebimento de material Conferencia e protocolo Expurgo: limpeza manual ou mecânica Preparo e acondicionamento: inspecionar, empacotar,identificar o material, olhar lubrificação das pinças Setor de esterilização: física- autoclave Química Armazenamento e distribuição: para todos os setores do hospital Fluxograma 40 SILVANA VIEIRA Armazenamento e distribuição: para todos os setores do hospital 41 SILVANA VIEIRA Segundo a portaria nº 1884, de 11 de novembro de 1994, são ·Área para recepção, desinfecção e separação de materiais. ·Área para lavagem de materiais. ·Área para recepção de roupas limpas. ·Área de preparo de materiais e roupas. ·Área para esterilização – Área para esterilização física, área para esterilização química liquida e área para esterilização química gasosa. ·Sala para armazenagem e distribuição de materiais e roupas esterilizadas. ·Área para armazenagem e distribuição de materiais descartáveis. Ambientes de apoio : ·Sala administrativa ·Sanitários com vestiário para funcionários ·Depósito de material de limpeza ·Almoxarifado Elementos essenciais à dinâmica de funcionamento da unidade: 42 SILVANA VIEIRA 01/04/2015 8 Principais métodos de esterilização • Físicos • Quimicos • Fisico-quimicos SILVANA VIEIRA 43 VÍRUS MÉDIOS OU LIPÍDICOS vírus HBV, HIV BACTÉRIAS VEGETATIVAS Pseudomonas aeruginosa FUNGOS Candida spp VÍRUS PEQUENOS OU NÃO LIPÍDICOS poliovírus MICOBACTÉRIAS ESPOROS BACTERIANOS Bacillus subtillis MAIOR RESISTÊNCIA aldeídos e ácido peracético Alto Nível álcool, hipoclorito de sódio a 1%, cloro orgânico, fenol sintético Nível Intermediário quaternário de amônio e hipoclorito de sódio 0,2% Baixo Nível MENOR RESISTÊNCIA Desinfecção química 44 SILVANA VIEIRA Desinfecção química Desinfetantes Toxicidade (EPI) Tempo de exposição Concentração Corrosão Odor Custo x Benefício 45 SILVANA VIEIRA FACE CORPO MÃOS PROTEÇÃO 46 SILVANA VIEIRA Produtos Químicos –SMS/SSA 47 SILVANA VIEIRA Produtos Quimicos – SMS/ SSA 48 SILVANA VIEIRA 01/04/2015 9 FÍSICOS RADIAÇÃO IONIZANTE CALOR ÚMIDO (AUTOCLAVE) SECO (ESTUFA) Métodos de Esterilização 49 SILVANA VIEIRA SOLUÇÃO: glutaraldeído 2% ácido peracético 0,2% peróxido de hidrogênio 3- 6% GASOSO Óxido de etileno - ETO Plasma de peróxido de hidrogênio - Sterrad Autoclave de formaldeído QUÍMICOS Métodos de Esterilização 50 SILVANA VIEIRA Autoclave de peróxido de hidrogênio - STERRAD® Métodos de Esterilização 51 SILVANA VIEIRA Autoclave de Formaldeído Métodos de Esterilização 52 SILVANA VIEIRA Esterilização a vapor saturado Autoclave tempo temperatura/ pressão Parâmetros essenciais Tipos de autoclave gravitacional pré-vácuo 53 SILVANA VIEIRA Autoclave • Autoclave: Vapor saturado sob pressão • Mecanismo de ação: penetra através dos tecidos porosos, como os invólucros que envolvem os pacotes. • Destruição dos MO pela combinação de: Temperatura+ pressão + umidade = termocoagulação e desnaturação da proteína da parede celular das bactérias. SILVANA VIEIRA 54 01/04/2015 10 SILVANA VIEIRA 55 Calor Seco O processo de esterilização ocorre com o aquecimento dos artigos por irradiação do calor das paredes laterais e da base da estufa, com conseqüente destruição dos microorganismos por um processo de oxidação das suas células, após a desidratação do núcleo. 56 SILVANA VIEIRA Os métodos de esterilização pelo calor seco em relação ao tempo de exposição e temperatura não são uniformes, demonstrando uma diversidade de padrão, devendo ser validado cada equipamento. Tipo de material do processamento* • Segundo a APECIH, 1998: O tipo de invólucro é o principal fator que determina o tempo que o artigo mantém a esterilidade. • Atentar para o manuseio antes do uso • Numero de pessoas que manipulam o pacote • Estocagem em prateleiras abertas ou fechadas • Métodos de selagem SILVANA VIEIRA 57 Seleção das Embalagens • Association of Operating Room Nurses (AORN, 2000) recomenda que o sistema de embalagem deve permitir a esdterilização, manter a esterilidade do conteúdo até a entrega e abertura do pacote, sem contaminá-lo. CARACTERÍSTICAS DAS EMBALAGENS: • Devem ser apropriadas para o artigo e método de esterilização; • Prover adequada remoção de ar; • Resistir a rasgos e perfurações; • Ter relação custo/beneficio positiva (AORN, 2000) 58 SILVANA VIEIRA Resistir a rasgos e perfurações SILVANA VIEIRA 59 Favorecer transferências selagem adequada SILVANA VIEIRA 60 01/04/2015 11 Permitir Identificação do conteúdo SILVANA VIEIRA 61 TIPOS DE EMBALAGENS PARA ESTERILIZAÇÃO TECIDO DE ALGODÃO ESTOJO METÁLICO VIDRO REFRATÁRIO CONTAINER RÍGIDO PAPEL GRAU CIRÚRGICO PAPEL CREPADO SMS 62 SILVANA VIEIRA COMO FAZER A MELHOR OPÇÃO Ser compatível com o método de esterilização e resistir às suas condições físicas; Permitir a penetração e remoção do agente esterilizante; Manter a integridade da selagem e ser à prova de violação; Resistir a gotículas de água, rasgos e perfurações; Proteger o conteúdo do pacote contra danos físicos; 63 SILVANA VIEIRA Ser isenta de furos; Ser livre de resíduos tóxicos (corantes, alvejantes e amido) Evitar a liberação de fibras ou partículas; Ser barreira microbiana; Ser compatível com as dimensões, peso e configuração do artigo; Apresentar relação de custo - benefício favorável. COMO FAZER A MELHOR OPÇÃO Recomendações práticas em processos de esterilização em estabelecimentos de saúde. - Campinas, SP - 2000. “Guia elaborado por enfermeiros brasileiros” 64 SILVANA VIEIRA Embalagens recomendadas para vapor saturado: Tecido de algodão cru – duplo • Manter em temperatura ambiente (18-22°C); • Permanecer em umidade relativa entre 35 a 70% • Atenção a lavagem das embalagens; • Não deve reesterilizar sem lavagem prévia do tecido • Atenção as condições dos tecidos: costuras, reparos. • Estudos mostram que novos e duplos permanecem estéreis por até 90dias SILVANA VIEIRA 65 SILVANA VIEIRA 66 01/04/2015 12 SILVANA VIEIRA 67 Embalagens recomendadas para vapor saturado: papéis • normatizado pela NBR12946 da ABNT; • Deve ser resistente ao calor, tração e perfuração; • Deve ser permeável ao calor e ao ETO • Pode apresentar-se em duas faces de papel ou uma face de papel + filme transparente SILVANA VIEIRA 68 Embalagens recomendadas para vapor saturado: Papel grau cirúrgico APRESENTAÇÕES DAS EMBALAGENS DE PAPEL GRAU CIRÚRGICO 69 SILVANA VIEIRA ORIENTAÇÕES PARA USO DE EMBALAGENS PAPEL GRAU CIRÚRGICO Verificar dados de identificação, procedência, registro, lote; Verificar se a impressão em tinta está fora da área de contato com o artigo; Observar esta impressão após a esterilização; Observar se envelopes e bobinas contêm indicador de processo, texto de orientação da mudança de cor conforme exposição, tamanho da embalagem, indicação de abertura; 70 SILVANA VIEIRA SILVANA VIEIRA 71 Embalagens recomendadas para vapor saturado: Papel Kraft • – NÃO INDICADO • Deve ser de superfície regular, não pode apresentar furos; • Devido a irregularidade dos papéis e presença de amido é contra-indicado. Papelcrepado • É composto de celulose tratada • Suporta temperatura até 150°C em exposição de até 1h • Principal alternativa de algodão • Produto atóxico e flexivel SILVANA VIEIRA 72 01/04/2015 13 • Utilizadas na esterilização a vapor • Atenção a tampas perfuradas ou sem tampas • Recobrir com embalagens à permeáveis ao vapor 73 Embalagens recomendadas para vapor saturado: caixas metálicas Liga de alumínio ou aço inox Paredes finas 0,6 a 0,8mm Diversas medidas Calor seco Recomendações práticas em processos de esterilização em estabelecimentos de saúde. - Campinas, SP - 2000. “Guia elaborado por enfermeiros brasileiros” SILVANA VIEIRA • Usado em camada dupla; • Ação como importante barreira anti- microbiana SILVANA VIEIRA 74 Embalagens recomendadas para