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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação – VREGRAD 
 Divisão de Assuntos Pedagógicos – DAP 
	
	Código e Nome da Disciplina J589 – DIREITO ADMINISTRATIVO I
	Créditos Teórico / Prático 4,0
	
	
	Curso DIREITO
	Centro CCJ
	Segundas e Quartas
19h00min – 20h40min
21h00min – 22h40min
 
	Professor: João Marcelo Rego Magalhães
	Aula 24
	UNIDADE VI – REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Regime jurídico dos servidores públicos 
A reforma administrativa
Estatuto dos servidores públicos federais (Lei 8.112/90)
Magistrados
1. Regime jurídico dos servidores públicos
O caput do art. 39 da CF, originariamente, estabelecia a obrigatoriedade de adoção, por parte de cada ente da Federação, de um só regime jurídico aplicável a todos os servidores integrantes de suas Administrações Direta, autárquica e fundacional. 
A redação original do art. 39 era a seguinte:
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.
Portanto, antes da EC 19/1998, cada ente federativo tinha, teoricamente, a liberdade de estabelecer o regime jurídico a que estariam submetidos os agentes públicos de suas Administrações Diretas, autarquias e fundações, desde que este regime fosse único, ou seja, igual para todos os seus servidores. O termo “servidor” foi usado em sentido amplo, abrangendo os que ocupassem cargos ou empregos públicos.
Com fulcro na redação originária do art. 39 da CF, a União editou a Lei nº 8.112/1990, que instituiu o regime jurídico único (RJU) dos servidores públicos da União (Administração Direta), autarquias e fundações públicas federais. A União optou pela adoção de regime jurídico estatutário, típico de direito público, para disciplinar o vínculo funcional entre seus servidores e os referidos órgãos e entidades administrativas. Por isso, os empregados públicos que antes existiam na Administração Direta, nas autarquias e nas fundações públicas federais foram transformados em cargos públicos, na data de publicação da Lei nº 8.112/90 (art. 243, § 1º).
Entendeu o legislador, com amplo respaldo da doutrina, que o regime estatutário mostra-se mais adequado para reger as relações funcionais dos agentes públicos da Administração Direta, autarquias e fundações públicas federais, uma vez que esses órgãos e entidades não se coadunam com uma organização tipicamente empresarial, o que resultaria em inconvenientes se fosse adotado vínculo de natureza contratual com seus agentes. Além disso, o poder de polícia e outras prerrogativas públicas fundadas no poder de império só podem ser exercidas, na maior parte das vezes, por agentes públicos estatutários, posto que esse regime permite atuação imparcial do agente público frente a pressões exercidas pelo poder político e econômico.
Posteriormente, a EC 19/1998 alterou o caput do art. 39 da CF com o fito de eliminar a obrigatoriedade de adoção, pelas pessoas políticas, de um regime jurídico unificado para seus agentes atuantes na Administração Direta, autarquias e fundações públicas. A redação do caput do art. 39 da CF passou a ser a seguinte:
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.
Devemos dizer que a EC 19/1998 não revogou nem prejudicou as disposições da Lei nº 8.112/90 (na esfera federal). Simplesmente, passou a ser possível a existência de agentes públicos sujeitos a mais de um regime jurídico na Administração Direta, nas autarquias e fundações de cada um dos entes da Federação.
Sem embargo do que já comentado, devemos registrar que a modificação do caput do art. 39 da CF feita pela EC 19/1998 teve sua eficácia suspensa pelo STF em razão do julgamento da ADIn 2.135/DF, em 2 de agosto de 2007, sob o fundamento de inconstitucionalidade formal.
2. A reforma administrativa
A reforma estatal foi, sob o ponto de vista constitucional, materializada pela EC 19/1998. Entretanto, várias normas infraconstitucionais já haviam iniciado um irreversível processo de alteração da fisionomia do Estado brasileiro, dando ênfase a uma Administração Pública gerencial, voltada à busca da eficiência em seus procedimentos e resultados. Buscava-se, assim a transformação de um Estado burocrático em Estado gerencial. A doutrina, a fim de referir-se a este processo de passagem a um Estado gerencial, utiliza-se comumente do termo “desestatização” (tal denominação é insuficiente para o completo entendimento do processo, como logo veremos). 
Os defensores do novo modelo são adeptos da corrente político-econômica chamada de “neoliberalismo”. Tais adeptos pregam a chamada “Doutrina do Estado Mínimo”, cujo objetivo é retirar o setor público de todas as áreas em que sua atuação não seja imprescindível.
Esse conjunto de ideias, quando em prática, leva a 2 linhas de ação muito nítidas:
a) a partir da noção de administração gerencial, que privilegia o princípio da eficiência, o foco desloca-se para a obtenção de resultados pela máquina administrativa;
b) ocorrem as famosas “privatizações” (ou “desestatizações”, como preferem alguns), pelas quais as prestações de serviços públicos que possam gerar lucro deixam de ser executadas pelo Estado, passando aos particulares por meio de concessões e permissões.
A EC nº 19/98 foi o mais importante legitimador da almejada reforma da Administração Pública no Brasil, sendo, por esse motivo, conhecida como “emenda da reforma administrativa”. As modificações nas relações Estado – agentes públicos, Estado – agentes econômicos e Estado – terceiro setor têm sido gradualmente implementadas desde então, por meio da edição de leis e atos infralegais reguladores das diretrizes inseridas na Constituição pela referida emenda.
As principais alterações decorrentes da Reforma Administrativa (EC nº 19/98) em nosso ordenamento jurídico, tendentes à implantação do Estado gerencial, já total ou parcialmente implementadas, pode ser assim resumidas:
a) flexibilização das relações jurídico-funcionais entre a Administração e seus agentes públicos;
b) possibilidade de ampliação da autonomia gerencial;
c) possibilidade de qualificação das agências executivas;
d) parcerias como pessoas jurídicas privadas;
e) previsão de estatuto próprio para as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica;
f) alteração no forma de criação dos entes da Administração Indireta;
g) Reestruturação de carreiras entendidas como típicas do Estado;
h) Acréscimo ao caput do art. 37 do princípio da eficiência.
Além das inovações trazidas pela EC 19/1998, devemos destacar 2 manifestações da “Doutrina do Estado Mínimo” concretizadas pela legislação ordinária: 
Programa Nacional de Desestatização – PND – Lei nº 9.491/1997 – alienação da participação societária e delegação da prestação de serviços públicos.
Programa Nacional de Publicização – PNP – Leis nº 9.637/1998 e 9.790/1999 – programa de cooperação com o terceiro setor (OS e OSCIP).
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