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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação – VREGRAD 
 Divisão de Assuntos Pedagógicos – DAP 
	
	Código e Nome da Disciplina J589– DIREITO ADMINISTRATIVO I
	Créditos Teórico / Prático 4,0
	
	
	Curso DIREITO
	Centro CCJ
	Segundas e Quartas
19h00min – 20h40min
21h00min – 22h40min
Terças e Quintas
09h30min – 11h10min 
	Professor: João Marcelo Rego Magalhães
	Aula 09
	UNIDADE II – A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA ORDEM JURÍDICO-CONSTITUCIONAL
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA ORDEM JURÍDICO CONSTITUCIONAL
Regras constitucionais relativas à Administração Pública
A reforma estatal: um novo estado gerencial
Sistema de jurisdição única
1. Regras constitucionais relativas à Administração Pública
2. A reforma estatal: um novo estado gerencial 
A reforma estatal foi, sob o ponto de vista constitucional, materializada pela EC n° 19/98. Entretanto, várias normas infraconstitucionais já haviam iniciado um irreversível processo de alteração da fisionomia do Estado brasileiro, dando ênfase a uma Administração Pública gerencial, voltada à busca da eficiência em seus procedimentos e resultados. Buscava-se, assim a transformação de um Estado burocrático em Estado gerencial. A doutrina, a fim de referir-se a este processo de passagem a um Estado gerencial, utiliza-se comumente do termo “desestatização” (tal denominação é insuficiente para o completo entendimento do processo, como logo veremos). 
Os defensores do novo modelo são adeptos da corrente político-econômica chamada de “neoliberalismo”. Tais adeptos pregam a chamada “Doutrina do Estado Mínimo”, cujo objetivo é retirar o setor público de todas as áreas em que sua atuação não seja imprescindível.
Esse conjunto de idéias, quando em prática, leva a 2 linhas de ação muito nítidas:
a) a partir da noção de administração gerencial, que privilegia o princípio da eficiência, o foco desloca-se para a obtenção de resultados pela máquina administrativa;
b) ocorrem as famosas “privatizações” (ou “desestatizações”, como preferem alguns), pelas quais as prestações de serviços públicos que possam gerar lucro deixam de ser executadas pelo Estado, passando aos particulares por meio de concessões e permissões.
A EC nº 19/98 foi o mais importante legitimador da almejada reforma da Administração Pública no Brasil, sendo, por esse motivo, conhecida como “emenda da reforma administrativa”. As modificações nas relações Estado – agentes públicos, Estado – agentes econômicos e Estado – terceiro setor têm sido gradualmente implementadas desde então, por meio da edição de leis e atos infralegais reguladores das diretrizes inseridas na Constituição pela referida emenda.
As principais alterações decorrentes da Reforma Administrativa (EC nº 19/98) em nosso ordenamento jurídico, tendentes à implantação do Estado gerencial, já total ou parcialmente implementadas, pode ser assim resumidas:
a) flexibilização das relações jurídico-funcionais entre a Administração e seus agentes públicos;
b) possibilidade de ampliação da autonomia gerencial;
c) possibilidade de qualificação das agências executivas;
d) parcerias como pessoas jurídicas privadas;
e) previsão de estatuto próprio para as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica;
f) alteração no forma de criação dos entes da Administração Indireta;
g) Reestruturação de carreiras entendidas como típicas do Estado;
h) Acréscimo ao caput do art. 37 do princípio da eficiência.
Além das inovações trazidas pela EC nº 19/98, devemos destacar 2 manifestações da “Doutrina do Estado Mínimo” concretizadas pela legislação ordinária: 
Programa Nacional de Desestatização – PND – Lei 9.491/97 – alienação da participação societária e delegação da prestação de serviços públicos.
Programa Nacional de Publicização – PNP – Leis 9.637/98 e 9.790/99 – programa de cooperação com o terceiro setor (OS e OSCIP).
3. Sistema de jurisdição única 
Em nosso ordenamento jurídico, vigora o sistema de jurisdição única, ou seja, apenas o Poder Judiciário tem a palavra final na solução de conflitos, mesmo que estes tratem de temas estritamente ligados à Administração Pública. Dito de outra forma, o cidadão em litigio com o Estado pode submeter tal conflito à decisão das autoridades administrativas e mesmo tendo exaurido todas as instância de decisão da Administração Pública pode, caso reste inconformado com um resultado que lhe seja desfavorável, acionar o Poder Judiciário. 
De fato, o fundamento de nosso sistema de jurisdição única está na própria Constituição, conforme dispõe o inciso XXXV do art. 5°:
Art. 5º... 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito
Em determinados ordenamentos jurídicos existe uma clara divisão de competências: as questões que se referem à Administração Pública são decididas de forma exclusiva (e definitiva, ressalte-se) por um Tribunal Administrativo, enquanto os demais temas são decididos pelos tribunais e juízos do Poder Judiciário segundo as regras ordinárias de competência definidas nas leis processuais. A esse sistema chamamos de dupla jurisdição ou de contencioso administrativo.
Uma observação se faz necessária: em nosso sistema de jurisdição única não há necessidade – a menos que uma lei ou mesmo a Constituição faça tal exigência – de que o particular esgote todos os meios e recursos possíveis na instância administrativa para ter acesso ao Poder Judiciário (ao que se chama de instância administrativa de curso forçado). Exemplos de instância de curso forçado são a ação de habeas data, a solução das lides esportivas e a reclamação contra ato administrativo que desrespeita súmula vinculante.
 
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