vapor saturado: não tecido de 100% polipropinelo (manta) NÃO TECIDO - SMS MANTA DE POLIPROPILENO – 100% SPUNBOND MELTBLOWN SPUNBOND Três camadas: 75 SILVANA VIEIRA Spunbond Esta camada é formada por uma trama densa de microfibras que age como barreira microbiana. Esta camada é formada por fibras longas e contínuas que proporcionam resistência mecânica e maleabilidade Meltblown NÃO TECIDO - SMS 76 SILVANA VIEIRA SILVANA VIEIRA 77 SILVANA VIEIRA 78 01/04/2015 14 SILVANA VIEIRA 79 Prazos • Papel: 4 – 7 dias • Tecido: 4 – 7 dias • Grau cirúrgico: 1 mês Dário oficial estado de SÃO PAULO, 1994: • recomenda prazo de 7 dias em todo artigo esterilizado em meio físico; • Grau cirúrgico: indeterminado enquanto íntegro SILVANA VIEIRA 80 Ferramentas de validação • Monotoramento da câmara: teste de Bowie Dick • Indicador biológico (mínimo 1x/sem) • Indicador químico SILVANA VIEIRA 81 • Testar a eficácia do equipamento na instalação e após manutenção • Verificar a eficácia após qualquer modificação proposta no processo de esterilização • Estabelecer a eficácia como rotina diária Esterilização Monitoramento do processo Indicadores Químicos Classe 1: Tiras impregnadas com tinta termo-química que muda de coloração quando exposto a temperatura. usados externamente em todos os pacotes evidenciam a passagem do material pelo processo 83 SILVANA VIEIRA Indicadores Químicos Teste de BOWIE & DICK - testa a eficácia do sistema de vácuo da autoclave pré-vácuo. Classe 2: verifica a eficiência da bomba de vácuo espera-se mudança uniforme da cor do papel, em toda sua extensão recomenda-se que seja feito no primeiro ciclo do dia ou pelo menos a cada 24 horas caso não haja homogeneidade na revelação, efetuar revisão imediata do equipamento Teste OK Falha no teste 84 SILVANA VIEIRA 01/04/2015 15 Indicadores Químicos Indicador de parâmetro único Classe 3: controla um único parâmetro: a temperatura pré-estabelecida utilizados no centro dos pacotes Indicador multiparamétrico Classe 4: controla a temperatura e o tempo necessários para o processo 85 SILVANA VIEIRA Indicadores Químicos Integrador: controla temperatura, tempo e qualidade do vapor. Classe 5: Classe 6: Integrador mais preciso por oferecer margem de segurança maior. Reage quando 95% do ciclo é concluído. 86 SILVANA VIEIRA Indicadores Químicos Integrador: controla temperatura, tempo e qualidade do vapor. Classe 5: Classe 6: Integrador mais preciso por oferecer margem de segurança maior. Reage quando 95% do ciclo é concluído. 87 SILVANA VIEIRA Indicadores Biológicos São preparações padronizadas de microorganismos, numa concentração do inóculo em torno de 106, comprovadamente resistentes e específicos para um particular processo de esterilização para demonstrar a efetividade do prcesso Primeira geração: tiras de papel com esporos microbianos, incubados em laboratório de microbiologia com leitura em 2-7 dias 88 SILVANA VIEIRA Indicadores Biológicos Segunda geração: auto-contidos com leitura em 24 a 48 horas Terceira geração: auto-contidos com leitura em 1 a 3 horas 89 SILVANA VIEIRA 90 SILVANA VIEIRA 01/04/2015 16 Validade do proceso • Contradição na literatura • Avaliação de multifatores: Conservação Estrutura física Umidade Condições de estocagem Manuseio Tipo de material do processamento* SILVANA VIEIRA 91 Modelo de sistema de controle 92 SILVANA VIEIRA Armazenamento 93 SILVANA VIEIRA Processamento de materiais nas UBS/PSF/UH: instrumental cirúrgico SILVANA VIEIRA 94 Processamento de materiais nas UBS/PSF: instrumental cirúrgico SILVANA VIEIRA 95 SILVANA VIEIRA 96 01/04/2015 17 SILVANA VIEIRA 97 Fluxogramas SILVANA VIEIRA 98 99 FLUXOGRAMA DOS ARTIGOS NO CME Recepção de artigos contaminados Limpeza, lubrificação e secagem de artigos Armazenagem Barreira física Inspeção, preparo e embalagem Esterilização Distribuição SILVANA VIEIRA EXPURGO * Recebimento