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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação – VREGRAD 
 Divisão de Assuntos Pedagógicos – DAP 
	
	Código Nome da Disciplina J589 – DIREITO ADMINISTRATIVO I
	Créditos Teórico / Prático 4,0
	
	
	Curso DIREITO
	Centro CCJ
	Segundas e Quartas
19h00min – 20h40min
21h00min – 22h40min 
	Professor: João Marcelo Rego Magalhães
	Aula 15
	UNIDADE IV – ATO ADMINISTRATIVO
ATO ADMINISTRATIVO
Fatos e atos administrativos 
Requisitos de validade dos atos administrativos: competência, objeto, forma, motivo e finalidade
Motivação dos atos administrativos
Classificação quanto ao conteúdo e quanto à forma
Atributos do ato administrativo
Mérito do ato administrativo
Atos vinculados e discricionários
Desfazimento do ato administrativo – anulação, revogação e cassação
Convalidação do ato administrativo 
Abuso de poder no ato administrativo
Ato administrativo e controle realizado pelo Poder Judiciário 
7. Atos vinculados e discricionários
O ato vinculado é aquele em que a lei estabelece todos os requisitos e condições de sua realização, sem deixar qualquer margem de liberdade ao administrador, ou seja, todos os elementos do ato estão vinculados ao disposto na lei. Não cabe ao administrador apreciar a oportunidade ou a conveniência administrativa da prática do ato. Uma vez atendidas as condições legais, o ato tem que ser realizado e, por outro lado, faltando qualquer elemento exigido na lei torna-se impossível sua prática.
Conforme definição de Celso Antônio B. de Melllo, atos vinculados são aqueles em que, por existir prévia e objetiva tipificação legal do único possível comportamento da Administração em face de situação igualmente prevista em termos de objetividade absoluta, a Administração, ao expedi-los, não interfere com apreciação subjetiva alguma.
Já o ato discricionário é aquele que a Administração pode praticar como certa liberdade de escolha, nos termos e limites da lei, quanto ao seu conteúdo (objeto), seu modo de realização, sua oportunidade e sua conveniência administrativa (motivos). Tal liberdade de escolha é usualmente mencionada pela doutrina como mérito administrativo.
Enquanto nos atos vinculados a autoridade pública está presa à lei em todos os seus requisitos (competência, objeto, forma, motivo e finalidade), ao praticar o ato discricionário dispõe de certa liberdade quanto à escolha dos motivos (oportunidade e conveniência) e do objeto (conteúdo). Segundo a doutrina tradicional, os requisitos (ou elementos) competência, forma e finalidade são sempre de natureza vinculada, em qualquer tipo de ato, vinculado ou discricionário.
Importante assinalar que a maior parte de nossa doutrina entende que a discricionariedade existe não só quando a lei expressamente confere à Administração o poder de decidir acerca da oportunidade e conveniência de praticar um determinado ato. Segundo grandes autores do Direito Administrativo, também existe discricionariedade, ou possibilidade de atuação discricionária, quando a lei utiliza os denominados conceitos jurídicos indeterminados. São exemplos de conceitos jurídicos indeterminados a boa-fé, o decoro, os bons costumes, a moralidade pública etc.
Portanto, segundo importante corrente doutrinária, a discricionariedade existe:
a) quando a lei expressamente dá à Administração liberdade para atuar dentro de limites bem definidos;
b) quando a lei utiliza conceitos jurídicos indeterminados e, no caso concreto, a Administração depara-se com situações em que não existe possibilidade de determinar, com certeza, se o fato está ou não abrangido pelo conteúdo da norma.
8. Desfazimento do ato administrativo – anulação, revogação e cassação
O ato administrativo em vigor permanecerá no mundo jurídico até que algo capaz de alterar esta situação lhe aconteça. Uma vez publicado, esteja eivado de vícios ou não, terá vigência e deverá ser cumprido, em respeito ao atributo da presunção de legitimidade, até que ocorra formalmente o seu desfazimento.
O desfazimento do ato administrativo poderá ser resultante do reconhecimento de sua ilegitimidade, de vícios na sua formação, ou poderá simplesmente advir da desnecessidade de sua existência, isto é, mesmo legítimo o ato pode tornar-se desnecessário e pode ser declarada inconveniente ou inoportuna sua manutenção. Poderá, ainda, resultar da imposição de ato sancionatório ao particular que deixou de cumprir com os requisitos exigidos para a manutenção do ato.