Lavagem com solução enzimática. Diluição, tempo e troca conforme orientação do fabricante. Tipo de Limpeza utilizada. Manual: Os artigos são submersos em sol enzimática por tempo determinado pelo fabricante depois limpos peça por peça, utilizar água corrente e escovas de cerdas macias Usar sempre E.P.I ((equipamento de proteção individual): luvas de borracha (nitrilica), aventais, bota, gorro, protetor facial ou máscara e óculos. *Observar presença de material perfurocortante Redução da carga microbiana natural dos artigos; Remoção das substâncias orgânicas e inorgânicas. Enxágue e Secagem do material. Água deve ser potável e corrente, a secagem depende do tipo material e pode ser feita com pano limpo e seco ou com ar comprimido em materiais com lúmen. Encaminhar o material para a área de preparo. Remoção de toda a sujidade;. 100 SILVANA VIEIRA Preparo do Material Preparar o material conforme embalagem padronizada Manter a esterilidade do produto, protegendo-o das condições de transporte e armazenagem até o seu uso Verificar se o material está realmente limpo e em condições de uso. EMBALAGEM Encaminhar o material para a AUTOCLAVE CARACTERÍSTICA: • ser apropriada para os materiais e para o método de esterilização; • proporcionar selagem adequada; • proporcionar barreira microbiana adequada; CARACTERÍSTICA: • ser compatível e resistente às condições físicas do processo de esterilização ( umidade , tempo ); • permitir a adequada remoção de ar; • permitir penetração e remoção do agente esterilizante; 101 SILVANA VIEIRA Montagem da autoclave Material articulado e com dobradiça devem ser colocados de forma a permanecerem abertos Material não deve ser acondicionado encaixado ou empilhado A disposição adequada material é fundamental para bom o resultado da esterilização. Não ultrapassar 80% da capacidade interna da câmara da AUTOCLAVE Os pacotes maiores devem ser colocados na parte inferior da câmara e os menores na parte superior. FACILITA o fluxo do vapor As caixas dos instrumentais devem sercolocadas de forma horizontal, na cesta da autoclave, sem EMPILHAR Após o término do ciclo, abrir a autoclave, conforme orientação do fabricante 102 SILVANA VIEIRA 01/04/2015 18 Armazenagem e distribuição de artigos esterilizados Estocagem em armários ou prateleiras fechados Efetuar a inspeção periódica dos itens estocados para verificar qualquer degradação Armazenar adequadamente o material: não comprimí-los, não torcê-los, não perfurá-los, para não comprometer a sua esterilidade. NÃO UTILIZAR ARTIGOS QUE APRESENTEM AS SEGUINTES CONDIÇÕES Papel grau cirúrgico amassado ou rompido Umidades ou manchas Desprendimento de partículas Presença de sujidade Suspeita de abertura do pacote 103 SILVANA VIEIRA Limpeza da Autoclave Desligar o aparelho da tomada Esperar resfriamento completo, da autoclave, se tiver aquecido Realizada diariamente antes da primeira carga do dia Retirar toda a água do seu interior Umedecer a esponja com a solução apropriada. Limpar todas as superfícies internas e externas Remover a solução com pano umedecido em água limpa, até a sua completa remoção Secar com pano limpo e seco 104 SILVANA VIEIRA Anotar a data do teste no rótulo de todas as ampolas. Identificar 03 indicadores biológicos ( ampolas), em pacotes de papel crepado lacrado com a fita crepe zebrada, com a data e posição que ficará na colocar na autoclave, como: TESTE BACTERIOLÓGICO Ampola da FRENTE Ampola do MEIO Ampola do FUNDO Depois separar uma Ampola teste, que não irá para a autoclave Distribuídos nas prateleiras no 1º ciclo de esterilização. Feche e ligue a autoclave. Ligue a incubadora Registre em impresso próprio: • Temperatura • Pressão de esterilização da câmara interna • Tempo/duração do ciclo). 