Desta distinção de situações surgem as noções de anulação, revogação e cassação, espécies do gênero desfazimento do ato administrativo.
Passaremos, a seguir, a estudar as 3 espécies de desfazimento dos atos administrativos.
Anulação
A anulação deve ocorrer quando há vício no ato, relativo à legalidade ou à legitimidade (ofensa à lei ou ao Direito). É sempre um controle de legalidade (aqui empregada em sentido amplo, abrangendo ainda a ilegitimidade), nunca um controle de mérito.
Quando o vício for insanável o ato é nulo e a anulação é obrigatória; quando for sanável, o ato é anulável, e pode ser anulado ou convalidado (a convalidação é privativa da Administração).
A anulação de atos com vícios insanáveis é – ela própria – e um ato vinculado, ou seja, é obrigatória.
Tantos atos vinculados quanto atos discricionários são passíveis de anulação. O que nunca existe é anulação de um ato discricionário por questão de mérito administrativo, ou seja, a esfera do mérito não é passível de controle de legalidade. Isso é a mesma coisa que dizer que um ato nunca pode ser anulado por ser considerado inoportuno ou inconveniente.
Como a anulação retira do mundo jurídico atos com defeito de validade, ela retroage seus efeitos, em regra, ao momento da prática do ato (ex tunc). Isso quer dizer que, regra geral, o ato nulo não gera direitos ou obrigações para as partes, não cria situações jurídicas definitivas e nem admite convalidação.
Devem, entretanto, em homenagem ao princípio da boa-fé e à presunção de legitimidade dos atos administrativos, ser resguardados os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de boa-fé. Isso não significa que o ato nulo gere direito adquirido. Nunca há direito adquirido à produção de efeitos de um ato nulo. O que ocorre é que os efeitos já produzidos (quando o ato se reputava válido), perante terceiros de boa-fé, não serão desfeitos.
A anulação pode ser feita pela Administração (controle interno), de ofício ou mediante provocação, ou pelo Poder Judiciário, mediante provocação.
Em alguns casos, há um prazo para a anulação, pelo menos na esfera federal; ele é de 5 anos, se o fato for favorável ao administrado e se este estiver de boa-fé. Se o ato for desfavorável ao administrado ou, em qualquer hipótese, se houve má-fé por parte deste, não há prazo para anulação do ato. Tais regras estão contidas no art. 54 da Lei 9.784/99.
Revogação
Revogação é a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, mas que, segundo critério discricionário da Administração, tornou-se inoportuno ou inconveniente.
A revogação tem fundamento no poder discricionário, ou seja, ela é, em si, um ato discricionário, uma vez que decorre exclusivamente de critério de oportunidade e conveniência. Ademais, somente se aplica aos atos discricionários, isto é, somente estes podem ser revogados.
A revogação somente produz efeitos prospectivos, para frente (ex nunc), porque o ato revogado era válido, não tinha vício nenhum. Além disso, devem ser respeitados os direitos adquiridos.
A revogação é ato privativo da Administração que praticou o ato revogado. O Poder Judiciário, em sua função jurisdicional, não pode revogar atos da Administração, pode apenas declarar-lhes a nulidade (por vício em algum requisito vinculado, seja o ato vinculado ou discricionário).Logicamente, no exercício da função administrativa, o Poder Judiciário pode revogar seus próprios atos.
São hipóteses de atos irrevogáveis:
a) os atos consumados;
b) os atos vinculados;
c) os atos que já geraram direitos adquiridos;
d) os atos que integram um procedimento;
e) quando exaurida a competência do agente que praticou o ato;
f) atos meramente declaratórios.
Cassação
A cassação é a extinção do ato administrativo quando o seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos legais que deveria permanecer atendendo, como exigência para a manutenção do ato e de seus efeitos. No mais das vezes, a cassação é uma sanção para o particular que deixou de cumprir as condições exigidas pela Administração.
 
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