105 SILVANA VIEIRA Depois retire as ampolas. Finalizando o ciclo de esterilização Retire os 03 pacotes Deixe esfriar por no mínimo 10 min Ative as 04 ampolas – Insira cada uma, em um dos orifícios disponíveis na incubadora Empurre-o com cuidado em qualquer direção até sentir que somente a ampola de vidro interna se quebrou. NESSE momento o meio de cultura entre em contato com os esporos da tira de papel. Coloque as 04 ampolas ativados na incubadora que já está aquecida. Feche a incubadora. ORIENTAÇÕES IMPORTANTES Iniciar a processo de incubação do indicador biológico no máximo duas horas após o término do ciclo. Se esta instruções não forem seguidas os esporos bacterianos morrerão não sendo possível detectar falhas no processo de esterilização. Registre no impresso a data e hora da incubação. 106 SILVANA VIEIRA Interpretação dos Resultados Registrar o resultado e quando finalizado após 48 horas colar a etiqueta dos 03 tubetes no impresso próprio. Fazer a leitura das 03 ampolas que foram para autoclave Comparar com a cor da ampola - teste (cor amarelo). 2ª Leitura 48 Horas após a incubação 1ª Leitura 24 Horas após a incubação 107 SILVANA VIEIRA Se não houver mudança de cor, das três ampolas, para o amarelo, indica que os esporos bacterianos foram destruídos. Teste Positivo. Se o líquido ( meio de cultura) estiver amarelo Teste Negativo. Se o líquido estiver da cor púrpura /roxa ( cor original) Confirmado o resultado, solicitar manutenção do equipamento. A presença da cor amarela significa crescimento bacteriano ( resultado positivo), isto indica esterilização inadequada. Interditar o equipamento. Verificar os registros dos parâmetros físicos da autoclave Verificar se não houve Sobrecarga e repetir o teste. Leitura dos Resultados Após receber o equipamento da manutenção, repetir o teste da autoclave , sendo negativo , liberar o equipamento para uso. Liberar o equipamento para uso 108 SILVANA VIEIRA 01/04/2015 19 • Planta física • Equipes de trabalho • Equipamentos e manutenção preventiva • Limpeza prévia • Monitoramento • Escolha de embalagens • Estocagem Pontos críticos 109 SILVANA VIEIRA Recomendações • Atentar para distribuição diária de serviço – rotinas da unidade • Quem será o profissional responsável pela desinfecção e esterilização? • Supervisão direta da enfermeira SILVANA VIEIRA 110 Sugestões • A elaboração do protocolo: estratégia para assegurar uma qualidade na execução do processo de limpeza, preparo e esterilização de artigos reprocessados; • gestão participativa e competente na disponibilização e utilização dos recursos financeiros. • Educação permanente em serviço SILVANA VIEIRA 111 REFERÊNCIAS • Association for the Advancement of Medical Instrumentation - AAMI and American National Standards Institute - ANSI. Steam sterilization and sterility assurance in health care facilities. ST46, USA; 2002. • Costa LFV. Reprocessamento de artigos críticos em unidades básicas de saúde. Campinas - SP, 2008, 165p. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Universidade Estadual de Campinas / SP. • CASTRO, Stella Deane Andrade. Procedimento Técnico de Esterilização das UBS e PSF. Prefeitura Municipal de Salvador – SMS/ Coordenadoria de Atenção e Promoção à Saúde Salvador, 2010 • Brady, C.L.; Moraes, M.U.B.; Coutinho, B.M.; Lima, R.C.C.; Monteiro, L.C.; et. al. Elaboração de protocolo para esterilização de materiais em uma unidade básica de saúde. 61 Congresso Brasileiro de Enfermagem. Fortaleza- Ce, 2009. SILVANA VIEIRA 112 • Brito, M. F.P.; Galvão, C,M.; et al. Validação do processo de esterilização de artigos médico-hospitalares segundo diferentes embalagens. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 55, n. 4, p. 414-419, jul./ago. 2002. • SOBECC. Práticas Recomenda- SOBECC. Centro Cirúrgico, Recuperação Pós Anestésica, Centro de material e esterilizaçã. Nacional-SP. 2013 SILVANA VIEIRA 113 REFERÊNCIAS
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